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Escola Secundaria Geral de Coalane

SILOGISMO E CLASSIFICAÇÃO DOS SILOGISMOS

Nome: Docente

Dora Elias Linda Dr: Helton

Quelimane, Janeiro 2021


Índice
Introdução...................................................................................................................................3
1.SILOGISMO E CLASSIFICAÇÃO DOS SILOGISMOS......................................................4
2.Exemplos de Silogismo............................................................................................................4
3.Composição do Silogismo.......................................................................................................4
4.Termos do Silogismo...............................................................................................................4
5.Falso Silogismo........................................................................................................................5
6.Regras para Construção do Silogismo.....................................................................................5
7.Classificação dos silogismos....................................................................................................7
7.1.Silogismos irregulares...........................................................................................................7
7.2.Entimema..............................................................................................................................7
7.3.Epiquerema...........................................................................................................................7
7.4.Polissilogismos.....................................................................................................................8
7.6.Sorites...................................................................................................................................8
7.7.Silogismos hipotéticos..........................................................................................................9
7.8.Condicional...........................................................................................................................9
7.9.Modusponens ( afirmação do antecedente).........................................................................10
7.10.Modustollens (negação do condicionado)........................................................................10
8.Silogismo hipotético disjuntivo.............................................................................................10
9.Silogismo hipotético conjuntivo............................................................................................11
10.Dilema..................................................................................................................................11
Conclusão..................................................................................................................................12
Bibliografia...............................................................................................................................13

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Introdução

Aristóteles, o silogismo é uma forma de inferência mediata, ou raciocínio dedutivo formado


por três (3) proposições, sendo as duas primeiras chamadas premissas e a terceira, conclusão.
Tradicionalmente, são oito as regras às quais um silogismo deve obedecer para ser
considerado válido. Quatro das quais referem-se aos termos e as outras quatro às proposições,
premissas.

E a metodologia do presente trabalho recorreu-se a consulta de livros caso de e artigos


manuais, digitação, busca na internet, que continham a informação do tema, assim como as
pesquisas e bibliotecas com o intuito de trazer o essencial e melhorar o desenvolvimento
científico do trabalho.

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1.SILOGISMO E CLASSIFICAÇÃO DOS SILOGISMOS

Com origem na palavra grega "syllogismos", que significa "conclusão" ou "inferência",


um Silogismo é um tipo de argumento lógico que aplica o raciocínio dedutivo para extrair
uma conclusão de duas ou mais proposições, que se supõe sejam verdadeiras. Em sua versão
mais antiga, formulada pelo filósofo grego Aristóteles, um silogismo é formado por três
proposições: uma afirmação geral, a qual chamamos premissa maior; seguida de uma
proposição de afirmação específica, a qual chamamos premissa menor; e uma conclusão, ou
consequente, que é deduzida das duas premissas.
Do grego, o termo silogismo (syllogismos) significa “conclusão” ou “inferência”.

2.Exemplos de Silogismo

Exemplo 1:

 Todo homem é mortal;


 Sócrates é homem;
 Sócrates é mortal.
Exemplo 2:
 Todo político é mentiroso;
 José é político;
 Logo, José é mentiroso.

3.Composição do Silogismo

A primeira e a segunda proposições são chamadas de premissas e a última é a conclusão:

 Premissa Maior (P1): declaratória, donde todo M é P.


 Premissa Menor (P2): indicativa, donde S é M.
 Conclusão: a união das duas primeiras premissas, é possível deduzir a terceira
proposição, donde S é P.

4.Termos do Silogismo

O silogismo é constituído de três termos:


 Termo Maior: também chamado de extremo maior, ele surge na premissa maior,
sendo o termo predicado da conclusão. É representado por P.

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 Termo Menor: também chamado de extremo menor, ele surge na premissa menor,
sendo o termo sujeito da conclusão. É representado por S.
 Termo Médio: ele aparece em ambas as premissas, entretanto, não aparece na
conclusão. É representado por M.

5.Falso Silogismo

A falácia é considerada um “falso silogismo” uma vez que ela é inválida na construção de
silogismo categóricos. Sendo assim, a falácia trata-se de um argumento enganoso, uma ideia
equivocada ou uma crença falsa.
Exemplo:
 Todos os cisnes não são negros.
 Alguns pássaros são cisnes.
 Logo, todos os pássaros não são negros.
Para que as proposições acima sejam consideradas um silogismo, a conclusão deveria ser:
Alguns pássaros não são negros. Isso porque a conclusão do silogismo sempre segue a
premissa negativa ou particular, e nesse caso, “alguns”.

6.Regras para Construção do Silogismo

Devemos ter em conta que existem algumas regras para a construção do silogismo categórico,
ou seja, para que eles sejam válidos e não caiam no problema da falácia.

 Em relação aos termos do silogismo temos:


Os três termos (maior, menor e médio) utilizados para a construção de um silogismo devem
ter o mesmo sentido:
 Todo leão é um mamífero.
 Algumas pessoas são de leão.
 Logo, algumas pessoas são mamíferos.
Nesse caso, o termo “leão” foi utilizado em dois sentidos: o animal e o signo. Não é válido
esse silogismo pois contém quatro termos: leão (animal); leão (signo); mamíferos e pessoas.

 Na conclusão de um silogismo, o termo médio não aparece, somente o termo maior e o


menor:
 Nenhum canídeo é felino.
 Todo canídeo é carnívoro.

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 Logo, este canídeo não é carnívoro felino.
Assim, o exemplo acima não é um silogismo e sim uma falácia formal.

 Em toda sua extensão, o termo médio deve aparecer pelo menos uma vez:
 Todas as frutas são vegetais.
 Todas as verduras são vegetais.
 Logo, todas as verduras são frutas.
Nesse caso de falácia formal, temos que os vegetais (como fruta ou verduras) são uma parte
da extensão total dos vegetais.

 Na conclusão do silogismo, os termos maior e menor não podem surgir com uma
extensão maior que nas premissas:
 Todo ato violento é condenável.
 Muitos seres humanos cometem actos violentos.
 Logo, todos os seres humanos são condenáveis.
Nesse caso, a conclusão do silogismo deveria ser: Muitos seres humanos são condenáveis.

 Em relação as proposições do silogismo, temos:


Quando um silogismo apresenta duas premissas afirmativas, a conclusão deverá ser afirmativa
também:
 Todos os felinos são mamíferos.
 Todos os mamíferos são vertebrados.
 Logo, alguns vertebrados não são felinos.
Nesse exemplo, a conclusão do silogismo deveria ser: Alguns vertebrados são felinos.

 Quando um silogismo apresenta duas premissas negativas, não se pode concluir nada:
 Nenhuma mãe é insensível.
 Algumas mulheres não são mães.
 Logo, algumas mulheres são insensíveis.
Nesse caso de falácia formal, tem-se uma conclusão injustificada e portanto não é um
silogismo.

 Quando um silogismo apresenta duas premissas particulares não é possível concluir


nada:
 Alguns vendedores não são honestos.
 Alguns brasileiros são vendedores.

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 Logo, alguns brasileiros não são honestos.
Temos acima um exemplo que viola a regra de silogismo, a partir de uma prova inconclusiva.

 A conclusão de um silogismo sempre seguirá a parte mais fraca, ou seja, a premissa


negativa e/ou particular:
 Todos os gatos não são brancos.
 Alguns felinos são gatos.
 Logo, todos os felinos não são brancos.
No exemplo acima, a conclusão do silogismo deveria ser: Alguns felinos não são brancos.

7.Classificação dos silogismos

Existem dois grandes tipos de silogismos: categóricos e hipotéticos. Os silogismos


categóricos compreendem dois tipos: regulares e irregulares. Os silogismos regulares são
aqueles cuja estrutura apresenta três proposições e três termos.
Os silogismos que ate até agora estudámos são categóricos regulares. Vejamos, então, os
silogismos categóricos irregulares e os hipotéticos.
7.1.Silogismos irregulares

Dá-se o nome de silogismos irregulares a todo silogismo que na sua estrutura e matéria
apresentam mais ou menos do que três termos e mais ou menos do que  três premissas. Trata-
se de estruturas argumentativas que, embora validas, não obedecem a uma forma canónica dos
silogismos categóricos.
Veja alguns silogismos categóricos irregulares ou derivados.
7.2.Entimema

É um silogismo, ou argumento, em que uma das premissas, ou inclusive as duas (ou mesmo a
conclusão), não estão expressas por poderem ser subentendidas.
Ex: ora, a SIDA é transmitida por vírus
Portanto, a SIDA é uma doença infecciosa
Neste caso, falta a premissa maior “ as doenças infecciosas são transmitidas por vírus.
7.3.Epiquerema 

É um silogismo em que uma ou duas premissas apresentam as respectivas demostrações. As


premissas demostrativas são acompanhadas, em geral, pelo termo “porque” ou por um outro
com a  função justificativa ou demostrativa.

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Ex: É permitido matar um injusto agressor em legitima defesa, a lei, os costumes, permitem o
direito á legitima defesa.
Ora, Massingue era um injusto agressor, quer pelos seus antecedentes, quer pelas
circunstancias da sua morte.
Logo, era permitido tarar Massingue

7.4.Polissilogismos

São silogismos agrupados, de tal modo que a conclusão do primeiro se torna premissa maior
ou menor do silogismo seguinte. Por isso, os polissilogismos podem ser progressivos
(quando a conclusão de um silogismo é premissa maior do silogismo seguinte) ou regressivo
(quando a conclusão de um é premissa menor do silogismo seguinte).
Exemplo de um polissilogismo progressivo:
Tudo quanto é nutritivo (A) é saudável (B)
A fruta (C) é nutritiva (A)
A fruta (C) é saudável (B)
O citrino (D) é fruta (C)
O citrino (D) é saudável (B)
A laranja (E) é um citrino (D)
Portanto, a laranja (E) é saudável (B)
Exemplo de um polissilogismo regressivo
Tudo que é nutritivo (A) é saudável (B)
A toranja (C) é nutritiva ( A)
A toranja (C) é saudável ( B)
As coisas saudáveis (B) são apetitosas (D)
A toranja (C) é apetitosa ( D)
Tudo o que é apetitoso (D) agrada ao paladar ( E)
A toranja (C) é agradável ao paladar ( E)

7.6.Sorites

São espécies de polissilogismos abreviados em que o sujeito da primeira premissa se torna o


predicado da segunda, o sujeito da segunda premissa se torna o predicado da terceira e assim
sucessivamente até a conclusão, que une o sujeito da ultima premissa ao predicado da
primeira premissa (sorites progressivos). Quando o predicado da primeira premissa é sujeito

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da segunda, o predicado da segunda premissa é sujeito da terceira e assim sucessivamente até
á conclusão que une o sujeito da primeira premissa ao predicado da última premissa (sorites
regressivo). O sorites conte, no mínimo quatro proposições.
Exemplo de sorites progressivos
As doenças infecciosas (A) são parasitárias (B)
As viroses tropicais ( C) são doenças infecciosas ( A)
A malaria (D) é uma virose tropical (C )
Portanto, a malaria ( D) é parasitaria (D )
Exemplo de um sorites regressivo
As vacinas previnem (A ) as doenças(B )
Quem se previne das doenças ( B) tem mais saúde( C)
Quem tem mais saúde(C ) mais alegre é ( D)
Quem mais alegre é (D ) ganha mais longevidade (E )
Portanto, as vacinas ( A ) garantem maior longevidade (E)
7.7.Silogismos hipotéticos

Contrariamente ao que acontece nos silogismos categóricos, a premissa maior de um


silogismo hipotético não afirma nem nega de forma absoluta ou categórica, mas sob uma
condição ou estabelecendo alternativas. A premissa maior de um silogismo hipotético é
sempre constituída por uma proposição molecular ou por duas ou mais proposições simples
cujas ligações são feitas por conectores, isto é, partículas de união, tais como “ se…então”,
“…e…”, “… ou …”.
Os silogismos hipotéticos classificam-se em: condicional, disjuntivo, conjuntivo e dilema.

7.8.Condicional

É aquele em que a premissa maior estabelece uma condição, dividida em duas partes:
condição e condicionado.  Estas duas proposições que formam a premissa maior, estão ligadas
entre si pelas partículas “se…então…”
Exemplo:
Se Deus existe, então a vida faz sentido
Ora Deus existe
A vida faz sentido
O silogismo condicional compreende dois modos validos

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7.9.Modusponens ( afirmação do antecedente)

Exemplo
Se me amares, então casarás comigo
Ora, me amará
Logo, casará comigo

7.10.Modustollens (negação do condicionado)

Exemplo
Se tenho malária então estou doente
Ora, não estou doente
Logo não tenho malária
A operacionalização dos silogismos hipotéticos condicional obedece quatro regras.
 Da afirmação do antecedente resulta, necessariamente, a afirmação do consequente;
 Da afirmação do consequente nada se pode concluir necessariamente;
 Da negação do consequente ou condicionado resulta, necessariamente, a negação do
antecedente;
 Da negação do antecedente nada se pode concluir necessariamente.

8.Silogismo hipotético disjuntivo

É aquele em que a premissa maior apresenta alternativas. A premissa menor afirma ou nega


um dos membros. A conclusão afirma ou nega o outro membro. Este tipo de silogismo
assume duas formas:

Modus ponendo- tollens (afirmando, nega)


 Ou está do meu lado ou está contra mim
 Ora, está contra mim
 Logo não está do meu lado

Modus tollendo-ponens (negando, afirma)

 Ou está do meu lado ou está contra mim


 Ora, não está do meu lado
 Logo está contra mim

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9.Silogismo hipotético conjuntivo

É um em que a premissa maior não admite que dois termos opostos sejam aplicados
simultaneamente a um sujeito. Este silogismo assume dois modos validos.
Modus ponendo-tollens (afirmando – nega)
 A água não pode ser simultaneamente quente e fria
 Como a água é fria
 Então não é quente

Modus tollendo- ponens (negando, afirma)

 A agua não pode ser simultaneamente quente e fria


 Como a água não é quente
 Então, é fria.
10.Dilema

É um raciocínio hipotético e disjuntivo que, em termos estruturais, é formado por uma


proposição disjuntiva e por duas proposições condicionais, uma para cada alternativa, de tal
forma que, qualquer que seja a opção escolhida, a consequência é sempre a mesma.
Exemplo:
 Ou caso com mulher bonita, ou caso com mulher feia.
 Se ela for bonita serei atormentado de ciúmes, por isso não devo casar
 Se ela for feia a sua companhia será insuportável, por isso não vou casar
 Portanto, de qualquer das formas não devo casar.

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Conclusão

O silogismo constitui uma das formas típicas do raciocínio por dedução. Quanto à estrutura e
à matéria, o silogismo é constituído por três (3) proposições (das quais as duas primeiras
denominam-se premissas ou antecedentes e a terceira, conclusão ou consequente) e três (3)
termos, dois quais, maior (P), menor (S) e médio (M), Termo médio constitui o elo de união
entre os termos maior e menor. O termo maior desempenha a função de predicado e o menor,
sujeito da conclusão. A legitimidade de um silogismo passa, necessariamente, pelo
cumprimento de determinadas regras, que se resumem em número de oito (8), quatro (4) das
quais dizem respeito aos termos e as restantes quatro (4) dizem respeito às premissas ou
proposições. Todo silogismo categórico fundamenta-se no princípio de identidade que se
articula em princípio de extensão e de compreensão. Por isso que, tudo o que se afirma do
todo afirma-se igualmente das partes constituintes.

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Bibliografia

KELLER, V: BASTOS, C. L.. Aprendendo Lógica. Petrópolis: Vozes, 2003.

KNEALE, W. e KNEALE, M. O desenvolvimento da lógica. Tradução de M. S.


LOURENÇO. 3ª ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1991.

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