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Ano: 2021
1
Rodrigo Souza da Costa
Formação do Preço
de Venda
1ª Edição
2021
Curitiba, PR
Faculdade UNINA
2
Faculdade UNINA
Rua Cláudio Chatagnier, 112
Curitiba – Paraná – 82520-590
Fone: (41) 3123-9000
Conselho Editorial
D.r Eduardo Soncini Miranda / D.ra Marli Pereira de Barros Dias /
D.ra Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd / D.ra Wilma de Lara Bueno /
D.ra Yara Rodrigues de La Iglesia
Revisão de Conteúdos
Cibéli Moreira Duarte
Designer Instrucional
Raphael Pereira Nunes de Souza
Revisão Ortográfica
Lucimara Ota Eshima
Desenvolvimento Iconográfico
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério
Desenvolvimento da Capa
Carolyne Eliz de Lima
FICHA CATALOGRÁFICA
3
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade UNINA!
4
Sumário
Prefácio ....................................................................................................... 08
Aula 1 – Conceitos básicos de Gerenciamento de Custos ........................... 09
Apresentação da Aula 1 ............................................................................. 09
1.1 – Custos, fatores de custo, objetos de custo e atribuição de custos 10
1.2 – Atribuição de custos e alocação de custos: custos diretos e
indiretos ...................................................................................................... 12
1.3 – O fluxo de atribuição de custos .................................................... 14
1.3.1 – Custos diretos e indiretos de materiais ..................................... 14
1.3.2 – Custos de mão de obra direta e indireta ................................... 15
1.3.3 – Outros custos indiretos ............................................................. 16
1.4 – Fatores de custo e Comportamento de custo ............................... 17
1.4.1 – Fatores de custeio baseados em atividades ............................. 17
1.4.2 – Fatores de custeio baseados em volume de produção ............. 18
1.5 – Custos fixos e variáveis ............................................................... 19
1.6 – Custos de etapas ......................................................................... 21
1.7 – Custo unitário e Custo marginal ................................................... 22
1.8 – Capacidade vs. Uso de Custos .................................................... 22
1.9 – Fatores de custo estrutural e de execução ................................... 23
1.10 – Custo de produtos e serviços ..................................................... 24
1.10.1 – Custos de produtos e custos periódicos .................................. 25
Conclusão da Aula 1 ................................................................................... 26
Aula 2 – Sistemas de custeio e os custos na formação de preços ............... 27
Apresentação da Aula 2 .............................................................................. 27
2.1 – Sistemas de custeio ..................................................................... 27
2.1.1 – Sistema de acumulação por processo ...................................... 28
2.1.2 – Sistema de acumulação por ordem ........................................... 28
2.1.3 – Sistema de custos conjuntos .................................................... 30
2.2 – Métodos de Custeio ..................................................................... 32
2.2.1 – Método de Custeio por Absorção .............................................. 32
2.2.2 – Método de Custeio Variável (direto) .......................................... 34
Conclusão da Aula 2 ................................................................................... 36
Aula 3 – Custeio Baseado em Atividades (Custeio ABC) ............................. 38
Apresentação da Aula 3 .............................................................................. 38
3.1 – O papel estratégico do custeio baseado em atividades ............... 39
5
3.1.1 – Papel do custeio baseado em volume ....................................... 41
3.2 – Recursos, Atividades, Fatores de custo de consumo de recursos
e Fatores de custo de consumo de atividades ............................................. 42
3.3 – O que é um Custo Baseado em Atividades? ................................ 43
3.3.1 – O procedimento de Atribuição de Custos em dois estágios ...... 44
3.3.2 – Etapas para desenvolvimento de um sistema de custeio
baseado em atividades ............................................................................... 45
Conclusão da Aula 3 ................................................................................... 49
Aula 4 – Gerenciamento Baseado em Atividades ........................................ 50
Apresentação da Aula 4 .............................................................................. 50
4.1 – O papel das ferramentas ABC/M ................................................. 50
4.2 – Análise de atividades ................................................................... 51
4.3 – Análise do Valor Agregado .......................................................... 51
4.4 – Análise de rentabilidade do cliente .............................................. 53
4.5 – Custeio baseado em atividades em várias etapas ....................... 55
4.6 – Contabilidade de Consumo de Recursos (RCA) .......................... 55
4.7 – Custeio Baseado em Atividades (TDABC) ................................... 57
Conclusão da Aula 4 ................................................................................... 59
Aula 5 – Formação do Preço de Vendas com base no Custo do Produto .. 61
Apresentação da Aula 5 .............................................................................. 61
5.1 – O processo de formação de preços ............................................. 62
5.2 – Condições que condizem à Formação dos Preços ...................... 65
5.3 – Formação do Mark-Up ................................................................. 67
Conclusão da Aula 5 ................................................................................... 68
Aula 6 – Análise de Custo X Volume X Lucro ............................................... 71
Apresentação da Aula 6 .............................................................................. 71
6.1 – O que é análise CVP? .................................................................. 71
6.2 – Margem de contribuição e declaração de renda de contribuição 72
6.3 – Perguntas estratégicas respondidas pela análise CVP ................ 73
6.4 – O ponto de equilíbrio .................................................................... 75
6.5 – A análise CVP .............................................................................. 75
6.6 – Alavancagem operacional ........................................................... 78
Conclusão da Aula 6 ................................................................................... 79
Aula 7 – O Elemento Mercadológico na Formação do Preço ....................... 80
Apresentação da Aula 7 .............................................................................. 80
7.1 – Ciclo de Vida do Produto .............................................................. 80
6
7.2 – Avaliação da Competitividade de Produtos ................................. 83
7.3 – Posicionamento de Produtos ....................................................... 85
7.4 – Diferenciação de Produto ............................................................ 87
Conclusão da Aula 7 ................................................................................... 88
Aula 8 – As Cinco Forças Competitivas ....................................................... 89
Apresentação da Aula 8 .............................................................................. 89
8.1 – Escolha Estratégica ..................................................................... 89
8.2 – O Microambiente ......................................................................... 92
8.3 – Estratégias Genéricas ................................................................. 95
8.4 – Criação de Valor .......................................................................... 99
8.5 – Valor e Posicionamento ............................................................... 102
8.6 – O Processo de Criação de Valor .................................................. 103
Conclusão da Aula 8 ................................................................................... 105
Índice Remissivo ......................................................................................... 107
Referências ................................................................................................. 111
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Prefácio
Olá, meu caro aluno! Tudo bem com você? Seja bem-vindo à disciplina
de Formação do Preço de Venda. A nossa disciplina diz respeito à importância
desta área essencial para o aumento da competitividade de qualquer empresa,
pois trata diretamente de um dos principais setores quando o tema é a eficiência
de custos.
A interligação dos conceitos, técnicas e ferramentas da Gestão de Custos,
Formação de Preços e Planejamento é indispensável às empresas no contexto
mercadológico moderno, exigindo a busca constante por eficiência, que gere um
diferencial competitivo, de modo a mantê-las ou alavancar seu crescimento no
mercado. Isso porque os riscos associados a má gestão tributária podem
prejudicar os níveis de custos e despesas da empresa.
Assim, no cenário contemporâneo de elevada competitividade, a assertiva
formação de preços é determinante para a manutenção da empresa no mercado,
ao buscar o controle destes custos que geram impactos importantes na
composição do preço final de venda. O planejamento de custos se insere neste
contexto ao auxiliar no controle destas variáveis externas que influenciam
diretamente os custos e despesas, provocando variação nos níveis de eficiência
que podem comprometer a sustentabilidade da empresa.
Bons Estudos!
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Aula 1 - Conceitos básicos de Gerenciamento de Custos
Apresentação da aula
9
Ao mesmo tempo, a P&G melhorou sua cadeia de fornecimento – o processo de
gerenciamento de seus fornecedores – para reduzir o custo da cadeia de
fornecimento, melhorando a qualidade e a inovação dos produtos.
A importância da simplificação de produtos para a P&G também se reflete
em sua recente decisão estratégica de não concluir uma fusão com os
fabricantes de medicamentos American Home Products Corp. e Warner-Lambert
Co. À primeira vista, o casamento destas três poderosas empresas pode parecer
uma boa maneira de alcançar o domínio do mercado e economias de escala, no
entanto, a capacidade da P&G em desenvolver e comercializar marcas de
consumo como o detergente Tide seria uma vantagem competitiva no
desenvolvimento e comercialização de medicamentos? As tecnologias e a
experiência desde o desenvolvimento de produtos até a comercialização e
distribuição de produtos são bastante diferentes. Além disso, a P&G estabeleceu
uma reputação invejável como uma empresa de bens de consumo, mas não tem
uma reputação como uma empresa focada na saúde (como, por exemplo, a
Johnson & Johnson).
Não é provável que a empresa mantenha uma imagem dupla. Na verdade,
uma estratégia de sucesso normalmente requer uma única imagem focada no
mercado e a fusão diluiria e confundiria a já excelente reputação da P&G como
uma empresa de produtos de consumo. Mais uma vez, a simplicidade e a clareza
da estratégia produzem vencedores.
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processo de atribuir custos a pools de custos ou de pools de custos a objetos de
custo.
Sobre a natureza dos custos, eles podem ser diretos e indiretos. Um custo
direto pode ser conveniente e economicamente rastreado diretamente a um pool
de custos ou a um objeto de custo. Já um custo indireto não tem nenhum traço
conveniente ou econômico do custo para o pool de custos ou do pool de custos
para o objeto de custo.
Tendo em mente essas definições, um primeiro passo crítico para se
obter uma vantagem competitiva é identificar os principais custos e fatores de
custo na empresa ou organização.
Uma empresa incorre em um custo quando utiliza um recurso para algum
fim. Por exemplo, uma empresa que produz aparelhos de cozinha utiliza certos
recursos, os custos de materiais (tais como chapas e parafusos para o invólucro),
custos de mão de obra de fabricação e outros custos.
Muitas vezes os custos são atribuídos em grupos significativos chamados
pools de custos. Os custos podem ser agrupados de muitas maneiras diferentes,
inclusive por tipo de custo (custos de mão de obra em um pool, custos de material
em outro), por fonte (departamento 1, departamento 2) ou por responsabilidade
(gerente 1, gerente 2). Por exemplo, um departamento de montagem ou um
departamento de engenharia de produto pode ser tratado como um pool de
custos.
Um fator de custo é qualquer fator que tenha o efeito de alterar o valor do
custo total. Para uma empresa que compete com base na liderança de custos, o
gerenciamento dos principais fatores de custo é essencial. Por exemplo, para
alcançar sua liderança de baixo custo na fabricação, a P&G observa
cuidadosamente o projeto e os fatores de fabricação que impulsionam os custos
de seus produtos.
Além disso, faz melhorias de projeto quando necessário e as fábricas são
projetadas e acopladas automaticamente para a maior eficiência no uso de
materiais, mão de obra e equipamentos. Para empresas que não são líderes em
custos, a gestão dos fatores de custo pode não ser tão crítica, mas a atenção
aos fatores-chave de custo contribui diretamente para o sucesso da empresa.
Por exemplo, como um importante fator de custo para os varejistas é a perda e
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o dano à mercadoria, a maioria dos varejistas estabelece procedimentos
cuidadosos para o manuseio, exibição e armazenamento de suas mercadorias.
Um objeto de custo é qualquer produto, serviço, cliente, atividade ou
unidade organizacional para o qual os custos são atribuídos. Produtos, serviços
e clientes são geralmente objetos de custo; departamentos de fabricação são
considerados pools de custos ou objetos de custo, dependendo se o foco
principal da administração é nos custos para os produtos ou para os
departamentos de fabricação.
O conceito de objetos de custo é um conceito amplo, que inclui produtos,
grupos de produtos (chamados fluxos de valor), serviços, projetos e
departamentos; mas também pode se aplicar a clientes ou fornecedores, entre
muitas outras possibilidades.
Os objetos de custo desempenham um papel fundamental na tomada de
decisões, medição de desempenho e implementação de estratégias, assim
como na preparação de demonstrações financeiras e na preparação de
impostos.
12
pela P&G ou o número de passageiros no voo 617 para a Delta Airlines. O custo
direto total aumenta diretamente na proporção do número de caixas de papelão
ou passageiros.
Em contraste, não há nenhuma maneira conveniente ou econômica de
rastrear um custo indireto do custo para o pool de custos ou do pool de custos
para o objeto de custo. O custo de supervisionar os funcionários de fabricação e
o custo de manuseio de materiais são bons exemplos de custos que geralmente
não podem ser rastreados a produtos individuais e, portanto, são considerados
custos indiretos.
Da mesma forma, o custo de combustível de uma aeronave é um custo
indireto quando o objeto de custo é o cliente individual da companhia aérea, uma
vez que o uso de combustível da aeronave não pode ser rastreado diretamente
a esse cliente. Em contraste, se o objeto de custo para a empresa aérea for o
voo, o custo de combustível é um custo direto que pode ser rastreado
diretamente ao uso de combustível da aeronave para aquele voo.
Como os custos indiretos não podem ser rastreados até o pool de custos
ou objeto de custo, a atribuição de custos indiretos é feita usando os fatores de
custo. Por exemplo, se o gerador de custos para o manuseio de materiais custo
é o número de peças, o custo total do manuseio de materiais pode ser atribuído
a cada produto com base em seu número total de peças em relação ao número
total de peças em todos os outros produtos.
O resultado é que os custos são atribuídos ao pool de custos ou ao objeto
de custo que causou o custo de uma maneira razoavelmente representativa da
forma como o custo é incorrido. Por exemplo, um produto com um grande
número de peças deve suportar uma parcela maior do custo de manuseio de
materiais do que um produto com menos peças.
Da mesma forma, um departamento com um grande número de
funcionários deve arcar com uma grande parcela do custo de supervisão previsto
para todos os departamentos.
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Importante
Alocação de custos é a atribuição de custos indiretos a pools de custos e objetos
de custo. Já bases de alocação são os fatores de custo utilizados para alocar os
custos.
O custo direto dos materiais inclui o custo dos materiais no produto e uma
provisão razoável para sucata e unidades defeituosas. Já o custo indireto de
materiais refere-se ao custo dos materiais utilizados na fabricação que não
fazem parte fisicamente do produto acabado.
Temos também o custo direto da mão de obra que inclui a mão de obra
utilizada para fabricar o produto ou para fornecer o serviço. Já o custo de mão
de obra indireta inclui supervisão, controle de qualidade, inspeção, compra e
recebimento, e outros custos de suporte à fabricação.
Os custos diretos são rastreados diretamente até os objetos de custo final,
a máquina de lavar louça e a máquina de lavar roupa. Em contraste, os custos
indiretos não podem ser rastreados diretamente aos produtos e, em vez disso,
são todos ligados aos produtos usando uma base de alocação.
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material perdido na estampagem é normalmente incluído como parte dos
materiais diretos do produto).
Por outro lado, o custo dos materiais utilizados na fabricação que não
fazem parte do produto acabado é o custo indireto dos materiais. Exemplos
incluem suprimentos utilizados pelos funcionários da manufatura, por exemplo,
trapos e pequenas ferramentas ou materiais exigidos pelas máquinas, tais como
lubrificante. Por conveniência e viabilidade econômica, materiais diretos que são
uma parte muito pequena do custo dos materiais, como cola e pregos, muitas
vezes não são rastreados a cada produto, mas são incluídos em materiais
indiretos.
O custo direto da mão de obra inclui a mão de obra utilizada para fabricar
o produto ou para prestar o serviço, mais alguma porção de tempo sem valor
agregado que é normal e inevitável, tais como pausas para café e tempo pessoal.
Outros tipos de mão de obra não produtiva que são discricionários e planejados,
tais como tempo ocioso, impostos sobre folha de pagamento, benefícios
marginais (férias, etc.), e treinamento geralmente estão incluídos não como mão
de obra direta, mas como mão de obra indireta.
Os custos indiretos de mão de obra incluem supervisão, controle de
qualidade, inspeção, compra e recebimento, manuseio de materiais, mão de
obra de limpeza, tempo de parada, treinamento e limpeza. Note que um
elemento de mão de obra pode às vezes ser tanto direto quanto indireto,
dependendo do objeto de custo; por exemplo, a mão de obra para a manutenção
e reparo do equipamento pode ser direta para o departamento de fabricação,
onde o equipamento está localizado, mas indireta para os produtos fabricados
nesse departamento.
Embora estes exemplos de custos diretos e indiretos sejam de um
ambiente de fabricação, os conceitos também se aplicam a empresas de
serviços. Por exemplo, em um restaurante onde o objeto de custo é cada refeição
servida, os custos de comida e preparação de alimentos são custos diretos, mas
os custos de compras, manuseio e armazenamento de itens alimentares são
custos indiretos.
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Da mesma forma, em empresas de serviços profissionais, como
escritórios de advocacia ou empresas de contabilidade, os custos profissionais
de mão de obra e materiais para prestar serviços ao cliente são custos diretos,
mas os custos de materiais de pesquisa, pessoal de apoio não profissional e
treinamento são custos indiretos.
Todos os custos indiretos são geralmente combinados em um único pool
de custos chamado overhead ou, em uma empresa fabricante, overhead de
fábrica. Os custos primários referem-se a materiais diretos e mão de obra direta
que são combinados em uma única quantidade. Já o custo da conversão refere-
se a mão de obra direta e despesas gerais combinadas em uma única quantia.
16
1.4 Fatores de custo e Comportamento de custo
17
Para cada atividade, um gerador de custos é determinado para explicar
como os custos incorridos para essa atividade mudam. O custo total para o
banco é afetado pelas mudanças nos fatores de custo para cada atividade.
A descrição detalhada das atividades da empresa ajuda a empresa a
atingir seu objetivo estratégico, permitindo-lhe desenvolver custos mais precisos
para seus produtos e serviços.
A análise das atividades também ajuda a melhorar o controle operacional
e gerencial da empresa, uma vez que o desempenho no nível detalhado pode
ser monitorado e avaliado, por exemplo, (1) identificando quais atividades estão
contribuindo com valor para o cliente e quais não estão e (2) focalizando atenção
sobre as atividades que são mais caras ou que diferem das expectativas.
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significa que os insumos são utilizados de forma mais produtiva ou mais eficiente
à medida que aumenta a produção de fabricação.
Em níveis mais elevados do fator de custo, os custos começam a
aumentar a uma taxa crescente, devido em parte à ineficiência associada à
operação mais próxima do limite de capacidade; os recursos menos eficientes
estão sendo utilizados agora, as horas extras podem ser necessárias, e assim
por diante.
Este comportamento dos custos nos níveis mais altos do gerador de
custos é dito para satisfazer a lei de diminuição da produtividade marginal.
Felizmente, muitas vezes estamos interessados apenas em uma gama
relativamente pequena de atividades para o gerador de custos.
Por exemplo, podemos saber, em um determinado caso, que o fator de
custo baseado no volume cairá entre 3.500 e 3.600 unidades de produção do
produto. Observamos que dentro desta faixa, a curva de custo total é
aproximadamente linear. O intervalo do fator de custo no qual se espera que o
valor real do fator de custo caia e para o qual a relação com o custo total é
assumido como sendo aproximadamente linear é chamado de faixa relevante.
Importante
Custo fixo é a parte do custo total que não muda com uma mudança na
quantidade do fator de custo dentro da faixa relevante. Já, custo misto é o termo
usado para se referir ao custo total quando o custo total inclui tanto componentes
de custo variável como de custo fixo.
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Exemplos comuns de custos variáveis são os custos de materiais diretos
e mão de obra direta. Em contraste, o custo fixo é a parte do custo total que não
muda com a produção dentro da faixa relevante. Espera-se que os custos fixos
totais e os custos variáveis unitários permaneçam aproximadamente constantes
dentro da faixa relevante.
Os custos fixos incluem muitos custos indiretos, especialmente custos de
instalações (depreciação ou aluguel, seguro, impostos sobre o edifício da
fábrica), salários dos supervisores de produção e outros custos de suporte de
fabricação que não mudam com o número de unidades produzidas.
No entanto, alguns custos indiretos são variáveis, uma vez que mudam
com o número de unidades produzidas. Um exemplo é o lubrificante para
máquinas. O termo custo misto é usado para se referir ao custo total que inclui
custos tanto para componentes variáveis como fixos, conforme ilustrado.
A determinação de se um custo é variável depende da natureza do objeto
de custo. Em empresas fabricantes, o objeto de custo é tipicamente o produto.
Em empresas de serviços, entretanto, o objeto de custo é frequentemente difícil
de definir porque o serviço pode ter uma série de dimensões qualitativas e
também quantitativas.
Vamos desenvolver objetos de custo para um tipo de empresa de
serviços, um hospital, que poderia usar uma série de medidas de produção
incluindo o número de pacientes atendidos, o número de pacientes tratados com
sucesso, e assim por diante. No entanto, uma abordagem comum em hospitais
é usar o número de dias de pacientes, uma vez que esta medida corresponde
mais de perto à forma como o hospital incorre nos custos.
Tem sido dito, às vezes, que todos os custos são variáveis a longo prazo,
ou seja, com tempo suficiente, qualquer custo pode ser alterado. Embora seja
verdade que muitos custos fixos mudam ao longo do tempo (por exemplo, o
custo do aluguel pode aumentar de ano para ano), isso não significa que esses
custos sejam variáveis.
Um custo variável é um custo para o qual os custos totais mudam com
mudanças no volume de produção. Os custos fixos são definidos para um
período de tempo e não em relação ao volume de produção, e assume-se que
os custos fixos não mudarão durante este período de tempo que geralmente é
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considerado como sendo de um ano. Por exemplo, o aluguel é um custo fixo que
normalmente é a mesma quantia por ano e não varia com o volume.
Estrategicamente, especialmente para um tipo de empresa líder de
custos, o ponto importante é que tanto os custos fixos quanto as variáveis podem
ser administrados, mas os custos variáveis são administrados a muito curto
prazo, pois cada unidade é produzida, enquanto os custos fixos são
envelhecidos pelo homem durante um período de tempo.
Alguns custos fixos não podem ser alterados durante um período de
tempo relativamente longo (por exemplo, depreciação no edifício da fábrica)
enquanto outros podem ser alterados mais rapidamente (por exemplo,
equipamento com um ano de aluguel).
Para resumir, quando queremos compreender o comportamento de custo
de um determinado objeto de custo (por exemplo, para prever o custo total),
temos que ter claramente em mente as três perguntas a seguir: (1) qual é o fator
de custo (ou fator de custo se houver dois ou mais) para este objeto de custo;
(2) qual é o intervalo relevante do fator de custo para o qual estamos
desenvolvendo a estimativa de custo; e (3) que horizonte de tempo estamos
usando para custos fixos (geralmente um ano é usado)?
Diz-se que um custo é um custo por etapas quando varia com o fator de
custo, mas o faz em etapas. Os custos das etapas são característicos de certas
tarefas administrativas, como o preenchimento de pedidos e o processamento
de reclamações. Por exemplo, se um funcionário de armazém puder atender 100
pedidos em um dia, serão necessários 10 funcionários para processar
aproximadamente 1.000 pedidos; como a demanda excede 1.000 pedidos, um
décimo primeiro funcionário deve ser acrescentado.
As etapas correspondem a níveis específicos do gerador de custos para
os quais um funcionário adicional é necessário; com efeito, cada etapa
corresponde a um funcionário adicional. As etapas serão relativamente estreitas
se forem adicionados escriturários para aumentos relativamente pequenos no
gerador de custos; as etapas serão mais largas para grandes aumentos.
21
1.7 Custo unitário e Custo marginal
22
1.9 Fatores de custo estrutural e de execução
Esses são fatores que a empresa pode gerenciar a curto prazo para
reduzir custos, como o envolvimento da força de trabalho, o projeto do processo
de produção e as relações com fornecedores.
Os fatores de custos de execução são fatores que a empresa pode
gerenciar a curto prazo, decidindo operacionalmente para reduzir custos. Eles
incluem o seguinte:
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relação de funcionários - navios, como a Federal Express, podem
reduzir significativamente os custos operacionais.
• Projeto do processo de produção: acelerar o fluxo do produto
através da empresa pode reduzir os custos. Os inovadores na
tecnologia de fabricação, como Motorola e Allen-Bradley, podem
reduzir significativamente os custos de fabricação.
• Relações com fornecedores: o custo, a qualidade ou a entrega
de materiais e peças adquiridas podem ser melhorados para
reduzir os custos gerais? O Wal-Mart e a Toyota, entre outras
empresas, mantêm uma vantagem de baixo custo parcialmente
através de acordos com seus fornecedores de que fornecerão
peças ou peças que atendam às exigências explícitas das
empresas quanto à qualidade, pontualidade de entrega e outras
características.
24
1.10.1 Custos de produtos e custos periódicos
25
Conclusão da Aula
Atividade de aprendizagem
Explique qual é a diferença entre a alocação de custos e a atribuição de
custos e também de custos diretos e indiretos, exemplificando.
26
Aula 2 – Sistemas de custeio e os custos na formação de preços
Apresentação da aula
27
Importante
A empresa que escolher um sistema de custeio deve levar em consideração o
seu sistema produtivo. Assim, após a escolha, poderá escolher o método de
custeio.
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às necessidades de cada cliente. É utilizado por fábricas de produtos sob
encomenda ou que realizam serviços customizados.
Os custos de mão de obra e os gastos com materiais são destinados com
base em registros mantidos para esse objetivo. Os custos indiretos, como
aluguel e eletricidade, são aplicados às taxas predeterminadas, com base em
horas de mão de obra direta, como exemplo, os móveis planejados, já que cada
pedido recebe um número ou código. Quando há custos de material ou mão de
obra, são registrados na conta da produção contínua da razão contábil que
registra o custo de cada pedido.
No quadro a seguir é apresentada uma adaptação das publicações de
Leone (2000) e Martins (2001), em que consta uma relação de características e
suas aplicações em cada sistema de produção, mostrando as diferenças entre
um sistema e outro. Poderemos comparar, então, as especificidades de cada
sistema e isto nos proporcionará mais familiaridade com o entendimento e em
sua diferenciação.
Características Por Ordem Por Processo
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2.1.3 Sistema de custos conjuntos
30
a) Os custos conjuntos são indivisíveis;
b) Os custos comuns são custos indiretos e podem ser divididos em
diversos objetos de custeio.
31
2.2 Métodos de Custeio
Importante
A concessão dos custos variáveis aos produtos é aplicada de maneira fácil pelos
controles técnicos ou sistemas informatizados. Ao lidar com os custos fixos, no
entanto, é preciso recorrer a métodos específicos de custeamento.
32
serviços. Esse sistema precisa recorrer a uma série de rateios devido aos custos
comuns, de difícil reconhecimento ou sem relevância.
O intuito principal desse sistema é ter o custo total (direto ou indireto) de
cada produto de custeio. Esse custo total dirige-se, dentre outros, a estipular a
rentabilidade de cada atividade, a classificar elementos que compõem o
patrimônio e constituir uma informação considerável no auxílio à decisão de
determinar os preços de venda do produto ou serviço.
De acordo com Bruni e Fama (2004, p. 216), no sistema de custeio por
absorção, os produtos feitos pela empresa serão tratados prevendo a
apropriação dos custos dos produtos registrados no período que sejam de
comportamento fixo ou variável.
Neste método, custos de setores auxiliares ou de suporte, comumente
representados por custos fixos, serão rateados para delimitação do custo global
dos produtos fabricados. Dessa maneira, é destacado, estritamente, valores do
custo de áreas de gerência industrial, engenharia industrial, supervisão,
planejamento e controle de produção, transportes e mais.
De acordo com Wernke (2001), esse é o sistema mais comum de custeio
e é utilizado quando precisa-se atribuir um valor de custo no produto,
concedendo também uma parte de custos indiretos. É baseado na apropriação
de todos os custos de fabricação dos produtos, direta ou indiretamente, mediante
os parâmetros de rateio.
O Custeio por Absorção é o sistema de custeio de estoque, ao qual os
custos de fabricação, variável ou fixo, são apontados como custos inventariáveis,
ou seja, o estoque aceita todos os custos de produção (Horngren; Fostes; Datar,
1999). De acordo com Leone (2000), Martins (2000) e Bruni e Fama (2004), o
sistema de custeio por absorção dispõe das características:
33
e) É comum em empresas que não têm processo de produção flexível e
com poucos produtos;
f) Os resultados sofrem ação direta do volume da produção.
34
O critério do custo variável é incluir no custo de operações, de produtos,
serviços e atividades, todos os custos diretos e variáveis. Para que uma despesa
detenha as condições necessárias para formar o custo de um produto, é
necessário que esse custo seja facilmente identificado, ou seja, que não haja a
necessidade de rateio (direto) e seja variável diante da variabilidade de um
critério que represente o produto, a operação, o processo ou a atividade.
A finalidade principal do critério é a determinação da contribuição marginal
total ou unitária de cada objeto de custeio. Essa informação tem um poder
extraordinário, principalmente porque não é poluída pelo trabalho de rateio,
perigoso, visto que é inútil e até enganador (LEONE, 2000, p. 405).
De acordo com Leone (2000), o sistema de Custeio Variável prevê a
apropriação de caráter gerencial, que considera apenas os custos variáveis dos
produtos vendidos, que possibilita o cálculo da margem da contribuição, quando
comparados os custos variáveis com os valores da receita líquida do período de
análise.
Para esse sistema de custeio, são pertinentes à produção os custos
variáveis. Os custos fixos são contabilizados diretamente na conta de resultado,
já que o sistema tem como argumento que os custos fixos irão ocorrer sem
depender do volume de produção. Assim, a necessidade de rateio, de qualquer
forma, é dispensável.
Conforme Hotngren, Foster e Datar (1999), o custeio variável é o sistema
de custeio de estoque no qual todos os custos da fabricação são considerados
custos inventariáveis, isto é, custos do período em que aconteceram.
Uma particularidade deste sistema de custeio é a troca do conceito de
apuração do lucro bruto pela apuração da margem de contribuição do período
contábil. Através dessa margem de contribuição, adquirida pela empresa, devem
ser cobertos todos os custos fixos pertinentes ao período contábil, sendo assim
identificado como resultado operacional da empresa, sem o adiamento dos
custos fixos pelos produtos em estoques, ou então, daqueles ainda em
fabricação. (LEONE, 2000, p. 406).
35
Custeio Variável Custeio por Absorção
Os resultados sofrem influência direta do volume Os resultados sofrem influência direta do volume
de vendas de produção
Como trata dos custos diretos e variáveis, o Como trata dos custos diretos e indiretos,
controle da absorção dos custos da capacidade apresenta melhor visão para o controle da
ociosa não é bem explorado absorção dos custos de capacidade ociosa
Conclusão da Aula
36
É importante que os gerentes seniores estejam vigilantes para garantir
que os funcionários obedeçam a essas regras. O custo em termos de reputação,
ações judiciais e multas por comportamento inadequado em que um cliente (ou
o banco) é beneficiado às custas de outro cliente pode ser muito alto.
Atividade de aprendizagem
Às vésperas de lançar um produto, uma empresa depara-se com a seguinte
questão: Que preço deverá ser cobrado? Para responder a essa pergunta,
solicita informações à área de custos, que informa o seguinte: custos e
despesas variáveis de $60,00 e custos e despesas fixos de $100,00. O setor
de marketing, por sua vez, informa que o preço do novo produto poderá ser
de $250,00, para previsão de vendas de 1.300 unidades; e de $220,00, para
previsão de vendas de 1.600 unidades. A empresa resolve lançar o produto
pelo valor maior. A área de custos questionou a decisão, entendendo que teria
sido a escolha errada. Com base no conceito de margem de contribuição,
explique por que a área de custos questionou a decisão.
37
Aula 3 – Custeio Baseado em Atividades (Custeio ABC)
Apresentação da aula
38
Importante
Custeio baseado em atividades (ABC) é uma abordagem de custeio que atribui
custos de recursos a objetos de custo com base em atividades realizadas para
os objetos de custo.
39
ser rastreados a cada produto, incluindo as seguintes atividades: aquisição de
materiais, armazenamento e manuseio de materiais, inspeção de produtos,
supervisão de fabricação, programação de trabalhos, manutenção de
equipamentos e corte de tecidos.
E se a empresa decidir cobrar de cada um dos três gerentes de produto
uma "parte justa" do custo total indireto usando a relação entre as unidades
produzidas na área de um gerente e o total de unidades produzidas para todos
os gerentes? Esta abordagem é comumente referida como custo baseado no
volume. Observe que se as proporções usadas são baseadas em unidades de
produto, horas de trabalho direto ou horas de máquina, cada uma delas é
baseada em volume.
Mas se, como geralmente acontece, o uso dessas atividades não for
proporcional ao número de unidades produzidas, então alguns gerentes serão
sobrecarregados e outros subcarregados sob a abordagem baseada no volume.
Por exemplo, suponha que Al insista em inspeções mais frequentes de
sua produção; então, ele deve ser cobrado com justiça por uma proporção maior
de despesas gerais (inspeção) do que aquela baseada apenas em unidades.
Além disso, por que você deveria pagar qualquer parte do corte de tecido se
seus móveis de quarto não exigem tecido?
Outra consideração é que o método baseado no volume oferece pouco
incentivo para que o gerente controle os custos indiretos. Infelizmente, a única
maneira de reduzir sua participação nos custos indiretos é reduzir suas unidades
produzidas (ou esperar que Joe e/ou Al aumentem a produção) - não é um
grande incentivo.
Pensando bem, a abordagem que imputa custos indiretos ao produto com
base nas unidades produzidas não fornece um custo de produto muito preciso
para você ou Joe ou Al e certamente não fornece os incentivos apropriados para
gerenciar os custos indiretos.
A solução é usar o custo baseado em atividades para cobrar esses custos
indiretos dos produtos, usando informações detalhadas sobre as atividades que
compõem os custos indiretos - inspeção, corte de tecido e manuseio de
materiais. Esta aula mostra como fazer isso.
40
3.1.1 Papel do Custeio Baseado em Volume
Importante
Uma atividade é uma tarefa ou ação específica do trabalho realizado. Já um
recurso é um elemento econômico necessário ou consumido na realização de
atividades. Temos também que um fator de custo de consumo de recursos é
41
uma medida da quantidade de recursos consumidos por uma atividade. Por fim,
um fator de custo de consumo de atividade mede o quanto de uma atividade um
objeto de custo utiliza.
42
ou quantificadas de fatores de custo são excelentes bases para atribuir custos
de recursos a atividades e para atribuir o custo de atividades a objetos de custo.
Um fator de custo é ou um fator de custo de consumo de recursos ou um
fator de custo de consumo de atividade. Um fator de custo de consumo de
recursos é uma medida da quantidade de recursos somados por uma atividade.
É o fator de custo para atribuir um custo de recurso, consumido por ou
relacionado a uma atividade, a uma determinada atividade ou grupo de custos.
Exemplos de fatores de custo de consumo de recursos são o número de itens
em uma ordem de compra ou venda, mudanças no design do produto e horas-
máquina.
Um fator de custo de consumo de atividade mede o valor de uma atividade
realizada para um objeto de custo. É usado para atribuir custos do pool de custos
de atividade aos objetos de custo. Exemplos de fatores de custo de consumo de
atividade são o número de horas de máquina na fabricação do produto X, ou o
número de lotes utilizados para fabricar o produto Y.
43
custos em duas etapas atribui os custos de recursos aos pools de custos de
atividades e depois aos objetos de custo.
Usando drivers de custo de consumo de recursos, uma empresa
determina os custos de recursos consumidos por atividades, calcula o custo de
uma unidade de atividade e então atribui o custo de uma atividade aos objetos
de custo multiplicando o custo de cada atividade pelo montante da atividade
consumida por cada um dos objetos de custo.
44
baseado no volume frequentemente leva a medidas imprecisas para os custos
das atividades de suporte em suas operações.
Esta distorção torna-se mais grave quando uma parte substancial dos
custos indiretos de fábrica não está relacionada ao volume de produção e a
empresa fabrica uma mistura diversificada de produtos com diferenças em
volumes, tamanhos ou complexidades.
Os sistemas de custeio baseados em atividades diferem dos sistemas de
custeio baseados em volume por vincular os usos dos recursos às atividades e
vincular os custos das atividades aos produtos, serviços ou clientes.
A primeira etapa atribui os custos gerais de fábrica às atividades através
do uso de drivers apropriados de custos de consumo de recursos. A segunda
etapa atribui os custos das atividades a objetos de custo usando drivers de custo
de consumo de atividade apropriados que medem a demanda que os objetos de
custo colocam nas atividades.
Ao utilizar os fatores de custo tanto na primeira quanto na segunda etapa
de atribuições de custos, os sistemas de custeio baseados em atividades
fornecem medidas mais precisas dos custos de produtos ou serviços para o
custo das atividades que não são proporcionais ao volume de produtos
produzidos.
45
Exemplos dessas contas incluem suprimentos, compras, manuseio de
materiais, armazenagem, despesas de escritório, móveis e utensílios, edifícios,
equipamentos, salários e benefícios. Entretanto, é muito provável que seja
necessário um esforço especial para deter os custos de recursos apropriados
para o custo baseado em atividades, pois geralmente vários custos de recursos
diferentes podem ser registrados em uma única conta ou os custos de uma
atividade podem ser registrados em várias contas.
Por exemplo, uma empresa pode usar uma única conta de suprimentos
de fábrica para todos os suprimentos em suas operações que incluem várias
operações de fabricação. Os custos para completar uma ordem de compra
podem ser distribuídos por várias contas, incluindo contas para armazenagem,
compra e recebimento.
Através de análises de atividade, uma empresa identifica o trabalho que
realiza para realizar suas operações. As análises de atividade incluem a coleta
de dados de documentos e registros existentes, bem como a coleta de dados
adicionais usando questionários, observações ou entrevistas de pessoal-chave.
As perguntas que os membros da equipe do projeto ABC normalmente
fazem aos funcionários ou gerentes na coleta de dados de atividades incluem:
Níveis de atividades
46
• Uma atividade em nível de unidade é realizada para cada unidade
individual de produto ou serviço da empresa. Exemplos de
atividades em nível de unidade incluem materiais diretos, horas de
mão de obra direta, inserção de um componente e inspeção de
cada unidade. Uma atividade em nível de unidade é baseada no
volume. A atividade requerida varia em proporção com a
quantidade do objeto de custo. O fator de consumo de recursos e
o fator de consumo de atividade são mais provavelmente os
mesmos para as atividades em nível de unidade.
• Uma atividade em nível de lote é realizada para cada lote ou grupo
de unidades de produtos ou serviços. Exemplos de atividades em
nível de lote são a instalação de máquinas, a colocação de pedidos
de compra, a programação da produção, a realização de inspeções
por lote, o manuseio de materiais e a aceleração da produção.
• Uma atividade em nível de produto apoia a produção de um produto
ou serviço específico. Os exames de atividades em nível de
produto incluem a concepção de produtos, a compra de peças
necessárias para os produtos e o envolvimento em mudanças de
engenharia para modificar os produtos.
• Uma atividade de nível facilitador apoia as operações em geral.
Estas atividades não são causadas por produtos ou necessidades
de atendimento ao cliente e não podem ser rastreadas a unidades
individuais, lotes ou produtos. Exemplos de atividades em nível
facilitador incluem o fornecimento de segurança para a
manutenção da fábrica por formação de máquinas de uso geral,
gerenciamento da fábrica, incorrendo em impostos de propriedade
da fábrica e seguros, e fechamento dos livros a cada mês. Algumas
empresas se referem a essas atividades como atividades
comerciais ou de manutenção de infraestrutura.
47
particular), e uma atividade em nível de produto geralmente pode ser rastreada
até uma instalação de fabricação; mas, o inverso não é possível.
48
de negócios. Por exemplo, os outputs de uma seguradora podem ser apólices
de seguro individuais vendidas a clientes, reclamações processadas, tipos de
apólices oferecidas, agentes de seguro ou divisões ou subunidades da empresa.
Conclusão da aula
Chegamos ao fim de mais uma aula. Agora, você pode ser capaz de
explicar o papel estratégico dos custos baseados em atividades, bem como
descrever os custos baseados em atividades (ABC), as etapas no
desenvolvimento de um sistema ABC e os benefícios de um sistema ABC.
Vimos também como determinar os custos do produto tanto sob o método
baseado no volume como sob o método baseado na atividade e contrastar os
dois, e explicar a gestão baseada em atividades (ABM). Também vimos como
descrever como o ABC/M é utilizado em empresas de manufatura, empresas de
serviços e organizações governamentais, assim como usar uma abordagem
baseada em atividades para analisar a rentabilidade do cliente e identificar
fatores-chave para o sucesso da implementação do ABC/M.
Por fim, passamos pelas etapas para desenvolver um sistema de custeio
baseado em atividades, sendo um dos estágios do procedimento o de Atribuição
de Custos. Os sistemas de custeio baseados em atividades fornecem medidas
mais precisas dos custos de produtos ou serviços para o custo das atividades
que não são proporcionais ao volume de produtos produzidos.
Atividade de aprendizagem
Desenvolva um modelo de custeio baseado em atividades exemplificado com
as suas três etapas descrevendo-as.
49
Aula 4 – Gerenciamento Baseado em Atividades
Apresentação da aula
50
aplicações estratégicas ABM utilizam técnicas de gerenciamento como desenho
de processos, análise de rentabilidade de clientes e análise da cadeia de valor.
Algumas das principais ferramentas do ABC/M são análise de atividade –
custeio baseado em atividade, medição de desempenho e várias técnicas
contemporâneas de gerenciamento.
Para ser competitiva, uma empresa deve avaliar cada uma de suas
atividades com base em sua necessidade pelo produto ou cliente, sua eficiência
e seu conteúdo de valor. Uma empresa realiza uma atividade por uma das
seguintes razões:
51
Uma atividade de alto valor agregado aumenta significativamente o valor
do produto ou serviço para os clientes. A remoção de uma atividade de alto valor
agregado diminui perceptivamente o valor do produto ou serviço para o cliente.
Inserir um flange em uma peça, despejar metal fundido em um molde e preparar
um campo para plantio são exemplos de atividades de alto valor agregado.
A instalação de software para proteger um computador contra spam é uma
atividade de alto valor agregado para os clientes incomodados por e-mails
indesejados. Projetar, processar e entregar produtos e serviços são atividades
de alto valor agregado.
Uma atividade de alto valor agregado é aquela que, se eliminada, afetaria
a precisão e a eficácia do noticiário e diminuiria o total de espectadores, assim
como as classificações para esse espaço de tempo:
52
• Noticiário não concluído em tempo devido a um ou mais processos
ineficientes;
• Demasiados funcionários em um determinado turno ou projeto.
53
• Contas a receber e custos de transporte;
• Custos de atendimento ao cliente;
• Custos de venda e comercialização.
54
atender os clientes. Exemplos são os custos operacionais
dos armazéns regionais que atendem os principais clientes
e os centros de distribuição centralizados que atendem os
pequenos pontos de distribuição;
• As vendas - recursos de custo sustentável consumidos para
sustentar as atividades de vendas e serviços que não podem
ser rastreados até uma unidade individual, lote, cliente ou
canal de distribuição. Exemplos são os gastos corporativos
gerais para atividades de vendas, salário, benefícios
marginais e bônus do gerente geral de vendas.
55
recursos para objetos de custo do que um sistema ABC com menos centros de
custo.
A RCA é particularmente apropriada para grandes organizações com
operações repetitivas e sistemas de informação de alto nível, como os fornecidos
pela SAP, Oracle e SAS. Estes sistemas de informação, geralmente chamados
de sistemas de planejamento de recursos empresariais (ERPs), permitem o uso
de um grande número de centros de custo, o que seria impraticável ou inviável
com sistemas de informação mais simples.
A abordagem RCA, com suporte de ERP, permite detalhes muito mais
precisos no cálculo do custo, aumentando o número de centros de custo e assim
aumentando a oportunidade de rastrear os custos diretamente aos produtos e
serviços; o objetivo é que a atribuição de custos seja baseada apenas na
causalidade.
Conceitos importantes na RCA incluem cálculo de custos variável, inter-
relações de recursos, informações detalhadas de custos no nível de recursos, o
tratamento de capacidade ociosa ou excessiva, e o uso de depreciação de
custos de reposição.
Consideramos cada um deles. Primeiro, há um foco no custeio variável,
pois o objetivo do RCA é rastrear os custos diretamente aos objetos de custo
pelo uso de muitos centros de custo e evitando qualquer alocação de custos que
não reflita o uso do recurso pelo objeto de custo. Em segundo lugar, como no
ABC em várias etapas, as inter-relações entre atividades e pools de recursos
são consideradas diretamente no RCA.
Terceiro, uma vantagem importante da RCA, fornecida em parte pelo
suporte ERP, é que informações detalhadas sobre custos estão disponíveis no
nível do recurso para que as informações sobre custos possam ser agregadas
ou rastreadas em muitos níveis entre recursos e objetos.
Em quarto lugar, devido às informações detalhadas disponíveis, a RCA é
capaz de atribuir o custo de ociosidade ou excesso de capacidade ao centro de
custo apropriado. Quinto, a abordagem RCA utiliza uma medida de depreciação
baseada no custo de reposição; a despesa de depreciação é baseada em um
custo de reposição estimado para o ativo e não no custo de compra, como na
contabilidade convencional.
56
4.7 Custeio Baseado em Atividades (TDABC)
57
semanas de férias: 50% × 4 trabalhadores × 50 semanas × 30 horas × 60 minutos
por hora = 180.000 minutos por ano). A tarifa TDAC para a atividade é de US$.50
por minuto (US$90.000 / 180.000). O custo de uma determinada atividade de
validação é $,50 × 17 minutos = $8,50; se a validação exigisse 20 minutos, então
a alocação seria de $,5 × 20 = $10.
O TDABC pode então calcular o custo de capacidade não utilizada
determinando o custo da atividade e o valor líquido a partir da despesa total.
Neste exemplo, o custo da atividade TDABC é calculado como $85.000 (ou seja,
17 minutos × 10.000 validações × $,50 por validação). Isto significa que $5.000
(ou 10.000 minutos a $,50 por minuto) de capacidade não utilizada está
potencialmente disponível para ser utilizada para outros trabalhos.
O TDABC pode ser expandido para incluir complexidades na atividade, no
que se chama uma equação de tempo. Por exemplo, assumimos que o tempo
para validar um endereço é significativamente aumentado para os endereços
internacionais - são necessários 22 minutos adicionais. Então, a equação de
tempo pode ser determinada da seguinte forma: tempo para validação do
endereço = 17 minutos + 22 minutos (se for um endereço internacional). A
determinação do custo por minuto é feita da mesma maneira, mas com a adição
do tempo esperado para os endereços internacionais.
A ABC calcula o custo da atividade a cada período como real e, portanto,
o custo unitário do objeto de custo final flutua a cada período. O TDABC requer
um investimento inicial para medir os tempos de atividade e para mantê-los
continuamente.
Observe que o ABC pode ser adaptado para o período de tempo de uma
atividade, para melhorar a taxa de custo do ABC. Por exemplo, um sistema ABC
que utiliza um número de configurações para atribuir custos de configuração
poderia ser melhorado utilizando, em vez disso, o tempo de configuração
utilizado para cada configuração.
O custo da melhoria é a necessidade de determinar o tempo orçado para
a atividade e o tempo real para cada configuração. Observe, entretanto, que esta
adaptação do ABC é diferente do TDABC; o TDABC usa o tempo para direcionar
custos diretamente dos recursos para atribuir custos a objetos de custo - não há
atribuição de custos de recursos a atividades e depois de atividades a objetos
de custo.
58
Muitas empresas substituíram seus sistemas de custeio baseados em
volume por sistemas de custeio baseados em atividade para um custeio mais
preciso do produto e uma melhor tomada de decisão.
Os sistemas de custeio baseados no volume utilizam uma taxa de
sobrecarga baseada no volume, seja uma taxa única para toda a planta ou taxas
departamentais.
Essas taxas de custos indiretos baseadas no volume normalmente usam
taxas de medição, tais como horas de mão de obra direta, horas de máquina ou
custos de mão de obra direta para todos os produtos ou serviços, mesmo que a
empresa tenha diversos produtos, processos de fabricação e volumes.
Para empresas com mais de um produto ou processo, essas tarifas gerais
geralmente geram custos de produtos imprecisos e significativamente
distorcidos.
Conclusão da Aula
59
Atividade de aprendizagem
Explique por que um sistema de custos que usa uma taxa com base no
volume provavelmente produz custos de produtos distorcidos. Além disso,
analise a seguinte afirmação: “A redução do preço de um produto aumenta o
lucro do produto e beneficia a empresa.” Você concorda? Por quê?
60
Aula 5 - Formação do Preço de Vendas com base no Custo do Produto
Apresentação da aula
61
5.1 O processo de formação de preços
62
b) Quando, em caráter temporário, a empresa tenha como objetivo a
expansão de mercado já atendido, porém em processo de recessão
de vendas;
c) Quando se fizer necessário conseguir uma melhora, de forma mais
rápida, na posição da empresa no mercado;
d) Quando da fixação de uma nova marca ou ainda reforçar a imagem do
produto ou mesmo da própria empresa no mercado;
e) Quando da utilização de um produto promocional, também conhecido
como produto perdedor. Em casos especiais poderá caracterizar o
produto que, isoladamente, não apresenta um resultado significativo,
mas que, na realidade, força a venda de um conjunto maior. No
mercado temos vários exemplos assim, constituindo uma prática
comum, inclusive de empresas de grande porte;
f) Outras razões diversas ou táticas específicas mesmo quando
praticadas transitoriamente por uma empresa, visando a um objetivo
específico a ser alcançado.
63
É indicado analisar o mercado, os concorrentes e outros fatores que
podem influenciar as decisões de preços da empresa, como também definir
estratégias com base nos objetivos da empresa. Assim, é possível garantir uma
definição de preços de forma mais criteriosa e sem quaisquer influências
comportamentais.
De acordo com Santos (2000, p. 106) a formação de preços tem um
problema ligado às situações de mercado, às exigências dos governos, aos
custos, ao nível de atividade e à remuneração do capital investido. Segundo o
autor, o cálculo do preço de venda deve levar a um valor:
64
ocorra de um item subsidiar o outro. Porém, no cenário competitivo tradicional,
em que a demanda pelo produto supera a oferta, o mercado pode aceitar
qualquer preço e, assim, nem mesmo o cálculo do custo precisa ser rigoroso.
No ponto de vista da empresa moderna, o preço de venda pode ser
determinado pelo mercado, deixando a equação anterior da seguinte forma:
Importante
A diferença entre as fórmulas anteriores é que, na primeira, o preço é a variável
dependente, definida em função do custo obtido e do lucro desejado, à medida
que na segunda ele se torna uma variável independente. Dessa forma, o lucro
será definido em função do preço de venda fixado pelo mercado e do custo que
a empresa pretende atingir.
a) Formar um preço-base;
b) Criticar o preço-base à luz das características existentes do mercado;
c) Testar o preço às condições do mercado;
d) Fixar o preço mais apropriado com condições diferenciadas.
65
Neste sentido, para atender as diferentes necessidades da formação de
preços, Wernke (2001), Bruni e Fama (2004), Sartori (2004) e Coelho (2007)
relatam que é preciso observar:
a) Volumes diferentes;
b) Prazos diferentes de financiamento de vendas;
c) Descontos para prazos mais curtos;
d) Comissões sobre vendas para cada condição;
e) A qualidade do produto em relação às necessidades do mercado
consumidor;
f) A existência de produtos substitutos a preços mais competitivos;
g) A demanda esperada do produto;
h) O controle de preços impostos pelo Conselho Interministerial de
Preços (CIP);
i) Os níveis de produção e de vendas que se pretende ou que se pode
operar;
j) Grau de ocupação da fábrica;
k) Nível do custo estrutural ou fixo a ser coberto;
l) Nível de capital de giro exigido;
m) Nível de concorrência;
n) Disponibilidade de matéria-prima no mercado;
o) Mix de venda.
66
que o custo é um fator classificado como interno, de responsabilidade da gestão
da empresa.
67
O markup possibilita calcular o preço que um produto ou serviço poderá
ser cobrado na sua venda.
Para calcular o markup, é preciso conhecer a estrutura de custos e
despesas do empreendimento, incluindo os custos que são variáveis e aqueles
que são fixos e independem do quanto foi produzido.
Existem duas formas de calcular o preço pelo markup: divisor e
multiplicador.
MARKUP (Divisor) = 1 - [ CF% + CV% + ML% ]
MARKUP (Multiplicador) = 1 ÷ ( 1 - [ CF% + CV% + ML% ] )
• CF: CUSTO FIXO - proporção em custos fixos, como os salários de
funcionários, aluguel, pagamento de empréstimos, etc;
• CV: CUSTO VARIÁVEL percentual em custos variáveis, que são os
custos que variam conforme mais quantidade é produzida, como é o
caso de alguns impostos;
• ML: MARGEM DE LUCRO margem de lucro desejada para a venda
do produto.
68
Se optar pelo divisor, o markup divide o preço de aquisição da mercadoria
e pelo multiplicador, este cálculo é feito por multiplicação. Veja como fica,
respectivamente:
• Preço de Venda: 4,50 ÷ 0,5855 = 7,69
• Preço de Venda: 4,50 × 1,7079 = 7,69
Em ambos os casos, o preço de venda é de R$ 7,69, considerando a
estrutura de custos e a margem de lucro decidida.
Conclusão da Aula
69
e aplicar o percentual de 58,02%, ficando com um preço de R$ 60,04 e pensar
que isso pagaria as despesas, impostos e ainda sobraria a margem de lucro
estimada em 20%.
Isso não é verdadeiro, pois o que você paga é sobre o preço final de venda
e não o custo. Portanto, essa maneira de colocar preços é equivocada. Por isso,
a importância da utilização do índice de marcação chamado mark-up.
Sobre a formação de preço por mark-up, a formalização para cálculo da
formação do preço de venda, faz com que neste procedimento de custos utilize-
se o preço unitário do produto mais o total dos percentuais incidentes sobre ele,
tais como: despesas gerais e de administração, comissões dos vendedores,
tributos e margem de lucro desejada.
Atividade de aprendizagem
Às vésperas de lançar um produto, uma empresa depara-se com a seguinte
questão: Que preço deverá ser cobrado? Para responder a essa pergunta,
solicita informações à área de custos, que informa o seguinte: custos e
despesas variáveis de $60,00 e custos e despesas fixos de $100,00. O setor
de marketing, por sua vez, informa que o preço do novo produto poderá ser
de $250,00, para previsão de vendas de 1.300 unidades; e de $220,00, para
previsão de vendas de 1.600 unidades. A empresa resolve lançar o produto
pelo valor maior. A área de custos questionou a decisão, entendendo que teria
sido a escolha errada. Com base no conceito de margem de contribuição,
explique por que a área de custos questionou a decisão.
70
Aula 6 – Análise de Custo X Volume X Lucro
Apresentação da aula
Importante
Análise de custo-volume-lucro (CVP) se trata de um método para analisar como
várias decisões operacionais e decisões de marketing afetarão o lucro.
71
Lucro operacional = Vendas - Custos totais
Vendas = custos fixos + custos variáveis + lucro operacional
72
convencional, os custos do produto são subtraídos das vendas para se obter a
margem bruta.
Importante
Na declaração de renda de contribuição os custos variáveis são subtraídos das
vendas para obter a margem de contribuição total.
73
• Qual é o nível de financiamento necessário para uma
agência governamental, dados os níveis de serviço
desejados?
• A previsão de vendas é consistente com os lucros previstos?
• Qual lucro adicional seria obtido de uma dada redução
percentual nos custos variáveis unitários?
• Qual aumento nas vendas é necessário para compensar
uma dada redução no preço e manter o nível de lucro atual?
• Qual nível de vendas é necessário para cobrir todos os
custos em uma região de vendas ou linha de produtos?
• Qual é a quantidade necessária de aumento nas vendas
para atender aos encargos fixos adicionais de uma
expansão de fábrica proposta?
74
Em contraste, uma empresa que segue a estratégia de diferenciação
precisa de análise de CVP nas fases iniciais do ciclo de vida de custo para avaliar
a lucratividade de novos produtos e a conveniência de novos recursos para
produtos existentes. Os mesmos conceitos se aplicam a empresas de varejo e
serviços.
75
atividades em quatro níveis: unidade, lote, produto e instalação. Os custos em
nível de unidade são baseados no volume, portanto, são tratados da mesma
maneira no CVP baseado no volume e no ABC.
O CVP tradicional baseado em volume classifica os outros três níveis
(lote, produto e instalação) como custos indiretos que não variam com o volume
e, portanto, são custos fixos. No entanto, os custos em nível de lote e os custos
em nível de produto mudam com o número de lotes ou o número de mudanças
de produto, e o CVP baseado em ABC leva isso em consideração.
Os custos no nível das instalações não são evitáveis em um horizonte de
planejamento de curto prazo; esses custos levam muitos meses ou anos para
serem alterados, portanto, os custos das instalações são tratados como custos
fixos tanto no CVP baseado no volume quanto no ABC.
Portanto, dois níveis de custo de atividade, níveis de lote e produto, são
modelados como custos que podem mudar no CVP baseado em ABC, mas não
no CVP baseado em volume.
Os custos no nível do produto, como uma mudança no design ou nas
características do produto, são custos que têm um período de planejamento mais
curto porque essas mudanças podem ser incorporadas ao processo de
fabricação em um período de tempo mais curto, talvez vários meses a um ano
antes que a mudança afete o total de custos.
Se o período de planejamento for de um ano ou menos, como tem sido a
suposição comum neste capítulo, os custos em nível de produto normalmente
não serão considerados como um custo que pode mudar tanto no CVP baseado
em ABC ou em volume para esse planejamento curto período. Se o período de
planejamento for estendido para vários meses ou anos (o tempo que uma
mudança no produto leva para afetar os custos), as mudanças no nível do
produto podem ser incluídas no CVP baseado em ABC.
Em contraste, muitos custos no nível do lote (configuração do produto,
inspeção, compras, etc.) podem ser alterados no curto prazo, portanto, os custos
no nível do lote podem ser considerados em um horizonte de planejamento de
curto prazo. Nosso exemplo abaixo usa custos em nível de lote para ilustrar o
CVP baseado em ABC.
Suponha que a equipe de contabilidade de custos tenha sido capaz de
atribuir aproximadamente US $ 10.000 dos custos fixos do ano passado para
76
atividades em nível de lote, como configuração de máquina e inspeção. Essa
estimativa foi feita quando a empresa operava com 100 lotes por ano.
Esses custos podem ser rastreados diretamente para cada lote, embora
não para cada unidade de produção. A equipe também soube que a produção
deste ano de 3.000 unidades será produzida em lotes de 30 unidades, portanto,
100 lotes serão produzidos novamente este ano.
Assumimos que os custos em nível de lote aumentam em proporção a um
aumento no número de lotes produzidos durante o ano; ou seja, $ 100 por lote
($ 10.000 / 100). Essa suposição diz com efeito que a taxa ABC de $ 100 por
lote é um custo variável em relação ao gerador de custo, o número de lotes.
Suposições alternativas são possíveis.
Por exemplo, se assumirmos que os custos totais em nível de lote não
mudam com o número de lotes, então os custos totais em nível de lote são fixos
em relação ao número de lotes. Isso seria verdadeiro, por exemplo, se a empresa
usasse o mesmo número de lotes em cada período de planejamento,
independentemente do volume.
Nesse caso, o CVP com base em volume e com base em ABC sempre
produzirá os mesmos cálculos, e o uso da abordagem com base em ABC para
CVP não fornece informações adicionais úteis.
No entanto, esperamos que para a maioria das empresas o número de
lotes seja proporcional ao volume – os tamanhos dos lotes não mudam
significativamente – de forma que pelo menos uma parte dos custos do nível do
lote mude em um período de planejamento de curto prazo conforme o volume
muda.
Uma possível suposição é que os custos totais em nível de lote são um
custo misto que tem um componente fixo que não varia com o número de lotes
e um componente variável que varia com o número de lotes.
Observe que presumir que alguma parte dos custos totais em nível de lote
varie com o número de lotes é mais consistente com a ideia de que é importante
usar ABC para distinguir o gasto da atividade e o uso da atividade. O objetivo é
reduzir os gastos das atividades, o que significa que os custos das atividades
são, pelo menos em parte, variáveis e controláveis.
77
6.6 Alavancagem operacional
78
Neste contexto, a análise de CVP é particularmente importante no
planejamento do uso de novas tecnologias de manufatura que tenham o
potencial de alterar a relação entre custos fixos e variáveis.
O efeito potencial do risco de que as vendas ficarão aquém dos níveis
planejados, conforme influenciado pela proporção relativa dos custos de
fabricação fixos às variáveis, pode ser medido pelo grau de alavancagem
operacional, que é a razão entre a margem de contribuição e o lucro.
Conclusão da Aula
Atividade de aprendizagem
O que é gerenciamento baseado em atividades? Dê três exemplos de
atividades de alto valor agregado em uma organização de sua escolha.
79
Aula 7 – O Elemento Mercadológico na Formação do Preço
Apresentação da aula
80
desenvolvimento e teste de conceito, criação das estratégias de marketing, toda
a análise do negócio, culminando na preparação final para a introdução do
produto no mercado.
Aqui, devemos ter bastante claro que com o passar do tempo o produto
sofrerá alterações para adequação aos desejos e necessidades da demanda.
Por isso se faz necessário que façamos previsões sobre essas mudanças, com
o intuito de manter a flexibilidade. Por isso devemos estar sempre atentos ao
ambiente onde será lançado o produto.
Depois de toda essa fase de preparação do produto, temos o ciclo de
mercado. É aqui onde estamos nos estágios de introdução, crescimento,
maturidade, declínio do produto. Vamos sempre iniciar com lucro zerado para,
em seguida, estabelecermos todos os custos e investimentos que serão
necessários para a inserção do produto no mercado.
Será a partir da fase de crescimento que o produto começará a apresentar
lucros efetivamente, ou seja, que ele pagou todo o investimento feito e a empresa
terá o saldo positivo. Para ilustrar melhor o Ciclo de Vida dos Produtos, peço que
você analise a figura abaixo, para entendermos as peculiaridades de cada um
dos estágios (KOTLER, 2012):
81
lucros nesse estágio devido aos custos com
desenvolvimento e lançamento do produto;
• Crescimento: é o período em que há uma rápida aceitação
do produto no mercado e uma melhoria na rentabilidade
obtida com a comercialização;
• Maturidade: aqui temos uma baixa no crescimento das
vendas, pois o produto alcançou a aceitação da maior parte
dos compradores potenciais. A lucratividade é estabilizada
ou entra em declínio, caso enfrente um aumento da
concorrência;
• Declínio: aqui as vendas apresentam uma queda
vertiginosa e os lucros reduzem drasticamente.
82
mercado em que está inserido, para que seja possível reagir e estabelecer
formas de diferenciação e reposicionamento adequados, fazendo com que o
produto continue sendo consumido.
Isso quer dizer que sempre será possível prolongar a vida de um produto
no mercado, temos várias empresas que fazem isso com maestria, tais como
Coca-Cola, Nestlé, Ford, dentre muitas outras. Mas isso só acontece quando são
tomadas decisões acertadas e efetivas no que se refere ao marketing e ao
relacionamento com o cliente.
Como disse, todo produto terá sua curva de ciclo de vida, pois cada
produto apresenta características peculiares e podem atuar em mercados
diferentes. Mas são as decisões mercadológicas (aumentar, manter, recolher ou
abandonar a oferta no mercado) que vão prolongar a vida do produto e isso
necessita de uma correta análise do portfólio de produtos, bem como
planejamento mais adequado possível.
83
tomada de decisões para investimentos, a participação relativa de mercado e a
taxa de crescimento de mercado.
Assim, os produtos são classificados de acordo com a sua rentabilidade
em: abacaxi (produtos problemáticos), vacas leiteiras (produtos geradores de
caixa), em questionamento (produtos que são dúvidas) e estrelas (produtos que
são uma promessa). Esta matriz nos proporciona muitas informações
importantes para o processo de análise do portfólio de produtos. Veja a figura a
seguir:
84
baixo, poucos investimentos deverão ser exigidos. Pode ser
a base de uma empresa;
• Abacaxi: devem ser evitados e minimizados em uma
empresa porque ou dão prejuízo ou pelo menos apenas
pagam seus custos, são produtos que têm certa dose de
sentimentalismo por parte da empresa que não o retira do
mercado.
85
Dessa forma, existe uma série de fatores que podem ser levados em
consideração na hora de definir o posicionamento do produto. Primeiramente,
vou falar para você sobre o posicionamento considerando um atributo (tangível
ou intangível) que possa gerar uma vantagem perante a concorrência. Por
exemplo, os produtos da Apple são posicionados levando em conta o atributo
design.
Além disso, um dos níveis do produto que podemos pensar como forma
de posicionamento do produto é o benefício central entregue por ele. Assim, uma
empresa pode se posicionar com base no benefício central do produto ou
qualquer outro que seja valorizado pelo cliente. Por exemplo, a durabilidade do
produto, a confiabilidade de um serviço ou o status proporcionado.
Os produtos cumprem uma função e podem ser posicionados de acordo
com isso, conforme sua aplicação. A forma como esses produtos são utilizados
ou são aplicados, dão a possibilidade de as empresas poderem posicioná-lo a
partir dessas dimensões. Por exemplo, um produto de limpeza que tenha a
finalidade de polir objetos de ambiente doméstico, podem ser adaptado também
para o uso em escritórios, lojas ou em automóveis.
Temos outros produtos que são posicionados na mente dos consumidores
de acordo com seus usuários. Aqui, a percepção será ajudada de acordo com a
categoria de produtos a que se está buscando atingir. Por exemplo, um fixador
de próteses dentárias, que será conhecido pelo usuário do produto e a empresa
tem uma série de produtos em seu portfólio que são percebidos como sendo
produtos para pessoas que usam próteses dentárias.
Além disso, também temos empresas que se posicionam no mercado de
acordo com as ações de seus concorrentes ou pelo líder de mercado. Assim, o
produto acabará sendo conhecido conjuntamente com seu concorrente, como
no caso dos produtos genéricos.
Também podemos posicionar de acordo com a categoria de um produto,
o que pode ser óbvio em alguns casos. O público-alvo tem a consciência de que
nos Estados Unidos, a Maybelline é uma marca líder em cosméticos, A Cherrios
em cereais e assim por diante (KOTLER, 2012).
Em alguns casos, porém, a empresa se vê obrigada a reforçar a
comunicação sobre a categoria a que um produto pertence. O exemplo mais
frequente é de produtos que são inovadores ou que estão sendo lançados e
86
precisam informar para o seu cliente a qual categoria pertencem. Ex: A Johnson
& Johnson posiciona sua marca “Cotonetes” como sinônimo da categoria de
hastes flexíveis.
Outra forma de posicionar os produtos é utilizando o binômio Qualidade e
Preço. Essa forma de posicionamento se trata da mais comum, pois estará
trabalhando com uma variável facilmente adaptável: o preço. Dessa forma,
sempre teremos produtos que serão percebidos como mais caros ou mais
baratos, de maior ou de pior qualidade.
Dentro dessa estratégia, gostaria de destacar que devemos levar em
consideração questões que podem facilmente ser rejeitadas pelo consumidor,
dependendo da sua experiência com o produto. Isso porque o atributo
“qualidade” é muito subjetivo e vai ter uma ampla variação de interpretação, o
que torna o posicionamento instável.
87
precisa potencializar seus pontos fortes, fazendo com que estes se tornem os
atributos mais importantes do produto.
Conclusão da aula
Atividade de aprendizagem
Explique como a matriz BCG contribui para a definição da estratégia de
marketing? Explique as diferenças entre o gráfico de ciclo de vida do produto
e os gráficos do ciclo de reposicionamento do produto.
88
Aula 8 - As Cinco Forças Competitivas
Apresentação da aula
89
Já a segunda decisão refere-se aos determinantes da posição competitiva
relativa dentro do ramo de atividade em questão, pois, em muitos casos, algumas
organizações são muito mais rentáveis do que outras. No entanto, essas duas
decisões não são suficientes, por si só, para orientar a escolha da estratégia
competitiva (PORTER, 1989).
Com isso, sob esta ótica, podemos definir estratégia como a criação de
uma posição única e valiosa que engloba um conjunto de atividades diferentes,
as quais, para gerar um posicionamento estratégico, devem ser diferentes das
dos rivais (PORTER, 2000).
As organizações têm de ser flexíveis para responder rapidamente às
alterações que estão ocorrendo a todo o momento no mercado (PORTER, 1989).
As organizações precisam estar a todo instante fazendo o benchmarking com
seus concorrentes, para poder ter maior eficiência e com isso poderem evoluir,
têm de possuir core competences para se manterem à frente dos concorrentes
(PORTER, 2000).
O posicionamento, que há algum tempo era considerado a essência da
estratégia, é hoje rejeitado por ser estático diante de todas as mudanças que
ocorrem com mercados e das tecnologias e de sua velocidade. De acordo com
isso, o posicionamento das organizações pode ser copiado rapidamente e por
isso as vantagens competitivas são apenas temporárias (PORTER, 2000).
A eficiência operacional e a estratégia são ambas essenciais ao
desempenho excelente que é o objetivo principal de qualquer organização. Mas
ambas funcionam de maneira diferente e não podem ser confundidas como
sendo a mesma coisa. Uma organização que deseja estar sempre à frente de
seus concorrentes deve ter uma característica única (PORTER, 2000).
Terá de proporcionar maior valor agregado nos seus produtos e/ou
serviços para os consumidores ou criar valor no produto/serviço a custos mais
baixos; ou, ainda, fazer as duas coisas, ou seja, o fato de proporcionar maior
valor lhe dá a oportunidade de cobrar um preço mais elevado e uma maior
eficiência operacional significa custos unitários mais baixos (PORTER, 1986;
2000).
No final, todas as diferenças entre as organizações em termos de custos
ou preços advêm do conjunto de atividades necessárias à criação, produção,
venda e entrega dos seus produtos ou serviços (PORTER, 2000). Os custos são
90
gerados pelo exercício de atividades, e as vantagens de custo surgem do
desempenho dessas atividades de forma mais eficiente do que a concorrência
(PORTER, 1989).
Do mesmo modo, a diferenciação surge tanto da escolha de uma atividade
única como da forma como é executada. As atividades são, portanto, os fatores-
chave da vantagem competitiva. Logo, a vantagem ou desvantagem competitiva
de uma empresa resulta do conjunto das suas atividades e não apenas de
algumas.
Por outro lado, a eficiência operacional significa exercer atividades
semelhantes melhor do que os rivais. Inclui todo o tipo de práticas que permitem
a uma empresa utilizar, da melhor forma, os seus recursos, por exemplo,
reduzindo os defeitos dos produtos ou desenvolvendo produtos melhores mais
rapidamente. Pelo contrário, posicionamento estratégico significa exercer
atividades diferentes dos rivais ou exercer atividades semelhantes de um modo
diferente.
As diferenças na eficiência operacional das organizações são marcantes.
Algumas organizações conseguem obter mais dos seus recursos, pois eliminam
os esforços redundantes, empregam tecnologia mais avançada, motivam melhor
os funcionários ou possuem melhores competências para gerir uma atividade
particular ou um conjunto de atividades.
Tais diferenças na eficiência operacional explicam as diferenças de
rentabilidade entre organizações concorrentes. As diferenças na eficiência
operacional foram o trunfo utilizado pelos japoneses para desafiar as
organizações ocidentais dos anos 80. Os japoneses encontravam-se tão mais
desenvolvidos do que os rivais em termos de eficiência operacional, que
ofereciam baixos custos e uma qualidade superior, simultaneamente.
O que antes era considerado um trade-off verificou-se ser uma ilusão
criada por uma fraca eficiência operacional. Os gestores já aprenderam a rejeitar
estes falsos trade-offs (PORTER, 2000). É necessária uma melhoria contínua na
eficiência operacional para se atingir uma rentabilidade superior.
Contudo, isso nem sempre é o suficiente. Poucas foram as organizações
que conseguiram competir com base na eficiência operacional durante um longo
período de tempo.
91
A razão mais óbvia para, ou seja, a rápida difusão das melhores práticas,
ou seja, os concorrentes podem facilmente imitar técnicas de gestão, novas
tecnologias, melhorias produtivas e os modos originais de satisfazer as
necessidades dos clientes (DA COSTA, 2006).
As soluções genéricas difundem-se ainda mais rapidamente e isso pode
ser observado na proliferação das técnicas de eficiência operacional
recomendadas pelos consultores (PORTER, 2000).
A convergência competitiva que foi o segundo motivo que melhorou a
eficiência operacional é insuficiente, isso porque quanto mais as organizações
fazem benchmarking, mais se parecem umas às outras (PORTER, 2000).
Quanto mais os rivais fazem o outsourcing das atividades para terceiros mais
capazes, mais genéricas se tornam essas atividades (DA COSTA, 2007).
À medida que os rivais imitam as técnicas uns dos outros, as estratégias
convergem e a concorrência torna-se numa série de corridas em que todos
seguem o mesmo percurso e ninguém ganha. A concorrência baseada só na
eficiência operacional é mutuamente destrutiva, dando origem a guerras
desgastantes que só acabarão quando houver limite na concorrência (PORTER,
2000).
Gradualmente, os gestores têm deixado a eficiência operacional suplantar
a estratégia e o resultado é um jogo de soma-nula, em que os preços são
estáveis ou decrescentes e as pressões sobre os custos cada vez maiores, o
que compromete a capacidade para investir no negócio em longo prazo (DA
COSTA, 2006).
8.2 O Microambiente
92
Figura 4 – As Forças Competitivas
Fonte: Porter (1986)
93
a melhoramento do trade off preço-desempenho com o produto da indústria e
por produtos com lucratividade baixa.
Os novos entrantes são organizações que, atraídas por atividades
potencialmente lucrativas, procuram se estabelecer nesse mercado. Quanto às
barreiras de entrada, elas podem ser induzidas pela existência de:
• Economias de escala;
• Diferenciação;
• Necessidade de capital;
• Switching cost elevado;
• Difícil acesso aos canais de distribuição;
• Política governamental;
• Retaliação pelos já estabelecidos na indústria;
• Preço de entrada dissuasivo;
• Mudanças nas condições de rivalidade (devido, por exemplo, a
uma nova tecnologia, aumento na concentração da indústria etc.).
94
• São mais concentrados que a indústria cliente;
• Não há produtos substitutos;
• A indústria não é um cliente importante;
• O seu produto ou serviço é um insumo importante.
Importante
Economia de escala se trata da organização do processo produtivo de forma
que seja possível a máxima utilização dos recursos envolvidos no processo,
buscando como resultado baixos custos de produção e o incremento de bens e
serviços.
96
Mas a sustentabilidade desta posição será possível apenas se a empresa
conseguir direcionar os preços médios do segmento. Ao ter preços próximos ou
menores que seus concorrentes, isso vai trazer uma rentabilidade maior.
No entanto, mesmo atuando desta forma, não podemos nos esquecer das
bases essenciais relacionadas à diferenciação. Isso porque se o nosso produto
ou serviço não estiver nos mesmos níveis de comparação com o concorrente,
no que se refere aos atributos físicos, seremos obrigados a reduzir os preços
abaixo do aceitável para defendermos a nossa posição.
Já em relação à estratégia de diferenciação, a empresa buscará se
posicionar de forma a ser única em seu segmento, levando em consideração as
dimensões do produto/serviço que são valorizadas pelos clientes.
Dessa forma, vamos selecionar um ou mais destes atributos, que o
mercado considera importante, e vamos buscar nos posicionar de forma
exclusiva para satisfazer as necessidades de nossos clientes.
As formas para atingimento de critérios de diferenciação são específicas
para cada segmento de mercado. Ela pode ter como base o próprio produto ou
o canal de distribuição ao cliente.
No entanto, a grande questão aqui é que a empresa escolha aqueles
atributos em que ela pode se diferenciar e que possui competência para
sustentar essa vantagem de forma diferente de seus concorrentes.
97
Por fim, temos a estratégia genérica de enfoque, que é muito distinta de
todas as outras, pois aqui estamos baseando o posicionamento na escolha de
um segmento competitivo mais específico do mercado. Essa estratégia
apresenta duas variações: enfoque no custo total e enfoque na
diferenciação.
Ao estabelecer uma estratégia com enfoque no custo, a empresa buscará
uma vantagem de custo em segmento específico, enquanto no enfoque pela
diferenciação buscará se diferenciar dentro deste segmento.
Essas variações estratégicas do enfoque têm suas bases nas diferenças
entre segmentos específicos (alvo do enfoque) e o mercado como um todo.
Estes segmentos, de forma geral, apresentam compradores com necessidades
diferentes, distintos de outros segmentos mercado.
Ao estabelecermos o enfoque de custo, vamos buscar agir sobre as
diferenças no comportamento dos consumidores de um segmento. Já, o
enfoque de diferenciação busca explorar aquelas necessidades peculiares dos
consumidores em alguns segmentos. Ao optar pelo enfoque, podemos obter
vantagem competitiva ao nos dedicarmos somente aos segmentos específicos.
Temos que ficar atentos quando vamos definir o posicionamento
estratégico da empresa para não cairmos no “meio-termo” (PORTER, 1986),
isto é, uma empresa que busca atender os requisitos de cada uma das
estratégias genéricas, mas não alcança nenhuma delas e perde mercado e
qualquer possibilidade de obter vantagem competitiva.
Isso porque as empresas de meio-termo vão ter desvantagens
competitivas em custo, pois seu produto não é o de menor custo no mercado,
em diferenciação, pois não tem excelência em critérios essenciais para o
consumidor e de enfoque, pois não tem posição para competir em qualquer
segmento.
Vale ressaltar que a definição da estratégia genérica, por si só, não levará
a empresa a ter desempenho acima da média. Para que essa vantagem
aconteça efetivamente, ela deve ser sustentável frente aos concorrentes e
resistir às mudanças de comportamento da concorrência ou do mercado.
98
Em termos de causa e efeito, a lucratividade de um negócio depende, por
um lado, do valor criado pela empresa em relação aos concorrentes e, por outro,
da economia de mercado, ou seja, como as 5 forças de Porter (1986) atuam
como vetores da indústria (BESANKO, 2006). Pelo seu lado, o valor criado pela
empresa é uma composição entre custo e benefício.
O conceito de valor é bastante discutido em muitos textos de economia,
finanças e marketing (GAMBLE; THOMPSON JR, 2012). No entanto, parece
haver um consenso quando se trata de expressá-lo como sendo o resultado da
razão entre custo e benefício (BESANKO, 2006).
Assim, a vantagem competitiva e a criação de valor estão intimamente
ligadas. Isso significa que a escolha por um benefício será sempre comparada
ao seu custo total de propriedade e que somente haverá criação de valor para o
cliente na medida em que os benefícios superarem os custos (PORTER, 2000).
Desse modo, será competitivamente vantajosa a posição em que o
concorrente oferece ao cliente um bem ou serviço cujo índice de valor seja
melhor que o do seu competidor (GAMBLE; THOMPSON JR, 2012).
A discussão acerca da criação de valor para o cliente leva à reflexão
preliminar sobre a forma como devem ser medidos o custo e o benefício
(GAMBLE; THOMPSON JR, 2012). O custo deve ser tratado como “custo total
de propriedade”, ou seja, todo o custo incorrido desde o momento da aquisição
até o momento do descarte.
Assim, devem ser incluídos o preço pago, o dispêndio com manutenção,
o seguro, a depreciação, entre outros, e deve ser deduzido o valor residual do
bem apurando quando o usuário abrir mão do seu uso (BESANKO, 2006).
Nos atributos de valor, estão contidos dois importantes aspectos
relacionados com a escolha pelo posicionamento, que são o custo e a
diferenciação (PORTER, 1986).
O enriquecimento dos atributos qualificadores, diferentes do custo, levaria
a empresa a concorrer com foco na percepção de que o cliente tem e valoriza
os elementos diferenciadores do produto ou serviço (BESANKO, 2006).
No entanto, caso a empresa opte por concorrer em custo, ela deverá
procurar reduzir ao mínimo o custo total de propriedade incorrido pelo cliente
(HITT, 2008; GAMBLE; THOMPSON JR, 2012).
99
O benefício deve ser medido em termos dos atributos, diferentes do preço,
possuídos pelo bem ou pelo serviço, produzidos ou prestados, respectivamente,
pela empresa (GAMBLE; THOMPSON JR, 2012). Tais atributos, entre outros,
podem ser: a qualidade, a consistência, a flexibilidade, o rendimento, a
confiabilidade, a durabilidade etc. (BESANKO, 2006).
100
custo no total do benefício oferecido e percebido pelo cliente (GAMBLE;
THOMPSON JR, 2012).
Sob essa óptica, o benefício não constitui um pacote único e uniforme. O
benefício é constituído por um elenco diversificado de atributos, conforme
mencionados no parágrafo anterior, visto que cada produto ou serviço possui
seus próprios atributos e em quantidades diferentes (BESANKO, 2006).
O analista pode, assim, avaliar a relevância de cada atributo, sob a óptica
do cliente, segundo os pesos atribuídos a cada um desses atributos (GAMBLE;
THOMPSON JR, 2012). Em seguida, o analista poderá medir o pacote de
atributos oferecidos ao cliente em termos da quantidade de cada um, contida no
produto ou serviço produzido pela empresa ou pelo seu concorrente (HITT,
2008).
Em um terceiro momento, a marca B realiza um segundo movimento
competitivo ousado, qual seja, aperfeiçoa a sua qualidade, assim, ela aumenta
a vantagem de benefício ao cliente, uma vez que além de ter elevado a média
ponderada de benefícios, saindo de 1,06 para 1,29, ou seja, oferecendo mais
diversas atividades de apoio da organização (HITT, 2008; GAMBLE;
THOMPSON JR, 2012).
Assim, a atividade compras adquire matérias-primas, as quais são
administradas pela logística de entrada e pagas ao fornecedor segundo o que
está previsto no orçamento elaborado pelas áreas de planejamento e de finanças
(GAMBLE; THOMPSON JR, 2012).
Por outro lado, os funcionários necessários à operação da manufatura
serão recrutados segundo as especificações passadas à atividade de
administração de recursos humanos para seu suprimento (HITT, 2008).
Da mesma forma, a promoção para a venda do produto será elaborada
pelas áreas de marketing e vendas e a área de serviços de pós-vendas irá
administrar todo o suporte aos produtos em garantia, inclusive a logística
reversa, no caso de devoluções ou recall para correções em não conformidades
em produtos (BESANKO, 2006).
101
8.5 Valor e Posicionamento
102
• Eliminar: quais atributos considerados indispensáveis pelo setor
devem ser eliminados?
• Criar: quais atributos nunca oferecidos pelo setor devem ser
criados?
103
Figura 8 – Cadeia de Valor
Fonte: Porter (1986)
• Competição;
• Elementos sociais;
• Elementos econômicos;
• Presença de fornecedores capacitados;
• Elementos políticos;
• Elementos ambientais.
Tais pressões acabam por disparar gatilhos para que a empresa dê início
a um processo para a tomada de decisão quanto a que atitude assumir
(GAMBLE; THOMPSON JR, 2012). Assim, as atitudes podem ser voltadas para
(KIM, 2005):
104
• Menor time to Market: necessidade de reduzir o tempo de
lançamento de novos produtos ou serviços, por meio de uso de
engenharia simultânea;
• Melhoria da qualidade: aproveitar a expertise de fornecedores
melhor capacitados;
• Introdução de novos produtos;
• Investimento focalizado;
• Equilíbrio de capacidades;
• Habilidades insuficientes;
• Aumento da prontidão de resposta.
Conclusão da Aula
105
ideal é manter um posicionamento claro e atingir eficiência na estratégia
adotada, pois, assim, será possível resistir perante as intempéries vindas da
concorrência.
Atividade de aprendizagem
Elabore a precificação de um produto tendo como base as estratégias
genéricas propostas por Porter.
106
Índice Remissivo
107
(Custo intermediário; custos finais; ABC)
108
Gerenciamento Baseado em Atividades ..................................................... 50
(Gerenciamento; valor; produto)
O Microambiente ......................................................................................... 92
(Análise; competitividade; forças porterianas)
109
Posicionamento de Produtos ...................................................................... 85
(Visão; cliente; produto)
110
REFERÊNCIAS
CRUZ, June Alisson Westarb; REIS, Júlio Ferreira dos Reis; PROHAMNN, José
Ivan de Paula; MIGUEL, Paulo Sérgio. Formação de Preços Mercado e
estrutura de custos ISBN: 9788582120200.
111
PADOVEZE, L. C. Curso básico gerencial de custos. São Paulo: Thomson,
2003.
112