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Cardiopatias Congênitas:
Orientações e Condutas
de Tratamento
*Conteúdo destinado a profissionais da área da saúde
Cardiopatias Congênitas: Orientações e Condutas de Tratamento
Índice
Introdução ........................................................................................................................ 4
Principais Cardiopatias Congênitas............................................................................... 5
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Cardiopatias Congênitas: Orientações e Condutas de Tratamento
Introdução
As Cardiopatias Congênitas são definidas como anormalidades na estrutura, e/ou na função
cardiocirculatória presentes antes mesmo do nascimento, apesar de algumas serem diagnosti-
cadas tardiamente. A doença atinge aproximadamente 1% das crianças nascidas vivas.
As anormalidades na formação da estrutura cardíaca alteram a As crianças com cardiopatias congênitas apresentam sintomas
anatomia normal do coração, podendo estar relacionadas às vál- como pele de coloração roxeada, choro constante e/ou cansaço
vulas, paredes internas ou mesmo artérias do coração. A maioria ao mamar. Geralmente os sinais despertam a atenção durante a
das cardiopatias congênitas são diagnosticadas e tratadas ainda consulta com o pediatra, que tem condições de identificar proble-
na infância, ou até mesmo logo após o nascimento. No entanto, há mas como sopro ou frequência cardíaca alterada. Nestes casos, o
casos em que a doença é identificada apenas na vida adulta, po- profissional indica o acompanhamento com um cardiopediatra.
dendo também ser tratada nessa fase. Apesar dos avanços no tra-
tamento, ainda existem defeitos congênitos que são incompatí- Após o diagnóstico clínico, a solicitação de exames físicos e com-
veis com a vida e levam ao óbito. plementares como eletrocardiograma, RX de tórax e ecocardio-
grama o cardiopediatra é necessária para confirmar o diagnóstico
Dentre as causas mais comuns destacam-se os medicamentos, a e determinar o tipo de cardiopatia congênita, além de indicar a
radiação, algumas patologias como a rubéola e o vírus Cosakie B e conduta de tratamento. Em casos específicos, pode ser avaliada a
intenções de abortos. Fatores genéticos, fatores maternos, que realização de cateterismo como exame complementar para o
incluem as doenças crônicas como a diabetes ou a fenilcetonúria diagnóstico antes da definição do tipo de tratamento necessário.
mal controladas, consumo de álcool, exposição a toxinas ambien-
tais e infecções também podem aumentar, consideravelmente, a Boa leitura!
probabilidade de uma anomalia cardíaca.
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Fechamento espontâneo: não é frequente em defeitos maio- ∙ Criança sintomática na infância (insuficiência cardíaca,
res que 8mm ao nascimento e depois dos 2 anos de idade. Rara- hipertensão pulmonar severa): vista em 8-10% dos casos, e
mente o defeito aumenta durante o seguimento clínico. indicada o fechamento precoce.
Foramen oval patente: Detectado através do ecocardiogra- ∙ Criança diagnosticada: após a idade ideal, é indicado o
ma, é considerado um defeito pequeno na região da fossa ovale fechamento eletivo independente da idade, entanto se apresente
com um flap, sem evidência de sobrecarga volumétrica direita. É com sobrecarga volumétrica direita e a resistência vascular pul-
um achado normal nos neonatos. monar esteja em níveis de operabilidade.
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Indicação ideal para fechamento: ∙ CIVs pequenas com prolapso de cúspide valvar aórtica
∙ CIVs grandes com insuficiência cardíaca congestiva: com regurgitação aórtica maior a leve: indicação de cirurgia
assim que possível. assim que diagnosticada a insuficiência aórtica.
∙CIVs grandes com hipertensão pulmonar severa: 3-6 ∙ CIVs pequenas com um ou mais de um episodio de en-
meses. docardite infecciosa: recomenda-se o fechamento precoce do
∙ CIVs moderadas com pressão sistólica pulmonar defeito.
50-60% do valor sistêmico: entre 1-2 anos de vida, ou antes se
apresenta um episodio de risco de vida, infecções do trato respi- Método de Fechamento:
ratório baixo ou déficit de crescimento ponderal. ∙ Cirúrgico: com uso de patch assistido com circulação extra-
∙ CIVs pequenos com pressão pulmonar arterial normal, corpórea.
e shunt de esquerda a direita maior a 1.5:1: fechamento entre ∙ Endovascular: com dispositivos para CIVs musculares em
os 2-4 anos. crianças com peso maior a 15kg, e em alguns defeitos perimem-
∙ CIVs pequenos de via de saída (<3mm) sem prolapso da branosos selecionados.
valva aórtica: avaliação anual ou bianual procurando o apareci- ∙ Bandagem pulmonar: é indicado para CIVs múltiplos ou
mento de prolapso valvar aórtico. muito grandes, configurando quase um ventrículo único; crianças
∙ CIVs pequenos de via de saída com prolapso da valva de baixo peso (<2kg), e aquelas com comorbidades associadas
tais como infecção torácica.
aórtica sem regurgitação: fechamento no 2-3 anos de vida
independente do tamanho e da magnitude do shunt esquerda a
direita.
∙ CIVs pequenos de via de saída com qualquer grau de re-
gurgitação valvar aórtica: indicação de cirurgia assim que de-
tectada a insuficiência aórtica.
∙ CIVs pequenas perimembranosas com prolapso aórtico
com pequena o nenhuma regurgitação aórtica: recomenda--
se a avaliação anual ou bianual para detecção do aumento do
grau de regurgitação.
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Indicação da cirurgia:
∙ Estável, cianose leve: Fontan (Anastomose cavopulmonar
total) aos 3-4 anos.
∙ Estável, cianose leve: Glenn (Anastomose cavopulmonar
parcial) no primeiro ano de vida seguido por Fontan aos 3-4 anos.
∙ Cianose significativa (SaO2 <70%) e menor de 6 meses:
Shunt sistêmico pulmonar, seguido por Glenn no período entre 9
meses a 1 ano de idade e Fontan aos 3-4 anos.
∙ Cianose significativa (SaO2 <70%) e maior de 6 meses:
Glenn bidirecional seguido de Fontan aos 3-4 anos.
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Indicação da Cirurgia:
∙ TGA com septo interventricular íntegro:
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Indicação da cirurgia:
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Exame físico: cardiomegalia, insuficiência cardíaca congestiva, Ecocardiograma: a dilatação do átrio esquerdo e ventrículo es-
presença de terceira bulha e sopro médio-diastólico são indicati- querdo sugere shunt significativo de esquerda a direita em CIV e
vos de shunt importante esquerda à direita. PCA. Pressão arterial pulmonar sub-sistêmica descarta a síndro-
me de Eisenmenger nas CIVs e PCAs.
Tipo de defeito: crianças com CIAs raramente desenvolvem
Eisenmenger. A presença de hipertensão pulmonar pode ter
outras causas.
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Somos Cirurgiões Cardiovasculares com muitos anos de experiência e responsáveis pelo
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