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Curso Técnico em Radiologia Médica

Radiologia Veterinária

Prof.: Leandro Antônio


Atuação na Radiologia Veterinária

A radiologia veterinária no uso das radiações ionizantes gera imagens de determinadas estruturas
anatômicas dos animais de pequeno, médio e grande porte. É aplicada principalmente em animais
domésticos, ou seja, que convivem com o ser humano. Os gatos e cães são cerca de 98% das
pesquisas realizadas na área de diagnóstico por imagem.

Os profissionais qualificados para estarem fazendo esses procedimentos são: o Médico Veterinário
Radiologista, o Tecnólogo em radiologia e o Técnico em radiologia médica.

O artigo 3º da Resolução CONTER Nº 02, de 10 de maio de 2005 que institui e normatiza as


atribuições dos profissionais técnicos e tecnólogos em radiologia com habilitação em
radiodiagnóstico por imagem, diz que estes poderão atuar na área de radiologia veterinária, radiologia
odontológica e radiologia forense.

A atuação dos técnicos em radiologia no setor veterinário se assemelha a radiologia pediátrica. Neste
caso é mais complexo, pois se necessita de dois acompanhantes e/ou de contenção química do
paciente (anestesia) em diversas técnicas do posicionamento.

Os principais empregadores dos profissionais em diagnóstico por imagem na área da radiologia


veterinária são as faculdades e universidades de medicina veterinária. As necessidades de
equipamento radiográfico para a prática veterinária variam consideravelmente, dependendo da
demanda, do tipo de paciente predominante e do grau de sofisticação desejado.

Aplicações da Radiologia Veterinária

A radiologia veterinária possui aplicação de diversas áreas da radiologia nos animais, desde o
diagnóstico por imagem, a radioterapia e a medicina nuclear.
A radiologia é uma área muito empregada dentro da medicina veterinária de hospitais e clinicas. Em
definição a radiologia veterinária é a aplicação das radiações ionizantes e não ionizantes para práticas
de diagnóstico e terapia de patologias em animais. Muitos pensam que a radiologia veterinária é
apenas a radiografia de animais. A radiologia veterinária é muito mais ampla. Outro fator que alguns
acreditam é que apenas cães e gatos realizam exames de radiologia veterinária. Os animais de grande
porte também fazem exames de radiologia veterinária, como leões, cavalos, etc.

Os exames de diagnostico por imagem são realizados com equipamentos de Raios x, Tomografia
Computadorizada, Ressonância Magnética, Ultrassonografia e também com equipamentos de
Medicina Nuclear. Os métodos são escolhidos de acordo com a suspeita a ser diagnosticada e
facilitada de realização do exame.

Os equipamentos de raios x utilizados podem ser fixos, móveis e portáteis. Assim como em humanos,
para os exames de radiografia em animal existem posicionamentos e incidências, mas com
nomenclaturas diferentes. Em exames de animais de porte grande como um cavalo, por exemplo, o
exame pode ser feito com aparelho de raio x portátil. Para animais como cavalos, os donos têm
dificuldades para transportar para uma clinica. Para isso, o veterinário utiliza um aparelho portátil e
vai ate a fazenda realizar o exame, por exemplo. Realizar o transporte de animais de porte médio para
realizar um exame em uma clinica que tenha, por exemplo, uma Tomografia Computadorizada é
menos exaustivo. O exame de ultrassonografia não é realizado por profissionais da radiologia, apenas
por médicos veterinários.

A medicina nuclear veterinária fornece aos médicos um diagnostico e um tratamento para os animais.
Para o diagnostico, as imagens da medicina nuclear permitem uma visualização da anatomia e da
fisiologia dos animais, assim como é a medicina nuclear em humanos. Um dos tratamentos da
medicina nuclear veterinária e contra o hipertireoidismo, que acontece na maioria dos gatos. Muitos
especialistas fazem o tratamento com iodoterapia, utilizando o iodo-131.
A Radioterapia é uma modalidade bastante eficaz para o tratamento em seres humanos e também nos
animais. Antes do início de um tratamento radioterápico, os animais são avaliados quanto ao seu
estado físico e é realizado um planejamento radioterápico, onde são utilizados exames de diagnóstico
por imagem, como raios x, tomografia e ressonância magnética, para se saber o tamanho e
localização do tumor (assim como nos humanos).

A radioterapia é uma área muito importante dentro da medicina veterinária. Isto porque o câncer é a
causa mais comum de morte de animais pequenos com mais de 10 anos. Sendo diagnosticado no
inicio da doença, o tratamento radioterápico consegue erradicar o tumor e fazer com que o animal
tenha uma melhor qualidade de vida.

Aparelho e acessórios

Frequentemente, em 90% das clínicas e hospitais veterinários utilizam-se aparelhos portáteis de


potência 100 kV x 100 mA e, em alguns hospitais veterinários e centros de diagnósticos por imagens,
utilizam-se potencias maiores, como 600 mA e 125 kV.

Hoje já se fabricam aparelhos de raios x de excelente quantidade especialmente para clinicas e


hospitais veterinários, produzindo imagens a contento. O uso da mesa com Potter-Bucky é de
fundamental importância para a qualidade radiográfica e nuances, além da proteção radiológica
contra os raios dispersos, pois muitas vezes estruturas densas tem de ser radiografadas, necessitando-
se de uma maior kV, mA ou mesmo T.

Com relação aos acessórios, utilizamos normalmente todos os tamanhos de chassis com seus
respectivos écrans, de preferencia “terras raras”, com filmes compatíveis. A identificação pode ser
feita através de letras e números de chumbo, acrílico ou utilizando-se o identificador luminoso.

Claro que as processadoras automáticas facilitam e muito o trabalho do técnico, mas isto fica na
dependência do custo e beneficio da clinica ou hospital veterinário. As clinicas podem ainda usar o
processo manual, mais trabalhoso e com rendimento baixo. Para isto se utiliza uma câmara escura
onde há m balcão seco e outro úmido para guardar filmes, os demais acessórios, bem como uma
processadora automática, além de negatoscópio e lâmpadas de segurança.

As necessidades de equipamento radiográfico para a prática veterinária variam consideravelmente,


dependendo da demanda, do tipo de paciente predominante e do grau de sofisticação desejado.

Sala de exames

A sala de exames radiográficos em Medicina Veterinária obedece às mesmas normas da Medicina


Humana; deve ser ampla, permitir boa movimentação do pessoal, possuir oxigênio e aparelho de
anestesia volátil, com todos os acessórios a ele inerentes. É necessário ainda que possua todos os
fármacos necessários para os procedimentos, tais como anestésicos, medicamentos para reversão de
complicações anestésicas e decorrentes do uso de agentes contrastantes.

Devemos ter em mente que animais domésticos ou pets exóticos (tartarugas, aves, répteis, etc.)
necessitam de um ambiente sossegado para sua contenção. Daí a importância de ter máximo cuidado
com sua manipulação e com o ambiente a ser trabalhado.
Além da proteção radiológica e da baritagem da sala, é necessária a presença do técnico e de duas
pessoas maiores de 18 anos e, quando se tratar de mulheres, a suspeita de gestação impedirá sua
presença na sala de procedimento por motivo de segurança. Dessa maneira, essas pessoas ajudarão a
conter o animal, evitando a exposição contínua do técnico às radiações x, pois este irá sempre estar
presente, mas protegido pelo biombo blindado de alvenaria ou biombo móvel.

Também é necessário um ambiente sem janelas e, de preferencia, com luz controlável, que
proporcione a quietude necessária, pois em quase 99% das vezes os animais a serem radiografadas
estão estressados, quer pelo local estranho, quer pela presença de pessoas não conhecidas no local. À
porta de entrada da sala de exames devem estar afixados avisos indicados a proibição de menores de
18 anos e da presença de mulheres gestantes. Os proprietários ou as pessoas que irão conter o animal
devem estar totalmente protegidos da radiação x. A presença de um negatoscópio na sala de exames é
sempre fundamental.

Pedido de exames

O técnico deve receber o pedido de exames, que deverá conter: nome do proprietário, espécie animal,
raça, sexo, idade e nome do profissional veterinário solicitante, além do numero de registro do
exame. Tudo isso, se possível deve compor a identificação da película radiográfica; o técnico deve,
dessa forma, transpor todas essas informações para um livro de registro, que deverá conter ainda a
região a ser radiografada, kV, mA e T utilizados, livros este exigido pela vigilância sanitária Esse
pedido deve ficar arquivado para futuras investigações, se necessário.

Restrições físicas e químicas de cães e gatos

Em um exame ideal, cujo resultante deverá ser interpretado pelo médico veterinário radiologista,
devem-se aplicar certas normas técnicas de ouro que podem diminuir, e muito, as chamadas
distorções geométricas. O técnico deve ter em mente que todo animal, por mais tranquilo que seja,
pode causar acidentes graves quando indevidamente contido ou manipulado. Mesmo após perguntar
ao proprietário qual seria a índole do nosso paciente, todo cuidado é pouco.

A contenção tem como finalidade principal restringir, tanto quanto possível, a atividade física do
animal, na tentativa de se realizar a avaliação do paciente e/ou a execução de outros procedimentos.
A contenção pode ser feita de forma mecânica (física) ou farmacológica (química). A contenção
química refere-se ao estado induzido por medicamento, que produz modificação favorável do
comportamento por sedação, analgesia ou relaxamento muscular. A contenção física é a maneira de
capturar ou imobilizar o animal, através de gaiolas, caixas, armadilhas dentre outras, visando o bem
estar do animal, para que este tenha um manejo adequado e seguro.

A escolha da técnica, dos equipamentos, bem como dos fármacos e vias de administração que serão
utilizadas no caso de uma contenção química, obedece basicamente à natureza do procedimento a ser
realizado, o comportamento da espécie e do individuo, assim como a disponibilidade e a experiência
da equipe.

No uso de restrição física para cães, o mais comum é utilizar mordaças, que podem variar de um
simples fitilho a uma mordaça de acrílico ou de couro de tamanhos variados.

Para a espécie felina, muitas vezes a mordaça não é suficiente, pois os felinos têm unhas como meio
de defesa; daí a necessidade de manipuladores usarem luvas especiais e os atos terem esparadrapos
aderidos a seus dígitos. Outra técnica de restrição física para os felinos consiste em usar em volta da
região cervical uma toalha o pano, tendo-se cuidado com as unhas. Em muitos casos, o animal,
mesmo com mordaça, não permanece quieto; dessa forma, a restrição química, com sedação ou
anestésico de curta duração, se faz necessário. A presença do profissional veterinário é fundamental
para a aplicação e controle de tais fármacos.

Contenção física

A contenção física deve ser utilizada em procedimentos curtos e pouco invasivos ou na preparação da
contenção química. As ações devem ser rápidas, seguras e vigorosas, minimizando o risco para a
equipe envolvida e para o próprio animal.

Os principais objetivos da contenção de animais domésticos são:

 Proteger o examinador, o auxiliar e o animal.


 Facilitar o exame físico.
 Evitar fugas e acidentes como fraturas.
 Permitir procedimentos diversos (medicação injetável, curativos, cateterização, exames
radiográficos, colheita de sangue, etc.).

É importante proceder às manipulações físicas com calma, evitando-se movimentos bruscos e/ou
violentos, os quais possam vir a alterar de maneira significativa os parâmetros vitais em virtude do
estresse promovido, principalmente em animais mais arredios. A socialização com o paciente é um
passo importante no momento da aproximação do mesmo, já que uma abordagem inadequada pode,
muitas vezes, ser fatal ou desencadear um comportamento não cooperativo por parte do animal,
prejudicando, dessa forma, o estabelecimento do diagnóstico.

É conveniente estabelecer a natureza do local escolhido para a contenção, se será no chão ou na


mesa, se será com aparelhos especiais (fixos ou móveis), lembrando que os pavimentos duros e
escorregadios sujeitam os animais que caem a acidentes mais sérios e, por vezes, irreparáveis
(fraturas de membros, coluna vertebral, trauma crânio-encefálico, etc.).

Contenção química

A contenção química ou farmacológica em animais é empregada para captura, transporte e


tratamento. Com o objetivo de minimizar os riscos do manuseio tanto para animais quanto para o
técnico, a administração pode ser realizada com equipamentos apropriados confeccionados de
maneira a liberar seringas contendo a substância ativa.

A pistola e a carabina possuem seringas metálicas de diferentes calibres, salientando-se que quanto
menor o volume do medicamento, mais rápido a absorção e ação, e menor o grau da lesão sobre o
tecido muscular. Ao passo que a zarabatana utiliza-se seringa plástica de 3ml, que é colocada dentro
de um tubo de calibre semelhante ao da seringa e de comprimento ao redor de 1m, sendo
impulsionada através de forte sopro do operador.
Os principais agentes de anestesia inalatória são metoxifluorano, halotano, isofluorano, isofuorano e
acido nitroso. Para usá-los é necessário equipamento apropriado, tornando-se um impedimento
devido ao alto custo dos aparelhos.

Os materiais mais usados para a contenção química em grandes felídeos silvestres são: zarabatanas
(curtas distâncias), bastão de aplicação (curtas distâncias), pistolas de ar comprimido (médias
distâncias), rifle de dardos (longas distâncias). Qualquer que seja o meio empregado para conter o
animal deve obrigatoriamente: permitir plena segurança para o paciente e equipe envolvida, e os
principais medicamentos (drogas) utilizados são: Narcóticos : Etorfina, Carfentanil, Butorfanol;
Ketamina (ketalar, francotar), Tiletamina (zoletil); Xilazina (rompum, kensol), Metomidina
(dormitol), Detomidina (domosedan); Diazepan (valium, kiatrium), Midazolam (dormonid).

Características e comportamento dos animais domésticos

Os animais domésticos podem ser os de companhia, de quinta e os animais exóticos. Os de


companhia são os cães, gatos, aves, peixes, hamsters, os exóticos são as iguanas, cobras, e os de
quinta são “animais da fazenda”, como a vaca, o cavalo, a galinha, o porco, que por mais que não
morem dentro de casa, possuem um lugar específico para viver (como curral, galinheiro, etc.)
diferente do seu habitat natural, e convivem com o homem. Para isso, é possível realizar o
adestramento de cães e outros animais. Veja aqui algumas características dos principais animais
domésticos:

Cães

Os cães ou cachorros (Canis lupus familiaris) foram um dos primeiros animais a serem domesticados
e atualmente é o preferido de todos, pois além de ajudar em diversas atividades, é um verdadeiro
companheiro, criando fortes vínculos com seus donos. É um mamífero canídeo, onívoro (se alimenta
de produtos de origem animal e vegetal), possui mais de 400 raças, e também os vira-latas, que são os
cães sem raça definida.

Os cachorros têm muitas características que os tornam de grande utilidade, como sua corrida
vigorosa, a caça, o excelente olfato e audição, a obediência, agilidade, inteligência, e a boa
capacidade de aprendizagem. Por esses e outros motivos, são adestrados para diversas atividades,
como cão de caça, pastor de rebanhos, cão de guarda, cão de busca, cão de resgate, guia de cegos,
esportistas e também como cão de companhia, por serem extremamente dóceis, um verdadeiro
amigo.

Assim como o ser humano, também é vítima de doenças como o resfriado, bem como das
características do envelhecimento, como problemas de visão e audição, artrite e mudanças de humor.
Possuem expectativa de vida que varia entre dez e vinte anos. Entre as principais características
externas, iguais em todas as raças, estão a cabeça, o pescoço, as espáduas, a garupa, os ombros, a
cauda, as coxas, os cotovelos, os joelhos, os jarretes, as patas posteriores e as munhecas.

Classificação

De acordo com o peso, as raças dividem-se em quatro subcategorias: pequena (menor que 10 kg),
média (11-25 kg), grande (26-45 kg) e gigante (maior que 45 kg).
Gatos

O gato faz parte da família dos felinos, animais mamíferos carnívoros, e assim como o cachorro, é
um dos animais domésticos mais populares. A principal característica do gato é seu individualismo,
graça, simpatia, solidão, e sua independência, por mais que seja domesticado, continua sendo “livre”,
não se submete ao seu dono como o cão, sai a hora que quer, come a hora que gosta, deita onde achar
melhor. É um bichinho com um instinto “folgado”. São também caçadores naturais, mesmo quando
criados em casa e bem alimentados, quando tiverem a oportunidade, caçarão.

Ao contrário do que muitos pensam, o gato é um animal carinhoso, e quando seu dono chega, o
recebe com um som especial. Quando satisfeito ele sempre ronrona, quando mia se dirige às pessoas
e não à outros gatos e quando defendem seu território é unicamente contra outros gatos. Possuem
muitos sons, ruídos, espirros e, em relação aos cinco sentidos, possuem desenvolvidos o tato, audição
e visão. O bigode é um órgão tátil muito sensível nos gatos.

Sua corrida não se compara em termos de velocidade com a dos cães, mas por ter garras, consegue
subir em árvores, muros, e deslocam-se por meio de saltos e movimentos harmoniosos. Mesmo não
parecendo, pela ideia de que “gato não gosta de água”, os gatos são limpos. Possuem a língua áspera,
que serve para fazer a própria limpeza. Por isso vivem se lambendo e se alisando.

As raças apresentam uma grande variedade de cores e padrões e podem ser divididas em 3 categorias
distintas: os de pelagem longa, os de pêlo curto e os de pelagem rala. Vivem entre 15 e 20 anos e
pesam entre 2,5 e 7 kg.

Radiologia de equinos

O trabalho com equinos no campo da imagem, mais especificamente a radiologia, necessita que o
técnico despenda tempo e paciência, cuidados especiais de segurança pessoal e principalmente um
bom planejamento antes da execução dos procedimentos. Ao contrario do que se faz no caso de cães
e gatos, a radiologia nessa espécie e realizada no local onde o animal vive, como haras, baias, recinto
de exposição, etc., a não ser que ele esteja internado numa clínica ou hospital veterinário, quer em
uma universidade, quer em um hospital particular.

Os equinos são animais assustadiços, daí a necessidade de um ambiente calmo e tranquilo. Sempre
que possível, realizar exposições com a ajuda do tratador ou de pessoas que estejam acostumadas
com eles. Nunca realizar movimentos bruscos, sempre usar tons de voz baixos e acariciar o animal
quando ele permitir, e tapar as orelhas do animal com chumaços de algodão. Caso contrário, será
inevitável sedá-lo para a realização das incidências necessárias. Em 99% dos casos, as radiografias
são realizadas com o animal em estação (em pé). Raramente é necessário usar anestesia geral.

As radiografias das porções distais dos membros dessa espécie animal podem ser feitas com pouca
miliamperagem, ou seja, através de um aparelho portátil.

Antes de qualquer procedimento nessa área, as ferraduras devem ser removidas e o casco deve ser
bem limpo para que seja retirado qualquer detrito que possa atrapalhar o radiologista veterinário em
sua interpretação.

Existem várias maneiras de realizar restrições físicas no animal, entre elas: pé de amigo, mão de
amigo e cachimbo. Essas técnicas reduzem a possibilidade de movimentação durante a emissão do
raio x. As técnicas em equinos devem ser realizadas por pessoal altamente treinado para que se
evitem acidentes ou agressões. Para radiografar áreas de maior espessura, como porções superiores
de membros, é preciso um aparelho com maior potência. Ao radiografar equinos, a ampola deve ser
rebaixada próximo ao piso, e isto praticamente não se encontra em aparelhos portáteis humanos. Para
tal, é necessário fazer uma adaptação ou utilizar aparelhos portáteis.

Outros animais

Hoje, diferentemente de anos atrás, percebe-se um aumento do número de proprietários de animais


exóticos (répteis, aves, entre outros) que procuram clínicas e hospitais veterinários. Para fechar o
diagnóstico desses animais, muitas vezes há necessidade de usar a imagem como meio de
diagnóstico, que, no nosso caso, seria o raio x.

Dependendo da espécie animal, o cuidado com a restrição física tem de ser redobrado, pois é muito
fácil ocorrer acidentes que podem pôr em risco a integridade física do técnico manipulador. Não
podemos nos esquecer de que cada animal tem seu meio de defesa (cavidade oral, cauda, unhas etc.).

Muitas vezes é inevitável administrar fármacos com efeito sedativo ou mesmo anestesia geral para
realizar operações radiográficas em animais.

Definições dos termos na Radiologia Veterinária

Caudal: refere-se ás partes da cabeça, pescoço ou na direção da parte traseira do corpo. Também se


refere aos aspectos dos membros acima, a articulações do carpo e do tarso, enfrentando na direção da
parte posterior do corpo.

Craniana: refere-se ás partes do pescoço, tronco e rabo virado para a direção da cabeça. Também se
refere ao aspecto superior ou anterior de um membro ou uma parte do corpo acima das articulações
do carpo e do tarso.

Distal: refere-se a qualquer parte, longe do centro do corpo.

Dorsal: refere-se á parte traseira ou a parte posterior do corpo; oposto de ventral.

Palmar: refere-se ao aspecto posterior ou inferior do membro anterior do carpo, distalmente.

Plantar: refere-se ao aspecto posterior ou inferior do membro anterior do tarso, distalmente.

Proximal: refere-se à extremidade de um membro ou outra parte mais próximo ao ponto de fixação.

Rostral: em direção á cabeça ou fucinho.


Arcadas Superior e Inferior:  refere-se ao dental superior e inferior, respectivamente.

Ventral: refere-se à superfície do corpo esternal ou abdominal.

Terminologia do posicionamento

Como regra geral, devemos posicionar os pacientes de forma mais anatômica possível e quando a
espessura não é muito significativa, como por exemplo, nos exames patelares de caninos, podemos
usar a projeção que dê mais conforto para o paciente.

São usados dois termos sendo que o primeiro indica qual a face pela qual o feixe dos raios x penetra
no corpo do paciente e o segundo aquela pelo qual ele emerge, onde está colocado o filme
radiológico. As projeções radiológicas para pequenos animais são divididas em básicas e acessórias.

Pequenos Animais – Posições Básicas

Ventrodorsal (VD) – os raios x penetram pelo ventre e emergem pelo dorso do paciente. O paciente,
na maioria das ocasiões, está em decúbito dorsal.
Dorsoventral (DV) – os raios x penetram pelo dorso e saem pelo ventre do paciente. O decúbito do
paciente é o ventral.

Lateral direita (Lat. D e E) - as radiações x incidem pela parede lateral direita e emergem pela
parede lateral esquerda. O decúbito é o lateral esquerdo. Quando as radiações x incidem pela parede
lateral esquerda e emergem pela parede lateral direita. O decúbito é o lateral direito.

Antero-posterior (AP) – usada para designar as projeções radiológicas utilizadas para os estudos dos
membros dos animais. As radiações penetram pela face anterior e emergem pela face posterior dos
membros. Alguns autores utilizam esta nomenclatura para os exames que se realizam da porção
proximal até o carpo ou tarso, utilizando a designação DORSO-PALMAR/PLANTAR (D-P) para os
exames radiológicos das porções distais dos membros dos animais.

Póstero-anterior (PA) - usada para designar as projeções radiológicas utilizadas para os estudos dos
membros dos animais. As radiações penetram pela face posterior e emergem pela face anterior dos
membros. Alguns autores utilizam esta nomenclatura para os exames que se realizam da porção
proximal até o carpo ou tarso, utilizando a designação PALMO/PLANTO-DORSAL (P-D) para os
exames radiológicos das porções distais dos membros dos animais.
Látero-medial (LM) – usada para designar os estudos radiográficos realizados nos membros dos
animais nos quais as radiações penetram pela face lateral (externa) e emergem na face medial
(interna) dos membros.

Médio-lateral (ML) - usada para designar os estudos radiográficos realizados nos membros dos
animais nos quais as radiações penetram pela face medial (interna) e emergem na face lateral
(externa) dos membros.

Pequenos Animais – Posições Acessórias

Em alguns exames radiológicos somos obrigados a posicionar o paciente de maneira especial pois,
estas projeções ajudarão a interpretação radiológica. Tais projeções são chamadas de acessórias e o
seu uso não dispensa a utilização das projeções básicas. As projeções oblíquas, vistas anteriormente,
são algumas das projeções radiológicas acessórias. As outras, de maior importância são:

Lateral ou Medial Flexionada – projeção própria para o estudo radiológico das articulações
localizadas nos membros dos pacientes. A flexão da articulação deve obedecer os seus limites
fisiológicos, não podendo ocorrer uma hiper-flexão articular.
Radiografia de Stress – são aquelas em que a articulação que está sendo estudada está no máximo
de um de seus movimentos articulares. São cinco (5) as manobras básicas para se provocar o stress
articular: tração, rotação, forças em sentido contrário, com o auxílio de um bastão e
hiperflexão/hiperextensão.

Essas manobras devem ser realizadas com o máximo cuidado para não agravar a lesão existente. Para
estes exames é recomendado que se realize a(s) manobra(s) de stress a ser usada antes da tomada
radiográfica com a finalidade de se verificar o grau de resistência do paciente em relação aos
deslocamentos articulares. Quando o animal acusa resistência a aplicação mínima das forças, não se
recomenda-se o uso destes exames radiológicos. Quando o animal permite a aplicação das forças
deve-se usar sedativos/tranquilizantes/anestésicos tendo em vista que se trata de técnica muito
dolorosa.

Forças para causar as manobras de stress articular, onde:

1 – Tração

2 – Rotação

3 – Forças em sentido contrário

4 – Com auxílio de um bastão

5 – Hiperflexão/Hiperextensão

Frog leg – trata-se de um posicionamento acessório que permite o estudo da articulação coxo-
femural dos animais de pequeno porte. Através dessa projeção não é aconselhável o exame
radiológico da articulação com a finalidade de interpretação para Displasia Coxo-femural. Seu
principal uso é para as avaliações de pequenos deslocamentos da articulação.
Para a sua realização posiciona-se o paciente, anestesiado, em decúbito dorsal, portanto uma projeção
VD, incidindo o Raio Central exatamente num ponto intermediário de uma linha imaginária que liga
as duas cabeças femurais deixando-se que os membros, num movimento de abdução, se aproximem
do filme radiográfico por ação da força da gravidade.

Radiografias posturais – são projeções Laterais, VD e DV nas quais o paciente está colocado em
estação, no caso das Laterais, ou então, ereto pelos membros, no caso da VD e da DV. São utilizadas
para otimizar a interface entre líquidos/gases, podendo estes estarem livres em alguma cavidade
corpórea (ex.: hidrotórax, pneumotórax, ascite) ou confinados em algum órgão oco (ex. dilatação
gástrica aguda).

Estes estudos radiográficos também apresentam grande utilidade para a interpretação exata das
deformações dos membros pois os mesmos estarão suportando o peso do paciente. Nestes casos as
projeções deverão ser AP, PA, Lat. e Medial.

Representação da projeção postural lateral em estação e representação da projeção postural, VD com


o paciente ereto pelos membros torácicos.
Principais exames contrastados em radiologia veterinária

Para auxiliar o médico veterinário, assim como na medicina humana, o exame radiográfico é de
extrema importância, pois elucida a maioria das patologias que acometem, principalmente os
pequenos animais de estimação.

Os equipamentos radiográficos permitem a avaliação do sistema ósseo, musco-esquelético e também


de patologias que acometem, a cavidade abdominal e torácicas, que além de radiografias simples, às
vezes faz-se necessário usar técnicas complementares contrastadas. As radiografias simples de órgãos
abdominais podem fornecer dados importantes de estruturas visíveis, como o fígado.

Mas certas estruturas, como esôfago, estômago vazio, alças intestinais com detalhes, ureter, uretra ou
mesmo doenças que requeiram uma visão mais minuciosa da estrutura para que se possam analisar,
entre outros, modificações de tamanho, alteração de forma, posição anatômica, processos obstrutivos,
estudos de preenchimento e motilidade, além do estudo de suas mucosas, necessitam do uso de
substancias especiais que ponham em evidência tais órgãos. Essas substâncias, denominadas
contrastes radiográficos, são bastante utilizadas em Medicina Veterinária, quer na radiologia, quer na
tomografia computadorizada.

Contrastes radiográficos são substancias radiopacas ou radiotransparentes que destacam estruturas


que, em radiografias simples, não podem ser evidenciadas. Exemplos de contrastes radiopacos,
também chamados positivos: sulfato de bário, que é insolúvel e utilizado para o aparelho digestório;
derivados de iodo, que também são radiopacos, mas hidrossolúveis, sendo hoje utilizados os não-
iônicos, devido à sua baixa toxicidade, e contrastes radiotransparentes ou negativos, como o ar, CO2.
Os agentes contrastantes oleosos possuem pouca aplicação em Medicina Veterinária.
Propriedades dos meios de contrastes

Os meios de contrastes apresentam diferentes propriedades químicas e podem ser classificados com
base na capacidade de absorção da radiação ionizante e dissociação, na composição química e
natureza química, na capacidade de solubilidade e nas vias de administração.

Capacidade de absorção da radiação ionizante

 Radiopacos ou positivos

Possuem a capacidade de atenuar, ou seja, absorver mais radiação do que as estruturas adjacentes.
Estes meios de contrastes são basicamente de dois grupos: Iodados e Baritado.

 Radiotransparentes ou negativos

Possuem capacidade de atenuar, ou seja, absorver menos radiação do que as estruturas ao redor. São
representados por elementos gasosos como ar atmosférico e gás carbônico, o ar é o exemplo clássico
de um agente negativo.

Capacidade de dissociação

 Iônicos

 Não iônicos
Composição química

 Iodados

Contêm o elemento iodo como agente radiopaco.

 Não iodados

Não contêm elemento iodo em sua composição. O Sulfato de Bário e o DTPA Gadolíneo são
exemplos de meios de contraste não iodados

Natureza química

 Orgânicos

Contêm o elemento químico carbono em suas moléculas.

 Inorgânicos

Não contêm o elemento químico carbono em suas moléculas.

Solubilidade

 Hidrossolúveis

São aqueles meios de contrastes solúveis em água.

 Lipossolúveis

São aqueles elementos que dissolvem em lipídios.

 Insolúveis:

Não se dissolvem. Característica presente no Sulfato de Bário (Ba SO4 )

Vias de Administração

 Oral

O usuário faz a ingestão do meio de contraste.


 Parenteral

A administração do meio de contraste é feita via endovenosa.

 Endocavitário

O meio de contraste é administrado por meio de orifícios naturais das estruturas anatômicas, aquelas
que se comunicam com o exterior.

 Intracavitário

O meio de contraste é administrado por meio da parede da cavidade a ser estudada

Sulfato de Bário (Bário)

O meio de contraste positivo ou radiopaco mais usual na visualização do sistema gastrointestinal é o


sulfato de bário (BaSO4), frequentemente referido apenas como bário. O sulfato de bário é uma
substância em pó parecida com o giz. O sulfato de bário em pó é misturado com água antes de ser
ingerido pelo paciente.

Iodo

Este agente contrastante contém o iodo como elemento opacificante e outros componentes químicos
que criam uma molécula complexa. O composto original da molécula é um grupo carboxila na forma
de ácido benzoico, aos quais outros componentes químicos (cadeias laterais) estão presos.

Estudos radiográficos contrastados de órgãos e sistemas

Sistema digestório

Antes de qualquer administração de agentes contrastantes, sempre realizamos radiografias simples.


Isto vale para qualquer estudo contrastado.

 Esôfago

Preparo do paciente:

Normalmente deixa-se o paciente em jejum por 12 horas, para evitar a presença de alimentos, no caso
de megaesôfago, divertículo esofágico, etc. Alguns autores não preconizam o jejum do animal,
podendo-se realizar a radiografia sem ele, quando se quer apenas estudar o tudo esofágico.
Contraste e dosagem:

Sulfato de bário de 2 a 6 mL/kg de peso, ou compostos iodados, no caso de suspeita de ruptura do


esôfago. Atenção: a administração do contraste deve ser feita vagarosamente para evitar aspiração da
substancia, o que provocaria uma pneumonia aspirativa por corpo estranho.

Uma das formas ideais para sua administração é colocar na seringa um garrote, este deve ser
colocado entre os dentes do animal (amordaçado ou não). Injetar vagarosamente.

Para estudar a deglutição, pode-se administrar sulfato de bário em pasta ou sulfato de bário solução
junto a um pouco de ração. Quando há dilatação exagerada do órgão estudado, é necessário aumentar
a quantidade de contraste quando encontramos dilatação, guiando-se pelo bom senso.

Posicionamento:

Fazem-se as radiografias imediatamente após a administração do contraste, colocando o animal em


decúbito lateral e em decúbito dorsal inclinado para a direita, com o intuito de afastar o esôfago da
coluna. Dessa forma, estudam-se o esôfago cervical e o torácico. Repetem-se as incidências quando
necessário, se a progressão da coluna demorar ou houver suspeita de processos obstrutivos.

 Estômago

Preparo do paciente:
Se possível, o paciente deve fazer jejum de 12 a 24 horas e, se necessário, ser sedado por um médico
veterinário.

Contrastes e dosagens:

Podemos realizar um gastrograma com contraste negativo (pneumogastrografia) introduzindo ar


ambiente ou bebidas carbonatadas. Para tal, há necessidade de uma sonda gástrica de três vias e um
abre-boca. A quantidade de ar administrada é de 6 a 12 mL por quilograma de peso corporal, ou de
30 a 60 mL de uma bebida carbonatada, ou mesmo material efervescente, que libere de 6 a 12 mL de
gás/kg de peso vivo do animal, segundo alguns autores.

Podemos realizar um gastrograma com contraste positivo utilizando sulfato de bário ou solução
aquosa de iodo, na suspeita de ruptura. Os derivados de iodo são compostos amargos e isto influencia
sua administração. Além disso, os derivados de iodo são parcialmente absorvidos e excretados pelos
rins e, em felinos, podemos obter o espasmo de piloro, havendo maior demora no esvaziamento da
câmara gástrica, levando inclusive a vômitos. A concentração de sulfato de bário utilizado não deve
ultrapassar 15% e de iodo 10%. Na prática, utilizamos de 6 a 12 mL de contraste por quilograma de
peso, segundo recomendação de alguns autores, ou a 8 mL, segundo recomendação de outros.

Pode-se utilizar duplo contraste combinando sulfato de bário líquido e ar atmosférico ou dióxido de
carbono (bebida carbonatada) na dosagem de 2 mL de bário por quilograma de peso vivo, e
posteriormente o ar ou dióxido de carbono na dosagem de 10 a 20 mL por quilograma de peso vivo.
Na realidade, na prática veterinária, a pneumogastrografia e o duplo contraste são de uso raro para
avaliação da câmara gástrica.

Posicionamento

Na prática veterinária utilizam-se incidências laterais (direita ou esquerda) e ventro-dorsais, embora


alguns autores admitam a incidência dorsoventral. Os tempos entre as exposições são de 15, 30, 60 e
90 minutos, podendo variar de acordo com o esvaziamento gástrico.
 Estômago e alças intestinais (Trânsito gastrointestinal superior)

Preparo do paciente:

Jejum de 12 a 24 horas e, se necessário, um enema evacuante 2 a 4 horas antes do exame. Na prática,


o enema evacuante é efetuada durante a confecção de radiografias simples onde se verifica a presença
de conteúdo fecal no cólon. A sedação, dependendo do caso, pode ser necessária e deve ser feita pelo
medico veterinário responsável.

Contraste e dosagens:

Normalmente, utilizam-se de 4 a 8 mL de contraste (sulfato de bário) por quilograma de peso,


segundo alguns autores, sendo que, para outros, a dosagem deve ser de 6 a 12 mL do mesmo
contraste por quilograma de peso para cães e de 12 a 16 mL por quilograma de peso para gatos.

A administração de compostos iodados deve ser de aproximadamente 2 mL por quilograma de peso


vivo (esse contraste é amargo e deve-se administrá-lo preferencialmente por sonda gástrica).

Posicionamento:

O posicionamento e o intervalo de tempo entre as radiografias são idênticos aos do gastrograma.

 Estudo radiográfico do cólon

Preparo do paciente:

Deve-se fornecer alimentação com baixos resíduos 48 horas antes do estudo radiográfico. Manter o
animal em jejum por 24 horas e administrar enema evacuante para liberar o cólon de fezes. Se
necessário, fornecer um catártico moderado pelo menos 12 horas antes da opacificação do cólon.
Pode haver necessidade de sedação por um médico veterinário, pois a administração do contraste via
sonda é incômoda.

Contraste e dosagens:

Uma dosagem implementada é de 20 a 30 mL de suspensão de sulfato de bário por quilograma de


peso vivo, cuja finalidade é distender totalmente o cólon, podendo-se utilizar a seguinte técnica:
injetam-se via sonda 10 mL/kg de peso do contraste e faz-se a primeira radiografia; se não houver
distensão ideal, injetam-se mais 10 mL/kg de peso vivo do contraste e faz-se nova exposição, ate
obter uma distensão ideal para o estudo.

Em seguida, retira-se todo o contraste e injeta-se a mesma quantidade de ar e fazem-se novas


exposições (duplo contraste). A mucosa fica duplamente contrastada pelo bário e pelo ar. A
insuflação do colón ou mesmo a colocação do bário requerem cuidado para que se evite ruptura do
órgão. Pode-se, no caso, usar o contraste iodado na mesma proporção, sem administração de ar, e
também fazer uma pneumo-colonografia somente com o uso de contraste negativo na mesma
proporção.

Posicionamento:

Fazem-se as exposições em decúbito lateral (direito ou esquerdo) e decúbito dorsal.

Sistema urinário

O estudo do sistema urinário mostra detalhes dos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. Podemos
estuda-lo como um todo, ou através de seus segmentos, como veremos a seguir.

 Urografia excretora

Na urografia excretora põem-se em evidência rins, ureteres bexiga urinária e uretra. Apesar de
simples, é um método não isento de risco, podendo haver efeitos colaterais, entre eles hipotensão,
arritmia cardíaca e síndromes alérgicas. Para a realização desse exame, o animal deve passar por um
exame médico veterinário completo para analisar o estado geral do paciente, inclusive o grau de
hidratação. Conforme expomos acima é importante a presença de equipamentos de emergência para a
rápida atuação do veterinário, quando necessário. Esse exame possui três fases: nefrograma, na qual
observamos a perfusão renal, a opacificação dos rins; na segunda fase, denominada pielograma,
observamos o preenchimento da pelve, que pode ser mais bem obtida através de uma compressão
abdominal, com o uso de uma faixa. Finalmente, a terceira fase denomina-se excretora e nela o
contraste é eliminado para os ureteres e a bexiga.

Preparo do paciente:

Manter o animal em jejum sólido por 24 horas e líquido por 12 horas, cuidando para que o jejum não
influa no grau de hidratação do paciente. A sedação não é necessária se o paciente cooperar com o
procedimento. Não esquecer das radiografias simples de abdômen antes do procedimento
contrastante. Realizar um enema evacuante para eliminar fezes e gases (a temperatura do enema deve
ser sempre abaixo da temperatura corpórea do animal, evitando, dessa maneira, a presença de gás
residual).

Contrastes e dosagens

Canular uma veia de bom calibre (safena ou radial) posicionar o animal sobre a mesa e ligar um soro
fisiológico, para que, se necessário, o médico veterinário aja durante uma emergência. Injetar
rapidamente 850 mg/kg de solução de iodo (contraste positivo não-iônico), o que equivale a
aproximadamente 2 mg/kg de peso vivo do animal. Pode-se realizar a urografia excretora com
compressão abdominal. Nesse caso, utiliza-se 400 a 425 mg de iodo por kg de peso vivo do animal.

Posicionamento:

A partir daí, realizar radiografias aos 10 segundos em decúbito lateral e dorsal, após os 3, 5 e
finalmente aos 15 minutos. Quando houver necessidade de visualizar a porção final da uretra na sua
inserção no trígono vesical, devem-se realizar radiografias oblíquas em decúbito dorsal obedecendo
aos mesmos tempos.

 Cistografia

Método que tem por finalidade a análise da bexiga urinária, com o intuito de visualizar alterações,
como topografia, parede, formações neoplásicas, litíases, ruptura, etc. Três tipos de procedimentos
podem ser executados: cistografia de contraste positivo, cistografia de contraste negativo e duplo
contraste. Embora tais métodos sejam praticamente isentos de riscos, pode ocorrer iatrogenia ou
absorção do contraste negativo, o que pode provocar embolia gasosa.

Preparo do paciente

Alguns autores preconizam o uso de jejum de 12 a 24 horas juntamente com laxativos para o perfeito
esvaziamento do trato gastrointestinal; outros indicam somente enema evacuante para limpeza do
cólon. Em qualquer procedimento, devem-se usar luvas esterilizadas para manipulação e lavagem
local (do prepúcio e meato uretral feminino) com soro morno, sabonetes germicidas, usando algodão
ou irrigador. Ao cateterizar o animal, conforme afirmamos acima, evitar iatrogenia, ou seja, lesões
provocadas na colocação da sonda. O procedimento deve, de preferencia, ser realizado por um
médico veterinário.

A primeira providência consiste em esvaziar totalmente a bexiga urinaria antes de introduzir o


contraste, o que é feito através de um cateter no qual se acopla uma válvula de 3 vias por onde o
contraste é introduzido. Pode-se, em alguns casos, usar lidocaína intra-uretral para evitar o
desconforto da cateterização e, se necessário, sedação.

Contrastes e dosagens:

Pneumocistografia: a administração de ar ambiente para essa técnica pode ocasionar embolia


gasosa, geralmente observada em pacientes com hemorragias de bexiga urinária. Nesses casos,
indica-se o uso de óxido nitroso ou dióxido de carbono, que são aproximadamente 20 vezes mais
solúveis no plasma que o ar atmosférico. Utiliza-se, para esse procedimento, de 10 a 300 mL de
contraste negativo, dependendo do tamanho do animal (em média, 10 mL de ar/kg de peso de
animal). Deve-se evitar a saída do contraste para regiões de ureter e pelve renal e mesmo a ocorrência
de ruptura de bexiga.
Colocar o animal em decúbito lateral e administrar o contraste; radiografar e repetir a exposição em
decúbito dorsal. No caso de machos, faz-se o decúbito dorsal inclinado, devido à sobreposição do
pênis e do prepúcio.

Cistografia de contraste positivo: a preparação é semelhante. Utilizam-se contrastes triodados,


hidrossolúveis, que não irritam a mucosa. A dosagem é semelhante à da pneumocistografia (10
mL/kg de peso vivo) e os decúbitos e incidências, iguais. Alguns autores preconizam diluir o
contraste em solução salina fisiológica na proporção de 50 mL de contraste para 150 mL de soro.

Cistografia de duplo contraste: a preparação é semelhante e esta técnica é indicada para um bom
exame de parede de bexiga. Administram-se aproximadamente 1 mL/kg de peso de contraste positivo
(triodado), sendo de 1 a 2 mL para gatos e de 1 a 3 mL para cães. As incidências e decúbitos são
semelhantes.

 Uretrografia

Este método tem por finalidade detectar lesões uretrais, desde ruptura até estenoses, neoplasias,
urólitos e processos obstrutivos em geral. Este estudo pode ser feito com contraste positivo ou
negativo, mas na pratica utiliza-se contraste positivo.

Esta técnica pode ser realizada de uma maneira retrógrada, ou seja, administra-se o contraste via
sonda e, durante o exame radiografa-se o animal; ou de uma maneira anti-retrógrada, ou seja, após a
cistografia, palpa-se delicadamente a bexiga e espera-se o animal urinar, radiografando-o durante o
ato de micção, ou injeta-se o contraste via sonda ate o limite máximo de dilatação retirando-se, em
seguida, a sonda; neste caso, a pressão intravesical é maior, fazendo com que o animal urine
espontaneamente, radiografando-se, em seguida, e tomando-se o devido cuidado para não romper a
bexiga.
Preparo do paciente:

As técnicas de assepsia são semelhantes às acima descritas. Alguns autores indicam o jejum de 12 a
24 horas e, se necessário, a aplicação de um enema evacuante. Utilizar um cateter ou uma sonda de
Foley lubrificada com anestésico.

Contraste e dosagem:

Utiliza-se o contraste positivo hidrossolúvel (triodado), injetando-se intra-uretralmente de 3 a 20 mL


do produto (quando a técnica for retrógrada), fazendo-se a exposição durante a aplicação do meio
contrastante.

Posicionamento:

Fazer as exposições em decúbito lateral ventrodorsal e oblíquo. No caso de se realizar a técnica anti-
retrógada, coloca-se o animal em decúbito lateral e, através de uma colher de pau, pressiona-se a
bexiga até começar a aparecer o contraste. Nesse momento fazem-se as radiografias.

 Celiografia

Trata-se de uma técnica na qual se administra contraste positivo hidrossolúvel no abdômen do animal
para verificar a integridade diafragmática (ruptura e hérnia), presença de hérnias inguinais, umbilicais
e peritônio pericárdico.

O contraste é administrado através de uma seringa na dosagem de aproximadamente 350 a 400 mg de


solução de iodo/kg de peso vivo de animal e, em seguida, o animal é rodado na mesa. Após,
levantam-se os membros posteriores para que o contraste flua para a região do tórax, colocando-se
após o animal em decúbito lateral direito, esquerdo, dorsal e ventral, além das posições oblíquas, se
necessário. O procedimento deve ser rápido, pois o material contrastante é rapidamente reabsorvido e
excretado pelos rins.
 Mielografia

Consiste na introdução de um contraste positivo hidrossolúvel não-iônico no espaço subaracnóide da


medula. Normalmente indicada quando existe clinica para lesão de coluna que não é bem visível em
radiografias simples ou quando se quer saber a origem do bloqueio nervoso, quando se tem duvidas
em lesões vistas em radiografias simples. Para esse tipo de técnica há necessidade de anestesia geral,
e a quantidade de contraste varia de acordo com o peso do animal geralmente 0,5 mL/kg de peso
vivo, sendo injetado, no máximo, 10 mL.

Normalmente o volume de contraste injetado equivale à quantidade de liquido cérebro-espinal que se


pretende retirar. Trata-se de uma técnica de risco, pois podem ocorrer consequências serias; desde
falhas técnicas ate sensibilidade ao iodo, o que pode levar o animal à morte.

Posicionamento de Pequenos Animais

Posicionamento de Crânio

A radiografia de crânio em cães e gatos tem sido substituída por especialidades como tomografia
computadorizada e imagem por ressonância magnética, poucas radiografias cranianas são realizadas
atualmente.

A complexidade anatômica do crânio torna indispensável um posicionamento radiográfico


padronizado e reproduzível; isto elimina uma fonte de variação que pode complicar a interpretação
radiográfica. No mínimo, essa padronização requer sedação, mas anestesia geral é preferível. Fazer
radiografias do crânio sem sedar ou anestesiar o paciente leva a produção de imagens de baixa
qualidade que não podem ser interpretadas de forma inteligente e é um desperdício de tempo, esforço
e dinheiro.

Projeção lateral e dorsoventral são as projeções radiográficas mínimas do crânio canino e felino a
serem adquiridas.
Dorsoventral

A projeção DV é preferível a projeção ventrodorsal, porque para a projeção DV as mandíbulas


podem ser comprimidas levemente contra a mesa de raios x, o que facilita a obtenção de uma
radiografia simetricamente posicionada. Isto supõe que não haja simetria mandibular, causada por
uma fratura ou uma massa, por exemplo, o que impossibilitaria posicionar a cabeça simetricamente
utilizando as mandíbulas como guia. Como a superfície dorsal da cabeça raramente é plana, deve-se
ter extremo cuidado para posicionar a cabeça simetricamente se uma projeção VD é tentada.

Lateral

Para a projeção lateral, o cão ou o gato não pode ser deixado em repouso naturalmente na mesa de
raios x. Esponjas radiolucentes serão necessários para elevar o nariz na maioria dos pacientes.
Esponjas também podem ser necessárias para elevar as mandíbulas. O objetivo é ter estruturas do
lado esquerdo e do lado direito perfeitamente sobrepostas na radiografia resultante. Devido a
complexidade do crânio, muitas projeções auxiliares foram desenvolvidas para aumentar a
conspicuidade de certas regiões. Estas projeções auxiliares não são utilizadas rotineiramente, mas são
selecionadas com base na finalidade do exame radiográfico.
Posicionamento da Coluna Vertebral

Tal como acontece com o crânio canino e felino, imagem tomográfica, tem substituído o uso da
radiografia para avaliar muitas doenças da coluna vertebral canina e felina. Contudo, na maioria das
clinicas de pequenos animais ainda há muitas indicações para radiografia simples da coluna vertebral,
devido a incidência relativamente alta de dor nas costas. Portanto, radiografias simples da coluna
vertebral canina e felina são geralmente indicadas, e é importante que estas sejam adquiridas
corretamente se o seu valor tem de ser maximizado.

Tal como acontece com o crânio canino e felino, sedação ou anestesia geral é indicada se radiografias
da coluna vertebral canina ou felina vão ser adquiridas. Pode parecer que a contenção química não é
tão pertinente para a radiografia do crânio, mas isso não é verdade. A coluna vertebral também é
anatomicamente complexa, e é fundamental que o paciente seja posicionado simetricamente. O
posicionamento de um cão ou de um gato para a radiografia da coluna vertebral é mais complexo do
que simplesmente deitar o paciente sobre a mesa de raios x.

Para a maioria dos pacientes caninos e felinos, radiografia lateral e ventrodorsal serão indicadas para
avaliar a coluna vertebral.

Coluna Vertebral Lateral Esquerda ou Direita

Na aquisição das projeções laterais, o objetivo é ter o esterno e a coluna vertebral no mesmo plano;
isto é, o plano que atravessa o esterno e a coluna vertebral é paralelo ao topo da mesa. Isto não pode
ser alcançado ao permitir que o paciente se deite na mesa de raios x sem ser contido. Na maioria dos
cães e gatos, o esterno deverá ser elevado ligeiramente para posicionar o esterno e a coluna vertebral
no mesmo plano.

A colimação das projeções laterais são centralizadas aproximadamente em C2 a C7 (Cervical), T4 a


T13 (Toracica), L3 a L7 (Lombar) serão necessárias para obter radiografias que retratam a anatomia
da coluna vertebral em todo o comprimento da coluna vertebral.

Os mesmos pontos de centralização devem ser utilizados para as radiografias Ventrodorsal.


Coluna Cervical em Projeção Lateral e Ventrodorsal

Coluna Torácica em Projeção Lateral

Coluna Lombar em Projeção Lateral e Ventrodorsal


Posicionamento de Tórax

Um dos maiores problemas que ocorrem em Medicina Veterinária é fazer a radiografia no pico da
inspiração sob pretexto de melhor avaliar estruturas torácicas. Muitas vezes observa-se a respiração
do animal ate identificar o melhor momento de realizar a exposição, mas isto é praticamente
impossível. Desta maneira, utilizamos tempos curtos e mA altas para evitar a movimentação do
animal e a presença de películas tremidas.

Diversas estruturas anatômicas podem ser visualizadas através da radiologia torácica como o coração,
a traqueia, os pulmões, o esôfago, as costelas, o esterno, os brônquios, o mediastino, os linfonodos, o
diagrama, as artérias e veias.

Examina-se o tórax através de, no mínimo duas incidências, os decúbitos laterais (direito ou
esquerdo) e o dorsal são os mais indicados. Também é possível usar a técnica com o animal em
estação (em pé) e a ampola com raios perpendiculares ao tórax posição esta utilizada para verificar
níveis de líquidos no tórax. Pode-se também colocar o animal em decúbito dorsal e incliná-lo tanto
para a direita como para a esquerda com o intuito de verificar estruturas ou massas pleurais; deve-se
ter em mente que, para pesquisa de metástases pulmonares, a avaliação radiográfica do tórax deve ser
sempre em três posições, ou seja, decúbito lateral direito, esquerdo e dorsal, pois dessa maneira tem-
se uma visão tridimensional do tórax, diminuindo a possibilidade de erros.

Dorso -Ventral

O paciente é colocado em decúbito-ventral, com a coluna vertebral torácica superposta ao esterno. As


patas dianteiras são puxadas levemente para fora e os cotovelos são rodados para fora (abduzidos), de
modo que os ombros são deslocados crânio-medialmente. Os membros posteriores ficam fletidos em
posição de agachamento e a cabeça é abaixada entre os membros anteriores. O feixe de raios-x é
centrado sobre o quinto espaço intercostal que, geralmente, se localiza ao nível da porção caudal da
escápula.
Na analise do coração, a projeção dorsoventral pode oferecer melhor visualização da silhueta
cardíaca, ao contrario dos pulmões, como dito acima, além da projeção lateral esquerda, que é a
melhor pelo fato de produzir menor distorção geométrica da silhueta cardíaca. Também nesse caso
utilizamos também tempos curtos para evitar movimentos respiratórios.

Ventro - Dorsal

O paciente é colocado em decúbito dorsal, e os membros anteriores são puxados para fora. O esterno
deve ficar superposto à coluna torácica, para se evitar a rotação no plano sagital.

Lateral Esquerda ou Direita

O paciente é posicionado em decúbito lateral esquerdo ou direito e as patas anteriores são puxadas
cranialmente. O esterno é elevado a um nível superior à superfície da mesa, igual aquela da coluna
vertebral torácica para se evitar a rotação.

O feixe de raios-x é centrado no quinto espaço intercostal (aproximadamente na borda caudal da


escapula).

Posicionamento de Abdome

As projeções padrões usadas no estudo do abdome são: ventrodorsal e laterolateral direita ou


esquerda. A projeção dorsoventral não é comumente utilizada, porque, quando o paciente está em
decúbito esternal, as víscera são comprimidas e muitas vezes irregularmente deslocadas. Às vezes,
pode-se utilizar uma projeção lateral em estação, especialmente se houver suspeita de acúmulo de
líquido peritonial.

Ventro - Dorsal

Nas projeções ventrodorsais, em que dobras de pele inguinais podem projetar notáveis sombras, pode
ser preferível a posição em “pata de rã” (‘frog leg”), com os membros flexionados e os membros
posteriores estendidos caudalmente. Contenção química pode ser necessária para animais que não
cooperam, em ambientes nos quais as normas de radiação local impedem a contenção manual.

Lateral Esquerda ou Direita

Para projeções laterais, deve-se apoiar o esterno em almofadas de espuma radiotransparente para
mantê-lo no mesmo nível horizontal da coluna vertebral. Os membros pélvicos devem ser estendidos
caudalmente a uma distancia suficiente para evitar que os músculos da coxa se sobreponham ao
abdome caudal. O feixe de raios-x deve ser colimado para incluir o diafragma e a entrada da pelve.

Posicionamento da Pelve

É recomendado sedação para contenção de cães agressivos.


Ventrodorsal

O exame radiográfico deve ser feito na posição ventrodorsal com os membros pélvicos tracionados
caudalmente e mantidos paralelos em relação um ao outro e em relação à mesa. Os membros devem
ser rotacionados medialmente fazendo com que as patelas cubram as trocleas femorais e permitindo
que os colos sejam visualizados.

A pelve também deve estar paralela à mesa, sem inclinação. Pode-se


utilizar uma calha, na qual deita o animal no seu interior com a pelve
fora desta, para auxiliar no posicionamento. O feixe de raios x deve
ser centralizado na altura das articulações coxofemorais. Procedendo-
se dessa forma, a radiografia poderá revelar anormalidades. O tamanho do filme deve ser suficiente
para abranger a área compreendida entre as asas dos ílios e as articulações dos joelhos e o feixe
primário de raios-x centrado entre as articulações coxofemorais.

Para um correto posicionamento é recomendado que o animal esteja em sedação profunda ou


anestesia geral de curta duração, de 10 a 15 minutos, de tal forma que o paciente esteja livre de
qualquer reação para facilitar o posicionamento correto. São poucos os animais que toleram um
posicional tão desconfortável como o decúbito dorsal, principalmente mantendo-se os membros sob
tração e rotação interna, procedimento que pode ser doloroso para os animais.

Lateral

Para a vista lateral da pelve é necessário colocar o paciente em uma posição reclinada lateral com o
lado afetado para baixo. Certifique-se de que o peito e o abdômen estão em uma posição lateral
verdadeira, usando posicionamento com contenção sob o esterno ou abdômen, conforme necessário.
A parte inferior do fêmur deve estar em uma posição neutra, o que significa que é um pouco puxado
para cima, como se o paciente estava de pé. A coxa deve ser puxada caudalmente e manualmente
contido ou presa na mesa. 

Ventrodorsal Pernas de Rã

Neste posicionamento é preciso colocar o paciente em posição reclinada dorsal com a cabeça
posicionada no apoio para cabeça de esponja contra os ombros. Certifique-se o esterno e a coluna
vertebral estão sobrepostas quando as patas são deixadas na posição flectida normal.

O fêmur deve estar em um ângulo de aproximadamente 45 graus para a coluna vertebral. Sacos de
areia ou fita adesiva sobre as articulações tarsicas manterão as pernas na posição.

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Posicionamento do Fêmur

A avaliação radiográfica de estruturas do esqueleto apendicular em cães e gatos deve consistir, no


mínimo, duas projeções ortogonais, a incidência lateral e a crâniocaudal (dorso-palmar, dorso-
plantar). Caso exista a suspeita de lesão óssea, é importante que o campo de visão contemple as
articulação proximal e distal.
Lateral 

Para a incidência lateral do fêmur é preciso colocar o paciente em uma posição reclinada lateral, com
o lado afetado para baixo. Flexionar e mover o lado não afetado da perna para fora do campo de
visão. Talvez seja necessário usar a fita ou um saco de areia para proteger o afetado da perna.
Colocação de gaze ou uma almofada de espuma fina abaixo da tíbia proximal impedirá a rotação de o
fêmur.

Crânio Caudal 

Para o posicionamento radiológico crânio caudal do fêmur é necessário colocar o paciente em


posição reclinada dorsal com a cabeça do paciente em um apoio para cabeça. Pode ser necessário
colocar uma esponja ou dois sacos de areia para posicionar o paciente. Estique a perna afetada
caudalmente e abduza levemente para remover a sobreposição do ísquio tubérculo.

O fêmur deve ser tão paralelo quanto possível para a mesa com a patela posicionada entre os côndilos
femorais. O campo de visão deve abranger tanto os aspectos as articulações do quadril e do joelho. A
perna afetada deve ser flexionada e girar lateralmente o campo de visão e protegido com um saco de
areia colocado sobre a articulação do tarso.
Posicionamento do Joelho

Lateral 

O paciente é colocado em uma posição reclinada lateral com a perna afetada lateralmente e fixada do
lado de fora do campo de visão com fita adesiva ou saco de areia. Pequenos cães e gatos são mais
facilmente posicionadas para a vista lateral, se a perna afetada é flexionada, é lateralmente e
protegida do lado de fora do campo de visão. A articulação afetada do joelho é flexionada à 90 graus
ou um ângulo ligeiramente flexionado mais natural, geralmente de 60 graus, preferência do médico.

Crânio Caudal 

O paciente deve ser colocado em uma posição reclinada esternal, com a perna afetada
estendida caudalmente. A perna afetada deve ser flexionada. A patela deve ser centrada entre os dois
côndilos do fêmur. Deve ser observado que se o fêmur, tíbia e joelho estão alinhados com o calcâneo,
o posicionamento está perfeitamente vertical, que a patela será centralizada entre os côndilos do
fêmur. Palpar os côndilos femorais e da tuberosidade tibial pode também ajudar na verificação
da simetria. 
Posicionamento da Tíbia e Fíbula

Lateral

O paciente é colocado em uma posição reclinada lateral com a perna afetada posicionada
lateralmente e fixada do lado de fora do campo de visão com uma fita adesiva ou saco de areia, para
ajudar no posicionamento. As articulações do joelho e társicas são flexionadas a 90 graus. As
articulações do joelho e do tarso precisam ser visualizadas na radiografia. 

Crâniocaudal

O paciente deve ser colocado em uma posição reclinada esternal, com a perna afetada
estendida caudalmente. A perna afetada deve ser flexionada com ajuda de um saco de areia. A
articulação do joelho deve ser radiografada, com a patela centralizada. O fêmur, a tíbia, a articuação
do joelho e o calcâneo devem ser posicionados na vertical.
Posicionamento do Tarso

Lateral 

O paciente é colocado em uma posição reclinada lateral com a perna afetada posicionada
lateralmente. A articulação do tarso precisa ser flexionada a 90 graus. É necessário retirar a parte
distal da tíbia e da fíbula do campo de visão, para não atrapalhar a visão do tarso. 

Plantodorsal e Dorsoplantar 

O paciente precisa ser colocado em uma posição reclinada esternal, com a perna afetada estendida
caudalmente. O posicionamento precisa de um saco de areia para flexionar a perna e controlar a
rotação da articulação do tarso. O fêmur, a tíbia e a articulação do joelho devem ficar alinhados, com
o calcâneo posicionado na vertical. 
Posicionamento do Metatarso e Dígitos

Lateral

O paciente é colocado em uma posição reclinada lateral com a perna afetada posicionada
lateralmente e fixada com ajuda ou de um saco de areia ou de uma fita adesiva. Os ossos do
metatarso são visualizados em uma posição natural. Verifique se não há estruturas atrapalhando o
campo de visão para os ossos de metatarso.

Plantodoral e Dorsoplantar 

O paciente precisa ser colocado em uma posição reclinada esternal, com a perna afetada estendida
caudalmente. A perna afetada deve ser flexionada e posicionada com um saco de areia, controlando a
rotação da articulação do tarso. O fêmur, tíbia e articulação do joelho precisam estar alinhados, o
calcâneo deve ser posicionado verticalmente.
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Posicionamento do Ombro

As incidências de rotina são lateral e caudocranial. É recomendado sedação para contenção de


animais agressivos.

Ombro e Úmero Caudocranial

Coloca o paciente em uma posição reclinada dorsal com as pernas dianteiras estendidas cranialmente.

Articulação do Ombro e Úmero Lateral 

Coloca o paciente em uma posição reclinada lateral, o lado afetado para baixo. Membro
afetado cranialmente e ventralmente enquanto puxando a perna afetada caudalmente.
Articulação do cotovelo Lateral

Articulação do cotovelo e antebraço craniocaudal

Articulação carpal lateral

Articulação carpal craniocaudal

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