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Hipertrofia e
Emagrecimento
o d e H I I T
P r e s c r i ç ã
PRESCRIÇÃO DO HITT
INTRODUÇÃO
Nas últimas duas décadas diversos estudos demonstraram que o HIIT (“high intensity interval
training”) é um método eficazes para promoção de diversas adaptações ao treinamento (1, 2). O HIIT
envolve repetidos estímulos de curta duração de trabalho em alta intensidade, intercalados com pe-
ríodos de recuperação (ativa ou passiva) (1), e tem sido usado por atletas durante quase um século.
O HIIT nasce no contexto do esporte de alto rendimento com o objetivo de desenvolver o VO-
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máx e melhorar a velocidade limiar de lactato em atletas de diferentes modalidades. Nos dias atuais, o
HIIT é considerado seguro e eficiente para desenvolver diferentes objetivos em diferentes populações.
No treinamento intervalado são descritas ao menos oito variáveis que devem ser manipuladas
para completar a prescrição dos protocolos de treinamento. A figura 1 apresenta a (1) intensidade o
intervalo de trabalho; (2) duração do intervalo de trabalho; (3) intensidade do intervalo de recuperação;
(4) duração do intervalo de trabalho de recuperação; (5) densidade do treinamento (proporção tempo-
ral entre a duração do intervalo de trabalho e intervalo de recuperação); (6) número de repetições do
intervalo de trabalho; (7) modalidade ou tipo de exercício; (8) volume total de treinamento em minutos.
Uma vez que o HIIT foi proposto para desenvolver os determinantes do VO2máx em atletas, as
sessões de HIIT são realizadas no domínio de alta intensidade. A intensidade de esforço é prescrita por
meio de indicadores fisiológicos associados com o VO2máx, limiar de lactato, limiares ventilatórios, tes-
tes de desempenho e percepção subjetiva de esforço (figura 1). Mesmo considerando a prescrição do
treinamento intervalo para promoção do emagrecimento, e não para o desempenho esportivo, o controle
da intensidade de esforço é um critério obrigatório para monitorar o efeito do programa de treinamento.
A frequência cardíaca (FC) é o marcador mais comumente utilizado para monitorar a in-
tensidade de esforço no exercício. Geralmente, utilizamos zonas de percentual de FC basea-
das na FC máxima (FCmáx) ou na FC de reserva (FCR); entretanto, a efetividade da FC para
a prescrição e controle das sessões de treinamento intervalado pode ser limitada. Em primeiro
lugar, a FC não pode ser utilizada para prescrever intensidades com velocidade ou potencia aci-
ma de 100% do VO2máx, excluindo a prescrição de SIT, HIIT curto e TSR. Em segundo lugar, a
reposta de FC acima de 90% da FCmáx não é esperada em protocolos com duração curta (~30
s) ou media (1 a 2 min) de intervalos de trabalho(6). Em terceiro lugar, a inércia da FC (atraso
no declínio) ao término de cada intervalo de trabalho (FC durante a duração do intervalo de re-
cuperação) pode induzir a superestimação do trabalho metabólico. Em quarto lugar, existe uma
dissociação temporal entre a FC, o VO2 e a concentração de lactato durante o HIIT, limitando a
capacidade de estimar de forma confiável a intensidade de esforço por meio da FC (4). Mesmo
considerando os quatro tópicos apresentados, nós recomendamos o monitoramento da FC du-
rante o treinamento intervalado com o objetivo de conhecer as respostas individuais dos clien-
tes e também monitorar a demanda (7) cardiovascular do treinamento. Nesse sentido, destaca-
mos que a FC não é utilizada com indicador de parâmetro metabólico, mas sim, cardiovascular.
Aprescrição da intensidade de trabalho no treinamento intervalado pode ser realizada por meio da
percepção subjetiva de esforço (PSE) (4, 8).Aprescrição da intensidade pela PSE é simples e prática, pois
não é necessária nenhuma avaliação dos parâmetros metabólicos dos clientes. Evidentemente, à medi-
da que o cliente se familiariza mais com a escala de PSE, maior será a precisão do ajuste e intensidade.
Aplicação prática
1. A PSE apresenta baixo custo de aplicação, necessitando apenas de uma folha com
boa qualidade de impressão;
2. quando bem aplicada, a PSE apresenta elevados graus de correlação com indicado
res objetivos (frequência cardíaca e concentração sanguínea de lactato) (9);
3. o centro de controle cardiorrespiratório, localizado na ponte e no bulbo do tronco
cerebral (sistema nervoso central) leva aproximadamente de um a dois minutos para
estabilizar a FC frente a novas intensidades de exercício, o que pode prejudicar o
controle da intensidade de exercício em protocolos cujos estímulos são curtos ou
muito curto;
4. existem algumas situações em que a resposta da frequência cardíaca pode ser
influenciada pelo uso de determinados medicamentos (betabloqueadores, por exem
plo), o que a torna inviável para uso no controle de treinamento (10).
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