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OS JOGOS MATEMÁTICOS COMO UM RECURSO NO PROCESSO DE

APRENDIZAGEM NO COLÉGIO ESTADUAL GOV. DJENAL TAVARES QUEIRÓZ

Alexandre Silva1
Diogo Alves Silva2
Elisson Santana de Oliveira3
Igor Oliveira Santos4
Mendson dos Santos Pereira5
Lucas de Souza Dezidério6
Tony Fontes Santos7
Geangela Fonseca Alves Araujo 8
João Paulo Attie9
Paulo de Souza Rabelo10

RESUMO

O presente trabalho visa apresentar algumas das atividades desenvolvidas em conjunto por 7
graduandos em Matemática, assim como discutir aspectos de suas trajetórias e experiências
vividas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência – PIBID, um programa
que, a nosso ver, tem propiciado um novo olhar aos discentes de licenciatura em Matemática
da Universidade Federal de Sergipe (UFS) – Campus de São Cristóvão, em relação a
educação básica, mais precisamente do Colégio Estadual Gov. Djenal Tavares Queiróz,
situado em Aracaju. Através do PIBID – Matemática, o estudante do curso de Licenciatura
em Matemática tem a oportunidade de enriquecer a experiência na relação professor-aluno e
contribuir para o aprendizado dos alunos do colégio através de atividades não-tradicionais,
aplicando jogos que envolvem conteúdos matemáticos.

Palavras-chave: Aluno; Atividades não-tradicionais; Jogos Matemáticos; Pibid de


Matemática; Professor.

1 Estudante de graduação de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe. Integra o


projeto PIBID. E-mail: p4rap4ra@gmail.com
2 Estudante de graduação de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe. Integra o
projeto PIBID. E-mail: diogodih07@gmail.com
3 Estudante de graduação de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe. Integra o
projeto PIBID. E-mail: elissonsantana13@hotmail.com
4 Estudante de graduação de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe. Integra o
projeto PIBID. E-mail: igoroliveira_is@hotmail.com
5 Estudante de graduação de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe. Integra o
projeto PIBID. E-mail: nosdnem@hotmail.com
6 Estudante de graduação de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe. Integra o
projeto PIBID. E-mail: lucasbet7@outlook.com
7 Estudante de graduação de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe. Integra o
projeto PIBID. E-mail: tonyreggae16@hotmail.com
8 Licenciada em Matemática. Preceptora do PIBID no Colégio Estadual Gov. Djenal Tavares Queiróz.
Vinculada ao Projeto PIBID de Matemática. E-mail: geangela.alves@hotmail.com
9 Coordenador Voluntário do Projeto PIBID de Matemática. Vinculado ao Programa PIBID e professor do
curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe. E-mail: jpattie@mat.ufs.br
10 Coordenador do Projeto PIBID de Matemática. Vinculado ao Programa PIBID e professor do curso de
Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Sergipe. E-mail: carira@uol.com.br
INTRODUÇÃO
O trabalho é voltado às vivências dos bolsistas do Programa Institucional de Iniciação
a Docência (PIBID), a partir do segundo semestre de 2018 até o fim de 2019, no contexto
escolar do colégio Estadual Gov. Djenal Tavares Queiroz, no qual funciona em tempo
integral.
O PIBID tem como finalidade contribuir na formação docente, pois, assim como
descrito pela CAPES, o objetivo do programa é “inserir os discentes no ambiente escolar
ainda na metade do curso de licenciatura, proporcionando uma aproximação prática com o
cotidiano das escolas públicas e com o contexto em que estão inseridas”, ocasionando uma
melhora da relação professor-aluno dos futuros docentes, contribuindo para o aprendizado de
todos, seja graduando, supervisor ou alunos da própria turma em que são aplicadas as
atividades.
A disciplina de matemática é, de maneira recorrente, apontada como uma matéria de
difícil compreensão sendo assim temida por muitos alunos. Normalmente, o ensino
tradicional de matemática ocorre com o professor escrevendo no quadro-negro os conteúdos
que julga necessários em cada série do ensino, enquanto os alunos copiam fórmulas e mais
fórmulas, muitas vezes sem relação com o cotidiano do aluno. Quando não aparece um espaço
para questionamentos e dúvidas, concordamos com D’Ambrósio (1989), quando afirma que
“os alunos passam a considerar a matemática algo que não se pode duvidar ou questionar […]
Desvinculando o conhecimento matemático de situações reais”. Uma consequência desse
processo é que os alunos não se sentem estimulados a apreender a disciplina, já que, em
muitos casos, o que é ensinado não é justificado e tampouco direcionado à prática em seu
cotidiano.
No âmbito do subprojeto PIBID – Matemática, busca-se qualificar os alunos do curso
de Licenciatura em Matemática para desenvolver práticas nas escolas da educação básica de
Aracaju, por meio de atividades não-tradicionais, valorizando o pensar pedagógico em tais
atividades, na perspectiva de que os processos de aprendizagem são tão importantes quanto os
conteúdos em si. As atividades aplicadas pelos bolsistas são elaboradas e depois debatidas em
reuniões semanais com orientação do supervisor e do coordenador de área e só depois
aplicadas nas turmas. Durante a nossa vivência no projeto, aplicou-se atividades em turmas do
1° e do 2° ano do ensino médio do Colégio Estadual Gov. Djenal Queiroz, em que a
supervisora leciona.
As atividades que são desenvolvidas pelo PIBID de Matemática têm por objetivo
estimular a criatividade e raciocínio dos alunos na construção de conhecimento através de
atividades didáticas envolvendo o uso de jogos. Segundo Borin (1996), “a introdução de jogos
nas aulas de Matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de
nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la”. Os jogos
utilizados podem ser bastante eficazes no ensino de matemática se convenientemente
planejados, pois é um recurso pedagógico poderoso para a construção do conhecimento
matemático. Entretanto, é imprescindível que os jogos tenham um sentido para a
aprendizagem do aluno, um conceito matemático que sobressaia dele, pois, senão, o jogo pode
ser interpretado apenas como uma brincadeira e um fazer só por fazer. Por isso, consideramos
que o professor deve questionar os alunos sobre as estratégias que foram utilizadas por eles, o
que conseguiram interpretar da lógica do jogo e também relacione a atividade com algum
conteúdo, dando assim um sentido para a elaboração do conteúdo abordado.

METODOLOGIA
Inicialmente, conversamos com a professora supervisora sobre o conteúdo que ela
estaria abordando com seus alunos em sala de aula; em seguida, caso não exista em nossa
biblioteca de jogos11 algum que aborde o conteúdo desejado, passamos a discutir a
elaboração de um jogo que abranja tal conteúdo, nas reuniões semanais com a orientação do
professor coordenador, para, após a discussão iniciarmos a confecção do jogo. Então,
aplicamos o jogo com os próprios bolsistas, na intenção de procurarmos possíveis falhas e a
melhor dinâmica a ser aplicada em sala de aula com os alunos do colégio. Só após passar por
essa triagem, vamos às escolas. Já no dia da aplicação, na maioria das vezes, faz-se necessário
um resumo do conteúdo que será abordado e/ou conteúdos anteriores para os alunos.

DESENVOLVIMENTO
O Pibid de matemática teve início no 2º semestre de 2018, com uma reunião entre
todos os bolsistas, os supervisores e os coordenadores. Após a reunião, ficou acertado que
teríamos reuniões uma vez por semana, cada coordenador ficou responsável por um grupo de
bolsistas e por três supervisores. Na reunião seguinte, ocorreu o sorteio para saber os grupos
que ficariam com cada supervisor. Inicialmente os supervisores lecionavam no 1º ano do
Ensino Médio.
No decorrer do PIBID de matemática, foram aplicadas diversas atividades no Colégio
Estadual Gov. Djenal Queiroz, sempre fazendo uso da metodologia de jogos. Utilizando tal
metodologia, acreditamos na possibilidade de poder proporcionar a aprendizagem dos

11 Existem atualmente, cerca de 150 atividades no acervo do Pibid – Matemática, São Cristóvão.
conteúdos matemáticos, motivando os alunos a aplicarem os conhecimentos já adquiridos e
desenvolver reflexões sobre os resultados obtidos nas jogadas com os demais jogadores, na
fixação das regras, nas definições e teoremas. Além disso, percebemos que o uso dos jogos
estimulam o interesse e a participação dos alunos.
Entre as várias atividades que aplicamos, uma delas merece algumas considerações.
Por uma solicitação da supervisora, ao ver certa dificuldade dos alunos com operações
matemáticas (Soma e Multiplicação), desenvolvemos uma atividade dinâmica para abordar tal
conteúdo, chamada de “Queimada dos Inteiros”.
Antes de iniciarmos a atividade,
realizamos uma revisão sobre as operações com
números inteiros, em seguida explicamos as
regras do jogo e tiramos algumas dúvidas que
surgiram para assim seguirmos para a quadra.
As regras básicas são as mesmas do jogo
de queimado (ou queimada), com a exceção de
que existe uma pontuação envolvida e vence o time que estiver com mais pontos no final (e
não é necessariamente, o time que ficou com mais jogadores). Cada time tem as camisas de
uma cor, e todas elas possuem numeração (na frente e nas costas). Os números são -4, -3, -2, -
1, 0, 1, 2, 3, 4 e 5. Sempre que um time “queima” um jogador do outro grupo, soma (ou
multiplica) a sua pontuação pelo número daquele jogador. A operação depende da bola
utilizada para queimar o adversário. Uma delas está
marcada com o sinal da multiplicação (x) e a outra
com o sinal da adição (+). A troca das bolas é feita
pelo juiz (o professor), por meio de um apito. Alguns
alunos podem ficar à margem do jogo, como juízes
auxiliares, conferindo as pontuações.
No dia da aplicação, estavam presentes 23
alunos. Desta forma, foram formados dois times com
dez jogadores cada e três alunos ficaram
responsáveis pela contagem de pontos de cada time. Os bolsistas auxiliavam os alunos na
contagem e na ordenação da partida, sem interferir na jogabilidade dos alunos. Após um
tempo, um dos times começou a desenvolver uma estratégia e ficaram mais atentos na troca
de bolas, para assim poderem obter a maior quantidade de pontos possíveis, e, com isso,
conseguiram vencer a partida. Terminada a partida, reunimos os alunos no canto da quadra e
discutimos quais as estratégias foram utilizadas pelos times. Depois da discussão e das
reflexões feitas pelos alunos, organizamos uma nova partida, agora com os alunos munidos de
suas próprias estratégias.
Na imagem ao lado, vê-se o time de amarelo
elaborando uma estratégia de proteger os
jogadores que, ao serem “queimados”,
aumentariam aumentará a pontuação do time
oponente, e os que estão protegendo, se forem
“queimados”, prejudicariam o time oponente. No
fim das contas, consideramos que a atividade foi
de grande proveito, atingindo o objetivo esperado.
Assim como ressalta Wesling e Guzzo (2016),
sobre os jogos matemáticos, “o conteúdo pode ser abordado de maneira atraente através de
jogos que proporcionem interesse, espírito de investigação, curiosidade, desenvolvendo o
raciocínio lógico e habilidade no cálculo mental”
Essa atividade requer que o professor, na aula subsequente à realização do jogo,
aplicar uma atividade complementar, visando as atitudes mais desejáveis no decorrer do jogo,
como por exemplo, em que condições um jogador com o número zero (ou negativo) deve ser
protegido e em que condições é melhor que ele seja atingido.

CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista todas as atividades que foram aplicadas no PIBID de Matemática,
percebemos que o desenvolver de cada uma delas se entrelaça com os objetivos do projeto na
vida dos bolsistas.
Foi de grande importância a preparação das atividades, pois desde o momento em que
foram pensadas, na forma que cada uma delas deveriam ser abordadas em sala, os discentes
de matemática notaram a proposta do PIBID como um projeto que, em parte, supera o padrão
expositivo das aulas e leva um outro modelo de aula para os alunos da escola pública,
mostrando a eles como a matemática pode ser aplicada em diferentes situações, como, por
exemplo, nos jogos que, no caso, foi a nossa metodologia adotada.
Dessa maneira, alguns bolsistas puderam assimilar determinados conceitos didáticos, e
aplicar no desenvolvimento das atividades. Além disso, o PIBID contribuiu para a nossa
formação, possibilitando que os bolsistas aperfeiçoassem a aprendizagem em certos
conteúdos, pois tivemos que revisar alguns conteúdos do ensino básico e, em alguns deles,
tivemos que realmente aprender para termos segurança no momento da aplicação da
atividade. Também buscamos melhorias na forma de colocar o aluno como sujeito ativo no
processo de aprendizagem.
Mas o projeto não se resumiu somente a isso, muitas questões foram postas em
prática, como, por exemplo, saber escutar críticas tanto de alunos da escola, dos colegas do
projeto, dos coordenadores e supervisora, e como se portar diante disso. Bem como as
questões de vivência no projeto que trouxeram orientação a respeito do que se trata uma rotina
de escola e de como é estar diante de uma turma que varia com as atividades. Tudo isso
corroborou para que os bolsistas pudessem conhecer melhor a realidade das escolas e dos
alunos.
Portanto, é perceptível que a capacitação do PIBID na vida dos bolsistas foi marcante,
e podemos afirmar que para alguns bolsistas a experiência foi decisiva para seguir a carreira
da licenciatura e superar algumas barreiras como a ansiedade e a insegurança de desenvolver
atividades em sala de aula, assim como, enriquecendo a nossa formação. Foi perceptível
também, como o PIBID colaborou para a aprendizagem dos alunos da escola. Em conversa
com a professora supervisora, ela nos relatou uma melhora no entendimento de certos
conteúdos por parte de seus alunos que tiveram contato com o programa, sendo que este fato
nos proporcionou grande satisfação, pois pudemos ver que o trabalho realizado estava no
caminho certo.

REFERÊNCIAS
BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática.
São Paulo: IME-USP; 1996
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Fundação CAPES. Projeto Institucional de
Bolsa de Iniciação à Docência: PIBID. Brasília, 2020. Disponível em:
<https://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid/pibid> Acesso em 08/01/2020.
UFS. Departamento de Matemática – Subprojeto PIBID: Licenciatura em Matemática para o
edital CAPES 007/2018. São Cristóvão, 2018.
D’AMBROSIO, Beatriz S. Como ensinar matemática hoje? Temas e Debates. SBEM. Ano
II. N2. Brasília. 1989. P. 15-19.
WESLING, V. P.; GUZZO, S. M. Matemática recreativa para o ensino de números
inteiros. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. O
professor PDE e os desafios da escola pública paranaense na Perspectiva do Professor PDE,
2016. Curitiba: SEED/PR., 2018. V.1. (Cadernos PDE). Disponível em:
<www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/201
6/2016_artigo_mat_unioeste_vanuzapavanwesling.pdf>. Acesso em 12/01/2020. ISBN
978-85-8015-093-3.

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