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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS VILA VELHA


ANÁLISE ORGÂNICA
Profa: Marsele M Isidoro

TURMA: TQN
PRÁTICA: 05
TÍTULO: EXTRAÇÃO POR SOLVENTE QUIMICAMENTE ATIVO
ALUNOS: AMANDA ALMERINDO, CAMILA VICTAL, CAMILLA VELTEN, IZABELA
VIEIRA e WDSON PEREIRA.

1. OBJETIVOS
Utilizar a técnica de extração ácido-base para separar o Ácido Benzóico do Naftaleno.

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte 1 – Fase Aquosa

Inicialmente, pesou-se uma quantidade de amostra de Naftaleno e de Ácido Benzóico


separadamente. Em seguida, transfiriu-se as amostras para somente um béquer e adicionou
cerca de 20mL de éter etílico (solvente orgânico) para auxíliar na dissolução da mistura. A
solução formada, foi transferida com cuidado para um funil de decantação. Foi necessário
lavar o béquer com mais 10mL do solvente orgânico, com intuito não sobrar nada. Adicionou-
se ainda ao funil de decantação, 10mL de NaHCO 3, e o agitou. Após passar uma
efervescência, arrolhamos e de forma delicada liberou-se a pressão com cuidado abrindo a
torneira do funil na posição invertida. Repetiu-se  esse procedimento várias vezes até que não
houvesse mais efervescência da mistura. Deixou-se a mistura em repouso para permitir que
as camadas se separessem. Abriu-se a torneira e retirou-se a solução aquosa que decantou e
transferiu-se para um erlenmeyer de 125 mL, e em seguida repitiu-se esse procedimento
adicionando água destilada duas vezes para completar a extração. Com isso, a primeira
extração foi concluída. A partir daí, pesou-se uma quantidade de NaCl (Cloreto de Sódio)
sólido e adicionou-se na solução aquosa contida no erlenmeyer. Fez-se movimentos
circulares com a vidraria para que houvesse uma mistura. Levou-se  o erlenmeyer à capela e
lentamente com agitação adicionou cerca de 10mL de HCl (Ácido Clorídrico) concentrado ao
extrato. Esperou-se resfriar com água gelada por cerca de 15 minutos, até que formou um
precipitado branco. Para coletar o precipitado branco (ácido benzóico sólido), foi nessário
uma espátula e de um papel de filtro. O papel de filtro foi colocado em um funil de Bucher, e
em seguida o precipitado foi transferido para o papel. Então, realizou-se uma filtração á
vácuo. Lavou-se o precipitado com cerca de 20-30 mL de água gelada, para auxíliar na
filtração e o deixou no vácuo até secar a maior parte do sólido.

Parte 2 – Fase Orgânica

Após fazer a primeira extração, usando o funil, restou a fase orgânica. Foi adicionado
novamente cerca de 10mL da água destilada como dito anteriormente. A camada aquosa
desta vez foi descartada, e a fase orgânica foi transferida para uma placa de petri. Não
demorou muito para que todo éter evaporasse. Não foi necessário nem colocar na estufa. A
partir disso, as amostras coletadas tanto do Ácido Benzóico quanto do Naftaleno foi guardada
dentro de um dissecador. Depois de uma semana, as amostras estavam totalmente secas.
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Foi nessário pesar o papel de filtro e a placa de petri vazios de precipitados e depois
contendo os precipitados. Com esses valores anotados, fez-se os cálculos para verificar o
quanto restou de cada amostra e os seus rendimentos.

Parte 3 – Determinação do ponto de fusão de cada amostra.

Para determinar o ponto de fusão das amostras de Ácido Benzóico e de Naftaleno, foi
necessário raspar com auxílio de uma espátula os respectivs precipitados que estavam no
papel filtro e na placa de petri. Cada precipitado raspado foi armazenado e triturado em um
cadinho.Com isso, realizou-se o precedimento para a determinação do ponto de fusão.
Pegou-se dois capilares e com uma lâmparina vedou uma das aberturas de cada. Logo após,
juntou-se um montinho de cada amostra triturada e acondicionou um pouco das amostras em
cada capilar. Feito isso, com auxílio de uma bureta realizou-se pequenas batidas na bancada
para auxíliar o armazenamento das amostras nos capilares. Feito isso, anexou os capilares
junto a um termômetro com fita adesiva. Mergulhou-se em um béquer com glicerina o
termômetro com os capilares aquecido por uma chama aquecedora. Observou-se e anotou-se
as temperaturas do início e do fim do ponto de fusão de cada amostra.

3. RESULTADOS

“A transferência de um soluto de um solvente para outro é chamada extração, ou, mais


precisamente, extração líquido-líquido. O soluto é extraído de um solvente para outro porque
o soluto é mais solúvel no segundo solvente que no primeiro. Os dois solventes não podem
ser miscíveis (se misturar completamente) e devem formar duas fases ou camadas
separadas, para que esse procedimento funcione. A extração é utilizada de muitas maneiras,
na química orgânica.” (RANDALL, G.E et.al, 2012)

“Muitas substâncias são solúveis em água e em solventes orgânicos. A água pode ser
utilizada para extrair, ou “lavar”, impurezas solúveis em água de uma mistura de reação
orgânica. Para realizar uma operação de “lavagem”, é preciso adicionar água e um solvente
orgânico imiscível à mistura de reação contida em um funil de separação. Depois de tampar o
funil e agitá-lo, a fase orgânica e a fase aquosa (água) se separem. A lavagem com água
remove materiais altamente polares e solúveis em água, como ácido sulfúrico, ácido clorídrico
e hidróxido de sódio, da fase orgânica. A operação de lavagem ajuda a purificar o composto
orgânico desejado presente na mistura de reação original.” (RANDALL, G.E et.al, 2012)

“A maioria das extrações consiste em uma fase aquosa e uma fase orgânica. Para extrair
substância de uma fase aquosa, é preciso utilizar um solvente orgânico que não seja miscível
com água. Como por exemplo, o éter etílico que utilizamos na prática.” (RANDALL, G.E et.al,
2012)
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Parte 1 – Fase Aquosa

Para iniciar o procedimento, pesou-se em um béquer uma quantidade de amostra de Ácido


Benzoico e Naftaleno, possuindo uma massa de 1,0655g e 1,0651g respectivamente. Como
mostra na fórmula abaixo, o Ácido Benzóico é insolúvel em água.

Ácido Benzóico Naftaleno


O solvente escolhido (éter etílico) é um dos melhores solventes para a maioria dos compostos
orgânicos. O mesmo possui estabilidade e tem ponto de ebulição baixo. Por isso, foi
escolhido.
Em um determinado tempo, adicionou-se no funil de separação 10mL de NaHCO 3 10%, e
seguiu-se com procedimento.
Após a mistura acima, obteve-se a seguinte reação:

“Ao adicionar o NaHCO3, ocorreu a dissociação da base. Como o HCO 3- é uma base fraca,
essa tem o poder de reagir mais rapidamente com um ácido mais forte, ou seja, reagiu com o
ácido benzóico, removendo o seu próton facilmente. Além disso, essa reação foi mais efetiva
também pelo fato da base conjugada do ácido benzóico ser mais fraca, portanto mais estável
por efeito de ressonância. O produto foi um sal de ácido carboxílico, o sal benzoato de sódio,
água e CO2. O benzoato de sódio foi estabilizado totalmente por hidratação, pois esta
molécula polar é solvatada através de uma interação íon-dipolo. Também ocorre a interação
de ligação de hidrogênio entre a água e o sal de ácido carboxílico.” (DE OLIVEIRA, A.P. et.
Al, 2011).

Logo após, deixou-se a mistura em repouso para a separação das fases. A fase aquosa
(Benzoato de sódio) se apresentou mais densa que a fase orgânica (Naftaleno e traços de
NaHCO3). A solução aquosa foi coletada no erlenmeyer de 125mL. Adicionou-se 0,5008g de
NaCl sólido. Agitou-se para que o sal se dissolvesse, para aumentar a polaridade da solução,
tornando o Ácido Benzóico menos solúvel na fase aquosa e melhorando seu rendimento.
Adicionou-se 10 mL de Ácido Clorídrico concentrado na capela. No mesmo momento em que
houve o contato da solução com o ácido clorídrico, o Benzoato de sódio se tornou novamente
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Ácido Benzóico, ou seja, ocorreu um processo de recuperação. Além disso, durante o


processo houve a liberação de gás (CO2), como observado na reação acima. Em seguida,
houve o resfriamento da amostra. Observou-se, após 15 min que estava acontecendo o
processo de recristalização (separação de sólidos), havendo assim a separação do Ácido
Benzóico e suas impurezas. Em seguida, realizou-se a filtração a vácuo, onde obteve-se o
precipitado do Ácido Benzóico sólido. Pesou-se o papel de filtro com massa igual a 1,4778g
vazio e pesou-se o mesmo contendo o precipitado com massa igual a 1,9572g.

Para calcular a massa de Ácido Benzóico recuperado e o seu rendimento, foi necessário fazer
os seguintes cálculos:

MÁc.Benzóico = M2 - M1
MÁc.Benzóico = 1,9572g - 1,4778g
MÁc.Benzóico = 0,4794g.
Cáculo para o rendimento:
1,0651g de ácido benzoico – 100%
0,4794g de ácido benzoico – X
X= 45% de ácido benzóico.

Parte 2 – Fase Orgânica

Já para a fase orgânica que restou no funil, adicionou-se uma quantidade de água para
remover qualquer resíduo da solução de NaHCO3 e coletou-se em um vidro de relógio. Diante
disso, o vidro de relógio foi colocado para secar na capela, até que evaporasse totalmente. O
mesmo procedimento foi feito para a fase orgânica. Pesou-se a placa de Petri antes e
obeteve a seguinte massa: 38,9792g e depois contendo o sólido da fase orgânica obteve:
40,0439g .
Para calcular a massa de Naftaleno recuperado e o seu rendimento, foi necessário fazer os
seguintes cálculos:

MNaftaleno = M2 - M1
MNaftaleno = 40,0439g - 38,9792g
MNaftaleno = 1,0647g.
Cálculo para o rendimento:
1,0655g de naftaleno – 100%
1,0647g de naftaleno – Y
Y= 99,92% de naftaleno.
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Parte 3 – Determinação do ponto de fusão de cada amostra.

Para verificar o ponto fusão de cada amostra, observou-se que ao chegar no ponto de fusão
as substâncias entraram no estado líquido ficando incolor. Com isso, iniciou a faixa de fusão
do Ácido Benzóico e do Naftaleno que foram respectivamente:
Ácido Benzóico: 95ºC início – 105ºC final
Naftaleno: 70ºC início – 78ºC final
De acordo com a literatura, o ponto de fusão do Ácido Benzóico ocorre entre as temperaturas
122ºC a 123ºC. E do Naftaleno ocorre em 80ºC.
Como pode-se observar o ponto de fusão encontrado na prática apresentou bem diferente da
literatura. Isso pode ter acontecido pelo fato de ainda conter impuresas, tornando a amostra
não totalmente pura.

4. CONCLUSÃO

Concluiu-se que por meio da técnica de extração ácido-base é possível separar o Ácido
Benzóico do Naftaleno. A partir disso, foi possível identificar o ponto de fusão de cada
substância com o intuito de analisar o grau de pureza de cada sólido comparando-a com a
literatura.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RANDALL, G.E et.al. Química Orgânica Experimental. 3ª edição. Ed. CENGAGE, 2012.

DE OLIVEIRA, A.P. et. Al, Extrato Orgânico UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO


GROSSO DO SUL (UEM), Março, 2011.

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