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TEOLOGIA LUTERANA:

Justificação pela Fé

A doutrina da justificação é o artigo principal das confissões luteranas, a espinha dorsal da


teologia na qual todas as outras doutrinas estão apoiadas.

O sola fide (fé somente) é muito enfatizado na teologia luterana em sua batalha contra a
teologia do catolicismo medieval. Fé e obras são termos excludentes entre si. Nada poderia ser
acrescentado à justiça de Cristo. Nenhuma adição humana seria tolerada.

Na tradição luterana, a fé é gerada através da pregação do Evangelho e através da


administração dos sacramentos, batismo e eucaristia.

O sacramento em si mesmo, não gera fé. Antes, se baseia na promessa que é ou não apropriada
pela fé (aceitação: aspecto subjetivo) que deve ser baseada na pessoa e obra de Jesus (aspecto
objetivo da fé).

Somente os que crêem pessoalmente é que são justificados subjetivamente. A fé justificadora


sempre deve conter um elemento intelectivo. Aquele que crê tem que possuir algum
conhecimento daquele em quem crê. Os infantes não devem ser batizados a fim de serem
justificados, e sim com base na promessa que tem eficácia na conversão.

Após termos sido justificados e regenerados pela fé. A fé é o que causa a regeneração. O novo
nascimento é produto da fé justificadora.

A fé é que justifica e recebemos o perdão dos pecados e a reconciliação em nome de Cristo.


Entenda-se fé como ato objetivo operado por Deus, mediante o Espírito Santo, em termos
subjetivos aceitamos a fé.

Cristo é o objeto de nossa fé, gerada no coração dos homens pela obra do Espírito Santo.

A justificação tem um aspecto forense, onde a imputação da justiça de Cristo é creditada a


nós.

A justificação é um termo jurídico e significa pronunciar e tratar como justo, justificar. É justo
judicialmente, em virtude da imputação da justiça de Cristo e, todavia, permanece pecador
em si e de si mesmo. Segundo Calvino, Deus declara o pecador justo; ele é aceito e perdoado
por causa de Cristo somente.
Todos são plenamente reconciliados com Deus e aceitos por ele, porque seus pecados foram
imputados a Cristo e Sua justiça lhes foi imputada.

A justiça concedida ao pecador não é sua própria, produzida por ele mesmo, mas uma justiça
que vem de fora pertencente a Jesus Cristo. A justiça não é uma qualidade do homem. Ela
consiste antes em ser justo somente através da imputação graciosa da justiça de Cristo, isto é,
uma justiça fora do homem.

A justiça de Cristo é imputada a nós. Não mais devedores à lei, sua dívida foi quitada pelo
"fiador" deles, que se tornou responsável pelas obrigações legais daqueles a quem ele
representou. Deus considera plenamente satisfatório o que Cristo fez.

O dogma luterano da extensão da graça universal deve ser questionada biblicamente. A


eficácia da justificação é a obra de Jesus na cruz aceita por nós pecados. Enquanto não
aceitamos, não somos justificados. Somos condenados não só pela incredulidade, mas pelo
pecado.

A justificação objetiva é se baseia na obra de Cristo e a subjetiva depende dela. Se temos fé


deve ser em algo ou alguém; fé por fé, sem base é nula.

Deve existir a garantia de que todas as pessoas justificadas serão salvas. A eficácia da
justificação tem seu lado subjetivo na resposta humana.

É pela fé, e pela fé somente, que o indivíduo aplica a si próprio o julgamento gracioso de Deus,
e, assim, ganha a posse pessoal e o desfrutar de tudo o que ela implica.

Quando uma pessoa crê, ela é justificada pessoalmente, tomando posse das bênçãos de Cristo
conquistadas em seu favor na cruz. Recebemos o que nos é oferecido na pregação do
Evangelho.

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