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Anatomia macroscópica
- A medula é uma massa de tecido nervoso localizada no canal vertebral.
- Tem cerca de 45 cm no adulto e estende-se até o nível da 2ª vértebra lombar (L2).
- A porção final da medula chama-se cone medular, que possui um filamento meníngeo
denominado filamento terminal.
- A medula apresenta forma irregular, pois contém dilatações: intumescências cervical e lombar.
- Intumescência cervical: área de conexão das raízes nervosas do plexo braquial.
- Intumescência lombar: área de conexão das raízes nervosas do plexo lombossacral.
- Fissura mediana anterior, sulco lateral anterior, sulco lateral posterior, sulco intermédio posterior e
sulco mediano posterior.
- Sulcos laterais anterior e posterior: origem aparente do SNC dos nervos espinhais, raízes motoras
e sensitivas respectivamente.
- Substâncias branca e cinzenta. Branca: acúmulo de axônios dos neurônios. Cinzenta: formato de
H; acúmulo de corpos de neurônios.
- Substância cinzenta: colunas anteriores, posteriores e laterais. Anteriores: núcleos dos neurônios
motores que inervam musculatura esquelética. Posteriores: aferência das fibras sensitivas dos
nervos espinhais. Laterais: aparece na medula torácica e lombar.
- Substância branca: funículos anterior, lateral e posterior. Anterior: entre fissura mediana anterior e
sulco lateral anterior. Lateral: entre sulco lateral anterior e lateral posterior. Posterior: entre sulco
lateral posterior e sulco mediano posterior. A posterior se subdivide em fascículo grácil e
cuneiforme pelo septo intermediário, na altura da medula cervical.
- No começo do desenvolv. intrauterino, medula e coluna vertebral crescem no mesmo ritmo. A
partir do 4º mês a coluna cresce + rápido -> nível medular e vertebral diferem por conta disso
- A partir de C2 -> Nível medular = nível vertebral + 2.
- Meninges: dura-máter, aracnoide e pia-máter. Dura-máter: envolve a medula, formando o saco
dural, embainha os nervos espinhais e forma o perineuro. Pia-máter: forma o ligamento denticulado
e o filamento terminal (recobre-se com dura após passar pelo fundo do saco dural).
Anatomia microscópica
Substância cinzenta: colunas anterior, posterior e lateral (faz parte da substância intermédia).
Substância branca
Fibras agrupam em tratos e fascículos. Vias ascendentes e descendentes.
Secção de fibra mielínica -> degeneração walleriana distal -> permite identificar de qual
trato/fascículo aquela fibra faz parte. Se a degeneração ocorrer acima da lesão, significa que o
neurônio faz parte de uma via ascendente, pois a degeneração vai em direção ao corpo celular.
Vias descendentes
Originam-se no córtex ou no tronco encefálico e fazem sinapse com a medula.
A sinapse pode ser feita com neurônios do SNA (vias descendentes viscerais), da coluna posterior
(regulam a penetração dos impulsos sensoriais no sistema nervoso central) ou direta/indiretamente
com neurônios motores somáticos, constituindo as vias motoras descendentes somáticas.
Vias descendentes motoras:
Sistema lateral: trato corticoespinhal lateral (origem no córtex motor) e trato rubroespinhal
(origem no núcleo rubro, mesencéfalo). Fazem sinapse com neurônios motores (coluna
anterior da medula). Movimentação voluntária distal dos membros.
Sistema medial: tratos corticoespinhal anterior, tetoespinhal (origem no colículo superior ->
teto do mesencéfalo), vestibuloespinhais medial e lateral (núcleos vestibulares do IV
ventrículo) e reticuloespinhais pontino e bulbar (origem na formação reticular da ponte e do
bulbo).
Fibras vão até neurônios de axônio curto (internunciais) na medula -> ligam a neur. motores na
parte medial da coluna anterior (= controle voluntário da musculatura proximal dos membros e
musculatura axial – tronco e pescoço).
Tratos vestibuloespinhais e reticuloespinhais -> postura e equilíbrio, além da função
supracitada.
Vestibuloespinhal lateral: ajusta postura para equilíbrio. Medial: ajusta postura da cabeça e
tronco.
Reticuloespinhal pontino -> contração da musculatura extensora dos MMII, resiste à gravidade.
Resticuloespinhal bulbar -> contrário ao pontino (relaxa musculatura extensora de MMII).
Tetoespinhal: orientação sensorial motora da cabeça
TCE anterior: motricidade voluntária axial e proximal de MMSS. Possui algumas fibras que não
cruzam na decussação -> controle ipsilateral.
Vias ascendentes
Funículo posterior
Fascículo grácil: fibras desde a porção coccígea até torácica baixa penetram na medula. Aferência
de MMII e metade inferior do tronco. Ascende ao bulbo no tubérculo grácil.
Fascículo cuneiforme: evidente a partir da porção torácica, conduz, portanto, impulsos originados
nos membros superiores e na metade superior do tronco.
Funções: propriocepção consciente/cinestesia (localiza parte do corpo sem olhar pra ela), tato
discriminativo/epicrítico, sensibilidade vibratória e estereognosia (perceber forma e tamanho de
objeto pelo toque).
Funículo anterior
Funículo lateral
Trato espinotalâmico lateral: formado por neurônios de projeção localizados na coluna posterior,
cujos axônios cruzam a comissura branca da medula e ganham o funículo lateral (formando o trato
espinotalâmico lateral), ascendendo para o tálamo. Impulsos de temperatura e dor (aguda e bem
localizada). OBS.: fibras espinorreticulares -> seguem junto do TET lateral. Fazem sinapse com a
formação reticular no tronco, formando a via espino-retículo-talâmica; impulsos de dor crônica e
difusa.
Sensibilidade
Anestesia: perda total da sensibilidade de uma ou mais modalidades. Pode ser considerada somente
a perda tátil como anestesia e analgesia para perda da sensibilidade dolorosa.
Hipoestesia, hiperestesia
Parestesia: formigamento
Algias: dores
Síndromes medulares
1. Transecção completa de medula: interrupção dos tratos motores e
sensitivos, completa perda da motricidade voluntária e da
sensibilidade consciente abaixo do nível da lesão, lesão das raízes
nervosas no nível da transecção, síndrome do “choque medular”,
hiperreflexia e paralisia espástica abaixo do nível de lesão.
2. Hemissecção da medula (sd. de Brown-Séquard): perda da
motricidade voluntária ipsilateral, perda do tato discriminativo, da
sensibilidade proprioceptiva e vibratória ispilateral, perda da
sensibilidade termoalgésica contralateral, lesão das raízes nervosas
no nível e ispilateral à lesão.
4. Síndrome da compressão extrínseca da medula: sintomas iniciam nas camadas mais externas
dos tratos medulares longos, lesão cervical: sintomas sensitivos (espinotalâmico) e motores
(corticoespinhal) com características “ascendentes”; compressão lateral severa = Síndrome de
Brown-Séquard.