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EDEMA AGUDO DE PULMÃO

Mód. 403- dispneia, dor torácica e edemas

Viviane Alves dos Santos


Brasília, 2020
REFERÊNCIAS

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OBJETIVOS

Classificar o edema agudo de pulmão;

Discutir epidemiologia, fisiopatologia, etiologia, quadro clínico,


diagnóstico (exames), diagnóstico diferencial, tratamento e
prognóstico do edema agudo de pulmão cardiogênico;

Discutir a conduta na emergência de um paciente com EAPc.

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Edema Agudo de Pulmão

CONCEITO CARACTERIZADO POR:


É uma síndrome clínica em que Hipoxemia
ocorre um acúmulo anormal e Aumento no esforço respiratório
súbito de líquido nos
compartimentos alveolares e Redução da complacência
intersticiais dos pulmões. pulmonar
Redução da relação ventilação-
perfusão.

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Classificação

Edema Agudo Pulmonar

Edema Agudo Pulmonar Edema Agudo Pulmonar


Cardiogênico não Cardiogênico

Ocorre por um mal


funcionamento do É causado por inflamação
coração, com diminuição aguda e intensa dos
da capacidade de pulmões.
bombeamento do sangue,
leva ao acúmulo de fluidos
nos pulmões.

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Classificação

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Epidemiologia

❖ O EAP é a segunda maior causa de Insuficiência Respiratória em hospital geral.

❖ A maioria dos pacientes que apresentam o EAPc são idosos que têm outros problemas de saúde
associados (cardiopatia isquêmica, diabetes e cardiopatia valvular). Não tem preferência por
sexo.

❖ Estima-se que, anualmente, um milhão de pacientes são internados por EAP cardiogênico nos
Estados Unidos, com uma mortalidade hospitalar de 10 a 20%, especialmente quando associado
a infarto agudo do miocárdio (IAM).

❖ O edema agudo de pulmão é a apresentação clínica inicial de cerca de 8%-12% dos pacientes
com IC aguda e está associado há um pior prognóstico intra-hospitalar.

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Etiologia

Edema Agudo Pulmonar Cardiogênico Edema Agudo Pulmonar não Cardiogênico


Doença arterial coronária crônica Pós- obstrução de vias aéreas superiores
Síndrome coronariana aguda (pressão pulmonar negativa)

Arritmias (fibrilação atrial) Causas neurogênicas (convulsão, trauma,


hemorragia subaracnoide)
Crise hipertensiva
Causas tóxicas (inalação de gases tóxicos ou
Lesões valvares agudas aspiração de conteúdo gástrico)
Contusão pulmonar, Afogamento, Reexpansão
após pneumectomia ou grande toracocentese,
Reperfusão, Transfusões múltiplas, Infecção
grave, Politraumas, Fístula arteriovenosa
pulmonar e Alta altitude.

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Fisiopatologia

➔ Forças que comandam as trocas de fluidos pela membrana capilar

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Fisiopatologia

Alteração do equilíbrio fisiológico entre


pressões e permeabilidade capilar por:
● Elevação no componente hidrostático
OU
● Aumento da permeabilidade da barreira
endotelial
Acúmulo de líquido no parênquima e nos
alvéolos

EPAC
Secundário ao aumento da pressão
hidrostática do capilar pulmonar (> 18
mmHg)
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Quadro clínico

EXAME FÍSICO
SINTOMAS
● Sinais vitais
● Dispneia importante
○ Hipoxemia
● Tosse
○ Taquipneia
● Experctoração rosácea
○ Taquicardia
● Ansiedade e agitação
○ Pressão arterial variável
● AR
○ Estertores, roncos e sibilos
○ Uso de musculatura acessória e
batimento de asa de nariz
○ Respiração superficial e ruidosa
● ACV
○ Terceira bulha
○ Sopros
○ Estase jugular
● Pele
○ Palidez, cianose de extremidades e
11 sudorese fria
Diagnóstico

O DIAGNÓSTICO DE EAP É CLÍNICO!!! EXAMES COMPLEMENTARES


● História clínica ● Exames laboratoriais
○ EAPC: Eventos coronarianos ● Radiografia de tórax
isquêmicos, outras patologias ● ECG
cardíacas ● Ecocardiograma
○ EAPnC: quadro de infecção ● Cateter de artéria pulmonar (SWAN
GANZ)
○ Quando os outros exames não
● Exame físico conseguem definir o tipo fisiológico
○ Sempre anormal de edema pulmonar!!!

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Exames Complementares

Exames Laboratoriais (EAPC)


➔ Hemograma
➔ Glicemia
➔ Ureia e Creatinina
➔ Sódio e Potássio
➔ Marcadores de necrose miocárdica (troponinas, CK - MB)
➔ BNP
➔ Gasometria arterial
➔ Dosagem D- dímero

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Exames Complementares

Radiografia de tórax (EAPC)


➔ Infiltrado pulmonar difuso
◆ A periferia é poupada “ asa de
borboleta”
➔ Linhas septais (linhas B de Kerley)
➔ Cefalização da trama vascular
➔ Derrame pleural

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Exames Complementares

ECG (EAPC)
➔ Alterações no segmento ST, novo BRE ou alterações da onda T podem sugerir um quadro
de isquemia cardíaca.
➔ Diagnóstico de arritmias (fibrilação atrial)
➔ Pesquisa de doenças prévias: sinais de sobrecarga esquerda, estenose mitral ou
insuficiência ou estenose aórtica.

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Exames Complementares

Ecocardiograma (EAPC)
➔ Avalia a função ventricular miocárdica e a função valvular
➔ Ajuda a identificar a causa do edema pulmonar

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Diagnóstico Diferencial

❖ Crise asmática
❖ Embolia Pulmonar
❖ Exacerbação da DPOC
❖ Pneumonia
❖ Reação alérgica
❖ Sobrecarga de fluidos
❖ Afogamentos
❖ Glomerulonefrites agudas

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Tratamento / Conduta na
Emergência
Medidas Iniciais Fármacos Tratamento da Etiologia

● Assegurar via respiratória; ● Diurético Variável de acordo com o fator


○ Oxigênio suplementar ○ Furosemida desencadeante do EAPC.
por cateter nasal ou ● Vasodilatadores
máscara de Venturi ○ Nitroglicerina
■ S/ resposta → ○ Nitroprussiato de
VNI com CPAP ou sódio
BiPAP ● Morfina
● Avaliar sinais vitais; ● Agentes inotrópicos
● Monitorização cardíaca; ○ Dobutamina
● Posicionamento do paciente-
sentado;
● Monitorizar débito urinário;
● Acesso venoso calibroso;
○ Já colhe exames
laboratoriais
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Drogas que não devem ser usadas:
Clonidina, metoprolol EV, esmolol EV e nifedipina por via sublingual.

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Fluxograma de
atendimento do edema
agudo pulmonar de
origem cardiogênica

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Prognóstico

● A mortalidade hospitalar varia de 6 a 21% .


○ Preditores de mortalidade hospitalar:
■ presença de infarto agudo do miocárdio
■ frequência cardíaca acima de 115 bpm,
■ pressão arterial sistólica menor ou igual a 130 mmHg ou a presença de choque
■ contagem de leucócitos acima de 11.500/mm3
■ disfunção ventricular moderada ou importante
■ necessidade de ventilação mecânica

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Casos do Problema

CASO 1
Maria, 70 anos (1º- 4º problema). Dispneia, ortopneia e taquipneia (28 irpm/min), com discreta cianose de lábios, ansiedade e
agitação psicomotora. E.F.: PA = 180/90 mmHg, FC: 125 bpm, FR: 27 irpm, SpO2: 89% (ar ambiente). Ictus cordis visível e
palpável no 6º espaço intercostal esquerdo na linha axilar anterior, com 3 a 4 polpas digitais, não propulsivo, móvel ao
decúbito lateral esquerdo. Ritmo cardíaco regular em 3 tempos com B3, bulhas cardíacas hipofonéticas e sopro sistólico em
foco mitral (3+/6+) e irradiação para axila. Estertores crepitantes bilaterais em 2/3 inferiores de ambos os pulmões.
Hepatomegalia dolorosa e ascite.

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Casos do Problema

CASO 2
Maria Luzia (do 5º problema), 24 anos. Interrompeu o tratamento. Durante uma sessão de crossfit, sentiu palpitações
taquicárdicas no peito acompanhadas de intensa dispneia e tosse com expectoração rosácea. E.F.: PA: 140x70 mmHg; FC:
190bpm; FR: 34 irpm; TAx: 36,1ºC; SpO2: 90% (ar ambiente). Agitada, fácies de sofrimento, extremidades frias com perfusão
lentificada, cianótica ++/4+, batimento de asa do nariz e turgência jugular patológica a 45º. Ritmo cardíaco irregular, em 2
tempos, bulhas hipofonéticas, sopro diastólico em foco mitral. Tiragem intercostal e crepitações finas em todos os
hemitóraxes e sibilos expiratórios.

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Casos do Problema

CASO 3
João, 71 anos. Taquidispneia, ansiedade e agitação psicomotora. Passou mal subitamente. HAS há vários anos, não segue as
recomendações médicas e interrompe as medicações todo final de semana para ingerir bebida alcoólica (cerveja). E.F.: PA 270
x 140mmHg; FC: 130 bpm; FR: 33 irpm; SpO2: 89% (ar ambiente). Agitado. Ausculta cardíaca com ritmo cardíaco regular, em
2 tempos. Tiragem intercostal e crepitações finas em 2/3 inferiores de ambos os pulmões.

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Obrigada!!

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