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https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2180/como-avaliar-as-competencias-
socioemocionais-na-escola
BNCC
Como avaliar a empatia de um estudante com os demais colegas de classe? Como entender se ele é
emocionalmente resiliente? Como encontrar maneiras de medir a tolerância à frustração no dia a dia
escolar? A implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) trouxe as competências
socioemocionais (CSE) integradas às Competências Gerais e, com isso, trouxeram um novo desafio à
escola: desenvolver um conjunto de competências para além da área cognitiva e encontrar formas
eficazes de acompanhar o seu desenvolvimento pelos estudantes.
Diferente de uma prova de Matemática, em que exercícios são capazes de avaliar se o aluno absorveu
o assunto, as CSE merecem uma apuração mais detalhada e profunda. “No caso de avaliações de
competências socioemocionais, uma das principais diferenças é a não repetição do que é avaliado ao
longo do tempo e a variação do que é avaliado a depender de cada estudante e de seus objetivos
individuais de desenvolvimento”, orienta Gisele Alves, psicóloga e gerente da especialidade de geração
de evidências no Instituto Ayrton Senna. Além disso, combinar processos de avaliação (atividades,
observação do dia a dia, questionários autoavaliativos) dá mais insumos para acompanhar o
desenvolvimento dos alunos nesta área do que uma única forma de avaliação.
Mas não é apenas seu relato que pode ser fonte para a avaliação. A observação dos educadores da
maneira como o estudante se coloca diante das diversas situações também pode dar insumos sobre a
frequência que o aluno apresenta determinados comportamentos.
Há ainda outras atividades podem ser incluídas no dia a dia escolar e que podem dar insumos para o
trabalho com as socioemocionais na escola, como discutir a conduta de um personagem de um filme,
propor dinâmicas em grupos ou mesmo usar a literatura para despertar a reflexão sobre o tema. O
importante é que o educador saiba o que está avaliando e anote todas suas observações para medir a
evolução de cada estudante.
No ponto de vista curricular, Janaína comenta que “é bonito falar para os pais que se trabalha o
emocional do aluno, porque há uma carência grande deste item do ponto de vista social, ainda mais
com os avanços da tecnologia em nossas vidas”, porém colocar esse conhecimento dentro de uma
caixinha não irá contribuir para o crescimento intelectual do estudante. Isso porque, diferente do
ensino de história da II Guerra Mundial ou de trigonometria, não se desenvolve a empatia, por
exemplo, a partir da explicação do que ela é. É a partir da vivência e dos exemplos que os estudantes
vão se conscientizando de seus sentimentos e das relações interpessoais e aprendendo a ser mais
empáticos na prática.