Você está na página 1de 16

REQUISITOS BÁSICOS PARA

MODELAGEM DE COMPENSADORES
ESTÁTICOS NO PROGRAMA ATP

Escritório Central
Rua Júlio do Carmo, 251
CEP 20.211-160 Cidade Nova Rio de Janeiro RJ
Tel.: 21 3444 9000 Fax: 21 3444 9444
info@ons.org.br
www.ons.org.br
© 2018/ONS

Todos os direitos reservados.

Qualquer alteração sem autorização é proibida.

ONS-NT-0149/2018

REQUISITOS BÁSICOS PARA


MODELAGEM DE
COMPENSADORES ESTÁTICOS
NO PROGRAMA ATP
Sumário

1 Objetivo 4

2 Requisitos Básicos de Modelagem dos CER 4


2.1 Requisitos Gerais 5
2.2 Requisitos de Controle/Disparo das Válvulas de Tiristores 6

2.3 Requisitos de Main Circuit 7


2.4 Requisitos de Simulação, Rede, Validação e Inicialização do Modelo 8
2.5 Requisitos do Relatório/Manual de Usuário do Modelo 9

2.6 Requisitos de Modelagem 11

3 Checklist 12
3.1 Arquivos de modelagem 12
3.2 Figuras 12

4 Considerações finais 15

5 Créditos 16

ONS 3 / 16
1 Objetivo
O objetivo deste relatório é definir requisitos básicos necessários para a modelagem
de Compensadores Estáticos de Reativos, também conhecidos pelos acrônimos
CER, CE ou SVC (Static Var Compensator), no programa de transitórios
eletromagnéticos ATP (Alternative Transients Program). Esta modelagem se destina
a estudos de transitórios eletromagnéticos de manobra. O modelo do CER é um
requisito especificado no Anexo Técnico do Leilão de Transmissão e ainda reforçado
pelos Procedimentos de Rede do ONS.
A modelagem de equipamentos FACTS (Flexible AC Transmission System), isto é,
equipamentos que usam eletrônica de potência para tornar os sistemas em corrente
alternada mais flexíveis, é uma tarefa complexa que demanda uma expertise no
equipamento modelado, de transitórios eletromagnéticos e sistemas de potência, no
programa ATP e em sua interface gráfica ATPDraw. Do ponto de vista de
desenvolvimento da modelagem é desejável que o próprio fabricante do
equipamento desenvolva o modelo de CER para ATP, com o intuito de tornar a tarefa
de passagem de informações e validação do modelo mais fácil, além de tornar o
modelo mais preciso e garantir as suas características de projeto. É importante
salientar que a etapa de validação é tão importante que, caso esta etapa não tenha
sido feita, o ONS não analisará o modelo do CER no programa ATP.
A presente Nota Técnica atualiza e substitui a NT-0165/2014.

2 Requisitos Básicos de Modelagem dos CER


Devido à natureza complexa do desenvolvimento da modelagem do CER que agrega
vários sistemas, tais como, mas não limitados a:
a. Sistema de medição e formação do estatismo;
b. Controlador principal e principais estratégias de controles e
protetivas;
c. Alocadores ou distribuidores de susceptância;
d. Disparo das válvulas dos bancos chaveados (TSC) e dos reatores
controlados a tiristores (TCR);
e. Circuito principal (de potência, tais como transformador, filtros de
harmônicos, reatores, capacitores, para-raios, capacitores de surto,
etc.);
f. etc.
É necessária uma validação da modelagem desenvolvida com um benchmark, que
são as simulações feitas em tempo real com o próprio cubículo de controle do
equipamento ou uma réplica deste sistema de controle e a modelagem dig ital do
sistema de proteção. Estas simulações são conhecidas como hardware-in-the-loop.

ONS 4 / 16
A falta desta validação impedirá o ONS de analisar o modelo desenvolvido. A forma
de modelar as funções de transferência dos controles pode ser feita na transformada
discreta (transformada Z) ou contínua (Laplace), desde que a faixa de frequência de
validade do modelo não se aproxime da frequência de Nyquist. Caso seja utilizada a
transformada discreta, as amostragens dos processos não devem restringir o usuário
do modelo de aumentar ou diminuir o passo de integração do programa ATP em uma
faixa de 1 a 50 µs (em degraus de 5 µs). A alteração do passo de integração pelo
usuário do modelo pode ser necessária devido a eventuais problemas de oscilações
numéricas e outros fatores.

2.1 Requisitos Gerais


A modelagem de Compensadores Estáticos é uma tarefa complexa e
demanda um conhecimento profundo do sistema de controle real do CER
e do programa ATP, que irá modelar este equipamento para estudos de
transitórios eletromagnéticos de manobra (estudos determinísticos e
estatísticos). Dessa forma, a modelagem desenvolvida para o CER deverá
ser validada contra simulações em tempo real (normalmente estudos em
RTDS®) considerando o cubículo real do sistema de controle. Desta
maneira, o desenvolvedor do modelo deve proceder à validação do modelo
do CER desenvolvido no ATP com as simulações em tempo real, com a
réplica do controle e suas principais funções protetivas. A falta desta
validação impedirá o ONS de analisar o modelo desenvolvido.
Em caso de modelagem de CER múltiplos, o desenvolvedor deverá se
assegurar que os modelos são adequados para serem simulados em um
mesmo caso do programa ATP. Nesse sentido, deve-se tomar cuidado na
escolha das variáveis para que estas não sejam as mesmas em dois ou
mais CER em um mesmo caso de ATP.
O relatório do modelo deverá vir acompanhado dos documentos principais
do projeto básico do CER, tais como, mas não limitados a:
a. Estratégias especiais do controle;
b. Dimensionamento dos componentes do CER (projeto básico do CER);
c. Ensaios no transformador de acoplamento;

d. etc.
O modelo do CER no programa ATP deverá ser enviado ao ONS
inicialmente configurado conforme os ajustes realizados nos estudos de
desempenho e testes de aceitação em fábrica (FAT - Factory Acceptance
Tests). Logo após o comissionamento, o modelo deverá ser adequado de
conformidade com os reajustes efetuados durante o comissionamento e
deverá ser enviado ao ONS como modelo “como construído”. Ou seja, o
ONS deverá receber dois modelos: i) conforme testes em fábrica e ii) como

ONS 5 / 16
construído. Observa-se que a manutenção da modelagem desenvolvida
do CER para o programa ATP deverá ser feita pelo Agente Concessionário
durante o período de concessão e de acordo com atualizações feitas em
campo ou eventualmente o desenvolvimento de novas versões do
programa ATP/ATPDraw que tragam problemas de compatibilidade com
os modelos desenvolvidos.

2.2 Requisitos de Controle/Disparo das Válvulas de Tiristores


O sistema de controle do CER pode ser modelado na TACS (Transient
Analysis of Control Systems) e/ou na MODELS.
O controlador de estabilidade – Stability Controller / Gain Supervisor -
deverá ser modelado de forma fidedigna ao equipamento real com o intuito
do CER ter bom desempenho em situações de baixo e elevado nível de
potência de curto-circuito, evitando hunting com outros controladores.
O otimizador de ganho do CER deverá ser modelado através de uma
tabela onde o ganho do CER deverá estar parametrizado em função da
potência de curto-circuito do ponto de acoplamento comum (PAC) e do
valor de estatismo ajustado. A tabela deverá ser disponibilizada ao ONS e
deverá constar no manual do usuário do modelo e em arquivo anexo.
Caberá ao usuário do modelo ajustar o ganho correto, dependendo do
ajuste do estatismo do CER e da potência de curto-circuito do PAC.
No modelo desenvolvido, os parâmetros e ajustes de caráter sistêmicos
devem todos estar contidos em seções que definam esses parâmetros e
ajustes como grandezas globais que possam ser definidas unicamente no
código e que sejam válidas por todo o código do controle. Esse
procedimento evita que para se alterar um ajuste sistêmico seja necessário
alterar o código do controle em várias seções diferentes deste código, por
exemplo. Para isso sugere-se o uso da declaração $PARAMETER para os
ajustes sistêmicos ou no caso do uso do ATPDraw deve-se utilizar os
campos nas caixas de diálogo. Como ajustes sistêmicos são entendidos
preliminarmente:
a. Ajuste do ganho global do CER (controlador PI);

b. Ajustes da lógica de subtensão (nível e temporização de atuação (set),


nível e temporização de desativação (reset).
c. Ajuste do estatismo. As bases utilizadas para o estatismo na IHM do
equipamento e a utilizada internamente no controle modelado devem
ser explicitadas;
d. Tensão de referência e dispositivo para aplicação de degrau nesta
referência;

ONS 6 / 16
e. Todos os parâmetros que têm ação de bloqueio e inicialização do
modelo, como por exemplo: fechamento de disjuntores, bloqueio e
liberação do bloqueio dos TCR, liberação para operação em modo
automático de malha fechada (liberação e bloqueio do controlador
Proporcional-Integral), etc.
O modelo deve representar adequadamente as ações de controle, com
finalidade de proteção ao próprio equipamento, existentes no equipamento
real. Como por exemplo, os ajustes do disparo protetivo (protective firing)
das válvulas, bem como outras ações de limitação e/ou trip quando da
violação da envoltória de sobretensões associada ao ciclo de
sobrecarga/sobretensão indutiva especificada para o equipamento, isto é,
a ação da proteção de sobretensão do CER. O disparo protetivo deve ser
descrito e modelado. Deve-se informar as ações do controle/disparo após
o disparo protetivo, isto é, os seus desdobramentos, e se este levará o
CER a trip.
Observa-se que o modelo para o programa ATP deverá conter os ajustes
e parâmetros como implantados em campo pelo fabricante do CER, a partir
do estudo realizado no teste de aceitação em fábrica. Mudanças
porventura implementadas no comissionamento do CER deverão ser
informadas ao ONS e atualizadas no modelo do CER para o ATP,
conforme comentado na seção 2.1.4.
A malha do regulador PI deve ser descrita, indicando as variáveis de
entrada e saída, limitadores dinâmicos (non windup) e estáticos e as bases
dessas variáveis. Os ganhos do regulador devem ter suas unidades e
bases informadas.

2.3 Requisitos de Main Circuit


O modelo do CER para o ATP deverá ser capaz de reproduzir todos os
modos degradados desse equipamento, definidos e aprovados no seu
projeto básico (projeto de filtros), e o manual do modelo deverá descrever
de forma precisa como os modos degradados são selecionados e
simulados, além das limitações de potência reativa decorrentes deste
modo degradado.
O modelo do CER deverá ser desenvolvido com a curva de saturação do
transformador de acoplamento e com os para-raios nos lados de alta e
baixa tensão de acordo com o projeto de coordenação de isolamento do
equipamento, aprovado pelo projeto básico. Em estudos dos fenômenos
onde se possa desprezar os para-raios, esses ajustes serão feitos pelo
ONS e a seu critério.
Devem ser informados dados dos filtros, como os parâmetros elétricos,
topologia, potência, sintonia e fator de qualidade.

ONS 7 / 16
2.4 Requisitos de Simulação, Rede, Validação e Inicialização do
Modelo
Para efeito de validação da rede de transmissão a ser modelada no ATP
deve-se reproduzir a rede utilizada nas simulações de tempo real. A
validação da rede deverá ser feita através da comparação das
correntes/potências de curtos-circuitos monofásicos e trifásicos em várias
barras da rede e notadamente no PAC do CER. O uso de equivalentes do
tipo barra infinita e reatância de curto-circuito não se prestam a testar a
inicialização do modelo que deverá utilizar pelo menos uma rede do SIN
definida nos estudos de projeto básico (transitórios eletromagnéticos de
manobra).
Todos os casos simulados no programa ATP, com o objetivo de comprovar
a validação do modelo do CER, devem ser fornecidos ao ONS no formato
digital do ATP ou ATPDraw e este processo deve ser parte integrante do
Relatório de Modelagem deste CER. A falta desta validação impedirá o
ONS de analisar o modelo desenvolvido.
O modelo do CER para o programa ATP deve ser inicializado o mais rápido
possível, em até 300 ms, para possibilitar a viabilidade de simulação dos
estudos de transitórios eletromagnéticos de manobra. Caso a rede
utilizada nas simulações em tempo real tenha sido equivalentada por uma
impedância de curto-circuito, deverá ser utilizada a rede do SIN simulada
no projeto básico para efeitos de inicialização do modelo desenvolvido.
Alguns sistemas necessitam de fontes fictícias ideais conectadas às
barras de alta ou baixa tensão por algum tempo (dummy sources), outros
sistemas prescindem deste artifício.
Com relação à validação do modelo, solicita-se que as simulações mais
significativas sejam reproduzidas com o modelo desenvolvido do CER e
que uma comparação seja feita com relação as simulações em tempo real.
Para efeito de validação, sugerimos que as seguintes manobras (se
disponíveis) possam ser comparadas:
a. Aplicação de defeito monofásico na barra do CER (lado linha) com
eliminação do defeito no tempo estabelecido nos Procedimentos de
Rede. Caso não seja possível a comparação solicitada, que seja feita
a comparação em condições de curto-circuito monofásico em alguma
outra situação.

b. Aplicação de defeito trifásico na barra do CER (lado linha) com


eliminação do defeito no tempo estabelecido nos Procedimentos de
Rede. Caso não seja possível a comparação solicitada, que seja feita
a comparação em condições de curto-circuito trifásico em alguma
outra situação.

ONS 8 / 16
c. Rejeição de carga onde o CER seja levado à faixa indutiva para
combater as sobretensões resultantes desse evento.
d. Aplicação de degraus na referência de tensão (Vref) que possibilitem
o modelo excursionar próximo aos seus limites indutivo e capacitivo.
e. Outras julgadas importantes pelo desenvolvedor do modelo. Observa-
se que os subitens a, b, c e d acima não esgotam a validação e devem
ser feitas outras comparações para se demostrar a concordância entre
o modelo desenvolvido no ATP e as simulações em simulações em
tempo real. Observa-se ainda que caso as simulações em tempo real
tenham sido realizadas considerando religamentos automáticos de
linha estas manobras devem ser validadas.
f. No processo de validação da modelagem, as semelhanças e as
diferenças devem ser claramente explicitadas de forma a justificar
eventuais desvios do esperado. A utilização de figuras comparativas é
imprescindível, mas o seu uso sem juízo de valor não será aceito.
As grandezas sugeridas para a comparação são as seguintes: valores
eficazes (rms) e instantâneos das tensões primárias e secundárias do
CER, correntes primárias do CER, corrente nos TCR, corrente nos TSC,
tensão medida pelo controle; sinais de controle como entrada do
controlador PI (erro), saída do controlador PI (susceptância primária),
potência reativa, susceptâncias dos TCR, sinal de ligado/desligado dos
TSC, sinal de atuação e desbloqueio da lógica de subtensão, sinais das
malhas de limitação (por exemplo, limitação de corrente no tiristor, tensão
secundária, etc) e outras julgadas importantes pelo desenvolvedor do
modelo do SVC. Assim sendo, todas essas grandezas têm que estar
disponíveis para a plotagem e inspeção.
Para efeito de modelagem, a rede de transmissão representada no
programa ATP deve ser feita com os parâmetros XOPT=COPT=60, uma
vez que esta é forma como as linhas, transformadores, reatores,
capacitores, etc, são representados na base de dados do ONS.
O modelo desenvolvido não deverá restringir o usuário de variar o passo
de integração do programa ATP em uma faixa de 1 a 50 µs, em degraus
de 5 µs.

2.5 Requisitos do Relatório/Manual de Usuário do Modelo


O relatório da modelagem de CER necessita de uma descrição clara e
concisa da modelagem desenvolvida, constando de:
a. Uma descrição simplificada do CER com todos os seus componentes
e nominais (indutivo e capacitivo). Um diagrama unifilar do CER é
imprescindível. Este dever ser feito em software gráfico (tipo CAD ou

ONS 9 / 16
similar), evitando uso de diagramas do próprio ATPDraw, mostrando o
posicionamento de todos os componentes do CER;
b. Figuras que descrevam as malhas de controles e lógicas
representadas na modelagem no ATP. Essas figuras devem
corresponder fidedignamente à modelagem desenvolvida no ATP e
não em outros programas de transitórios eletromagnéticos;
c. Variáveis mais importantes usadas nos modelos devem ser descritas
no relatório, preferencialmente, na forma de tabela com nome e
função/descrição. A falta da tabela de variáveis impedirá o ONS de
analisar o modelo desenvolvido;
d. Caso exemplo de simulação do modelo, explicando de forma didática
o uso do modelo desenvolvido no ATP;
e. O ganho ajustado pelo “Otimizador de Ganho” do CER em função da
potência de curto-circuito do PAC e estatismo deverá ser explicitado
em uma tabela fornecida ao ONS;
f. Dados do transformador de acoplamento do CER que levaram a
modelagem apresentada no código. É necessária a representação dos
efeitos da saturação no modelo. A curva de saturação deve ser
fornecida e devem ser claramente explicitados seus parâmetros, tais
como: joelho, reatância de núcleo de ar (Xac) e corrente de
magnetização na tensão nominal;
g. As características básicas (manobra, curva de descarga 30/60 s) dos
para-raios utilizados na modelagem, bem como sua tensão nominal e
capacidade máxima de dissipação de energia;
h. Deverá ser previsto no modelo, e descrito no relatório, uma variável
para aplicação de degraus na referência do regulador de tensão do
CER, com seus respectivos tempos de aplicação e remoção;
i. O relatório deve ser escrito de forma a compor o banco de dados do
ONS para modelagem de CER no ATP. Assim sendo, deve ser didático
e exemplificar o seu uso através de casos simulados.
Independente da modelagem a ser desenvolvida no ATP (modo texto) ou
ATPDraw (modo gráfico), um manual de usuário deve ser fornecido com
detalhes dos nomes das variáveis e blocos de controle, deixando claro
como fazer a portabilidade do modelo de ATP desenvolvido do caso
exemplo contido no manual de usuário para um caso genérico a ser
estudado. A falta da tabela de variáveis e blocos de controle impedirá o
ONS de analisar o modelo desenvolvido.

ONS 10 / 16
2.6 Requisitos de Modelagem

Considera-se boa prática de modelagem e, portanto, sugere-se que o


modelo entregue no formato ATP (texto) possua comentários que
indiquem partes como início e fim das malhas de controle/protetivas. Os
comentários devem descrever as variáveis importantes quando
introduzidas ou na seção de plotagem. O desenvolvedor deve ser
cuidadoso com comentários que descrevam funcionalidades, unidades e
bases.
O modelo entregue no formato ATP (texto) não deverá conter blocos e
elementos não utilizados comentados. Da mesma forma, modelos
entregues no formato ATPDraw (gráfico) não devem conter elementos
ocultos (com a opção Hide) não utilizados e não documentados.
O modelo que faça inclusão de outros elementos com a opção $INCLUDE
deverá fazê-lo utilizando caminhos relativos ao diretório que contém o
caso, por exemplo utilizando o comando $PREFIX.
Modelos gráficos no formato ATPDraw devem incluir anotações no “painel
de circuitos” para indicar componentes e algumas informações relevantes
como nominais de equipamentos, conexões, características especiais, etc.
O modelo entregue poderá ter partes do circuito e do controle escondidos
com a opção Compress do ATPDraw. No entanto, o modelo desenvolvido
deve honrar o comando DISK nas simulações estatísticas de forma gerar
um caso determinístico (shot) automático pelo programa ATP.

Malhas de controle e medição atreladas a passos de integração fixos ou


condicionados (múltiplos) podem não ser aceitos se criarem dificuldades
ou tirar a flexibilidade das análises do ONS. Observa-se que o passo de
integração deverá obedecer ao tratado na seção 2.4.7.
O ONS não recomenda o uso de modelos fechados (compilado e link-
editado com o ATP), tendo em vista que dificultam a análise pelo ONS e a
manutenção do modelo pelo seu desenvolvedor. Caso o modelo seja
fechado, os itens a seguir devem ser respeitados:
a. Passo de integração conforme seção 2.4.7;
b. Um caso que utilize modelo fechado deve respeitar todos itens e
seções desta Nota Técnica e em especial aqueles relativos às
variáveis disponíveis para plotagem. O desenvolvedor deverá
observar que o ONS poderá solicitar novas variáveis do modelo para
plotagem a depender da análise a ser realizada.
c. Modelo fechados devem vir acompanhados de instruções e arquivos
necessários para permitir a sua link-edição pelo ONS com outros
modelos fechados. Os arquivos objeto do modelo (de extensão “.o”), o
ONS 11 / 16
fonte “fgnmod.f”, o “Makefile”, o “tpbig.exe” gerado e arquivos
adicionais necessários (bibliotecas DLL, etc.) devem ser fornecidos ao
ONS.
d. Para modelos fechados, é importante que as malhas de controle,
protetivas e medição sejam cuidadosamente descritas no manual do
usuário.

3 Checklist
As seções abaixo indicadas devem ser seguidas para facilitar o envio da
documentação do modelo ao ONS. A não observância desta seção poderá atrasar a
análise do modelo do CER por parte do ONS ou até inviabilizá-la.

3.1 Arquivos de modelagem

Os arquivos de casos, modelo e da sua documentação devem ser compartilhados


com o ONS. Deverão ser disponibilizados os arquivos abaixo:
a. Caso(s) de exemplo(s) do modelo;
b. Casos utilizados na validação;
c. Manual do usuário/relatório de modelagem do modelo do CER para
ATP;
d. Arquivo com tabela do otimizador de ganho, se implementado;
e. Arquivo startup de configurações do ATP;
f. Arquivo listsize com dimensionamento de listas do ATP, caso seja
necessária a ampliação para a simulação de alguns dos casos;
g. Documentos aprovados pelo projeto básico do CER:
• Estratégias de controle;
• Dimensionamento de componentes do CER;
• Ensaios no transformador de acoplamento;
• Coordenação de isolamento.

3.2 Figuras

Essa seção contém figuras de exemplo para orientação de elementos que devem
ser documentados no manual do usuário.
A Figura 1 contém um diagrama geral de exemplo com as funcionalidades e
principais malhas de controle e de funções protetivas de um CER genérico. Algumas
variáveis de entrada e saída podem ser indicadas nessa figura.

ONS 12 / 16
A Figura 2 contém um diagrama unifilar de exemplo com os principais componentes
de um CER e a indicação de variáveis importantes. É importante informar os valores
de potências nominais dos equipamentos, bem como a que tensões estão referidos.
A Figura 3 contém um exemplo de curva de saturação de um transformador de
acoplamento. A curva deve possuir boa definição e/ou vir acompanhada de tabela
de pontos. Os valores da tensão de joelho (Vj), da reatância a núcleo de ar (Xac) e
das bases utilizadas devem ser informados.
A Figura 4 contém um exemplo de diagrama de blocos de uma malha de controle
específica. Quanto ao nível de detalhamento, é importante indicar entradas e saídas,
funcionalidades, destacar variáveis importantes e disponíveis para plotagem, limites
e variáveis limitadas.
A Figura 5 contém um exemplo de curva de ciclo de sobrecarga indutiva. Uma figura
como essa deve indicar os patamares de tensão e as temporizações associadas.

As Figura 6 e Figura 7 contém exemplos de comparação de sinais de diferentes


origens para a validação. Para efeitos de validação, podem ser incluídas figuras com
sinais sobrepostos, como na Figura 6, ou acompanhada (lado-a-lado ou na vertical)
como na Figura 7. As figuras devem possuir boa definição e as mesmas escalas, isto
é, nas mesmas unidades e com os mesmos limites nos eixos horizontal e vertical.
As unidades devem ser informadas e, sobretudo figuras do tipo da Figura 7, conter
subdivisões iguais nos eixos (exemplo: retas verticais a cada 0,3 s).

Estrat gia de Estrat gia de


O
Subtensão Sobretensão loqueio Sincronismo
CR
e isparo
ref
Cálculo de locador de
Regulador
Suscept ncia Suscept ncia
Estatismo
Sincronismo
SC
loqueio e isparo
Otimizador Supervisor
de Ganho

Figura 1. Exemplo de diagrama de blocos geral com as principais malhas de controle e proteção de um CER.

ONS 13 / 16
,

CR SC
var var
em em

iltro . Cap. Surto


var
em

Figura 2. Exemplo de unifilar do main circuit de um CER, indicando os principais elementos com as principais
informações.

(pu)
ac
j

(pu)

Figura 3. Exemplo de curva de saturação de um transformador de acoplamento, com indicaçã o da tensão de


joelho (Vj) e da reatância a núcleo de ar (Xac).

Entrada Saída Saída imitada


Erro p
ref max

g max
Estatismo Sinal de i min
tua ão s
Otimizador Supervisor min
de Ganho

Figura 4. Exemplo de diagrama de blocos da malha da formação de erro e cálculo da susceptância, com
indicação de alguns sinais.

ONS 14 / 16
(pu)
ms
,

, ms
, s
, contínuo
,
t

Figura 5. Exemplo de curva de ciclo de sobrecarga indutiva para CER com ponto de conexão em 500 kV.

( )

edido

, , , , ,
t (s)

Figura 6. Comparação de sinais de diferentes origens por sobreposição - ATP versus medido em FAT.

( ) ( )

edido

, , , , , , , , , ,
t (s) t (s)

Figura 7. Comparação de sinais de diferentes origens lado-a-lado - ATP versus medido em FAT.

4 Considerações finais
Esta Nota Técnica deverá ser dinâmica e, assim sendo, deverá ser continuamente
atualizada de forma a tornar a tarefa de modelagem dos CER no programa ATP mais
fácil para o desenvolvedor e para diminuir o tempo e as etapas de aprovação da
modelagem de CER junto ao ONS.
O ONS deverá ser consultado a respeito de aspectos não previstos nesta Nota
Técnica.

ONS 15 / 16
5 Créditos
Esta Nota Técnica foi elaborada pela Gerência de Engenharia (EG), subordinada à
Diretoria de Planejamento (DPL). Participaram da realização deste trabalho os
seguintes profissionais:

GERÊNCIA EXECUTIVA Mauro Pereira Muniz DPL/EG

GERÊNCIA Leandro Dehon Penna DPL/EGE

EQUIPE ONS Antonio Ricardo de Mattos Tenório DPL/EGE

David Rodrigues Parrini DPL/EGE

ONS 16 / 16

Você também pode gostar