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Artigo de Revisão

Estudo do Comportamento Sexual no Brasil - ECOS


Brazilian Study of Sexual Behavior (BSSB)

Carmita H. N. Abdo
Professora-associada de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) da Universidade de São Paulo.

Edson D. Moreira Jr.


Pesquisador adjunto da Fundação e Instituto Osvaldo Cruz. Coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Estatística do Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz. Doutor em
Epidemiologia pela Universidade de Columbia - New York.

João A. S. Fittipaldi
Médico obstetra e ginecologista. Gerente Médico dos Laboratórios Pfizer.

Unitermos: comportamento sexual, sexo, questionário sexual brasileiro.


Unterms: questionnaire, sexuality, sexual behavior.

Há não mais de três séculos, a Medicina se apropriou do estudo da sexualidade. Isto ocorreu com o advento do microscópio e a consequente
descoberta dos gametas. Entretanto, só o aspecto reprodutor do sexo passou a ser assunto médico, naquela época.

No início do século XX, a Psicanálise, os avanços da Anatomia, da Fisiologia e da Sociologia ampliaram essas fronteiras e o aspecto erótico da
sexualidade foi encampado pelas Ciências.

Em meados desse mesmo século, o biólogo Kinsey (1949, 1954) pesquisou entre milhares de norte-americanos, através de amplo questionário, o
comportamento sexual humano. As publicações desse autor revelaram uma surpreendente realidade e contribuíram para que as disfunções sexuais
começassem a ser classificadas e melhor estudadas. Até hoje não se conhece inventário mais completo nem estudo mais pormenorizado do
comportamento sexual de uma determinada população.

No Brasil, poucas pesquisas de grande porte sobre esse tema foram realizadas. Uma das mais recentes foi concluída em 1999, pelo Ministério da
Saúde, e seus resultados divulgados em setembro desse mesmo ano (Jornal da Tarde, 1999). Este estudo enfocou mais o comportamento sexual,
doenças sexualmente transmissíveis e Aids do que transtornos da sexualidade presentes na população brasileira.

Em decorrência dessa lacuna e considerando ainda a experiência adquirida por um de nós - ao longo de 20 anos de trabalhos nessa área (Abdo,
1989) -, decidimos criar e validar um instrumento específico e ágil para avaliar a sexualidade da nossa população.

Um questionário, contendo 38 questões sobre comportamento sexual, foi elaborado no início do ano 2000 e aplicado, de fevereiro a abril do
mesmo ano, a uma população de 2.835 indivíduos maiores de 18 anos e residentes em sete Estados brasileiros, a saber: São Paulo (48%), Bahia
(11%), Minas Gerais (11%), Pernambuco (10%), Rio Grande do Sul (9%), Paraná (6%) e Rio de Janeiro (5%) durante o projeto Caravana da
Saúde.

Tal questionário (MODELO I, anexo) foi respondido por um número equivalente de homens (47%) e mulheres (53%), transeuntes de fim de
semana em praças, parques, shopping centers e praias.

A finalidade desta pesquisa foi avaliar ampla e detalhadamente os hábitos, as tendências e as práticas sexuais da população brasileira, na
atualidade. Para tanto, nosso instrumento original foi composto por quatro grupos de questões: de identificação (1 a 11), de saúde geral (12), de
hábitos (13 a 27), de práticas sexuais (28 a 38).

O questionário original foi devidamente modificado, após ter sido submetido a um grupo piloto de 30 indivíduos dos dois sexos. Observou-se, por
meio desse expediente, a necessidade de uma apresentação pormenorizada e da utilização de expressões populares para melhorar a compreensão
das questões.

Terminada a coleta, as respostas obtidas foram compiladas num banco de dados e estão sendo analisadas. Muito brevemente, passaremos a
divulgar os resultados encontrados. Uma versão reduzida deste Estudo do Comportamento Sexual do Brasileiro (ECOS) subtraiu as questões que
não se mostraram relevantes, tornando o inventário ainda mais ágil para um trabalho de campo (MODELO II, anexo).

O mérito desse instrumento é não se ater apenas a dados sobre sexualidade de risco (uso de preservativos, DSTs), mas retratar diferentes

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aspectos e oferecer um perfil sobre o comportamento sexual atual e pregresso da população estudada.

Um outro questionário, simplificado para ser respondido em pré-consulta, e que oferece ao médico informações essenciais sobre a atividade sexual
de seu paciente - sugerindo inclusive, se for o caso, a necessidade de instituição de tratamento ou de encaminhamento ao especialista -, resultou
de adaptação do questionário inicial e está sendo, também, publicado aqui (MODELO III, anexo). Esse instrumento detecta, portanto, possíveis
portadores de dificuldades sexuais de diferentes níveis e auxilia o clínico, pouco familiarizado com estes aspectos, a se interessar pela saúde
sexual de seus pacientes.

Na sequência, apresentamos os três modelos de questionários, a saber: MODELO I (o original, aplicado a 2.835 indivíduos); MODELO II
(modificado, para novas pesquisas de campo); MODELO III (para uso em consultório).

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Bibliografia
1. Abdo, CHN - Aspectos da Sexualidade de uma População Universitária. Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Medicina da
USP, 1989, 274 p.

2. Jornal da Tarde - Pesquisa revela comportamento sexual do brasileiro. Caderno A, 21 de setembro de 1999, p. 14A a 15A.

3. Kinsey, AC e cols. - Sexual behavior in the human male. Philadelphia, WB Saunders, 1948.

4. Kinsey, AC; Gebhard, PH - A conduta sexual da mulher. Rio de Janeiro, Atheneu, 1954.

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