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5 DIREITO DE PROPRIEDADE EM DOCUMENTOS INTERNACIONAIS

SOBRE DIREITOS FUNDAMENTAIS

5.1 A declaração dos direitos do homem e do cidadão – 1789

Granjeou o título de  Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão um documento formatado durante os anos 1700, precisamente 1789,
quando aconteceu a Revolução Francesa que iria ajuizar a partir de sua
revelação, um imaginário de domínio genérico, ou seja, o de liberdade,
igualdade e fraternidade do homem, por cima do zelo de qualquer interesse
particular, principalmente sobre os direitos fundamentais e a propriedade
privada. Ao curso do processo revolucionário, a França revogava séculos de
absolutismo, nos quais apresentava a aspiração soberana que era do rei ou
imperador. Tal acomodamento foi cogente no andamento do surgimento da
França moderna, porquanto era o excepcional círculo de se perpetrar respeito
a coesão nacional e apresentar dependência a um prelado centralizado. Com o
tempo, entretanto, tal configuração de aparelhamento do estado calhou a ter
uma ferramenta tanto da nobreza como do clero para abusar, conter e oprimir a
população não burguesa e não nobre, sem títulos e posses, o que perpetrava
no habitante da França da época um homem adstrito pelas cominações dos
governantes do Estado. Até a época de hoje, com seus 17 artigos de direitos
garantidores, fundamentais para o cidadão, a citada declaração se faz ouvir e
sentir em seus comentos, principalmente no artigo sobre propriedade: Artigo
17º- “Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode
ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o
exigir evidentemente e sob condição de justa e prévia indenização”. Ou seja,
todos os mecanismos para o cidadão, seja de que classe ou profissão for,
devem ser resgatados à dignidade dos direitos sociais básicos e tal
procedimento é histórico. Marcante as limitações ao direito de propriedade, em
função dos ideiais de bem comum.

5.2 A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948


A Declaração Universal dos Direitos Humanos — alvitre do imperativo
na partilha de bravuras comuns em coletividade — acarreta o indispensável de
se demonstrar alcances de cunho sociais, que contenham aproveitamento
extensivo a todas as divisões sociais. E precisamente, por ser a Declaração
Universal dos Direitos Humanos palco da escritura da sociedade, princípios
ideológicos de fraternidade, igualdade e liberdade, uma tríade que envolve a
coletividade e propriedade, é que tal declaração se encontra imbuída na
declaração que ilustra o presente tema deste trabalho. Propriedade para o
labor, fraternidade entre vizinhos, igualdade de direitos, liberdade de
pertencimento. Encalçando, desta forma, o desenvolvimento parcimonioso
sustentável em estrago do aumento abominável do aparelho neocapitalista.
Hodiernamente, o amplo repto de nossos governantes é a ascensão igualitária,
política, parcimoniosa e cultural em sua perfeição – solidária aos julgamentos
basilares de integridade esboçados na Declaração. É impraticável existir
integridade sem que haja igualdade de oportunidades e alvedrio para que os
indivíduos escolham por algum ou diverso estilo de existência. Em resumo, “o
que as pessoas conseguem positivamente realizar é influenciado por
oportunidades econômicas, liberdades políticas, poderes sociais e por
condições habilitadoras como boa saúde, educação básica e incentivo e
aperfeiçoamento de iniciativas” (Sen, 2000, p. 19). Assim, no Art XVII,temos:

1. “Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade”.


2. “Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade”.

Tal garantia só aparece no Art. XVII. Enquanto no Art. III do mesmo diploma,
são garantidos:

Artigo III Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Vejamos como difere o pensamento deLocke, símbolo do liberalismo:

Locke dizia que todos os homens, ao nascer, tinham direitos naturais - direito
à vida, à liberdade e à propriedade.

Ou seja, mesmo sem manifestar expressamente grandes limitações ao direito


de propriedade, o mesmo só é elencado no Art. XVII, enquanto nem aparece
no III. Vemos claramente uma mudança de postura quanto à porpriedade,
passando da ótica liberal de Locke para uma ótica social e pluralista.

Os direitos fundamentais existem quando o Estado e a pessoa, a


autoridade e a liberdade se distinguem em maior ou menor medida
contrapondo-se aos direitos garantidores para a propriedade de cada um.
Assistimos no século XX a um fenômeno de universalização dos direitos do
homem, o que condiz com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, não
sem paralelo com o fenômeno da universalização da Constituição. Quando
o Estado rompe as barreiras jurídicas e educacionais de limitação e se
converte em si mesmo; a soberania entra em crise diante da multiplicação
de interdependências, da porosidade das fronteiras territoriais e das formas
de institucionalização da sociedade que prega a propriedade como algo
inviolável. Torna-se impossível substituir o sistema de proteção interna por
vários sistemas de produção dos direitos do homem que se fundamentam
no terrorismo, no crime contra as crianças e adolescentes. Entram aí a
aplicabilidade geral e contundente dos direitos fundamentais na atuação do
poder familiar para evitar catástrofes familiares; entre propriedades e
guerras. (LANZA, 2009, MORAES, 2004).

5.3 O Pacto de San Jose da Costa Rica de 1969

O mundo padeceu amplas modificações no derradeiro século XX.


As populações de regiões dilatadas contiveram um acrescentamento de
trinta a quarenta anos na espera da sobrevivência de vida, fruto de
adiantamentos da ciência e tecnologia, bem como progressos nas
categorias da propriedade privada. Houve também grande titularização
para a propriedade e para a sua garantia constitucional, no que se refere
ás igualdades de condições, moradia própria e o sistema jurídico da
propriedade. Os princípios sobre são as diretrizes que fundamentam todo o
sistema jurídico, enquanto valores servem de ponte para uma interpretação
constitucional homogênea, com unidade de sentido. Ademais importante
mencionar o princípio pro homine, no qual se aplica a norma mais favorável ao
ser humano, no qual se enquadra O Pacto de San José da Costa Rica onde
propõe que os direitos humanos estipulem a liberdade e dignidade da pessoa
humana para todos (LANZA, 2009)
“A Convenção Americana de Direitos Humanos completa 40 anos. O
tratado, também chamado de Pacto de San José da Costa Rica, foi assinado
em 22 de novembro de 1969, na cidade de San José, na Costa Rica, e
ratificado pelo Brasil em setembro de 1992” (LANZA, 2009, p. 61).
O texto do Pacto de San José de Costa Rica fora bastante bucólico, e
complementou a introdução de muitos direitos afora daqueles já colocados
pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Contudo, perante o fato
sociopolítico que vivia a América Latina naquela época, tendo ema acordo que
exclusivamente os países latino-americanos constituíram signatários da
combinação, o documento desta se prendeu à realidade regional,
permanecendo conspícua esta convergência, com a abrangida ansiedade do
ajuste, nos assuntos essenciais ao livre-arbítrio e a economia, especialmente
nas enternecedoras teses sociais e culturais (Art. 26, da convenção),
permanecendo bastante límpido, o anseio de quem organizou o acordo, de não
exclusivamente resguardar os Direitos Humanos, no seu conjunto aparente,
mas agenciar o achego sugestionado a estes direitos, visando a afiançar
melhores castas de existência à população, para que esta tenha direito a um
Estado Democrático de Direito. O que se percebe é que o Pacto de San José
de Costa Rica é um documento eficaz regionalmente. A cidadania e a
liberdade da ação se entrelaçam para contextualizar o direito e a própria
sociedade dentro do direito de propriedade. A dignidade da pessoa humana
atualmente deve nortear todos os ordenamentos jurídicos contemporâneos,
pois referido princípio está ligado à ideia de viver, ou melhor, de viver bem, de
ter uma qualidade mínima de vida, com moradia própria, casa própria e
propriedade privada. Preservar a dignidade da pessoa consiste em proteger os
valores fundamentais do ser humano. Observe-se que esse direito é
assegurado a todos, desde a sua concepção até a sua morte, alcançando o ser
humano como um todo. Para ter assegurado a dignidade da pessoa humana, o
princípio da igualdade deve estar presente por toda vida do indivíduo. A
igualdade é um dos princípios basilares do nosso sistema constitucional e que
o Pacto de San José (1992) transmite com fervor, acrescentando melhorar e e
aquilatando com segurança a garantia de propriedade. Neste contexto de
constitucionalidade, de direitos humanos, de dignidade humana é que se prima
este estudo que tem como escopo central na propriedade, como liberdade,
como economia e como igualdade, seus direitos, seus deveres e sua
permanência. As leis, os tratados internacionais, as ONGs, dentre outros
órgãos são motivos permanentes de relevância. A Lei constitucional tem o seu
lugar de destaque e pretendeu-se mostrar deste capítulo que as políticas
públicas com a propriedade são internacionais e históricas e têm prioridade
neste papel (LANZA, 2009).

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