Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
O Direito das
Obrigações e o
Direito das Coisas
integram os direitos
patrimoniais.
Direitos patrimoniais
Entretanto, apesar de
integrarem o mesmo ramo,
não podem ser
confundidos, porque o
Direito das Obrigações
trata de direitos pessoais
e o Direito das Coisas
trata dos direitos reais
Direito Pessoal Direito Real
é o direito do credor é o poder – direto e
contra o devedor, tendo imediato – do titular
por objeto uma sobre a coisa, com
exclusividade e contra
determinada
todos.
prestação.
Cria um vínculo entre a
Forma-se uma relação pessoa e a coisa (direito
de crédito e débito entre de propriedade), e esse
as pessoas vínculo dá ao titular uma
exclusividade em relação
ao bem (erga omnes).
DIFERENÇAS ENTRE DIREITOS
PESSOAIS E DIREITOS REAIS
Quanto à formação
Os direitos reais têm Os direitos pessoais não
origem na lei, não podem resultam da lei, nascem de
ser criados em um contratos entre pessoas.
contrato entre duas Há 16 contratos
pessoas, sendo, por esse nominados entretanto, é
motivo, limitados. possível a criação de
Seguem o princípio do contratos inominados.
numerus clausus Seguem o princípio do
(número limitado). numerus apertus (número
aberto.)
Quanto ao objeto
Elementos:
1) Subjetivo
2) Objetivo
3) Vínculo jurídico
ELEMENTO SUBJETIVO
A prestação também
tem o seu objeto, que
se descobre com a
pergunta: o quê?
Alguém se obriga a
fazer – fazer O QUÊ?
Ius creditoris
Objeto mediato da
obrigação:
as 200 sacas de café
extraforte
Requisitos de validade da
prestação
O objeto imediato da obrigação - a prestação – deve
ser
lícito, possível , determinado ou determinável,
e não difere daquilo que se exige do objeto da relação
jurídica em geral, como estatui o Art. 104 do CCB.
Código civil
Art. 104.A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
O objeto lícito
Objeto ilícito seria
aquele que atenta
contra a lei, a
moral ou os bons
costumes
O objeto possível
A impossibilidade do objeto poderá ser física
ou jurídica.
É imaterial, abstrato
É o liame legal que sujeita
o devedor a determinada
prestação em favor do
credor
Abrange o dever da
pessoa obrigada (debitum)
e sua responsabilidade em
caso de não-
cumprimento(obligatio).
Obrigação e Responsabilidade
A obrigação difere da
responsabilidade.
Dívida prescrita
É o exemplo clássico.
O devedor somente cumpre sponte sua (dever de
consciência) e não será obrigado porque o juiz deve
reconhecer de ofício a prescrição e julgar extinto o processo
com resolução de mérito
Há quem diga que o juiz não deve indeferir ações com base
na prescrição, porque pode ter havido uma interrupção sem
que o juiz saiba.
O grande desafio dessa figura é que uma vez cumprida a
obrigação natural, não há repetição
Ex: dívidas de jogo, gorjetas, presentes que se fazem em
relação concubinária
OBRIGAÇÃO NATURAL
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a
pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que
voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o
perdente é menor ou interdito.
§ 1o Estende-se esta disposição a qualquer contrato que
encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de
dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta
ao terceiro de boa-fé.
§ 2o O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que
se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e
apostas legalmente permitidos.
§ 3o Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou
prometidos para o vencedor em competição de natureza
esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se
submetam às prescrições legais e regulamentares.
Obrigações naturais
Dívida de jogo ilícito
Não há obrigatoriedade no pagamento (art. 814), o que
não obriga restituir se o pagamento for realizado, salvo
em caso de dolo ou incapacidade de quem perdeu a
aposta.
Resulta que o devedor não poderá alegar erro, nem exigir
ressarcimento.
Obs:
O pagamento de gorjeta e o pagamento de alimentos por
alguém não obrigado são exemplos de obrigações
naturais.
CLASSIFICAÇÃO DAS
OBRIGAÇÕES
CLASSIFICAÇÃO BÁSICA
As obrigações, em uma classificação básica, apreciadas
segundo a prestação que as integra, poderão ser:
POSITIVAS (de dar – coisa certa ou coisa incerta; de
fazer) e NEGATIVAS (de não fazer).
CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL
Considerando o elemento subjetivo (os sujeitos), as
obrigações poderão ser:
a) fracionárias;
b) conjuntas;
c) disjuntivas ou alternativas;
d) solidárias.
OBRIGAÇÕES FRACIONÁRIAS
Nas obrigações fracionárias, concorre uma pluralidade de
devedores ou credores, de forma que cada um deles
responde apenas por parte da dívida ou tem direito
apenas a uma proporcionalidade do crédito. Uma
obrigação pecuniária (de dar dinheiro), em princípio, é
fracionária
OBRIGAÇÕES CONJUNTAS
São também chamadas de obrigações unitárias ou de
obrigações em mão comum.
Neste caso, concorre uma pluralidade de devedores ou
credores, impondo-se a todos o pagamento conjunto de
toda a dívida, não se autorizando a um dos credores
exigi-la individualmente.
OBRIGAÇÕES DISJUNTIVAS
Nesta modalidade de obrigação, existem devedores que
se obrigam alternativamente ao pagamento da dívida. Vale
dizer, desde que um dos devedores seja escolhido para
cumprir a obrigação, os outros estarão
consequentemente exonerados, cabendo, portanto, ao
credor a escolha do demandado.
De tal forma, havendo uma dívida contraída por três
devedores (A, B, C), a obrigação pode ser cumprida por
qualquer deles: ou A ou B ou C.
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Existe solidariedade quando, na mesma obrigação,
concorre uma pluralidade de credores, cada um com
direito à dívida toda (solidariedade ativa), ou uma
pluralidade de devedores, cada um obrigado à dívida por
inteiro (solidariedade passiva).
A solidariedade não se presume nunca: resulta da
lei ou da vontade das partes.
CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL
Quanto ao elemento objetivo (a prestação) - além da
classificação básica, que também utiliza este critério
(prestações de dar, fazer e não fazer) -, podemos apontar
a existência de modalidades especiais de obrigações, a
saber:
a) Alternativas
b) facultativas;
c) cumulativas;
d) divisíveis e indivisíveis;
e) líquidas e ilíquidas;
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
As obrigações alternativas ou disjuntivas são aquelas que
têm por objeto duas ou mais prestações, sendo que o
devedor exonera-se cumprindo apenas uma delas.
OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS
A obrigação é considerada facultativa quando, tendo um
único objeto, o devedor tem a faculdade de substituir a
prestação devida por outra de natureza diversa, prevista
subsidiariamente.
Não se confunde com a obrigação alternativa, cujo objeto
já “nasce” composto
OBRIGAÇÕES CUMULATIVAS
As obrigações cumulativas ou conjuntivas são as que têm
por objeto uma pluralidade de prestações, que devem ser
cumpridas conjuntamente.
É o que ocorre quando alguém se obriga a entregar uma
casa e certa quantia em dinheiro.
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E
INDIVISÍVEIS
As obrigações divisíveis são aquelas que admitem o
cumprimento fracionado ou parcial da prestação; as
indivisíveis, por sua vez, só podem ser cumpridas por
inteiro.
OBRIGAÇÕES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS
Líquida é a obrigação certa quanto à sua existência, e
determinada quanto ao seu objeto. A prestação, pois,
nesses casos, é certa, individualizada, a exemplo do que
ocorre quando alguém se obriga a entregar ao credor a
quantia de R$100,00. A obrigação ilíquida, por sua vez,
carece de especificação do seu quantum, para que possa
ser cumprida.
CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL
Quanto ao elemento acidental, encontramos:
a) obrigação condicional;
b) obrigação a termo;
c) obrigação modal.
Classificação Especial quanto ao
Elemento Acidental
Obrigações Condicionais. Trata-se de obrigações
condicionadas a evento futuro e incerto, como ocorre
quando alguém se obriga a dar a outrem um carro,
quando este se casar.
Obrigações a Termo. Se a obrigação subordinar a sua
exigibilidade ou a sua resolução, outrossim, a um evento
futuro e certo, estaremos diante de uma obrigação a
termo.
Obrigações Modais. As obrigações modais são aquelas
oneradas com um encargo (ônus), imposto a uma das
partes, que experimentará um benefício maior.
CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL
Quanto ao conteúdo, classificam-se as obrigações em:
a) obrigações de meio;
b) obrigações de resultado;
c) obrigações de garantia.
OBRIGAÇÕES DE MEIO
A obrigação de meio é aquela em que o devedor se
obriga a empreender a sua atividade, sem garantir, todavia,
o resultado esperado.
As obrigações do médico, em geral, assim como as do
advogado, são, fundamentalmente, de meio, uma vez que
esses profissionais, a despeito de deverem atuar segundo
as mais adequadas regras técnicas e científicas disponíveis
naquele momento, não podem garantir o resultado de sua
atuação (a cura do paciente, o êxito no processo).
OBRIGAÇÕES DE RESULTADO
Nesta modalidade obrigacional, o devedor se obriga, não
apenas a empreender a sua atividade, mas, principalmente,
a produzir o resultado esperado pelo credor.
Em geral, a obrigação do médico é de meio, no entanto,
no caso do cirurgião plástico (cirurgia plástica estética), a
jurisprudência entende ser de resultado
OBRIGAÇÕES DE RESULTADO
AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ERRO MÉDICO.
CIRURGIA PLÁSTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. JULGAMENTO
EM SINTONIA COM OS PRECEDENTES DESTA CORTE. CULPA DO
PROFISSIONAL. FUNDAMENTO INATACADO. DANOS MORAIS.
QUANTUM INDENIZATÓRIO. R$ 20.000,00 (VINTE MIL REAIS).
RAZOABILIDADE. I - A jurisprudência desta Corte orienta que a obrigação
é de resultado em procedimentos cirúrgicos para fins estéticos. II - Esta
Corte só conhece de valores fixados a título de danos morais que destoam
razoabilidade, o que não ocorreu no presente caso. III - O agravo não
trouxe nenhum argumento novo capaz de modificar a conclusão alvitrada, a
qual se mantém por seus próprios fundamentos. Agravo improvido. Agravo
Regimental improvido. (AgRg no Ag 1132743/RS, Rel. Ministro SIDNEI
BENETI,TERCEIRA TURMA, julgado em 16/06/2009, DJe 25/06/2009)
OBRIGAÇÕES DE GARANTIA
Tais obrigações têm por conteúdo eliminar riscos que pesam sobre o
credor, reparando suas consequências.
Constituem exemplos dessa obrigação a do segurador e a do fiador, a do
contratante, relativamente aos vícios redibitórios, nos contratos
comutativos (CC, arts.441 e s.); a do alienante, em relação à evicção, nos
contratos comutativos que versam sobre transferência de propriedade ou
de posse (CC, arts. 447 e ss); a oriunda de promessa de fato de terceiro
(CC, art. 439).
Em todas essas relações obrigacionais, o devedor não se liberará da
prestação, mesmo que haja força maior ou caso fortuito, uma vez que seu
conteúdo é a eliminação de um risco, que, por sua vez, é um acontecimento
casual ou fortuito, alheio à vontade do obrigado. Assim sendo, o vendedor,
sem que haja culpa sua, estará adstrito a indenizar o comprador evicto;
igualmente, a seguradora, ainda que, p. ex., o incêndio da coisa segurada
tenha sido provocado dolosamente por terceiro, deverá indenizar o
segurado (Maria Helena Diniz)