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Resumo
Antes de iniciarmos o estudo dos acontecimentos históricos mais cobrados nos vestibulares, temos que nos
familiarizar com os conceitos básicos do estudo da História. Dentre eles, estão os conceitos de cultura,
sociedade, economia e política. Essa divisão didática pode ser utilizada para pensar os mais diversos
contextos históricos, facilitando o entendimento do conteúdo.
Cultura
A cultura dentro do estudo histórico ajuda a compreender a vida dos operários, camponeses e artesãos,
assim como das elites, já que este conceito abrange comportamentos sociais em um determinado contexto
e região. Com o conceito de cultura, podemos abordar assuntos como a religiosidade, a arte, os hábitos
cotidianos, mentalidades, etc. É importante lembrar que as culturas não devem ser hierarquizadas, ao
contrário disso, a valorização da pluralidade de culturas é um caminho para a construção de um
conhecimento que respeite a diversidade das sociedades.
Política
Geralmente associamos o conceito de política aos governantes e tendemos a pensar em um passado recente.
No entanto, a política é tão antiga quanto a humanidade, já que este conceito se relaciona à ideia de poder e
de administração das relações humanas em grupo, ou seja, desde que os homens começaram a viver em
grupo e tomaram consciência de sua existência, existiam atos políticos. O estudo da política nos ajuda,
assim, a compreender que poderes são instituídos em cada conjuntura histórica e, claro, como se relacionam
com o restante da sociedade.
Sociedade
O estudo da sociedade nos ajuda a compreender como nos organizamos ao longo do tempo. As formas de
organização social se transformam ao longo do tempo, assim como variam muito de região para região. É
importante relacionar o conceito de sociedade com o de cultura e de política, já que estão em permanente
diálogo.
Economia
O estudo da economia está associado às relações de produção e troca. Ou seja, debruça-se sobre as
atividades produtivas e as relações a elas associadas. A forma como os indivíduos produzem traz, sem
dúvidas, inúmeros impactos sobre as demais relações sociais. Assim, um estudo da economia é
fundamental para compreensão de seus impactos das sociedades humanas em diversos contextos
históricos.
Além disso, é importante lembrar que costumamos dividir a História em períodos. São eles:
Pré-História: período que trata das sociedades anteriores ao domínio da escrita. Essa nomenclatura é muito
questionada atualmente já que traz, implicitamente, que os povos sem escrita não teriam história.
Idade Antiga: a Idade Antiga se iniciou com as Civilizações da Antiguidade Oriental, as primeiras a
desenvolverem um código escrito. A Idade Antiga se inicia em aproximadamente 4 mil anos a.C., com
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civilizações como os egípcios, os persas, os babilônios, etc, além da chamada Antiguidade Clássica, período
em que se desenvolveram as civilizações grego e romana.
Idade Média: O período chamado de Idade Média durou aproximadamente mil anos. Ele se iniciou com a
queda do Império Romano do Ocidente e se encerrou em 1453 com a Tomada de Constantinopla. É nele que
estudamos o Feudalismo, período de fortalecimento da Igreja Católica.
Idade Moderna: A Idade Moderna se iniciou no século XV, período de transição do feudalismo para os
Estados Nacionais Modernos. É um dos períodos mais cobrados nos vestibulares e costumamos
caracterizá-lo, na Europa, como o período do Antigo Regime. Ele encerra com a Revolução Francesa em
1789.
Idade Contemporânea: A Idade Contemporânea se iniciou com a Revolução Francesa, contexto no qual
muitos dos pilares da sociedade que vivemos hoje são fundados. Os acontecimentos dos séculos XIX, XX e
XXI, incluindo os atuais, estão inseridos no que chamamos de Idade Contemporânea.
Cada um desses períodos apresenta uma unidade própria, revelando aspectos singulares que o diferenciam
de outras épocas. Esse tipo de divisão, é importante lembrar, é feita para fins didáticos, ou seja, nos ajuda
na compreensão dos conteúdos mais importantes para o vestibular.
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Exercícios
1. Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática. oriunda dos salões
franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por
sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de
um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os
dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”,
“Chez des dames”, “Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a
chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.
As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a
quadrilha é considerada uma dança folclórica por
a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma
nação ou região.
b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma
nação.
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada dança-espetáculo.
d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.
a) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho.
b) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos trabalhadores.
c) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade
produtiva.
d) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos na
organização do trabalho.
e) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo
produtivo
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História
3. “Se o conhecimento da História nos apresenta uma importância prática, é porque nela aprendemos
conhecer os homens que, em condições diferentes e com meios diferentes, no mais das vezes
inaplicáveis à nossa época, lutaram por valores e ideais análogos, idênticos ou opostos aos que
possuímos hoje; o que nos dá consciência de fazer parte de um todo que nos transcende, a que no
presente damos continuidade e que os homens vindos depois de nós continuarão no porvir.
A consciência histórica existe apenas para uma atitude que ultrapassa o eu individualista; ela é
precisamente um dos principais meios para realizar essa superação.”
Lucien Goldman
De acordo com o texto, podemos afirmar que:
a) a História é importante porque fornece à atualidade os meios de resolver seus problemas;
b) o estudo da História mostra a universalidade e a identidade dos valores e ideais humanos;
c) tem consciência o homem que conhece os fatos históricos de sua época;
d) a consciência histórica existe na medida em que o homem é capaz de se reconhecer no processo
histórico;
e) a importância prática da História se relaciona com o estudo e o conhecimento do presente
4. Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-
me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos
e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos
tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento)
TEXTO II
PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso
em: 12 jun. 2013. (Foto: Reprodução)
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Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari
retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra,
e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a
mesma função social e artística.
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em
um mesmo momentos históricos, retratando a colonização.
5. A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem
L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem
desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida.
GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de
Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).
A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das
letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a:
a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras.
b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização.
c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena.
d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.
e) Dificuldade apresentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa.
A prática governamental descrita no texto, com a escolha dos temas das obras, tinha como propósito
a construção de uma memória que
a) afirmava a centralidade de um estado na política do país.
b) resgatava a importância da resistência escrava na história brasileira.
c) evidenciava a importância da produção artística no contexto regional.
d) valorizava a saga histórica do povo na afirmação de uma memória social.
e) destacava a presença do indígena no desbravamento do território colonial.
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7. Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é compreensível que os simples
vínculos de pessoa a pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência para a cooperação
autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase sempre os mais decisivos. As agregações e relações
pessoais, embora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre
regionalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter sido,
por essa época, uma acentuação singularmente enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma
estagnação ou antes uma atrofia correspondente das qualidades ordenadoras, disciplinadoras,
racionalizadoras.
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
8. Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais tendem a reger-se por imagens midiáticas, a
imagem de um indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode agregar valor econômico na
medida de seu incremento técnico: amplitude do espelhamento e da atenção pública. Aparecer é então
mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória do mercado,
ao mesmo tempo que acena democraticamente para as massas com os supostos “ganhos
distributivos” (a informação ilimitada, a quebra das supostas hierarquias culturais), afeta a velha
cultura disseminada na esfera pública. A participação nas redes sociais, a obsessão dos selfies, tanto
falar e ser falado quanto ser visto são índices do desejo de “espelhamento”.
SODRÉ, M. Disponível em: http://aulas.estadao.com.br. Acesso em: 9 fev. 2015 (adaptado).
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10. Diante de ameaças surgidas com a engenharia genética de alimentos, vários grupos da sociedade civil
conceberam o chamado “princípio da precaução”. O fundamento desse princípio é: quando uma
tecnologia ou produto comporta alguma ameaça à saúde ou ao ambiente, ainda que não se possa
avaliar a natureza precisa ou a magnitude do dano que venha a ser causado por eles, deve-se evitá-
los ou deixá-los de quarentena para maiores estudos e avaliações antes de sua liberação.
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa. São Paulo: Cia. das Letras, 2001 (adaptado).
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Gabarito
1. B
A quadrilha tem toda uma questão de regionalidade, como todo folclore. Tratando de forma específica,
esta dança é originária da França, dos grandes salões nobres, porém, ao chegar ao Brasil sofreu
transformações e passou a ter um caráter extremamente popular, fazendo parte do que chamamos de
bem imaterial.
2. E
O parcelamento das atividades e a hierarquia são vitais para o desenvolvimento do capitalismo industrial,
tal qual destaca o texto ao mencionar a “divisão capitalista do trabalho”.
3. D
Compreendendo, assim, as características políticas, econômicas, sociais e culturais de cada conjuntura.
4. C
Temos um contraponto perceptível entre a carta de Caminha e o quadro de Portinari: ambos tratam da
temática da chegada dos Portugueses ao Brasil, porém, Caminha descreve a terra com um olhar otimista
em relação aos indígenas. Já o quadro no mostra uma afeição de surpresa e inquietação dos nativos.
5. D
O trecho evidencia as diferenças culturais entre indígenas e portugueses, assim como a incompreensão
– e a perspectiva eurocêntrica - destes em relação as especificidades dos povos nativos.
6. A
Na busca pelo fortalecimento de identidade nacional, conveniente para a atuação da política no país,
cria-se a imagem do Herói Bandeirante, que desbravou as matas no Brasil, expandindo nosso território
e absorvendo novos conhecimentos. Atualmente sabemos que a atuação dos bandeirantes não
caminhava muito nesse sentido, pois foram eles responsáveis pela escravização de índios e geração de
conflitos internos.
7. B
Os interesses pessoais vêm a tona pela falta de ideais ordenadores e racionalizantes.
8. A
Vivemos em sociedade onde é crescente a exposição dos indivíduos. Essa mensagem passada no texto
pode ser associada a ideia de identidade autoreferente, ou seja, a necessidade de construir uma
determinada identidade através das imagens midiáticas.
9. D
O texto de Weber mostra a transição do pensamento antigo para o moderno diante das alterações
históricas ocorridas no período, como Revolução Industrial, surgimento do capitalismo, entre outros.
Assim, há um afastamento em relação às crenças mais antigas. A questão traz, ainda, o diálogo entre a
história e o pensamento sociológico.
10. C
Esse tipo de reflexão é comum às socialistas contemporâneas. A partir da questão podermos ressaltar
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a importância de compreender as tendências do pensamento social dentro dos contextos históricos nos
quais se inserem.