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LN seguranca, pelos percursos labirinticos da alma humana. Aqui somos confrontados com a proposta de wma psicoterapia nietzschiana, que procede genealogicamente. Reapropriando-se de sentidos etimoldgicos origindrios, de hd muito caidos no CeO ea aCe radicalmente emancipatoria. (...) O importante é que 0 autor recusa a mera justaposigao eclética de Fe a ara pratica psicoterapéutica, Naffah Neto nao deixa de nos fazer ouvir sen acento proprio, ndo abdica da inflexao rigorosamente pessoal com que dirige tanto a orquestracao dos temas quanto a trajetéria da busca que, ao final, nos conduz ao encontro entre a a ae ae Oe ore eet Neto Fy TR TR Ch ORNS a0 A psicoterapia em busca de Dioniso Nietzsche visita Freud Alfredo Naffah Neto Pt ee Cee et Perce crcrry eee ee ay por etteec rs ern Pee ene See discutindo os sentidos possiveis de uma psicoterapia eC cere ty nietzschiana, seja avaliando Pen cas da psicanalise e de outr See eae balho conceitual ganha corpo Pe ener te ae aes entrees ne ee tea ten See ee ees oer ees creer es entry ee ee ees See te ad péuticas nele vigentes. A psicoterapia em busca de Dioniso Nietzache visita Freud Alfredo Naffah Neto ‘by Aldo Naa Neto ‘by Eira Eseulae EDUC, pr ei en lingua porguesa digo: abide 198 Nati Neto, Alieo Psicoterapia cw busca de Dignso: Nieusche visita Freu/Alfedo Nath Neb Sd Paulo: EDUC, 19 i 149 pc 2 em. (Linas gs) A psicoterapia em busca de Dioniso: ISHN 85.283-0089.5 (EDUC) Nietzsche visita Freud SUN 85-7197.98.9 (Es) 1 Psizoterapia Ti. Série copsressia Rs Moe Alor, 4 (014-000 Si Palo 8 Fone: (11)620280 Editor Eset Ld Ra Dr Home de Mella, 351 (007-01 = So Palo - SP Tel: (011)654950 Fone (O11) 871-2582 1 10 oe /£9Ve SUMARIO APRESENTAGAO - Oswaldo Giacoia Jr n ABERTURA, 1s PRIMEIRA PARTE: POR UMA PSICOTERAPIA GENEALOGICA aforismo I: Genealogia, psicologia,psicoterapia 19 aforismo 2:0 psicoterapeuta-gencalogisa 20 aforismo 3: Psicoterapia: etimologia. 21 aforismo 4 Psicoterapiae vida 2 ‘SEGUNDA PARTE PSICOPATOLOGIAS _aforismo 5; Psicopatologia etimotogia. 27 ‘Sepdo I: Saide, doenca, nobreza,eseraviddo ¢ livramento aforismo 6: Sade livramento 28 aforismo 7: A sabedonia do perspectivisma, 30 ‘aforismo 8: A nobreza slut 32 aforismo 9: A escravidso como apisionamento pelo Outro 35 Segdo 2: Neurose,eseravidio, sonhos eforgas manginais ‘aforismo 10: Eseravido e newrose 37 aforismo 11: Neurose, escravidio e angiista. 38 aforismo 12: Histeria’escravido sem recalque ‘0 aforismo 13: A fobia ea dissociagao da conseiéneia.... 44 ‘aforismo 14: A conseigneine as defesas contra a eseravidao. 45 aforismo 15: 0 sonho. 4 ‘aforismo 16: Neurose obsessva: a escravidio levada As iltimas consequéncias 31 aforismo 17:0 cireuto-neuriico eas Forgas marginais 33 ‘Seedo 3: Criminalidade, perversd, loucura edevir errante aforismo 18: Crime ¢ lovcura: amarginalizaglo da diferenga. 35 aforismo 19: Perversbes sio docngas? 38 Aaforismo 20; O deli: uma interpretagzo do sem-lugar 61 aforismo 21: A alucinagao: as intensidades projetadas ‘numa metaextensio, 65 ‘aforismo 22:0 citcuito-louco ea emincia das Forgas atvas. os ‘TERCEIRA PARTE: UMA CONCEPCAO DE PERSONALIDADE ‘aforismo 23: A personalidade eas misearas-personagens 73 aforismo 24: A personalidade, 0 ego co self, 6 QUARTA PARTE APSICOTERAPIA EM BUSCA DE DIONISO aforismo 25: 0 ensinamento de Dic 83 ‘aforismo 26; O thos psicoterapeutico, %6 aforismo 27: Desconstrindo representagdes, decodificando sintomas:notas sobre a interpretagio| 89 aforisn 28: A tansferéncia eo etemo retome 93 aforismo 29: O eotidiano da psicoterapia: mapeando forgas 96 aforismo 30: A psicotcrapa individual e a mort: do individuo 199 aforismo 31: A psicoterapia de grupo no encontro de Dioniso socabilidades em transmutagao 102 NOTAS 107 APRESENTACAO Sob condugio de Alfredo Naffah Neto, orentada por uma erpretago original dafilosofia de Nietzsche, a psicoterapia se aventura vertiginosamente na busca de Dioniso, Ao longo do percurso, cua trajetriase determina partir de uma suposta visita de Nietzsche a Freud, o autor se transforma no hospedeito de ambos. Com isso, adiregio suger pelo subtitulo do livro se invent e & Naffah Neto quem na verdade revisita Nietzsche a partir de Froud, em fecunda convivéncia parihada por ilustres ‘companheicos de viagem: Deleuze, Foucault, Guattar, Sacher- Masoch, Bento Prado J. Moreno. Laplanche, Espinosa, Hericlito,o obseuro ete ‘A forma aforstca da escrita ~ adequada ao perspectivismo subjacent as posigSes flosficas do autor ~fecilita ao leitor 0 ‘acesso a conjuntostemsticos de dificil assimilagio. Para além do poder sugestivo eda fascinagao provocada pela beleza literaria, a «scritaaforistica se ajusta com perfeigo ao contedo. sem pre juizo da orginicaaticulagio do material conceitval: ela também toma vidvel amultilicidadede acessospossiveisaessecontetido, produzindo arranjos eenuzamentos surproendentes entre quests «conceits, problemas e propostas. A harmonia das quatro partes aliada & dindmica intcigente da argumentagdo concitam o letor 1 efetuar, por si mesmo, os mais eaves circuitos entre os ‘ontextosteéricosabordados pelo autor. Eassim que Naffah Neto nos condi, com habilidade ¢ seguranga, pelos pereursos labirin- tieos da alma humana. ‘Aqui somos confrontados coma propostade uma psicoterapia nietzschiana, ue procede genealogicamente, Reapropriando-se de sentidos etimol6gicas originirios, de hi muito caidos no cesquecimento, essa psicoterapia gencaldgica se enuncia como radiealmente emancipatéria, Ao definila em sua natureza © propésitos, Naffah Neto no pode deixar de reverter categoria © noges fundamentais da psicopatologiaepsicoterapa, como por exemple: sade, dacnga, nomalidade, perversio,neurose aluc- nado, deliro, personalidade, subjetivaglo, fazendo-o com 0 ausilio de ferramenta filoséficas cuja significagio esti muito Tonge de ser objeto de pacifico consenso; aqui figuram, por cexemplo, conceites como marginalidade, eriminalidade, escravidio,livamento thos, necessidade, acaso, devir, vntade de poténcia et ‘Certa irreveréncia te6rica nem sempre dssimulada (capaz, sem divida, de exasperar veneriveis escripulos académicos) aa fem proveito do sabor ¢ leveza do estilo. Afinal, a sedugio inresistivel da ousada aventura de Naffah Neto reside menos nos rigores da exeges filosdfica do que na profusio surpreendente de combinagdes eireuits, fazendo cruzar com inesgotavel produ- Lividade posturasteéricase metodologiasoriginalmente distantes entre si ‘io esses miltiplos agenciamentos preduzindo espagos eon cvituais onde se inserevem novas significapies que, a meu ver, ‘omam bela provocativacestimulantc esta frequentago de Freud por Nietzsche. via Naffah Neto, ou vice-versa. O importante & {que 0 autor recusa a mera justaposigio eclética de perspectivas twéricas e clinieas. Aliando teoria e decantada pritica psi- coterapéutica, Naffah Neto nao deixa de nos fazer ouvir seu acento proprio, ndo abdica da inflexao rigorosamente pessoal com que dlirig tanto a orquestrago dos temas quanto a trajetria da busca ‘que, 20 final, nos conduz ao encontro entre a psicoterapia © Dioaiso, o ambiguo enso que a melhor mancira de fazer justiga aos méitos inegaveis deste ivr e & elevagio especulativa a que nos conduz (0 autor & aceitar seu convite para empreender 0 esforgo de se aproprar eitcamente do seu conteid assim, dialogar eom ele Nesse sentido, © para encerrar, gostaria de destacar trés dos ‘miltiplos aspectos intressantes que animam o debate: a com- proensio profnda da génesesimbslicae semiética da neurose; a proposta do espagoterapeutico como “acolhimento supra-moral inde se processa a interpretaglo que auxilianalbertago(saide) 4docspinto, no movimento que leva reapropriagaode sua “poten- cia afetiva” 0 bem fundamentado reconhecimento da virus especifia da psicoterapia de grupo, Berlim,21 de outubro de 1993, OSWALDO GIACOIA JR. Vive em mim um Mietzsche que anseia por se tornar psi- coterapenta, Desde que eletomon conta de mime me convence, com todas as leiras, que « hospedagem era para valer. nossa relagd tem silo uma grande aventura. No comego tentet ofere- cer-he um espago no easamento que eu mantinha com 0 psico- drama ha vine anos mas. depols de algum tempo, estdvamos {todos incomedados einsaseitas. Ai nao tive alternativa: aban donet a antiga relagao ¢ lancei-me, de corpo e alma, na cons- trugdo da nova proposta terapéutica. De a para cd temos vvido como dots irmdossiameses, ds ve2es sem saber quem é 0 héspede quem ¢ 0 hospedviro. E ele vat-me empresiando pedagos, ‘euidadosamente escolhides, para lancar as alicerces da nova ‘moradia. Até me indicow alguns intérpretes mats audazes para funcionarem como nossos ajudantes na construgao. E eu vou-lhe ‘oférecendo as minhas artes de arguieto: de conceitos ede almas. Levei-o, virias vezes,& cosa de Frond — xm velho amigo intr locutor de muitos anos ~e tenho aprendido muito nos calorosos debates em que sempre nos langamos. E nesse caminhar juntos. ‘ex me torn fldsof, ele se fre psteoterapenta, Primeira Parte POR UMA PSICOTERAPIA GENEALOGICA, Gencaloga,pscologia,pscoterapia ~ “Toda a psicologia pormancecu até 0 momento prisionira de prejuizs eapreensdes moras: cla nfo se ariscou nas profundezas. Consideri-a en-

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