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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR (EaD, Chimoio)

Nível: 5o Ano Duração: 120 minutos Ano: 2020


Teste I Didáctica de Línguas Bantu
NOME DO ESTUDANTE: Anabela Manuel Waite Tesoura
CODICO DO ESTUDANTE: 09.0149.2015

1. De uma forma geral, faça um paralelismo e disserte sobre o “Objecto de estudo da Didáctica de
Língua Materna; O que Ensinar e a Natureza do Aluno”. (5,0)
R% A didáctica das línguas bantus tem como objecto de estudo o ensino das línguas nacionais ou
línguas bantus. É imperioso que a educação tome em conta o multilinguismo, que é uma característica
global, e sua relação com o factor língua, como meio de instrução e, portanto, facilitador ou inibidor
do acesso ao conhecimento. Se a educação assim não proceder, o direito das crianças de aprenderem e
se tornarem adultos totalmente engajados, capazes de participarem activamente em sociedades
democráticas, fica totalmente comprometido. A língua materna é a que mais potencialidade tem de
ajudar a criança, e a maioria dos adultos, a aceder e a criar o seu próprio conhecimento.

2. “Segundo Franco (1997:60 e 61) afirma haver diferenças entre a aprendizagem e a aquisição da língua”.
a) Faça uma correlação, descrevendo o processo de aprendizagem da língua “a gramática natural” e a
aquisição da mesma “a gramática normativa” no sistema escolar? (6,0)
R% O significado de aquisição é ampliado à aprendizagem de uma L2, que ocorre de maneira similar à
forma como uma criança aprende a sua L1, ou seja, por contacto directo e de forma espontânea. Assim, a
aprendizagem de uma L2 está relacionada ao estudo formal, que ocorre, geralmente, numa sala de aula,
com um professor, com exercícios gramaticais e comunicativos que visem a fomentar o domínio e a
conversação em L2.
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3. Analise a situação linguística de Moçambique. (3,0)


R% No que tange à situação linguística de Moçambique, Katupha (1984) diz existir oito línguas
moçambicanas, das quais 4 maioritárias (Makuwa, Sena, Shona e Changana) e quatro minoritárias
(Makonde, Yao, Tonga e Copi). Para outros (Liphola e Ngunga 1985, 1987), esta classificação não é
aceitável porque se trata de estudos que se baseiam apenas em referências bibliográficas, sem o necessário
confronto com a situação no terreno, onde a realidade é bem mais complexa. Estes últimos são também
apoiados pelos dados dos recenseamentos gerais da população, que fornecem alguns elementos sobre a
situação linguística de Moçambique.
Sob o ponto de vista analítico constata-se que os dados do recenseamento só podem dar alguma ideia
sobre a situação linguística do país, mas não uma ideia real, cabe aos linguistas saberem trabalhar com
esses poucos dados, mas sempre conscientes de que o recenseamento geral da população não é um
recenseamento linguístico. Portanto não se pode exigir que ajudem em tudo o que os linguistas gostariam
de ver.
Moçambique é um país multicultural e multilingue no qual coabita cerca de vinte línguas moçambicanas
todas de origem bantu com as respectivas variedades dialectais (cada língua possui cerca de quatro a cinco
dialectos), a língua oficial é a língua portuguesa, até ao momento, única língua de ensino oficialmente
reconhecida. Todas línguas moçambicanas bantu têm uma forma escrita, estando padronizada a ortografia
de dezoito.

4. “Sobre a filosofia da introdução das línguas bantu no ensino”. Ensino Bilingue é o ensino de duas
línguas, normalmente na língua materna (L1) e numa língua segunda (L2).

a) Apresente de forma suscinta os antecedentes e reais motivações da introdução das línguas bantu no
contexto escolar. (3,0)
R% De uma forma suscita os Antecedentes da introdução das línguas no contexto escolar são:
Em 1990 houve uma experiencia delineada pelo INDE (Instituto Nacional de Desenvolvimento de
Educação) e tinha em vista reverter o panorama educativo caracterizado por altas taxas de desperdício
escolar (desistências e repelências), onde:
 1993-1997 Iniciou a implementação do projecto de ensino bilingue em escolas pilotas nas
províncias de Gaza e Tete, isto em Cinyanja/português e xichangana/português;
 Em 1997 houve um debate sobre a introdução das línguas moçambicanas;
 Em 1988 I seminário sobre a padronização das 15 línguas que já possuíam ortografia de línguas
moçambicanas;
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 Em 1999 II seminário sobre a padronização da ortografia de línguas moçambicanas que confirmou


e acrescentou alguns resultados do I seminário.

As Reais Motivações da introdução das línguas bantus no contexto escolar são:


Verificou-se que os rendimentos escolares anuais no sector primário estam baixos devido ao facto de que
a maioria das crianças se defrontava com o problema, por um lado, da falta de percepção daquilo que o
professor arguia e por outro, da incapacidade de se expressar livremente. Tal dificuldade ocorria, uma vez
que a língua ensinada na escola, o Português, não era utilizada em âmbito familiar, onde a comunicação
dá-se por meio de dialectos bantu. Diante deste cenário, o governo decidiu introduzir as línguas maternas
como ferramentas de ensino na educação básica. Outra motivação para a implementação de programas de
educação bilingue refere-se ao desempenho da rapariga. Neste caso tratando-se das desistências escolares
por ocasiões de casamentos prematuros. Tendo-se convertido em três razões principais para a sua
utilização no ensino, que são de natureza linguístico-pedagógicas, cultural e identidade e de direitos
humanos do individuo.

b) Fale das modalidades da introdução. (3,0)

R% A introdução de línguas moçambicanas no ensino vai observar três modalidades:


1. Programas de educação bilingue: línguas moçambicanas /Português-L2.

Moçambique optou por um modelo transicional com características de manutenção de forma a garantir o
desenvolvimento de um bilinguismo aditivo nos alunos que será desenvolvido da seguinte maneira:
Primeiro ciclo (1ª e 2ª classes)
Neste ciclo a língua materna do aluno é o único meio de ensino-aprendizagem; a língua materna e o
Português serão ensinados como disciplina, sendo o Português para desenvolver habilidades de oralidade
para preparar a aprendizagem da leitura e da escrita nesta língua no 2°ciclo.
Segundo ciclo (3ª, 4ª e 5ª classes)
Neste ciclo inicia o processo de transição gradual da L1 (língua materna) como meio de ensino para L2
(Português) na 3ª classe. Neste ciclo a L1 e L2 são leccionados como disciplina. A L1 passa a ser auxiliar
o processo de ensino-aprendizagem para explicar conceitos difíceis em disciplinas como Matemática,
Ciências Sociais e Ciências Naturais.
Terceiro ciclo (6ª e 7ª classes)
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Neste ciclo a língua portuguesa passa a ser o meio de ensino-aprendizagem e a L1 (língua materna) será
leccionada como disciplina. A L1 continuará como auxiliar o processo de ensino-aprendizagem para
explicar conceitos difíceis em disciplinas como Matemática, Ciências Sociais e Ciências Naturais.

2. Línguas moçambicanas como recurso

Nesta modalidade as línguas moçambicanas serão auxiliares do processo de ensino-aprendizagem no


programa monolingue em Portugues.
3. Línguas moçambicanas como disciplina

Pressupõe-se que os alunos deverão ter oportunidade de ter o acesso outras línguas locais como forma de
estabelecerem ou manterem o contacto com a cultura moçambicana e aumenta a eficácia da comunicação
num contexto multilingue, contribuindo para o reforço da unidade nacional.

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