Objetivos
Ao terminar o estudo deste capítulo, você
deverá estar preparado para:
Apresentar e definir o conceito de qua-
lidade.
Relatar sucintamente as principais eta-
pas, ou eras, da história da adminis-
tração da qualidade.
Descrever as principais técnicas e con-
ceitos da filosofia da qualidade total.
Introdução
Qualidade é uma palavra que faz parte do
dia-a-dia e desempenha um papel importante
em todos os tipos de organizações e em muitos
aspectos da vida das pessoas. A idéia da quali-
dade tem uma história muito antiga. Dos filó-
sofos gregos aos chineses, dos renascentistas aos
engenheiros e fabricantes da Revolução Indus-
trial, muitas pessoas, no campo do pensamen-
to e da ação, ocuparam-se desse assunto.
156 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês
DEMING 14 pontos.
Ênfase no fazer certo da primeira vez.
Corrente de clientes.
Qual idade desde os fornecedores até o cliente
final.
Figura 8. .-
O melhor que se pode fazer. O padrão mais
Definifões elevado de desempenho em qualquei-
idéia da campo de atuação.
qualidade
Qualidade como luxo. Maior número de
atributos. Utilização de materiais ou serviços
raros, que custam mais cai-o.
Valor é relativo e depende da percepção do
cliente, seu poder aquisitivo e sua
disposição para gastar.
1.1 Excelência
A idéia de qualidade foi discutida primeiramente pelos filósofos gregos, que
pensaram no ideal da excelência, ou aretê. Excelência é a característica que distin-
gue alguma coisa pela superioridade em relação aos semelhantes e depende do
contexto. Para o cavalo de corrida, é a velocidade. No homem, é a superioridade
moral, intelectual e física. Para os gregos, a excelência era absoluta: era o ideal
mais elevado.
Quando se fala em qualidade como sinônimo de melhor, ou de nível mais alto de
desempenho, usam-se conceitos que continuam atuais há mais de 25 séculos. Esta
noção sempre esteve incluída e continua sendo usada nas definições da qualidade.
Por exemplo, considere as afirmações a seguir.
Qualidade significa a aplicação dos melhores talentos e esforços para pro-
duzir os resultados mais elevados.
Você faz as coisas bem feitas ou faz pela metade.
Qualidade é alcançar ou procurar alcançar o padrão mais alto, em lugar de
contentar-se com o que é frágil ou fraudulento.
A qualidade não admite compromisso com a segunda classe.
A idéia contemporânea de fazer bem feito da primeira vez é a tradução contempo-
rânea desse ideal da excelência. É o princípio no qual se fundamenta a administra-
ção da qualidade orientada para a busca de padrões superiores de desempenho.
I58 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês
1.2 Valor .-
A noção de qualidade associada a valor estabeleceu-se em meados do século
XVIII, quando a indústria começou a produzir bens massificados e baratos. A idéia
de produto barato, para as massas, contrasta com a idéia de produto de luxo ou de
alto desempenho, que poucos podem comprar ou que custa mais caro. Portanto,
qualidade passou a significar "produto de luxo" ou "que vale mais". Para muita gen-
te, qualidade é sinônimo de luxo. Por exemplo, um carro com ar-condicionado, dire-
ção hidráulica e bancos de couro.
Em 1951, Feigenbaum argumentou que a noção de valor era relativa e tinha que
ser considerada em qualquer definição de qualidade: Qualidade não tem o sentido
popular de "melhor". Qualidade sign@ca melhor para determinadas condições do clien-
te. Estas condições são (a) a utilização e 0) o preço de venda do produto. A qualidade
não pode ser vista independentemente do custo.
Considerando-se o valor, a qualidade varia e divide-se em níveis: desde qualidade.
inferior até qualidade superior. Leite A e B, classe econômica e executiva, gasolina
premium e comum, produto standard e especial. Quanto mais alta a qualidade do
produto, mais alto seu preço.
A qualidade mais alta implica custos maiores. É menos dispendioso fazer um
veículo sem acessórios do que um veículo de luxo. Ou seja: mais qualidade custa
mais. Como disse Freud, se você quiser qualidade, tem que pagar por ela.
No mercado, os consumidores tomam decisões de compra levando em conta o
valor do produto, seu poder aquisitivo e fatores subjetivos, tais como sua intenção de
poupar ou de ser visto com produtos de luxo. Dependendo do cliente, "mais barato"
OU "mais caro" pode efetivamente ser "melhor".
1.3 Especificações
Definir qualidade em termos de especiíicações é o problema dos engenheiros. Se-
gundo a perspectiva da engenharia, qualidade significa o conjunto das características
de um produto ou serviço. As características são chamadas especificações e descrevem
o produto ou serviço em termos de sua utilidade, desempenho ou de seus atributos. Por
exemplo: comprimento, peso, cor, velocidade, composiçáo química, ponto de ebulição,
consumo de combustível, quantidade e tipos de itens que entram no recheio de um
sanduíche, comportamento do funcionário ao atender o cliente, higiene de uma cozi-
nha ou salão de um restaurante, teor de gordura ou grau de pureza do leite. Esta é a
qualidade que estabelece como o produto ou serviço deve ser - é a qualidade planejada.
1.5 Regularidade
&4 "
Qualidade significa também/minimização ou redução da variação que ocorre
em qualquer processo de trabalho, seja para fabricar produtos ou prestar serviços.
Um produto ou serviço tem qualidade quando atende sistematicamente às especifi-
calões planejadas. Nesta acepção, qualidade é sinônimo de regularidade ou
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confiabilidade. Z
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1.6 Adequação ao uso
As definições anteriores estão todas corretas e continuam válidas no moderno
enfoque da qualidade. Segundo a perspectiva do cliente, há outra definição muito
usada de qualidade: adequação ao uso (fitnas for use), expressão criada por Joseph
M. Juran. Esta expressão abrange dois significados, que englobam as definições an-
teriores: qualidade de projeto e ausência de deficiências (ou ausência de defeitos).
nas rodovias que não se consegue entender, prazos de entrega de mercadorias que
não são-respeitados, reuniões que não começam na hora marcada, produtos que se
quebram na primeira vez em que são usados ou que não funcionam como prometi-
do. Quanto menor o número de falhas, mais alta é a qualidade do ponto de vista da
ausência de deficiências. Isso significa:
2 Custos da qualidade
Custando mais ou menos, a qualidade dos produtos e serviços requer investi-
mentos para ser alcançada e mantida. Esses investimentos compõem os custos da
qualidade, necessários para manter funcionando o sistema da qualidade e evitar os
custos da não-qualidade. Como mostra a Figura 8.3, os custos da qualidade agru-
pam-se em duas categorias: custos de prevenção e custos de avaliação.
Figura 8.3
Custos de evitar a ocorrência de erros e defeitos
Duas
categorias Planejamento do processo de controle da qualidade
de custos da Treinainento para a qualidade
qualidade. Deseiivolviinento de fornecedores
Desenvolviinento de produtos com qualidade
Desenvolviinento do sisteina de produção
Manutenção preventiva
Implantação e manutenção de outros componentes d o
sisteina da qualidade
3 Custos da não-qualidade
A falta de adequação ao uso acarreta prejuízos para o cliente e para a organiza-
ção e gera os custos da não-qualidade, outra idéia importante dentro do moderno
enfoque da qualidade na administração. Os custos da não-qualidade também se agru-
pam em duas categorias, como mostra a Figura 8.4: custos internos e custos exter-
nos dos defeitos. Aumentar a adequação ao uso significa reduzir ou eliminar esses
custos, o que implica maior eficiência dos recursos produtivos. É por isso que "mais
qualidade custa menos".
Figura 8.4
Custos dos defeitos que são identificados antes de os
Duas produtos e serviços serem expedidos para o cliente
categorias
de custos da Matérias-priinas e produtos refugados
não-qualidade. Produtos que piecisain ser retrabalhados
Modificações nos processos produtivos
Perda d e receita
Teinpo d e espera dos equipainentos parados para
correções
Pressa e tensão para entrega dos piodutos corrigidos I
consertados
Figura 8.5
Seqüência
esquemática dos
FUNÇÃO DA QUALIDADE -
procedimentos do Planejamento DEFINE ESPECIFICAÇÕES
Quality Function do produto
Deployment
(QFD),
Desdobramento
da Função da
Qualidade.
Desdobrar a
função da
Detalhamento
das peças e
componentes
yFi DESDOBRAMENTO DA
FUNÇÃO DA QUAILIDADE
qualidade
significa definir as Planejamento
especificações dos do processo
produtos, de
acordo com as
expectativas do
cliente, e detalhar Planejamento FASE
sucessivamente os da produção 4
processos
necessários para
produzi-los.
(1)Os atributos que o produto deve ter, segundo o cliente, são transformados
em características ou especificações técnicas.
(2) As especificações técnicas são transformadas em características ou especifi-
calões de componentes ou matérias-primas.
(3) As especificações de componentes ou matérias-primas são transformadas
em características ou especificações do processo produtivo.
(4) As informações anteriores são aplicadas na montagem de um sistema de
produção.
O cliente é, na moderna administração da qualidade, o ponto de partida para
definir a qualidade, ao contrário do que acontece nos enfoques anteriores, em que o
cliente fica atrelado às definições que a empresa faz.
Colocar o cliente em primeiro plano é revolucionário em comparação com os
outros enfoques da teoria geral da administração, que se concentram na eficiência
dos recursos produtivos, nas relações humanas ou no desempenho da empresa. Hoje,
o cliente em primeiro lugar parece uma idéia trivial. No entanto, um longo caminho
foi percorrido até o enfoque da qualidade chegar a esse ponto.
tração da qualidade total tem três períodos, filosofias ou eras principais: a era da
inspeção, a era do controle estatístico e a era da qualidade total (e da qualidade
assegurada), como mostra a Figura 8.6.
Figura 8.6
Três eras ou ERA DA
ERA DA ERA D O
estágios do INSPEÇÃO CONTROLE QUALIDADE
movimento da ESTAT~S-I-ICO TOTAL
administração
da qualidade. Observação direta Observação direta Produtos e serviços
do produto ou do produto ou definidos com base
serviço pelo serviço pelo nos interesses do
fornecedor ou fornecedor, ao final consuinidor
consumidor do processo Observação de
Produtos e serviços produtivo produtos e serviços
inspecionados um a Produtos e serviços durante o processo
uin ou inspecionados com produtivo
aleatoriamente base ein amostras Qualidade garantida
do fornecedor ao
cliente
144 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês
Influência da guerra
A adoção das técnicas criadas por Shewhart e seus colegas foi lenta. Em 1937,
apenas 12 empresas americanas as estavam utilizando. Porém, a Segunda Guerra
modificaria radicalmente Precisando de grande quantidade de itens com
elevados padrões de armadas americanas exerceram sua @=I
1
3 de duas procedimentos científicos de inspeção por
amostragem e publicaram tabelas de amostragem no começo dos anos 40, que seus
Figura 8.7
Exemplo de
uma carta de
inspeção ou
carta de
controle.
10
- . .
tetizada na frase fazer certo da primeira vez, que, apesar de sua simplicidade, viria a
influenciar profundamente o estudo e a prática da administração da qualidade. Se-
ria essa a essência do que ele já chamava de moderno controle da qualidade. Algu-
mas empresas industriais já vinham praticando aquilo que Feigenbaum propunha.
Com o impulso da guerra, muitas empresas procuraram aparelhar-se para cuidar da
qualidade, e isso fez proliferar e fortaleceu os departamentos de controle da qualida-
de, paralelamente à disseminação das técnicas de controle estatístico. Porém, o con-
trole da qualidade e a administração da qualidade ainda iriam esperar seu momento
chegar.
luída das proposições publicadas dez anos antes, à qual deu o nome de-controle da
qualidade total (TQC - Total Qualiry ControZ).
FOCOno cliente
* Sistema da qualidade
Com essa nova dimensão, a qualidade deixa de ser atributo apenas do produto
ou serviço. Deixa de ser também responsabilidade exclusiva do departamento da
-
:
l
I
'I
i
6 A escola japonesa da qualidade total
Quando as forças de ocupação desembarcaram no Japão, viram-se imediatamente
com u m grande obstáculo: as falhas no serviço telefônico eram demasiadamente co-
muns. O sistema japonês de telefones não era uma ferramenta confiável de comunicação.
O problema não era meramente devido à guerra que apenas acabara; a qualidade do
equipamento era instável e baixa. Conhecendo esses defeitos, as forças americanas orde- I
(Ishikawa).
O fato de o Japão ser um país sem recursos naturais, que deveria sobreviver com
a importação de produtos, tornou a qualidade uma obsessão nacional. Engenheiros
e industriais começaram um intenso programa de mobilização, pesquisas e visitas a
outros países, visando identificar quais seriam e de onde se deveria trazer as técnicas I
4
Administração da Qualidade 169
Predominância do cliente.
Importância da mentalidade preventiva.
Necessidade do envolvimento da alta administração.
170 Da Escola Clássica ao Modelo Japonês
Figura 8.9
O diagrama Recebimento e teste de
de Deming, materiais de fornecedores
mostrando
um sistema
no qual a
qualidade é
construída
em cada
--
J
Produção, montagem,
acabamento, teste
componente. L
Inspeção final
6.2 Juran
Os japoneses comportaram-se como estudantes aplicados dos professores ameri-
canos. Um dos outros professores a quem recorreram foi Joseph M. Juran. Juran
nasceu em 1904 e, a exemplo de Deming, nas décadas de 20 e 30 trabalhou na Western
Electric e sofreu forte influência de Walter A. Shewhart. Finda a Segunda Guerra
Mundial, Juran tornou-se consultor independente, assim como Deming. Em 1954,
Juran foi ao Japão e lá ministrou, a convite da JUSE, uma série de cursos e seminá-
rios de controle da qualidade destinados à alta e média gerência. Nesta época, a
JUSE conseguiu ampliar os horizontes dos gerentes participantes, mostrando que o
controle da qualidade não se aplicava apenas à manufatura e à inspeção, mas a
todas as áreas funcionais e a todas as operações da organização. Baseando-se na
orientação de Juran, a JUSE criou, em 1955, o curso de controle da qualidade para o
gerente médio e, em 1957, o curso de controle da qualidade para a alta administra-
ção. Depois de 54, Juran esteve no Japão várias outras vezes. Em 1979 fundou o
Juran Institute, onde ficou até 1989, ano em que passou o comando para um de seus
colaboradores.
7 Os 14 pontos de Deming
A década de 1970 testemunhou a expansão da economia japonesa e sua penetra-
ção nos mercados ocidentais, especialmente através das indústrias eletrônica e auto-
mobilística. Ao mesmo tempo, nasceu e cresceu o interesse dos ocidentais em entender
as razões do "milagre" japonês. A reação foi de perplexidade quando se descobriu que
muitos japoneses atribuíam a um americano, desconhecido em seu próprio país, gran-
de parte das razões de seu sucesso. Esse homem era Deming. No final dos anos 70, um
programa de televisão da NBC sobre as razões do sucesso japonês revelou sua verdadei-
ra dimensão e ele, então com 80 anos, teve o reconhecimento que lhe era mais que
devido. Foi então que os Estados Unidos e o mundo ficaram sabendo de sua história e
de sua importância para o renascimento do Japão depois da guerra.
-
Mais importante que o reconhecimento, porém, foi o fato de que agora seus
compatriotas queriam ouvi-lo. Não apenas eles, mas em todo o mundo havia gente
ansiosa pelos ensinamentos de Deming, que, apesar de sua idade avançada, envol-
veu-se em intensa atividade de consultoria e treinamento, à qual se dedicou até o
final de sua vida, nos últimos dias de 1993. Também surgiu grande interesse em
conhecer a história de Deming e sua participação no renascimento japonês.
Em 1982, como texto de apoio a seus cursos, Deming publicou o livro Qualia
productiviiy and competitive position (Qualidade, produtividade e posição competiti-
va), que se transformou em Out of the crisis (Superando a crise) em 1986. Nesse
livro, Deming discorre sobre um método para a administração da qualidade. Trata-
se do método Deming, que compreende 1 4 pontos ou princípios, relacionados na
Figura 8.10.
Deming também foi o divulgador do "ciclo de Shewhart", um plano de ação para
colocar em prática os 14 princípios, mas que ficou conhecido como o "ciclo de Deming"
(Figura 8.11).
Figura 8.10
.-
1 Estabelecer a constância do propósito de melhorar o produto e o serviço, com a
Os 14 pontos finalidade de tornar a empresa competitiva, permanecer no mercado e criar
de Deming empregos.
(DEMING, I
William Adotar a nova filosofia. Em uma nova era econômica, a administração deve
Edwards. Out I despertar para o desafio, assumir suas responsabilidades e assumir a liderança da
of the crisis. mudança.
Instituir a liderança.
Afastar o medo, para que todos possam trabalhar eficazmente pela empresa.
I Remover as barreiras aue imwdem ao trabalhador sentir orgulho pela tarefa bem
Figura 8.1 1
O ciclo de
Shewhart,
o u ciclo de
Deming, o u Observar os
ciclo PDCIA. resultados
Implementar
a mudança
Reiniciar
o ciclo
ação corretiva
Estudar um
processo e
planejar seu
aprimoramento
com sua qualidade assegurada ou qualidade garantida. Para colocar essa idéia em
prática, as empresas compradoras passaram a fazer a auditoria do sistema da quali-
dade de seus fornecedores, em vez de fazer a inspeção de seus produtos no momento
da entrega. Assim, a qualidade total abrange também a qualidade assegurada. Isto
significa que, numa cadeia produtiva, cada fabricante recebe produtos e serviços
com qualidade assegurada de seus fornecedores e fornece produtos e serviços com
qualidade assegurada para seus clientes. I
Por meio da garantia da qualidade, uma empresa qualquer, numa cadeia de pro- l
1
8.2 Auditoria do sistema da qualidade
Para certificar-se da qualidade garantida de seu fornecedor, a empresa compra-
dora faz então a auditoria do sistema da qualidade. Seus auditores visitam as insta-
lações do fornecedor e o inspecionam, com base numa lista de perguntas ou critérios
Administração da Qualidade 175
(ou manual de avaliação). A inspeção ou auditoria serve para decidir se'um fornece-
dor tem ou não condições de continuar como tal e também para escolher novos
fornecedores.
No princípio, quando os programas de asseguramento da qualidade começaram
a ser instituídos, os manuais de avaliação tinham também um papel orientador, uma
vez que muitas grandes empresas os entregaram a fornecedores selecionados, os
quais foram avisados de que, depois de um certo tempo, eles seriam avaliados com
base nos critérios constantes nesses manuais. A empresa compradora estava assim
dando a esses fornecedores um prazo para que procurassem se enquadrar dentro
das exigências do manual de avaliação.
Os fornecedores que eram aprovados e continuavam a sê-10, em inspeções ou
auditorias periódicas feitas com base nos manuais de avaliação, passavam à condi-
ção de credenciados ou qualificados.
drões primários. Outras normas específicas compõem a família ISO 9000; Consulte o
site da ISO para fazer uma visita à família.
ISO 19011, Diretrizes sobre a Fornece diretrizes para conferir a capacidade de o sis-
auditoria de sistemas de tema alcançar os objetivos da qualidade. Pode-se usar
administração da qualidade e/ou este padrão internamente ou para avaliar os fornece-
do ambiente (em desenvolvimento dores de uma empresa.
no início de 2002)
A Figura 8.12 apresenta uma relação de elementos abordados na série ISO 9000.
10 Prêmios da qualidade
Desde os anos 50, diversas instituições, como governos e associações de classe,
têm trabalhado para estimular as empresas e outras organizações a adotar as idéias
da qualidade. Uma estratégia para isso é a concessão dos prêmios da qualidade. Os
três prêmios mais importantes são: Deming, Baldrige e Europeu.
Figura 8.12
Elementos da
Norma ISO 0.1 Geral
9000: 2000. 0.2 Enfoque do processo
Em linhas 0.3 Relação com a ISO 9004
gerais, a nova 0.4 Compatibilidade com outros sistemas
edição da de administração
Norma trata
de dois 1 ESCOPO 1.1 Geral
tópicos 1.2 Aplicação
principais:
Documentos relacionados
sistema da
qualidade e 3 TERMOS E DEFINIÇÕES Termos e definições que se aplicam
qualidade do
produto ou 4 SISTEMA DA ADMINISTRAÇÃO 4.1 Requisitos gerais
serviço. DA QUALIDADE 4.2 Requisitos
Figura 8.13
. . ' . ao
Lrzrerzos
ri J-
p p p p p p
Figura 8.14
Critérios do
Prêmio Liderança Sistema de liderança, Liderançaorganizacional
Baldrige. valores, expectativas e Responsabilidadepfiblica e
responsabilidade Cidadania
pública da empresa.
Figura 8.15
Modelo
do Prêmio Gestão de Satisfação
Europeu da pessoas das pessoas
Qualidade
(www.efqm.
org). Resultados
Lideraiiça Processos
do negócio
Capacitadores Resultados
Figura 8.16
Critérios e
LIDERANÇA Comprometimento da liderança com a
indicadores Avalia como o comportamento e as cultura da Qualidade Total.
do Prêmio ações dos administradores Envolvimento com os clientes,
Europeu d a incentivam, apóiam e promovem a fornecedores e outros.
Qualidade cultura da Qualidade Total Reconhecimento das realizações das
(WWW. efqm. pessoas.
07-g) .
ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAS Planejamento e desenvolvimento das
Avalia como a organização competências das pessoas.
desenvolve o pleno potencial de sua Acordo das pessoas quanto às metas.
gente Envolvimento, potencialização e
reconhecimento das pessoas.
- - -
Questões
DEMING, Wiiliarn Edwards. Elementary principles of the statistical control of quality (Dr. W.
Edwards Deming's Lectures on Statistical Control of Quaiity, 1950, Tobo), Nippon Kagaku Gijutsu
Remrnei, Tokyo, 1951, p. 1-12.
. Qualidade: a revolução da administração. Rio de Janeiro: Marques-Saraiva, 1990.
DUNCAN,Acheson J. Quality control and industrial statistics. Homewood: Irwin, 1986.
FEIGENBAUM, A. i!Total quality control. New York: McGraw-Hill, 1983.
ISHIKAWA, Kaom. What is total quality control. Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 1985.
REEVES, Caro1A.; BEDNAR, David A. Defining quaiity: alternatives and implications.Academy of
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WALTON, Mary. O método Deming de administração. Rio de Janeiro: Marques - Saraiva, 1990.