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Neste ensaio pretendo mostrar que os abortos deviam ser moralmente aceites ou, pelo menos,
que coubesse á mulher decidir sobre tal.
O que determina se é ilegal fazer um aborto? Será as consequências provenientes de tal ato? As
intenções?
A resposta tem, ao longo dos tempos, sofrido alterações. Se são as mulheres que sofrem os danos
após ação então, está claro que deviam ser elas a declarar se é moralmente permissível. A mulher
pode engravidar de um ato que não se sentia propícia a fazer: temos como exemplos a violação ou
a própria mãe não tem condições de sustento.
Qualquer pessoa que vá contra o meu argumento pode afirmar a) o feto tem direito a viver a
partir do momento da conceção e que por isso a mulher não tem direito a abortar, mesmo que
seja para salvar a sua própria vida; ou b) existe sempre crime quando há transgressão da lei de
Deus; a mãe, ou qualquer pessoa, cometerá sempre crime tirando a vida à criança antes de nascer.
Parecem argumentos razoáveis, mas se analisarmos com mais cuidado podemos ver que não são
concebíveis ao ponto de tratar como o certo.
Existem já argumentos de que, até á terceira semana de gravidez ainda não tem vida, por ser
necessário fazer a fecundação. Devemos ter em conta de que não há um momento que determine
realmente o começo, contudo parece difícil admitir que comece logo depois do ato de prazer.
Além disso, se formos a considerar o ponto de vista religioso também é necessário observar
diferentes causas para a mulher querer cometer aborto.