INTRODUÇÃO
11. Foi assim que surgiram, em certa época, muitos cantos que
parafraseavam o que seria a tradução do texto latino oficial: só era
permitido cantar, paralelamente aos textos oficiais proferidos em latim,
esses cantos do tipo paráfrase, jamais as traduções dos textos oficiais.
16. A Liturgia é pastoral por vocação, não pode jamais perder o sentido
pastoral. A reforma litúrgica determinada pelo II Concílio Ecumênico do
Vaticano teve precisamente esse perspectiva, como se pode ver do nº 43
da Sacrosanctum Concilium. Como a celebração da Eucaristia, como de
resto toda a Liturgia, faz-se mediante sinais sensíveis, através dos quais
a fé é alimentada, fortalecida e expressa, deve cuidar-se ao máximo em
escolher aquelas formas e aqueles elementos propostos pela Igreja que,
tendo-se em conta as circunstâncias pessoais e locais, estimulem mais
intensamente uma participação ativa e plena, e mais adequadamente
respondam à utilidade espiritual dos fiéis. Por isso é preciso que os
pastores responsáveis pelas celebrações tenham suficiente formação e
sejam dotados de aprimorada sensibilidade para escolher, dentre as
propostas pela Igreja, as alternativas mais frutíferas, ouvindo os fiéis a
seu cargo e ajustando seus próprios gostos àquilo que seja o melhor
para aquela determinada assembléia. As ovelhas conhecem a voz do
pastor, sim, mas precisam também de momentos de silêncio e de
contemplação. Elas principalmente esperam, do pastor, que ele lhes dê
tranqüilidade, paz e segurança, e isso exige, por parte do pastor, respeito
aos padrões de comportamento. A paz que todos buscamos é a
tranqüilidade na ordem, segundo clássica definição de Sto. Tomás de
Aquino. É o respeito à ordem que traz a tranqüilidade, a segurança. Na
Igreja, e especialmente na Liturgia, fonte e cume da vida da Igreja, não
pode ser diferente: para que a Liturgia terrena seja a prefiguração da
Liturgia celestial (como nos propõem tantos textos da própria Liturgia),
ela não pode ser nervosa nem inesperada nem improvisada.
Mas a Liturgia não pode ser morta, precisa ser vívida, e para tanto
precisa ser vivida pelos que nela atuam, precisa ser espontânea. Não se
pode, de modo algum, ser um «rubricista»: é preciso insuflar na regra o
espírito, é preciso dar vida (e não pode ser uma vida artificial) à regra.
Como escreveu um mestre da vivência litúrgica: A verdadeira
espontaneidade, a verdadeira criatividade consistem em preparar-se bem
para fazer viver um texto, dando espírito à letra da liturgia.
17. Espero, ao preparar este trabalho, estar fazendo bom uso de graça
que me foi conferida (cf. Mateus, 25, 14 e ss.), ao manifestar a fiéis em
geral, e eventualmente a pastores e outros ministros, um parecer sobre
matéria que pertence ao bem da Igreja, sempre em vista da utilidade
comum.
prof. Alexandre H. Gruszynski
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