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Sistema de Ensino A DISTÂNCIA

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CHRISTIAN REIS LOPES DE OLIVEIRA

A MOTIVAÇÃO NAS AULAS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO


FÍSICA NO ENSINO MÉDIO
COM FOCO NAS ESCOLAS PÚBLICAS

Seabra
2018
CHRISTIAN REIS LOPES DE OLIVEIRA

A MOTIVAÇÃO NAS AULAS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO


FÍSICA NO ENSINO MÉDIO
COM FOCO NAS ESCOLAS PÚBLICAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Unopar, como requisito parcial à conclusão
da Pós-Graduação em Educação Física na
Escola.

Orientadores: Tutor: Gleison Luis Matias

Seabra
2018
RESUMO

O trabalho em questão busca conhecer as razões para a grande evasão de


alunos do ensino médio durante as aulas práticas da disciplina de educação física,
levando em consideração apenas em escolas públicas. Como os fatores intrínsecos
e extrínsecos podem interferir e como os mesmos podem auxiliar numa melhor
participação desses alunos nas aulas práticas. Conhecer também como é vista hoje
a educação física na escola e o que se espera dela. Sabemos que hoje estamos
inseridos em uma realidade em que os adolescentes se movimentam muito pouco,
levando uma vida sedentária propensa a aquisição de diversas doenças. E que
dentro do espaço escolar, durante as aulas de educação física eles poderiam estar
experimentando todos os benefícios da pratica saudável de atividades, porém
muitos se omitem, demostrando desinteresse ou falta de motivação necessária para
a ação. Partiremos de algumas ações especificas para conhecer esses fatores que
desmotivam os alunos nas aulas práticas de educação física, como conhecer o que
são e como funciona a motivação intrínseca e a motivação extrínseca, analisar
pesquisas e relatórios feitas por autores que também buscaram compreender a
motivação dos alunos nas aulas de educação física. Usar o questionário elaborado
por KOBAL e aplicado por TESSELE NETO nas turmas do Ensino Médio, das
escolas públicas de Porto Alegre para através das opiniões e respostas dos alunos,
chegar a uma conclusão dos fatores desmotivantes nas aulas de educação física.

Palavras-chave: Motivação. Desmotivação. Intrínseca. Extrínseca. Educação Física


Escolar.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................4
1.1 TEMA DO PROJETO.............................................................................................6
1.2 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................6
1.3 SÉRIE/ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA.....................................8
1.4 PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................................8
1.5 OBJETIVOS...........................................................................................................9
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................10
2.1 Motivação..............................................................................................................10
2.2 Motivação Intrínseca e Extrínseca........................................................................11
2.3 Motivação para a educação física escolar............................................................12
3 DESENVOLVIMENTO (METODOLOGIA)...........................................................13
3.1 Aplicação e Instrumentos......................................................................................13
3.2 Análise dos questionários.....................................................................................13
4 TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO - CRONOGRAMA...................15
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................16
6 REFERÊNCIAS....................................................................................................18
7 ANEXOS..............................................................................................................20
1 INTRODUÇÃO

A educação física na escola, ainda é vista como uma disciplina


complementar, deixando parecer ter menos importância que as outras. É preciso
compreender que a educação física é uma disciplina obrigatória no currículo escolar
da educação básica e sua prática pode ser facultativo ao aluno. Como está
estabelecido no artigo 26, 3º parágrafo da Lei 9.394/96 da Lei de Diretrizes de Bases
(LDB).
Em sua origem, o ser humano utilizou o movimento como meio de
sobrevivência, seja para se alimentar, para a construção de materiais que o
auxiliasse na moradia, na realização de grandes caminhadas, em suas constantes
migrações, nas danças para saudar seus deuses, nas lutas contra tribos rivais, ou
ainda para o próprio divertimento, ou seja, dependia exclusivamente de sua força,
velocidade, resistência para se manter.
Tendo como base a origem do movimento e aplicando essa a educação física
nota-se a importância de se estar sempre em movimento, já que a educação física
através de suas atividades práticas auxilia no desenvolvimento do adolescente e na
redução dos riscos de futuras doenças, além de exercer importantes efeitos
psicossociais. Pensando assim torna-se indispensável para uma boa formação do
adolescente a prática da educação física na escola, bem como todas as atividades
que possam lhe gerar um conhecimento e controle corporal de movimentos.
A escola tem um papel importante na formação do ser humano, e é normal
que no Ensino Médio os escolares estejam passando por um processo de mudanças
tanto na vida, quanto na escola, e isso requer uma atenção especial do professor de
Educação Física.
Segundo Dio (2011) na fase em que os alunos tem em média de 14 a 17 anos
e vivem um período de transição da adolescência para a juventude, estão passando
também por conflitos psicológicos, físicos e sociais típicos da adolescência, além da
grande influência que sofrem da tecnologia, dos meios de comunicação. Ainda pode-
se ressaltar a questão de gêneros em que meninos e meninas sofrem as mudanças
de maturação. Esses podem ser alguns dos motivos para a evasão das aulas
práticas de educação física.
Contudo a disciplina de Educação Física tem uma forma de avaliação e uma
série de conteúdos bem diferentes com relação as outras disciplinas, é em sua
maior parte na prática. Muitos dos conteúdos é baseado em esportes e isso pode
ser um fator motivam-te ou não.
Bergamini (1993) define que a motivação vem de dentro de cada pessoa e
essa está associada a um desejo. Já Gooch e McDowell (1998 apud BERGAMINI,
1988) Salientam que ninguém pode motivar ninguém, que o máximo que se pode
fazer é estimular a outra pessoa.
Porém é muito importante lembrar que a falta de motivação em muitos casos
pode não estar nos alunos, mais no próprio educador. O professor sem motivação
em suas aulas, pode não conseguir produzir atividades que estimulem seus alunos.
Segundo Witter e Lomônaco (1984) a falta de motivação do professor afeta
diretamente o aluno, pois é o docente a pessoa na escola que tem o maior contato
com os discentes. Assim, ele tem a responsabilidade de motiva-los. Por isso a aula
aplicada sem motivação não estimulará os adolescentes a pratica-la.
A escola também pode entrar no contexto como um fator que influencia na
falta de motivação para a participação nas aulas práticas de educação física,
principalmente as escolas públicas que em sua maioria, não oferece uma estrutura
adequada para as aulas de educação física como um espaço adequado e materiais
fundamentais para a aplicação das aulas práticas de uma forma efetiva e com
qualidade. Isso influencia no interesse direto dos alunos pela aula prática.
Acredita-se que os alunos são receptores e que precisam ser motivados de
uma forma que os estimule a prática de qualquer atividade. Mas o que se vê cada
vez mais frequente, principalmente nas turmas do ensino médio das escolas
públicas são uma parcela de alunos que durante as aulas práticas de educação
física permanecem sentados assistindo enquanto os outros colegas participam das
atividades e jogos propostos pelo professor.
Como já se sabe, o movimento acompanha a humanidade desde os primeiros
passos e a atividade física se tornou algo obrigatório para o homem em todas as
idades, pois é essencial para a saúde, atuando na prevenção de doenças e
colaborando para o condicionamento físico e mental.
E hoje com toda a tecnologia que nos envolve e que aprisiona os jovens e
adolescentes, a prática de atividades físicas para essa faixa se tornou algo raro.
Jovens vão as praças, mais não se movimentam, ficam entretidos em seus
aparelhos celulares, em casa nos computadores. É uma geração que se movimenta
pouco. Deixaram de lado hábitos saudáveis de vida como a prática regular de
atividades físicas e como consequência vemos as taxas de sedentarismo
aumentado trazendo as incidências de problemas posturais, obesidade, colesterol e
diabetes.
E é na escola, através das aulas de Educação Física, que os alunos poderão
retomar o contato com o movimento e assim trabalhar o seu corpo através da pratica
de atividades físicas. Essas aulas poderão ser um dos poucos momentos que eles
terão para se exercitar e praticar alguma atividade física.
É comum durante as aulas práticas de educação física detectarmos alunos
com dificuldades de coordenação e agilidade com relação aos outros, isso pode ser
causado pela falta de prática de atividades físicas regulares.
Mais o que é mais comum nas aulas práticas de educação física são alunos
que não demostram interesse em participar dessas, ficando sempre de fora apenas
assistindo.
Samulski (1995), diz que a motivação é caracterizada como o processo ativo,
intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais
(intrínsecos) e ambientais (extrínsecos). Entende-se que essa motivação só poderá
ser ativada pelo próprio indivíduo e esse precisa de um objetivo que o motive e o
movimente, então de forma intrínseca ele precisa de algo que o beneficie para se
auto motivar, e nessa situação o professor de educação física oferece as atividades
práticas da educação física, que de fato trará ao indivíduo, muitos benefícios para a
sua saúde e seu desenvolvimento coordenativo e mental e junto com esses a
diversão, a interação com demais adolescentes, o conhecimento prático dos
esportes e muitos outros. No que diz respeito ao fator extrínseco, esse é o que vai
servir para estimular o indivíduo para que esse se motive. Então ele deve estar
diante de um ambiente favorável a todo esses benefícios citados, como uma
estrutura adequada, materiais para a pratica das atividades e até uma metodologia
estimulante e bem dinâmica para que ele sinta que de fato irá se divertir e adquirir
um conhecimento válido.
Bergamini (1993) também reforça essa ideia quando cita que, a motivação
intrínseca encontra-se no interior de cada pessoa e está normalmente associada a
um desejo. Como foi citado anteriormente esse desejo é o que impulsionará o
indivíduo a ação e a prática.
Porém mais importante que estimular o aluno com as estruturas e os
materiais, é de fato conseguir extrair desse uma motivação interior, que ele sinta que
de fato vale a pena prática a atividade física e participar das aulas práticas, que ele
encontre nos métodos aplicados pelo professor razões para acreditar que a
educação física é algo importante para a sua vida e o ajudará no seu
desenvolvimento e na sua formação como um agente transformador na sociedade.
Nessa perspectiva Galvão (1995) faz esse reforço em dizer que, a prática da
atividade física, a educação física, deve estar relacionada com a motivação
intrínseca, ou seja, o aluno tem de liberar seus motivos para a realização da prática
de dentro para fora, sem interferência do meio externo.
Podemos perceber que os autores citados assim como outros relacionam a
motivação como partindo do interior de cada pessoa, e devemos entender assim
que, cada um irá apresentar razões diferentes para se motivar ou não por algo. É
preciso assim estar atentos e preparados para compreender e estimular os alunos a
participarem das atividades físicas nas aulas, visando sempre o bem estar e o
aprendizado de cada um.
Assim com esse trabalho iremos compreender as razões pelas quais uma
parcela de alunos das turmas do ensino médio (1º, 2º e 3º ano) das escolas
públicas, não participam das aulas práticas de educação física, quais os fatores
desmotivantes e quais ações tomar para estimular a participação de todos nas aulas
práticas.
Para chegarmos a realização desse objetivo, partiremos de algumas ações
especificas.
- Compreender como a motivação intrínseca e extrínseca pode auxiliar e
interferir.
- Analisar pesquisas e relatórios feitas por autores que também buscaram
compreender a motivação dos alunos nas aulas de educação física.
- Usar o questionário elaborado por KOBAL e aplicado por TESSELE NETO
nas turmas do Ensino Médio, para através das opiniões e respostas dos alunos,
chegar a uma conclusão dos fatores desmotivantes nas aulas de educação física.
1 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 MOTIVAÇÃO

O conceito da palavra motivação para os autores Coll; Marshesi (2004), diz


que a motivação se define como o fator que gera movimento ou ação. Para facilitar o
entendimento desse conceito pode-se usar alguns exemplos:
 Se a pessoa está com fome (o fato), ela se move para conseguir
comida (ação);
 Se o indivíduo quer mais dinheiro (o fato), ele se move para trabalhar
mais ou crescer na carreira (ação);
 Se um atleta quer ser campeão (o fato), ele se move para treinar com
mais intensidade e superar seus limites (ação).
Esses exemplos mostram que o ser humano é movido a agir quando tem um
objetivo, esse objetivo é o que estimula a motivação.
Para Maggil (1984), a motivação é importante para a compreensão da
aprendizagem e do desempenho de habilidades motoras, pois tem um papel
importante na iniciação, manutenção e intensidade do comportamento. Sem a
presença da motivação, os alunos em aulas de educação física, não exercerão as
atividades. Ou farão mal o que for proposto. O autor define ainda a motivação como
causas de início de manutenção e de intensidade de comportamento. Ou seja, é o
que leva um indivíduo a participar e se manter de forma ativa em determinada tarefa.
Indivíduos diferentes podem realizar a mesma atividade, envolvidos por motivos
diferentes. Maggil (1984).
Do ponto de vista pedagógico, a motivação significa fornecer um motivo, ou
seja, estimular o aluno a ter vontade de aprender. E uma das condições
indispensáveis para o aluno aprender é o seu nível motivacional, que pode depender
muito do professor. Pois como afirma Freire (1996, p.25), “ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua
construção”.
Enfim a motivação é fundamental no processo de ensino-aprendizagem, pois
pode influenciar no comportamento humano. Sabe-se que a motivação, por
exemplo, de um escolar em sala de aula ira possibilitar um desempenho melhor com
relação ao que está desmotivado.

2.2 MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA

Após conceituar e apesentar as importâncias da motivação e sua aplicação


para o ensino e aprendizagem. É importante agora, para facilitar o entendimento
sobre a motivação, analisarmos as duas partes aos quais ela se divide, que é a
Motivação Intrínseca e Motivação Extrínseca.
A motivação intrínseca podemos entender como algo que vem do interior da
pessoa, é a motivação própria, que não depende de coisas externas para influenciar
o desejo da ação. Parte de uma satisfação e prazer pessoal na realização, sendo
assim é uma motivação que trará prazer em realizar determinada ação ou atividade.
CARREIRO DA COSTA (1998) enfatiza que as motivações intrínsecas são
mais duradouras e persistentes, pois se relaciona com a própria prática e com os
sentimentos que ela provoca nos indivíduos, sendo motivos internos o prazer, a
alegria da realização e a satisfação da aprendizagem, que auxiliam o
desenvolvimento de outros tipos de necessidades, como a competência e a
autonomia humana.
Podemos relacionar a motivação intrínseca com a ideia do ‘’faço porque
gosto’’, pois são de fato ações tomadas pelo indivíduo pelo gosto e pela satisfação
que será obtida.
Já a motivação extrínseca, é preciso de alguma razão externa, para motivar o
indivíduo a realizar uma ação ou atividade. Para PUENTE (1982), a motivação
extrínseca é caracterizada como aquela que é controlada por reforços administrados
por um agente externo. Já para Witter e Lomônaco (1984), a motivação extrínseca
ocorre quando a aprendizagem é concretizada para atender a um proposito, como
por exemplo, passar no exame, subir socialmente [...]
Os fatores que modem motivar o indivíduo de forma extrínseca podem ser
divididos em três conceitos: recompensa, castigo e incentivo. A recompensa como o
objeto ambiental atrativo que se dá ao final de uma sequência de condutas e que
aumenta a probabilidade de que essa conduta volte a acontecer. O castigo é o
objeto ambiental não atrativo que se dá ao final de uma sequência de condutas e
que reduz a probabilidade de que tais condutas voltem a acontecer. O incentivo é
aquilo que move ou leva uma pessoa a desejar ou fazer algo.

2.3 MOTIVAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

É importante antes de mais nada, salientar da importância do papel do


professor como estimulador e motivador nas aulas de educação física. É pelo
profissional que deve partir a motivação inicial, esse deve estar constantemente
motivado e buscar com seus métodos e propostas, estar sempre na busca por
estimular os seus alunos, fazendo surgir nesses a motivação intrínseca que os
façam desfrutar e praticar as atividades com satisfação, os ajudando assim de fator
absorver o máximo do aprendizado e conhecimento. Esse profissional deve ter como
filosofia de ensino, as teorias da motivação, para auxiliar no êxito de suas aulas.
Para Winterstein (1992), ao se criar condições motivacionais favoráveis em
aulas de educação física, não se está buscando maximizar o rendimento do jovem
atleta ou aluno, mas sim, fazer com que consigam vivenciar, de maneira mais
consciente e não traumatizante as situações de competição e rendimento.
Se faz necessário que o professor busque sempre conteúdos e métodos
diversificados, de forma que atinja os interesses de todos seus alunos e assim os
motive a prática da educação física na aulas.
Paim (2001) afirma que na relação ensino-aprendizagem, em qualquer
ambiente, conteúdo ou momento, a motivação constitui-se como um dos elementos
centrais para a execução bem-sucedida da ação.
PAPAIOANNOU (1994) presta relevantes contribuições à motivação para a
educação física, ao relatar sua pesquisa e a de outros estudiosos. Cita TRICHETT e
MOSS que dizem que o ambiente de aula capaz de incentivar o envolvimento dos
alunos, certamente resultará em um aumento do interesse e da satisfação em
aprender dos mesmos.
Essa citação, comprova a importância e eficácia do ambiente para a
motivação e a aprendizagem do aluno. Os métodos com toda fundamentação e
planejamento, precisam estar também aliados a um ambiente que favoreça a sua
aplicação e também que atraia e estimule os alunos, os fazendo motivados a
aprender com as atividades práticas que lhes forem propostas.
CHICATI (2002) verificou que as aulas de educação física não estão sendo
tão motivadoras no ensino médio, pois os alunos vem tendo sempre os mesmos
conteúdos desde o ensino fundamental.
2 DESENVOLVIMENTO (METODOLOGIA)

O presente estudo caracteriza-se por uma pesquisa qualitativa e descritiva-


explicativa, com teor diagnostico, a fim de compreender o que leva alunos a não se
motivarem pelas aulas práticas de educação física em escolas públicas.
Será feito um aprofundamento teórico e uma análise com base na pesquisa
de campo, questionários e ideias do autor TESSELE NETO, 2012, que trabalhou
essa mesma temática em turmas do ensino médio, nas escolas públicas de Porto
Alegre.

3.1 APLICAÇÃO E INSTRUMENTOS

O questionário foi aplicado para turmas do ensino médio em 3 escolas


públicas de Porto Alegre-RS, ao todos participaram dos questionários 172 alunos
entre 14 e 17 anos, sendo 82 do gênero masculino (47,67%) e 90 do gênero
feminino (52,33%).
Foi aplicado o questionário elaborado por KOBAL, para identificação de
motivações intrínsecas e extrínsecas das aulas de educação física. O questionário é
constituído de 3 questões, com 32 afirmações, sendo 16 referentes a motivação
intrínseca e 16 referentes a motivação extrínseca. Esses foram serão respondidos
em uma escala LIKERT de 5 alternativas.

3.2 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS

Após fazer os cálculos dos questionários, eles ficaram ranqueados assim:


QUESTIONÁRIO REFERENTES A MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA
Questão 1 – Participo das aulas de educação física por que:
1º - As aulas me dão prazer / 2º - Gosto de aprender novas habilidades / 3º - Gosto
de atividades físicas / 4º - Sinto-me saudável com as aulas / 5º - Acho importante
aumentar meus conhecimentos sobre esportes e outros conteúdos

Questão 2 – Eu gosto das aulas de educação física quando:


1º - As atividades me dão prazer / 2º - Dedico-me ao máximo nas atividades / 3º - O
que eu aprendo me faz querer praticar mais / 4º - Compreendo os benefícios das
atividades propostas em aula / 5º - Movimento o meu corpo / 6º - Aprendo uma nova
habilidade

Questão 3 – Não gosto das aulas de educação física quando:


1º - Quase não tenho oportunidade de jogar / 2º - Não sinto prazer na atividade
proposta / 3º - Exercito pouco o meu corpo / 4º - Não há tempo para praticar tudo o
que eu queria / 5º - Não consigo realizar bem as atividades

Analisando a motivação intrínseca, considerando sempre os 3 fatores mais


votados, podemos ver na Questão 1, que a educação física ainda é um fator
importante na vida dos adolescentes e que eles reconhecem a importância dessa
para o seu desenvolvimento. Na Questão 2 vemos que, os adolescentes se sentem
bem em realizar as atividades, principalmente aquelas que exigem uma dedicação
maior e que atingem a sua curiosidade. A Questão 3 é a que deve ser analisada
com mais atenção, pois é nela que estão os fatores que desmotivam de forma
intrínseca a participação dos alunos, também analisando os 3 mais votados,
podemos ver no primeiro colocado, aquele velho problema em sempre se aplicar
atividades voltadas para os Desportos, pois muitas vezes a aula não é suficiente
para a participação igual de todos, e ai prevalecem aqueles com maiores
habilidades, que tomam conta da atividade, deixando de fora aqueles que são
considerados menos aptos a jogar. Nessa questão ainda se vê a questão da falta de
estimulo, quando a atividade proposta não atinge a motivação e a expectativa do
aluno.

QUESTIONÁRIO REFERENTES A MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA


Questão 1 – Participo das aulas de educação física por que:
1º - Estou com meus amigos / 2º - Faz parte do currículo escolar / 3º - Preciso tirar
boas notas / 4º - Meu rendimento é melhor que o de meus colegas

Questão 2 – Eu gosto das aulas de educação física quando:


1º - O professor e/ou meus colegas reconhecem minha atuação / 2º - Sinto-me
integrado ao grupo / 3º - Esqueço das outras aulas / 4º - Minhas opiniões são aceitas
/ 5º - Saio-me melhor que meus colegas

Questão 3 – Não gosto das aulas de educação física quando:


1º - Meus colegas zombam de minhas falhas / 2º - Tiro nota ou conceito baixo / 3º -
Minhas falhas fazem com que eu não pareça bom para o professor / 4º - O professor
compara o meu rendimento com o de outros / 5º - Alguns colegas querem
demonstrar que são melhores que os outros / 6º - Não simpatizo com o professor /
7º - Não me sinto integrado ao grupo

Analisando a motivação extrínseca, se vê uma participação manipulada na


Questão 1, pois se vê como foco a obtenção de nota, fazendo da disciplina mais um
obstáculo para se conseguir o êxito da formação, do que uma busca por
conhecimento e prazer nas práticas. Se vê ainda nessa questão o fator amizade
como o maior motivador. Na Questão 2, se nota uma busca por reconhecimento nas
atividades, a competitividade em alta e o desejo em ser o melhor na prática de
alguma atividade, para assim conseguir se integrar como o ‘’atleta’’ da turma. A
Questão 3 mais uma vez com um olhar delicado, nos mostra a questão das aulas de
educação física como uma competição para medição de habilidades, em que os que
não demostram domínio nas atividades e práticas esportivas se sentem inferiores,
evitando assim a participação com receio das zombarias e das comparações que
muitas vezes é feita pelo professor que esquece da sua real função e se assemelha
a um treinador.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a construção desse projeto ficou claro que o professor precisa


urgentemente conhecer e estudar sobre a motivação intrínseca e extrínseca, pois é
ai onde mora um dos mistérios para a motivação ou não dos alunos pelas aulas.
Através dos estudos realizados para o enriquecimento do projeto, foi possível
notar que a educação física ainda é uma disciplina pouco explorada, com relação ao
seus conteúdos e métodos, principalmente no Ensino Médio, onde muitas vezes se
chega a repetir conteúdos já vistos pelos alunos do Fundamental II. Os desportos
ainda é a base para a Educação Física no Brasil, mais aliado a falta de estrutura
para atividades das escolas públicas, falta de materiais e a forma como é aplicado
pelos professores, não estimula alguns alunos, os desmotivando a participar das
aulas práticas.
Entende-se que o professor é o principal agente de motivação dos alunos, é
ele através de suas aulas que deve estimular a participação de seus alunos nas
aulas práticas, onde esses irão aprender de forma dinâmica os assuntos propostos e
desenvolverão suas coordenações.
Porém ainda se vê um fraco desempenho nesses profissionais, que
fracassam no objetivo de estimular e motivar seus alunos nas aulas de educação
física, a inércia em buscar novas ferramentas para seu auxilio e para o melhor
ensino-aprendizagem, afasta de forma considerável os jovens das aulas práticas de
educação física, pois esses criam expectativas em relação a essas aulas que não
são correspondidas.
Por fim, é preciso que o professor de educação física aprimore
constantemente seus conhecimentos e busquem em suas aulas aplicar atividades,
jogos e brincadeiras, que não beneficie um grupo de alunos, mais que todos possam
jogar por igual, mesmo sendo as práticas de desportos, mais que esses possam ser
adaptados para uma melhor participação da turma. Não pode prevalecer nas aulas
práticas de educação física a competitividade e sim a coletividade, pois o papel do
professor durante as aulas é ensinar e educar, não treinar.
Seguindo essas conclusões é possível se reestabelecer a motivação
Intrínseca dos alunos, que é aquela em que o faz participar das aulas por prazer,
buscando sempre um objetivo satisfatório para seu desenvolvimento.

4 REFERÊNCIAS

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5 ANEXOS

Modelo do Questionário Usado na Pesquisa de Motivação Intrínseca


Resultado Questionário de Motivação Intrínseca
Modelo do Questionário Usado na Pesquisa de Motivação Extrínseca
Resultado Questionário de Motivação Extrínseca

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