Resumo
Introdução
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Professora de Semiótica, Design de Interface e Identidade Visual do IFSC - Câmpus Palhoça Bilíngue.
Mestre em design pela UDESC e designer gráfico também pela UDESC.
"é preciso definir a diferença entre o fazer do artista - a criação
de novas maneiras de representação da realidade
humano-social por meio das linguagens artísticas - e a tarefa
do educador - abordar de forma didática, contínua e sistêmica
o conhecimento teórico-prático sobre as representações
artísticas".
Justificativa
A disciplina foi ministrada para um total de 54 alunos. Justificando o fato de
uma das turmas ser composta exclusivamente por alunos surdos, que possuem uma
diferença no processo de comunicação, onde a Língua Portuguesa é sua segunda
língua, a metodologia da disciplina teve de ser um pouco diferenciada, utilizando
recursos da pedagogia visual, uma vez que autores afirmam que os meios visuais são
mais eficazes no processo de produção de conhecimento de alunos surdos.
(NASCIMENTO, 2014).
Campello (2007) defende uso intenso das metodologias visuais na educação
dos surdos, caracterizando a “pedagogia visual” como aquela que faz uso da língua de
sinais e elementos da cultura surda como:
Referencial Teórico
A tipografia é uma disciplina que tem por objetivo estudar a arte e a técnica de
compor com uso de tipos. Por tipos compreendemos as letras, de diversas formas,
cores e texturas. "A origem das palavras está nos gestos do corpo. As primeiras fontes
foram modeladas diretamente sobre as formas da caligrafia." (LUPTON, 2006)
Seguindo este raciocínio, podemos sustentar o argumento do projeto de
transpor as barreiras das palavras, levando a tipografia para outros suportes, como a
camiseta e atribuindo novos sentidos.
Procedimentos Metodológicos
Para publicação das imagens dos alunos, tanto nesta pesquisa, quanto no site
do projeto, foram solicitadas aos pais, responsáveis e alunos maiores de idade, que
assinassem um termo de autorização de imagem.
O projeto #tipografismos
Letra pessoal
Como trabalho inicial, foi dado aos alunos um papel em branco e solicitado a
eles que desenhassem diversas palavras ou um texto, alterando sua letra pessoal
para caixa alta, caixa baixa, letra cursiva, letra manuscrita. Na sequência de imagens a
seguir são mostrados um exemplo da letra pessoal de um aluno da turma CV3A
(alunos ouvintes) e um exemplo do aluno da turma Cv3B (alunos surdos).
Conceitos e referências
Painel Semântico
Sendo assim, cada aluno desenvolveu seu painel, buscando referencial em sua
letra e os conceitos definidos para ela.
Figura 7 - Painel Semântico
Fonte: Arquivo Pessoal, 2018
Lettering
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Aqui cabe ressaltar que nesta categoria incluem citações de personagens de filmes,
influenciadores e pensadores.
Figura 10 - Pesquisa de camisetas com lettering
Fonte: Arquivo Pessoal, 2018
Para discutir também mais este percurso de sentido citamos Pillar (2001, p. 14)
quando a autora argumenta que:
Como este estudo foi publicado em 2001, quando estava iniciando a era digital,
os computadores, smartphones e outros dispositivos digitais ainda não influenciavam
cotidianamente os adolescentes, como acontece atualmente. Se trouxermos esta
análise para o contexto atual, ainda mantém-se contemporânea, apenas
acrescentando tais meios digitais.
Para a análise semiótica das imagens produzidas pelo projeto foi escolhidas
para imagem final, tratada e simulada, comparando conceitos atribuídos pelo aluno e
analisando basicamente imagem sobre o ponto de vista da semiótica greimasiana,
tentando apenas atribuir percursos gerativos de sentido.
Conclusão
Em um momento geral, tanto a pesquisa quanto o desenvolvimento do projeto
tipografismos alcançaram seus objetivos e justificativas tanto social, quanto acadêmico
e econômico.
Referências
LUPTON, Ellen. Pensar com tipos: guia para designers, esctritores, editores e
estudantes; São Paulo: Cosac Naify, 2006.