Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.3, n.16, p.347-355, Jul/Ago. 2009. ISSN 1981-9919.
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minutos. Já Novaes e Viana (2003) dizem que redução e estabilização dos níveis citados
tem que trabalhar entre 50% - 60% da acima.
frequência cardíaca máxima ou 40% - 50% do
VO2 máximo, já que o exercício tende a
reduzir a circulação de catecolaminas, que no MATERIAIS E MÉTODOS
caso dos obesos e hipertensos, acarretam na
redução da pressão arterial. Foram recrutadas duas pessoas do
Ainda, de acordo com ACSM, citado gênero masculino, hipertensas e obesas. A
por Matias e colaboradores (s.d), os exercícios primeira é jovem, 20 anos de idade, pesando
de musculação têm sido incorporados e 157 Kg, com estatura de 1,75m, frequência
recomendados para recuperação da massa cardíaca em repouso de 103 bpm,
magra, já que com isso se tem um suporte apresentado pressão arterial de 160/110
maior em termos muscular e articular para mmhg. Esta pessoa, não obstante ser jovem,
prescrever o exercício. era hipertensa sem seu conhecimento até o
O outro fator importante segundo momento da avaliação, portanto, não
Sabia, Santos e Ribeiro (2004), é que não só dependente de fármacos anti-hipertensivos.
os exercícios aeróbios promovem mudanças, A segunda pessoa é adulta, com 54
mas também os anaeróbios. Em seu estudo anos de idade, hipertenso controlado, obeso,
houve diminuição de 1,5% de massa corporal dependente de fármacos anti-hipertensivos
no aeróbio e no anaeróbio 3,7%, tendo (losartan 100mg), pesando 123 Kg, com
determinado 4,5% menos no índice de massa estatura de 1,76m, frequência em repouso 99
corporal, demonstrando que se deve associar bpm, apresentando pressão arterial de
também os trabalhos anaeróbios de acordo 140/110 mmHg.
com a evolução do cliente. O roteiro de trabalho constou de:
Segundo Foureax, Pinto e Damaso 1- Medidas antropométricas (peso, altura,
(2006), o efeito EPOC tem papel importante circunferências);
na perda de peso, sendo causado de acordo 2- Dobras cutâneas;
com a intensidade e duração que tem que ser, 3- Avaliações bioquímicas (colesterol,
acima de moderada, aumentando o gasto trigliceres, glicemia, TGO, TGP);
energético pós-exercício, visto que a 4- Avaliações de hábitos alimentares
adrenalina e a noradrenalina estimulam a (orientação por uma Terapeuta Ayurvédica,
respiração mitocondrial e a função celular técnica de nutrição);
aumentando o uso de oxigênio. 5- A avaliação médica e acompanhamento
Alonso e colaboradores (1998) relatam cardiológico foram feitos por um médico
que a frequência cardíaca esta diretamente anestesista;
ligada ao consumo de oxigênio e que o 6- A verificação do peso foi realizada em uma
possível aumento da frequência cardíaca se balança com intervalos a cada 0,01kg; os
deve à demanda metabólica da musculatura voluntários foram pesados em pé, descalços e
ativa, ficando claro, portanto, que em um usando apenas sunga;
programa de redução de peso que se tem que 7- A medida de estatura foi aferida na balança
aumentar o gasto energético, o utilizando-se a haste de metal rígida que
desenvolvimento muscular é fundamental. atinge uma altura de até 2 metros com
Portanto o objetivo desse trabalho é intervalos em centímetros. Para isto, os
demonstrar os resultados de um estudo de mesmos ficaram descalços, encostando a
caso, em termos de redução e estabilização região escapular e occipto cervical na haste de
em perimetria, alterações fisiológicas e metal e a parte superior do crânio no ponto
bioquímicas em um indivíduo obeso e mais alto da haste de metal do aparelho;
hipertenso e outro hipertenso obeso 8- As dobras cutâneas foram aferidas com o
dependente de fármacos (losartan 100 mg), compasso da Cescorf, sendo verificado um
utilizando exercícios aeróbios, resistidos em total de 9 dobras cutâneas, sendo aferidas três
baixa, média, moderada e de alta intensidade vezes a mesma dobra e utilizada a aferição
após um bom nível de condicionamento, média como base de estudo;
mantendo uma média de 4 km por aula, (3 a 4 9- As analises bioquímicas foram realizadas
vezes por semana), tudo associado a uma em um laboratório, com jejum de 12 horas no
orientação alimentar. Servem como fatores de começo do estudo, e determinados os
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Tabela 2 Resultados do colesterol, triglicerídoes , TGO, TGP e Glicemia da Amostra 1 (jovem obeso
hipertenso)
Coleta número Colesterol Triglicerídeos TGO TGP Glicose
18/07/2008 176 mg/dl 299 mg/dl 19,0 u/l 26,0 u/l 94 mg/dl
05/09/2008 188 mg/dl 97 mg/dl 17,0u/l 18,0 u/l 100 mg/dl
05/12/2008 199 mg/dl 83 mg/dl 18 u/l 26 u/l 96 mg/dl
27/03/2009 190 mg/dl 87 mg/dl 20 u/l 29 u/l 77 mg/dl
Tabela 2 Resultados do colesterol, triglicerídoes , TGO, TGP e Glicemia da Amostra 2(adulto obeso
hipertenso)
Coleta Número Colesterol Triglicerídeos TGO TGP Glicose
04/05/2004 226,0mg/dl 149,0mg/dl 27,0 u/l 48,0 u/l 92,0 mg/dl
07/02/2006 221,0 mg/dl 164,0 mg/dl 32,0 u/l 57,0 u/l 98,0 mg/dl
21/02/2008 210,0 mg/dl 197,0 mg/dl 72,0 u/l 105,0u/l 90,0 mg/dl
07/11 2008 196,0mg/dl 189,0 mg/dl 17,0u/l 22u/l 87,0mg/dl
16/03/2009 162,0mg/dl 83,0mg/dl 41,9u/l 27,9u/l 81,0mg/dl
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