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Universidade Licungo
Beira
2021
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Universidade Licungo
Beira
2021
Índice
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Introdução...............................................................................................................…..............04
Lobolo.......................................................................................................................................07
O casamento tradicional...........................................................................................................07
Conclusão.................................................................................................................................09
Referências bibliográficas........................................................................................................10
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Introdução
Neste trabalho hei de falar sobre o casamento como símbolo da procriação na cultura Ndau.
Os Ndau são um grupo éticos que habitam o vale do Zambeze, do centro de Moçambique ate
ao seu litoral, e leste do Zimbabwe ao sul do Mutare.
Os ancestrais dos Ndaus eram guerreiros da Suazilândia que se juntaram com a população
local, constituída etnicamente por Manikas, Tewes, Barwes nas províncias de Manica e
Sofala. A população local do Zimbabwe, antes da chegada dos Nguni, descenderia
primordialmente de Mbire próxima actual Hwadza.
Os Ndau praticam o casamento exogamico entre bvumbu, pois”as pessoas não podem casar
dentro do mesmo mutupu”. No entanto, actualmente, esta regra é frequentemente
desrespeitada, sobre tudo entre a população mais urbanizada das vilas-sede de distrito, e
casamento entre indivíduos com o mesmo mutupu, ou pertencendo ao mesmo bvumbu.
As origens do povo Ndau não são fáceis de traçar devido a escassez de fontes e as
contradições existentes. Contudo, parece seguro afirmar que as origens do grupo se encontram
ligadas é fragmentação dos reinos do Muenemutapa e Dom Pire aos ciclos expansionistas de
grupos linhageiros Shonas-Caraga, os Rozvi, dos planaltos centrais do Zimbabwe na direcção
da costa litoral do indico.
Os Ndau são um grupo éticos que habitam o vale do Zambeze, do centro de Moçambique ate
ao seu litoral, e leste do Zimbabwe ao sul do Mutare.
Os ancestrais dos Ndaus eram guerreiros da Suazilândia que se juntaram com a população
local, constituída etnicamente por Manikas, Tewes, Barwes nas províncias de Manica e
Sofala. A população local do Zimbabwe, antes da chegada dos Nguni, descenderia
primordialmente de Mbire próxima actual Hwadza.
São vários os autores que postulam que o nome Ndau foi atribuídas a estes populações pelos
invasores Nguni e deriva da observação da forma de saudação costumeira perante um rei
Chefe, ou mesmo um estrangeiro desta e populações Ndau, que é a de se sentar no chão, ou
ajoelharem, e bater as palmas gritando “Ndau uie uie, Ndau uie uie” (Junod, 1934,Rita
Ferreira, 1982).
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Esta forma tradicional de saudação foi descrita pela primeira vez por Frei João dos Santos na
sua obra ethiopia oriental, de 1609. Não é claro, a partir de que fonte este autor retirou esta
informação ou se ela não passa de especulação; contudo, é certo que esta concepção sobre a
origem do etnónimo Ndau esta na actualidade amplamente enraizada e aceite por estas
populações.
Segundo Vijfhuizen (1998) o termo Ndau significaria literalmente, “lugar” associado a uma
forma tradicional de saudação. No entanto, segundo esta autora o termo Ndau já teria
utilizado muito antes da chegada dos europeus, informação essa que a autora retira da obra de
Rennie Keith (1987).
1. Os Shangas: estes habitam principalmente a faixa costeira entre os rios Save e Buzi e cujo o
clã totémico principal, é o Simango. Simango foi o Mambo mais poderoso desta região, vivia
em Chiloane.
2. Os gova, que habitam as terras baixas situadas entre os rios Buzi e Save , cujo o mutupu o
mais importante é o Nkomo.
4. Os Tombodji, que habitam as terras altas do maciço central, junto da fronteira, entre o rio
Save e o maciço chiamanimani. O mambo mais importante dos tombodji era o mutema
nkomo, que vivia numa região do actual zimbabwe.
Para Martinez (2009), diz que o casamento é a união consensual com afinidade entre um
homem e uma mulher de famílias diferentes com o objetivo de viver em plena comunhão de
vida.
Os Ndau praticam o casamento exogamico entre bvumbu, pois”as pessoas não podem casar
dentro do mesmo mutupu”. No entanto, actualmente, esta regra é frequentemente
desrespeitada, sobre tudo entre a população mais urbanizada das vilas-sede de distrito, e
casamento entre indivíduos com o mesmo mutupu, ou pertencendo ao mesmo bvumbu.
Lobolo
O ato de lobolar – é quando o jovem conversa com os pais da moça sobre sua intenção de
casar. No caso de crentes, os presbíteros, anciões e outros influentes na igreja são convidados
para testemunhar ou liderar esta reunião.
No período pré-colonial, os Ndau praticavam também uma forma de casamento directo, que
não implicava o uso do lobolo. Exemplo: Quando alguém pretendesse uma mulher levava a
sua filha para fazer tipo troca. Deixava a sua filha e levava a filha do outro como esposa. Isto
por falta de dinheiro. Ou no casamento a forma predominante de residência e a de virilocal;
contudo, ocasionalmente, era possível optar por uma forma uxorilocal temporário, ou seja,
quando um homem não podia lobolar uma mulher prestava serviços durante um tempo em
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casa dos sogros antes de constituírem o seu agregado familiar nas terras do pai, costume que
ainda hoje e praticado.
O casamento tradicional
É aquela união que é legitimada pelos líderes tradicionais. Acontece tanto nas zonas rurais
assim como na periferia de cidades e vilas.
Segundo Copans (1971), o casamento pode ser preferencial ( quando um rapaz por iniciativa
própria prefere uma rapariga de determinada categoria social). Ou pode ser prescrito, quando
o casamento é preestabelecido onde as pessoas nascem já comprometidas com outras pessoas
tendo em vista a um casamento futuro.
O casamento tradicional é aquele que é celebrado entre os familiares dos noivos e consiste na
observância das regras tradicionais sobre o casamento. No nosso país distinguem-se duas
situações de casamento: matrilinear e patrilinear. Os Ndaus praticam o sistema patrilinear.
Neste casamento (Patrilinear) a mulher sai da casa dos seus pais e vai para casa do seu
marido, os filhos gerados neste casamento pertencem a clã do marido. Ela em casa dos sogros
não terá direito a herança nem a filhos. Os irmãos nascidos dum patriarca, observam uma
hierarquia por ordem de idade, obedecendo aos mais velhos e cuidando dos mais novos.
No casamento patrilinear a herança dos bens se transmite directamente para o filho varão.
Este casamento está ligado a aldeia paterna e a criação do gado bovino ou caprino.
O primeiro filho gerado neste casamento é responsável pelos bens de toda família trabalho e
sustentando toda família. Em caso da morte do pai torna-se herdeiro por isso quando casa-se
não sai da casa dos pais cabendo a mulher vir morar com ele.
O casamento tem vários objectivos mas na cultura Ndau o principal objectivo é a procriação,
que é a manutenção da espécie humana com o reconhecimento social. Por isso nos Ndaus
praticam o levirato (kunguina utaka). Este costume é constante para os "Va-ndau" e é um
processo pelo qual uma viúva casa com um irmão do falecido marido. A viúva não é
permitida casar fora da família do seu marido a não ser mediante autorização dos parentes
destes. Devido ao lobolo que o marido pagou no caso da morte deste a família tem o direito de
substituir o marido original por qualquer parente masculino do mesmo grau de idade para
entrar na palhota da mulher e fazer germinar a semente em nome do homem.
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Conclusão
Neste trabalho de pesquisa de campo de antropologia cultural vde Moçambique falei sobre o
casamento como símbolo da procriação na cultura Ndau. Onde vimos que o casamento no
povo Ndau pode ser preferencial ( quando um rapaz por iniciativa própria prefere uma
rapariga de determinada categoria social). Ou pode ser prescrito, quando o casamento é
preestabelecido onde as pessoas nascem já comprometidas com outras pessoas tendo em vista
a um casamento futuro.
Também vimos que os Ndaus tem praticado o levirato (kunguina utaka). Este costume é
constante para os "Va-ndau" e é um processo pelo qual uma viúva casa com um irmão do
falecido marido. A viúva não é permitida casar fora da família do seu marido a não ser
mediante autorização dos parentes destes. Devido ao lobolo que o marido pagou no caso da
morte deste a família tem o direito de substituir o marido original por qualquer parente
masculino do mesmo grau de idade para entrar na palhota da mulher e fazer germinar a
semente em nome do homem.
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Referências bibliográficas
BICA, Ismael A. Ismael Firoza, Tempos e espaços, Porto editora, 6ᵃ classe, porto editora.
Portugal