Você está na página 1de 43

1

1 Título do trabalho:

2 Alimentos funcionais na prevenção das doenças cardiovasculares.

4 Autores:

5 Priscila Rodrigues de Almeida1, Thaís Helena Alves Theodoro1, Pérola Ribeiro2

6
1
7 Aluna do curso de graduação em Nutrição pela Universidade São Francisco, Bragança

8 Paulista, SP, Brasil.


2
9 Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Professora

10 doutora assistente do curso de Nutrição da Universidade São Francisco (USF), campus

11 Bragança Paulista, SP, Brasil.

12

13 Autor para correspondência:

14 Pérola Ribeiro

15 Av. São Francisco de Assis, 218 – Jardim São José

16 CEP: 12916-900 – Bragança Paulista – SP

17 Telefone: (11) 4034-8206

18 e-mail: perolaribeiro@saofrancisco.edu.br ou prminerva@yahoo.com.br

19
2

1 RESUMO

2 Obesidade, diabetes melittus, doenças cardiovasculares (DCV), hipertensão, acidentes

3 vasculares cerebrais e alguns tipos de cânceres são as principais causas de incapacitação

4 e morte prematura no mundo. O objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão da

5 literatura para verificar os efeitos do consumo de alimentos funcionais na prevenção de

6 doenças cardiovasculares. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica que compreendeu o

7 período de 2000 a 2009, nas bases de dados Scielo, Medline e PubMed. Uma dieta rica

8 em energia, gorduras saturadas e trans, colesterol, sal e álcool desempenha um papel

9 chave no surgimento desse tipo de doença. A elevação dos níveis plasmáticos da LDL-c

10 e triglicerídeos e a redução dos níveis da HDL-c são fatores de risco para eventos

11 cardiovasculares. Acredita-se, também, que a dieta exerça um papel fundamental na

12 melhora da resposta imunológica, no retardo do envelhecimento e na prevenção de

13 inúmeras doenças. A alimentação adequada é fundamental para a prevenção das DCV,

14 ressaltando-se que um único alimento consumido de forma isolada, não é capaz de

15 prevenir o surgimento de doenças, ou seja, recomenda-se uma combinação de

16 alimentos, como parte da alimentação habitual, para melhorar a qualidade de vida e/ou

17 reduzir o risco de doenças.

18 Unitermos: doenças cardiovasculares, comportamento alimentar, alimentos funcionais,

19 alimentos.

20
3

1 ABSTRACT

2 Obesity, diabetes mellitus, cardiovascular diseases (CVD), hypertension, stroke and

3 some types of cancers are the leading causes of disability and premature death in the

4 world. The aim of this study was to review the literature to determine the effects of

5 consumption of functional foods in the prevention of cardiovascular diseases. We

6 performed a literature search that included the period from 2000 to 2009, in Scielo,

7 Medline and PubMed databases. A diet rich in energy, saturated and trans fatty acid,

8 cholesterol, salt and alcohol plays a key role in the emergence of this type of disease.

9 The elevation of plasma levels of LDL-c and triglycerides and lower levels of HDL-c

10 are risk factors for cardiovascular events. It is believed also that diet plays an essential

11 role in enhancing the immune response in the delay of aging and the prevention of

12 various diseases. Adequate nutrition is essential for the prevention of CVD, noting that

13 a single food consumed in isolation, is not able to prevent outbreaks of diseases, instead

14 it is recommended that a combination of foods as part of normal feed, to improve the

15 quality of life and/or reduce the risk of disease.

16 Uniterms: cardiovascular diseases, feeding behavior, functional food, food.

17
4

1 INTRODUÇÃO

2 As doenças crônico-degenerativas, incluindo obesidade, diabetes melittus, doenças

3 cardiovasculares (DCV), hipertensão, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e alguns

4 tipos de cânceres estão se tornando as principais causas de incapacitação e morte

5 prematura no mundo. Projeções sugerem que, em 2020, as doenças crônicas serão

6 responsáveis por quase ¾ de todas as mortes no mundo. Nos países desenvolvidos, as

7 mortes causadas por uma ou mais dessas doenças serão: 71% de doença cardíaca

8 isquêmica, 75% de AVC e 70% de diabetes mellitus, uma vez que o número de

9 diabéticos aumentará de 84 para 228 milhões de pessoas em 2025124.

10 Segundo Fisberg et al. (2001)38 e World Health Organization (2002)124, enquanto fatores

11 como idade, sexo e suscetibilidade genética não são passíveis de modificações, outros

12 fatores são modificáveis, tais fatores denominados de risco incluem: a) fatores sociais,

13 que compreendem uma complexa mistura de interações sócio-econômicas, culturais e

14 parâmetros ambientais; b) fatores biológicos como, por exemplo, dislipidemias,

15 hipertensão, sobrepeso e hiperinsulinemia e c) fatores comportamentais como, por

16 exemplo, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, atividade física e dieta.

17 Dentre os fatores de risco para as DCV, uma dieta rica em energia, gorduras saturadas,

18 colesterol e sal desempenham um papel chave no surgimento desse tipo de doença 74, 38,
124
19 .

20 Apesar disso, a baixa incidência dessas doenças em algumas populações chama a

21 atenção para a sua dieta. Os esquimós com uma alimentação à base de peixes ricos em

22 ácidos graxos polinsaturados ômega 3 e 6 apresentam baixo índice de DCV, como:

23 aterosclerose, trombose e arritmia 86,57. Os franceses, apesar de apresentarem as mesmas

24 taxas de colesterol que os americanos, têm uma taxa de mortalidade, para DCV,

25 correspondente a um terço da observada nos Estados Unidos. Essa contradição pode ser
5
41, 31
1 explicada pelo hábito francês de ingerir vinho às refeições . Nestes países, o hábito

2 de se consumir frutas e verduras, também, resultam na diminuição do risco de DCV e

3 cânceres.

4 Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimentos, que surgiu

5 no Japão, na década de 80, por meio de um programa do governo que tinha como meta

6 desenvolver alimentos saudáveis para uma população que envelhecia com aumento da
4,20
7 expectativa de vida . De acordo com a Portaria nº 398, de 30 de abril de 1999, da

8 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), alimentos funcionais são

9 definidos como todo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais

10 básicas, quando consumido parte de uma dieta produz efeitos metabólitos e/ou

11 fisiológicos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão

12 médica 16.

13 A American Dietetic Association (2004)1 considera que os alimentos funcionais

14 incluem os alimentos integrais, fortificados e enriquecidos que apresentam um efeito

15 potencialmente benéfico à saúde, quando consumidos como parte de uma dieta variada,

16 cujos efeitos sejam comprovados cientificamente. No Quadro 1 são apresentados os

17 principais componentes bioativos desses alimentos, seus benefícios à saúde e a

18 quantidade recomendada de ingestão.

19
6

1 Quadro 1: Alimentos funcionais, seus componentes bioativos, benefícios à saúde e

2 ingestão diária recomendada.

Alimento Componente Bioativo Benefício à saúde Ingestão diária

Alho Compostos organosulfurados ↓ LDL-colesterol e colesterol total 1 unidade/dia

Aveia β-glucana ↓ LDL-colesterol e colesterol total 60g/dia

Chá verde Catequinas ↓ risco de cânceres 4 – 6 xícaras/dia

9 10
Leites fermentados Probióticos Melhora saúde do trato gastrointestinal 10 – 10 UFC/dia

Nozes AGM, vitamina E ↓ risco de doença coronariana 30 – 60g/dia

Peixes AG ômega-3 ↓ TG e doença coronariana 2 porções/semana

Soja Isoflavonas ↓ LDL-colesterol e colesterol total 25g/dia

Tomate e derivados Licopeno ↓ risco de câncer de próstata 30mg/dia

Suco de uva ou vinho Resveratrol ↓ agregação plaquetária 240 – 480mL/dia

3 Fonte: American Dietetic Association, 2004

4 AGM: Ácido Graxo Monoinsaturado. TG: Triglicerídeos. UFC: Unidades Formadoras de Colônias.

6 Neste contexto, objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão da literatura para

7 verificar os efeitos do consumo de alimentos funcionais na prevenção de doenças

8 cardiovasculares.

10 MATERIAL E MÉTODOS

11 Realizou-se uma pesquisa bibliográfica que compreendeu o período de 2000 a 2009, nas

12 bases de dados Scielo, Medline e PubMed, utilizando-se os seguintes termos de busca:

13 doenças cardiovasculares, alimentos funcionais, nutracêuticos, cardiovascular disease,

14 functional foods e nutraceuticals. A pesquisa retornou mais de 650 publicações sobre o

15 tema.

16
7

1 REVISÃO DA LITERATURA

2 CARACTERIZAÇÃO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

3 As DCNT são de etiologia multifatorial e compartilham vários fatores de riscos

4 modificáveis, como: o tabagismo, a inatividade física, a alimentação inadequada, a


52,21,66
5 obesidade e a dislipidemia . Estudos epidemiológicos têm mostrado que as DCV,

6 por exemplo, seriam uma causa relativamente rara de morte na ausência dos principais

7 fatores de risco 11.

8 No Brasil, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são responsáveis pela

9 maior parcela dos óbitos e das despesas com assistência hospitalar no Sistema Único de

10 Saúde (SUS). No Brasil, as DCV surgem como a principal causa de mortes e

11 representam quase um terço de óbitos totais e 65% do total de mortes na faixa etária de
48
12 30 a 69 anos . As doenças do coração incluem infarto e arteriosclerose, que podem

13 causar problemas vasculares, como derrame e infarto. A causa principal dessas

14 enfermidades é a obstrução do fluxo de sangue nos vasos sanguíneos em virtude da

15 formação de placa de gordura que, à medida que aumentam de tamanho reduzem o

16 fluxo até que, em último caso, chegam a obstruí-lo por completo 52,10.

17 Comparando-se a taxa de mortalidade por infarto agudo do miocárdio (IAM) de oito

18 capitais brasileiras (Belém, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São

19 Paulo, Curitiba e Porto Alegre) com a de outros países, verificou-se que no grupo etário

20 mais jovem (entre 35 e 44 anos) o risco de morte por IAM foi cerca de três vezes maior

21 nos homens e quatro vezes maior nas mulheres do que nos Estados Unidos, e nos

22 grupos mais idosos, os coeficientes foram o dobro dos norte americanos 23.

23 Stamler et al. (1999)110 mostraram que, aproximadamente, 75% dos novos casos dessas

24 doenças ocorridos nos países desenvolvidos, nas décadas de 70 e 80, poderiam ser

25 explicados por dieta e atividade física inadequadas, expressas por níveis lipídicos
8

1 desfavoráveis, obesidade e elevação da pressão arterial em associação com o hábito de

2 fumar.

3 Grandes mudanças varreram o mundo desde a segunda metade do século XX, induzindo

4 a grandes modificações na dieta, a princípio nas regiões industrializadas e mais

5 recentemente nos países em desenvolvimento. Segundo Barker et al. (1989)9 e Barker et

6 al. (2001)8, o rápido aumento das doenças crônicas é o determinante chave da saúde

7 pública global. Setenta e nove por cento das mortes atribuídas às doenças crônicas estão

8 ocorrendo nos países em desenvolvimento, predominantemente, em homens de meia

9 idade. As evidências sugerem que os riscos para doenças crônicas iniciam-se na vida

10 fetal e continuam durante toda a vida. Portanto, as doenças crônicas do adulto refletem

11 diferentes exposições cumulativas ao longo da vida para danos físicos e ambientais.

12 Os mesmos fatores dietéticos influenciam a concentração lipídica sérica tanto em

13 crianças quanto em adultos. Embora o tipo de alimentação (aleitamento materno ou

14 fórmula) nas fases iniciais da vida, provavelmente, não tenha efeito do tipo memória na

15 concentração futura de lipídios séricos no homem, a intervenção precoce é apoiada pelo


106
16 fato de que hábitos e preferências dietéticos são formados precocemente . Segundo

17 Nicklas et al. (1987)85, Aggett et al. (1994)2, Wilson et al. (1998)122, Simell et al.

18 (1999)106 e Koletzko et al. (2000)65, a aterogênese coronariana inicia-se na infância.

19 Como a extensão das lesões pré-ateroscleróticas dependem da quantidade de

20 lipoproteína sérica já na infância e vida adulta jovem, os esforços para prevenir a

21 aterosclerose têm sido, ultimamente, direcionados para modificar a exposição aos

22 fatores de risco também na criança. Koletzko et al. (2000)65 ressaltam, ainda, que em

23 crianças e adolescentes, ingestões elevadas de gordura dietética estão associadas com

24 uma maior prevalência de obesidade. Consumo elevado de gorduras saturadas e ácidos

25 graxos trans aumentam as concentrações plasmáticas do colesterol total e da fração da


9

1 lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), levando, até mesmo, à deposição vascular de

2 lipídio. Portanto, ingestões reduzidas de gorduras saturadas e ácidos graxos trans são

3 recomendadas para crianças e adolescentes saudáveis para reduzir o risco, na vida

4 futura, de doenças coronarianas.

5 Numerosos estudos experimentais, epidemiológicos, ensaios clínicos e metanálises

6 estabeleceram claramente a associação entre dislipidemia e aumento do risco de morte.

7 O Brasil acompanha este fenômeno internacional, apresentando estatísticas onde as

8 principais causas de morte são as doenças cardiovasculares, com valores percentuais em

9 torno de 25%, responsáveis por cerca de 250.000 mortes ao ano 15.

10 Vários ensaios clínicos, tanto de prevenção primária quanto secundária, demonstram

11 que a redução das concentrações de LDL-c diminui a taxa de eventos cardiovasculares.

12 Usados na prevenção primária e secundária de doenças cardiovasculares, estes

13 tratamentos podem reduzir a incidência de doença isquêmica do coração em 25% a 60%

14 e o risco de morte em 30%, além de outros efeitos em eventos mórbidos, como angina,

15 acidentes vasculares cerebrais, necessidade de procedimentos de revascularização

16 miocárdica e periférica 71.

17

18 ALIMENTOS PROMOTORES DAS DCV

19 Gordura saturada

20 A década de 60 se caracterizou pela tendência de modificar as práticas alimentares

21 aumentando o consumo de ácidos graxos poliinsaturados e reduzindo, embora

22 discretamente, a gordura total. Este período foi marcado pelo uso de equações preditivas

23 do teor plasmático de colesterol em função das mudanças nas concentrações dos ácidos

24 graxos saturados e poliinsaturados 64.


10

1 As gorduras saturadas aumentam o risco de dislipidemias como também de doenças

2 cardíacas. As principais fontes são alimentos de origem animal (manteiga, banha,

3 toucinho, carne e seus derivados, leite e laticínios integrais), embora alguns óleos
46,17
4 vegetais, como o óleo de coco e dendê sejam ricos nesse tipo de gordura . Vários

5 estudos observaram que uma ingestão relativamente alta de gordura saturada

6 (aproximadamente 17% do Valor Energético Total – VET) é um contribuinte


63,64,104,12
7 significante para a alta incidência de doenças coronarianas . Por isso, é

8 recomendado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira 17, que o total de energia

9 da alimentação proveniente das gorduras saturadas seja inferior a 10%.

10 O consumo de gorduras saturadas tende a aumentar ainda mais intensamente com a

11 renda. O limite máximo para este nutriente na dieta é de até 10% do VET. Para famílias

12 brasileiras com renda entre dois e cinco salários mínimos, a porcentagem de energia

13 proveniente das gorduras saturadas corresponde a 9,7% do VET. Entre aquelas que

14 recebem mais de cinco salários-mínimos, 11,2% do VET é oriundo de gorduras

15 saturadas 59.

16

17 Gordura trans

18 Grande parte dos alimentos processados contém muita gordura, principalmente, do tipo

19 hidrogenada. A hidrogenação converte os óleos vegetais líquidos e insaturados em

20 gorduras sólidas e mais estáveis a temperatura ambiente, produzindo um tipo de gordura

21 conhecida com ácidos graxos trans ou gorduras trans16.

22 Somente em 1990, através de um estudo realizado por Mensink & Katan (1990)76, a

23 atenção de muitos pesquisadores foi despertada para a investigação dos efeitos adversos

24 dos ácidos graxos trans. Neste estudo, os autores mostraram que a ingestão elevada de

25 gordura trans aumentava os níveis de LDL-c de maneira similar aos ácidos graxos
11

1 saturados. Entretanto, foi observado que os AGT reduziam os níveis da HDL-c,

2 alterando significativamente a razão entre a LDL-c e a HDL-c, em relação à dieta em

3 que a gordura trans foi substituída por ácidos graxos saturados.

4 O consumo de ácidos graxos trans da população americana é de aproximadamente 2,6%

5 do total energético e de 7 a 10% do total de energia proveniente de lipídios 50,113. Ainda

6 não há estudos epidemiológicos deste tipo no Brasil, porém, como os hábitos

7 alimentares da população brasileira estão cada vez mais próximos da americana, o

8 consumo de ácidos graxos trans, também, deve estar elevado, uma vez que se observa

9 consumo excessivo de produtos industrializados que apresentam gordura vegetal

10 hidrogenada em sua formulação79.

11 O guia alimentar para a população brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, em

12 2005, recomenda que no máximo 1% do VET da alimentação diária seja proveniente

13 desse tipo de gordura, ou seja, no máximo 2g/dia para uma dieta de 2.000Kcal 17.

14

15 Colesterol dietético

16 Encontrado somente em alimentos de origem animal, o colesterol dietético, embora

17 eleve as concentrações sanguíneas de LDL-c, possui menor efeito sobre a

18 colesterolemia, quando comparado com a gordura saturada. Para reduzir sua ingestão,

19 deve-se restringir o consumo de vísceras, frutos do mar, gema de ovo, pele de aves,

20 embutidos e frios 53,99.

21 Diversos estudos têm evidenciado que modificações na composição lipídica da dieta

22 podem promover alterações nas concentrações séricas de colesterol, evidenciando o

23 efeito da dieta nas concentrações séricas de colesterol plasmático, que pode ser

24 significativamente modificado pela quantidade e qualidade dos ácidos graxos ingeridos


40,95,33,35
25 .
12
108
1 Segundo a IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose ,

2 as recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias são: de 25 a

3 30% das calorias totais devem ser provenientes das gorduras, sendo que destas, 7% ou

4 menos devem ser de gordura saturada, 10% ou menos de gordura poliinsaturada, 20%

5 ou menos de gordura monoinsaturada e ingestão de colesterol dietético inferior a

6 200mg/dia.

8 Sal

9 Estudos epidemiológicos, clínicos e experimentais sugerem que a ingestão habitual de

10 uma dieta com elevado conteúdo de sal seria responsável pela etiologia e patogênese da

11 hipertensão 102. Apesar de não se dispor de estudos com boa representatividade em nível

12 nacional sobre a hipertensão arterial no Brasil, pesquisas localizadas mostram

13 prevalências elevadas, situando-se no patamar de 20 a 45% da população adulta 42.

14 Geleijnse et al. (1997)45 e Heino et al. (2000)56 relatam que a hipertensão primária tem

15 seu início na infância, sendo que a ingestão excessiva de sódio em crianças é um dos

16 fatores para seu desenvolvimento. Segundo Fodor et al. (1999)39 e Rique et al. (2002)97,

17 as maiores quantidades de sal, atualmente, consumidas na América do Norte originam-

18 se de alimentos industrializados. Somente 20 a 30% do sódio dietético total consumido

19 é originado da adição de sal ao alimento após sua preparação, o restante é derivado de

20 fontes de ocorrência natural ou produtos industrializados.

21 Kerr et al. (1978)62 relatam que a ingestão de sal em excesso, na vida precoce, pode ser

22 um fator significante para o desenvolvimento da hipertensão. Os autores sugerem que a

23 alta ingestão de sal dos adultos é o resultado de um paladar adquirido para esse produto,

24 através da exposição a alimentos altamente salgados, durante a infância, e que se a

25 ingestão de sal em bebês e crianças fosse reduzida a níveis basais, alguns indivíduos
13

1 predispostos à hipertensão, seja por fatores genéticos ou ambientais, poderiam reduzir

2 os riscos dessa doença potencialmente letal. Infelizmente, a ingestão de sal de bebês e

3 crianças tem aumentado dramaticamente. Em parte, esse aumento é devido a

4 substituição do leite materno pelo leite de vaca, o qual contem três vezes mais sódio, e à

5 adição de alimentos de transição precocemente.

6 Por isso, a Associação Americana do Coração 3, recomenda que os indivíduos não

7 tenham um consumo superior a 2.400mg de sódio por dia, o que equivale a 6g ou 1½

8 colher de chá de sal de mesa.

10 Álcool

11 O álcool, droga cuja ação é responsável pela depressão do sistema nervoso central,

12 causa alterações comportamentais e psicológicas, além de importantes efeitos

13 metabólicos. O seu consumo em excesso pode provocar problemas como violência,

14 suicídio, acidentes de trânsito, causar dependência química e outros problemas de saúde

15 como desnutrição, doenças hepáticas, gastrointestinais, cardiovasculares, respiratórias,

16 neurológicas e do sistema reprodutivo. Interfere também no desenvolvimento fetal e

17 ainda aumenta o risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer 60,90.

18 O consumo regular de álcool na quantidade de três a quatro doses por dia ou mais

19 aumenta o risco de hipertensão, acidente vascular cerebral, cânceres, como: boca,

20 garganta, esôfago, cólon e fígado como conseqüência da cirrose hepática 61.

21 Para os que fazem o uso de bebidas alcoólicas, o consumo deve ser limitado a duas

22 doses diárias para homens e uma dose para mulheres. A recomendação é diferente para

23 homens e mulheres em razão da estrutura física. As mulheres são normalmente menores

24 e mais leves que os homens, o que torna o organismo feminino mais vulnerável ao

25 álcool 17.
14

1 Sabe-se que ingestões moderadas ou baixas de bebida alcoólica se associam com menor
29
2 mortalidade por doenças cardiovasculares . Atribui-se esse efeito cardioprotetor ao

3 álcool pela sua capacidade de elevação dos níveis de HDL-c e redução do fibrinogênio,

4 inibindo a agregação plaquetária 37.

5 A AHA (2000)3 recomenda que, caso haja ingestão de álcool, este consumo não

6 ultrapasse a 2 drinques por dia para homens, o que equivale a 30g de etanol/dia e um

7 drinque diário para as mulheres, o que corresponderia a 14g de álcool. Já a III Diretriz

8 Brasileira sobre Disciplinas e Prevenção da Aterosclerose 108 não recomenda o consumo

9 de álcool para a prevenção de aterosclerose.

10

11 ALIMENTOS PROTETORES CONTRA AS DCV

12 Os hábitos alimentares têm sido relacionados a fatores de risco para doenças crônicas 69.

13 Acredita-se, também, que a dieta exerça um papel fundamental na melhora da resposta

14 imunológica, no retardo do envelhecimento e na prevenção de inúmeras doenças.

15 No Mediterrâneo e no Japão, por exemplo, postula-se que os padrões alimentares

16 confiram benefícios à saúde. A dieta tradicional mediterrânea é baseada no consumo de

17 óleo de oliva, peixes, grandes quantidades de frutas e vegetais, oleaginosas e cereais 120,
116,
18 que contribuem para a baixa incidência de cânceres, relacionados a gorduras e de
118 7
19 doenças coronarianas , devido à presença de antioxidantes e à elevada proporção

20 dietética de ácidos graxos monoinsaturados, em relação à de ácidos graxos saturados. O

21 padrão alimentar norte-americano, que tende a ser rico em gorduras e pobre em frutas e

22 vegetais, exerce um papel negativo na saúde, acarretando um aumento dos riscos de

23 doenças crônicas 101.

24 A dieta japonesa se constitui no baixo consumo de gorduras e óleos em geral e,

25 particularmente, na baixa concentração de ácido linoléico (ω-6) em relação à de ácido


15

1 linolênico (ω-3), o que se atribui à larga ingestão de pescados. Destaca-se também o

2 consumo de vegetais, frutas, soja e seus derivados, além do chá verde, que é consumido

3 em grande proporção. Esse padrão dietético pode explicar a redução dos riscos de

4 cânceres e DCV, bem como, o fato da expectativa de vida nessa região ser a maior do

5 mundo 114,116.

6 Os alimentos que exercem efeito protetor contra as DCV, segundo a American Dietetic

7 Association (2004)1 são: soja, aveia, fibras alimentares, alho, peixes de águas profundas,

8 tomate, uva, suco de uva e vinho tinto, linhaça e chá verde. Entretanto nesta revisão

9 abordar-se-á somente os efeitos da soja, do tomate, do alho e da uva, suco de uva e

10 vinho tinto.

11

12 Soja

13 As isoflavonas, também conhecidas como isoflavonóides, são compostos químicos

14 fenólicos, pertencentes à classe dos fitoestrógenos, estão amplamente distribuídos na

15 natureza. As concentrações destes compostos são maiores nas leguminosas e, em

16 particular, na soja, sendo que as principais isoflavonas encontradas nesta leguminosa e

17 seus derivados são: daidzeína, genisteína e gliciteína, as quais apresentam-se como

18 várias formas de conjugados glicosídicos, dependendo da extensão do processamento ou

19 fermentação. Do total de isoflavonas, dois terço são de glicosídeos conjugados de

20 daidzeína e pequenas concentrações de gliciteína. Já nos derivados fermentados,

21 predominam a genisteína e a daidzeína, em função da ação das glicosidases

22 bacterianas36.

23 Em humanos, estudos epidemiológicos mostram claramente uma maior incidência de

24 alguns tipos comuns de câncer (mama, próstata e cólon) e DCV nas populações

25 ocidentais expostas a limitadas quantidades de isoflavonas de soja (daidzeína e


16

1 genisteína) na dieta. Evidência adicional para proteção contra o câncer e doenças

2 cardíacas, resultantes da administração de isoflavonas de soja, tem sido verificada em

3 vários modelos experimentais com animais 14,73,81. Além disso, as isoflavonas, também,

4 desempenham um papel importante na regulação de lipoproteínas, reduzindo LDL-c e

5 aumentando HDL-c, e protegem contra o desenvolvimento de placas de ateroma 5. Os

6 mecanismos postulados são tipicamente baseados na ligação das isoflavonas a

7 receptores estrógenos dentro das células de maneira semelhante ao estradiol, o que

8 influenciaria no metabolismo do colesterol e das lipoproteínas. Em adição, as

9 isoflavonas poderiam agir como antioxidantes, inibindo o processo trombótico e

10 bloqueando a proliferação de células musculares lisas nas paredes das artérias 93. Por

11 outro lado, o aumento do consumo de produtos de soja pode implicar redução do

12 consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e colesterol e, sendo assim, exercem

13 um efeito indireto na redução do colesterol sangüíneo 58.

14 Com base no consumo de fitoestrógenos pelos povos orientais,o Food and Drug

15 Administration recomenda a ingestão de 30 a 60mg de isoflavonas sob a forma de

16 agliconas, a fim de se obterem os benefícios desejados 105.

17

18 Tomate

19 O tomate e seus derivados são as melhores fontes dietéticas de licopeno, sendo que as

20 maiores concentrações são encontradas em produtos que sofreram cocção, como:


80
21 molho, polpa de purê, extratos, massas e sucos . O licopeno é um carotenóide sem

22 atividade pró-vitamina A, lipossolúvel, composto por onze ligações conjugadas e duas

23 ligações duplas não conjugadas. O licopeno é tido como o carotenóide que possui a

24 maior capacidade seqüestrante do oxigênio singlete, possivelmente devido à presença

25 das duas ligações duplas não conjugadas, o que lhe oferece maior reatividade 34,67.
17

1 O licopeno, como os demais carotenóides, se encontra em maiores quantidades na casca


98
2 dos alimentos, aumentando consideravelmente durante o seu amadurecimento . O

3 licopeno ingerido, na sua forma natural, como trans licopeno, é pouco absorvido, mas

4 estudos demonstram que o processamento térmico rompe a parede celular e permite a


123
5 extração do licopeno dos cromoplastos . Segundo Gartner et al. (1997)44, o

6 processamento de alimentos fontes tem influência na concentração do licopeno. A

7 ingestão de molho de tomate cozido em óleo resultou em aumento de duas a três vezes

8 na concentração sérica de licopeno após a sua ingestão, mas nenhuma alteração foi

9 observada quando se administrou o suco de tomate fresco.

10 O consumo de licopeno, também, está sendo inversamente associado com risco de


68
11 infarto do miocárdio . A oxidação da molécula de LDL é o passo inicial para o
96
12 desenvolvimento do processo aterogênico e conseqüente doença coronária ; embora

13 exista um limite na evidência de que uma suplementação de licopeno possa reduzir os

14 níveis de LDL 6.

15

16 Alho

17 O alho é provavelmente a erva mais amplamente citada na literatura por propriedades


82
18 medicinais . A aliina é o aminoácido presente no alho, em sua forma intacta, a qual

19 sofre conversão enzimática, pela enzima alinase, em alicina. Esse processo só ocorre

20 quando o alho é cortado ou esmagado 70. Portanto, a melhor forma de consumo do alho

21 é mastigá-lo ou ingeri-lo in natura, pois a alicina perde suas propriedades após essa

22 ação.

23 As substâncias fitoquímicas do alho são as responsáveis pela atividade antiaterogênica

24 desse bulbo, inibindo a síntese de colesterol hepático e bloqueando a oxidação do LDL-


125
25 c . Os efeitos benéficos à saúde advindos do consumo do alho são observados há
18

1 séculos por cientistas e vão desde a atividade bacteriana até prevenção de doenças

2 cardiovasculares, haja vista os resultados de algum estudos referentes a atividade anti

3 hipertensiva, inibição do colesterol 119,84,112.

4 O alho é capaz de reduzir à concentração de colesterol sérico, a pressão arterial, além de


94
5 inibir a agregação plaquetária . Em estudo com humanos e animais, tem se

6 evidenciado que a utilização de alho poderia reduzir as concentrações de colesterol e

7 triglicerídios plasmáticos e assim diminuir a possibilidade de doenças cardiovasculares.

8 O consumo de alho também poderia aumentar o HDL-c 72.

10 Uva, suco de uva e vinho tinto

11 A uva, o vinho e os produtos derivados da uva contêm grande quantidade de

12 componentes fenólicos que agem como antioxidantes 78. O consumo desses flavonóides

13 está associado ao risco reduzido de eventos coronários, e a ingestão de produtos da uva,

14 incluindo vinho tinto e suco de uva roxa, inibe a agregação plaquetária. Em pacientes

15 com doença arterial coronariana (DAC) estas bebidas mostraram um efeito antioxidante

16 potente, pois melhoraram a função endotelial, induziram a vasodilatação dos vasos


111
17 arteriais e inibiram a oxidação do LDL-c . Essas propriedades antioxidantes são

18 atribuídas à presença dos polifenóis na casca e sementes da uva 19.

19 O vinho tinto tem recebido atenção especial devido a seus componentes fenólicos

20 inibirem fortemente a oxidação do colesterol LDL-c in vitro. Como a oxidação deste

21 lipídio tem papel importante no desenvolvimento da doença cardiovascular

22 aterosclerótica, o consumo dessa bebida é abordado no estudo da prevenção da doença


19
23 . O consumo moderado do vinho tinto foi associado à redução na incidência de

24 eventos cardiovasculares, pois seus componentes, os flavonóides, estão implicados nos

25 benefícios cardiovasculares devido a sua habilidade em inibir a função plaquetária 92.


19

1 O suco de uva também é um antioxidante poderoso, mas existem controvérsias quanto a

2 sua eficácia. Os efeitos antioxidantes foram demonstrados in vitro, onde ocorreu

3 redução da oxidação do colesterol LDL-c e melhora do fluxo médio de vasodilatação

4 (FMD) em pacientes com DAC. Entretanto, os efeitos do suco de uva não foram

5 investigados in vivo 111. Em estudo realizado por Chou et al. (2001)24, os flavonóides do

6 suco de uva melhoraram a função endotelial e o FMD, mas não evitaram a oxidação de

7 LDL-c e baixou o nível de HDL-c.

8 Os flavonóides presentes no suco de uva, como a catequina, epicatequina, quercetina e

9 antocianinas, são fontes ricas de antioxidantes, e estudos in vitro mostraram atividade

10 eficaz na inibição do colesterol LDL-c 87.

11 Segundo Pataki et al. (2002)91, Os flavonóides do vinho tinto são ricos em polifenóis

12 como resveratrol, catequina e proantocianidinas. Em um ensaio clínico randomizado,

13 Hayek et al. (1997)55 investigaram o efeito do consumo do vinho tinto e de seus

14 polifenóis quercetina e catequina no desenvolvimento da lesão aterosclerótica associado

15 à suscetibilidade de agregação do colesterol LDL-c e oxidação sob condições de

16 estresse oxidativo em ratos deficientes em apolipoproteína E (apo E) ateroscleróticos. A

17 deficiência de apo E implica na progressão do desenvolvimento da aterosclerose, pois o

18 LDL é altamente suscetível à oxidação e à agregação.

19 Segundo Giehl et al. (2007) 47, o consumo moderado de vinho está associado com a

20 redução de doenças cardiovasculares, recomendando duas doses por dia para homens e

21 uma dose por dia para mulheres. Estas recomendações equivalem a 90-120mL por dia

22 de vinho, que deve ser consumido com uma refeição. Ressaltam que a bebida alcoólica

23 não deve ser usada como prevenção única, pois pode desencadear outras doenças, não

24 existindo doses seguras para o consumo destas bebidas.

25
20

2 Linhaça

3 A linhaça é um grão oleaginoso, de cor marrom ou amarelo dourado, rico nos ácidos

4 graxos poliinsaturados α-linolênico e, em menor quantidade, linoléico, além de conter

5 teores significativos de proteína vegetal, lignanas, fibra alimentar solúvel e insolúvel,

6 goma ou mucilagem, ácidos fenólicos, flavonóides, ácido fítico, vitaminas e minerais.

7 Todas essas substâncias são consideradas importantes devido aos efeitos benéficos à

8 saúde, reforçando as propriedades funcionais da linhaça 89,28,13,22.

9 Os ácidos α-linolênico e linoléico são considerados ácidos graxos essenciais e

10 precursores dos demais ácidos das famílias ω-3 e ω-6, respectivamente. Ambos podem

11 ser convertidos nos ácidos eicosapentaenóico e docosahexaenóico, que por sua vez são

12 transformados em eicosanóides com atividades imunomoduladoras. O consumo

13 excessivo de ω-6 e a alta relação ω-6: ω-3, comum atualmente na dieta ocidental,

14 podem favorecer o desenvolvimento de quadros patológicos, tais como DCV, cânceres,

15 doenças auto-imunes e doenças inflamatórias, enquanto o aumento da ingestão de ω-3 e

16 conseqüente redução da relação entre ω-6 e ω3 exerce o efeito oposto 120,106.

17 O ácido graxo poliinsaturado α-linolênico, entre suas diversas funções biológicas, é

18 usado como fonte energética e matéria-prima do tecido nervoso e de substâncias que

19 regulam a pressão arterial/freqüência cardíaca, a coagulação, a dilatação vascular e a

20 lipólise 126.

21 A ação da linhaça como alimento funcional há tempos vem sendo investigada, contudo,

22 é importante salientar que a alegação de propriedade funcional deve ser embasada

23 cientificamente. E, nesses termos, a linhaça pode ser classificada, sim, como alimento

24 funcional, uma vez que há comprovações científicas de seus benefícios à saúde 97. Além

25 disso, o grão foi eleito pelo National Cancer Institute (NCI) como uma das seis
21

1 principais plantas e/ou sementes a serem estudadas, tendo em vista o interesse na

2 proteção ao câncer 89. Já no Brasil, os cadernos didáticos do Ensino de Jovens e Adultos

3 (EJA), por exemplo, trazem, entre seus textos, um intitulado “Semente de linhaça na

4 alimentação natural”, com o objetivo de introduzir o conceito de alimento funcional e de

5 fazer com que os alunos conheçam os benefícios potenciais da linhaça à saúde 75.

6 A dieta contendo linhaça foi considerada a mais eficiente para diminuir o colesterol

7 total e os níveis de triglicerídios séricos bem como para manter íntegro o parênquima

8 hepático 25.

10 Fibras alimentares

11 A fibra alimentar é construída como polissacarídeos e substâncias associadas que,

12 quando ingeridos, não sofrem hidrólise, digestão e absorção no intestino delgado de


26
13 humanos . Dentre inúmeros alimentos pesquisados, certamente as fibras são as que

14 merecem maior atenção devido às suas propriedades funcionais cientificamente

15 comprovadas. Elas se destacam, dentre outros alimentos, devido à sua capacidade na

16 redução do colesterol 88.

17 Segundo Colli et al.(2005)27, a viscosidade é a principal característica da fibra

18 responsável pela diminuição do colesterol plasmático e das lipoproteínas de baixa

19 densidade. Os polissacarídeos viscosos podem afetar o metabolismo de lipídios por

20 meio de diferentes vias, incluindo o aumento da excreção de ácidos biliares e a

21 diminuição da absorção de lipídios.

22 Existem dois tipos de fibras alimentares:as solúveis (pectinas, gomas, mucilagens,

23 algumas hemiceluloses) encontradas nos legumes, aveia, leguminosas(feijão, ervilha,

24 lentilha) e frutas, particularmente as cítricas e maçã; e as insolúveis (lignina, celulose,

25 algumas hemiceluloses), presentes nos derivados de grãos inteiros, como os farelos, e


22
30
1 também nas verduras . Existem duas hipóteses a respeito do mecanismo de efeito

2 redutor da concentração sanguínea de colesterol das fibras solúveis: a primeira

3 estabelece que as fibras solúveis aumentam a excreção de ácidos biliares, fazendo com

4 que o fígado remova colesterol do sangue para a síntese de novos ácidos e sais biliares,

5 e a outra indica que o propionato, produto da fermentação das fibras solúveis, inibe a

6 síntese hepática do colesterol e, embora ainda haja algumas controvérsias no mecanismo

7 exato da síntese de ácidos biliares, triglicerídeos e LDL-c em relação às fibras, o papel

8 preventivo de diferentes fibras na redução do colesterol plasmático vem-se confirmando

9 cada vez mais 43.

10 A quantidade recomendada de fibras pela American Dietetic Association (2004) 1 é de

11 20 a 35g/dia. Já a IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da

12 aterosclerose 109, recomenda que a ingestão de fibras seja de 20 a 30g por dia, sendo de

13 5 a 10g de fibra solúvel, como medida adicional para a redução do colesterol.

14

15 Chá verde

16 Sabe-se que a oxidação da LDL-c é considerada como uma das principais causas do

17 desenvolvimento da doença coronária. A ingestão do chá verde parece conferir uma

18 redução do desenvolvimento desse tipo doença crônica, uma vez que apresenta alta

19 concentração de constituintes polifenólicos, que possuem elevadas propriedades

20 antioxidantes 51,l5.

21 Os chás são ricos em compostos biologicamente ativos (flavonóides, catequinas,

22 polifenóis, alcalóides, vitaminas, sais minerais) que contribuem para a prevenção e o

23 tratamento de várias doenças 117.

24 A American Dietetic Association (2004)1 sugere o consumo, diário, de 4 a 6 xícaras de

25 chá de chá verde, a fim de se obter os efeitos benéficos do chá verde à saúde, como na
23

1 prevenção de certos tipos de câncer. A forma de preparo também deverá ser

2 considerada, devendo- se ferver a água até pouco antes da ebulição e despejá-la nas

3 folhas de chá bem devagar e do alto, para agregar oxigênio, o que ajuda na redução do

4 processo oxidativo. A infusão deverá ficar abafada por um período de 2 a 3 minutos. O

5 armazenamento por longo tempo também não é recomendado, pois ocorre perda dos

6 compostos fenólicos. A proporção de água e ervas deve ser a seguinte: para cada litro de

7 água, quatro colheres de sopa de erva fresca ou duas colheres de erva seca. Os chás

8 devem, de preferência, ser preparados em utensílios de barro, louça ou cobre 115.

10 Peixe

11 Estudos populacionais e epidemiológicos mostraram que o consumo de peixe está

12 associado à diminuição dos coeficientes de morbi mortalidade pelas DCV 102.

13 Burr et al. (1989) 18conduziram um estudo randomizado controlado,em homens,a fim de

14 examinar os efeitos da gordura do peixe na recidiva de infarto do miocárdio .Os

15 indivíduos recrutados eram orientados a consumir no mínimo duas porções de peixe

16 semanalmente (entre 200 e 400g),enquanto o grupo controle não recebeu esse tipo de

17 orientação.Os grupos foram seguidos durante cerca de dois anos ,onde também foram

18 observados os níveis plasmáticos de lipídios .Após o período de seguimento, os autores

19 constataram uma redução de cerca de 29% da mortalidade no grupo que havia

20 consumido a dieta com um maior conteúdo de gordura de peixe.


109
21 A IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção da aterosclerose (2007) ,

22 recomenda que em altas doses (4 a 10g ao dia) reduzem os triglicerídeos e aumentam

23 discretamente o HDL. Podem, entretanto, aumentar o LDL.

24

25
24

2 CONCLUSÕES

3 A alimentação adequada é fundamental para a prevenção das DCV. É importante

4 ressaltar que um único alimento consumido de forma isolada, não é capaz de prevenir o

5 surgimento de doenças, ou seja, recomenda-se uma combinação de alimentos, como

6 parte da alimentação habitual, para melhorar a qualidade de vida e/ou reduzir o risco de

7 doenças. O nutricionista tem papel fundamental na orientação e elaboração do plano

8 alimentar desestimulando o consumo de alimentos promotores das DCV e incentivando

9 o consumo dos protetores contra essas doenças.

10
25

1 REFERÊNCIAS

2 1. AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION. Position of the American Dietetic

3 Association: Functional Foods. J Am Diet Assoc, 104: 814-826, 2004.

4
5 2. AGGETT P.J.; HASCHKE F.; HEINE W.; HERNELL O.; KOLETZKO B.;

6 LAFEBER H.; et al. Committee Report: childhoold diet and prevention of coronary

7 heart disease. J Ped Gastroenterol Nutr, v.19, 261-69, 1994.

9 3. AMERICAN HEART ASSOCIATIONA. AHA Scientific Statement for health care

10 professionals from the nutrition committee of the American Heart Association.

11 Circulation, 102, p.2284-99, 2000.

12

13 4. ANJO D. F. C. Alimentos funcionais em angiologia e cirurgia vascular. J Vasc BR,

14 v.3(2):145-54, 2004.

15

16 5. ANTHONY M. S.; CLARKSON T. B.; HUGHES C. L. Soybean isoflavones

17 improve cardiovascular risck factors affecting the reproductive system of peripubertal

18 rhesus monkeys. Journal of Nutrition, Bethesda, v.126, p.43-50, 1996.

19

20 6. ARAB L.; STECK S. Lycopene and cardiovascular disease. Am J Clin Nutr,

21 71(6):1691-5, 2000.

22

23 7. BARBASTE M. Dietary antioxidants, peroxidation and cardiovascular risks. J Nutr

24 Health Aging, 6(3):209-23, 2002

25
26

1 8. BARKER D. J. P.; FORSÉN T.; UUTELA A.; OSMOND C.; ERIKSSON J. G. Size

2 at birth and resilience to effects of poor living conditions in adult life: longitudinal

3 study. BMJ, 323(1): 1273-76, 2001

5 9. BARKER D. J. P.; WINTER P. D.; OSMOND C.; MARGETTS B.; SIMMONDS S.

6 J. Weight in infancy and death from ischaemic heart disease. Lancet, 2: 577-80, 1989.

8 10. BARRETO S. M.; PASSOS V. M.; CARDOSO A. R., LIMA-COSTA M. F.

9 Quantifying the risk of coronary artery disease in a community: the Bambuí project.

10 Arquivo Brasileiro de Cardiologia, 81(6):556-561, 549-555, 2003.

11

12 11. BEAGHOLE R.; SARACCI R.; PANICO S. Cardiovascular diseases: causes,

13 surveillance and prevention. International Journal of Epidemiology, 30:S1-S4, 2001.

14

15 12. BECKER N.; ILLINGWORTH D. R.; ALANJOVIC P.; CONNOR W. E.;

16 SIMEBERG E. E. Effects of saturated, monounsaturated and w-6 polyunsaturated fatty

17 acids on plasma lipids, lipoproteins in humans. American Journal Clinical of Nutrition,

18 Bethesda, v.37, p.355–360, 1983.

19

20 13. BOMBO A. J. Obtenção e caracterização nutricional de snacks de milho (Zea mays

21 L.) e linhaça (Linum usitatissimum L.). 2006. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública)

22 – Universidade de São Paulo, São Paulo.

23
27

1 14. BRANDI M. L. Natural and systetic isoflavones in the prevention and treatment of

2 chronic diseases. Calcified Tissue International, New York, v.61, p.1S-8S, 1997.

3 Supplement 1

5 15. BRASIL.(Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA). Guia do Bolso do

6 Consumidor Saudável. Brasília, [2003]. Disponível em:

7 <http://www.anvisa,gov.br/divulga/noticias/2003> acesso em 13 jun 2005.

8
9 16. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária

10 (ANVISA). Diretrizes básicas e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde

11 alegadas em rotulagem de alimentos. Portaria nº 398 de 30 de abril de 1999. Brasília,

12 DF, 2009. Disponível em <URL: http://www.anvisa.gov.br/legis/resol> [29 de Outubro

13 2009]

14

15 17. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a população brasileira:

16 promovendo a alimentação saudável. 2005; Secretaria da Atenção á Saúde,

17 Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição Série A. normas e manuais

18 técnicos. Brasília – DF. 1º edição.

19

20 18. BURR M. L.; GILBERT J. F.; HOLLIDAY R. M.; ELWOOD P. C.; FEHILY A.

21 M.; ROGERS S.; SWEETNAM P. M.; DEADMAN N. M. Effects of changes in fat,

22 fish and fibre intakes on death and myocardial reinfarction: diet and reinfarction trial

23 (DART). Lancet, London, v.2, nº 8666, p.757-761, 1989.

24
28

1 19. CACCETTA R. A. A.; CRORT K. D.; BEILIN L. J.; et al. Ingestion of red wine

2 significantly increases plasma phenolic acid concentration but does not acutely affect ex

3 vivo lipoprotein oxidizability. Am J Clin Nutr, 71: 67-74, 2000.

5 20. CARVALHO P. G. B.; MACHADO C. M. M.; MORETTI C. L.; FONSECA M. E.

6 N. Hortaliças como alimentos funcionais. Hortic. Brás, 24: 397-404, 2006.

8 21. CHANG M. Y.; CHAIT A. Atherosclerosis and ageing. In: HAZZARD W. R.;

9 BLASS J.P.; ETTINGER J. R. W. H.; HALTER J. B.; OUSLANDER J. G. Principles

10 of Geriatric Medicine and Gerontology. 4th ed. São Paulo: Mcgraw Hill, p.61-68, 1999.

11

12 22. CHEN H.; et al. Gelation properties of flaxseed gum. Journal of Food Engineering,

13 v.80, n.4, p.1051-1059, 2007.

14

15 23. CHOR D.; et al. Doenças Cardiovasculares: panorama da mortalidade no Brasil.In:

16 Minayo MC. os muitos Brasis. 2ª edição. Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, p.57-86,

17 1999.

18
19 24. CHOU E. J.; KEEVIL J. G.; AESCHLIMANN S.; et al. Effect of ingestion of

20 purple grape juice on endothelial function in patients with coronary heart disease. Am J

21 Cardiol, 88: 553-5, 2001.

22

23 25. CINTRA D. E. C.; et al. Lipid profile of rats fed high-fat diets based on flaxseed,

24 peanut, trout or chicken skin. Nutrition, v.22, p.197-205, 2006.

25
29

1 26. COLLI C.; SARDINHA F.; FILISETI T. M. C. C. Alimentos funcionais. In:

2 CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto. Guias de Medicina Ambulatorial e

3 Hospitalar, 1º Edição. São Paulo: Manole, cap. 4, p.68-69, 2002.

5 27. COLLI C.; SARDINHA F.; FILISETTI T. M. C. C. Alimentos Funcionais. In:

6 Cuppari L. Guia de Nutrição: Nutrição clínica no adulto. São Paulo: Manole, p.71-87,

7 2005.

9 28. COLLINS T. F. X.; et al. Effects of flaxseed and defatted flaxseed meal on

10 reproduction and development in rats. Food and Chemical Toxicology, v.41, n.6, p.

11 819–834, jun. 2003.

12

13 29. CRIQUI M. H. Alcohol and cardiovascular mortality. In: Kaplan, R. M. & Criqui,

14 M. H., eds. Behavioral epidemiology and disease prevention. New York, Plenum Press,

15 p. 67-89, 1985.

16

17 30. DE ANGELIS R. C. Conceitos de nutrientes não tradicionais. Importância de

18 alimentos vegetais na proteção da saúde. Belo Horizonte: Atheneu, 75-9, 2001.

19

20 31. DELMAS D.; JANNIN B.; LATRUFFE N. Resveratrol: preventing properties

21 against vascular alterations and ageing. Mol Nutr Food Res, 49: 377-95, 2005.

22

23 32. DEPARTAMENTO DE ATEROSCLEROSE DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE

24 CARDIOLOGIA. IV Diretrizes Brasileiras sobre dislipidemias e diretriz de prevenção

25 da aterosclerose. Arq Bras Cardiol, 77 (suppl III):1-48, 2007.


30

1 33. DEWAILLY E.; et al. Relations between n-3 Fatty-Acid status and cardiovascular

2 disease risk factors among Quebecers. Am J Clin Nutr, v.74.nº 5. p. 603-11, 2001.

4 34. DI MASCIO P.; KAISER S.; SIES S. Lycopene as the most efficiente biological

5 carotenoid singlet oxygen quencher. Arch Biochem Biophys, 274(2):532-8, 1989

7 35. DJOSSÉ L.; et al. Relations between dietary Linolenic Acid and coronary artery

8 disease in the Nacional Heart, Lung, and Blood Institute Family Heart Study. Am J Clin

9 Nutr, v.74. n.5. p.612-9, 2001.

10

11 36. ESTEVES E. A.; MONTEIRO J. B. R. Efeitos benéficos das isoflavonas de soja em

12 doenças crônicas. Rev Nutr Campinas, 14(1): 43-52, 2001.

13

14 37. FARRET J. F. Nutrição e Doenças Cardiovasculares.In: FARRET, J.F. Aplicações

15 em nutrição em cardiologia. São Paulo. Editora Atheneu, P. 3-15, 2005.

16

17 38. FISBERG R. M.; STELLA R. H.; MORIMOTO J. M.; PASQUALI L. C.;

18 PHILIPPI S. T.; LATORRE M. R. D. O. Perfil lipídico de estudantes de nutrição e a sua

19 associação com fatores de risco para doenças cardiovasculares. Arq Bras Cardiol, 76(2):

20 137-42, 2001.

21

22 39. FODOR J. G.; WHITMORE B.; LEENEN F.; LAROCHELLE P.

23 Recommendations on dietary salt. Can Med Assoc J, 160(9 Suppl): S29-34, 1999.

24
31

1 40. FORNES N. S.; et al. Food frequency consumption and Lipoproteins serum levels in

2 the population of urban area, Brazil. Rev Saúde Pública, v.34. n º4. p.380-7, 2000.

4 41. FRANKEL E. N.; WATERHOUSE A. L.; KINSELLA J. E. Inhibition of human

5 LDL oxidation by resveratrol. Lancet, 341: 1103-4, 1993.

7 42. FREITAS O. C.; CARVALHO F. R.; NEVES J. M.; VELUDO P. K.; PARREIRA

8 R. S.; GONÇALVES R. M.; et al. Prevalence of Hypertension in the urban population

9 of Catanduva, in the state of São Paulo, Brazil. Arq Bras Cardiol, 77: 16-21, 2001.

10

11 43. GALLAHER D. D.; SCHNEEMAN B. O. Fibra alimentar. In: Ziegler EE, Filer JLJ,

12 editors. Conocimientos actuales sobre nutrición. 7th ed. Washington: International Life

13 Sciences Institute Press, 95-105, 1997.

14

15 44. GARTNER C.; STAHL W.; SIES H. Licopene is more bioavailable from tomato

16 paste than from fresh tomatoes. Am J Clin Nutr, v.66. nº 1. p.116-22, 1997.

17

18 45. GELEIJNSE J. M.; HOFMAN A.; WITTERMAN C. M.; HAZEBROECK A. A. J.

19 M.; VALKENBURG H. A.; GROBBEE D. E. Long-term effects of neonatal sodium

20 restriction on blood pressure. Hypertension, 29(4): 913-17.

21

22 46. GERSHOFF S.; et al. Challenging heart disease. The Tufts University guide to total

23 nutrition. 5º edição. New Cork. Harper perennial, p.231-44, 1996.

24
32

1 47. GIEHL M. R.; BOSCO S. M. D.; LAFLOR C. M.; WEBER B. Eficácia dos

2 flavonóides da uva, vinho tinto e suco de uva tinto na prevenção e no tratamento

3 secundário da aterosclerose. Scientia Med, 17(3): 145-55, 2007.

5 48. GODOY M. F e colaboradores. Mortalidade por doenças cardiovasculares e níveis

6 socioeconômicos na população de São José do Rio Preto, estado de São Paulo, Brasil.

7 Arq. Brás. Cardiol. São José do Rio Preto, v. 88. nº 2.p.200-206, 20007.

9 49. GOLDE P. H. M.; SLOOTS L. M.; VERMEULEN W. P.; et al. The role of alcohol

10 in the anti low density lipoprotein oxidation activity of red wine. Atherosclerosis, 147:

11 365-70, 1999.

12

13 50. GOMEZ M. H.; AGUILERA J. M. Changes in the starch fraction during extrusion

14 cooking of corn. J Food Sci, 48(2): 378-81, 1983.

15

16 51. GRAHAM H. N. Green tea Composition, consumption and polyphenol chemistry.

17 Prev Méd, v.1, p.334-350, 1992.

18

19 52. GRUNDY S. M. Absorption and metabolism of dietary cholesterol. Annual Review

20 of Nutrition, Palo Alto. v3.p.71-96, 1993.

21

22 53. GRUNDY S. M. Nutrition and diet in the management of hyperlipidemia and

23 atherosclerosis. In: SHILS M. E.; et al., editors. Modern nutrition in health and disease.

24 9ºedição. USA: Willians & Wilkins, P.1199-216, 1998.

25
33

1 54. HARBOWY M. E.; BALENTINE D. A. Tea Chemistry. Crit. Rev. Plant Sci,

2 16:415-480, 1997.

4 55. HAYEK T.; FUHRMAN B.; VAYA J.; et al. Reduced progression of

5 atherosclerosis in apolipoprotein E-deficient mice following consumption of red wine,

6 or its poliphenols quercetin or catechin, is associated with reduced susceptibility of LDL

7 to oxidation and aggregation. Arterioscler Thromb Vasc Biol, 17: 2744-52, 1997.

9 56. HEINO T.; KALLIO K.; JOKINEM E.; LAGSTROM H.; SEPPANEN R.;

10 VALIMAKI I.; et al. Sodium intake of 1 to 5-year-old children: The STRIP Project.

11 Acta Pædiatr, 89: 406-10, 2000.

12

13 57. HORROBIN D.F. Nutritional and medical importance og gamma-linolenic acid.

14 Prog Lip Res, 31(2): 163-94, 1992.

15

16 58. HUFF M. W.; HAMILTON R. M. G.; CARROL K. K. Plasma cholesterol levels in

17 rabbits fed low fat, cholesterol-free, semipurified diets: effects od dietary proteins,

18 protein hydrolisates and amino acid mixtures. Atherosclerosis, 28: 186-95, 1977.

19

20 59. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Diretoria

21 de Pesquisas, Coordenação de Índice de Preços, Estudo Nacional da Despesa Familiar

22 1974-1975 e Pesquisa de Orçamentos Familiares 1987 – 2004.

23

24 60. INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER (AARC). Alcohol

25 drinking. Lyon: IARC, (IARC Monograph, 44), 1988.


34

2 61. JAMES W. Alcohol: its metabolism and effects. In: GARROW J.; JAMES W. (Ed).

3 Human nutrition and dietetics. 9.ed. Edinburgh: Churchill Livingstone, 1993.

5 62. KERR C. M.; REISINGER K. S.; PLANKEY F. W. Sodium concentration of

6 homemade baby foods. Pediatrics, 62(3): 331-35, 1978.

8 63. KEYS A.; ANDERSON J. T.; GRANDE F. Serum cholesterol response to changes

9 in the diet. IV Particular saturated fatty acids in the diet. Metabolism, Duluth, v.14,

10 p.776 787, 1965.

11

12 64. KEYS A. The Seven Countries Study. Circulation, Dallas, v.41, n.1, p.162S-198S,

13 1970. Supplement.

14

15 65. KOLETZKO B.; DOKOUPIL K.; REITMAYR S.; WEIMERT-HARENDZA B.;

16 KELLER E. Dietary fat intakes in infants and primary school children in Germany. Am

17 J Clin Nutr, 72(5 Suppl.): S1392-8, 2000.

18

19 66. KRAUSS R. M.; et al. AHA Dietary guidelines. Revision 2000: A statement for

20 Healthcare Professionals from the Nutrition Committee of the American Heart

21 Association. Circulation, 102:2.p.284-2299, 2000.

22

23 67. KRINSKY N. I. Carotenoids as antioxidants. Nutrition, 17:815-7, 2001.

24
35

1 68. KRIS-ETHERTON P. M.; HECKER K. D.; BONANOME A.; COVAL S. M.;

2 BINKOSKI A. E.; HILPERT K. F.; et al. Bioactive compounds in foods: their role in

3 the prevention of cardiovascular disease and cancer. Am J Med, 113(9B):71S-88S,

4 2002.

6 69. KROMHOUT D. Diet and cardiovascular diseases. J Nutr Health Aging, 5(3):144-

7 9, 2001.

9 70. LAMARÃO C.; NAVARRO F. Aspectos nutricionais Promotores e Protetores das

10 doenças cardiovasculares. RBONE Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição

11 e Emagrecimento. São Paulo,v.1, n.4, p.57-70, Jul ,Ago 2007.

12

13 71. LAROSA J. C.; HE J.; VUPPUTURI S. Effect of statins on risk of coronary disease:

14 a meta-analysis of randomized controlled trials. JAMA, 282:2340-6, 1999.

15

16 72. LAU B. H. S. Suppression Of LDL oxidation by Garlec.recent advarcer .on the

17 nutritional Effects associated With the Use of garlic os a supplement.journal of

18 nutrition,leverpool, n°131.p.985-988, 2001.

19

20 73. LICHTENSTEIN A. H. Soy protein, isoflavones and cardiovascular disease risk.

21 Journal of Nutrition, Bethesda, v.128, n.10, p.1589-1592, 1998.

22

23 74. LIMA E. F. L.; et al. Ácidos Graxos e Doenças Cardiovasculares: Uma Revisão.

24 Ver. Nutr. Campinas, v.13.nº2 p.73-80, 2000.

25
36

1 75. MAZZEU F. J.; DEMARCO D. J.; KALIL L. [coord.]. Qualidade de vida, consumo

2 e trabalho: caderno do professor /Coleção Cadernos de EJA. São Paulo: Unitrabalho -

3 Fundação Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho; Brasília, DF:

4 Ministério da Educação, SECAD - Secretraria de Educação Continuada, Alfabetização e

5 Diversidade, 2007.

7 76. MENSINK R. P.; KATAN M. B. Effect of dietary trans fatty acids on high-density

8 and low-density lipoprotein cholesterol levels in healthy subjects. N Engl J Méd, v.323.

9 n º7.p.439-45, 1990.

10

11 77. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002; Disponível em Datasus <URL-

12 http://www.datasus.gov.br/ Departamento de Informática do SUS. Ministério da Saúde.

13 Governo do Brasil >[11 de novembro de 2009]

14

15 78. MIYAGI Y.; MIWA K.; INOUE H. Inhibition of human lowdensity lipoprotein

16 oxidation by flavonoids in red wine and grape juice. Am J Cardiol, 80: 1627-31, 1997.

17

18 79. MONDINI L.; MONTEIRO C. A. Mudanças no padrão da alimentação. In:

19 Monteiro CA. Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evolução do país e de suas

20 doenças. .São Paulo: Hucitec, p.79-89, 1995.

21

22 80. MORITZ B, TRAMONTE V. L. C. Biodisponibilidade do licopeno. Rev Nutr

23 Campinas, v.19.nº2 p.265-273, 2006.

24
37

1 81. MUNRO I. C. Soy isoflavones: A safety reviews. Internacional Life Sciences

2 Institute. Nutricion Reviews, v. 61, n. 1, p. 1-33, 2003.

4 82. NAGOURNEY RA. Garlic: Medicinal food or nutritious medicine. J Med Food,

5 1:13, 1998.

7 83. NEUMANN P.; et al. Alimentos saudáveis, alimentos funcionais, fármaco

8 alimentos, nutracêuticos. Higiene Alimentar, v. 14, p. 19-23, 2002.

10 84. NEIL H. A.; et al. Garlic powder in the treatment of moderate hyperlipidemia. A

11 controlled triad and meta-analyses. J.R Coll Phisicrans lond , n.30.p.329-334, 1993.

12

13 85. NICKLAS T. A.; FARRIS R. P.; MAJOR C.; FRANK G. C.; WEBBER L. S.;

14 CRESANTA J. L.; et al. Dietary intakes. Pediatrics, 80(Suppl.): 797-806, 1987.

15

16 86. NORDOY A. Fish oil in clinical medicine. J Int Med, 225: 145-6, 1989.

17

18 87. O’BYRNE D. J.; DEVARAJ S.; GRUNDY S. M.; et al. Comparison of the

19 antioxidant effects of concord grape juice flavonoids and a-tocopherol on markers of

20 oxidative stress in healthy adults. Am J Clin Nutr, 76: 1367-74, 2002.

21

22 88. OLIVEIRA M. C.; SICHIERI R. Fracionamento das refeições e colesterol sérico em

23 mulheres com dieta adicionada de frutas ou fibras. Rev Nutr Campinas, 17(4):449-59,

24 2004.

25
38

1 89. OOMAH B. D.; MAZZA G. Productos de linaza para la prevención de

2 enfermedades. In: MAZZA, G. (Coord.). Alimentos funcionales: aspectos bioquímicos

3 y de procesado, Zaragoza: Acribia, 457p, 2000.

5 90. PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION (PAHO). The Problem with

6 drinking. Perspectives in health, [S.I.], v.10,n.1, 2005.

8 91. PATAKI T.; BAK I.; KOVACS P.; et al. Grape seed proanthocyanidins improved

9 cardiac recovery during reperfusion after ischemia in isolated rat hearts. Am J Clin

10 Nutr, 75: 894-9, 2002.

11

12 92. PIGNATELLI P.; PULCINELLI F. M.; CELESTINE A.; et al. The flavonoids

13 quercetin and catechin synergistically inhibit platelet function by antagonizing the

14 intracellular production of hydrogen peroxide. Am J Clin Nutr, 72: 1150-5, 2000.

15

16 93. POTTER S. M.; PERTILE J.; BERBER-JIMENEZ M. D. Soy protein concentrate

17 and isolated soy protein similarly lower blood serum cholesterol but differently affect

18 thyroid hormones in hamsters. J Nutr, 126(8): 2007-11, 1996.

19

20 94. RAHMAN K. histocal Perspective on Garlic and Cardiovascular Disease.

21 Supplement: Recent Advances on the Nutritional Effects Associated with the Use of

22 Garlic as Suplement. Journal of Nutrition, Liverpool, nº 131.p.977-979, 2001.

23
39

1 95. RAJARAM S.; et al. A Monounsaturated Fatty Acid: rich pecan enriched diet

2 favorable alters the serum lipid profile of healthy men and women. J Nutr.; v.131,

3 p.2275-9, 2001.

5 96. RAO A. V.; AGARWAL S. Role of antioxidant lycopene in câncer and heart

6 disease. J Am Coll Nutr, 19(5):563-9, 2000.

8 97. RIQUE A. B. R.; SOARES E. A.; MEIRELLES C. M. Nutrição e exercício na

9 prevenção e controle das doenças cardiovasculares. ReV Brás Med Esporte, v.8 n.6,

10 2002.

11

12 98. ROBERFROID M. Functional food concept and its application to prebiotics.

13 Digestive and Liver Disease, v.34, p.105-110, 2002. sep.

14

15 99. RODRIGUEZ-AMAYA D. B. Latin american food sources of carotenoids. Arch

16 Latinoam Nutr, 49 (3 Suppl 1):74-84, 1999.

17

18 100. SANTOS R. D.; et al. III Diretrizes brasileiras sobre dislipidemias e diretrizes de

19 prevenção da aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira

20 de Cardiologia. Arq Brás Cardiol, v.77.(Suppl 3). p.1-191, 2001.

21

22 101. SATIA-ABOUTA J. Dietary acculturantion: applications to nutrition research and

23 dietetics. J Am Diet Assoc, 102(8):1105-18, 2002.

24
40

1 102. SCHAEFER L. J.; KUMANYIKA S. K. Maternal variables related to potentially

2 high-sodium infant-feeding practices. J Am Diet Assoc, 85(4): 433-38, 1985.

4 103. SCHMIDT E. B.; SKOU H. A.; CHRISTENSEN J. H.; DYERBERG J. N-3 fattty

5 acids from fish and coronary artery disease: implications for public health. Public

6 Health Nutr, v.3 nº1.p.91-98, 2000.

8 104. SHEKELLE R. B.; SHRYOCK A. M.; PAUL O.; LEPPER M.; STAMLER J.;

9 LIU S.; RAYNOR JR.; W.J. Diet, serum cholesterol and death from coronary heart

10 disease. The Western Eletric study. New England Journal of Medicine, Boston, v.304,

11 n.2, p.65-70, 1981.

12

13 105. SILVA B. G. C. Alimentos funcionais em cardiologia.In: Farret, J.F. Nutrição e

14 doenças Cardiovasculares. São Paulo. Editora Atheneu, P. 155-166, 2005.

15

16 106. SIMELL O.; NIINIKOSKI H.; VIIKARI J.; RASK-NISSILA L.; TAMMI A.;

17 RONEMAA T. Cardiovascular disease risk factors in Young children in the STRIP

18 baby project. Ann Med, 31(1 Suppl.): S55-61, 1999.

19

20 107. SIMOPOULOS A. P. The omega-6/omega-3 fatty acids ratio, genetic variation,

21 and cardiovascular disease. Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition, v.17, p131-134,

22 2008.

23

24 108. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. III Diretriz Brasileira Sobre

25 Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Departamento de Aterosclerose da


41

1 Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia; v.77.

2 (Suplemento III). Abril, 2001.

4 109. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. IV Diretriz Brasileira Sobre

5 Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Departamento de Aterosclerose da

6 Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v.88.

7 (Suplemento I). Abril, 2007.

9 110. STAMLER J.; STAMLER R.; NEATON J. D.; WENTWORTH D.; DAVIGLUS

10 M. L.; GARSIDE D.; DYER A. R.; LIU K.; GREELAND P. Low risk-factor profile

11 and long-term cardiovascular and noncardiovascular mortality and life expectancy:

12 findings for 5 large cohorts of young adult and middle-aged men and women. Journal of

13 the American Medical Association. 282:2012-2018, 1999.

14

15 111. STEIN J. H.; KEEVIL J. G.; WIEBE D. A.; et al. Purple grape juice improves

16 endothelial function and reduces the susceptibility of LDL cholesterol to oxidation in

17 patients with coronary artery disease. Circulation, 100: 1050-5, 1999.

18

19 112. STEVENSON C.; PETTER M. H.; ERNST E. Garlec for triating

20 hypercholesterolemia clinical trials. Ann intern Med, n°133.p.429, 2000.

21

22 113. SUBBAIAH P. V.; SUBRAMANIAN V. S.; LIU M. Trans unsaturated fatty acids

23 inhibit lecithin: cholesterol acyltransferese and alter its positional specificit y. J Lipid

24 Res. 39: 1438-47, 1998.

25
42

1 114. SUGANO M. Characteristics of fats in Japanese diets and current

2 recommendations. Lipids, 31 Suppl:S283-6, 1996.

4 115. TESKE M.; TRENTINI A. M. M. Compêndio de Fitoterapia. Curitiba: Herbarium,

5 317p. 1997.

6 116. TOKUDOME S.; NAGAYA T.; OKUYAMA H.; TOKODOME N.; IMAEDA N.;

7 KITAGAWA I.; et al. Japanese versus Mediterranean diets and cancer. Asian Pacific J

8 Cancer Prev, 1:61-6, 2000.

10 117. TREVISANATO S. I.; KIM Y. I. Tea and Health. Nutrition Reviews, New York,

11 v.58, 2000.

12

13 118. TRICHOPOULOU A. Mediterranean diet: the past and the present. Nutr Metab

14 Cardiovasc Dis, 11(4):1-4, 2000.

15

16 119. VORBERG G. E. T.; SCHEIDER B. Therapy With garlic:results of a placebo

17 controlled;doubll blend study, Br J clin Pract.suplemento. 69.p 7-11, 1990.

18

19 120. WASLING C. Role of the cardioprotective diet in preventing coronary heart

20 disease. Br J Nurs, 8(8):1239-48, 1999.

21

22 121. WIESENFELD P. W.; et al. Flaxseed increased Y-linolenic and eicosapentaenoic

23 acid and decreased arachidonic acid in serum and tissues of rat dams and offspring.

24 Food and Chemical Toxicology, v.41, n.6, p.841-855, 2003.

25
43

1 122. WILSON A. C,. FORSYTH J. S.; GREENE S. A.; IRVINE L.; HAUY C.;

2 HOWIE P. W. Relation of infant diet to childhood health: seven year follow up of

3 cohort of children in Dundee infant feeding study. BMJ, 316: 21-25, 1998.

5 123. WILLCOX J. K.; CATIGNANI G. L.; LAZARUS S. Tomatores and

6 cardiovascular heath. Crit rev Food Sci nutr, v 43.n°1.p.1-18, 2003.

8 124.WORLD HEALT ORGANIZATION. Food And Agriculture Organization. Diet,

9 nutrition and the prevention of chronic diseases. Geneva, Switzerland, 2002. [Report of

10 a joint WHO/FAO Expert Consultation].

11

12 125. YEH Y.; LIU L. Cholesterol-Lowering Effect of Garlic Extracts and Organosulfur

13 Compounds: Human and Animal Studies. Recent Advances with the Use of Garlic as a

14 Supplement. Journal of Nutrition, Liverpool, nº131.p. 989-993, 2001.

15

16 126. YOUDIM K. A.; MARTIN A.; JOSEPH J, A. Essential fatty acids and the brain:

17 possible health implications. International Journal of Developmental Neuroscience, v.1,

18 n.4/5, p.386-399, Jul 2006.

Você também pode gostar