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A contabilidade pública é o ramo de aplicação

da contabilidade geral que tem por objectivo


evidenciar o património público e suas
modificações.

Para o desenvolvimento deste objectivo, é


necessário o cumprimento dos princípios
fundamentais da contabilidade e da legislação
aplicável ao sector.
Conjunto de direitos e bens, tangíveis ou
intangíveis, onerados ou não, adquiridos,
formados, produzidos, mantidos, ou
utilizados por entidades do sector público,
que seja portador ou represente um fluxo de
benefícios, presentes ou futuros, decorrentes
da prestação de serviços públicos ou da
exploração económica por entidades do
sector público e suas obrigações.
Acto administrativo através do qual o
ordenador de despesas justifica
formalmente, seja anualmente, no fim de
gestão ou em outras épocas, o bom e
regular emprego dos recursos públicos
em conformidade das leis, regulamentos
e demais normas administrativas,
orçamentárias e financeiras.
Em direito Administrativo, entende-se
como: “acto pelo qual os responsáveis
por uma gestão (governadores,
administradores,directores, secretários,
tesoureiros, etc.) demonstram as
despesas feitas para atender a uma
finalidade pública. trata-se da
apresentação documental feita pelos
administradores públicos sobre o
emprego de fundos de interesse público”
Todos aqueles que utilizam dinheiro
público, têm o dever de justificar seu
bom e regular emprego, na
conformidade das leis, regulamentos e
normas emanadas das autoridades
administrativas competentes.
A prestação de contas deve atender, no
mínimo, três objetivos:

 demonstrar a legalidade dos actos que


resultaram na realização das despesas;

 demonstrar a correção funcional dos


agentes públicos; e

 demonstrar que estão sendo atendidas as


metas prescritas no programa de
trabalho, expressas na realização de
obras e na prestação de serviços públicos
Ministério de Economia e Finanças

Tribunal Administrativo

Outros orgãos
Organização (art. 62 da Lei nº9/2002)

O Subsistema de Controlo Interno,


designado abreviadamente por SCI,
compreende órgãos e entidades que
intervêm na inspecção e auditoria dos
processos de arrecadação, cobrança e
utilização dos recursos públicos e abrange
ainda as respectivas normas e
procedimentos.
Competências (art. 63 da Lei nº9/2002)

 Compete aos órgãos que integram o SCI,


exercer as actividades de verificação da
aplicação dos procedimentos estabelecidos e o
cumprimento da legalidade, regularidade,
eficiência e eficácia tendo em vista a boa gestão
na utilização dos recursos postos à disposição
dos órgãos e instituições do Estado.

 O Governo, por intermédio do Ministro que


superintende a área de Finanças, pode
submeter à auditoria independente , pontual
ou sistemática, aos órgãos e instituições do
Estado.
 Objecto (art. 64 da Lei nº9/2002)

a. Fiscalizar a correcta utilização dos recursos


públicos. exactidão e fidelidade dos dados
contabilísticos;

b. Garantir, através da fiscalização, a


uniformização da aplicação das regras e
métodos contabilísticos; e

c. Verificar o cumprimento das normas legais e


procedimentos aplicáveis.
Princípios e regras especificas (art. 65 da Lei
nº9/2002)

O CI rege-se pelos princípios de


independência e isenção e ainda dos
princípios e regras das organizações
internacionais de auditoria
aplicáveis.
Estruturação (art.91)

A programação do CI deve ser


estruturada de forma a estabelecer
as acções de controlo a serem
desenvolvidas no exercício
económico pelas unidades
integrantes do SCI.
Objectivos e Finalidades (art.92)

a. Estabelecimento de acções de controlo


com vista a avaliação dos resultados da
gestão dos administradores públicos e da
aplicação dos recursos públicos por
entidades de direito público ou privado,
num determinado período; e
b. Deve contemplar acções que visem:
Objectivos e Finalidades -Cont (art.92)

a. Avaliar o cumprimento das metas previstas nos planos


e a execução dos programas e dos orçamentos do
Estado;

b. Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto


a eficiência e eficácia na gestão orçamental, financeira e
patrimonial, nos órgãos e instituições do Estado, bem
como nas entidades privadas que utilizam recursos
públicos; e

c. Exercer o controlo sobre as operações de crédito, avais


e garantias, bem como dos direitos e haveres do
Estado.
Princípios Orientadores (art.93)

a. Suficiência dos órgãos de controlo, pelo qual se assume


que o conjunto de acções realizadas que todas as áreas
sejam cobertas pelo controlo ;

b. Complementaridade, nos termos do qual a actuação


dos órgãos de controlo observa o respeito pelas áreas
de intervenção, pelos níveis em que se situam e pelos
critérios e metodologias utilizadas; e

c. Relevância , segundo o qual o planeamento e a


realização das intervenções baseia-se na avaliação do
risco e na materialidade das situações objecto de
controlo.
NATUREZA E ATRIBUIÇÕES (Artigo2 da Lei nº14/2014)

 Jurisdição e Controlo Financeiro no âmbito de toda a


ordem jurídica da República de Moçambique, tanto em
território nacional como no estrangeiro.

 É o orgão supremo independente do control externo da


legalidade e eficiencia das receitas e despesas públicas,
julgamento das contas que a lei mandar submeter a
efectivação da responsabilidade financeira por eventuais
infracções financeiras.

 Apreciação da legalidade financeira dentro ou fora dos


processos de julgamentos de contas, integra a análise de
conformidade à lei, bem como da regularidade de
critérios de economia, eficácia e eficiência.
Tribunal Administrativo
Jurisdição e controlo financeiro(Artigo3 da Lei nº14/2014)

Estão sujeitos a jurisdição do tribunal Administrativo:

 O estado e todos os seus serviços;

 Os serviços e os organismos autónomos;

 Os órgãos locais representativos do Estado;

 As autarquias locais nos termos da lei;

 As empresas públicas e as sociedades de capitais


exclusiva ou maioritariamente públicas;
Jurisdição e controlo financeiro do TA(Artigo3 da Lei nº14/2014)

Estão sujeitos a jurisdição do tribunal Administrativo (Cont):

 Os responsáveis pela guarda ou administração do dinheiro


público;

 Responsáveis pela gestão de receitas e financiamentos


provenientes de organizações internacionais;

 Conselhos administrativos e comissões administrativos;

 Os administradores, gestores ou responsáveis por dinheiros


públicos ou outros activos do Estado; e

 Outras entidades ou organismos determinados por lei.


Colaboração de outras entidades (Artigo4 da Lei nº14/2014)

 Todas as entidades públicas ou privadas são


obrigadas a fornecer, com toda a urgência e de
preferência a qualquer outro serviço, as informações e
processos que lhe forem pedidos;

O TA, os TA´s Provinciais e o TA da Cidade de Maputo


podem determinar a requisição de serviços de
inspecção e auditoria aos órgãos de CI e, bem assi,
como a contratação de empresas especializadas, com
esse mesmo objectivo; e

As entidades públicas devem comunicar ao TA, aos


TA´s Provinciais e o TA da Cidade de Maputo as
irregularidades que tomem conhecimento no exercício
das suas funções, sempre que a apreciação das
mesmas caiba no âmbito das respectivas atribuições e
competências;
Competências da Secção de Contas
Públicas do TA (Artigo15 da Lei nº14/2014)
 Dar parecer sobre a conta geral do estado;

 Fiscalizar, previamente, de modo sistemática, a


legalidade e a cobertura orçamental dos actos e
contratos de que resulte receita ou despesa para algumas
entidades expressamente reservadas por lei como sendo
da competência do TA;

Fiscalizar, sucessiva e concomitantemente, as entidades


definidas por Lei e julgar as respectivas contas;
 Fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros externos,
nomeadamente através de empréstimos, subsídios,
avales e donativos;
Competências da Secção de Contas
Públicas do TA (Artigo15 da Lei nº14/2014)

 Aprovar relatórios de verificação de contas ou de


auditorias;

 Ordenar a reposição de recursos irregularmente


utilizados;

 Aplicar multas aos responsáveis das quantias em falta; e

 Efectivar, reduzir ou revelar a responsabilidade financeira


decorrente de infracções financeiras, contabilisticas e
administrativas.
No Âmbito do parecer a CGE, aprecia, dentre outros
Aspectos o TA aprecia:

 A actividade financeira do Estado no ano a que a Conta se


reporta, nos domínios patrimonial, das receitas e despesas;

 Cumprimento da Lei do Orçamento e de legislação


complementar;

 O inventário do património do estado; e


 As subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e
outras formas de apoio, concedidos directa ou
indirectamente.
Competência complementar do TA (Artigo16 da Lei nº14/2014)

Aprovar os regulamentos internos necessários ao


seu funcionamento;

Emitir e publicar, com carácter imperative, as


instruções indispensáveis ao exercicio da sua
competência, nomeadamente no que se refere no
modo como as contas e processos devem ser
submetidas a sua apreciação; e

Propor medidas legislativas e administrativas que


julgue necessárias e intervir nos processos
legislativos na sua área de actuação.
 Verificação do 1º grau (preliminar)

Consiste em certificar se as contas se fazem acompanhar


dos documentos exigidos pelas respectivas instruções, se os
mesmos estão correctamente escriturados e se em exame
sumário, as operações e registos que integram essas contas
respeitam a legalidade e a regularidade financeira e
contabilistica.

 Verificação do 2º grau

Consiste na análise de documentos de despesa; Forma de


instrução da conta, do ponto de vista formal e material
incluindo a verificação da consistência dos documentos;
Correcção contabilistica e a Legaliadde e regularidade dos
registos.
 Inspecção
Fiscalização que visa suprir as omissões e lacunas de
informação, esclarecer dúvidas ou apurar denúncias quanto a
legalidade e legitimidade dos factos da Administração Pública
e dos actos praticados, por qualquer responsável sujeito a
jurisdição do TA, dos TA´s Provinciais e do TA da Cidade de
Maputo.

 Auditoria
É um procedimento de fiscalização utilizado pelo TA,pelos
TA´s Provinciais e pelo TA da Cidade de Maputo para
funadmentar a instrução, a certificação e o julgamento das
contas públicas ou a apreciação da economia, eficácia e
eficiência do uso de dinheiros públicos.
 Certificação
Conciste na apreciação positiva da legalidade e
regularidade das contas apresentadas, que tenham
sido objecto de verificação interna de 1º e 2º Grau,
Inspecção ou Auditoria.

 Julgamento
Traduz-se na apreciação da legalidade da actividade das
entidades sujeitas a prestação de contas, bem como da
respectiva gestão económico-financeira e patrimonial e no
apuramento e eventual efectivação da inerente
responsabilidade financeira
FIM DO TEMA

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