Para entender o motivo de tantas desigualdades, deve-se ser feita uma análise da
desigualdade que já surge com o racismo, surgem com a luta dos escravos e de seus
descendentes, a luta de mulheres que foram escravas de seus maridos por conta do
patriarcalismo e de toda a corrupção que existiu até chegarmos neste século atual. Um dos
pontos centrais no livro é sem dúvida a questão do racismo culturalista, onde no livro tem
uma passagem que fala que a população acostumou-se a pensar de uma forma crítica
sobre o racismo científico que fala sobre as diferenças de cor de branco e negro, no que já
vem pronta também uma definição de superioridade e inferioridade. Onde fala que temos
que aceitar as nossas raízes, que vem de Portugal e Espanha para entender o processo de
colonização e assim também o de desigualdades. No período de colonização foram
surgindo os cordialistas, que iam transformando as coisas públicas em privadas, já
colocando em prática a prática da corrupção. Analisando esse processo é notório a
percepção de que os cordialistas fizeram com que seja trazido novamente e de forma
discreta, o racismo e as desigualdades. Pois, seria como se o destino do brasileiro já
estivesse determinado por fatores genéticos passados de gerações. Então pela corrupção
criada pelos cordialistas, é criada também a ideia que não podemos fugir do Estado
corrupto, do homem corrupto e da sociedade corrupta.
Seguindo essa ideia é perpassada a ideia de modernização seletiva, ou seja, já haviam
pessoas que formavam a grande distinção de classes, onde alguns que já são de
determinada classe já teriam o seu lugar na sociedade, seja esse lugar de valor ou de ralé.
No patriarcalismo era bem clara a ideia de que quem comandava era o homem. O senhor
da casa comandava a esposa, filhos, escravos, etc. Sendo que esse poder de patriarca
fazia com que o homem fosse superior aos demais por humilhar seus escravos, explorar,
estuprar as mulheres. Lembrando que o que levava os senhores a serem superiores é a
ideia de que a posse de escravo o tornaria mais “bem visto” pelos outros, já que o mercado
de escravo era um dos mercados que mais fazia dinheiro. Então, a partir do momento que
foram surgindo outros mercados e os escravos foram sendo libertados, foram nascendo
outras classes sociais. Uma delas era a classe média, que foi composta por aqueles
mestiços que não se identificavam com a elite, nem com os ex-escravos. Essa classe foi a
que dominou o país, foi a que começou a controlar grandes órgãos.
O conceito de classe, se bem examinados, não vem apenas pela questão de renda, mas
sim de um conceito que surge a partir de bons gostos, da formação cultural, das habilidades
e até das afinidades intelectuais de um sujeito. Chegou um período em que surgiram as
seguintes classes: A elite, a classe média, a classe dos trabalhadores e a classe da geração
dos escravos. A classe média no século XX, só teve a manter o nome como a classe do
bom gosto, da boa instrução, que passam por escolas boas e que vão no futuro transmitir
essa cultura para os seus filhos, e isso vai continuar de geração em geração. Já a classe
dos descendentes de escravos que é, atualmente, a classe necessitada, a que não tem
direitos, a que não consegue empregos, a que é assassinada, que é violentada, que sofre
chacina, são eles o que sofrem toda a desigualdade, não só no país corrupto chamado de
Brasil, mas também em outros que antes era a raíz ibérica no país. Por fim, fica notória as
razões destas desigualdades existentes no país, ela é algo com que o Estado deveria dar
mais notoriedade, pois não é apenas algumas pessoas que passam por isso, mas sim,
muitas famílias. Se construímos essa desigualdade também podemos desconstruí-la.