História construída ao longo do período de dissertação, onde me disciplinei a escrever no máximo uma página por dia, a título de refresco mental em horas de não rendimento. O resultado me pareceu pitoresco, começou como um ensaio sobre tecnologia e inteligência artificial, e terminou comédia romântica.
História construída ao longo do período de dissertação, onde me disciplinei a escrever no máximo uma página por dia, a título de refresco mental em horas de não rendimento. O resultado me pareceu pitoresco, começou como um ensaio sobre tecnologia e inteligência artificial, e terminou comédia romântica.
História construída ao longo do período de dissertação, onde me disciplinei a escrever no máximo uma página por dia, a título de refresco mental em horas de não rendimento. O resultado me pareceu pitoresco, começou como um ensaio sobre tecnologia e inteligência artificial, e terminou comédia romântica.
A gravidez de Maggie avançava como deve ser; já a coragem do escritor, recuava.
Mas ainda fazia "a coisa certa", e ela se resumia a rotina de levantar, saber das cartas filtradas por Maggie, ir ao PDA caminhar (mas sabemos,mão só), e a tarde esperar Maggie voltar do Pilates e agora também da Yoga gestante. Nesse período lia, rabiscava coisas, resolvia tarefas passadas por Maggie - como ver um instalador de cortinas ou um carpinteiro para fazer o berço do bebê. Por vezes, também falava no telefone com a mãe ou algum amigo. Com Maggie, via filmes, conversava sobre o bebê, passeios e ouvia fofocas sobre os cotidianos vividos por ela, o que de vez em quando lhe fazia brincar: "isso dá uma história", e ela "sim, escreva sobre isso!". Quanto ao amor da carne, havia porque grávida ou não, Maggie era uma máquina, sempre disposta, embora ante a uma clara indisposição do escritor, mudava sua programação e tudo bem. O que mudou aliás, nesse período, foi que ela adquiriu o estranho costume de manter a barriga coberta "para proteção", dizia, mesmo que o tecido fosse um tule leve e semi-transparente. “Coisas de mulher”, pensava o escritor. Pois o amor aconteceu naquela noite, e quando acontece, o comum é o sono do escritor ser mais pesado. Mas dessa vez, Morfeu o levaria a um sonho apavorante. Sonhou que passava pelo corredor do apartamento, na direção do quarto do bebê, (no sonho quarto e bebê já existiam). Ele ouvia uma voz feminina, cantando como se estivesse tentando ninar o bebê, mas um pouco distorcida e abafada. Quando entrou porta adentro, o escritor a avistou duas mesinhas com rodinhas, com telas de computador em cima, e ganchos de metal utilizados como braços se dispunham em volta do berço, como se olhassem para o bebê lá dentro. O som da voz feminina ficou ainda mais distorcido. Ele saia de caixas de som dos computadores. Com a entrada do escritor, as mesas/computadores voltaram rapidamente, mirando-o sinistramente, com luzes vermelhas fixas ao lado dos pontos de câmara. Um susto! Ansioso, o escritor aterrorizado se aproxima do berço, que revela um bebê que não chora,... Mas tem olhos vermelhos e brilhantes como fogo. A cena demoníaca, os robôs, o som da voz de ninar com alta distorção… Angústia extrema que o fez acordar, resfolegante. Maggie não estava lá.
- Phil? O que houve? - Maggie entrou correndo no quarto, demonstrando