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“Por que o porteiro não interfonou?”, pensou o escritor, em seu roupão azul cobalto e
sua barba por fazer. Imaginou se tratar do faxineiro ou outro profissional do condomínio.
Sem se preocupar, abriu a porta, e imediatamente se arrependeu, constrangido, fosse lá
quem fosse a pessoa a sua frente: uma senhora bem vestida, tons de vinho com chale
dourado e uma mala consigo. Usava uma peruca marrom de cabelos de senhora à moda
muito antiga, como que “feito permanente”. Ele nunca a tinha visto.
- Você deve ser o “Phil” - disse a senhora, entrando na casa sem cerimônias. A voz
dela era muito parecida com a de Maggie, o que o fez reparar na semelhança de
altura e porte, como se estivesse diante de Maggie quinze ou vinte anos mais velha,
Como o rosto aparentemente era artificializado por plásticas, o escritor calculou que
ela na verdade teria uns trinta anos mais que Marg… Maggie.
- Sim, sim, er… Imagino que seja a mãe de… Maggie, pois são parecidas.
- Ah claro, Margarete é uma versão mais nova de mim, hoho. Hmmm casa de homem
solteiro… Nada bom… Onde eu vou ficar?
- Hein?!
- Meu neto nascerá e Margarete precisará de ajuda. Passarei pelo menos 4 meses
por aqui.
- Deixe comigo, Phil. - Maggie apareceu do corredor para a sala, olhando fixamente
para a mãe com expressão aborrecida, enquanto Felipe pensava consigo: “QUATRO
MESES?!”
- “Mamãe” - disse mãe com todas as aspas na entonação - que-bom-que você-veio -
a frieza de Maggie era clara.
- Acho que podemos deixar o estúdio com ela - disse Felipe Mascarenhas, em seu
compromisso de ser agradável.