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Etica cidadania-PED 1 12 v2
Etica cidadania-PED 1 12 v2
PÁGINA
ÉTICA E CIDADANIA
Antonio Marcos Feliciano
w w w. u s f . e d u . b r
2019
CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL
FRANCISCANA, PROVÍNCIA FRANCISCANA DA
IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL – ORDEM
DOS FRADES MENORES
ÉTICA E CIDADANIA
Presidente
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
Diretor Geral
Jorge Apóstolos Siarcos
Reitor
Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM
Vice-Reitor
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
Revisão
Lindsay Viola (Vozes)
Desenhista Instrucional
Leonora Gerardino
Patricia Sponhardi
ÉTICA E CIDADANIA
PROF. DR.
AUTOR
ANTONIO
MARCOS
FELICIANO
Doutor e Mestre em Engenharia
e Gestão do Conhecimento pelo
Programa de Pós-graduação em
Engenharia e Gestão do Conhecimento
da UFSC (PPGEGC/UFSC).
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SUMÁRIO
Caixas de Destaque........................................................................ 05
Unidade 1:
1.1 Moral e Ética: A abordagem conceitual .................................... 10
1.2 Formação e trajetória da Ética ................................................. 16
Unidade 2:
2.1 Moral e Ética: Tipologia e conduta ética .................................. 18
2.2 Ética e Sociedade: Valores e códigos de conduta social .......24
Unidade 3:
3.1 Ética e Sociedade: Ética individual e Ética coletiva no âmbito
organizacional.................................................................................. 31
3.2 Ética e Sociedade: Ética aplicada: conduta humana em grupo .
36
Unidade 4:
4.1 Ética e Profissão: O ser humano nas organizações ................42
4.2 Ética e Profissão: Ética e profissão ......................................... 51
Unidade 5:
5.1 Ética e Profissão: Valores, responsabilidade e deveres individu-
ais e coletivos nas organizações ....................................................54
5.2 Ética e profissional: Valor social das profissões......................59
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Unidade 6:
6.1 Ética profissional: Ética nas organizações ............................. 64
6.2 Ética profissional: Tendências da Ética profissional................71
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IMPORTANTE É U M E S PA Ç O D E D I C A D O A E N T E N D E R O S
ENTENDER! CONCEITOS CENTRAIS DO CONTEÚDO.
PARA E S PA Ç O PA R A Q U E S T I O N A M E N T O S O B R E
O A S S U N T O. S I T U A Ç Ã O H I P O T É T I C A PA R A
REFLETIR REFLEXÃO E COMPREENSÃO SOBRE O
ÉTICA E CIDADANIA
TEMA ESTUDADO.
M O M E N T O PA R A S E A P R E S E N TA R U M A S I -
EXEMPLO TUAÇÃO REAL DO ASSUNTO TRABALHADO
A P R E S E N TA Ç Ã O D E F O N T E S PA R A Q U E
O ALUNO EXPLORE MAIS O CONTEÚDO
PESQUISE A B O R D A D O. S E R Ã O A P R E S E N TA D O S : L I -
V R O S , S I T E S , R E P O R TA G E N S , D I S S E R TA -
Ç Õ E S , V Í D E O S , R E V I S TA S E T C .
L E I O U A R T I G O D E E X T R E M A I M P O R TÂ N -
LEIS C I A PA R A A P R O F U N D A M E N T O D O A L U N O.
LEITURA L I V R O S E T E X T O S I M P R E S C I N D Í V E I S PA R A
FUNDAMENTAL O D E S E N V O LV I M E N TO DA A P R E N D I Z AG E M
DO ALUNO.
SUGESTÃO A P R E S E N TA Ç Ã O D E L E I T U R A S I N T E R E S -
S A N T E S PA R A O A L U N O, R E L A C I O N A D A S
DE LEITURA AO TEMA.
P O N T O S F U N D A M E N TA I S Q U E G U I A R Ã O O
RELEMBRE A LU N O. S ÃO N O R T E S Q U E A J U DA R ÃO A I N -
T E R P R E TA R O T E X T O .
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FAT O, A C O N T E C I M E N T O H I S T Ó R I C O O U
CURIOSIDADES PONTO CURIOSO RELACIONADO AO TEMA
ABORDADO.
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INFORMAÇÕES
GERAIS DA DISCIPLINA
ÉTICA E CIDADANIA
ÉTICA E CIDADANIA
Objetivo geral
Apresentar a ética como valor fundamental da conduta individual e
coletiva e como prática social desejada no âmbito da família, das em-
presas e da sociedade moderna.
CARGA HORÁRIA: 72 H
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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Unidade de Estudo 1 – Moral e ética na sociedade
ÉTICA E CIDADANIA
tros aspectos que tornam sua compreensão complexa, mas essencial para o
entendimento do desenvolvimento da conduta das pessoas.
Os estudos sobre a ética e a moral têm suas origens antes mesmo de
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), que ainda hoje é considerado um dos
principais pensadores do tema, cujas contribuições teóricas e práticas são
significativas na configuração de qualquer iniciativa que busque o entendi-
mento do assunto.
Desde o período aristotélico, a sociedade muda intensa e continuamen-
te. Assim, a compreensão do comportamento humano se faz necessária
para que se entenda a extensão conceitual e prática da ética e da moral nas
relações pessoais e profissionais no âmbito da sociedade.
No seio dessa sociedade, temos grupos, países, nações, comunidades,
famílias, classes, enfim, pessoas que se conectam em torno de diversos as-
pectos, entre outros, os valores. O alicerce valorativo da sociedade é mais
amplo do que o de um grupo social, por isso dizemos que os valores de uma
sociedade refletem e influenciam os valores de suas células menores, gru-
pos sociais, famílias e outros.
Os valores são percebidos diferentemente pelos grupos sociais, entre-
tanto, é a ética e a moral que têm o papel de limitar a interpretação e con-
duta das pessoas e dos grupos sociais, por isso seu caráter é amplo. Os
valores sofrem modificações a partir do desenvolvimento da sociedade;
embora essas mudanças não sejam radicais, são perceptíveis de uma ge-
ração para outra.
Nesta unidade, abordaremos a ética e a moral a partir de uma perspec-
tiva teórico-conceitual, objetivando oferecer a você elementos suficientes
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ABORDAGEM CONCEITUAL
Uma pequena e inocente fofoca não faz mal a ninguém, aliás,
quem nunca fez isso? Levar uma vantagenzinha no trânsito maluco
das cidades e rodovias, quem nunca fez isso? Usar equipamentos
e outros recursos da empresa para realizar um trabalho particular,
quem nunca fez isso? Contar uma mentirinha, quem nunca fez isso?
Parece mesmo difícil pensar em um mundo perfeito, em que todos
tenham comportamento ético, reto, sem verdadeiramente levar
vantagens sobre os demais.
As contradições e incertezas apresentadas no contexto da socie-
dade, faz com que a humanidade busque cada vez mais explicar sua
realidade por meio de atributos éticos e morais, que fazem parte de
qualquer grupo social, da vida de qualquer pessoa, em qualquer si-
tuação. Os valores sociais comumente limitam as pessoas em suas
ações, pois todo valor social apresenta consigo uma sanção, por
isso seu caráter limitador ao comportamento humano.
A figura seguinte apresenta a incerteza como elemento perma-
nentemente presente na vida humana.
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Figura 1.1: Incerteza humana
ÉTICA E CIDADANIA
Fonte: Pixabay (2019).
A incerteza acompanha o homem desde os primórdios, fazendo
parte da evolução da espécie e do domínio humano sobre a natu-
reza. Foi por meio da capacidade humana que os recursos naturais
foram gradativamente sendo utilizados para garantir sua sobrevi-
vência, que ocorreu desde a geração de energia elétrica, passando
pela moradia, alimentação, segurança, criação de medicamentos,
entre outros usos.
Não devemos perder de vista que, de fato, o homem travou ba-
talhas homéricas contra a natureza, pelo menos em um passado
recente. Devemos destacar que, durante toda a sua história, o
grande inimigo do homem sempre foi ele mesmo, por isso a incer-
teza de continuidade da espécie se mantém presente até os dias
atuais.
Até certo período da humanidade, a virtude pessoal significava
um verdadeiro atestado de segurança relativa à honra individual,
garantindo prestígio social aos virtuosos. O resgate da ética para
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ÉTICA E CIDADANIA
ber que as pessoas fundamentam seus projetos de vida em valores
sociais morais. Em outras palavras, o comportamento individual é
parametrizado pelos valores morais coletivos.
A amplitude dos valores morais é sintetizada por Passos (2006,
p. 22), ao considerar que os valores estão presentes em todas as
ações e relações humanas, possuindo aspectos “[...] estéticos, po-
líticos, jurídicos ou morais”. A materialidade da ética é evidenciada
nesse tipo de relação a partir de vários pontos de vista.
Você pode pensar que é possível haver razoabilidade na taxa de
lucro em uma relação econômica, ou, também, que não é ético en-
ganar as pessoas no contexto econômico. Por isso, relembramos
Passos (2006) ao considerar que toda ação humana possui algum
valor moral que fundamenta o comportamento.
Nessa direção, Sá (2010, p. 3) aponta que a ética “[...] envolve
os estudos de aprovação e desaprovação da ação dos homens”. O
autor ainda complementa que a ética também envolve a análise da
vontade e o desempenho virtuoso das pessoas a partir das suas in-
tenções e atuações, seja do ponto de vista individual, ou sob o pris-
ma das normas coletivas.
Na direção conceitual, Cortina e Martinez (2005, p. 9) eviden-
ciam que a ética “[...] é um tipo de saber normativo, isto é, um saber
que pretende orientar as ações dos seres humanos”. Nesse sentido,
por meio da ética é possível propor soluções concretas para proble-
mas concretos.
A ética pode ser considerada como um braço operacional da mo-
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ÉTICA E CIDADANIA
mente no emprego dos termos que se percebe as diferenças, a ética
é uma espécie de “examinadora da moral” para manter o caráter
civilizador às nossas ações. Isso ocorre, segundo Passos (2006),
porque a Ética permite a reflexão e a teorização da conduta humana,
tendo função fundamental nas nossas atitudes diárias, corriqueiras,
pois ela regula o comportamento humano.
Com isso, você aprende que a ética e a moral são mutantes no
sentido de mudar conforme o contexto social. Se o Brasil da década
de 1950 era muito diferente do Brasil de hoje, então a ética e a moral
sofreram mudanças. Como se trata de comportamento associado a
valores culturais e a outros aspectos sociais, você deve pensar que
as mudanças não são estanques, isto é, não há um rompimento defi-
nitivo entre os padrões éticos e morais de um período em relação ao
momento subsequente, pois se trata, na verdade, de um processo
permanente de construção.
Nesse sentido, é correto afirmar que a ética e a moral se confor-
mam com a função de facilitar a convivência em sociedade. Assim,
Aristóteles e outros pensadores que se debruçaram sobre o tema
ainda estão muito presentes na sociedade atual.
Por exemplo, um indivíduo pode não perceber que há problemas
em usar os recursos da empresa onde trabalha para realizar ativida-
des de caráter particular. Outro, é capaz de utilizar um veículo pú-
blico para ir ao supermercado fazer suas compras pessoais. Enfim,
a partir da materialidade da ética, você pode promover reflexões,
adaptando o conceito à sua realidade.
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Aristóteles
384 a. C – 322 a. C
Sócrates Platão
470 a. C – 399 a. C 428 a. C – 347 a. C
Hans-Georg Gadamer
Martin Heidegger ÉTICA 1900 – 2002
Hannah Arent
1906 – 1975
ÉTICA E CIDADANIA
relação entre os homens e os recursos naturais, quanto o homem
em suas relações no âmbito familiar, no trabalho, na vida social, en-
fim, em qualquer espaço da sociedade.
A seguir, vejamos o ambiente da ação e conduta humanas e onde
ocorrem seus relacionamentos (Figura 1.3).
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Passos (2006, p. 23) afirma que uma brusca ruptura nas normas
sociais influencia o modo de agir das pessoas, que, “[...] a princí-
pio podem parecer absolutamente individuais, por consistir em
uma ação praticada por um sujeito, a partir de um posicionamento
no mundo e de uma decisão por ele tomada”. O fato, considera a
ÉTICA E CIDADANIA
autora, é que a sociedade possui níveis de tolerância para atos de
injustiça social. No entanto, quando ameaçadas a sobrevivência da
espécie ou as condições mínimas de convivência, a sociedade res-
gata a moral e a ética como formas de redirecionar as ações e exigir
a resolução dos problemas.
Quando falamos no resgate da ética e da moral, estamos falando
claramente que a sociedade evolui, que o conhecimento humano é
cumulativo e complementar. Assim, a sociedade se desenvolve de
acordo com padrões aceitáveis e, mesmo individualmente ou cole-
tivamente, a exclusão social e o progresso científico e tecnológico
possuem níveis de aceitação por parte da sociedade.
Dessa forma, podemos falar em liberdade individual e ética
individual sob uma configuração social estabelecida, posto que
a ética coletiva, impregnada pelos valores morais, é superior ao
desejo individual que, de alguma forma, manifesta algum tipo de
injustiça social.
Pelo apresentado, fica fácil compreender que a ética individual
é severamente limitada pela ética coletiva. No dizer de Passos
(2006, p. 25):
Os valores morais dominantes não são decididos voluntariamen-
te por sujeitos individuais; eles emergem da própria experiência do
grupo humano [...]. Ao serem socializados, vão-se tornando consen-
so entre os membros da sociedade.
Por isso, é possível comparar a ética e a moral ao comportamen-
to das pessoas em relação ao código penal, em que a ação individual
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ÉTICA E CIDADANIA
em seus precursores, o código de ética.
CONFLITO DE
ÉTICA E CIDADANIA
INTERESSES
O grande problema existen-
te é quando uma pessoa priori-
za seus interesses individuais,
relegando ao segundo plano
os interesses ou as necessida-
des do grupo.
HONESTIDADE E JUSTIÇA
Esse aspecto tem relação com honestidade e transparência nos
relacionamentos entre as pessoas e atos institucionais, que devem
priorizar o justo.
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COMUNICAÇÃO
Esse aspecto trata da ca-
pacidade de informar cor-
retamente os atores que
mantém algum tipo de rela-
cionamento com a empresa.
Uma marca pode ser reco-
ÉTICA E CIDADANIA
nhecida pela honestidade
que transmite ao mercado.
RELACIONAMENTO ORGANIZACIONAL
Cada colaborador possui grande responsabilidade em seus re-
lacionamentos internos e externos, pois é portador de uma marca.
Empresas que praticam atos antiéticos, como o plágio, enfrentam
dificuldades em todos os níveis do mercado.
SOCIAL
Quando estamos em família, partilhamos de valores comuns e
aceitos por todos, pois é com base nesses valores que os indivíduos
são educados. Entretanto, na medida em que as pessoas crescem
e ampliam seus relacionamentos com outras pessoas e grupos so-
ciais, seus valores passam por mudanças – sua visão de mundo se
amplia, sofrendo modificações e, em muitos momentos, acontecem
conflitos com os valores familiares. Por isso, é ainda no âmbito fa-
miliar que a pessoa deve ser preparada para enfrentar diferentes
valores sociais.
A figura a seguir representa a fase inicial de qualquer pessoa: a
infância, quando valores familiares são absorvidos.
ÉTICA E CIDADANIA
afirmar que as empresas são mais racionais em sua forma de fun-
cionar e em seus relacionamentos do que as famílias.
ÉTICA E CIDADANIA
muito importante para os resultados das empresas.
Primeira opção
Aceitar o modo como a empresa faz negócios e tentar se adaptar,
sem ficar pessoalmente envolvido em decisões antiéticas;
Segunda opção
Procurar emprego em outro lugar e deixar a organização;
Terceira opção
Aprender a ficar sozinho significa ser a pessoa que tenta mudar de
dentro a organização antiética. Esse papel é extremamente estressante
ÉTICA E CIDADANIA
Aceitar a
situação
Deixar a
empresa
Fazer algo
a respeito
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ÉTICA E CIDADANIA
tificados nas empresas que se preocupam com sua imagem no mer-
cado, principalmente em relação ao seu público-alvo.
sociedade.
Mas, afinal de contas, o que é valor? Passos (2006, p. 52) afirma
que a palavra valor, “[...] do latim valore, é a qualidade pela qual nós
escolhemos alguma coisa em detrimento de outra”.
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ÉTICA E CIDADANIA
3.1 ÉTICA INDIVIDUAL E ÉTICA COLETIVA
NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
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ÉTICA E CIDADANIA
grupos sociais criam seus códigos de conduta ou de procedimentos
éticos, justamente para evitar com que o individualismo deturpe a
ética, e, portanto, tenhamos relações estabelecidas em interesses
momentâneos, fragmentados pela visão individual, pessoal, em de-
trimento do bem coletivo. Na sociedade e nas empresas, o coletivo
deve estar permanentemente atento ao individual, para que este
são se sobreponha ao primeiro.
Nesse sentido, Sá (2010, p. 53) destaca alguns aspectos que de-
vem ser de responsabilidade de cada um, evitando que práticas in-
dividuais se sobrepunham ao interesse coletivo:
5 Não matar.
7 Não roubar.
ÉTICA E CIDADANIA
condenarem esse tipo de ação. Quando se aborda esse assunto,
devemos ter claro que atos de corrupção fazem parte da história
humana, pois as pequenas ou grandes ações de corrupção são
desdobramentos da conduta meramente antiética. Em alguns
países, ao serem descobertos, os corruptos cometem suicídio,
pois sabem que a moral coletiva condenará não somente o cor-
rupto, mas também seus familiares. Em outros locais, os corrup-
tos, mesmo depois de pegos, declaram inocência. Nesses casos,
certamente a moral social não é rígida e consistente o suficiente
para condenar o corrupto. Também nesses casos a própria legis-
lação criminal costuma ser branda com os antiéticos.
As regras de conduta têm um papel importante no controle
do comportamento individual, pois é da natureza humana pensar
primeiro no bem-estar pessoal, para depois agir em benefício co-
mum e por isso as pessoas faltam com a verdade, desrespeitam
os valores sociais estabelecidos, manipulam regras de convivên-
cia, estabelecem alianças por interesses particulares. A capaci-
dade de raciocínio humana pode ser empregada para ações boas
ou más. Dessa forma, o coletivo atua sempre sobre o individual,
limitando sua ação.
Convenhamos, é bastante simples raciocinar sobre o papel do
que chamamos de hierarquia ética ou controle da conduta ética
coletiva sobre comportamento individual, pois já tivemos muitos
exemplos de indivíduos ou grupos que tentaram fazer com que a so-
ciedade ou a coletividade tornasse legítimas suas práticas. Em resu-
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ÉTICA E CIDADANIA
Fonte: Pixabay (2019).
Só uma olhadinha! Essa é uma expressão conhecida quando
as pessoas fazem uso do aparelho de celular em situações em
que não deveria cometer tal ato. No trabalho, no lazer, na igreja,
na escola, no volante, no restaurante, enfim, as situações são di-
versas. Como dissemos, algumas são proibidas por lei, e outras,
convenhamos, constrangedoras, isto é, condenadas pela moral,
mesmo assim, as pessoas simplesmente o fazem. Quer dizer, a
vontade individual suplanta a moral coletiva, entretanto, a con-
denação não é somente velada, pois as demais pessoas podem
também executar a mesma ação.
Você sabia que empregados norte-americanos perdem 5 horas de
trabalho por semana usando o celular para fins particulares? Usar ce-
lular no trabalho pode gerar demissão, e mais, por justa causa. Aces-
se o endereço e confira novidades e curiosidades sobre o assunto:
http://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/reda-
cao/2017/08/07/celular-no-trabalho-pode-gerar-demissao-numero-
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Foco
Permaneça focado no ambiente em que se encontrar.
ÉTICA E CIDADANIA
pessoa, que é influenciada por eventos múltiplos que ocorrem em
seu cotidiano.
Apesar dessa complexidade, as pessoas interiorizam os valores
familiares, profissionais, sociais, que definem sua conduta e limitam
que seu comportamento se torne completamente diverso ao dos
demais membros da sua família, trabalho ou grupo social.
É importante observar que toda sociedade, por mais rudimentar
e simples que seja, transfere seus valores por meio das suas insti-
tuições sociais, como a escola, a família, a igreja, entre outras. As
instituições sociais assumem papel fundamental na disseminação e
configuração do comportamento individual socialmente aceito, por
isso você dificilmente vai perceber grandes discrepâncias entre os
valores que você aprende na família, com os valores existentes em
outras instituições sociais, até mesmo nas empresas privadas.
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CONCLUSÃO
Olá estudante, nessa unidade vimos que a ética, a moral e os va-
lores são importantes elementos ordenadores do comportamento
das pessoas em empresas, grupos sociais, famílias e em qualquer
ÉTICA E CIDADANIA
ÉTICA E CIDADANIA
REFERÊNCIAS
BENNET, C. Ética profissional. São Paulo: Senac, 2014.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. A história dos códigos de
ética médica. Pensar e dizer, Brasília, maio-jun. 2009. Disponível na
biblioteca virtual da USF. Acesso em: 26 jul. 2019.
CORTINA, A.; MARTINEZ, E. Ética. São Paulo: Loyola, 2005.
CUNHA, S. S. Ética. São Paulo: Saraiva, 2012.
FRIEDRICH, T. L.; WEBER, M. A. L. Gestão de conflitos: trans-
formando conflitos organizacionais em oportunidades. CRAS-RS,
Porto Alegre, 14 jan. 2014. Disponível na biblioteca virtual da USF.
Acesso em: 26 jul. 2019.
PASSOS, E. Ética nas organizações. São Paulo: Atlas, 2006.
SÁ, A. L. de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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UNIDADE 4
ÉTICA E CIDADANIA
ÉTICA PROFISSIONAL
4.1 O SER HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES
ÉTICA E CIDADANIA
tempo, a razão e a emoção.
do, bom e mau, entre outros aspectos ligados à ética e à moral que
são amplamente trabalhados pelas empresas, visando manter seus
colaboradores focados e contribuindo continuamente para a expan-
são do negócio.
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ÉTICA E CIDADANIA
servado do profissional, sendo considerada, desde que guardadas
as devidas proporções, como o seu espaço íntimo na organização, o
lugar da empresa com o qual ele melhor se identifica. Espera-se que
nenhum colega vasculhe as gavetas a procura de algo, mesmo um
documento importante para a empresa. Nas gavetas, além de mate-
riais relativos ao trabalho, as pessoas costumam guardar materiais
de uso pessoal e, em muitos casos, documentos pessoais.
Isso ilustra bem a noção de ética no ambiente de trabalho. A em-
presa tem, por direito, abrir as gavetas de qualquer mesa sua e em
suas dependências, mas é o bom senso, a moral, a ética, uma re-
gra precípua da boa convivência que faz com que as pessoas não
mexam no espaço dos colegas. Convém destacar que o profissional
deve ter a visão muito clara de que aquele espaço que ocupa, de
fato, não é seu, é da empresa.
Veja esse caso de como uma pessoa pode tomar para si algo
que não é seu, fazendo uso incorreto de um instrumento destina-
do apenas para suas atividades profissionais. Um deputado fede-
ral brasileiro foi flagrado no plenário, em plena sessão legislativa,
com um aparelho celular da Câmara dos Deputados, assistindo
um vídeo pornográfico. Tudo indica um ato, no mínimo, antiético,
mas a autoridade parlamentar não sofreu punição, nem mesmo
teve sua atenção chamada pela instituição, e, com base no seu
comportamento, não se sentiu constrangido.
Entretanto, sabemos que eticamente sua atitude deveria ser re-
provada pela instituição, cabendo uma advertência formal, para que
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ÉTICA E CIDADANIA
ÉTICA E CIDADANIA
ÉTICA E CIDADANIA
batidos entre os principais executivos. Deve-se destacar que as
reclamações dos colaboradores em relação aos seus superiores,
não se limitam ao campo do assédio sexual, mas, pode estar re-
lacionado à falta de comprometimento, atitudes antiéticas, entre
outras, que, sob o ponto de vista empresarial, comprometem o
desempenho do negócio.
Bennett (2014, p. 94) argumenta com muita propriedade que, “[...] a
mais inocente das intenções pode dar origem a situações complicadas,
que exigem processos legais para serem resolvidas”.
O que se percebe, é que atualmente as ações individuais podem,
de fato, comprometer a imagem organizacional, criar rupturas in-
ternas, enfim, influenciar negativamente no comportamento das
equipes, afetando o resultado da empresa. Por isso, normatizar o
comportamento das pessoas no ambiente organizacional ainda
continua a ser uma das estratégias mais utilizadas para coibir con-
dutas antiéticas.
Usar de
Ouvir
objetividade e
atentamente
O uso de transparência
o cliente,
franqueza nas respostas
estabelecendo
com o cliente às dúvidas ou
uma comunicação
demandas do
resolutiva
cliente
ÉTICA E CIDADANIA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Frustração
X
Amor Satisfação Egoísmo
X X
Ódio Solidariedade
Desejo de
Esperança
vingança
X Sentimentos X
Descrença
Amizade
Alegria Medo
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X X
Tristeza Pertencimento Coragem
X
Isolamento
ÉTICA E CIDADANIA
várias formas, sob o ponto de vista da ética e da moral. Esses ocor-
rem formal e objetivamente, até informal e subjetivamente, haven-
do, sobretudo, uma relação de troca e compartilhamento, constan-
tes e continuados.
A troca ocorre também no ato de compra e venda de um produto
ou serviço, ou também na prestação de serviços de um funcionário,
que deposita seus esforços e habilidades na empresa, em troca de
uma remuneração.
O compartilhamento pode ocorrer de várias formas, como elogios
aos produtos e serviços feitos pelos clientes, pelo uso comum de logís-
tica entre a empresa e um fornecedor, ou ainda pelo uso de conheci-
mentos dos colaboradores no processo produtivo, consultivo, criador,
enfim, em vários processos do negócio da empresa.
Independentemente do tipo de relacionamento que uma empre-
sa possui com as outras pessoas, todos possuem responsabilidades
e deveres. As pessoas que são contratadas para atuar em uma em-
presa devem ter, por dever, conhecimento técnico sobre as ativida-
des que irá executar, mas deve também ter ciência dos valores que
guiarão sua conduta no ambiente organizacional.
Você sabe que as organizações são diferentes umas das ou-
tras, e que as profissões também o são. Seria muito simples para
qualquer pessoa fazer a escolha por uma profissão, seja um enge-
nheiro químico, cientista social, contador, economista, adminis-
trador de empresas, enfim, qualquer uma delas, mas a complexi-
dade reside em que a pessoa precisa saber que há peculiaridades
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ÉTICA E CIDADANIA
Corporativos
Os deveres corporativos estão no plano profissional, como os
relativos ao cargo de presidente de uma empresa ou entidade
de classe.
Inteligência Justiça
Ciência Veracidade
Sabedoria Amabilidade
Magnificência
Fonte: Elaborada pelo autor (2019).
informação?
Por desconhecer a po-
tencialidade dos clientes,
toda empresa deve ter uma
política de ética no atendi-
mento às pessoas, evitando
julgamentos superficiais e
aparentes, ou mesmo por
condição econômica e so-
cial. Com isso se evitam situ-
ações constrangedoras.
temente, da prática das pessoas, por isso que cada um deve ter cla-
reza do seu papel nesse ambiente social, para então agir conforme
as regras da profissão e da empresa, cumprindo com suas respon-
sabilidades e seus deveres.
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ÉTICA E CIDADANIA
Sá (2010, p. 80) afirma que “[...] na conduta ética, a virtude é
condição basilar, ou seja, não se pode conceber o ético sem o vir-
tuoso como princípio, nem deixar de apreciar tal capacidade em
relação a terceiros”.
O respeito é essencial à virtude e à ética, portanto, é fundamental
às profissões, pois é ele que parametriza os relacionamentos entre
as pessoas, tanto no âmbito profissional, quanto fora dele.
Você já parou para pensar o que significa profissão? Sá (2010, p.
147), menciona que “[...] profissão provém do latim professione, do
substantivo professio [...] Na atualidade, representa trabalho que se
pratica habitualmente a serviço de terceiros, ou seja, prática cons-
tante de um ofício”.
As profissões têm papel social relevante, pois promovem a relação
equilibrada entre as pessoas, facilitam o compartilhamento de conhe-
cimentos, hábitos culturais, experiências de vida, criam e fortalecem
relações, ampliam o entendimento jurídico, sociológico, psicológico e
econômico do comportamento humano em sociedade.
Em seu cotidiano, as pessoas cumprem muitos papéis, traba-
lhador, pai, mãe, filho, esposo, esposa etc., sem mesmo tomar
consciência da importância social de cada um deles. No que
se refere às atividades profissionais, Sá (2010, p. 147) toma de
Cuvillier (1947) aspectos relevantes do papel social cumprido pe-
las profissões, conforme segue:
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60
PÁGINA
ÉTICA E CIDADANIA
pessoas podem vir a saber como proceder em situações críticas,
tais como acidentes de trânsito, atendimento inicial a uma pessoa
passando por um mal súbito, características de doenças, eventos
climáticos extremos, entre outros.
São os profissionais que reúnem as capacidades para criar pro-
dutos ou serviços intensivos em informações como elementos faci-
litadores das tomadas de decisões das pessoas em eventos críticos.
Esse tipo de atividade reforça o compromisso das profissões para
com a sociedade, que, por sua vez, reforça o papel social das pro-
fissões.
Nesse momento, não estamos destacando nenhuma profissão,
mas, como as informações geradas em decorrências de suas ativi-
dades podem ajudar a sociedade, certamente você deve estar vis-
lumbrando as profissões que possuem esse perfil.
A figura 2.6 ilustra profissões de relevância para a sociedade.
ÉTICA E CIDADANIA
serviços, há diversos profissionais, como médicos, enfermeiros,
assistentes socais, entre outros, que têm sua imagem prejudicada,
primeiro por não conseguir atender toda a demanda e, em segundo,
por ver sua imagem questionada pelos pacientes e familiares. En-
tão, no valor social das profissões, devemos sempre compreender o
contexto em que as práticas profissionais estão em aplicação.
Quando nos deparamos com esse tipo de atitude, não deve-
mos julgar a profissão, mas sim o profissional, que não possui as
virtudes necessárias para o exercício ético e competente da sua
profissão.
Dessa forma, a entidade de classe deve julgar o profissional por
seus erros, e não deixar com que a sociedade faça seus julgamen-
tos contra a profissão. Atualmente se tornaram comuns notícias de
escândalos de corrupção em várias esferas do poder público e do
setor privado, entretanto, colocar todos os profissionais no mesmo
nível, convenhamos, consiste em um exagero injusto.
A confiança depositada em qualquer profissão decorre do histó-
rico que esta possui em relação aos serviços prestados à sociedade.
É dessa forma que ocorre a construção do valor social das profis-
sões que acontece de uma forma bastante básica, qual seja, a soma
das práticas individuais fortalece a imagem da profissão.
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UNIDADE 6
ÉTICA E CIDADANIA
da ganância.
Passos (2006, p. 65) argumenta que “[...] o reinado do econômico
sobre o social, apesar de continuar muito forte, está sendo muito ques-
tionado, e acredita-se, até mesmo, estar ameaçado”.
65
PÁGINA
ÉTICA E CIDADANIA
com os consumidores podem ser alvo de campanhas negati-
vas nas redes sociais. Em 2013, por exemplo, várias empre-
sas tiveram suas marcas associadas a atos antiéticos perante
os consumidores, tendo suas marcas expostas na internet.
Desde informações erradas no rótulo, passando por boatos
de falta de higiene no processo de produção, até envolvimen-
to de executivos com corrupção. As marcas que agem de for-
ma antiética pagam o preço da uma exposição negativa na
grande rede. Levantamento da Revista Exame (https://exa-
me.abril.com.br/negocios/9-empresas-que-suaram-para-
nao-lesar-sua-reputacao-em-2013/), marcas como a Barilla,
Coca-Cola, Unilever, OGX e as demais empresas do até então
bilionário Eike Batista, sofreram com as sansões feitas pelos
consumidores e entidades de defesa do consumidor.
ÉTICA E CIDADANIA
pionagem, e tantos atos imorais são relativamente comuns, fa-
zendo parte do seu cotidiano.
Evidentemente que uma empresa não é antiética sozinha, isto é, as
práticas são executadas por pessoas, que contaminam todo o ambiente
institucional por meio do exercício de ações desrespeitosas. O que em al-
gum momento é considerado inapropriado ou antiético, os vícios perni-
ciosos das práticas antiéticas, os tornam próximos, corriqueiros, comuns,
influenciando os valores e a percepção moral das pessoas.
Organizações éticas costumam produzir com qualidade muito
superior à média do mercado, costumam sempre ser bem avaliadas,
interna ou externamente, por isso seus resultados financeiros são
comumente positivos, atraindo mais investidores.
Por outro lado, empresas antiéticas, principalmente por atuarem
apenas com o viés do lucro financeiro, costumam ter avaliações
negativas por parte da sociedade, sofrem com a captação de bons
profissionais, produzem com qualidade duvidosa, ou seja, pagam o
preço pela imagem negativa que cultivaram.
A falta de ética organizacional, influencia o comportamento in-
dividual, uma vez que as pessoas passam a perceber que práticas
institucionais antiéticas podem ser prejudiciais, gerando um clima
de insegurança que limita a capacidade produtiva.
Reconquistar é sempre muito mais difícil do que conquistar, por
isso, confiança e credibilidade não se compra. As empresas que
possuem na sua liderança pessoas preocupadas com a sustenta-
bilidade organizacional não deixam de monitorar o comportamento
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VISÃO
MISSÃO VALORES
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ÉTICA E CIDADANIA
principal o lucro acima de tudo em suas relações comerciais, pois
dessa forma estará motivando as pessoas ao conflito, ao individu-
alismo, às práticas que objetivam apenas a vantagem, o egoísmo,
enfim, elementos que suscitam condutas antiéticas.
A cultura organizacional fundamentada nos princípios da ética,
facilita a liberdade, igualdade, solidariedade, o bem comum, o res-
peito, contribui significativamente com o comportamento ético das
pessoas e o zelo pela boa imagem institucional.
A figura 6.3 apresenta a cultura como elemento central nas or-
ganizações.
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Controle de informações
Uso para obstrução de canais de
repasse informacional.
Morosidade
Dificulta a fluidez dos processos de trabalho, comprometendo os
prazos.
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71
PÁGINA
Centralização da
tecnologia
Retenção de conhecimento
sobre instrumentos tecnológi-
ÉTICA E CIDADANIA
cos que facilitem o trabalho.
ÉTICA E CIDADANIA
ra visão positivista da ética.
Refletir sobre esses aspectos nos leva a
pensar o que é definido pelo senso comum,
de que a ética coletiva limita a ação indivi-
dual, mas na ação individual, sob o ponto
de vista ético, tudo é possível.
Essa é uma lógica perigosa, pois, no seu auge, pode legitimar
qualquer tipo de ação, incluindo as fisicamente violentas, como jus-
tificativa para satisfazer as necessidades individuais.
Por isso, como tendência para a ética organizacional, Passos
(2006, p. 111 a 112) aponta para a necessidade de “[...] uma rein-
venção da ética [...]”, em que deve haver níveis de tolerância mais
flexíveis à subjetividade existente nos relacionamentos. Essa não é
uma proposta que abona o “vale tudo” nas relações, mas sim, no
dizer da autora que “[...] os códigos de ética conseguirão dar o sal-
to, passando de meras regras de orientação de mercado, para uma
prática reflexiva e crítica”.
Dessa forma, podemos afirmar que, no futuro próximo, os códi-
gos de ética profissional devem ser remodelados, apresentando ele-
mentos como o fortalecimento da solidariedade, a necessidade do
respeito profissional, a substituição gradativa do individualismo e da
competição pela solidariedade profissional, o arrefecimento do cul-
to ao capital, entretanto, não como fator determinante dos objetivos
da vida profissional, mas como elemento necessário ao bem-estar
individual e coletivo.
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CONCLUSÃO
Nessa unidade, vimos que as empresas precisam criar e cons-
tantemente revitalizar seus códigos de ética e procedimentos, pois
eles refletem o seu negócio, direcionam condutas reconhecidas pela
instituição.
ÉTICA E CIDADANIA
ÉTICA E CIDADANIA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
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BRASIL. Lei n. 10.224, de 14 de maio de 2001. Altera o Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para dispor sobre o cri-
me de assédio sexual e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência
da República, [2001]. Disponível na biblioteca virtual da USF. Acesso em:
27 jul. 2019.
______. Decreto-lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal.
Rio de janeiro, [1991]. Disponível na biblioteca virtual da USF. Acesso em:
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CORTINA, A.; MARTINEZ, E. Ética. São Paulo: Loyola, 2013.
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MELO, L. Nove empresas que suaram para não manchar a reputação
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PETENATE, M. Guia definitivo da liderança lean. Escola Edti, 14 mar. 2017.
Disponível na biblioteca virtual da USF. Acesso em: 27 jul. 2019.
PASSOS, E. Ética nas organizações. São Paulo: Atlas, 2007.
SÁ, A. L. de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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UNIDADE 7
ÉTICA E CIDADANIA
ÉTICA E CIDADANIA
esse símbolo é mais respeitado do que nas terras brasileiras.
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ÉTICA E CIDADANIA
pelo Programa. Encontramos, na teoria, elementos que fundamen-
tam essa relação. A ética da responsabilidade, como aponta Jonas
(2006), confere a um grupo social uma espécie de regra de responsa-
bilidade, pela qual o comportamento coletivo deve ser norteado. Nas
normas legais, no caso do Programa Bolsa Família, estão materiali-
zadas a gestão da ética da responsabilidade e as ações consideradas
irresponsáveis, ou seja, que quebram o pacto ético coletivo.
O mesmo pode ser dito quando pessoas agridem o meio ambiente,
pois se entende que há uma noção ampla sobre a relação entre deteriora-
ção dos recursos naturais e a sustentabilidade da vida humana na Terra.
A Figura 7.3 ilustra o desmatamento de áreas de floresta nativa, um
crime do ponto de vista legal e uma ação imoral e antiética para os que
desejam viver em um mundo em que a natureza se mantenha preservada.
Figura 7.3: Desmatamento: um crime ou um ação antiética?
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ÉTICA E CIDADANIA
das atividades sociais, atendendo às expectativas ou às necessida-
des coletivas, surge em cena a ética da responsabilidade.
No entanto, por que a ética da responsabilidade surge como fa-
tor determinante para alcançar os objetivos internos das atividades
sociais? Isso acontece porque é por meio da legitimidade coletiva
que se reconhecem as regras do jogo social, que devem ser iguais
para todos os atores envolvidos nas atividades em sociedade. Por
exemplo, no caso das atividades empresariais, os atores podem ser
as empresas, as pessoas, o mercado, entre outros, comumente pre-
sentes nessas atividades.
Evidentemente que, por trás da legitimidade de uma sociedade,
existe um conjunto de valores compartilhados por seus membros,
configurando o que podemos chamar de consciência moral coletiva.
Por isso a prática coletiva é um forte componente na sociedade, não
somente determinando o comportamento individual, mas, quando
necessário, limitando-o.
Muitos são os fatores que levam as pessoas a pensar na ética e
na moral como elementos amplamente subjetivos, contudo, como
estamos mostrando, por meio de atividades em diferentes áreas da
sociedade, é possível perceber a materialidade da ética e da moral
no comportamento individual e coletivo. Segundo Cortina e Marti-
nez (2013, p. 159), para definir a ética aplicada a cada atividade so-
cial, seria necessário percorrer os seguintes passos:
1. Determinar claramente o fim específico, o bem interno pelo
qual se adquire seu sentido e sua legitimidade social.
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Tribunal
último
Tipo de Fonte das Características Destinatários diante
norma normas da obrigação das normas do qual
a pessoa
responde
Todos os
definidos pelo
sistema legal
O Estado Externa
Legais e como cidadãos
(governantes, Violentamente O Estado
jurídicas. ou como
juízes etc.). coercitiva
submetidos
à jurisdição
estatal.
ÉTICA E CIDADANIA
Sociais A sociedade
ou de Tradições, Todos os (vizinhos,
Externa
convivência costumes, membros colegas,
Moderadamente
social, hábitos de uma clientes,
coercitiva
cortesia ou herdados. sociedade. fornecedores
urbanidade. etc.)
Com base
em diversas Interna, em Cada pessoa
fontes, consciência se considera
um código Não coercitiva a si mesma
determinado Ultimidade destinatária A consciência
Morais
de princípios, (referência das normas das pessoas.
normas e última para que
valores, orientar a reconhece em
pessoalmente conduta) consciência.
assumido.
A fé da
pessoa
Interna, em
em que
consciência
Religiosas determinados Os crentes A divindade
Não coercitiva
ensinamentos
Ultimidade
são de
origem divina.
ÉTICA E CIDADANIA
Fonte: Pixabay (2019).
ÉTICA E CIDADANIA
Desenvolvimento de capacidade de comunicação
Toda organização precisa de uma legitimação social, que ocorre
por meio da sua capacidade de comunicação com a sociedade de
forma geral; e com o seu público alvo, de forma específica.
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88
PÁGINA
Moral e ética
Na cultura de comunicação, a moral impulsiona a criatividade
dos especialistas da comunicação e funciona como um meio de di-
ferenciação e personalização da empresa.
Na empresa aberta, a ética faz parte da gestão, construída pela com-
plexidade apresentada pelo mercado (são as influências do ambiente ex-
terno nas empresas) – mercado que requer não somente a inovação per-
manente de produtos e serviços, mas a inovação moral na comunicação.
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89
PÁGINA
Confiança
As imagens de eficiência foram substituídas pelas de confiança
entre as organizações e o público, como se evidencia, por exemplo,
na imagem de responsabilidade social e ecológica das empresas,
pela qual, com a devida comunicação, procura-se estabelecer vín-
culos mais fortes entre as organizações e seu público.
ÉTICA E CIDADANIA
Cigarro 13 a 25 anos
Chiclete 5 anos
Isopor 50 a 80 anos
ÉTICA E CIDADANIA
Figura 8.2: Marcas mundiais
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
ÉTICA E CIDADANIA
dividualmente, as pessoas são detentoras de direitos e não igualita-
riamente de deveres.
A Figura 8.4 ilustra a dicotomia entre direitos e deveres (ou obri-
gações), que, sob o ponto de vista da ética e do exercício da cidada-
nia devem se manter equilibrados.
DIREITOS DEVERES
mente, são diferentes, mas, por outro lado, são semelhantes em deter-
minadas características, como na genética e no comportamento, além
da influência da ética coletiva sobre o comportamento individual.
REFERÊNCIAS
ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução
à filosofia. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2004.
ÉTICA E CIDADANIA
lia_semlogo.pdf. Acesso em: 6 ago. 2019.
Filósofo Definição
ÉTICA E CIDADANIA
Compara a mente a uma tábula rasa, uma folha
de papel sem conteúdo. Somente as experiên-
John Locke
cias podem proporcionar ideias à mente, sendo
(1632-1704)
possível adquirir conhecimento por indução a
partir de experiências sensoriais.
Conhecimento
Aplicado em estruturas de negócios,
Pragmático útil para a orga-
projetos, desenhos de engenharia.
nização.
Conhecimento
ÉTICA E CIDADANIA
sobre o fenô-
Sua verificação ocorre na prática, no
Científico meno e suas
experimento, na demonstração.
relações de
causa e efeito.
Empírico
Conhecimento Com base nas tradições, crenças,
(Senso co-
popular. mitos e na experiência popular.
mum)
O fenômeno ou
objeto é inter- Fundamentado na criatividade, habili-
Artístico pretado e tra- dades, práticas, experiências, expres-
duzido em obra sões e no sentimento humano.
pelo artista.
Compreensão
da realidade
e dos proble-
Conhecimento com base na razão,
mas gerais da
Filosófico possui caráter valorativo, sistemáti-
humanidade e
co, exato e infalível.
sua presença e
relação com o
universo.
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ÉTICA E CIDADANIA
todas as doenças. E agora consomem alimentos transgênicos, por
exemplo, feitos com sementes modificadas geneticamente.
Muita polêmica foi criada em torno dos alimentos transgênicos,
chegando ao ponto de questionamentos sobre a sucumbência da
ética ao poder econômico. O fato é que, atualmente, há animais sen-
do clonados, e já há notícias de clonagem humana, mas ainda muito
questionada pela comunidade científica internacional.
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102
PÁGINA
ÉTICA E CIDADANIA
Figura 9.1: Primeiro animal clonado
Fonte: Pixabay (2019).
Conscientização do individuo
Conscientizar os indivíduos de que são eles que deverão decidir,
saindo de sua habitual apatia nesses assuntos.
Educação moral
Educar moralmente os indivíduos na responsabilidade pelas deci-
sões que podem envolver não só indivíduos, mas também a espécie.
Essa educação moral pressupõe identificar e apresentar simulta-
neamente a responsabilidade que os indivíduos têm em se informar
seriamente sobre esses temas e o dever de decidir, atendendo às
expectativas e necessidades da coletividade.
Em alguns países, como no Brasil, as pessoas não costumam
compreender teoricamente ou praticamente o significado da ética
e da cidadania, uma vez que, comumente, individualizam a ética sob
o ponto de vista da cidadania, requerendo ou exigindo direitos, mas
se afastando dos deveres.
Em contrapartida, nas sociedades em que as pessoas reconhe-
cem o seu papel, no âmbito da cidadania, sabem da necessidade do
equilíbrio entre os direitos e deveres. É a partir desse equilíbrio que
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ÉTICA E CIDADANIA
diminuindo, por vezes, significativamente, a importância e mesmo a
ideia da ética e da moral como elementos fundamentais à liberdade
e ao pleno exercício da cidadania.
REFERÊNCIAS
ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução
à filosofia. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2004.
ÉTICA E CIDADANIA
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. 14. ed. São Paulo: Ática, 2011.
ÉTICA E CIDADANIA
Figura 4.1: Globo terrestre
Fonte: Pixabay (2019).
As tecnologias e os novos mercados tornaram o globo terrestre
aparentemente menor, contudo, significativamente menor se com-
pararmos à época de Cristóvão Colombo.
Além dos avanços tecnológicos, a globalização da economia trou-
xe a grande necessidade de desregulamentação no trabalho. Isso fez
com que as massas trabalhadoras perdessem direitos e conquistas
históricos, tendo os rendimentos achatados e, em muitos casos, pro-
movendo relações contraproducentes no ambiente de trabalho.
Esses fatores, na visão de Valls (2013), mostram que o domínio
dos países centrais, conhecidos como desenvolvidos, ampliou-se
por meio do poder econômico em relação aos países periféricos, co-
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O Mercosul
Do qual o Brasil faz parte, trata-se de uma organização interna-
cional criada em 1991, cuja constituição tem na sua formação os se-
guintes países da América do Sul: Argentina, Brasil, Paraguai, Uru-
guai e Venezuela. Além desses, temos como países associados, isto
é, não figuram como membros definitivos: Bolívia, Chile, Colômbia,
Equador, Guiana, Peru e Suriname. O Mercosul é o bloco econômico
ÉTICA E CIDADANIA
Nafta
Do qual os Estados Unidos da América fazem parte. North Ame-
rican Free Trade Agreement, ou Tratado Norte-americano de Livre
Comércio, é um bloco econômico formado pelos seguintes países:
Estados Unidos, Canadá e México. Ratificado em 1993, entrou em
operação em 1º de janeiro de 1994. Esse bloco econômico represen-
ta o Hemisfério Norte do continente americano.
ÉTICA E CIDADANIA
totalitárias, autoritárias ou, eufemisticamente,
militares, que se tornaram tão familiares aos
homens do final do século XX. O cinismo dos
poderosos hoje é muito mais explícito do que o
dos gregos. As relações internacionais ba-
seiam-se hoje em quê? Na justiça ou na força?
Uma justiça entre as nações ou os Estados é
um conceito que até o momento ainda não se
desenvolveu nem se firmou, nem nas consciên-
cias, nem na prática política.
ÉTICA E CIDADANIA
as mínimas oportunidades para um trabalho criativo e
gratificante? Em um país de analfabetos, falar de ética é
sempre pensar em revolucionar toda a situação vigente.
Sociedade
É verdade que as grandes reformas das quais nosso país
Civil
necessita não são questões apenas éticas, mas também
políticas, o inverso não é menos verdade: não são só po-
líticas, são questões éticas que desafiam o nosso sentido
ético. A ética contemporânea aprendeu a preocupar-se,
ao contrário das tendências privatistas da moral, com o
julgamento do sistema econômico como um todo.
O bem e o mal não existem apenas nas consciências
individuais, mas também nas próprias estruturas institu-
cionalizadas de um sistema. A crítica atual insiste muito
mais sobre a injustiça que reside no fato de só alguns
possuírem os meios da riqueza. A crítica à propriedade
se reduz em muito aos meios de produção, criando evi-
dentemente uma sociedade amplamente desigual.
Sociedade Civil
ÉTICA E CIDADANIA
Família Estado
SOCIEDADE
ÉTICA E CIDADANIA
são aquelas que tratam de assuntos como a homofobia, o respeito,
o combate à violência e à corrupção. O fato é que essas campanhas
podem ocorrer na escola, nas igrejas, nas instituições sociais, nas
empresas públicas, na televisão e em tantos outros meios de comu-
nicação. Essas são instituições que têm importância como influen-
ciadoras do comportamento das pessoas em sociedade, por isso as
campanhas podem ganhar notoriedade por meio dessas instituições.
Dessa forma, verificamos que as campanhas tomam força ao ter
o tripé da eticidade como os principais atores irradiadores de novos
comportamentos, passando a mensagem de que a vida tende a ser
melhor com mudanças simples de comportamentos.
ÉTICA E CIDADANIA
11 – ÉTICA E CIDADANIA NA SOCIEDADE
GLOBALIZADA E TECNOLÓGICA
vapor, por exemplo, significou uma revolução para a sociedade mundial, tanto
nos transportes, na indústria, quanto nas próprias casas. A adoção dessas
tecnologias contribui com o aumento na qualidade de vida das pessoas nas
suas casas e no ambiente de trabalho, enfim, em qualquer lugar.
118
PÁGINA
Máquina a Vapor
Foi a máquina a vapor que permitiu a criação dos carros! A partir
do princípio da queima de combustível como fator produtor dos ga-
ses para movimentar os motores.
ÉTICA E CIDADANIA
ÉTICA E CIDADANIA
outros casos em que os lados, capitalista e socialista, trocavam acu-
sações, como no episódio da crise dos mísseis em Cuba em 1962.
Momento que tornou o mundo um espaço de muitas contradições
morais, uma vez que milhares de pessoas eram mortas na defesa de
interesses de pequenos grupos, disfarçados de ideais patrióticos.
Dessa forma, atos como o uso de armas químicas e tantos outros
atos covardes foram alvo de críticas por todo o mundo. Na visão de
Jonas (2006), Chauí (2011) e Cunha (2012), a brutalidade das guer-
ras, que se viu em boa parte do século XX, fez ofuscar e praticamen-
te tirar de cena a ética e a moral.
A Figura 4.3 ilustra a devastação provocada pelos conflitos du-
rante a Segunda Guerra Mundial.
w w w. u s f . e d u . b r
ÉTICA E CIDADANIA
nhar essa evolução, resultando na sensação de que estamos reféns
desse processo.
Atrelado a esses eventos, o sistema capitalista evoluiu rapida-
mente, e a acumulação de capital (própria do sistema) influenciou o
comportamento das pessoas, que passaram a perceber o seu papel
na sociedade de forma individualizada, assegurando o egoísmo.
A inversão de valores se tornou notória entre muitas ações huma-
nas. Visando apenas o lucro financeiro, as relações passam a acontecer
como meio para alcançar tal fim. Na visão de Jonas (2006), o egoísmo
é inseparável das pessoas, mas controlado pela moral. Desse modo,
quando em uma multidão ou na coletividade a pessoa só consegue se
ver, então ela está, de alguma forma, agindo de forma egoísta.
w w w. u s f . e d u . b r
mente as pessoas não estavam e ainda não estão preparadas para li-
dar com a quantidade significativa de informações disponibilizadas,
por exemplo, na internet. O que até pouco tempo era um problema,
a falta de informações, hoje sua abundância criou outros problemas.
123
PÁGINA
ÉTICA E CIDADANIA
pela internet? Em resposta a essa pergunta, muitas pessoas, espe-
cialmente os jovens, poderiam responder, “não sei”.
Mais recentemente, tivemos a miniaturização e ao mesmo tem-
po a multifuncionalidade de equipamentos, demonstrando que os
avanços tecnológicos estão em ampla expansão. As pessoas adqui-
rem e fazem uso de seus equipamentos diariamente e, em uma ló-
gica de mercado, sabem que alguns desses equipamentos são cria-
dos para manter o status consumista, em função do prazo de vida
curtíssimo que possuem.
O telefone é um bom exemplo desse caso, pois, até pouco tempo,
além de ter um elevado custo financeiro para a aquisição, era utiliza-
do apenas para comunicação falada e sem mobilidade.
Na Figura 4.7, visualizamos um aparelho de telefone fixo utilizado
na década de 1980.
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ANATEL
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), o
Brasil registrou 35.650.458 linhas de telefonia fixa no mês de junho
de 2019. Em relação ao mês anterior (maio de 2019), houve uma re-
dução de 214.478 linhas e, nos últimos 12 meses, foram 3.037.305
linhas fixas a menos.
Com relação à telefonia móvel, o Brasil registrou 228 milhões de
linhas móveis ativas em junho de 2019.
IBGE
É importante destacar que o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) estima que a população brasileira seja de 210 mi-
lhões de pessoas.
Com base nesse estudo, verificamos que, junto a tantas mudan-
ças, existe a necessidade de revisar os valores e a moral que envol-
vem o uso das tecnologias. Isso porque, apesar de as mudanças es-
w w w. u s f . e d u . b r
ÉTICA E CIDADANIA
12 – ÉTICA E CIDADANIA NA SOCIEDADE
GLOBALIZADA E TECNOLÓGICA
ÉTICA E CIDADANIA
Com isso, os procedimentos de segurança devem ser atenta-
mente percebidos e cuidadosamente seguidos pelas empresas, afi-
nal de contas, vários problemas podem ocorrer caso seu sistema de
segurança virtual tenha se quebrado ou seus computadores tenham
sido invadidos, tais como:
1. Exposição negativa da marca no mercado.
2. Invasão de seus bancos de dados.
3. Perda das bases de dados dos clientes.
4. Perdas financeiras.
5. Constrangimento moral perante o mercado.
Atribuições do CGI
ÉTICA E CIDADANIA
Promover estudos e padrões técnicos para a segurança das
redes e serviços de internet.
ÉTICA E CIDADANIA
Figura 4.11: Google
Fonte: Pixabay (2019).
Ações educativas
Educar os usuários da
internet, enaltecendo a éti-
ca no espaço virtual com:
Elaboração de cartilhas
informacionais.
Ações de marketing.
Organização de eventos
com foco no tema da ética no
ÉTICA E CIDADANIA
espaço virtual.
Ações punitivas
Voltadas aos usuários que cometem crimes cibernéticos.
Criação de leis mais rígidas para crimes cibernéticos.
Revisão das leis existentes, aumentando as penas para crimes
cibernéticos.
Criação de estratégias de exposição negativa para quem comete
crimes cibernéticos.
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133
PÁGINA
ÉTICA E CIDADANIA
SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, vimos diversas mudanças na sociedade humana,
a partir de um dos seus mais emblemáticos eventos, a Revolução
Industrial. Vimos também que algumas criações tecnológicas ofer-
taram possibilidades concretas ao desenvolvimento da sociedade
capitalista, influenciando nas mudanças comportamentais.
Com isso, percebemos que alguns eventos como a Primeira e a
Segunda Guerra Mundial, a Revolução Russa, Guerra do Vietnã e a
Guerra Fria foram suficientes para que a ética fosse esquecida. Con-
tudo, diante da barbárie, a sociedade mundial retomou o debate no
entorno da necessidade de regular o comportamento individual e de
grupos sociais, visando limitar ações unilaterais que atentem contra
a ética e a moral coletiva.
Nesse contexto, vimos a criação da Organização das Ações Uni-
das (ONU), que fortaleceu a necessidade de reconstrução mundial
após a Segunda Guerra Mundial.
Vimos, ainda, como a globalização da economia promoveu mu-
danças amplas e profundas no mundo inteiro, tanto no sistema eco-
nômico quanto no financeiro e trabalhista. Nesse mesmo período,
a partir da década de 1980, as novas tecnologias foram gradativa-
mente sendo inseridas no contexto da sociedade, como a internet
que surgiu de um sistema de comunicação militar, sendo ampliada
para a academia e posteriormente alcançando, de forma rápida, bi-
lhões de pessoas.
w w w. u s f . e d u . b r
REFERÊNCIAS
ANATEL. Telefonia fixa: Brasil totaliza 35,65 milhões de linhas fi-
xas em junho. Disponível em: https://www.anatel.gov.br/institucio-
nal/component/content/article?id=2340. Acesso em: 24 ago. 2019.
ÉTICA E CIDADANIA
ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução
à filosofia. 4 ed. São Paulo: Moderna, 2004.