Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ACERCA
DOS MALES
POR
.
SU m foui I« ciel un objet qui mérite I« regarda
.
e «t un contredit un« mè re qui allaite too enfant
Aenal
de U
Motor
Die mite ,
RIO DE JANEIRO
TYPOGRAPHIA UNIVERSAL DE LAEMMERT
Rua do Lavradio IV .* 83
mu
F ICH ,mm; HE «mmI mi iiitt ne MIIIII
ft
I
DIRECTOR .
*.
0 Sa . I > a . JOSE M ARTINS » A CRUZ JOB 1 M. [ Strip interietamcnle a r Ur Joaquim Jose da Viha ) . .
LENTES PROPRIET Á RIOS .
Os Sts. DooToais: *
.
I * &MO .
F. o « P. CAND1 D0 Phyaica Medica .
Bolanica Medica , c pnncipius elementares de
F. F. ALLEM À O.
í Zoologia.
S.* Aist .
. . TORRES HOMEM
J \
f Chvmica Medica , e princ í pios elementares de
Mineralogia.
J . M . NU NES GARCIA Anatomia geral e descriptif a .
3.* Anno.
J . M . NUNES GARCIA Anatomia geral e descriptif «.
!.. os A. P . Ds CUNUA . PbysiaJogi».
4. * Asso.
.
.
L. F. FERREIRA Presidente .
J . J . o SILVA
Pathologie extema .
Pathologie interna
f Pharmacia , Materia
.
Medica , wpecialmente
J . J . o t CARVALHO , Exapmnador . ( .
Brasileira Theiapcntica c Arte de formular .
5.* Aano.
C. B MONTEIRO , Supplente . Operações , Anatomia topographies e Apparelhok .
F. J . XAVIER , Examinador. f Partos , Moléstias de mulheres pejadas e paridas ,
e de meninos recem - nascidos .
•
6. Anno. ®
T. G. « * SANTOS.
H .. Hygiene e Historia de Medicina .
J . M . o » C. JOUIM .. Medicina Legal .
. .
2 » ao 4 * M . F P. D « CARVALHO . .. Clinica extern * e Anal. Palholugica respectif *.
5.« an 6.* M . o t V PIMENTEL. ... .. Clinica interna e Anat. Pathologies reaper tifa.
LENTES SUBSTITUTOS.
. .
V. G . ..
A M. o* MIRANDA a CASTRO , Supplanta >
HOCHA FREIRE
R 0SA
* *
,
! * '*
>t IM Medica .
J B
.
A . F. MARTINS
.
I » 4 C FBI JO’
. Examinador
D . M . o A . AMERICANO Examinador
.. . f
.
Si;cr 4o Ci it
.. . ,
SECRETARIO .
lia . LLJZ CARLOS o * FONSECA .
.
Em firlude de uma rrsoUiçáo a"a a FVtsUaiU n* • appiova , uem reprut a as opini ões
emitlida» nas Theses , as quaes dffcm ser cottuiituadas CUOiv propria* de seas authores.
ft
DOLOROSA RECORDACAO
ft
A MIMIA MADRASTA
© r. roa Sra. D. Joanna Paula be Castro Uabuco ,
A MEUS IRHAOS,
COM PARTICCLARIDAOC O
* . 1RS
A MIMIA CIMIADA
21 Sr a. D. 2lntonia filaria íromlo Uabuco ,
A MED CUNHADO
© Sr. Augusto Francisco Caibas ,
-
Ilotut naqcni do mai* profundo respeito ao sal>er e à* virtude* .
A NEES PRIMOS
0 <£ r . '" Hr . Jose
u
Paulo be .figucir ô n llabuco be Ara ú jo .
.
II* Pidil
*» . .
1» I J» d* S . M. I., do S*o CMIMIIHI , Mimalio do Sufmnô Tribunal d* Jutira , Caumwndado
. .. .
d » Chr lt. . CmlMn d »» Imperil Ord do Cruicir • Roa.
nl »
.. 1* Orl o
A AIEIS AMIOOS
0s Hrs. Dr. 3oilo Duarte Dias ,
ílíajor íllanoel Antonio Pereira ,
Dr. Domingos Sampaio Uangel í f ubrc pereira ,
î enente Antonio Pcbro íllontciro Drummonb ,
.
J . A . C. N de A.
MAS CONSIDERA ÇÕES
ACERCA
DO ALLEITAMENTO MATERNAL
.
S'il rtf xml I« cid un «bjcl qui m nit lr > rr (inl« dt U Ditunlt ,
c'ctf un coutrtdil unt nult qui dUile Mm tnfanl .
A »»»t MlLLOt .
I
— — 12
mas é preciso , e muito preciso , que ella tenlia parido ao mesmo tempo cm
que a m ã i da crean ça , que se lhe quer confiar ; condiçã o rar í ssima entre n ós ,
onde as nossas patrícias n ã o tem o menor escrupulo em admittir para amas
dos filhos escravas paridas de seis , oito mezes , e olé de um anno c mais.
Eis explicada a revolu çã o subita que se op é ra na constituiçã o fraca do
menino , revolu çã o d’onde procede essa serie de males que os persegue.
Etna observa ção incontest á vel é ( diz Bruni ) que a mortandade dos meninos
é maior nos paizes , onde as m ã is os entregã o a cuidados estranhos.
Se por é m o menino poude resistir a esta revolu çã o por que foi obrigado a
passar , moléstias hediondas e terr íveis elle conlrahe sueçando um leite impuro.
-
É ocioso repetir , porque é commurn , verem se desgra çados meninos , cuja
constituiçã o tem recebido d’esta maneira a affccçã o mais profunda.
Emquanto o filhinho soffrc , a verdadeira m ã i , aquella cujo amor poderia
evitar tantas desgra ças , est á longe d’elle , esquecida inteiramente d’elle , entre-
gue a prazeres , cuja lembran ça um dia a envergonhar á .
Eis os males a que est ã o sugeitos os meninos confiados a amas , males ,
cujos resultados funestos muitas m ã is h ã o testemunhado , mas que , todavia ,
persistem na immoral resolu çã o de furtar-se aos deveres do alleitamento !
Trataríamos també m dos males, que comprehendem a parte moral e pol í tica ,
n ã o o fazemos porque nos falta espa ço , e mesmo porque esta important íssima
maté ria já ( oi brilhantemente tratada por grande numero de philosophos , e
. -
os mais not á veis Cpntentar-nos hemos com citar as palavras seguintes de
Rousseau , aqucllc de todos , cuja eloqu ê ncia é o melhor incentivo para os
cora çõ es das m ã is . —
« QueirSo as m ã is ( diz este sabio ) nutrir seus filhos
• os costumes reformar-se-hã o por si mesmos ; os sentimentos da natureza
.
» se despertarã o em todos os cora ções ; o Estado augmentar á de popula çã o .
» este ponto , este ponto só , resume tudo.
• O atlractivo da vida domestica é o melhor antidoto para os m ã os costumes :
-
» a bulha dos meninos que sc julga incommoda , tornar-se ha agradavel , fara
• o pai e mãi mais necessá rios , mais caros um ao outro. Quando a fam ília
• estiver alegre e animada , os cuidados domésticos farã o a mais bella oceu -
• pnç uo da mulher , c o mais agradavel divertimento do marido. Assim deste
» unico abuso corrigido resultar á logo uma reforma geral , a natureza relia -
Os mais caros int é resses das mais as devem persuadir de alleitarem seu »
filhos , já que os dias d’ esses innocentes fructos de seus amores são para
.
ellas de pouco preço Mas n ã o se infira do que temos dito , que queiramos ,
.
que o fa çã o , quando motivos justos e plausí veis as impossibilitem ; n ã o tã o
impertinente n ã o somos n ós.
-
As m ã is n ão poderáõ eximir se dos hellos cuidados , que lhes a natureza
impô z , sem sacrificarem sua vida , acabando victimas de males funestos.
Desenvolveremos esta ultima parte de nossa These. A natureza n ão espera
o termo do parto para dispor as mamas ás funeçõ es , que lhes ó propria.
Ella ahi forma ou transporia leite algum tempo antes que esta cpoclia che-
gue por uma especie de previdência ; mas quando o parto se termina para
ahi conduz por torrentes , algumas vezes assás impetuosas para fazer appa-
rècer tumesccncins , c dôr , este licô r precioso. O instincto ensina ao recem-
nascido a altritar com a cabeça , c m ã osinhas , a mama , que elle chupa ,
para o leite correr mais copiosamente. As irrita çõ es leves , e mesmo agra-
dareis , produzidas d’est’arte sobre este orgã o , repelindo-se muitas vezes ,
entretem e íixã o uma corrente de humores , que p õe cm equilibrio as outras
evacua ções particulares da mulher. D’aqui so conclue quanto é funesto ás m ã is
n ã o se caplivarem dos cuidados do alleitamento .
Alé m Ja tumefa çâ o mais ou menos consider á vel , que se nota no seio , e
que se estende á s axillas , a parte anterior do thorax acha-se dolorosa ; o
inamillo , que se apresenta vermelho , e inflammndo , pódc ulcerar-se em
consequência da uccumula çã o do leite , que distende este orgã o , determi -
.
nando agud í ssimas d ô res , inflainma çã o , que vai augmenlaudo de intensidade
cuja terminaçã o nem sempre ó feliz , e pódc trazer cm resultado abcessos
dolorosos , c dc muita dura çã o , c que á s vezes desenvolvendo- se com o ca
racler cbronico desdo o principio , ou tomando esta fô rma depois do estado
-
— — 46
agudo . irá pouco a pouco dcsorganisando o tecido da glandula mamaria ,
at é quo cm fim com a cessa çã o da menstrua çã o se declare o cancro d ’ est«'
orgã o .
Mas acontecendo que os liquidos demorados nas mamas sejã o retirados
pela absorpçã o , c por este meio levados á circula çã o geral , alé m doestado
de plethora , que far ã o apparccer , produzir áõ congestões , se houverem pre -
disposições para ellas. Segundo a opini ã o de grande numero de Medicos ,
molé stias , cuja marcha havia-se suspendido durante o tempo da gesta çã o ,
progridem espantosamente depois do parto quando as mulheres deixã o de
alleitar.
O utero é um dos orgã os que soffrem quasi sempre , quando por ventura
a mulher se esquece de que é m ã i . Concebe-se ass ás bem , que este orgã o .
que se acha já cansado pela prenhez , e trabalho do parlo , sendo sobrecar
regado d’um novo estimulante , devem suas funeçõ es alterar-se ; daqui nas -
-
cem metrites intensas , que podem produzir p é ritonites puerperaes , cancros ,
fluorés brancos , &c.
Muitas Brasileiras , que frequent ã o com assiduidade as altas sociedades ,
dizem que n ã o podem alleitar porque perdem o bello de suas fô rmas ,
destruindo a firmeza das carnes c os encantos , que as torn ã o tã o vaidosas.
Quanto é grande seu erro ! Longe de destruir os atractivos o allcitamento os
conserva , e lhes d á toda a bclleza. Quereis uma prova ? V ôde as nossas
-
bellas patr í cias Rio-Grandenscs , e as Mineiras , cuja maior parte occupa se
com alegria dos encargos da amamenta ção , c dizei-me se seus engra çados
contornos sollrem a menor injuria por seguirem os impulsos da natureza :
as bonitas , e rom â nticas Hespanholas Americanas ; vé de mesmo as Flumi-
nenses , que criã o seus filhos , como se conserv ã o bonitas e atractivas.
Emquanto o luxo", e a immoralidade nã o acommetlôrã o as mulheres da
antiga Grécia , e da soberba Roma , quanto suas bellas proporções e regu -
laridade de suas fôrmas n ã o cr ã o celebres ! Todas entã o alleilavã o os íillii-
nhos , todas conservav ã o longo tempo esta abundancia de tecidos , esta
firmeza elaslica que tanta paixã o incute e origina. Que se compare mesmo
entre n ós a saude de que gosa uma boa m ã i de familia . que n ã o teme nutrir
,
«:11 a propria sua numerosa prole , com o estado deplorá vel em que vai mur -
is
HIPPÖCIIATIS APIIOHIS31I .
I.
II.
IV .
— Seel. II , Aph. 2.
VI.
.
a 4 , ln«n. mi. -T p -
) |r » pki« <l < LXENUt.IT , m 4 , »X
Esta Those est á conforme os Estatutos. Rio de Janeiro , 22 de
Outubro de 184 h .
O OR . LDI /. FRANCISCO FI.FIRI:IRA.