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Providências para estudos sedimentológicos em nível de operação incluem O monitoramento d

rede fluvissedimentométrica secundária instalada nas fases anteriores e levantamentos topo-batimé~


tricos do reservatório, estudos e acompanhamentos de efeitos de erosão a jusante da barragem e de
problemas de impactos ambientais ligados a sedimentos.
O levantamento topo-batimétrico sistemático do reservatório é uma necessidade para determina-
ção da disponibilidade hídrica através das novas curvas cota X área X volume, verificação da nova for-
ma do reservatório, do cone de dejeção dos sedimentos, bem como de diversas outras informações.
Um pequeno reservatório seria levantado cada dois anos, um médio a cada cinco e um grande a
cada dez anos. Caso seja verificado que o assoreamento esteja se constituindo um problema é conveni-
ente que esses tempos entre levantamentos sejam reduzidos.
Estudos comparativos a partir de imagens de satélites de épocas diferentes permitem a obtenção de
diversas informações sobre as transformações sofridas na região de interesse do aproveitamento. A veri-
ficação da vida útil remanescente do aproveitamento exige estudos conforme indicados no item anterior.

11.7. 1 Equação básica para cálculo do assoreamento


Para cálculo preliminar de assoreamento utilizam-se as seguintes expressões:

( 11.9)

(11.10)

Sendo:
S= volume de sedimento retido no reservatório, m 3 / ano
Dst = deflúvio sólido total médio anual afluente ao reservatório, t/ ano
E T = eficiência de retenção do sedimento afluente ao reservat ór io, fração
'Yap = peso específico aparente médio dos depósitos, ti m 3
~t = descarga sólida total média afluente ao reservatório, t/ dia
T= tempo de assoreainento de um determinado volume, anos
Vres = determinado volume do reservatório, total, volume morto ou outro, m 3
Os valores de Dst, ~t, Er, 'Yape Vres são variáveis com o tempo. A descarga sólida varia com o au-
mento da erosão na bacia e o conseqüente aumento do transporte de sedimento no curso d'água. A efi-
ciência de retenção do reservatório diminui à medida que aumentam os depósitos. O peso específico
aparente méd~o ~e ~lte:a com a compactação ao longo do tempo. Com O aumento dos depósitos, a capa-
c idade V res vai d1mmumdo.
.. Lembrar que a vazão média também pode ser variável com o tempo, tanto devido aos ciclos hidro-
lógicos como à variabilidade climática. Estes aspectos são considerados no cálculo da descarga sólida
média através do uso das séries de vazões.
_Nos itens que se seguem são indicadas as f~rmas de determinação desses parâmetros necessários à
avaliação do assoreamento segundo as equaçoes 11.9 e 11.10.

11.7 .2 Obtenção de dados sedimentométricos


Dados sedimentométricos podem ser obtidos
. no Banco Hidroweb d a ANA . N o entanto, nem sempre
são existentes dados do local do aproveitamento ou do curso d'á gua em estudo.
Capítulo 11 PREVISÃO DE ASSOREAMENTO EM RESERVATÓRIOS 0 417

No banco de dados da AN , - . . .
tração dos sedimento Aso estao disponíveis dados da medição de vazão da ocasião e a concen-
dados de granulomet:i e; suspensão, ficando os cálculos por conta do usuário. Não estão disponíveis
dente que há necessida~e ~: outro lado a freqüência é de quatro medições por ano, em média. Fica evi-
. Nafaltaded d . que O empreendedor deva efetuar medições complementares.
a os sed1ment , •
sidade de instalaçã . , . - ometncos e também de hidrológicos, como antes comentado, há neces-
o e inicio de op - d . . , . em curto prazo
(ver capítulo 3 ' Tr ansporte de S d.eraçao )e posto ou de rede fluvissedimentometnca
. .
pensão e do leito sã d fi e im~ntos • Informações sobre granulometna dos sedim_!ntos em sus-
outros estudos d~ e un~a~ental importância para determinação do p/so específico_aparente e para
se imentologicos.
Os dados, informações st d .
mento e da vida úfl d e e ~ os existentes servirão para se ter elementos de avaliação do assorea-
necessárias. i O reservatório, bem como se prever quais as providências de controle de sedimentos

. Os dados
D (sedimento!'ogicos · e h"d , .
i rologicos ..
permitirão , . solido
se obter o defluvio , . afluente total me-
,
d io anua1 t ver capítul O 8 p
, _s , rocessamento de Dados Sedimentométricos). Na falta de dados sedi-
mentometncos
. _ do
, local ou d 0 curso d"agua, procura-se um valor aproximado . . de uma reg10na-
a partir .
1izaçao. (ver capitulo 9 , Sed·imen t o1ogia . d e Bacia
. Hidrografica).
. , Outro recurso de obtenção de valor
aproximado são . os dados d t d d d
e es u os e per a de solo por erosão (ver capitulo , 2, Erosão). No entanto,
resultados
. _ . obtidos por esses d ois · u'lt·imos meto, d os nao
- sao- recomendados, por se correr o nsco
· de ava-
haçoes mse~uras. Dados obtidos de perda de solo apresentam resultados exagerados para serem
usados em calculos de transporte de sedimentos, necessitando de correção .
. Tendo-se obtido dados de curto período de medições, ou mesmo pelos dois métodos anteriormen-
te citados, de regionalização ou de perda de solo por erosão, é necessário avaliar esses resultados ade-
quadamente entre si p ara se ter a garantia de menores erros na previsão do assoreamento.

11.7.3 Curvas de transporte de sedimento


Uma vez tendo-se as listas de medições de descarga líquida e sólida procede-se a preparação das cur-
vas-chave de sedimentos (ver capítulo 8).

11.7.4 Obtenção de médias e parâmetros de vazão e de descarga sólida


A partir da curva-chave de sedimentos e da série de vazões médias obtém-se a série de descarga sólida
(ver capítulo 8).
É comum no setor elétrico ser utilizada a série de vazões médias mensais que normalmente repre-
senta maior período de dados além de ter melhor consistência. Atualmente, durante a preparação dessa
revisão do livro em 2006 e 2007, a série de vazões se estende de 1931 a 2003, o que garante a consideração
de ciclos hidrológicos diversos. No entanto, utilizar as séries de vazões médias diárias é mais adequado
por permitir a aplicação das equações da curva-chave em valores não reduzidos por médias mensais.
É bom lembrar que nos períodos chuvosos os valores de descarga sólida são mais elevados. Será,
então necessário a verificação dos valores médios e parâmetros obtidos pelo uso do.s dois métodos,
procu~ando-se adotar os resultados que levem à segurança dos cálculos.

11.7.5 Eficiência de retenção de sedimentos no reservatório


•" . d - E , definida como a razão de sedimento depositado e o fluxo total de sedimen-
A efi1c1encia e retençao r e . ,
t fl Éd d t rincipalmente da velocidade de queda das particulas e do escoamento atra-
o a uente. epen en ep .,, · d - - · · · ·
,d , . 't dos de estimativa da efic1encia e retençao sao determinados empmca-
V es o reservatono. 0 s me o , , .
. - dos depósitos em grande numero de reservatonos (ICOLD, 198 9
mente, baseados em me d 1çoes '
Mahmood, 198 7, Strand, 1974).
~--------------
~4!1~8_j0~_!jHl!JIDg_RB__QO.§S.§SÉE-ºD~IM~E!'.:!NJ::TºO!:LºO~G!l;IA~·_!:P~R!!Á~T11C~A_ _ _ _ _ _ _ __

_ s resultados de descarga sólida aflu-


, . nos de operaçao o
Para estudos de reservatórios com vanos ª _ , s curvas usuais.
1
ente com a efluente permitem a verificação de Er em ~e açao tª. 1. ados aqui no País são o de Gunnar
· nhecidos eu i iz
Os métodos de determinação de E r mais co , d B own e de Heinemann.
· d - metodos e r
Brune e o de Churchill. Pouco con h eci os sao os 1943 estabeleceu uma relação entre a

l
Copiando da pesquisa feita por Pereira ( 199 ~ ), Brown, em tó~io V, pela Área da Bacia Hidro-
·" · d e cidade do Reserva res
Efiiciencia e Retenção Er e a razão entre a apa

gráfica Abh segundo a eXpress~o~ )== [ - V


1 (11.11)
r 100 1 -5 res
1+4,76Xl0 Xl k \
j \ bh )
Onde:
Er = eficiência de retenção de sedimentos, %
3
Vres = capacidade do reservatório, m
Abh =área da bacia hidrográfica, m
2

A relação explica a interferência que um reservatório provoca ao ser introduzido em uma bacia hidro-
gráfica e, portanto, explica também parte do fenômeno de retenção de sedimentos. Segundo Gottschalk, ci-
tado por Pereira ( 1998), Browµ nã~ considera dcomportamento do reservatório em função de sua localiza-
ção em áreas sec~s ou _úmidas. Por exemplo, reservatórios situados em regiões secas podem passar longos
períodos de tempo sem receberem água suficiente para alcançar a altura da tomada d' água. Esta situação fa-
vorece a deposição de sedimentos,já qúe aumenta os tempos de retenção do escoamento e do sedimento no
reservatório. A curva de Brown está apresentada na figura 11.6.
10o u u -----•M
-•-•., --;"'T'>"'
......... ..,
'-<)
'<o? o
o
- -- - - -~' --T·
o
9ob B
1

80
ºA --·--· -··--· _____I

70
3º/ o

~o
60
j
50
rfo
o
40

30
20
10
o
o, o> 00 4,0E + 05 8,0E + 05 1,2E + 06 1,6E+06 2,0E + 06

Vres / Abh ( m3/m 3 )


Curva de Brown (194 3)
Figura 11.6 Curva de Brown para determina ão d .. . º Pontos plotados por Brune (1953)
comparação com os dados dos reservatóriJs eficiencia de retenção de s d" , .
usa os para O estabelec· e imentos em reservatonos e
apresentado por Pereira (1998). imento da curva de Brune, segundo

Também copiado de Pereira ( 1998 ) H .


t, . b 1 ' ememann e
onos, esta e eceu uma correlação entr Efi . " . ' m 1981, a parti d d
como Capacidade de Afluência 1 - e a 1c1enc1a de Retença~ O E r e ados de pequenos reserva-
, re açao entr eoÍnd· d ·
afluente. A expressão de Heineman , . e ª capacidade do re r , . ice enommado por Brune
n e. servatorio e o volume médio de água
- - - - Capítulo 11 PREVISÃO DE ASSOREAMENTO EM RESERVATÓRIOS 0 419

V
119 6 X ~
' Van
E r = -22 O - _ _ _ __-".ti_
' _ (11.12)
' V
Sendo: 0,012 -1,02 X ~
E r = efi1c1enc1a
. " · de rete _ V afl
Vres = capacidad d nçao de sedimentos, %
e o reservatório ms
'Fafl = volume .
médio afl . '
uente anual ms
A curva de eficiêh cia d ' .
a comparação da curva m'd· e retenção
d de sed1men
· t o de H ememannest
· á apresentad ana fi1gura 11.7 com
e la e Brune.
100 -

- - -
90
'- - L-- -
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80 L
t,::::.- L---
l,I,
w"' 70 'I.,..
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30 1, "V
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li
10
1/ 1/
/
li
0,01 0,1 10

v,.s /Vafl (m3/m3)


--·-- ·-·--···-·- -- -~-=---:-:-::-::~- - - - -- - - - - - - - ~
L ____ _-· --
i -- ·····-
(>.i 0 1d rnédi;~ do Brune (1953) Curva de Heinemann (1981)

Figura 11.7 Curva de Hein,, :tii,;!nll para


· d· determinação
d da eficiência de sedimentos em reservato' r·1os e co mparaçao
-
com :::1,:;urva me 1a e 8. rune, segundo apresentado por Pereira (1998).

O método de Brune ( 195.'3) (figura 11.8) é apresentado por um gráfico de curvas obtidas de levan-
tamentos de vários reservatórios nos EUA, sendo que a eficiência de retenção é traçada em função da
capacidade de afluência, correspondendo esta ao volume do reservatório dividido pelo volume afluente
médio anual:
V
Cap·Afl·=_!E_ (11.13)
vafl
As envoltórias a uma curva média dizem respeito a depósitos contendo sedimentos finos, para a
inferior, e sedimentos grossos, para a superior, conforme apresentado por Vanoni (1977). Caso não se
conheça a granulometria do sedimento, costuma-se uti~i~ar a curva média, sendo o método de Brune
mais utilizado no País para médios e grandes reservatonos.
· A curva de Churchill é apresentada aqui em quatro versões, necessitando cuidados no seu uso,
sendo utilizada para pequenos e médios reserv~tórios aqui no País embora não haj~ restrições de seu
uso para reservatórios de maior porte.Nas verso~s das figura~ 11.:, 11.1 e 11.11 o eixo das ordenadas
representa a porcentagem do sedimento efl~ente a b~~ra~em, isto e,~ sed1m~nto aflu~nte ao reservató-
rio q · ante da barragem Assim, a efic1encia de retençao é obtida por diferença e deve ser
ue passa para Jus ·
expressa em fração para efeito de cálculo. .
420 0 HIDROSSEDIMENTOLOGIA PRÁTICA

curva de Brune 100


,_____
e- .... 90
1--- J.-- J.--
1-----------:: L---
V 80
.,vv ~ /
1/ 70
/ ,) / 1, "-. curva média

-/ 17r----- 1)\, 1 1 1111111 60

V Curvas envolventes -~ 50

1/
/ / is. Superior: Sedimentos grossos
Inferior: Sedimentos finos -~ 40
1/ ~1/ /
30
1/
V
1/
1/ 20
/ v 1/ 10
/ V 1/
' 1/ o
1/ V / 1o
0,001 O 01 o, 1
,V IV = Relação "capacidade / Vazão Afluente Anual"
res an
(hm 3 de Capacidade / hm 3 de Fluxo a nu.ai)
1953
Figura 11.8 Curvas de eficiência de retenção de sedimentos em reservatórios, segu nd Brune ( º ) (desenho
reproduzido por Alfredo Costa).

Na versão da figura 11.12 0 eixo das ordenadas representa a porcentagem de sedimento afluente
que se deposita no- ' (curva 5).
reservátório
Na curva de Churchill apresentada porStrand (1974) e Vanoni ( 1977), figura 11.9, o eixo das abs-
cissas corresponde ao valor do Índice de Sedimentação do Reservatório, IS, igual ao Período de retenção di-
vidido pela velocidade média no reservatório. Esses parâmetros são calculados da seguinte forma:
• Período de retenção-volume do reservatório no nível médio de operação (ft3 ) dividido pelava-
zão média diária durante o períodotle estudo (ft3.s- 1). - ---....

• Velocidade média nó reservatório -vazão média diária (ft 3 .s-1) dividida pela área da seção trans-
versal média (ft?_A área da seção transversal média pode ser determinada pela divisão do volu-
me do reservatono (ft3 ) pelo seu comprimento (ft).
100
--- - -
o
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1

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10
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e
Sedimento local

i""'ª
Q)

E - - - - ~edimento fino descarregado de


u 1\
ese"T"1
Q)
C/) I'\
1111 1 Í\
I\
1,0E+04 1,0E+05 1
1,0E+06
1,0E+07
. lndice de Sedimentação (s2/ft 1,oE+oa 1,0E+09
Figura 11.9 Curva de eficiência de retenção de . )
(1974), Vanoni (1977) e em Carvalho sedimentos segundo Ch
e outros (2000) urchill - d
(desenho re 'versao apresentada em Stran
Produzid 0
por Pedro Trindade) .
Capítulo 11 PREVISÃO DE ASSOREAMENTO EM RESERVATÓRIOS 0 421

O volume do reservat, .
A pequena curva sup • ,ono. corresp
. onde a' capac1'dade de armazenamento no mve
' 1 me'd'10 de operaçao.
-
enor e utiliz d . , .
Deduzindo-s d .
e as mformaç~
ª ª para
.
sedimento fino descarregado de reservatono a montante.
, d. d.
ão do reservatório t'l' oes acima, chega-se à seguinte expressão para IS, zn zce de se zmenta-
Ç ' u l izado na v ersao
- d a curva de Churchill da figura 11.9:

IS= V~s (11.14)


Q2·L
Sendo:
IS = índice de sedim en t açao
- d o reservatório (s 2 .ft- 1)
V,es = volume
_ do reservató
, · no mve
no , 1 med10
,· · de operação (ft3 )
Q vazao afluente m e_'d'~a d'iana
, · d urante o período de estudo (ft3 .s- 1 )
L = comprimento do reservatório (ft)
. IS é ' enta~o
. . O valor de , . , apresen t ad o em unidades
. .
mglesas resultan d o em s2 .r-1
t . N o caso d e serem
utilizadas um d ades metncas no cálculo de IS o resultado deverá ser dividido por 3,281 para uso do
gráfico da figura 11.9. '
. Trindad~ (2007) desenhou a curva da figura 11.1 o para O sistema métrico dividindo os valores do
eixo das absc1ssas pela constante acima.
Na figura a linha pontilhada corresponde à curva que representa a equação ajustada pelo USBR
adaptada para unidades métricas, ou seja:

SE= 100 - (112 -1013,4 • IS--o' 2 ) (USBR em unidades métricas) (11.15)

100 ,-a,.
- Curva original
""-'
L---1. lo. - - - - - - Ajustamento proposto
1 · · · · - - - Ajustamento do USBR
....... !...

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\l ••

...

\
1 1,0E+06 1,0E+07 1,0E+08 1,0E+09 1,0E+10
1,0E+04 1,0E+05
2
lndice de Sedimentação (s /m)
.. . d retenção de sedimentos segundo Churchill, versão apresentada em Vanoni
Figura 11.1 O Curva de ef1ciencia e f rmada ao sistema métrico por Trindade (2007).
(1977) e trans o
---.!::!!QB.:~~~--~-----
HIDROSSEDIMENTOLOGIA PRÁTICA

. d curva original:
l
a resultados mais próximos a
Asseguintesequaçõesconduzem JS< x10 7 (11.16)
4
--OfJ47 para 4,21 X 10 < - 214
'
SE = 6 650 (IS+ 1s 7 ooo) g

--0,ss 5 para ª,l 4 X 10 1 < JS< 3,30 X 10 (11.17)


SE= 90 400000(/S+ 7 soooooo) ,

A versao . d Roberts, segun d o Annandale


. d e apresenta-
(1987), d
- d a curva de Churchill , modifica
. . a por para torna r adimens10nal e pod er ser usa
d' a no
d
a na fiigura 11.11, com o cn·t,erio de multiplicar d pordas gé expresso em o/cO corresponden
_
o ao se imento
'l l
. , . 'fi
sistema metnco. Neste gra 1co e O ixo das or ena t~
ooo) Utiliza-se, en ao, a equaçao 11. 18 para ca cu

efluente conforme o anterior arva (C lho e outros, 2 · -
ficiência de retençao.
0

do índice' de sedimentação e a equaçao - 1 1 · l 9 para a e 1

100
- ...
-- -
I"
o
·;::
.........
-o '
1ií
e:
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10
' ' 1,
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-
o
e
Q) Sedimento local
r~
E
"O - - - - Sedimento fino descarregado i\
\
Q)
C/)
de um reservatório a montante
1 11 111 11 Ili 1 Ili __._c.J_L! i\
1,0E+05 1,0E+06 1,0E+07 1,0E+08 1,0E+09 'í,0E+10 1,0E+11
Índice de Sedimentação x Aceleração da Gravidade - iS.g
Figura 11.11 Curva de eficiência de retirada de sedimentos no reservatório de acordo com Churchill (Annandale,
1987), para uso no sistema métrico, conforme apresentado por Carvalho e outros (2000).

Uma outra versão da curva de Churchill, figura 11.12, apresentada por ICOLD (1989), tem no
eixo das abscissas, na parte superior do desenho (3 ), o índice de sedimentação JS multi p Jicado pela acele-
ração da gravidade g, CUJO resultado mdepende de unidades, sendo:
v2
IS · g == Q2·L
res X
g ( 11.18)

Pode-se observar pela figura 11.12 que os resultados com 'l 1 d d B d'J: m
pouco d a curva d e eh urc h 1·11 . O
ca cu o a curva e rune 11erem u
Para a curva de Ch urchill dessa figura 11.12 USBR .
0
apresenta a seguinte equação:
Er == 100 - [1600(JS x )-0,2 ]
g - 12 equação da curva 5, Churchill
( 11.1 9)
Pode-se verificar que a curva de Brune apr
de Churchill, sendo esta considerada de mai esenta. meno _ . , . em consideração do que a cur>'ª•
8 vanave1s
. . or prec1sao N0 t . 1
conta a granulometna do material como no · en anto as demais curvas não levam en
curva por conta da experiência do técnico. caso da curva de Brune, ficando uso d e determinada
O
Capítulo 11 PREVISÃO DE ASSOREAMENTO EM RESERVATÓRIOS 0 423

10•
0 1010
100

90 •

80

70

60

0 50

40

30

20

10

0,~--;;--n----l---L....L..L~L__j__j____L_WJ..ll_ _l__l_J_J__L_LUL_ _L___L__L.LL1..1~-..1..._...L....JL....L._LLL:;-;


0,001 0,01 0,1 1,0 10 100

0
~i~ura 11.12 Curva de eficiência de retenção de sedimentos segundo Churchill, versão de uso no sistema_
metrice apresentada em ICOLD (1989), onde (1) relação Capacidade do Reservatório/ Vazão afluente média
anual; (2) Sedimento retido, em % ;(3) /S x g - índice de sedimentação x g (constante de aceleração da
gravidade); (4) Curva de Brune média e} (5) Curva de Churchill.

11.7.6 Peso específico aparente dos depósitos em reservatórios


O peso específico aparente Y.eti d.. : depósitos em reservatórios varia com o tempo devido à compactação
pelo peso da água e do pi ·ópr.k, :'..·d1-·-r1c>1,,:::,_ l!: 1,ec"'ssárío o seu conhecimento porque as quantidades de
carga sólida são m edi d,.,t, r,ur ~- >, •. c·r.,,:_l.t:!,.n c--; ~1;; est imativas de depósitos devem ser feitas por volume,
sendo este dividido p e1<,, ,,;, 1.,-. ,. J :: f,,ÍI.
Lara e Pemberton cheg-nn un à condusào através de pesquisas, de que o peso específico aparente
dos depósitos de sedimentos em um r eservatório pode ser calculado considerando os seguintes fatores
(Strand, 1974):
• A maneira na qual o reservatório está sendo operado.
• A textura e granulometria das partículas de sedimento.
• A compactação ou grau de consolidação dos depósitos.
• Outros fatores de me1:1or influência como a densidade da corrente, declividade do talvegue no
reservatório e o efeito da vegetação na área das cabeceiras do reservatório.
o cálculo do peso específico aparente será, então, efetuado pelas equações a seguir, cujos fatores
das parcelas serão obtidos segundo o tipo de operação do reservatório (tabela 11.2):

( 11.20)

yT =yi + K - Iog T (para camadas de depósitos específicos) ( 11.21)

1 1lJ (valor médio das camadas)


Y T --y.t + o' 434.'3 · K L_I_(LnT)-
T-1 (11.22)
424 0 HIDROSSEDIMENTOLOGIA PRÁTICA

Sendo:
Yap= peso específico aparente do depósito, t.m-s
Yi = peso específico aparente inicial, _t.m-s · esos especuico t.c. s iniciais
, .de argila, silte e areia' res pecti~.
Wc , W m, = coeficientes de compactaçao, ou seJa, P _ do reservatono (tabelas 11.2 e 11.3)
'd
vamente, obtl os segun d o tipo de
° operaçao .
t'd s no sedimento afluent
. ·1 ·1te e areia con 1 a e
Pc, Pm, Ps = frações de quantidades de arg1 a, Sl -S
YT = peso específico aparente médio em T anos, t.m
T = tempo de compactação do sedimento depositado,
. d d' anos
to sendo obtida com base no tipo de
K = constante que depende da granulometna o se ,men ' ope-
ração do reservatório (tabela 11.s)
Ln= logaritmo neperiano
Os valores dos coeficientes das equações de "fi , "fr e K foram transformados para uso no sistema
4
métrico, a partir das tabelas apresentadas no sistema inglês por Strand (1:17 )- , .
As frações, ou porcentagens, p, ,pme p,devem ser obtidas das compos1çoes medias das curvas gra-
nulométricas de análises do sedimento afluente. Considera-se, para obtenção de valores médios, as
quantidades de sedimento em suspensão e de arrasto com os valores das descargas sólidas calculadas.
Frações de pedregulho, geralmente pequenas, são adicionadas às areias para efeito de cálculo.
A equação 11.21 calcula o peso específico aparente médio de cada camada específica.
A equação 11 .22, sugerida por Carl Miller, do USBR, deve ser utilizada no cálculo do peso especí-
fico aparente médio em T anos das diversas camadas.

Tabela 11.2 Tipo de operação de reservatório (Fonte: Design of Small Dams, U. S. Bureau of Reclamation) (St d
1ITT~ ~.

Tipo Operação do reservatório

Sedimento sempre ou quase sempre submerso

2 Depleção do reservatório de pequena a média

3 Reservatório com consideráveis variações de nível


4 Reservatórios normalmente vazios

, · w e K para cálcul 0 do peso espe 'f·


Tabela 11.3 Constantes
e, ico&aparente
reservatono, de uso no sistema métri co (C arvalho Cathar' em fun çao
- do tipo de operação do

Tipo de operação de Argila


mo, 1991, Strand, 1974)
Silte
--
reservatório Areia -
WC Kº wm Km w. K.
1 0,416 0,2563 1,121
2 0,561 0,1346
0,0913 1,554 º·º
- ~88 o,o
1,137
3 0,641 1,554
0,0
1,153
4 0,961 0,0
1,169
- 1,554 º·º
0,0
1,554 .
º·º *
Capítulo 11 PREVISÃO DE ASSOREAMENTO EM RESERVATÓRIOS 0 425

Peso específico aparente estimado


Na falta de dados de 1 . - - d C\
granu ometna e da carga sólida em suspensão e de arrasto para a ava1iaçao e\Y.a,),
ad ota-se um valor · d d D d
- aproxima o, o que realmente não é considerado tão adequa o. e acor o com as
equaçoes pode-se aval· . • e , 1 , d
tado em função d 0 f1 iar
d a variação
_ do peso específico
, . aparente da segumte 1orma, va or que sera a a-
P0 e operaçao do reservatono ,(Carvalho e outros, 2000):
0
• Se, sedimento for somente argila, então .Yap variará de 0,42 a 0,96.
• Se o sedi t fi ' . · · , '
. men o or somente silte, então 'Yap variará de 1, 12 a 1, 17.
O
• Se sedimento for ·somente areia, en'tão Yap será igual a 1,55, não havendo compactação.
nd
• Te o-se uma composição de iguais porções de argila, silte e areia, tem-se uma variação de l ,02
a 1,22 t/m 3 •

Como _ indica - nos pequenos reservatonos


. çao, , · o material
· predommante
· / que fiica d eposi·tad o e' are-
nas?; _entao, arbitr~-se Yapentre 1,4 a 1,5 t/m 3 ; nos reservatórios de porte médio pode-se ter uma com-
posiçao c?m 'Yap variando de 1,2 a 1,4 t/.nr'3, enquanto para grandes reservatórios, onde somente peque-
na qua~tidade de finos passa pelos condutos e vertedouro, esse valor pode variar de 1, 1 a 1,3 t/m'l. O
conhecimento da bacia e da qualidade dos sedimentos existentes pode permitir ao técnico fazer
melhores avaliações (Carvalho e outros, 2000).
Zhou Zhide (1998) apresenta os valores das tabelas 11 .4 e 11.5 como indicação de avaliação deYap·

Tabela 11.4 Peso específico médio aparente inicial de depósitos em reservatório, em t/m3 (Zhide, 1998)
Tipo de operação de reservatório Argila· D < 0,004 mm Silte 0,004 a 0,062 mm Areia 0,062 a 2,0 mm
Sedimento sempre ou quase sempre submerso 0,416 1,120 1,550
Depleção do reservatório de pequena a média 0,561 1,140 1,550
Reservatório com consid!?ráveis variações de nível
-- 0,641 1,150 1,550

--
Reservatóriot: n,m~a1rnente vazios 0,961 1,170 1,550

Tabela 11.5 Peso específico m édio aparente de longo prazo de depósitos em reservatórios, em t/m3 (Zhide, 1998)

Sedimento Granulometria (mm) Peso específico aparente (t/m 3)

Argila < 0,005 0,8 a 1,2


Silte 0,005 a 0,05 1,0 a 1,3

Areia média e fina 0,01 a 0,5 1,3 a 1,5

Areia grossa e pedregulho fino 0,5 a 10,0 1,4 a 1,8

Pedregulho médio >10,0 1,7a2,1

Peso específico medido


Para medição do peso espec1'fiico aparente de depósitos formados em reservatórios existem dois pro-
cessas o direto e o indireto. . . . . .
' . d" · situ utiliza-se um medidor nuclear, tipo radioativo de densidade.
No processo direto, ou ito zn ' . . .
· d' t ti.1.
1za-se coletar uma amostra mdeformada com um equipamento tipo gra-
N O
. processo m ire u_ 1 e da amostra, levar a mesma à estufa e determinar o peso seco.
O
v1dade ou piston-core, medir vo um 'rias posições do reservatório para verificação do peso especí-
E .
ssas medidas devem ser
fico e obtenção do valor med10 (Ca
e•: .
i:: tu adas em va
rvalho e outros, 2000).
pRÁTICA·~---
426 0 HIDROSSEDIMENTOLOGIA

'l"da colll o temPº do transporte de sedimento ,


11 7 7 Aumento da descarga so I nto ou variaçdão, ·do ao aumento do uso-do s01:
. . , 1 item 9.S ..:1, ª o aume ' de ser ev1 d uso doso1o e, a princi ,
topo O 1
Conforme mostrado no capitu O 9 ' • Este aumen umento Pa
,. . - na bacia. . dO que o a
conseqüencia do aumento da erosa0 •do verifica ,
da precipitação e da vazao- na b aci·a · Tem si 1 'd ar uma taxa R para aumento do
O

- - cons1 er
causa do aumento da erosao. . , . deve, entao, ·
. ão variave1s,
A equação 11.9, CUJOS termos s inte forma:
deflúvio sólido anual, podendo tomarª segu D >< E (11.24)
s == "li
1 ap
O ASSOREAMENTO OE
11.8 MODELOS PARA AVALIAÇAO O .
RESERVATÓRIO

11.8.1 Geral . - s mais tradicionais de um estudo


, rio é uma das ap1icaçoe .
A avaliação do assoreamento de um reserva to . _ d d' t ibuição dos sedimentos com o tempo ao
· venficaçao a is r •
sedimentológico. Interessa so bremaneira ª d , ·t0 no pé da barragem, bem como a vida útil
, · e a determmaçao
longo do reserva tono · - da altura de epoSIt ssa a constituir um problema para a
do aproveitamento, considerado quando o assoreamen Pª °
operação. c. . . · , · d t 't lo os reservatórios apresentam d'11eren
e t es fiormas d e d eposlto
' ·
e.orno 101 vistodno·m1c10
fl
es e cap1 u , . • · - d
· d or di·versos fatores Em decorrência as imphcaçoes e determma-

de sematemática
ção
d1mentos, sen o m uencrn o p ·. .
são complexas. Podem ser citados como fatores a vazão e O fluxo de sedimentos'. carac-
terísticas granulométricas, regras de operação do reservatório, forma e tamanho do reservatório, eva-
poração, distribuição da afluência e porte de tributários no reservatór io, além de outros já citados.
A teoria da Hidráulica para o transporte de sedimento normalmente ,,-:s-, ige muitas simplificações para
avaliação do assoreamento de reservatório. Por outro lado os cálculos n ,,i, L, :::áticos são muito trabalhosos.
Historicamente, métodos empíricos foram os primeiros a serem desen voh·idos, mas na época atual, pela fa-
cilidade de uso do computador, os métodos anaHticos começam a ter rnaior importância.
" Segundo Annandale_( 1987) na,ocasião eram conhecidos 22 métodos, quase todos empíricos e somente
tres deles com uso operac10nal: o metodo de Borland & Miller , de 195 8 , 0 d e M enne' & Kne · 1, d e 1959, e o de
Bor1and, de 1970.
O método semi-empírico mais conhecido foi desen 1 ·d O
Strand (1974) do U.S. Bureau oFReclama( d d v~ vi por Borland & Miller, divulgado por
, {} zon, sen o enommado de " , t O d , . d
área" que será apresentado neste capítulo com· · d, . me o empmco de redução e
o exemp1o e ltaipu É tT 1 d .
Um segundo processo empírico des .d · u iza o mundialmente.
. . , . ' envo1v1 o por Borland , O " , ,,
CUJOS prmcip10s serão aqui apresentados. ,e metodo de área incremental
No nosso País já foram preparados est d
d' , . . . u os e programa b d
ispomveis nas umversidades nas quais as t e- s asea os no método de Borland & Miller
. eses wram defi d. d ,
• Dissertação apresentada à Fac ld d d en 1 as:
t u1o de M estre em EngenhariauC' ª. e e Enge n hana
· Civil da UNICAMP ~ dO t'-
1
vatório de Telêmaco Borba
1 ~''.1
P~r Ayde Veiga Lopes (l 9 9 ) para obtençao
• T 'no 10 T1bagi. 3 , com aplicação para o reser-
ese e progr~ma _submetidos à COPP
em Engenharia Civil por Ma E/UFRJ para obt ~ •
vatório de Anta, Rio Paraíbar~os Borges Pereira ( 1998) ençao de grau de Mes tre em Ciênc1,1s
0 Sul, de Furnas. 'preparado com exemplo para o rescr-
Capítulo 11 PREVISÃO DE ASSOREAMENTO EM RESERVATORIOS -.,,

• em TeseEne program
h . ª _s~ b metidos
. à COPPE/UFRJ para obtenção de grau de Mestre em Ciências
seus a;en ~na Civil por Anderson Braga Mendes (2005), com aplicação para o Rio Araguaia e
drele't _roveitamentos; o trabalho analisa vários reservatórios isoladamente e o complexo hi-
, nco pela alternat1va · d e construção das barragens em função de seu assoreamento.
D os metodos anal'f A
delos de Wh" t & B 1 icos nnandale considera que o advento do computador permitiria que os mo-
conheci'do lte ettess, de 1984, e de Pitt & Thompson de 1984 seriam os de maior uso popular. É
Miller en•d re nós o SEDRES de Croley II e outros ( 1978), ' que é' baseado no metodo
, de Borland &
, cons1
onal. Se undo erando a _ d
operaçao , o reservatório e outros fatores, preparado em programa computac1- .
g , os autores esse metodo está em desuso.
F t oCutro . metodo an ªl'f 1 ico d'1vulgado no País foi desenvolvido por Lopez ( 197 8) da U mvers1 · 'd ad e d e
or O 11 ms, Colorado.
Al . Dos métodos desenvolvidos aqui no País é conhecido o modelo tridimensional de Ana Maria
vim d(l 9 s9 ),_da COPASA/MG, desenvolvido para estimativa da vida útil e dos níveis d'água resul-

.7
tantes os, efeltos d e remanso de reservatório. .
metod_o de ~ogério Campos (2001 ), da Universidade de Fortaleza, CE, denominado Three-dimen-
szona reservozr sedzmentation mode~ preparado para tese de doutorado em N ewcastle-upon-Tyne, UK, é
um mod:l~ analítico para adaptações a cada caso. Foi desenvolvido com aplicação ao assoreamento do
reserva tono de I taipu .
." 1:,- China, com os grandes problemas de erosão e rios com grande carga sólida, tem muita expe-
nencrn em estudos sedimentológicos, certamente tendo muitos métodos de avaliação de assoreamento
de reservatórios. O IRTCES, International Research Training Center on Erosion and Sedimentation, que
tem sede em Beijing e serve a toda a Ásia, deve ter experiência acumulada em estudos sedimentológi-
cos diversos.
O método analítico mais conhecido entre nós é o HEC-6 desenvolvido pelo HydrologicalEnginee-
ring Center I U.S. Army Corps q_(E ngineer.,-, qr«:: t,nn bém possibilita outros estudos, como seja a verifica-
ção do remanso do reserv:t"i:ór.io c0m i:nc.idf~;i:,n Jos depósitos, estudos morfológicos e de efeitos a ju-
sante de barragens. In íc~:;1 do ;y! dê c-·•;h d,": .1 ~:,h(\ fr:,i sendo melhorado, estando disponível gratuitamen-
te, podendo ser obtido p ::Í:ê! Lfü:~1 nH ·

11.8.2 Método de Borland & Miller


o "método empírico de redução de área" de Borland & Miller foi desenvolvido a partir do levantamen-
to sistemático de so reservatórios pelo U.S. Bureau of Reclamation e outras entidades dos EUA. Esses
levantamentos são publicados periodicamente pelo U.S. Department of Agriculture de comum acordo
com diversas agências. . . . . " . ,, .
Os estudos permitiram o traçado de curvas adimensionais ditas de enchimento , considerando
. b 'si·cos de reservatórios segundo mostrado na figura 11.13.
qua t ro t ipos a , .
Os estudos indicaram que existe uma relação entre a forma do reservatono e.ª porcentagem de sedi-
•t d longo do leito e em diversas alturas do lago, sendo essa classificação mostrada na ta-
mentos d epos1 a os aO • •
, a recíproca da declividade d a 1·mh a d esenh ad a com as profundidades
· ·
a diversas
me
bela 11.6. N essa _ t a,b e a ci·dade correspondente, plotadas em pape1 bilogantmico,
1 · , · considerando
· ,
modulos
cotas
. . em re1açao
. . a capa ( ·tem de assoreamento do reservatono · ). u m grafico
, · de I taipu , de divisao
· · - dos tipos
·
1gua1s nos d01s
, . eixos d ver i tilizado para essa defimçao,· - o que presem · d e d e mo'd u1os iguais,
· · conforme figura
de reserva tono po e s~ ~- h que definirá O tipo de reservatório calcula-se as profundidades do reservató-
11.14. Para a obtenção ª m d cota x área x volume.
.. . , d b ragem a partir as curvas , . . .
º
11 no pe a ar . de operação de reservatono ou a granulometna dos sedimentos sejam
Pode ocorre~ que O tipdo ssificação indicada na linha da figura utilizada. Nesse caso deverá ser
1a
co 1 t
- mp e amen te diferentes d a c onhecimento local para ava1·iar o tipo . d e operação de reservatório
feito um J. ulgamento basea O no c
Strand 1974).
mais a<lequado para o caso ( '
GIA PRÁTICA.
4~2~8~02_
• _!jH~ID~R~O~S~S:?_!E~D~l.!!M:;E:.:..:N:...:.T...c.O_L_O_

o
·;::
-o 100
1ií
Q)
90
1/)

& 80
o 70
-o
Q)
-o
(1)
60
:!:! 50
-o
e:
::, 40
õ
o.. 30
Q)

-o 20
E
Q)

i'
i: 20 30 40 50 60
_
do sed1men êa>
to Depositado
, o
m devo Ium e de sedimento, segundo
10
a.. Percentag~m rsus porcen~age Alfredo Costa).
ntagem de profundidade v:ho reproduzido por
Figura 11.13 Curvas de pdor&c~iller (Strand, 1974) (dese d & Miller (Strand , 1974)
Borlan , . método de Borlan . _
f o de reservatono no Classif1caçao
Tabela 11.6 Valor de m, classificando o ,p m De zonas planas

Tipo de reservatório 3,5 a 4,5 De zonas de inundação a colinas

li1 2,5 a 3,5 Montanhoso


1,5 a 2,5
Ili De gargantas profundas
1,0 a 1,5
IV

Q)
"C
(1)
"C
ue:
-
-~ ril1Jr~ti ~r~:~}~::::~
::,
o
ct ~r-' _ 1
/ - · -- V J_ _
1
_.. , "'.'. - _,3,5< m<4,5(tipol) J- -,-.- -
1; r il ' · l . - 1 ,-,-

r-:-- .
7J7~
~t

l
1

Gráfico Profundidade x Volume para

O, 1 ~ ~ - - 1 . - L.L.!....i..l...4--
1 ....L._....L._.L....J........w...'t-- 1 1 ~•~r1minaç
1L...-...JL-L...J..-1.....LJ..J..l ão ~o,"".", ~• ,~ serv~lór:o
1
---L--.1.-L...L..L..L.LL+ --
,
L_-'-----'-'--'----'--'-'--1
1 11 1
0,1 10 100 1 ººº 10 000
_ . , . Volume 74)
Figura 11.14 Classificaçao do tipo de reservatono segundo o tipo m no método de Borland & Miller (Strand, 19
(desenho reproduzido por Anderson Braga Mendes).

A equação básica do método é a seguinte (Strand, 1g7 ):


4

S == f~o A . dy + fH K . a . du
Yo "J
-~•'J,JI L U I U 1 1

Sendo:
S= deflúvio
. sól"di o total
o= altitude z . . a ser
- d epositado
• -no reservatório
.
ero ongi 1 ,
altitud na na barragem
Yo= , e zero b
na . arragem d epois . d o período considerado com fluxo de sedimentos
area da superf]'
A= . icie do res , .
dy= mcrement d ervatono
0 e profundidade
H= profundidade total d , . -
coristante d reservatono no NA normal
K= para um dade proporc10 n ard i ª d e para conversao- de areas
, .
relativas .
de sedimento em áreas reais
a - , o reservatório
- area relativa de sed.imento
I ntegrando e simp rificand º ª equação 11.25, tem-se:
( 11.26)

Sendo:
Va= v.olume
, relativo
. do r eservatono
, . na nova profundidade zero
area relativa dor eservatono
, . na nova profundidade zero
vo1ume .total do r eservatono
, . na nova profundidade zero
profundidade original do reservatório
Ao = área total
. do res
. erva t,ono· n~ nova profundidade zero
Introduzindo dois novos termos, tem-se:
1- V ( 11.27)
- p
hp---
ap

e
(11.28)

pSendo:
= profundidade r elativa, isto é, qualquer fração da profundidade medida acima do leito
= volume total do reservatório na profundidade pH
. VpH

ApH = área total do reservatório na profundidade pH


Pode ser. verificado da equação 11.27 que .hp é iguàl a hp' na altítude do novo zero Yo.
As curvas de "enchimento" da figura 11.13 deram origem às curvas de "projeto", segundo mostra-
do nas figuras 1 1. 15 e J 1. J 6, que servirjio, respectivamente, para o cálculo da altura de depósito no pé
da barragem e para a avaliação da distribuição de sedimentos ao longo do reservatório e a diversas alti-

tudes.
E uações das curvas de profundidade relativa versus área relativa (figura 11. J 6): (11.29)
q I 85 )0,.'36
Curval: Ap==5,047·P' (1-p
( 11.30)
o 57 )0,41
Curva II: Ap == 2,487 · P ' (l- P
(11.31)
32
115( )2,
Curva III: A p == 16,967 · P ' l- P
(11. 32)
-O 25 )I, .'3 4
C urva IV: A p == J,486 · P ' (l- P
LOGIA PH"' ' ,-
430 0 HIDROSSEDIMENTO

1 000

100

10
o.
:e
Q)
,:,
<U
,:,

e:

a. IV

0,1

0,8 0,9
0,7
05 O' 6

o,01 0 1 o2 o,3 o,4 d'd~de Relativa (p) to no pé da barragem, segundo


o, · Profun I d sedimen )
. de depósito e_ or Alfredo Costa .
ra determinar a profund1da~!senho reproduzido p
Figura 11.15 Curvas pad_& Miller (Strand, 1974) (

Borlan 2,2
2

1,8

1,6

1,4
ro
1,2
ro
Q)
c:r: 1
ro
,.._
(1)
0,8
-<
0,6

0,4

0,2

o .f,,::::::.......j_...,4____-+--+-......_+-~i------+---+___.--+____.~
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00

Profundidade Relativa (p)


Figura 11.16 Curvas de profundidade relativ_a versus área relativa para avaliação da distribuição de sedimento
em reservatório, segundo Borland & Miller (Strand, 1974) (desenho reproduzido por Alfredo Costa).

Os dados básicos para a avaliação do assoreamento são os n ' • l . t , tºicos do re--


, . ,
serva tono, as curvas cota X area e cota X volume os valores d d 1ve1s e vo umes
. carac ens
éd' peso e~,,
,
pec1fico aparente me'd'10 dos depos1tos
, · e a efic1encia
.,.. ' de ret - ed escarga
. sólida total m ia,do uincll'
to anual na produção de sedimentos. ençao e sedimentos, além da t axa e 8
31
Capítulo 11 PREVISÃO DE ASSOREAMENTO EM RESERVATÓRIOS 0 4

11.8.3 Método de Borland


O. método
d de inctementO d e area
, pode ser utilizado quando a curva de hp , não mtersecta
· a curva hp para o
tipo e reservatório d e t ermmado,
· sendo, então, utilizado para est1mat1va da nova profiun dºd
. · 1 ad e zero
d a barragem A equa - b, .
· çao as1ca deste método é (Strand, 1974):
( 11.33)
S=A 0 (H-y 0 )+V0

na qual todos os termos e:1 oram d e fim1dos


· · de re d uçao
• empírico
no método - de area.
'
, O exame desta equação mostra que, ao se adotar uma área de depósito de sedimento, esta se man-
tem conS t ante em todas as profundidades do .reservatório. A curva de hp, tracejada na figura 11 -15 , foi
plotada para que seja adotada no método de incremento de área.

11.9 DEPÓSITO NO VOLUME DE ESPERA


Normalmente os depósitos que se formam em reservatórios ficam submersos abaixo do nível máximo
de operação. No entanto, em reservatórios onde é previsto um volume de espera, isto é, um volume re-
servado para controle de cheias acima do nível máximo normal, pode-se esperar que o nível do lago
p_ermaneça por tempo significante dentro da variação planejada. Nesse caso pode ocorrer que os depó-
sitos tenham comportamento diferenciado devendo ser verificada a distribuição de sedimentos nesse
volume de espera.
De acordo com o trabalho apresentado por Strand ( 197 4) a figura 11.1 7 representa a plotagem de
dados obtidos de 11 grandes reservatórios de planícies de operação planejada com volume de espera e
que pode ser utilizada como guia na estimativa de depósito acumulado acima no nível máximo normal.
Sedimento depositado no volume de espera de enchentes
100 ~ - - - - - ~ - -- -- - r - - - - - - ,
y = 5,4709:(Sr) º·54 º9
2
R :c 0,7101

10 100
0,1
Sedimento relido no volume de espera(%)

. 7 Sedimento depositado no volume de espera de enchente (Strand, 1974).


Figura 111
.
ºd reparado com pequeno número de dados, deve ser utilizado como estimati-
0 gráfico ' ten.d o s1 o p ,ia feito algum Julgamento
. basead o na operaçao
- d o reservatono
, . e na
va, sendo conveniente que seJ .
natureza do sedi~entod afl_uden;:~o índice de volume de cheia (".flood pool index"), considerado como in-
\
O
0 t er mo ' aqw tra uzi d;.r,_ ça entre os nívezs· maxzmo
, ·
e mznzmo
' · dovo lume de espera em re1açao
- a' pro-
, . , 1
cogmta , e ca cu ladocomoa 7:;eren d , ld''
l e multiplicado pela porcentagem e tempo que o nzve agua permane-
) . . . J
fiundzdade abaixo ao n
ível desse vo um ,
cerá dentro dos limites do volume e esr .
. .
d :1iera NO eixo dos x tem-se a porcentagem de sedzmento retzdo no volume

de esj>era.
432 0 HIDROSSEDIMENTOLOG~ J esMra >< % tempu •w - ·
lume ae 'J'
Altura do vo de espera
, . - . e do volume
Jndice de volume de cheta - projundzdad
, TOS , . -'"orrnado
1
nas cabeceiras é u' t·l
· EPOSI vaton° ' 1
11 •1O DECLIVIDADE DOS D . rn urn deIta de reserrn os depósitos. Esse
. remanso
. . que se
. . d d depósitos e eleva co asiona1s, preJud1cand 0 à
A determinação da dechv1da e os anso que se nchentes oc , s
r
para ajudar na determinação da m , .
ha de rern
ontante u
d rante e
altera pode provocar elevação de niveis ª rn opriedades. . empírico baseado em dados dele~
. . • }tura ou pr dirnento
vezes, áreas margma1s com agncu · . d é urn proce
~ d delta am a . tentes. ·1· d
Essa avaliação de formaçao O vatórios e:x1s calculada ut1 1zan o a equaça~
. d por reser ) pode ser o
vantamento de depósitos forma os . ( r figura 11. l
A declividade da linha de topo ou superior ve rte de sedirnentos:
· , · do transpo
de Meyer-Peter & Muller para inicio
Q ( n D )s/2
0,19 -Q ?76 ( 11.35)
s == p

Sendo:
s = gradiente hidráulico
Q = descarga líquida, ft / s
3

3
!l1= descarga sólida do leito, ft / s
n = coeficiente de Manning
D = diâmetro característico do material do leito no qual 90% é mais fino, mm
90

D = diâmetro médio, mm
p = profundidade média, ft
A declividade da linha superior também pode ser calculada pela equação de Schoklitsch para des-
carga do leito nula:
S/4
S= 0,0002; Dx L ( 11.36)
( )

Sendo:
D= diâmetro médio das partículas do leito, mm
L= largura da seção transversal, ft 2
Q= descarga líquida, ft 3 / s
A descarga líquida a ser utilizada ness as equaçoes
~
é d
carga na qual o fluxo do canal do rio alcança a escarga dominante que é considerada ades-
enchente anual.
. ª parte Superior da margem ou a d escarga me'dia de
Tem sido verificado que essa decliv'd d d .
. d . , 1 a e a lmh d
xima amente igual a metade da de l' . a e topo na · • , .0,
cálculos. A parte final dessa linha fic::;ida?e original do leit~. E:a1ona dos reservatório~, sera_ap~os
original. na interseção do n' , . e valor serve como venficaçao .
ive1max1mo d 0 , . . h d0 leito
O ponto de escorregamento (pivot) tem s . reserva tono e a hn a
te da operação do reservatório e da d l' _ua posição entre a r
nível mínimo normal ou próxim ec iv1dade da linha d s inhas de topo e frontal sendo depenckW
o, quando e topo n , , d 1111
nao houver volu a areado delta. Pode ficar situ,1 o
rne de espera.

1
Ca ítulo11 PR -
- EVISAO DE ASSOREAMENTO EM RESERVATÓRIOS 0 433

Foi ainda verificad O


<lendo ser mai que a declividad ji z , - , . . -
d d d orem alguns cas e ronta medza e 6,5 vezes mais que a dechv1dade de topo, po-
a e e topo) (Strand, 1974 ) os (no Lago Meade a declividade frontal é 100 vezes maior que a declivi-
A figura 11. 18 re r .
r
lação à d 1 ·d P esenta uma co
_ ec_ ~1 ade de topo ar d.
ç~o. A dechv1dade de topo lc
mparação da declividade original do leito do curso d'águaem re-
ª iversos reservatórios dos EUA e que pode ser utilizada nessa avalia-
no baseado nesses dado (ICoOmumente adotada como sendo igual à metade da declividade original do
s LD, 1989).
1,0E-01
-
1---
.
>---
f--_ ,
L
1"'
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2E:::= 3
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-ê '-----
1/
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g-1,0E-02 / l
f.::.
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Cll
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V
CD
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.{g 1,0E-03
:~ :---
,,,
;~
. "

oCD . .
o l.i
L/ 1... , "' Declividade da linha de to~o
Curva % do original
1/ 1... 7,-~ , • \j
1 100

1,0E-04 V
1,0E-04
1/
/
i,
2
3
50
20

1,0E-03 1,0E-02 1,0E-01 1,0E+00


Declividade Original do Curso d'Água (mim)

Figura 11.18 Declividade da linha de topo em relação à declividade original do curso d'água (ICOLD, 1989).

11.11 APLICAÇÃO PARA O RESERVATÓRIO DE ITAIPU


11.11.1 Geral
Neste subitem será mostrado exemplo da previsão do assoreamento do Reservatório de ltaipu, a partir
de dados fornecidos pelo DMAA, Departamento de Meio Ambiente Aquático, de ltaipu Binacional.
Serão discutidos a qualidade dos dados, os resultados finais e apresentadas recomendações gerais e
conclusões. Para desenvolvimento deste trabalho foram considerados dados de medições de descarga só-
lida e de granulometria do sedimento :r~nsportado, de v~z_ões naturais, bem co~o de alguns dados de
projeto, como cotas e volumes caracter1st1cos do reserva tono, tabelas de cota x area e cota x volume e
informações diversas.
A forma didática aqui apresentada, além ,de ser demonst~ati~a de um método _de trabalho, per-
. • mpanhados os diversos calculos para aphcaçao em outra avaliação de assorea-
mite que seJam aco , ., . .
, · Algumas fases de calculo Jª foram apresentadas, mas aqm repetidos com <la-
mento d e reserva t ono.
dos de I taipu.

11.11.2 Dados disponíveis


. truída no Rio Paraná, está localizada a montante da confluência com o
A Barragem da UHE_Ita~pu,dcoFns do Iguaçu e Ciudad del Este, entre Brasil e Paraguai. O fechamento
R10. Iguaçu, nos Mumci'pws e. ,oz. d r.ormação do reservatório foram realizados em 13 de outubro de
,1 b
uas comportas da arrage
m e m1c10 e 11
1982.

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