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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA – IFBA

ELETROTÉCNICA GERAL

ENGENHARIA QUÍMICA

Relatório Prática 02

Utilização de instrumentos de medidas elétricas na partida direta


do motor CA

Laís Carvalho

Tatiane Moreira

Vagner Alves

Salvador- BA
Agosto de 2018
Laís Carvalho

Tatiane Moreira

Vagner Alves

Relatório solicitado pelo


professor Aldo como atividade
complementar de nota da disciplina
Eletrotécnica Geral – ENG 403.
Salvador- BA
Agosto de 2018

1. OBJETIVO

O objetivo da aula prática é apresentar a instalação e funcionamento de


alguns instrumentos elétricos de medidas a partir de um circuito trifásico de partida
direta de um motor CA. Além disso, a prática teve como objetivo:
 Realizar a montagem do circuito;
 Realizar a medição de tensão;
 Realizar a medição de frequência;
 Realizar a medição de corrente nas três fases (na partida e em
regime).
2. INTRODUÇÃO TEÓRICA

2.1. Introdução sobre motores elétricos

Motores elétricos são máquinas que produzem energia mecânica a partir de


energia elétrica. Existem motores elétricos monofásicos que possuem uma fase
auxiliar e que são constituídos basicamente de dois tipos de bobinados e existem
também os motores elétricos trifásicos que são motores que possuem alimentação
trifásica, apresentando formas variadas de ligação e corrente alternada. Os motores
trifásicos apresentam ampla aplicação na indústria devido ao seu melhor custo
benefício.
Dessa forma, pode-se entender o funcionamento de um motor trifásico da
seguinte maneira: uma vez que o motor foi conectado a uma rede elétrica, ele irá
receber uma quantidade de energia e então irá fazer a conversão da mesma para
energia mecânica através do acionamento do eixo. O eixo irá girar e então o motor
será acionado.
2.2. Características dos motores elétricos
2.2.1. Tensão de Funcionamento

Os motores elétricos normalmente apresentam terminais religáveis de modo


que permita o funcionamento dos mesmos com no mínimo dois tipos de tensões. Para
isso podem ser realizados ligações do tipo série-paralelo ou do tipo ligação do tipo
estrela-triângulo.

As ligações do tipo série-paralelo necessitam de nove terminais no motor e são


utilizadas com tensões nominais duplas, sendo uma delas, em valor, o dobro da outra.
Já a ligação estrela-triangulo, exige seis terminais no motor e é aplicada para qualquer
valor de tensão nominal desde que uma seja múltipla de três do valor da outra.
Figura 01. Exemplo de ligação triângulo-estrela

Figura 02. Exemplo de ligação série-paralelo

2.2.2. Correntes em um motor trifásico

O motor trifásico apresenta bobinas de mesma potência. Por conta dessa


característica pode-se dizer que os motores trifásicos consomem carga elétrica de
forma equilibrada. Assim, as três fases irão consumir a mesma corrente. Isso quer
dizer que uma vez que se realize as medidas das correntes em cada fase, os valores
devem ser iguais entre si.

No interior das bobinas, os valores de corrente de um motor elétrico sempre


serão iguais, independentemente do valor de tensão que o mesmo foi conectado. Já
nos terminais de alimentação, os valores podem ser diferentes para valores diferentes
de tensões.
2.2.3. Corrente Nominal

A informação de corrente nominal deve constar na placa de identificação do


motor. A corrente nominal é a corrente com a qual o motor vai operar quando estiver
em funcionamento sob as condições de tensão, potência e frequência nominais.

2.2.4. Corrente de Partida

Durante sua partida, os motores elétricos solicitam um valor de corrente mais


elevado em comparação com sua corrente nominal (podendo ser até 10 vezes maior
quando comparado a corrente nominal). A corrente de partida depende das
características de cada motor elétrico. O valor da corrente de partida vai influenciar
no tempo em que a corrente irá circular na rede de alimentação e no motor ao ser
acionado.

2.3. Partida e Parada de um motor elétrico

Dentre as principais funções de controle de um motor elétrico pode-se destacar


a partida do motor. Seu funcionamento de fato só irá ocorrer quando o momento da
carga que deve ser vencido, uma vez que o mesmo se encontra parado, for menor
que seu conjugado da partida. Vencendo esse momento, o motor começa a girar.

Quando se quer parar o motor, provoca-se uma desaceleração rápida e com


um auxílio de um dispositivo provoca-se uma inversão da rotação do motor. A parada
de um motor é realizada com um auxílio de um relé. Um motor pode ter sua rotação
sendo realizada em dois sentidos. O sentido escolhido depende do controle aplicado.

2.4. Limitação de corrente em um motor elétrico

Teoricamente, o motor deve ter sua arrancada a plena tensão para que se tenha
um binário máximo de partida. Quando há uma queda de tensão superior ao valor
daquela admissível ocorre durante o arranque do motor se faz necessário um
mecanismo de partida com uma tensão reduzida. O maior cuidado que se deve tomar
é em relação ao torque. O mesmo deve ser suficiente para acionar a carga ainda que
a tensão tenha sido reduzida.

Existem dois mecanismos para redução de tensão. Pode-se fornecer corrente a


tensão normal, empregando assim um sistema de partida estrela-triângulo ou fornecer
uma corrente em tensão em um valor inferior a normal por meio de resistências, por
exemplo.

2.5. Corrente alternada

Corrente alternada é aquela cuja intensidade e direção variam ciclicamente. Um


circuito de potência de corrente alternada se apresenta mais comumente como uma
onda senoidal. Esse tipo de corrente foi descoberta por Tesla e hoje tem ampla
aplicação nos sistemas de transmissão de energia elétrica.

Figura 03. Representação de Ondas senoidais

2.6. Dispositivos em circuitos de comandos elétricos


2.6.1. Frequencimetro

O instrumento que mede a frequência é denominado frequencímetro e podem


ser analógicos, constituído de um ponteiro e uma escala, ou digitais. O principio por
trás da medição da frequência varia conforme a aplicação do instrumento e com a
faixa de frequência desejada para medição. A unidade de medida é o Hertz (Hz).
Medir frequência é necessário para diversos estudos em diversos campos de atuação.
Uma grande gama de equipamentos depende de determinadas oscilações e sinais
exatos para ter seu funcionamento correto e toda a sua funcionalidade bem
aproveitada.

2.6.2. Voltimetro
Voltímetro é um instrumento utilizado para realizar medidas de tensão entre
dois pontos de um determinado trecho em um circuito elétrico. Para realizar tal
medição, o voltímetro deve ser ligado em paralelo entre os pontos do circuito nos quais
se deseja determinar/medir a tensão.

Existem diversos tipos de voltimetro, como o de bobina movél ou o de ferro movel e a


depender da configuração e qualidade do equipamente o voltimetro pode então
medirtensões alternadas ou tensões continuas. A unidade de medição é o ”Volt”.

2.6.3. Amperimetro

O amperímetro é um aparelho utilizado para medir a intensidade de corrente


elétrica que flui através de um fio. Sua unidade é o ampère (A). Os primeiros
dispositivos usavam agulhas que eram movidas por forças magnéticas, enquanto que
os mais modernos medem o fluxo da corrente através de meios eletrônicos mais
diretos.

2.6.4. Boteira

Boteira é o dispositivo pelo qual se faz o acionamento do motor. As boteiras


apresentam em sua constituição uma mola que permite o retorno da mesma para sua
posição inicial uma vez que a mesma não esteja mais sendo pressionada para seu
acionamento. As boteiras fazem parte dos chamados “Elementos de sinais” e tem
aplicação direcionada para acionamento de motores. A boteira exerce uma ação de
controle discreta, ou seja, apresentando apenas o comando liga/desliga.

Figura 04. Representação de uma botoeira

2.6.5. Relés
Os relés são de fundamental importância, pois fazem com que combinação de
lógicas no comando se torne possível, assim como a separação dos circuitos de
potência e comando. Normalmente são constituídos de cinco terminais. Esses
terminais correspondem a bobina de excitação, a entrada, e aos contatos
normalmente fechado (NF) e normalmente aberto (NA). Uma característica importante
dos relés é que não há contato físico entre os terminais de acionamento e os de
trabalho. Este conceito permitiu o surgimento de dois circuitos em um painel elétrico.

Figura 05. Representação de um relé

2.6.6. Relé térmico

Os relés térmicos são dispositivos que tem por função proteger, controlar ou
comandar um circuito elétrico, tendo sua atuação associada a um efeito térmico. Esse
efeito termico será consequência da corrente elétrica.

2.6.7. Disjuntor

Os disjuntores são dispositivos magneto-térmicos que tem por função proteger


as instalações e equipamentos elétricos de uma sobrecarga e de um curto-circuito.
Eles são constituídos de um um disparador térmico que irá atuar caso uma situação
de sobrecarga seja detectada, e de um disparador eletromagnético que irá atuar caso
uma situação de curto-circuito seja detectada. A especificação do disjuntor está
associada com tensão nominal, corrente nominal, tipo de acionamento, dentre outros.

2.6.8. Contatores

Contatores são dispositivos utilizados para manobras mecânicas. Seu


acionamento se dá por meio do eletromagnetismo. Os contatores são construídos
para operar em uma elevada frequência e são constituídos de um núcleo magnético
e uma bobina.

Existem duas classificação para os contatores: contatores de potência e


contatores auxiliares. A diferença entre eles é que os contatores auxiliares tem os
seus contatos dimensionados para operar em corrente máxima. Os contatos fixos e
móveis existentes nos contadores podem ser do tipo Normalmente aberto (NA), ou
normalmente fechado (NF).

Figura 06. Contatores

2.6.9. Fusíveis

Os fusíveis são dispositivos utilizados para limitar a corrente de um circuito.


Dessa forma, com o uso de um fusível se faz possível a interrupção em casos de
curtos-circuitos, por exemplo. Uma parte da sua atuação está associada ao efeito
Joule. O fusível apresenta uma propriedade física importante: seu ponto de fusão deve
ser inferior ao ponto de fusão do cobre.

2.7. Conceitos básicos em circuitos de comando elétricos


2.7.1. Selo

O contato de selo tem como sua finalidade manter a corrente circulando pelo
contator. O selo permite a circulação da corrente mesmo que a boteira não esteja mais
acionada. Pode-se utilizar dois contatos em selo, aumentando a segurança do
sistema.
Figura 07. Selo

2.7.2. Intertravamento

Consiste na ligação entre os contatos auxiliares de vários dispositivos, pelo qual


as posições de operação tornam esses dispositivos dependentes um dos outros. O
intertravamento faz com que a ligação de certos dispositivos seja evitada antes
mesmo que outros dispositivos permitam essa ligação. O intertravamento pode ser
feito através de boteiras.

Figura 08. Intertravamento

2.7.3. Ligação Condicionada

Ocorre quando há o condicionamento para um funcionamento de um contator


em relação a outro.
Figura 09. Ligação Condicionada.

2.7.4. Proteção do sistema

Utilização de contatos com relés de proteção contra curto circuito, as botoeiras de


acionamento, por exemplo, devem estar sempre em série.

Figura 10. Proteção do Sistema

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A prática teve sua realização dividida em dois momentos. No primeiro momento,


montou-se o circuito demonstrado na figura abaixo. No segundo momento, acionou-
se o circuito para se pudesse observar as correntes de partida em cada fase, a
corrente nominal em cada fase, a tensão nominal e a frequência nominal.
Figura 11. Circuito da prática

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES:

Posterior a montagem elétrica, com auxílio do Professor Doutor Aldo Borges, foi
realizada a verificação do circuito, observou-se que na placa de identificação desse
motor constava que para uma tensão de 220 V a corrente nominal máxima é de 1,14A,
sendo assim, utilizando o fato de segurança de 1,5 ajustou-se o rele térmico para 1,3A,
em seguida, foi fornecida energia ao mesmo. A partir do fornecimento de energia e
acionamento do circuito foi possível obter os valores de tensão e frequência, conforme
figura 12 abaixo.
Figura 12. Valores obtidos no Voltímetro e Frequencimetro durante a prática

Os valores para tensão e frequência medidos através do Voltímetro e Frequencimetro


foram 210V e 60Hz, respectivamente. O valor de tensão obtido consiste no menor
valor de tensão para qual o motor foi projetado, visto que no circuito foi realizada uma
ligação triângulo no motor.

Durante a partida, motores elétricos solicitam um valor de corrente mais elevado em


comparação com sua corrente nominal. Essa corrente, chamada corrente de partida,
foi medida através do amperímetro analógico para o sistema trifásico RST e os
valores obtidos podem ser observados na tabaela 1 abaixo.

Fase
R S T
Corrente de partida (A) 1,6 A 1,4 A 1,6 A
Tabela 1. Valores obtidos para a corrente de partida.

Para a corrente nominal do sistema, foram realizadas duas medições. A primeira


medição, realizada com o amperímetro analógico, e a segunda medição, realizada
com o alicate amperímetro digital, podem ser verificadas na tabela 2 abaixo.
Fase
R S T
Medição 1 (analógica) 0,9 A 0,8 A 0,75 A
Medição 2 (digital) 0,93 A 0,92 A 0,92 A
Tabela 2. Valores obtidos para a corrente nominal.
5. CONCLUSÃO:

O estudo dos circuitos elétricos de corrente alternada e a utilização de


instrumentos de medidas elétricas nos permitiu adquirir conhecimentos necessários
para compreender a montagem e o funcionamento do cirtuito para a partida direta do
motor CA, sendo esse dividido em um ciruito de potencia e força e um circuito de
controle.

Observou-se a necessidade de dispositivos de proteção para o circuito como por


exemplo: os fusíveis que limitam a corrente de um circuito, protegendo-o de um curto
cirtuito; os disjuntores que tem por função proteger as instalações e equipamentos
elétricos de uma sobrecarga e de um curto-circuito; e os relés termicos que o protegem
de uma sobrecarga, e por meio do circuito montado nesse experimento, a presença
de uma sobrecorrente foi verificada pelo acionamento da lâmpada de defeito.

Ao ligar o circuito, vericou-se a presença de uma corrente de partida, sendo esta


maior que a corrente nominal para o funcionamento do motor. Apesar de um motor
solicitar uma alta corrente de partida, em condições normais à plena tensão, a sua
duração não acarreta aquecimentos indesejáveis. Por outro lado, se as partidas forem
frequentes ou lentas, em função do processo e da carga mecânica, o motor poderá
sofrer aquecimentos adicionais. Neste sentido, a proteção térmica deverá atuar,
desligando o motor no menor tempo possível.

Por fim, verificou-se também que os intrumentos digitais, mesmo que mais
precisos em relação aos valores fornecidos, não são capazes de realizar medição da
corrente de partida, sendo portanto de fundamental importância o uso de
equipamentos analógicos. Dessa forma, o experimento foi capaz de relacionar o
conteúdo teórico abordado em sala com o funcionamento real de um motor permitindo
assim uma melhor assimilação do conteúdo trabalhado.
6. REFERÊNCIAS:

SOUZA,N,S. Apostila de acionamentos elétricos. Curso de Eletrotécnica. IFRN.


Disponível em: <http://docente.ifrn.edu.br/heliopinheiro/Disciplinas/maquinas-e-
acionamentos-eletricos-ii/apostila-basica>. Acessado em 06 de agosto de 2018.

Corrente Alternada. Disponível em: < http://brasilescola.uol.com.br/fisica/corrente-


alternada.htm>. Acessado em 07 de agosto de 2018.

Amperímetro. Disponível em: < http://www.industriahoje.com.br/amperimetro-o-que-


e-e-para-que-serve>. Acessado em 07 de agosto de 2018.

Voltimetro. Disponivel em: http://www.infoescola.com/eletricidade/voltimetro-e-


amperimetro/. Acessado em 08 de agosto de 2018.

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