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Educação financeira pessoal
Apostila
Governador do Distrito Federal
Ibaneis Rocha
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ENDIVIDAMENTO
Por que as pessoas se endividam?
De repente, a pessoa passa de uma situação em que podia contar com a outra para
dividir os gastos, para a realidade de não só ter que arcar com eles sozinha, mas ainda
ter de partilhar parte de seu rendimento ou patrimônio.
Isso sem falar, é claro, dos custos associados ao processo em si. Dependendo de como
se deu a separação, além de gastar com advogado, é possível que surja a necessidade
de outros tratamentos, para possíveis traumas psicológicos, por exemplo.
5) Jogos e outros vícios.
Ainda que o jogo seja ilegal no país, não há como negar sua existência. Infelizmente,
muitas pessoas acabam viciadas, perdendo completamente o controle dos seus gastos.
Em alguns casos, o jogo é apenas uma entre outras formas de vícios, que vão desde
o consumo compulsivo até a dependência química. Os efeitos ao orçamento são ainda
mais prejudiciais nesses casos.
6) Gastando aquilo que não recebeu.
Esse problema é mais comum do que se imagina e se resume a estimar ganhar uma
quantia e gastar muito mais do que deveria, antes mesmo de receber qualquer dinheiro.
Essa realidade engloba filhos que antecipam o recebimento de bens ainda em inventário
ou profissionais que adiantam o recebimento de férias ou 13o salário.
Em algumas situações, contudo, esses valores ficam abaixo do previsto, fazendo ser
preciso levantar dívidas para arcar com os gastos antecipados.
7) Incapacidade de administrar dinheiro.
Poucas pessoas investem tempo na gestão do seu orçamento e sabem para onde vai seu
dinheiro. Assim, a maioria acaba gastando mais do que pode.
Sabendo disso, coloque no papel seus gastos e receitas e adote uma postura mais
responsável com relação às suas decisões de consumo. Evite consumir por impulso.
Você vai se surpreender ao verificar como é gratificante ter suas finanças equilibradas.
8) Dificuldade de poupar.
A maneira mais simples de evitar o endividamento é efetivamente poupar e formar uma
reserva para situações de emergência. Apesar disso, a maior parte das pessoas,
independentemente da faixa de renda, encontra dificuldades em estabelecer uma
estratégia de poupança. É exatamente essa reserva que permite que você não se endivide,
caso fique doente, perca o emprego ou venha a se separar.
Lembre-se de que é mais fácil encontrar pessoas arrependidas de terem consumido por
impulso do que reclamando por terem deixado de consumir para poupar. Não é preciso
muito para começar: sempre é possível separar 5% do que você ganha para
investimento. Basta adiar por algum tempo outro gasto menos essencial. É como
reeducação alimentar: depois de algum tempo, você se acostuma com os novos hábitos
de consumo e se sente orgulhoso disso.
9) Quando falar sobre dinheiro é tabu.
Este é um problema que aflige muitas famílias. É importante que tanto o casal quanto
os filhos participem, na medida do possível, no estabelecimento de metas e objetivos de
poupança e investimento. Se todos se mantiverem informados, é mais fácil comunicar
quando um dos membros adota um padrão de gastos que não está de acordo com o
orçamento.
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Tudo em seu dia a dia estava perfeito. Trabalho, casa, amigos, família em total equilíbrio.
Porém, a situação dá uma guinada, e você, de repente, vê-se no meio de um furacão.
As despesas aumentam e você não consegue honrar seus compromissos financeiros,
a situação no emprego já não é mais tão estável; amigos e parentes se mostram cada vez
mais distantes. O que fazer quando isso acontece?
1) Análise real do orçamento.
Passado o susto, o melhor a fazer é analisar friamente o seu orçamento. Coloque nele
sua receita real líquida, se ainda contar com uma, e todas as despesas mensais. Liste aqui
não apenas as contas de água, luz, telefone, celular, dentre outras, mas também as
despesas com compras para casa, vestuário, alimentação e medicamentos. Leve tudo em
consideração.
Nessa hora, você poderá se surpreender em como já vinha acumulando gastos maiores
do que seu ganho, em um padrão além do ideal, levando-o(a) a uma situação difícil como
esta.
2) Corte de despesas.
Visando ao seu bem-estar e de sua família, não tenha medo de cortar algumas
despesas. Existem muitos itens em nosso dia a dia que podem ser dispensados em uma
situação como essa. Você sentirá uma queda em seu padrão de vida, mas, por outro
lado, poderá pagar suas contas, e isso é o principal.
Evite cair na tentação de contrair empréstimos para quitar dívidas. Opte por este
caminho somente se não houver alternativa. Lembre-se: uma dívida leva a outra. O mais
seguro, nesse caso, é negociar suas pendências e cortar o máximo possível de custos.
3) Apoio da família.
Caso tenha filhos e cônjuge, procure envolvê-los na situação. É claro que você não
passará aos seus filhos uma preocupação enorme que deve ser sua, mas é sempre
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1) Fazer um orçamento.
Fazer um orçamento familiar detalhado é o primeiro passo a ser dado para entender
para onde está indo o seu dinheiro.
Depois de saber quanto entra e sai na carteira todos os meses, está na hora de dar o passo
seguinte.
2) Pagar mais do que o mínimo.
As empresas que o aconselham sobre o seu estado de endividamento e o que deve
fazer não têm poderes especiais. Apenas sabem aquilo que funciona na maior parte das
vezes e, de forma profissional, explicam às pessoas que elas devem seguir alguns
passos.
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Por vezes, é bom ouvir o que deve ser feito de profissionais, mesmo que sozinho
consiga chegar à mesma conclusão.
Comece por garantir os pagamentos mínimos obrigatórios, depois escolha uma das
dívidas e pague mais do que o mínimo, até conseguir eliminar completamente essa
dívida. Passe para a dívida seguinte.
3) Pedir ajuda
Existem milhares de pessoas na mesma situação em que você se encontra. Fale com elas,
perceba o que funciona e o que não funciona.
Se for necessário, contate profissionais que o aconselhem no melhor plano para eliminar
as suas dívidas.
PLANEJAMENTO
O que é planejamento?
O planejamento o(a) ajudará a evitar a comprar por simples impulso, o que muitas vezes,
ao invés de realizar um desejo, pode criar um grande problema.
d) Para adquirir independência financeira.
e) Para aposentar-se confortavelmente.
Para se fazer um bom planejamento, é necessário que haja um envolvimento familiar, pois
se todos participam do resultado orçamentário, também devem participar do planejamento
financeiro.
Então, elabore um orçamento familiar contendo:
a) Receitas: valores a receber no período.
b) Despesas: valores a pagar no período.
c) Poupança: valores a investir no período.
Considere somente as receitas líquidas e não inclua receitas futuras.
As despesas devem ser separadas em fixas (condomínio, prestação da escola), variáveis
(água, luz, telefone) e arbitrárias (cinema, lazer).
A poupança deve ser orientada de acordo com seus objetivos de curto, médio e longo
prazos. Não é necessário fazer uma poupança para cada objetivo. Evite transferências de
recursos de um objetivo para outro, pois corre-se o risco de perda de foco na realização de
algum objetivo. Portanto, mantenha a disciplina.
Planilhas de controle
( – ) Despesas
( = ) Resultado apurado.
( – ) Despesas Essenciais
( – ) Investimento
( – ) Lazer
( – ) Compras
INVESTIMENTOS
O que é investir?
uso desse recurso durante o período de aplicação (juros ou lucros, em geral em longo
prazo).
É valido lembrar que investimento não é o mesmo que poupança (do verbo poupar; não o
investimento “poupança”, que é comercializado nos bancos), pois como vimos
anteriormente, para ser investimento, temos a esperança de que o valor recebido seja
maior que o inicial.
Como investir?
E para se ter um parâmetro do que significam curto, médio e longo prazos podemos dar
o seguinte exemplo:
até 2 anos: curto prazo;
de 2 a 5 anos: médio prazo;
acima de 5 anos: longo prazo.
Risco de Mercado:
Pode ser definido como a incerteza a respeito dos resultados de um investimento
financeiro, ou de uma carteira de investimento, decorrente de mudanças futuras
nas condições de mercado, tais como os preços de um ativo, taxas de juros, volatilidade
de mercado e liquidez.
Risco de Crédito:
A possibilidade de uma obrigação (principal ou juros) não vir a ser honrada pelo
emissor/ contraparte, na data e nas condições negociadas e contratadas entre as duas
partes originalmente.
Risco de Liquidez:
Define-se como risco de liquidez a ocorrência “de desequilíbrios entre ativos negociáveis
e passivos exigíveis – ‘descasamentos’ entre pagamentos e recebimentos – que possam
afetar a capacidade de pagamento da instituição, levando-se em consideração as
diferentes moedas e prazos de liquidação de seus direitos e obrigações”.
Como podemos ver, os fatores que caminham junto com os investimentos não são tão
simples, mas podemos definir que um investimento padrão ótimo seria com alta
rentabilidade, alta liquidez e baixo risco, porém, na maioria das vezes, quanto menor o
risco e maior a liquidez, menor será a rentabilidade; e, por sua vez, se um investimento
possui alto risco, com certeza, ele pagará maiores rendimentos para conseguir atrair
investidores. Então, cabe ao investidor dosar o risco e depois esperar para colher seus frutos
doces, sem gosto ou amargos.
Opções de investimento
Todos os investimentos possuem pontos fortes e fracos e estaremos colocando junto com
as definições alguns prós e contras de cada investimento, para que possam ser analisados
na hora da sua decisão sobre o melhor investimento segundo seu perfil.
Negócios próprios
Muitas pessoas desejam se tornar seu próprio patrão e ter somente o cliente como seu
chefe, e não são poucas as pessoas que investem todos os seus recursos neste sonho, porém
também não são poucas as empresas que ficam pelo caminho. De acordo com dados do
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), 30%
delas quebram no primeiro ano de atividades. Assim sendo, todo cuidado é pouco nesta
busca pela liberdade. Também é preciso muito planejamento, visto que uma empresa é um
ser que tem sua fase inicial de maturação e seu auge. Tenha em mente que, na maioria dos
casos, para uma empresa se firmar no mercado e começar a dar lucro, é prudente
considerar um prazo de dois anos sem rendimentos, ou seja, caso suas reservas não lhe
garantam dois anos sem depender da sua empresa, e sim que se façam constantes aportes
para os devidos ajustes, é bom aguardar um pouco mais para investir neste ramo.
Vantagens:
» Não ter nenhum chefe que não seja o seu cliente ou o usuário do seu serviço;
» Maiores possibilidades de crescimento;
» Os maiores ganhos;
» Pode ser a sua marca no mundo.
Desvantagens:
» Riscos altíssimos;
» Dedicação exclusiva;
» As maiores perdas.
Imóveis
Os imóveis podem ser ótimos negócios, renderem valores de aluguéis e ainda se ter o bem
para usufruí-lo da forma que se achar melhor, podendo continuar alugando ou vendendo
por um preço melhor para um novo investimento; mas também pode ser uma grande dor
de cabeça para o seu proprietário, com maus inquilinos ou a marginalização do local do
imóvel.
E fique sabendo que, no Distrito Federal, tem-se uma situação atípica no ramo imobiliário,
com imóveis supervalorizados e compradores ávidos por adquiri-los, visto que faltam
imóveis para todos.
Vantagens:
» Ganhos com locação;
» Valorização;
» Bem tangível de alta durabilidade.
Desvantagens:
» Quebra da construtora;
» Dificuldade de venda;
» Dificuldade de locação;
» Depreciações e desvalorizações.
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Antes de discorrer sobre alguns investimentos, é importante revelar o que vem a ser o FGC,
que será citado em alguns investimentos. O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma
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associação civil sem fins lucrativos que tem por objeto prestar garantia de créditos contra
instituições dele participantes, nas hipóteses de:
Decretação da intervenção, liquidação extrajudicial ou falência da associada;
Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência da associada.
Suas regras gerais são:
O total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição associada, ou contra todas as
instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro, será garantido até o valor de
R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).
São objetos da garantia proporcionada pelo FGC os seguintes créditos:
Depósitos à vista.
Depósitos de poupança.
Depósitos a prazo (CDB).
Letras Imobiliárias.
Letras Hipotecárias.
Poupança
O investimento preferido dos brasileiros é considerado um dos investimentos mais
seguros. O risco do investimento, neste caso, é o risco de a instituição não conseguir
honrar com a obrigação no ato do saque, mas, em contrapartida, possui a proteção do
Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
O CDB pode ser emitido por bancos comerciais, bancos de investimento e bancos múltiplos,
com pelo menos uma destas carteiras descritas.
Vantagens:
» Garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC);
» Rentabilidade pré ou pós-fixada.
Desvantagens:
» Normalmente, as instituições financeiras demandam um valor mínimo maior do que
o exigido para a poupança.
Ações
Uma ação é um título nominativo e negociável que representa a menor fração do capital
social de uma empresa – sociedade anônima ou sociedade por ações. O acionista, como
proprietário da empresa, tem direito a participação nos seus resultados proporcionalmente
ao número de ações possuídas.
O proprietário de ações emitidas por uma companhia é chamado de acionista e tem status
de sócio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no limite das ações adquiridas.
Apesar de todas as sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente
as ações que forem emitidas por companhias de capital aberto, as quais possuem registro
na CVM, poderão ser negociadas publicamente.
Vantagens:
» Possibilidades de altos ganhos;
» Compra pela internet (Home Broker) ou pela corretora;
» Isenção de imposto de renda no ganho de capital obtido com a venda de ações,
válido para pessoas físicas, até o limite de R$ 20.000,00. Acima desse valor, os
ganhos de capital serão tributados na alíquota de 15%, independentemente
do prazo do investimento.
Desvantagens:
» Alto risco;
» Tarifas de custódia.
Fundos de Investimento
Um fundo de investimento é uma comunhão de recursos financeiros, constituída sob a
forma de condomínio, destinado à aplicação em títulos e valores mobiliários, bem como em
quaisquer outros ativos disponíveis no mercado financeiro e de capitais, observadas as
disposições legais.
Todos os cotistas têm direitos e obrigações idênticas. Todos os ativos que compõem
a carteira de investimento do fundo pertencem ao fundo e, portanto, aos cotistas do
fundo. Lucros e perdas são distribuídos igualmente entre os cotistas na valorização (ou
desvalorização) da cota.
Vantagens:
» A rentabilidade é igual para todos os cotistas, não importando o valor aplicado;
» Todos os fundos são obrigados a publicar suas performances e balanços;
» Existem limites máximos de comprometimento das aplicações dos fundos em um
único ativo/instituição, aumentando a segurança da aplicação;
» O mercado dispõe de diversas modalidades de fundos de investimento que atendem
a todos os tipos de investidores.
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Desvantagens:
» Tem taxa de administração;
» Não tem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC);
» Não pode prometer rentabilidade predeterminada;
» Não tem garantia de principal, ao menos que tenha algum tipo de seguro atrelado
(fundos “garantidos”).
Observações:
» O fato de um fundo de investimento não possuir garantia do FGC pode parecer uma
desvantagem, mas de fato um fundo de investimento não necessita dele. O Fundo
Garantidor de Crédito (FGC) garante as aplicações em virtude da insolvência
(dificuldade de efetuar seus pagamentos) de uma instituição financeira. Quando
aplicamos em uma poupança ou em CDB, estamos emprestando dinheiro à instituição
financeira, que, caso se torne insolvente, pode não efetuar o pagamento devido.
» Os recursos de um fundo de investimento nunca se confundem com os da instituição
financeira, portanto a insolvência do administrador ou gestor de um fundo em nada
afeta seu patrimônio, que continua pertencendo aos cotistas. Estes devem se reunir e
podem resgatar seus valores ou mesmo procurar um novo administrador ou gestor
para seus recursos.
» Fique atento à composição da carteira e à taxa de administração de cada fundo.
Quanto maiores forem as taxas de administração, menor tende a ser o rendimento da
aplicação.
» Exija o prospecto e o regulamento do fundo em que você está investindo.
» Sempre acompanhe o investimento e sua rentabilidade para garantir que gestor está
realizando um bom trabalho.
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REFERÊNCIAS
Sites para pesquisas e aprimoramento dos conhecimentos de educação
financeira
http://www.infomoney.com.br/
http://www.comoinvestir.com.br/
http://www.bmfbovespa.com.br/
http://economia.uol.com.br/
http://www.financaspraticas.com/
http://www.meubolsoemdia.com.br/
http://www.dinheirama.com.br/
Livros para leitura e reforço dos conhecimentos de educação financeira
Aprenda a lidar com as finanças: orçamento familiar
Autora: Margarete Gonçalves Sanchez (Maggie)
Editora: Scortecci
Editora: Sextante
Família, afeto e finanças: como colocar cada vez mais dinheiro e amor em seu lar
Autores: Angélica Rodrigues Santos e Rogério Olegário do Carmo
Editora: Gente
Editora: Sextante
Editora: Sextante
Editora: Campus
Editora: Sextante
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Editora: Fundamento