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Fechamento autorizado
pode ser aberto pela ECT
SÍNDROME
DE ZINNER
AVALIAÇÃO DE
CONTINÊNCIA PÓS
PROSTATECTOMIA
AZOOSPERMIA
OBSTRUTIVA
TOXICIDADE DA
RADIOTERAPIA PÓS
CONDUTA NA PROSTATECTOMIA
COMPLICAÇÃO DO
ESFÍNCTER ARTIFICIAL
BALANOPOSTITE
ORQUIDOPEXIA COMPLICADA
TRAUMA FIBROSE
PENIANO RETROPERITONEAL
http://www.latindex.unam.mx/buscador/resBus.html?opcion=1&exacta=&palabra=Urominas
PALAVRA DO PRESIDENTE
Prezados Colegas,
Chegamos à V Edição do UROMINAS na Gestão 2014/2015, nos restando ainda mais uma para o final de 2015. Indexada,
sendo mais uma revista onde poderemos publicar, fruto do trabalho árduo, mas muito gratificante quando vemos a
edição pronta, mérito do nosso editor André Salazar e do co-editor Rogério Saint’Clair.
Cabe a cada sociedade médica proporcionar aos seus associados meios para uma constante evolução, promovendo
uma educação continuada com troca de experiências. Com este objetivo realizamos a VIII Jornada de Urologia nos dias
25, 26 e 27 de Julho de 2015 em Belo Horizonte, com o High Lights Oficial da AUA 2015, sucesso de público e crítica.
Já iniciamos a confecção da próxima edição da nossa revista, nos envie seus artigos para análise do corpo editorial.
Ela já esta a nível nacional de forma eletrônica, em breve com site próprio e estamos tentando enviá-la a todos os
urologistas da SBU de forma impressa.
PUBLICAÇÃO | SBU-MG Conselho Editorial Projeto Gráfico /Edição/ Arte Fale com a gente
Sociedade Brasileira de Urologia Dr. André Lopes Salazar Blog comunicação & Design Tel.(31) 3213 7002
(Secção Minas Gerais) Co –Editor (31) 3309 1036 sbu-mg@sbu-mg.org.br
Avenida Professor Alfredo Balena - 189 Dr. Rogério Saint – Clair Pimentel Mafra revista@blogconsult.com.br www.sbu-mg.org.br
Sala 1707, Funcionários - BH - MG
(31) 3213-7002 Tiragem: Distribuição:
www.sbu-mg.org.br 1000 exemplares Nacional Via correios /edição digital
A revista Urominas é o periódico científico oficial da Sociedade Bra- a) Artigos originais: 10 páginas
sileira de Urologia – Secção Minas Gerais, e destina-se à publicação b) Artigos de atualização e revisão: 10 páginas
de editoriais, artigos originais, artigos de atualização e revisão, re- c) Relatos de casos: 4 páginas
latos de casos, resumos de dissertações e teses, cartas ao editor, etc. d) Cartas ao editor: 1 páginas
e) Resumos de dissertações e teses: 1 página
Informações Gerais:
PÁGINA DE ROSTO:
O material submetido à publicação na revista Urominas deve ser
enviado por correio eletrônico, para o endereço: A página de rosto deve conter:
e-mail: sbu-mg@sbu-mg.org.br
1- Título do artigo
Os originais encaminhados devem ser acompanhados de 2- Nome dos autores, com seu grau acadêmico mais alto e
uma carta de submissão, declarando que: sua filiação institucional
3- O nome do(s) departamento(s) e da(s) instituição(ões) às
a) o artigo é original; não foi publicado e não está sendo quais o trabalho deve ser atribuído
submetido a outro periódico e nem o será, enquanto estiver 4- Registro de isenção de responsabilidade ou de proprie-
sob apreciação desta revista; dade, se for o caso
5- O nome e endereço do autor responsável pela correspon-
b) todos os autores estão de acordo com a versão final do trabalho; dência sobre o original
6- A(s) fonte(s) de financiamento, sob a forma de verbas,
c) a revista Urominas passa a ter direitos autorais sobre o ar- de equipamento, de drogas, ou todas elas
tigo, caso ele venha a ser publicado;
TEXTO:
d) os autores aceitarão as decisões do corpo editorial do pe-
riódico, quanto à necessidade de revisões ou modificações. O texto do trabalho deve conter as seguintes seções, cada uma com
seu respectivo subtítulo:
Os artigos serão recebidos pelo editor-chefe, o qual, após
uma análise preliminar, encaminhará ao corpo editorial. 1- Introdução 3- Resultados
2- Métodos 4- Discussão
A revisão dos artigos é feita aos pares (peer-review), man- 5- Referências
tendo-se em sigilo o nome dos autores.
REFERÊNCIAS:
O parecer final sempre será dos revisores, sendo que todos
os cuidados serão tomados no sentido de se garantir o ano- As referencias bibliográficas devem ser numeradas e ordenadas se-
nimato de ambas as partes. gundo a ordem de aparecimento no texto, no qual devem ser identifi-
cadas pelos algarismos arábicos respectivos, e em formato sobrescrito
A publicação dos artigos aprovados seguirá a ordem crono- e separado por vírgula quando necessário. (Exemplo1,2,3) O número
lógica de sua aceitação. de referências não deve exceder a 30. Devem ser formatadas no estilo
Vancouver. (Quando o número de autores ultrapassar a 6, somente o
O número máximo de autores aceitável é de 6 (seis), exceto em primeiro deve ser citado, seguido da expressão et al.)
casos de trabalhos considerados de excepcional complexidade.
TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS:
A aprovação pelos Comitês de Ética, em Pesquisa com Seres
Humanos, credenciados pelo Conselho Nacional de Saúde, Devem ser colocadas após o final do texto, com título e legenda,
será necessária sempre que for pertinente. e numeradas na ordem de aparecimento do texto. Gráficos
devem ser apresentados em preto e branco e somente em duas
ORIENTAÇÕES PARA A PREPARAÇÃO DOS ORIGINAIS dimensões. Fotos não devem permitir a identificação do pa-
ciente; tarjas cobrindo os olhos podem não constituir proteção
O processador de texto a ser utilizado deve ser o Microsoft Word®; adequada. Caso exista a possibilidade de identificação, é obri-
Fonte Arial, tamanho 12, justificado, espaço duplo. O arquivo en- gatória a inclusão de documento escrito, fornecendo consenti-
viado deverá ser em formato .docx. mento livre e esclarecido para a publicação.
ARTIGOS
ORQUIDOPEXIA 13
Estudo comparativo dos pacientes submetidos a orquiopexia no Hospital Universitário
Ciências Médicas provenientes da região metropolitana de Belo Horizonte e do interior
do Estado de Minas Gerais
RELATOS DE CASOS
BALANOPOSTITE COMPLICADA 24
Balanopostite complicada com retenção urinária aguda, sepse e necrose de prepúcio
Estamos esperando muito para operar?
FIBROSE RETROPERITONEAL 30
Relato de Caso: Fibrose retroperitoneal: relato de três casos
TRAUMA PENIANO 34
Relato de caso – Função Sexual preservada após trauma peniano grave em acidente motociclístico
AZOOSPERMIA OBSTRUTIVA 36
Remoção transuretral de cálculos dos ductos ejaculatórios para tratamento de
azoospermia obstrutiva
SÍNDROME DE ZINNER 40
Síndrome de zinner: diagnóstico incidental num paciente vítima de trauma
ARTIGO | RADIOTERAPIA PÓS RTU
A pesquisa foi submetida e aprovada pelo comitê de também a realização de exames comprobatório destas
ética da Fundação Cristiano Varella – Hospital do Câncer entidades, como Cintilografia Óssea, Biópsias Ósseas, To-
de Muriaé. Realizamos revisão de prontuários e contatos mografia de Abdome e Pelve (Linfonodomegalias e le-
telefônicos com pacientes everificamos a ocorrência de sões em vísceras sólidas) e Tórax (lesões em parênquima
dis-função erétil, incontinência e histórico de retenção pulmonar).
urinária com necessidade de tratamento cirúrgico (Ure-
trotomia Interna, Cistostomia, Dilatação Uretral ou Res- - RXT: Será considerada recidiva a elevação de 2ng/dl do
secção de Colo Vesical). Além do seguimento de cada PSA após a obtenção do Nadir (menor valor de PSA ob-
indivíduo com exames de PSA seriado para verificação servado após o tratamento radioterápico) – ASTRO –
da eficácia de cada terapêutica. American Society for Radiation Oncology (Roach et al.,
2006). Sendo considerada recidiva sistêmica a ocorrência
Com intuito de padronizar a nossa pesquisa seguimos deste fato num período menor que 2 anos e ou a persis-
os conceitos abaixo, que respeitam normatizações tência da elevação do PSA apesar desta terapêutica ou
urológicas atuais, para aquisição de dados:Incontinên- os mesmos critérios radiológicos e comprovação por
cia Urinária: Perda urinária relacionada com esforços, biópsia descrita acima para PTR.
por urgeincontinência ou insensíveis, que apareceram
e persistiram após 2 (dois) anos do último tratamento Critérios de Exclusão:
instituído para o CaP,com necessidade do uso de pro-
- Presença de acometimento linfonodal
tetores (forro, fraldas, etc), realização de procedi-
mento cirúrgico corretivo (Sling Masculino, Esfincter - Hormonioterapia neo ou adjuvante;
Artificial, etc) ou tratamento para Bexiga Hiperativa
(medicações anticolinérgicas, aplicação de Toxina Bo- - RXT neoadjuvante
tulínica Intravesical, etc).
- Perda do seguimento
Disfunção Erétil: Incapacidade de obter e manter uma
- Presença de outro tipo histológico que não o
ereção com rigidez suficiente para obtenção da penetra-
adenocarcinoma
ção até a conclusão doorgasmo, independente do uso
de medicações estimuladores de ereção (Inibidores da Critérios de Inclusão:
5 Fosfodiesterase, Prostaglandinas Intra-cavernosas, etc)
ou que tiveram que fazer uso de procedimento cirúrgico Seguimento mínimo de 2 anos após a ultima terapêu-
para colocação de prótese peniana. tica instituída (Cirurgia ou Radioterapia)
- PTR: Após obtenção de valores indetectáveis de PSA a Os dados obtidos da análise dos prontuários foram di-
elevação deste marcador atingindo 0,2ng/dl será consi- gitados e arquivados em um banco com auxílio do pro-
derada recidiva. Sendo considerada recidiva sistêmica a grama “Excel 9.0 for Windows”. Na análise estatística foi
ocorrência deste fato num período menor que 2 anos e empregado o Software Stata Statistical, versão 10.0,
após este período caracterizada como recidiva local. E Special Edition, Stata Corporation.
TABELA 1
TABELA 2
TOTAL 53 20 17 90
A criptorquia é a patologia urogenital mais comum em Foram levantados os prontuários dos pacientes subme-
recém nascidos do sexo masculino e é definida como a tidos a orquiopexia pelo serviço de urologia pediátrica
falha na descida do testículo até sua posição intra-escro- do Hospital Universitário Ciências Médicas no período
tal. Sua incidência varia de 0,1% a 9% dos meninos ao entre agosto de 2011 e novembro de 2014. Paciente com
nascimento. Consensos atuais indicam a correção cirúr- historia de cirurgia inguinal prévia e orquiopexia por ou-
gica após o sexto mês de vida e até, no máximo, dois anos tras indicações foram excluídos do estudo. Os pacientes
de idade (1). Pacientes submetidos ao tratamento cirúr- foram divididos em dois grupos, um pertencente à região
gico após a idade recomendada podem ter o desenvol- metropolitana de Belo Horizonte e ou outro de pacientes
vimento testicular prejudicado (2). provenientes do interior de MG. Foi considerada a idade
da criança no dia da cirurgia. Os dados colecionados in-
No ambulatório de urologia pediátrica do Hospital cluíram idade, lateralidade, tipo de cirurgia realizada, pro-
Universitário São José, observamos que poucos pa- veniência, distância da capital, evolução e se retornou
cientes são atendidos com idade inferior ao indicado. para controle. Para os pacientes com criptorquia bilateral,
O objetivo deste estudo é avaliar a idade dos pacien- a idade considerada foi a da primeira cirurgia realizada.
tes encaminhados para a correção de criptorquia e se A distância das cidades do interior à capital foi coletada
há diferença entre os pacientes da região metropoli- utilizando-se de dados da Wikipédia. Para análise esta-
tana de Belo Horizonte (RMBH) e os provenientes do tística das variáveis contínuas foi utilizado o teste t de Stu-
interior de Minas Gerais (MG). dent e para as variáveis categóricas foram utilizados os
teste do qui-quadrado e o teste de Fisher. A correlação de torção de testículo). A idade média dos pacientes foi
linear entre a distância da capital e a idade das crianças de 68,5 meses (13 a 166 meses). Foram realizadas 22
estudadas foi feita utilizando a fórmula de Pearson e o orquiopexias à direita e nove à esquerda ( 51% e 21%,
coeficiente de determinação. respectivamente). Doze pacientes (28%) foram diag-
nosticados com criptorquia bilateral. A idade médias
RESULTADOS destes pacientes foi de 60 meses (13 a 141 meses).
Trinta pacientes (70%) foram submetidos a orquiopexia
Foram identificadas 46 orquiopexias realizadas no pe- convencional e nove paciente (21%) foram submetidos
ríodo estudado, todas em pacientes do Sistema Único a laparoscopia para correção de testículos não palpá-
de Saúde (SUS). Três pacientes foram excluídos do es- veis. Orquiectomia foi necessária em 5 pacientes (12%).
tudo (um caso de herniorrafiaipsilateral no período Oito pacientes (19%) não retornaram para controle
neonatal e dois casos de orquiopexia como profilaxia após a cirurgia, quatro da RMBH e quatro do interior.
TABELA 1
Bilaterais 12 (27,9%)
Orquiectomia 5 (11,6%)
TABELA 2
RMBH Interior MG P
Orquiectomia (número de
2 3 NS**
pacientes)
Laparoscopia 4 5 NS**
GRÁFICO 1
Não observamos uma correlação forte entre a distância A RMBH tem uma população estimada maior que
da capital e a idade dos pacientes operados ( R = 0,24) e cinco milhões da habitantes distribuídos em 34 muni-
somente 5% da variação da idade pode ser explicada cípios. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geogra-
pela distância até a capital (gráfico 1). fia e Estatística, é a terceira maior região
metropolitana Brasileira(FONTE). No ambulatório de
DISCUSSÃO urologia pediátrica do Hospital Universitário Ciências
Médicas, observamos que frequentemente os pacien-
A criptorquia é a patologia urogenital congênita mais tes são operados com idade bem superior ao recomen-
comum em meninos. O protocolo atual da AmericanUro- dado atualmente. Somente quatro de nossos
logicalAssociation recomenda que os testículos ausentes pacientes foram operados com menos de dois anos de
do escroto até os seis meses de vida devem ser encami- idade e nenhum paciente com menos de um ano de
nhados para orquiopexia devido à baixa probabilidade de vida. Apesar da proximidade dos centros de cirurgia de
descida espontânea após esta idade (1). Em um estudo maior complexidade, os pacientes da RMBH também
entre meninos com criptorquia e meninos com os testícu- foram operados com idade superior ao recomendado.
los tópicos, Kollin C observou que pacientes operados As causas da demora até o tratamento definitivo não
após três anos de idade apresentaram crescimento menor foram avaliadas no presente estudo, mas podemos
do testículo quando comparados com pacientes operados suspeitar que os gargalos do sistema de saúde esta-
até os noves meses de idade (2 KOLLIN C ET AL). dual associados à falta de educação continuada dos
Declaramos para os devidos fins que não existem conflitos de interesse no trabalho em que foi realizado,
e também não houve recebimento de verbas ou financiamentos na execução deste trabalho.
TABELA 1
INCONTINÊNCIA URINÁRIA DOIS MESES APÓS A OPERAÇÃO
Grupos
Incontinência Grupo 1 Grupo 2
N % N % P
Presente 15 33,3 18 39,5 0,51
Ausente 30 66,7 27 60,5
TABELA 2
INCONTINÊNCIA URINÁRIA SEIS MESES APÓS A OPERAÇÃO
Grupos
Incontinência Grupo 1 Grupo 2
N % N % p
Presente 8 17,1 10 21,1 X²= 0,135 0,59
Ausente 37 82,9 35 78,9
TABELA 3
COMPARAÇÃO ENTRE O GRAU DE INCONTINÊNCIA
Incontinência
Grupos Aos dois meses Aos seis meses
Grupo 1 n % n % p
Presente 15 33,3 8 17,1 0,09
Ausente 30 66,7 37 82,9
Grupo 2
Presente 18 39,5 10 21,1 0,06
Ausente 27 60,5 35 78,9
1 INCA - Instituto Nacional do Câncer. Câncer de próstata/Epi- sparing laparoscopic radical prostatectomy: replicating the
demiologia. Instituto Nacional do Câncer, 2013. Disponível open surgical technique. Urology. 2004 Jul;64(1):123-7.
em: http://www.inca.gov.br/Acesso em: 11 abr. 2013.
12 Morash CG, Cagiannos I, Bella AJ. Improving outcomes
2 Reis JP, Ferraz J, Varela J, Romão A. Diagnóstico Precoce do
post-radical prostatectomy: nerve-sparing status and
Carcinoma da Próstata. Acta Urológica 2006, 23; 2: 77-83.
urinary continence. CUAJ. 2009. Vol.3, 465.
9 Nelles JL, Freedland SJ, Presti JC Jr, Terris MK, Aronson WJ, tomy: Incidence by definition, risk factors and temporal
Amling CL, et al. Impact of nerve sparing on surgical mar- trend in a large series with a long-term follow-up. BJU Int.
gins and biochemical recurrence: results from the SEARCH 2006; 97:1234–41.
database. Prostate Cancer Prostatic Dis. 2009; 12(2):172-6.
18 1Toren P, Alibhai SM, Matthew A, Nesbitt M, Kalnin R, Fles-
10 Schumacher M, Thalmann GN, Studer UE. Radical hner N, et al. The effect of nerve-sparing surgery on patient-
prostatectomy in the treatment of organ confined reported continence post-radical prostatectomy.Can Urol
prostate cancer. TherUmsch. 2006 Feb;63(2):143-50. Assoc J. 2009 Dec; 3(6):465-70.
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão 1 - Residentes de Urologia do Hospital das Clinicas da
Preto / USP (Ribeirão Preto – Sao Paulo) – Departamento de Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Cirurgia e Anatomia, Disciplina de Urologia 2 - Médico assistente da disciplina de Urologia do Hospital
das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
FIGURA 2 FIGURA 3
Estes valores mostram a importância de um bom acon- EJ and Latini JM: Long-term durability and functional
selhamento pré – operatório dos pacientes candidatos outcomes among patients with Artificial Urinary
a um novo implante de dispositivo do AMS-800, prin-
Sphincters: A 10-Year Retrospective Review from
cipalmente quando indicado após erosão e/ou infeção
do primeiro dispositivo.(5) University of Michigan. J Urol 2008; 179: 1912.
FIBROSE RETROPERITONEAL:
RELATO DE TRÊS CASOS
FIGURA 1 FIGURA 2
CASO CLÍNICO 3
FIGURA 3
CCR, sexo masculino, 38 anos, negro. Referia há dois TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ABDOME
meses, dor abdominal em região epigástrica com irra- COM JANELA PÉLVICA MOSTRANDO (A) MASSA
diação para flanco direito e esquerdo de início insidioso RETROPERITONEAL INFILTRATIVA EVOLVENDO A PAREDE
associada a inapetência e perda ponderal de 5 quilos. LATERAL PÉLVICA, AS ARTÉRIAS ILÍACAS COMUNS,
Não apresentava vômitos e alteração de hábito intesti- URETERES DISTAIS, COM INFILTRAÇÃO DA PORÇÃO
nal. Exame físico com regular estado geral, palidez cutâ- ANTERIOR DO MÚSCULO ÍLEO PSOAS.
neo mucosa 2+\4+, abdome globoso, com ruídos
hidroaéreos presentes, timpânico, punho percussão ne-
gativa, indolor a palpação. Testículo esquerdo ligeira-
mente diminuído e toque retal sem alterações. Exames
com hematócrito 31%, hemoglobina 10g/dl, leucócitos
4.200 sem desvio, creatinina 17mg/dl, uréia 184mg/dl,
potássio 5,3mEq/L, sódio 140mEq/L, alfa-fetoproteina
3,46mcg/L, beta HCG negativo, desidrogenase lática
180U/L, VHS 91mm/h, PCR 1,8mg/dl. USG de abdome:
ureterohidronefrose moderada bilateral e presença de
tecido hipoecóico em topografia de bifurcação aórtica
de limites parcialmente definidos envolvendo aorta, veia
cava inferior, artérias e veias ilíacas comum. Ultrassono-
grafia de testículo com atrofia testicular e hidrocele es-
querda e ausência de nódulos. Realizado 5 sessões de
hemodiálise com posterior passagem de duplo J bilate-
ral com pielografia ascendente evidenciando mediani- Fonte: Arquivo pessoal
zação e estreitamento ureteral segmentar e hidronefrose
bilateral, porém mais intensa a esquerda.
Após melhora do quadro doloroso e das escórias nitroge- DISCUSSÃO
nadas foi realizado TC de abdome e pelve apresentando
massa retroperitoneal de aspecto infiltrativo desde o terço
distal da aorta até a parede lateral pélvica à esquerda, en- A fibrose retoperitoneal tem apresentação clínica ines-
volvendo aorta distal e artérias ilíacas comuns, ureteres pecífica, de caráter insidioso, tendo como sintoma clínico
distais, com infiltração da porção anterior do músculo íleo mais comum dor lombar leve a moderada ou dor abdo-
psoas, medindo 130x87x110 mm (fig. 3). Realizada urete- minal em flancos associado a anorexia, perda de peso e
rólise aberta bilateral com anatomopatológico que de- mal estar. A complicação mais comum é a insuficiência
monstrou proliferação fusocelular sem atipias, com renal aguda. Nos presentes casos, a dor lombar foi o sin-
intensa fibrose e infiltrado linfocitário focal. Recebeu alta toma inicial, e em dois casos houve alterações de escó-
em uso de corticoterapia oral mantida por quatro meses. rias nitrogenadas6,7.
da terapia clinica inicial e abordagem cirúrgica 10 . view. Clin Rheumatol 2011; 30:601-605
O tratamento clínico obtêm bons resultados com uso 7 Corradi D, Maestri R, Palmisano A, Bosio S, Greco P, Manenti
de prednisona via oral 60mg/dia com desmame pro- L et al. Idiopathic retroperiotoneal fibrosis: clinicopatholo-
gressivo ou tamoxifeno 20mg/dia 10,11 .
gic features and differential diagnosis. Kidney Int, 2007;
No tratameto cirurgico, a medida inicial é direcio- 72(6): 742-753
nada para desobstrução através de stents ureterais.
O tratamento definitivo consiste na dissecção dos 8 Caifa RO, Vinuesa AS, Izquierdo RS, Brufau BP, Ayuso Colella
ureteres envoltos por massa fibrótica realizando a JR, Molina CN. Retroperiotoneal fibrosis: role of imaging in
ureterólise dos mesmos (peritonização do ureter). diagnosis and follow-up. Radiographics, 2013; 172: 139-
Em casos de insuficiência renal aguda grave com evi- 143
dência de importante compressão extrínseca urete-
ral, sepse de origem urológica ou pionefrose tem-se 9 Scheel PJJ, Feeley N. Retroperiotoneal fibrosis. Rheum Dis
como alternativa a realização de nefrostomia percu- Clin N Am 2013, 39:365-381
tânea 2,9,12 .
10 Catanoso MG, Spaggiari L, Magnani L, et al. Efficacy of in-
Nos últimos anos um número crescente de relatos
fliximab in a patient with refractory idiopathic retroperio-
clínicos de fibrose retroperiotonial tem sido descri-
toneal fibrosis. Clin Exp Rheumatol 2012; 30: 776-8
tos, ressaltando a necessidade de reconhecer e abor-
dar de forma precoce e precisa essa doença. 11 Vaglio A, Palmisano A, Alberici F, et al. Prednisone versus
tamoxifen in patients with idiopathic retroperiotoneal fi-
Julio Pereira Costa Junior PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PUC - SP
Serviço de Urologia - Sorocaba – SP
Daniel Ilias
FIGURA 3 FIGURA 4
com equipe especializada obtendo melhora. (Figura 4) Janeiro, v. 40, n. 4, p. 351-353, Aug. 2013 . Available
Referiu ter apresentado episódios de ereção peniana algu- from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art-
mas semanas após o procedimento cirúrgico e negou qual- text&pid=S010069912013000400017&lng=en&nrm=is>.
quer queixa urinária. access on 19 Sept. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-
69912013000400017.
36 | Urominas
FIGURA 1
FIGURA 2
Urominas | 37
ARTIGO | AZOOSPERMIA OBSTRUTIVA
FIGURA 3
Fonte: Extraído de Gray H. Anatomy of the human body. Philadelphia: Lea & Febiger, 1918; Fig. 1153
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8) Turek PJ, Magana JO, Lipshultz LI. Semen parame-
1) Schlegel PN. Evaluation of male infertility. Minerva ters before and after transurethral surgery for ejacu-
Ginecol, 61(4):261-83, 2009. latory duct obstruction. J Urol 155:1291-3, 1996
A síndrome de Zinner é definida pela presença de cisto Paciente masculino, 30 anos, com história prévia de inves-
de vesícula seminal associado à agenesia renal ipsilate- tigação de infertilidade, sem antecedentes cirúrgicos ou
ral. Consiste numa anomalia urológica congênita extre- comorbidades, admitido no pronto-atendimento da cirur-
mamente rara, decorrente do desenvolvimento gia após trauma motociclístico (queda numa rodovia).
embriológico anormal da porção distal do ducto meso-
O paciente encontrava-se com nível de consciência 15
néfrico (de Wolff ), no primeiro trimestre da gestação. A
segundo Escala de Coma de Glasgow, queixando-se de
sua manifestação varia individualmente, desde indiví-
dor lombar apenas. Foi avaliado inicialmente pela
duos assintomáticos até aqueles com alterações na fer- equipe da cirurgia do trauma, a qual executou atendi-
tilidade. mento inicial segundo as condutas do Advenced Trauma
Life Suport –ATLS.
O objetivo deste relato é apresentar um caso raro de Sín-
drome de Zinner, que foi descoberto incidentalmente O atendimento prosseguiu com avaliação pela equipe
após a realização de uma tomografia computadorizada da neurocirurgia, que solicitou uma tomografia compu-
(TC) num paciente vítima de trauma motociclístico. O pa- tadorizada de crânio e coluna. O estudo tomográfico evi-
ciente foi avaliado inicialmente pela equipe da cirurgia denciou, além de fratura à nível da primeira vértebra
do trauma, e prosseguiu investigação com a equipe da lombar em achatamento com retropulsão de fragmento,
urologia. a ausência de rim e ureter à direita.
TABELA 1
GRUPO DESCRIÇÃO
Grupo 1 Cisto de vesícula seminal
Grupo 2 Cisto de ducto de Muller
Grupo 3 Ureterocele ectópica (cisto de vesícula seminal com agenesia renal ipsilateral)
Grupo 4 Dilatação cística da vesícula seminal
Outros (incluindo de origem desconhecida)
- cisto utricular
- remanescente do ducto de Muller
Grupo 5
- cisto do ducto de Wolff
- obstrução do ducto ejaculatório
- cisto de retenção prostática
O trabalho de Van den Ouden et al. [9] mostrou que os tralateral pérveo e ainda pode dificultar a restauração da
sintomas mais frequentes são disúria (37%), polaciúria fertilidade após reconstrução [1]. No entanto, casos de
(33%), dor perineal (29%), epididimite (27%), ejaculação ducto ejaculatório pérveos ipsilaterais ao cisto de vesí-
dolorosa (21%) e dor escrotal (13%). Outros sintomas re- cula seminal já foram descritos. Portanto, o estatus de
latados são: hematúria, hematoespermia e infecção re- fertilidade deve ser investigado nos portadores da Sín-
corrente do trato urinário. drome de Zinner [1].
Várias teorias procuram justificar a infertilidade, presente Os cistos de vesicular seminal devem ser diferenciados
em até 45% dos pacientes [9]. A infertilidade pode ser de outras patologias, incluindo [1]: cistos de ducto de
causada pela obstrução do ducto ejaculatório, que re- Muller e cistos de ducto ejaculatório, ambos localizados
sulta num volume ejaculatório reduzido (menor do que em linha média. A presença de espermatozoides no lí-
1 ml), associado com azoospermia ou oligoespermia se- quido diferencia os cistos de vesícula seminal dos cistos
vera, pH alcalino, baixa concentração de carnitina e fru- de ducto de Muller. Outras possibilidades são cistos pros-
tose e alta concentração de citrato [1]. Outra hipótese é táticos (localização lateral), divertículos da ampola da vas
a de que a obstrução do ducto ejaculatório possa blo- deferens, ureterocele ectópica e abscesso. Tumores be-
quear a passagem do sêmen no ducto normal contrala- nignos ou malignos de bexiga, reto e sacro e linfonodos
teral [1]. Outros autores ainda postulam que a obstrução também devem ser descartados. Adenocarcinoma pri-
unilateral do ducto ejaculatório pode levar à produção mário da vesícula seminal, embora raro (metástases são
de anticorpos anti-espermatozoides em indivíduos que mais comuns), podem ocorrer em pacientes com idade
são imunologicamente responsivos, o que pode provo- maior do que 50 anos. Nesse caso, massas sólidas intra-
car infertilidade mesmo com o ducto ejaculatório con- císticas podem ser identificadas com tomografia (TC) ou
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