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Evidências Farmacológico-Clínicas:
Ajácio Bandeira de Mello Brandão
Monografias:
Aline Matias de Freitas
Ana Paula Barroso Hofer
Carla Beatrice Crivellaro Gonçalves
Christiane dos Santos Teixeira
Lenita Wannmacher
Simone Oliveira da Rocha
Tatiana Chama Borges Luz
ANTI-SECRETORES
Antagonistas H2
Inibidores da bomba de prótons
PROTETORES DA MUCOSA GÁSTRICA
Sucralfato
Misoprostol
ANTIEMÉTICOS
Anti-serotoninérgicos
Antidopaminérgicos
Canabinóides
ANTIDIARRÉICOS OPIÓIDES
MONOGRAFIAS
Domperidona
Droperidol
Granisetrona
Loperamida
Metoclopramida
Misoprostol
Omeprazol
Ondansetrona
Ranitidina
Sucralfato
Bibliografia
ANTI-SECRETORES
ANTAGONISTAS H2
INTRODUÇÃO
Os antagonistas H2 – cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina – inibem a
secreção ácida por bloqueio competitivo da interação de histamina com receptores H2
da célula parietal gástrica1. Têm sido usados em inúmeras situações clínicas. Aqui
serão discutidos seus usos terapêuticos, segundo as evidências contemporâneas.
Benefício definido
Tratamento sintomático de úlceras pépticas
Papel coadjuvante na redução de recorrência de úlceras pépticas
Tratamento dos sintomas e da esofagite associados à doença do refluxo gastresofágico
Benefício provável
Prevenção de lesões gastroduodenais ou sangramento digestivo alto em usuários de
antiinflamatórios não-esteróides
Tratamento de dispepsia tipo úlcera
Tratamento do sangramento digestivo alto por úlcera péptica
Benefício improvável
Profilaxia primária de sangramento digestivo alto por úlcera de estresse
Sugerida ineficácia
Tratamento do sangramento digestivo alto não relacionado à úlcera péptica
BENEFÍCIO DEFINIDO
Referências bibliográficas:
Referências bibliográficas:
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BENEFÍCIO PROVÁVEL
Referências bibliográficas:
Referências bibliográficas:
Referências bibliográficas:
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3. Cook DJ, Guyatt GH, Salena BJ, Laine LA. Endoscopic therapy for acute non variceal
upper gastrointestinal hemorrhage. A meta-analysis. Gastroenterology 1992; 102: 139-48.
4. Pearson JT, Ward R, Allen A , et al. Mucus degration by pepsin - comparison of mucolytic
of pepsin 1 and pepsin 3. Implications in peptic ulceration. Gut 1986; 27: 243-48.
5. Vreeburg E, Levi M, Rauws E, et al. Enhanced mucosal fibrinolytic activity in
gastroduodenal ulcer hemorrhage and the beneficial effect of acid suppression. Aliment
Pharmacol Ther 2001; 15: 639-46.
6. Selby NM, Kubba AK, Hawkey CJ. Acid suppression in peptic ulcer hemorrhage: a meta-
analysis. Aliment Pharmacol Ther 2000; 14: 1119-26.
7. Gisbert JP, González L, Calvet X, Roqué M, Gabriels R, Pajares JM. Proton pump
inhibitors versus H2 -antagonists: a meta-analysis of their efficacy in treating bleeding ulcer.
Aliment Phamarcol Ther 2001; 13: 917-26.
BENEFÍCIO IMPROVÁVEL
Referências bibliográficas:
Referência bibliográfica:
INTRODUÇÃO
Os inibidores da bomba de prótons – omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol,
rabeprazol e esomeprazol – suprimem a secreção de ácido gástrico por meio da
inibição específica da enzima H+/K+-ATPase na superfície secretora da célula parietal
gástrica. Reduzem a produção diária de ácido em 95%. Têm sido usados em inúmeras
situações clínicas. Aparentemente todos os representantes do grupo, quando
administrados por via oral, são igualmente eficazes1. Aqui serão discutidas suas
indicações terapêuticas, segundo as evidências contemporâneas.
Referência bibliográfica:
1. Thomson AB. Are the orally administered proton pump inhibitors equivalent? A comparison
of lansoprazole, omeprazole, pantoprazole, and rabeprazole. Curr Gastroenterol 2000; 2:
482-93.
Evidências sobre intervenções com inibidores da bomba de prótons
Benefício definido
Tratamento sintomático de úlceras pépticas
Papel coadjuvante na redução de recorrência de úlceras pépticas
Tratamento de esofagite ou sintomas associados a doença do refluxo gastresofágico
Prevenção de lesões gastroduodenais ou sangramento digestivo alto em usuários de
antiinflamatórios não-esteróides
Benefício provável
Tratamento da dispepsia tipo úlcera
Tratamento do sangramento digestivo alto por úlcera péptica
Benefício desconhecido
Profilaxia primária de sangramento digestivo alto por úlcera de estresse
BENEFÍCIO DEFINIDO
Referências bibliográficas:
Referências bibliográficas:
Referências bibliográficas:
Referências bibliográficas:
BENEFÍCIO PROVÁVEL
Referências bibliográficas:
Referências bibliográficas:
1. Branicki FJ, Coleman SY, Fok PJ, et al. Bleeding peptic ulcer: a prospective evaluation of
risk factors for rebleeding and mortality. World J Surg 1990; 14: 262-70.
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e baixa. In: Dani R, ed. Gastroenterologia Essencial. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000. p. 13-14.
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upper gastrointestinal hemorrhage. A meta-analysis. Gastroenterology 1992; 102: 139-48.
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of pepsin 1 and pepsin 3. Implications in peptic ulceration. Gut 1986; 27: 243-48.
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gastroduodenal ulcer hemorrhage and the beneficial effect of acid suppression. Aliment
Pharmacol Ther 2001; 15: 639-46.
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Aliment Phamarcol Ther 2001; 13: 917-26.
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bleeding after endoscopic treatment of bleeding peptic ulcer. N Engl J Med 2000; 343: 310-
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BENEFÍCIO DESCONHECIDO
Referências bibliográficas:
SUCRALFATO
INTRODUÇÃO
O sulcralfato é considerado um agente citoprotetor. Adere às células epiteliais
de forma muito intensa na base das úlceras, considerando-se a proteção do nicho
ulceroso como sua principal ação terapêutica. Foram propostos vários mecanismos
para explicar a capacidade do sucralfato em reduzir os efeitos de agentes nocivos e
acelerar a cicatrização de úlceras1, 2.
Benefício provável
Tratamento sintomático de úlceras pépticas
Sugerida ineficácia
Profilaxia primária de sangramento digestivo alto por úlcera de estresse
BENEFÍCIO PROVÁVEL
Referências Bibliográficas
SUGERIDA INEFICÁCIA
Referências bibliográficas
MISOPROSTOL
INTRODUÇÃO
As principais prostaglandinas sintetizadas pela mucosa gástrica são a E2 e I2.
Inibem a secreção de ácido e estimulam a secreção de muco e bicarbonato.
Misoprostol é um análogo da prostaglandina E21. É prescrito para profilaxia de úlcera
péptica associada ao uso de antiinflamatórios não-esteróides.
Benefício definido
Prevenção de lesões gastroduodenais ou sangramento digestivo alto em usuários de
antiinflamatórios não-esteróides
BENEFÍCIO DEFINIDO
Referências Bibliográficas
ANTI-SEROTONINÉRGICOS
INTRODUÇÃO
Os anti-serotoninérgicos (ondansetrona, granisetrona, tropisetrona e
dolasetrona) exercem efeito antiemético, ligando-se seletivamente aos receptores pós-
sinápticos subtipo 3 da serotonina (5-HT3), presentes em zona do gatilho, centro do
vômito, núcleo do trato solitário e vias vagais envolvidas na gênese do vômito1,2. Têm
sido empregados na prevenção de náusea e vômito associados com quimioterapia,
radioterapia e procedimentos cirúrgicos.
Aqui serão analisadas estas intervenções à luz das evidências externas.
Benefício definido
Prevenção de êmese induzida por quimioterapia (granisetrona + dexametasona)
Prevenção e tratamento de êmese induzida por radioterapia (granisetrona)
Benefício provável
Prevenção de êmese em pós-operatório (eficácia similar à dos
antidopaminérgicos)
Referências bibliográficas:
BENEFÍCIO DEFINIDO
Referências bibliográficas:
Referências bibliográficas:
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BENEFÍCIO PROVÁVEL
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ANTIDOPAMINÉRGICOS
INTRODUÇÃO
A dopamina é um dos neurotransmissores envolvidos na gênese do vômito1, 2,
razão pela qual os antidopaminérgicos, drogas que bloqueiam os receptores D2 da
dopamina, são usados como antieméticos.
Este grupo é constituído de substâncias com diferentes estruturas químicas:
metoclopramida, bromoprida, domperidona, fenotiazinas (clorpromazina) e
butirofenonas (droperidol).
Inibem o vômito induzido por apomorfina, atuando em zona do gatilho, núcleo
do trato solitário e vias aferentes periféricas. Metoclopramida, em altas doses, também
tem atividade anti-serotoninérgica que contribui para seu efeito antiemético.
Metoclopramida e domperidona aliam sua ação antidopaminérgica central à
estimulação da motilidade gastrintestinal, com aceleração do esvaziamento gástrico1, 2.
Apesar de ter ação antiemética, domperidona é mais utilizada como pró-cinético.
Comercializada em vários países do mundo desde 1978, nos Estados Unidos não foi
liberada para uso clínico como pró-cinético até o momento.
Aqui serão discutidas as evidências que fundamentam o emprego de
metoclopramida, droperidol e domperidona como antieméticos ou pró-cinéticos em
diversas situações clínicas.
Referências bibliográficas:
Benefício provável
Prevenção de náusea/vômito em quimioterapia antineoplásica
(metoclopramida, fenotiazinas)
Prevenção de náusea/vômito em pós-operatório (droperidol)
Tratamento de náusea/vômito em quimioterapia antineoplásica e
radioterapia (metoclopramida)
Tratamento de náusea/vômito em pós-operatório (droperidol)
Gastroparesia (domperidona e metoclopramida, como pró-cinéticos)
Dispepsia funcional (domperidona, como pró-cinético)
Benefício desconhecido
Controle de vômitos na gravidez
Sugerida ineficácia
Prevenção de náusea/vômito em radioterapia (metoclopramida)
Prevenção de náusea/vômito em pós-operatório (metoclopramida)
Dispepsia funcional (metoclopramida, como pró-cinético)
Doença do refluxo gastresofágico (domperidona e metoclopramida, como
pró-cinéticos)
BENEFÍCIO PROVÁVEL
Referências bibliográficas:
Referências bibliográficas:
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BENEFÍCIO DESCONHECIDO
SUGERIDA INEFICÁCIA
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CANABINÓIDES
INTRODUÇÃO
Os canabinóides (nabilona, dronabinol, levonantradol) atuam como
antieméticos por mecanismos desconhecidos, não relacionados ao receptor
dopaminérgico. Especula-se que seu sítio de ação seja no córtex cerebral1.
É uma classe de medicamentos que, por seus potenciais efeitos adversos,
provavelmente terá uso muito limitado. Aqui serão discutidas suas indicações
terapêuticas, segundo as evidências contemporâneas.
BENEFÍCIO DEFINIDO
Referências bibliográficas:
ANTIDIARRÉICOS OPIÓIDES
INTRODUÇÃO
Diarréia é o aumento do conteúdo aquoso das fezes ou diminuição de sua
consistência1. Comumente, os pacientes com diarréia referem aumento no número de
evacuações. Diarréia aguda é aquela com duração de até quatro semanas, enquanto
a crônica estende-se além desse período2.
A diarréia aguda é causada principalmente por agentes infecciosos2. A
abordagem medicamentosa da diarréia aguda infecciosa inclui fármacos específicos
(antimicrobianos) e sintomáticos (antidiarréicos)3. Esses determinam alívio dos
sintomas, sem interferir na causa da diarréia3.
Em crianças, são contra-indicados4-7. Nestas, diarréias agudas, de leves a
moderadas, devem ser tratadas com reposição oral de líquidos (solução de cloreto de
sódio e glicose). Não devem ser interrompidas com agentes sintomáticos anti-
secretores. Os sais de hidratação oral objetivam repor fluidos e eletrólitos perdidos no
processo diarréico e aumentar a absorção intestinal de nutrientes. A alimentação
habitual deve ser mantida.
Em adultos com diarréia aguda não infecciosa, opióides ou outros agentes que
diminuam a motilidade podem ser prescritos por curto tempo, desde que não haja
concomitantemente febre alta e/ou sangue nas fezes8-14, pois não há evidências de
que tais medicamentos alterem a história natural da doença. O tratamento sintomático
somente permite aos pacientes a manutenção de suas atividades habituais.
O tratamento atual da diarréia do viajante, tipo específico de diarréia aguda,
consiste na associação de antidiarréicos sintomáticos com antibióticos12.
As principais causas de diarréia crônica em adultos são síndrome do intestino
irritável e doenças inflamatórias idiopáticas15. Na primeira, os antidiarréicos
comumente são prescritos (quando diarréia é sintoma predominante)16, 17, mas nos
pacientes com doença inflamatória em atividade, os agentes que diminuem a
motilidade intestinal devem ser usados com cautela, pelo risco de desenvolvimento de
megacólon tóxico18.
A seguir são apresentadas as evidências contemporâneas sobre o papel dos
opióides no manejo sintomático da diarréia.
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OPIÓIDES
Os opióides (elixir paregórico, codeína, difenoxilato e loperamida) têm ação
constipante por aumento do tônus intestinal, diminuição de propulsão do bolo fecal e
de esvaziamento gástrico1. Loperamida, difenoxilato e sulfato de codeína produzem
melhora sintomática da diarréia, igualando-se em eficácia2.
Na prática clínica, elixir paregórico e codeína foram suplantados pelos
agonistas sintéticos, difenoxilato e loperamida, por se lhe atribuírem efeitos centrais
diminuídos nas doses consideradas terapêuticas1. Difenoxilato diminui a freqüência
das evacuações e o volume das fezes, sem alterar o tônus esfincteriano em pacientes
com diarréia crônica e incontinência fecal1. Atropina foi incluída na fórmula para
desencorajar o uso abusivo do medicamento, produzindo efeitos colaterais se
ingeridos mais do que 10 comprimidos3. Loperamida aumenta o tempo de trânsito
intestinal e produz inibição sustentada do peristaltismo1. Também diminui a secreção
intestinal, inclusive por meio de mecanismos não mediados por receptores opióides.
Ademais, não induz adição e não acarreta menos efeitos adversos em crianças4.
Loperamida é, em geral, mais eficaz que difenoxilato com atropina no manejo
de pacientes com diarréia aguda4. Em pacientes com síndrome do intestino irritável,
nos quais diarréia é o sintoma mais relevante, loperamida é a droga mais comumente
recomendada5,6.
Conclusão: Nas diarréias persistentes dos adultos, loperamida foi
considerado como medicamento de referência por ser mais seletivo e seguro e ter
efeito mais rápido e duradouro. No controle da diarréia crônica de variada etiologia,
mostrou-se mais eficaz que difenoxilato, mesmo em doses menores.
Referências bibliográficas
DOMPERIDONA
Aline Matias de Freitas
Mecanismo de ação
É antagonista dopaminérgico periférico, estruturalmente relacionado com
benzimidazol, que bloqueia os receptores D1 e D2. Facilita a atividade do músculo liso
gastrintestinal devido à inibição do receptor D1 e inibe a liberação de acetilcolina
neural por bloqueio do receptor D2. Exerce seus efeitos em quimiorreceptor da zona
do gatilho e trato gastrintestinal. É agente gastrocinético potente, facilitando
esvaziamento gástrico por aumento da peristalse gástrica e esofagiana e diminuição
da pressão do esfíncter esofagiano. Inibe o relaxamento gástrico induzido por
dopamina e os efeitos inibitórios da secretina, cujas ações são mediadas pela
liberação de dopamina. Diminui o tempo de trânsito do intestino delgado. Domperidona
previne êmese induzida por apomorfina, morfina e levodopa que induzem o vômito por
estimulação do quimiorreceptor da zona do gatilho. Porém, não inibe êmese induzida
por sulfato de cobre que age centralmente. Adicionalmente, pode antagonizar a
supressão da secreção de prolactina induzida por dopamina e apomorfina, desta
forma elevando a concentração sérica de prolactina.
Indicações
Tratamento de gastroparesia diabética. Tratamento de dispepsia funcional.
Contra-indicações
Hemorragia, obstrução mecânica ou perfuração gastrintestinais. Déficit de
função hepática. Prolactinoma (tumor pituitário liberador de prolactina).
Hipersensibilidade a domperidona.
Precauções
Em gravidez (nenhum dado humano está disponível) e amamentação. Ajuste
de dose pode ser necessário em pacientes que usam cimetidina. Pode surgir
galactorréia. Têm sido relatadas convulsões e arritmias cardíacas após administração
intravenosa. O curso de tratamento não deve exceder 12 semanas. Segurança e
eficácia em crianças não foram estabelecidas.
Reações adversas
INCIDÊNCIA POUCO FREQÜENTE:
Boca seca, cefaléia, conjuntivite, fogachos, irregularidade menstrual,
galactorréia, ginecomastia, mastalgia, prurido, erupção cutânea, estomatite, urticária.
INCIDÊNCIA RARA:
Astenia, vertigem, irritabilidade, nervosismo, ânsia, mudança na freqüência
urinária, edema, dificuldade de falar, perda do equilíbrio ou controle muscular, cólica
abdominal, mudança do apetite, constipação, diarréia, azia, cãimbra nas pernas,
letargia, palpitações, disúria.
Os efeitos adversos extrapiramidais geralmente são revertidos
espontaneamente após o término do tratamento.
Ensaios clínicos com domperidona intravenosa foram suspensos nos Estados
Unidos. A empresa fabricante retirou voluntariamente a preparação intravenosa do
mercado mundial após relato de efeitos adversos cardiovasculares e convulsões.
Interações medicamentosas
Aumento de toxicidade: inibidores do sistema enzimático citocromo P-450
(antifúngicos, inibidores da protease, macrolídeos, nefazodona).
Diminuição de efeito: agentes anticolinérgicos
Usar com cuidado domperidona e inibidores da MAO.
Domperidona pode acelerar a absorção de medicamentos no intestino delgado
(formulações de liberação sustentada ou revestimento entérico), embora diminua a
que se processa no estômago.
Farmacocinética
É rapidamente absorvida. Atinge pico sérico em 10 a 30 minutos (via
intramuscular), 30 minutos (via oral) e 1 a 4 horas (via retal). Liga-se às proteínas
plasmáticas (91 a 93%). Não atravessa prontamente a barreira hematoencefálica, nem
a placenta. Baixas concentrações são encontradas no leite materno. Sofre
metabolismo hepático de primeira passagem e na parede intestinal, resultando em
biodisponibilidade oral de 13% a 17%. Sofre hidroxilação e N-dealquilação oxidativa.
Tem meia-vida de eliminação de 7 horas após dose única por vias oral e
intramuscular. É excretada na urina. Menos de 1% está sob a forma não modificada. A
excreção completa-se em 4 dias.
Dispepsia funcional
ADULTOS:
10 mg, três vezes ao dia, 15 a 30 minutos antes das refeições; se necessário,
também antes de dormir.
CRIANÇAS:
0,3 mg/kg como solução a 1%, três vezes ao dia, antes das refeições e, se
necessário, também ao dormir.
Via retal
CRIANÇAS:
dose administrada duas a quatro vezes ao dia.
acima de 6 anos: 120 mg.
4 a 6 anos: 90 mg;
2 a 4 anos: 60 mg;
< 2 anos: 10 mg;
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Comprimido: 10 mg
Suspensões orais: 1 mg/mL, 10 mg/mL
Disponíveis no exterior:
Suspensão oral: 1 mg/mL
Supositório: 30 mg
Maleato de domperidona:
Comprimido: 10 mg
Aspectos farmacêuticos
Apresenta-se como pó branco ou quase branco, praticamente insolúvel em
água, levemente solúvel em álcool e metanol, solúvel em dimetilformamida. Proteger
da luz.
DROPERIDOL
Lenita Wannmacher
Mecanismo de ação
É agente antidopaminérgico, derivado das butirofenonas, que altera a ação de
dopamina em níveis subcorticais do sistema nervoso central, bloqueando a
estimulação de dopamina na zona do gatilho. Tem atividade em receptores
alfadrenérgicos e colinérgicos.
Indicações
Prevenção e tratamento de êmese pós-operatória.
Contra-indicações
Hipersensibilidade ou intolerância ao fármaco ou a componentes da fórmula.
Precauções
Em pacientes com convulsões, doença hepática grave, supressão da medula
óssea, insuficiência renal. Em idosos, é conveniente reduzir as doses. Pode causar
reações extrapiramidais. A segurança em crianças com menos de 6 meses e na
lactação não foi estabelecida. Atravessa a placenta. Categoria de risco gestacional C
(FDA).
Reações adversas
REAÇÕES ADVERSAS SEM RELATO DE INCIDÊNCIA:
Como antagonista da dopamina pode causar sintomas extrapiramidais, menos
freqüentes porque seu uso antiemético é breve. Aqueles são mais comuns em idosos.
Pode ocorrer hipotensão ortostática, de leve a moderada. Em pós-operatório, podem
ser vistas sonolência, confusão mental, despersonalização e convulsões. Arritmias
cardíacas. Reações de hipersensibilidade a álcool benzílico e sulfitos.
Interações medicamentosas
Aumento de efeitos: depressores do sistema nervoso central, fentanila,
anestesia condutiva.
Diminuição de efeitos: epinefrina, lítio, atropina.
Farmacocinética
Após administração intravenosa, tem início de efetio em 3-10 minutos. O pico
de efeito ocorre em 30 minutos e a duração de efeito é de 2 a 4 horas. A alteração da
consciência pode perdurar por 12 horas. Atravessa livremente a placenta. Tem
bioptransformação hepática, com meia-vida de 2,3 horas. Excreta-se na urina (75%) e
nas fezes (22%).
ADULTOS:
2,5-5 mg/dose, a cada 3-4 horas.
CRIANÇAS (2 A 12 ANOS):
0,05-0,06 mg/kg/dose, a cada 4-6 horas.
A administração intravenosa deve ser lenta ou por bomba de infusão.
Formas farmacêuticas
Disponível no Brasil:
Solução injetável: 2,5mg/mL
Disponíveis no exterior:
Comprimido sulcado: 10 mg
Líquido oral: 1 mg/mL
Injeção: 2,5mg/mL, 5 mg/mL
Aspectos farmacêuticos
Pó microcristalino, amorfo, branco a marrom claro luminoso. Praticamente
insolúvel em água, solúvel em 1:140 de álcool, 1:4 de clorofórmio e 1:500 de éter.
Estocar sob nitrogênio em recipientes vedados, à temperatura de 8 a 15ºC. Proteger
da luz. Incompatível com naficilina sódica, fluorouracil, ácido folínico, heparina,
metotrexato, cefmetazol sódico, ondansetrona e alguns barbituratos. Muitas destas
incompatibilidades são provavelmente um resultado da mudança de pH. As ampolas
devem ser estocadas à temperatura ambiente e protegidas da luz. A solução para uso
parenteral, diluindo-se 2,5 mg em 50 mL de glicose a 5%, conserva-se até 7 dias em
temperatura ambiente. Existe perda de parte do produto quando estocado em bolsa de
cloreto de polivinil. É incompatível com barbitúricos.
GRANISETRONA
Aline Matias de Freitas
Mecanismo de ação
É antagonista competitivo altamente seletivo dos receptores 5- HT3 da
serotonina. Após a administração de agentes citotóxicos ou irradiação, ocorre
liberação de serotonina pelas células enterocromafínicas da superfície do trato
gastrintestinal. Este neurotransmissor liga-se a receptores 5- HT3 localizados nas
extremidades dos neurônios vagais e estimula a transmissão de sinais ao centro
emético, resultando em naúsea e vômito. Granisetrona bloqueia essa transmissão ao
interagir com receptores serotoninérgicos. A ação acontece central e perifericamente,
porém os primeiros efeitos aparecem no trato gastrintestinal que contém mais de 80%
da serotonina corporal. Estudos sugerem a existência de sítios de ação específicos
situados nos neurônios aferentes vagais, área postrema do cérebro, zona do gatilho e
núcleo do trato solitário. Não possui ação antidopaminérgica, por isso não se
associando ao desenvolvimento de reações extrapiramidais. Também não influencia a
produção de neurormônios, tais como a prolactina, o que constitui vantagem no
tratamento da êmese em pacientes afetados por tumores potencialmente
estimuladores dessa substância, como câncer de mama.
Indicações
Prevenção de naúseas e vômitos associados à quimioterapia altamente
emetogênica (incluindo altas doses de cisplatina) e à radioterapia parcial ou total. Não
deve ser usada para náusea determinada por agentes citostáticos de baixo potencial
emetogênico (ex. bleomicina, bussulfam, ciclofosfamida < 1000 mg, etopósido, 5-
fluorouracil, vimblastina, vincristina).
Contra-indicações
Hipersensibilidade a granisetrona e outros antagonistas de serotonina.
Precauções
Em pacientes com doença hepática. Pode haver hipersensibilidade cruzada
com outros antagonistas serotoninérgicos. Não se sabe se é distribuída ao leite
materno. Segurança e eficácia em crianças menores de 2 anos de idade não foram
estabelecidas. Categoria de risco para a gestação B (FDA).
Reações adversas
> 10%:
Cefaléia (14-21%), constipação (18%), astenia (14%).
DE 1% A 10%:
Hipertensão (2%), hipotensão, tontura, insônia, ansiedade, arrepios (5%), dor
abdominal (6%), diarréia (8%), fraqueza, elevação das enzimas hepáticas (3,4%), dor
(2%).
< 1%:
Agitação, arritmias, fogachos, sonolência.
Interações medicamentosas
Diminuição de efeito: indutores do sistema enzimático citocromo P-450
( barbituratos, carbamazepina, rifampicina, fenitoína, fenilbutazona )
Aumento de efeito: inibidores deste sistema metabólico (cimetidina, alopurinol,
dissulfiram).
Farmacocinética
É absorvida após administração oral, com pico plasmático em 2 horas. A
biodisponibilidade oral é de aproximadamente 60%, como resultado de metabolismo
hepático de primeira passagem. Alimentos aumentam a concentração sérica. O início
de efeito ocorre 4 a 10 minutos após administração intravenosa e geralmente dura não
mais que 24 horas. É amplamente distribuído, com volume de distribuição entre 2 a 4
L/kg. A taxa de ligação protéica é de 65%. Sofre metabolismo hepático: N-demetilação
e oxidação do anel aromático, seguidas de conjugação. Meia-vida (administração
intravenosa) de 10 a 12 horas, para pacientes com câncer, de 3 a 4 horas para
voluntários saudáveis. Meia-vida (administração oral) de 6,23 horas para voluntários
saudáveis após dose única de 1 mg. Excreta-se na urina (34%) sob forma não-
modificada e como metabólitos e nas fezes (38%). A depuração de granisetrona não é
afetada por deficiência renal, mas é menor em idosos e em pacientes com disfunção
hepática.
Prescrição / Cuidados de administração
Via oral
ADULTOS:
Dose única de 2 mg, pelo menos 1 hora antes de quimioterapia; ou fracionada
em duas tomadas (1 mg, 1 e 12 horas após a primeira dose). A continuação da terapia
para além dos dias de quimioterapia não é útil clinicamente.
CRIANÇAS:
A dose não foi estabelecida.
Náusea e vômito pós-operatório
ADULTOS:
Dose mínima de 2 mg, 1 hora antes da cirurgia.
CRIANÇAS:
40 microgramas/kg, 1 hora antes da cirurgia.
Náusea e vômito induzidos por radioterapia
ADULTOS:
2 mg, 1 hora antes da radiação de cada dia.
CRIANÇAS:
A dose não foi estabelecida.
Via intramuscular
ADULTOS:
Primeiro e segundo dias: 3 mg, uma vez ao dia, adicionados de 8 mg de
dexametasona, duas vezes ao dia; terceiro dia: 3 mg, uma vez ao dia, acrescidos de 4
mg de dexametasona, duas vezes ao dia.
Via intravenosa
ADULTOS:
Prevenção: 10 microgramas/kg, administrados 30 minutos antes do início da
quimioterapia; ou 3 mg durante 5 minutos, podendo ser repetidos a intervalos de 10
minutos, com o máximo de dose diária de 9 mg.
Pode ser administrada como infusão intravenosa única durante 5 minutos a 1
hora, terminando dentro de 5 a 15 minutos antes da quimioterapia.
Tratamento de náusea e vômito nas primeiras 24 horas após a quimioterapia:
infusão intravenosa de 40 microgramas/kg (durante 5 minutos), repetida 2 ou 3 vezes
(intervalo de pelo menos 10 minutos). Em alguns pacientes é indicado repetir a infusão
de 40 microgramas/kg por 3 ou 4 dias após a quimioterapia, especialmente seguindo a
administração de cisplatina (êmese tardia).
CRIANÇAS (2 A 16 ANOS):
Prevenção: 10 microgramas/kg ou 40 microgramas/kg (até o máximo de 3 mg),
diluídos em 10 a 30 mL de solução apropriada e infundidos durante 5 minutos antes de
iniciar a quimioterapia; duas doses adicionais de 20 microgramas/kg podem ser
administradas a intervalos de 10 minutos (máximo de 3 doses num período de 24
horas).
ADULTOS:
40 microgramas/kg.
CRIANÇAS:
40 microgramas/kg.
Náusea e vômito induzidos por radioterapia
ADULTOS:
3 mg durante 30 segundos ou 3 mg em infusão durante 30 minutos.
Ajuste de dose
Não é necessário ajuste de dose em idosos e em insuficientes hepáticos.
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Cloridrato de granisetrona:
Comprimido revestido: 1 mg
Solução oral: 0,2 mg/mL
Solução injetável: 1 mg/mL
Disponíveis no exterior:
Cloridrato de granisetrona:
Comprimidos: 1 mg, 2 mg
Solução oral: 0,2 mg/mL
Injeção: 1 mg/mL
Aspectos farmacêuticos
Cloridrato de granisetrona apresenta-se como sólido branco ou quase branco,
prontamente solúvel em água e solução salina normal a 20ºC. A solução aquosa é
clara, incolor, estéril, não pirogênica. Preparar a infusão de granisetrona no momento
da administração. Entretanto, granisetrona é estável por mais de 24 horas quando
diluída em cloreto de sódio 0,9% ou dextrose 5% e estocada à temperatura ambiente
sob condições normais de luminosidade. Não congelar o frasco. Proteger da luz. Há
relatos de incompatibilidades com ciclofosfamida (2 mg/mL), citarabina (2 mg/mL),
dacarbazina (1,7 mg/mL), dexametasona (0,24 mg/mL), doxorrubicina (0,2 mg/mL),
fluorouracil (2 mg/mL), furosemida (0,4 mg/mL), ifosfamida (4 mg/mL), sulfato de
magnésio (4g/250mL), metotrexato (12,5 mg/mL), cloreto de potássio (40 mEq/L).
Granisetrona misturada com dexametasona e manitol é estável por 24 horas. Nenhum
medicamento deve ser adicionado ao preparo ou infundido simultaneamente através
da mesma linha intravenosa.
LOPERAMIDA
Carla Beatrice Crivellaro Gonçalves
Mecanismo de ação
É um antidiarréico opióide. Existem vários mecanismos de ação propostos. A
antiperistalse prolonga o trânsito intestinal, levando à redução da freqüência de
defecação e ao aumento da consistência das fezes. Tem efeito anti-secretório, inibindo
a calmodulina, proteína que controla a secreção de cloro. Apresenta ainda efeito direto
na parede gastrintestinal por interação local em mecanismos neuronais colinérgicos e
não-colinérgicos. Sugere-se que a ação antidiarréica seja secundária a mudança na
função motora do intestino e redução na passagem de fluido. Há aumento da
viscosidade e da densidade das fezes. Diminui a perda de água e eletrólitos. Seu
efeito antidiarréico é 2 a 3 vezes maior que o do difenoxilato (por miligrama).
Indicações
Diarréia aguda não específica. Diarréia do viajante. Diarréia crônica associada
a doença inflamatória intestinal. Diarréia crônica funcional (idiopática) e diarréia
crônica causada por ressecção do intestino ou lesões orgânicas.
Contra-indicações
Diarréia infecciosa. Colite pseudomembranosa. Hipersensibilidade à
loperamida. Diarréia sanguinolenta. Pacientes em que a constipação deva ser evitada.
Precauções
Não deve ser usada em disenteria aguda caracterizada por sangue nas fezes e
febre. Em crianças menores de 12 anos, a desidratação aumenta a variabilidade de
resposta . Não é recomendada para crianças menores de dois anos. A loperamida
deve ser suspensa se houver distensão abdominal. Descontinuar o uso se houver
melhora clínica dentro de 48 horas na diarréia aguda. Usar com precaução em
pacientes com disfunção hepática devido ao considerável metabolismo de primeira
passagem. O paciente não deve dirigir ou operar máquinas que exijam atenção, se
houver reações centrais. Categoria de risco gestacional B (FDA). As concentrações no
leite materno são muito baixas, ma segurança em lactentes não foi estabelecida.
Reações adversas
REAÇÕES ADVERSAS SEM RELATO DE INCIDÊNCIA:
Dor abdominal, distensão abdominal, náusea e vômito, constipação, boca seca,
vertigens, fadiga, sonolência, tontura e reações de hipersensibilidade que incluem
erupções cutâneas. Tem sido associada a íleo paralítico, particularmente em bebês e
crianças pequenas, podendo levar à morte. A depressão do sistema nervoso central
por superdosagem, principalmente em crianças, é controlada com cloridrato de
naloxona. Pode causar retenção urinária em pacientes com defeitos urogenitais
estruturais e neurológicos.
Interações medicamentosas
Aumenta a toxicidade de depressores do sistema nervoso central, fenotiazinas
e antidepressivos tricíclicos. Álcool potencializa os efeitos centrais. Cotrimoxazol
aumenta a biodisponibilidade da loperamida, provavelmente devido a redução do
metabolismo de primeira passagem.
Farmacocinética
A absorção oral é menor que 40%, a biodisponibilidade oral é de 0,3%,
provavelmente devido ao metabolismo de primeira passagem. O início de ação se dá
em 0,5 a 1 hora. O pico plasmático ocorre em 2,5 horas e 4-5 horas, após a
administração de solução oral e cápsulas, respectivamente. O pico plasmático dos
metabólitos de loperamida é atingido em 8 horas após a administração oral de
cápsulas. A duração da ação de uma dose de 4 mg é de aproximadamente 41 horas.
O nível plasmático da droga não modificada, após a administração de uma cápsula de
2 mg, é de 2 nanogramas/mL. Permanecem no trato gastrintestinal 85% da dose.
Distribui-se pouco aos tecidos e tem pouca penetração no cérebro. Não está definido
se atravessa a placenta, nem quanto é excretado no leite materno. Liga-se às
proteínas plasmáticas em 97%. Sofre intenso metabolismo de primeira passagem no
fígado, originando metabólitos inativos (glicuronídeos). A meia vida é de 7 a 14 horas.
Aproximadamente 40% de uma dose oral é excretada pelas fezes, 30% sem
modificação. Até 2% são excretados na urina como droga não modificada e
glicuronídeos.
ADULTOS:
Dose inicial de 4 mg, seguida de 2 mg após cada evacuação líquida, não
excedendo 16 mg por dia. Quando não houver acompanhamento médico, não exceder
a 8 mg em 24 horas. A melhora clínica é observada em 48 horas.
CRIANÇAS:
Doses no primeiro dia:
Idade ( anos) Peso ( kg) Forma Farmacêutica Dose
2–5 13 – 20 Líquido 1 mg (3 vezes ao dia)
6–8 20 – 30 Líquido ou cápsula 2mg (2 vezes ao dia)
8 – 12 > 30 Líquido ou cápsula 2mg (3 vezes ao dia)
ADULTOS:
A dose inicial é de 4 mg, seguida de 2 mg após cada evacuação líquida até o
controle da diarréia, quando a dose deve ser individualizada. A dose de manutenção
ideal é de 4 a 8 mg por dia, administrada como dose única ou dividida.
CRIANÇAS:
Embora o uso em crianças seja reduzido, pode ser administrada dose diária de
0,08 a 0,24 mg/kg, dividida em duas a três administrações. Máximo de 2 mg por dose.
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Cloridrato de loperamida:
Comprimido: 2 mg
Solução oral: 2 mg/mL
Disponíveis no exterior:
Cloridrato de loperamida:
Comprimido: 2 mg
Cápsula: 2 mg
Líquidos orais: 0,2 mg/mL, 1 mg/mL
Xarope: 0,2 mg/mL
Aspectos farmacêuticos
Apresenta-se como pó (amorfo ou microcristalino) branco, quase branco ou
levemente amarelo. É solúvel em água, ácidos diluídos, álcool e muito solúvel em
álcool metílico, álcool isopropílico e clorofórmio. Peso Molecular: 513.5. As soluções
orais apresentam pH em torno de 5. Apresenta pKa de 8,6. A droga deve ser protegida
da luz, em embalagens bem fechadas e à temperatura ambiente. As soluções aquosas
são estáveis em pH de 2,1 a 9,7. Não se recomenda misturá-las com outros solventes.
METOCLOPRAMIDA
Simone Oliveira da Rocha
Mecanismo de ação
É uma benzamida substituída com propriedades procinéticas e
antieméticas.Seus efeitos sobre o trato gastrintestinal incluem: 1) aumento da pressão
do esfíncter esofágico inferior; 2) aumento do tônus gástrico e estimulação da
peristalse; 3) relaxamento do esfíncter pilórico; 4) aumento da peristalse duodenal. A
combinação desses efeitos acelera o esvaziamento gástrico e reduz o tempo de
trânsito no intestino delgado. O mecanismo envolvido neste processo parece estar
relacionado com a liberação de acetilcolina no plexo mesentérico, resultando na
contração da musculatura lisa. Exerce efeito antagonista da dopamina por meio do
bloqueio dos receptores dopaminérgicos centrais (centro bulbar ) e periféricos (zona
de gatilho), aumentando o potencial da zona quimiorreptora. Dessa forma, previne o
vômito, agindo sobre o centro emético e diminuindo a sensibilidade dos nervos
viscerais que transmitem os impulsos gastrintestinais. Além disso, minimiza a estase
que precede o vômito, ao facilitar o esvaziamento gástrico. Bloqueia os receptores
5HT3 localizados no sistema trigeminovascular. Esta ação contribui para o combate à
enxaqueca.
Indicações
É indicada no tratamento das disfunções decorrentes da diminuição da
motilidade gastrintestinal tais como: gastroparesia (estase gástrica), esofagite de
refluxo e dispepsia, náuseas e vômitos induzidos por intoxicação alimentar, uso de
hipnoanalgésicos, toxinas, radiação e quimioterapia. No preparo de pacientes que se
submeterão a exames radiológicos. Na prevenção de vômito induzido por intubação e
procedimentos de aspiração. Como adjuvante no tratamento da enxaqueca, tanto pela
ação sobre receptores de serotonina quanto no controle dos distúrbios gastrintestinais
que geralmente ocorrem na crise e que podem levar a má absorção dos
medicamentos utilizados no tratamento. Pode ser usada na estimulação da lactação
por aumentar os níveis séricos de prolactina .Tem sido usada no tratamento de varizes
esofágicas em combinação com nitroglicerina por reduzir a pressão venosa na região
do esôfago.
Contra-indicações
Quando a estimulação do trato gastrintestinal é indesejável (ex.: hemorragia
gástrica, obstrução mecânica ou perfuração). Feocromocitoma (a droga pode causar
crise hipertensiva provavelmente relacionada à liberação de catecolaminas pelo
tumor). Sensibilidade ou intolerância à metoclopramida . Epilepsia ou uso de drogas
que podem causar reações extrapiramidais.
Precauções
O uso prolongado de metoclopramida deve ser evitado. Deve-se iniciar com
pequenas doses. Crianças , jovens e idosos apresentam maior risco de manifestar
reações extrapiramidais . Cautela no parkinsonismo e em pacientes com depressão.
Pode causar sonolência, devendo-se evitar atividades que exijam atenção e
coordenação motora, tais como dirigir ou manusear máquinas pesadas. Há redução da
depuração e aumento da meia-vida em pacientes com cirrose hepática e em
portadores de insuficiência renal, quando se recomenda redução de 50% na dosagem.
Substituir imediatamente por drogas alternativas em caso de porfiria aguda. Evitar o
consumo de álcool. A metemoglobinemia em prematuros e neonatos pode ser
revertida pela administração de azul de metileno. Parece seguro seu uso durante a
gravidez e a lactação. Aumenta a produção de leite. Categoria de risco gestacional B
(FDA).
Reações adversas
> 10%:
Sonolência , lassidão, diarréia, fadiga muscular. Como antagonista da
dopamina pode causar sintomas extrapiramidais, geralmente manifestos por reações
distônicas agudas (até 34% em idosos).
DE 1% A 10%:
Insônia, depressão, reações de hipersensibilidade (rash cutâneo,
broncoespasmo), hiperprolactinemia e galactorréia, mastodínia, xerostomia, náusea.
Como antagonista da dopamina pode causar sintomas extrapiramidais, geralmente
manifestos por reações distônicas agudas (1% em crianças e adultos jovens).
< 1%:
Agitação, ansiedade, constipação, hipertensão ou hipotensão, taquicardia,
metaemoglobinemia.
Interações medicamentosas
Pode causar aumento das concentrações plasmáticas de aldosterona. Agentes
anticolinérgicos antagonizam os efeitos gastrintestinais de metoclopramida. Uso
concomitante com analgésicos opióides pode elevar a depressão no sistema nervoso
central. Metoclopramida eleva os níveis plasmáticos da ciclosporina. Pode alterar a
absorção de levodopa, diminuindo sua eficácia. Antagoniza os efeitos da
bromocriptina, ao elevar os níveis plasmáticos de prolactina. Potencializa o bloqueio
neuromuscular de succinilcolina e reduz a absorção da digoxina. Produz aumento da
toxicidade de lítio. Interação com derivados fenotiazínicos e agentes antiepiléticos
reforça a incidência de efeitos extrapiramidais. Álcool potencializa os efeitos sobre
SNC.
Farmacocinética
É rápida e quase completamente absorvida por via oral, embora vômitos e
redução da motilidade gástrica possam reduzir sua absorção. A biodisponibilidade oral
é em média de 75%, mas pode variar entre 30-100 %. O início de efeito ocorre em 30
a 60 minutos após administração oral e em 1-3 minutos após administração
intravenosa. A duração de efeito é de 1 a 2 horas. A via intramuscular se mostrou a
mais eficiente para contornar os problemas da administracão oral em comparação com
as vias intranasal e retal. É amplamente distribuída pelo corpo, com volume aparente
de distribuição de aproximadamente 3,5 l/kg. Ligação com proteínas plasmáticas de
30%. Ultrapassa rapidamente a barreira hematoencefálica. Atravessa livremente a
placenta e as concentrações no plasma fetal correspondem a 60 a 70% das
encontradas no plasma materno. Concentrações maiores do as plasmáticas podem
ser encontradas no leite materno, particularmente no início do puerpério, decrescendo
ao final deste. A eliminação é bifásica, com meia-vida de 4 a 6 horas, embora possa
ser prolongada na disfunção renal com conseqüente elevação das concentrações
plasmáticas. Cerca de 85% são excretados pela urina em 72horas, 20-30% como
metoclopramida não modificada e o remanescente como sulfato ou glucoronato
conjugados. Cerca de 5% são excretados nas fezes através da bile.
Refluxo gastroesofágico
IDOSOS:
5 mg nas mesmas condições. Aumentar a dose para 10 mg caso não haja
resposta.
ADULTOS:
10-15 mg/dose, até 4 vezes ao dia; 30 minutos antes das refeições e ao deitar.
CRIANÇAS:
0,1-0,2 mg/kg/dose, até 4 vezes ao dia. Dose máxima diária: 0,5 mg/kg/dia.
Gastroparesia
ADULTOS:
10 mg, 30 minutos antes das refeições e ao deitar, por 2-8 semanas. Idosos:
5mg.
CRIANÇAS:
0,1mg/kg/dose, 4 vezes ao dia.
Via intravenosa
Êmese
IDOSOS:
Em náusea pós-operatória, 5 mg, por via intramuscular, no fim da cirurgia.
ADULTOS:
1-2 mg/kg, injetados intravenosamente, 30 minutos antes de quimioterapia;
repetir a cada 2-4 horas ou a cada 4-6 horas. Em náusea pós-operatória: 10 mg. Por
via intramuscular, no fim da cirurgia; doses de 20 mg no pós-operatório.
CRIANÇAS:
1-2 mg/kg, injetados intravenosamente, 30 minutos antes de quimioterapia;
repetir a cada 2-4 horas.
Gastroparesia severa
IDOSOS:
5 mg, por via intravenosa, administrados por 1-2 minutos; aumentar para 10
mg, caso necessário
ADULTOS:
10 mg, injetados intravenosamente durante 1-2 minutos; manter terapia por 10
dias.
CRIANÇAS:
0,1mg/kg/dose, por vias intravenosa ou intramuscular, 4 vezes ao dia. Dose
máxima diária: 0,5 mg/kg/dia.
Intubação gástrica (exame radiológico)
ADULTOS :
10 mg, por via intravenosa.
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Comprimidos: 10 mg, 40 mg
Soluções orais: 1 mg/mL, 2 mg/mL, 4 mg/mL, 10 mg/mL
Xarope: 1 mg/mL
Supositórios: 4 mg, 5 mg, 10 mg
Soluções injetáveis: 5 mg/mL, 10 mg/mL
Disponíveis no exterior:
Comprimidos: 5 mg, 10 mg
Comprimido sulcado: 5 mg
Comprimido de liberação modificada: 15 mg
Cápsula de liberação modificada: 15 mg
Soluções orais: 1 mg/mL, 10 mg/mL
Xarope: 1 mg/mL
Injeção: 5 mg/mL
Aspectos farmacêuticos
Apresenta-se como pó cristalino branco ou quase branco, inodoro ou com
ligeiro odor. Peso molecular é de 354,3. 10,5 mg do sal equivale a 10,0 mg de
substância anidra e 8,9 mg de base anidra. Muito solúvel na água, livremente solúvel
em álcool, pouco solúvel em diclorometano, praticamente insolúvel em éter. Uma
solução aquosa a 10% tem pH entre 4,5-6,0 e deve ser protegida da luz. Há relatos de
incompatibilidades entre metoclopramida e cefalosporinas, cloranfenicol e bicarbonato
de sódio, em solução. Soluções de metoclopramida contendo cisplatina,
ciclofosfasmida e desoxirrubicina apresentam compatibilidade dependente de fatores
como formulação, concentração das drogas e temperatura.
MISOPROSTOL
Ana Paula Barroso Hofer
Mecanismo de ação
É análogo da prostaglandina E1, desenvolvido a partir da metil esterificação do
grupo carboxílico da prostaglandina E1. Atua bloqueando a secreção ácida do
estômago por inibição da via dependente de AMP cíclico, estimulada por histamina.
Além da propriedade anti-secretória ácida, protege a mucosa gástrica por aumento da
produção de muco e bicarbonato pelas células parietais e aumento do fluxo
sangüíneo.Tem ação estimulante da musculatura uterina.
Indicações
Tratamento e profilaxia de úlceras gástricas e duodenais associadas ao uso
crônico de antiinflamatórios não esteroidais. Interrupção de gravidez com morte fetal
intra-útero(principalmente no segundo trimestre), indução do trabalho de parto,
modificação da cérvice uterina e manejo de hemorragia pós parto. No Brasil, a venda
de medicamentos à base de misoprostol está restrita a estabelecimentos hospitalares,
devidamente cadastrados e credenciados junto à autoridade sanitária competente. É
medicamento sujeito a controle especial, constante na lista “C1” da Portaria 344/98 da
Secretaria de Vigilância Sanitária – Ministério da Saúde. A droga estava sendo
indevidamente usada como abortivo, razão pela qual é um medicamento controlado.
Contra-indicações
Hipersensibilidade ao misoprostol. Gravidez.
Precauções
O misoprostol não deve ser utilizado em mulheres grávidas ou em mulheres em
idade fértil com potencial de engravidar, tendo em vista sua propriedade abortiva.
Contração uterina, sangramento uterino e expulsão do feto ocorrem com o uso da
droga. Abortos causados pelo misoprostol podem ser incompletos, resultando em
hospitalização, cirurgia, infertilidade ou morte. A terapia em mulheres é normalmente
iniciada no segundo ou terceiro dia do período menstrual. A administração do
misoprostol deve respeitar rigorosamente a orientação médica. Salienta-se que
segurança e eficácia do medicamento em pacientes com menos de 18 anos de idade
até o momento não foi determinada. Cautela em idosos e insuficientes renais. O uso
durante a amamentação não é seguro, devido ao risco de desenvolvimento de diarréia
no lactente. Categoria de risco para a gestação: X (FDA).
Reações adversas
> 10%:
Diarréia e dor abdominal.
DE 1% A 10%:
Cefaléia, constipação, flatulência e dispepsia.
< 1%:
Náusea, vômito, estimulação uterina, sangramento vaginal, cãimbras e ruptura
uterina.
Interações medicamentosas
Antiácidos contendo magnésio apresentam significativa interação com
misoprostol, resultando no aumento do risco de ocorrer diarréia e dor abdominal.
Farmacocinética
É rapidamente absorvido por via oral e atinge concentração plasmática máxima
em 30 minutos. A presença de alimentos interfere na absorção oral, reduz a
concentração plasmática e diminui a incidência de efeitos adversos sistêmicos. Liga-se
em cerca de 85% às proteínas plasmáticas. Sofre biotransformação hepática rápida,
formando misoprostol ácido, metabólito biologicamente ativo. Sua meia-vida de
eliminação é de 1,5 horas. Excreta-se principalmente pela urina (80%) e através das
fezes (15%).
Antiulceroso
ADULTOS:
200 microgramas, 4 vezes por dia, com alimentos. Se não forem tolerados,
diminuir a dose à metade ou administrar 200 microgramas, 2 vezes ao dia.
Ocitócico
ADULTOS:
100-200 microgramas, a cada 4 horas.
Via intravaginal
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Comprimidos: 0,2 mg, 20 mg
Comprimido vaginal: 25 microgramas
Disponíveis no exterior:
Comprimidos: 100 microgramas, 200 microgramas
Comprimido sulcado: 200 microgramas
Aspectos farmacêuticos
Apresenta peso molecular de 382,5. Deve ser armazenado em recipientes
herméticos, protegidos da luz e mantidos à temperatura ambiente, preferencialmente
entre 15 a 30oC.
Gel intravaginal com 100 e 200 mcg pode ser preparado, utilizando metade ou
um comprimido inteiro de 200 mcg de misoprostol em 1 mL de salina estéril,
misturando, em seguida, em 4 mL de gel estéril de hidroxietilcelulose e
homogeneizando.
OMEPRAZOL
Tatiana Chama Borges Luz
Mecanismo de ação
É inibidor da bomba protônica, pertencente à classe dos benzimidazóis
substituídos. Inibe a secreção gástrica ácida através do bloqueio irreversível do
sistema enzimático hidrogênio, potássio, adenosina trifosfatase (H+, K+- ATPase), na
célula gástrica parietal. Em pH neutro, o fármaco é quimicamente estável, lipossolúvel,
base fraca, sem atividade inibidora. Ao atingir as células parietais gástricas, se difunde
para os canalículos secretores onde fica retido, tornando-se protonado. O agente
protonado se rearranja para formar um ácido sulfênico e uma sulfenamida. A
sulfenamida interage de forma covalente com os grupamentos sulfidrila em pontos
críticos do domínio extracelular da H+, K+- ATPase da superfície da membrana. A
inibição total ocorre com duas moléculas do inibidor ligadas por molécula da enzima. A
administração do fármaco resulta na inibição permanente da atividade in vivo da
enzima. Este efeito é relacionado à dose e leva à inibição da secreção ácida tanto
basal quanto reflexa a um estímulo. A secreção de ácido retorna apenas após a
inserção de novas moléculas de H+, K+- ATPase na membrana luminal. O fármaco
produz apenas alterações pequenas e inconsistentes no volume de suco gástrico, na
secreção de pepsina e fator intrínseco, não afetando a motilidade gástrica.
Indicações
Alívio da dispepsia ácido-relacionada, gastrite aguda e crônica, esofagite de
refluxo, refluxo gastresofágico, síndrome de Zollinger-Ellison, mastocitose, adenomas
endócrinos, úlcera duodenal ativa. O fármaco também está indicado para tratamento
de curta duração de úlceras gástricas ativas e benignas e de úlceras duodenais, neste
caso, como parte de terapia tripla (combinado aos antimicrobianos claritromicina e
amoxicilina, usados para a erradicação de Helicobacter pylori). Como tratamento de
longa duração, está indicado em esofagite erosiva. Outras indicações não aprovadas
pelo FDA (Food and Drug Administration) incluem gastrite hemorrágica, colite
ulcerativa, prevenção de ulcerações causadas pelo uso de fármacos antiinflamatórios
não esteroidais, asma e tratamento de soluço persistente.
Contra-indicações
Hipersensibilidade ao omeprazol. Distúrbios hematológicos.
Precauções
Antes de iniciar o tratamento com omeprazol ou outros inibidores da bomba
protônica em portadores de úlceras gástricas, a possibilidade de malignidade deve ser
considerada, uma vez que esses fármacos podem mascarar os sintomas e retardar o
diagnóstico. Alguns autores acreditam que seu uso deva ser evitado em pacientes que
estão sob risco de desenvolver carcinoma gástrico. Gastrite atrófica tem sido
observada ocasionalmente em biópsias de pacientes tratados por longo período com o
fármaco. Deve ser utilizado com cautela em portadores de insuficiência hepática. Na
Inglaterra, dose máxima de 20 mg diários é recomendada para pacientes com
disfunção hepática. Nos Estados Unidos, recomenda-se considerar ajuste de dose
para estes pacientes, principalmente se tratamento de manutenção com o fármaco é
requerido. Pode causar resultados falso-negativos em testes que detectam H. pylori.
Os fabricantes desse teste recomendam não realizá-lo dentro de quatro semanas de
tratamento com fármacos anti-secretores. A segurança e a efetividade para crianças
menores de 12 anos de idade não foram estabelecidas. Para idosos, limitar a dose
diária para 20 mg, caso seja possível, pois a diminuição da eliminação do fármaco por
estes pacientes permite conseguir resposta satisfatória com doses menores, o que
reduz o risco de aparecimento de reações adversas. Categoria de risco gestacional C
(FDA). O uso deve ser evitado durante a amamentação, pois o fármaco é encontrado
no leite materno.
Reações adversas
> 10%:
Dor de cabeça, diarréia e rash cutâneo. Prurido, vertigem, fadiga, constipação,
e vômitos, flatulência, artralgia, mialgia, urticária, secura da boca. Pode ocorrer
aumento do risco de infecções gastrintestinais em função da supressão da secreção
ácida gástrica.
DE 1% A 10%:
Náuseas, dor abdominal.
< 1%:
Fotossensibilidade, eritema multiforme, angioedema, anafilaxia, erupção
bolhosa, angioedema, parestesia, visão borrada, alopécia, estomatite, distúrbios do
paladar, edema periférico, hiponatremia, agranulocitose, leucopenia e trombocitopenia,
nefrite intersticial, hepatite, aumento de enzimas hepáticas, ‘icterícia, encefalopatia
hepática, ginecomastia, impotência, ataxia, anafilaxia, insônia, sonolência, tontura,
confusão mental reversível, fraqueza muscular. Em pacientes gravemente doentes
têm sido notificadas agitação, depressão e alucinações.
Interações medicamentosas
Claritromicina inibe o metabolismo de omeprazol mediado pelo citocromo P450,
isoenzima CYP3A4, o que pode resultar em benefícios da terapia combinada entre os
dois fármacos para tratamento de infecção por Helicobacter pylori. Diminuição do
metabolismo e aumento das concentrações séricas de diazepam, fenitoína, varfarina e
tolbutamida. Diminuição da biodisponibilidade de cetoconazol, ampicilina, sais de ferro
e possivelmente itraconazol. Redução da absorção de cianocobalamina. Aumento da
absorção de digoxina.
Farmacocinética
É rapidamente absorvido, mas em extensão variável, após a administração
oral, não sendo afetado pela presença de alimentos. É propenso a ataque ácido e
várias formulações têm sido desenvolvidas na tentativa de melhorar a
biodisponibilidade gastrintestinal, com conseqüente variação da farmacocinética do
fármaco em virtude das diversas formulações. A absorção do fármaco, além de ser
dependente da formulação parece ser dose-dependente, assim, tem sido notificado
que doses acima de 40 mg aumentam as concentrações plasmáticas de modo não
linear, devido ao metabolismo hepático de primeira passagem se tornar saturado.
Além disso, a absorção é maior após tratamento de longa duração. Liga-se às
proteínas plasmáticas em cerca de 95%. A biodisponibilidade do omeprazol depende
da dose e do pH gástrico, podendo atingir 70% com a administração continuada, e
pode ser maior em pacientes idosos, em alguns grupos étnicos, como chineses e em
pacientes com disfunção hepática, sem, contudo, ser marcadamente afetada em
pacientes que apresentam disfunção renal. Após a absorção, o fármaco é quase
completamente metabolizado no fígado, principalmente pela CYP2C19, (isoenzima do
complexo enzimático do citocromo P450) a hidroxi-omeprazol, e, em menor extensão
pelas isoenzimas CYP3A e CYP2D6, a omeprazol sulfona e desmetilomeprazol,
respectivamente. Estes metabólitos inativos são excretados principalmente na urina, e,
em pequena extensão, pela bile. A duração da ação do fármaco é de 4 a 72 horas e a
meia-vida de eliminação plasmática varia de 0,5 a 3 horas.
Via Oral
ADULTOS:
10 ou 20 mg/dia por 2 a 4 semanas.
Refluxo gastroesofágico
ADULTOS:
20 mg/dia por 4 a 8 semanas
CRIANÇAS:
0,7 a 1,4 mg/kg/dia até uma dose máxima de 40 mg por 4 a 12 semanas.
Esofagite refratária
ADULTOS:
40 mg; dose de manutenção de 20 mg/dia
Úlcera péptica
ADULTOS:
20-40 mg/dia por 4 semanas (úlcera duodenal) e 8 semanas (úlcera gástrica)
Dose de manutenção: 10-20 mg/dia.
Úlcera péptica associada a Helicobacter pilory
ADULTOS:
O fármaco pode ser combinado a antimicrobianos em uma terapia tripla, que
inclui omeprazol 20 mg/dia associado a amoxicilina 500 mg e metronidazol 400 mg,
ambos em três doses diárias, ou associado a claritromicina 500 mg e metronidazol 400
mg (ou tinidazol 500 mg), ambos em duas tomadas diárias, ou associado a amoxicilina
1 g e claritromicina 500 mg, ambos duas vezes ao dia. Estes regimes devem ser
utilizados por uma semana. Terapia dupla com omeprazol 40 mg/dia associado a
amoxicilina em doses variando entre 750 mg a 1 g duas vezes ao dia ou associado a
claritromicina 500 mg três vezes ao dia é menos efetiva e deve ser utilizada por duas
semanas. Independentemente do tratamento escolhido, omeprazol como terapia única
deve ser continuado por mais 2 a 4 semanas.
Síndrome de Zollinger-Elliso
ADULTOS:
60 mg/dia, ajustados caso necessário. A maioria dos pacientes apresenta
resposta efetiva com doses variando entre 20 e 120 mg/dia. Doses acima de 120 mg,
três vezes ao dia, têm sido utilizadas. Doses diárias acima de 80 mg devem ser
administradas em duas tomadas ao dia.
Ulceração associada ao uso de fármacos antiinflamatórios não esteroidais
(AINES)
ADULTOS:
20 mg/dia. Esta mesma dose pode ser utilizada como profilaxia para pacientes
com histórico de lesão gastrintestinal e que necessitam tratamento continuado com
AINES.
Via intravenosa
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Comprimido revestido: 20 mg
Cápsulas de liberação modificada: 10 mg, 20 mg, 40 mg
Pó para injeção intravenosa: 40 mg
Solução injetável: 4 mg/mL
Disponíveis no exterior:
Comprimidos: 10 mg, 20 mg, 40 mg
Cápsulas de liberação modificada: 10 mg, 20 mg, 40 mg
Pó para injeção intravenosa: 40 mg
Aspectos farmacêuticos
Apresenta-se como pó branco ou quase branco. Decompõe-se à temperatura
de 155oC. É uma base fraca muito pouco solúvel em água, pouco solúvel em álcool,
acetona, isopropanol e álcool metílico, solúvel em diclorometano, éter e metanol.
Dissolve-se em soluções diluídas de hidróxidos alcalinos. Peso molecular 345.4. Deve
ser armazenado em recipiente hermeticamente fechado, à temperatura entre 2 e 8oC e
protegido de luz e umidade. A estabilidade do fármaco é função do pH, sendo
rapidamente degradado em meio ácido. Tem estabilidade aceitável sob condições
alcalinas, podendo ser encontrado na forma de base livre ou como sais de magnésio
ou sódio. 10.32 mg de omeprazol magnésio equivalem a aproximadamente 10 mg of
omeprazol e o peso molecular é 713.1. 10.64 mg de omeprazol sódico equivalem a
aproximadamente 10 mg of omeprazol, sendo o peso molecular 367.4. O pH de uma
solução a 2% em água de omeprazol sódio está entre 10.3 e 11.3.
ONDANSETRONA
Simone Oliveira da Rocha
Mecanismo de ação
É antagonista competitivo altamente seletivo dos receptores 5- HT3 da
serotonina, usado na prevenção de náuseas é vômitos induzidos por quimioterapia
antineoplásica e radioterapia. Após a administração de agentes citotóxicos ou
irradiação, ocorre liberação de serotonina pelas células enterocromafínicas da
superfície do trato gastrintestinal. Este neurotransmissor liga-se a receptores 5- HT3
localizados nas extremidades dos neurônios vagais e estimula a transmissão de sinais
ao centro emético, resultando em naúsea e vômito. Ondansetrona bloqueia essa
transmissão ao interagir com receptores serotoninérgicos. A ação acontece central e
perifericamente, porém os primeiros efeitos aparecem no trato gastrintestinal que
contém mais de 80% da serotonina corporal. Estudos sugerem a existência de sítios
de ação específicos situados nos neurônios aferentes vagais, área postrema do
cérebro, zona do gatilho e núcleo do trato solitário. Não possui ação
antidopaminérgica, por isso não se associando ao desenvolvimento de reações
extrapiramidais. Também não influencia a produção de neurormônios, tais como a
prolactina, o que constitui vantagem no tratamento da êmese em pacientes afetados
por tumores potencialmente estimuladores dessa substância, como câncer de mama.
Indicações
Prevenção de naúsea e vômito associados à quimioterapia altamente
emetogênica (incluindo altas doses de cisplatina) e à radioterapia parcial ou total.
Prevenção de náusea e vômito pós-operatório. Pode ser prescrita a pacientes
refratários ou que apresentaram sérias reações adversas com terapia antiemética
padrão. Não deve ser usada para náusea determinada por agentes citostáticos de
baixo potencial emetogênico (ex. bleomicina, bussulfam, etopósido, 5- fluorouracil,
vimblastina, vincristina).
Outras indicações: tratamento da êmese associada a intoxicação por
paracetamol e prostaciclina; tratamento da psicose aguda induzida por levodopa;
redução da crise em pacientes com bulimia nervosa; beneficio potencial em pacientes
com desordens decorrentes de ansiedade social.
Contra-indicações
Hipersensibilidade à ondansetrona ou a outros antagonistas de serotonina.
Precauções
Podem ocorrer reações de hipersensibilidade cruzada com outros antagonistas
5-HT. E necessário reajuste de esquema de administração em pacientes com
insuficiência hepática. Ondansetrona não estimula a peristalse gástrica ou intestinal, e,
portanto, não deve substituir a sucção nasogástrica. Possui eficácia comprovada
apenas na prevenção da êmese, tendo pouca utilidade na suspensão do vômito. Por
isso deve ser administrada nas primeiras 24-48h de quimioterapia. Seu uso em
pacientes submetidos a cirurgia abdominal ou o emprego contínuo em pacientes com
câncer podem mascarar progressiva distensão gástrica ou ileal. Cuidados durante a
gravidez e amamentação. Categoria de risco para a gestação B (FDA).
Reações adversas
> 10%:
Cefaléia (9 a 27%), fadiga (9 a 13%).
DE 1% A 10%:
Sonolência (8%), tontura (4 a 7%), febre (2 a 8 %), ansiedade (6%), hipoxia
(9%), diarréia (3-7%), constipação (6 a 9%), prurido (2-5%), retenção urinária (5%),
elevação das aminotransferases e bilirrubina sérica (1 a 2 %).
< 1%:
Angina, anafilaxia, broncoespasmo, hipocalemia, convulsões, reações
extrapiramidais, erupção cutânea, taquicardia.
Interações medicamentosas
Drogas indutoras do sistema enzimático citocromo P-450 (ex.: barbituratos,
carbamazepina, rifampicina, fenitoína, fenilbutazona ) diminuem seu efeito; drogas
inibidoras deste metabolismo aumentam sua toxicidade (ex.: cimetidina, alopurinol,
dissulfiram).
Farmacocinética
A absorção por via oral é de 56 -71%, podendo aumentar em até 17% quando
administrada junto com alimentos. O início de efeito ocorre em 30 minutos.
Concentração plasmática máxima de 50,1 ng/mL é atingida em 1 ou 2 horas após
dose oral de 8 mg. Após injeção intramuscular, a concentração plasmática máxima é
de 31,9 ng/mL após 25 minutos. A taxa de ligação protéica é de 70-76%. Distribui-se
para fluido cérebro-espinhal (cerca de 15% da concentração plasmática) e eritrócitos.
O volume de distribuição é de aproximadamente 2,2 - 2,5l/kg. É metabolizada no
fígado pelo sistema enzimático citrocomo P-450. Hidroxilação seguida de conjugação
com sulfato ou glicuronato resultam em metabólitos inativos. A excreção renal é de 44
- 60%. A meia vida de eliminação é de 4horas após administrações intravenosa e
intramuscular e de 3 horas após ingestão oral, sendo mais longa em idosos e
pacientes com insuficiência hepática. Apenas 5-10% de droga não modificada são
encontrados na urina. Também se excreta nas fezes.
Via Intravenosa
ADULTOS:
4 mg antes da indução da anestesia. Alternativamente pode-se administrar 4
mg da droga não diluída por via intramuscular.
Aspectos farmacêuticos
Apresenta-se como pó branco solúvel em água e solução salina normal. O
peso molecular é de 365,9. A solução injetável é límpida , incolor , com pH entre 3,0 e
4,0. Esta solução possui estabilidade de 48 horas à temperatura ambiente, após
diluição com quaisquer das seguintes soluções: NaCl 0,9%, dextrose 5%, dextrose 5%
e NaCl 0,9%, dextrose 5% e NaCl 0,45% e NaCl 3%, não sendo necessário proteger
da luz. A solução injetável não diluída e os comprimidos devem ser armazenados
entre 2 e 30 °C e protegidos da luz. A solução oral deve ser estocada entre 15 e 30°C,
nas mesmas condições. Há relatos de incompatibilidades entre ondansetrona e as
seguintes drogas, em solução: aciclovir, alopurinol, anfotericina B, ampicilina,
ampicilina-sulbactam, ansacrina, cefoperazona, dexametasona (concentração acima
de 0,05 mg/mL), filgrastima, fluorouracil, furosemida, ganciclovir, lorazepam,
metilprednisolona, bicarbonato de sódio, aminofilina e tiopental.
RANITIDINA
Tatiana Chama Borges Luz
Mecanismo de ação
O fármaco é um congênere da histamina que apresenta um anel furânico e um
grupo nitroetenodiamínico. É antagonista do receptor H2 de histamina e possui pouco
ou nenhum efeito no receptor H1 ou outros receptores. Embora os receptores H2
sejam encontrados em numerosos tecidos, como musculatura lisa vascular e
brônquica, os antagonistas de receptor H2 interferem muito pouco em funções
fisiológicas outras que não a secreção gástrica. Ranitidina inibe a secreção gástrica de
ácido provocada pela histamina e por outros agonistas de receptores H2, de modo
competitivo. O grau de inibição é paralelo à concentração do fármaco no plasma em
ampla faixa. Também inibe a secreção gástrica provocada pela gastrina e, em menor
grau, por agonistas muscarínicos. Inibe ainda a secreção de ácido basal (jejum) e
noturna, efeito que contribui de modo importante para sua eficácia clínica. Reduz a
secreção ácida estimulada por alimento, falsa alimentação, distensão fúndica e vários
agentes farmacológicos. Reduz tanto o volume de suco gástrico secretado quanto sua
concentração de íons H+. A liberação de pepsina, secretada pelas principais células
das glândulas gástricas, geralmente cai paralelamente à redução do volume gástrico.
A secreção do fator intrínseco também é reduzida. Entretanto, como esta proteína é
normalmente secretada em grande excesso, a utilização de vitamina B12 geralmente é
adequada mesmo durante a terapia de longo prazo com antagonistas H2. A
concentração plasmática de gastrina não é significativamente alterada sob condições
de jejum, embora a elevação prandial normal possa aumentar, aparentemente em
conseqüência de redução da inibição por feedback da secreção de gastrina que é
normalmente dada pelo H+.
Indicações
Tratamento de curta duração de úlcera dudodenal ativa e úlcera gástrica
benigna, em crianças de 1 mês a 16 anos de idade e adultos. Tratamento de longa
duração de úlcera duodenal e estados de hipersecreção gástrica, como a síndrome de
Zollinger-Ellison. Refluxo gastresofágico, úlcera pós-operatória recorrente,
sangramento gastrintestinal superior, prevenção de pneumonia por aspiração ácida
durante cirurgia e prevenção de úlceras induzidas por estresse. O fármaco é também
utilizado associado a antibióticos na erradicação de Helicobacter pylori.
Contra-indicações
Hipersensibilidade à ranitidina.
Precauções
Cautela em pacientes com disfunção hepática e renal. Neles exige-se ajuste de
doses. Há hipersensibilidade cruzada em relação a outro antagonista H2. O tratamento
de longa duração pode causar deficiência de vitamina B12. A resposta sintomática à
ranitidina não exclui a presença de malignidade gástrica. Elevação de transaminases
hepáticas pode ocorrer com prolongada terapia intravenosa. Bradicardia pode ocorrer
após administração rápida de ranitidina em pacientes predispostos a distúrbios do
ritmo cardíaco. O fármaco deve ser evitado em pacientes com história de porfiria
aguda. Pode aumentar o risco de superinfecção por Strongyloides sp., especialmente
em pacientes imunocomprometidos. A eficácia e a segurança não foram estabelecidas
em neonatos. Categoria B de risco para gestação (FDA).
Reações adversas
DE 1% A 10%:
Sedação, tontura, dor de cabeça, sonolência, mal-estar, rash cutâneo,
constipação, náuseas, vômitos, diarréia.
< 1%:
Agranulocitose, artralgia, bradicardia, broncoespasmo, confusão, febre,
ginecomastia, hepatite, neutropenia, anemia hemolítica, anemia aplástica,
trombocitopenia, hiperazotemia, taquicardia, extra-sistolia, bloqueio atrioventricular,
trombocitopenia, impotência, perda da libido, ginecomastia, artralgia, mialgia, visão
borrada.
Interações medicamentosas
Ranitidina não parece afetar em grande extensão o citocromo P450, e, por
conseguinte, tem apenas pequeno efeito sobre o metabolismo de outros fármacos.
Entretanto, os efeitos no pH gástrico podem alterar a absorção de alguns fármacos.
Antiácidos diminuem a absorção de ranitidina. Causa diminuição no efeito de
relaxantes musculares não despolarizantes, cianocobalamina, diazepam,
cefpodoxima. Diminui a absorção de cetoconazol, itraconazol e cianocobalamina.
Diminui a toxicidade de atropina. Aumenta a toxicidade de ciclosporina (aumento de
creatinina sérica), gentamicina (bloqueio neuromuscular), glipizida, gliburida,
midazolam (aumento da concentração), metoprolol, pentoxifilina, fenitoína, quinidina.
Farmacocinética
É rapidamente absorvida após administração oral, não sendo afetada pela
presença de alimentos. Concentrações plasmáticas máximas são atingidas em 2 ou 3
horas. A biodisponibilidade varia de 50 a 60% da dose oral. Liga-se às proteínas
plasmáticas em cerca de 15%. O volume de distribuição varia de 1,4 a 4,09 l/kg. Não
penetra a barreira hematoencefálica. Atravessa a placenta e aparece no leite materno.
Pequena fração do fármaco (<10%) é metabolizada no fígado, sendo N-óxido, S-óxido
e desmetilranitidina os principais metabólitos. Após injeção intramuscular, o pico sérico
ocorre dentro de 15 minutos e a biodisponibilidade é de 90% a 100% da dose. Após
administração intravenosa, o pico sérico ocorre em 1 hora. Aproximadamente 30% da
dose oral e 70% da dose parenteral são excretados em forma inalterada na urina em
24 horas e, em alguma extensão, nas fezes. A depuração renal é de 25 l/hora e, após
administração intravenosa, é de aproximadamente 32 l/hora. A duração de ação após
dose única é de 4 a 12 horas e a meia-vida de eliminação plasmática varia de 2 a 3
horas, sendo aumentada na insuficiência renal.
Via oral
ADULTOS:
300 mg/dia, em uma ou duas tomadas, por pelo menos 4 semanas.
Profilaxia de ulceração associada ao uso de fármacos antiinflamatórios não
esteroidais
ADULTOS:
150 mg, duas vezes ao dia.
Úlcera duodenal associada a Helicobacter pylori
ADULTOS:
300 mg, em uma ou duas tomadas diárias, associados a 750 mg de amoxicilina
e 500 mg de metronidazol, ambos três vezes ao dia, por 2 semanas. O tratamento
com ranitidina isoladamente deve ser continuado por mais duas semanas.
Refluxo gastresofágico
ADULTOS:
150 mg, duas vezes ao dia ou 300 mg em uma única dose por 8 semanas; o
tratamento pode ser estendido até 12 semanas. Em casos graves, a dose pode ser
aumentada para 150 mg quatro vezes ao dia.
Síndrome de Zollinger-Ellison
ADULTOS:
Dose inicial de 150 mg, duas ou três vezes ao dia, podendo ser aumentada
caso haja necessidade. Doses acima de seis gramas ao dia têm sido empregadas.
Risco de aspiração ácida durante procedimentos cirúrgicos
ADULTOS:
150 mg na noite anterior à cirurgia e 150 mg duas horas antes da indução da
anestesia. Alternativamente uma dose de 50 mg por injeção intramuscular ou
intravenosa lenta pode ser administrada cerca de 45 a 60 minutos antes da indução da
anestesia. Em pacientes no início do trabalho de parto, a dose de 150 mg pode ser
utilizada e repetida a cada 6 horas, caso seja necessário.
Episódios crônicos de dispepsia
ADULTOS:
150 mg, duas vezes ao dia, por até 6 semanas. Para alívio sintomático rápido,
a dose de 75 mg, duas vezes ao dia, pode ser utilizada, podendo ser repetida até o
máximo de 4 doses diárias. O tratamento deve ser restrito a, no máximo, duas
semanas.
Úlcera gástrica ou duodenal
CRIANÇAS:
2-4 mg/kg/dia. Dose de manutenção: 1-2 mg/kg/dia. Dose máxima diária de
150 mg.
Esofagite erosiva:
CRIANÇAS:
5-10 mg/kg/dia
Usualmente em duas tomadas.
Risco de aspiração ácida durante procedimentos cirúrgicos
CRIANÇAS:
2 mg/kg (que equivalem à dose de 150 mg em pacientes adultos).
Profilaxia de ulceração por estresse
CRIANÇAS:
3 mg/kg/dia.
Via Intravenosa
CRIANÇAS DE 1 A 16 ANOS:
0,75-1,5 mg/kg/dose, por vias intramuscular ou intravenosa, a cada 6 ou 8
horas. Dose máxima diária de 400 mg.
Profilaxia de úlcera de estresse
0,1 - 0,25 mg/Kg/h, em infusão intravenosa contínua.
ADULTOS:
50 mg, por vias intramuscular ou intravenosa, a cada 6 ou 8 horas. A injeção
endovenosa deve ser lenta, por não menos do que 2 minutos.
Em infusão intravenosa contínua: 25 mg/h, por 2 horas, repetida a cada 6 ou 8
horas.
50 mg, em injeção intravenosa lenta, seguida de infusão contínua de 125 a 250
microgramas/kg/h.
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Cloridrato de ranitidina:
Comprimidos: 150 mg, 300 mg
Comprimidos efervescentes: 150 mg, 300 mg
Comprimido revestido: 150 mg
Xarope: 5 mg/mL
Soluções injetáveis: 10 mg/mL, 15 mg/mL, 25 mg/mL
Ranitidina:
Comprimido: 150 mg
Comprimidos efervescentes: 150 mg, 300 mg
Comprimidos revestidos: 75 mg, 150 mg, 300 mg
Drágea: 300 mg
Envelope (sachet): 150 mg
Pó para suspensão oral: 150 mg, 300 mg
Xarope: 15 mg/mL
Bolsa plástica: 0,5 mg/mL
Soluções injetáveis: 10 mg/mL, 25 mg/mL, 28 mg/mL
Disponíveis no exterior:
Comprimidos: 75 mg, 150 mg, 300 mg
Comprimidos efervescentes: 150 mg, 300 mg
Cápsulas: 150 mg, 300 mg
Granulado efervescente: 150 mg
Xarope: 15 mg/mL
Infusão: 1 mg/mL
Injeção: 25 mg/mL
Aspectos farmacêuticos
Apresenta-se como pó cristalino branco ou quase branco, polimorfo. É
livremente solúvel em água e álcool metílico, pouco solúvel em álcool desidratado,
muito pouco solúvel em diclorometano. A solução a 1% em água tem pH de 4.5 a 6.0.
Peso molecular 350.9. 111.6 mg de cloridrato de ranitidina equivalem a 100 mg de
ranitidina base. Deve ser armazenado em recipiente hermeticamente fechado,
armazenado entre 2 e 8oC e protegido de luz e umidade. Os comprimidos de ranitidina
devem ser armazenados à temperatura ambiente (entre 15 e 30oC). Já o xarope deve
ser armazenado entre 4 e 250C e os comprimidos efervescentes e granulados, entre 2
e 30oC. As ampolas devem ser armazenadas entre 4 e 300C e as soluções injetáveis
pré-misturadas, entre 2 e 250C. Esta solução pode ficar levemente escurecida após o
armazenamento, mas isso não significa perda de atividade. Todas as apresentações
devem ser armazenadas em local seco e protegidas da luz. Misturas de ranitidina em
dextrose 5% ou cloreto de sódio são estáveis e mantêm mais de 90% da potência
original por 10 dias sob refrigeração e por 30 dias, se congeladas. Misturas contendo
10 mg ou 50 mg de ranitidina em 100 mL de solução a 5% de dextrose ou 0,9% de
cloreto de sódio são estáveis e mantêm 98% a 100% da concentração inicial por 48
horas, à temperatura e luz ambientais.
SUCRALFATO
Christiane dos Santos Teixeira
Sinonímia
Octossulfato de sacarose. Hidróxido de polialumínio
Mecanismo de ação
O sucralfato tem molécula complexa que apresenta em sua estrutura uma
porção hidrato de carbono e uma porção inorgânica (alumínio, sulfato). O efeito
antulceroso se deve mais a uma ação local na mucosa digestiva. É agente citoprotetor
que, nas condições de acidez do trato gastrintestinal, forma complexo aderente com
proteínas da mucosa, tendo especial afinidade pelo nicho ulceroso. Além disso, inibe a
atividade da pepsina gástrica em 32%. O complexo albumina-sucralfato representa
uma barreira à retrodifusão dos íons hidrogênio. O sucralfato também se liga a sais
biliares, envolvidos na gênese de úlceras gástricas.
Indicações
Tratamento de curto prazo (8 semanas) da úlcera duodenal ativa, em geral
associado com antiácidos para aliviar a dor. Prevenção primária de úlceras por
estresse.
Contra-indicações
Hipersensibilidade ao sucralfato ou a componentes da fórmula.
Precauções
Utilizar com precaução em pacientes com insuficiência renal crônica pelo risco
de intoxicação por alumínio, já que pequenas quantidades de alumínio são absorvidas
pelo trato gastrintestinal. Podem ocorrer osteodistrofia alumínica, osteomalácia,
encefalopatia. Interpor um intervalo de 2 horas entre tomadas de sucralfato e de outros
fármacos cuja biodisponibilidade possa ser afetada por ele. Como não se sabe se o
fármaco é eliminado no leite materno, deve ter uso restrito em nutrizes. Categoria de
risco B para gravidez (FDA). A eficácia e a segurança do uso do fármaco não estão
estabelecidas em pacientes pediátricos.
Reações adversas
DE 1% A 10%:
Constipação.
< 1%:
Náusea, vômito, dor abdominal, flatulência, indigestão, boca seca, prurido, rash
cutâneo, insônia, vertigem e tonturas.
Interações medicamentosas
Sucralfato reduz a biodisponibilidade de cimetidina, ranitidina, sulpirida,
digoxina, ciprofloxacino, cetoconazol, norfloxacino, quinidina, tiroxina, fenitoína,
tetraciclina e teofilina. Associado a varfarina, leva à diminuição do tempo de
protombina. Administrado simultaneamente com antiácidos que contêm alumínio, pode
haver aumento nas concentrações séricas desse metal.
Farmacocinética
Pouca absorção oral (<5%). No entanto, pode haver liberação de íon alumínio
e de sulfato de sacarose. Pequenas quantidades dessas substâncias podem ser
absorvidas. Não se biotransforma. Excreta-se na urina em forma ativa. O início de
efeito ocorre em 1-2 horas e sua duração alcança 6 horas.
Prescrição/Cuidados de administração
Via oral
ADULTOS:
1 g a cada 6 horas ou 2 g a cada 12 horas, por 4 a 8 semanas. Dose máxima: 8
g por dia.
O sucralfato deve ser administrado com o estômago vazio e longe da ingestão
de outros fármacos (intervalo de duas horas). O espaçamento recomendado entre a
administração de sucralfato e de antiácidos é de 30 minutos. No caso de nutrição
enteral, o intervalo deve ser de uma hora.
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Comprimido: 1 g
Comprimido mastigável: 1g
Suspensão oral: 200 mg/mL
Disponíveis no exterior
Comprimido: 1g
Comprimido sulcado: 1 g
Suspensões orais: 0,1g/mL, 0,2g/mL
Aspectos farmacêuticos
É substância viscosa, insolúvel em água, com fraca ação tamponante. Estocar
abaixo de 40ºC, preferencialmente entre 15 e 30ºC, em recipiente vedado. Proteger do
congelamento. Prepara-se uma suspensão de 200 mg/mL usando 20 comprimidos de
sucralfato de 1g e quantidade suficiente de água destilada para levar a um volume de
100 mL. Agentes suspensores não devem ser usados, eles irão se ligar ao sucralfato
inativando-o. Esta mistura deve ser rotulada com “misture bem” e “refrigere” sendo
estável por 14 dias.
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