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Guia Prático
de Escrita
Acadêmica
O PA S S O A PA S S O PA R A VO C Ê E S C R E V E R
PA P E R S , A R T I G O S C I E N T Í F I C O S E
MONOGRAFIAS
CLAUDIO MOREIRA
Guia Prático
de Escrita
Acadêmica
O PA S S O A PA S S O PA R A VO C Ê E S C R E V E R
PA P E R S , A R T I G O S C I E N T Í F I C O S E
MONOGRAFIAS
Copyright © 2020 by Claudio Moreira/Claudio Academy
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer
meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, sem a
autorização expressa do autor ou seus representantes legais (Lei no 9.160/1998).
Revisão Final
Claudio Moreira
Diagramação
Erika Woelke | Canal 6 Editora
Inclui bibliografia.
ISBN 978-65-00-15755-0 (impresso)
ISBN 978-65-00-15754-3 (e-book)
CDU-001.8
CDD-808.06
Para
Mauro Sousa
Marcos “Bob” Benassi
Rosemary Neves
Sumário
Agradecimentos11
Apresentação13
4. O Texto Científico 39
4.1. Definição de texto científico 39
4.2. A linguagem 39
4.3. O formato 40
4.4. A publicação 40
5. Tipos de Trabalho Acadêmico 43
5.1. Fichamento 43
5.2. Resumo 45
5.3. Resenha 46
5.4. Ensaio 47
5.5. Paper 49
5.6. Artigo de Conferência 49
5.7. Artigo Científico 51
5.8. Monografia 52
5.9. Dissertação e Tese 53
Bibliografia 151
Modelos153
A. Paper 153
B. Artigo Científico 154
C. Monografia 156
Agradecimentos
Várias pessoas contribuíram para que este livro fosse escrito e mere-
cem ser lembradas aqui. A limitação de espaço não permite, porém, que eu
mencione o nome de todas elas. Queria, no entanto, agradecer em especial:
Rodrigo Seno, que apoiou minhas ideias desde o começo até que elas
tomassem a forma deste livro. Seus conselhos e comentários foram muito
úteis ao longo do processo.
Rosana Cyrineu, que criou as condições ideais para que eu pudesse
escrever.
Lauro Martins, que esteve ao meu lado em momentos difíceis e
soube, com inesgotável paciência, me ajudar a reencontrar o caminho da
tranquilidade.
Janete Cattan Sayeg e José Vicente Contatore, que investiram em meu
futuro quando eu mesmo já havia desistido.
Guilherme Sztrajtman, que acreditou que eu poderia me reinventar
profissionalmente.
Jesus Aldama, que mais de uma vez me lembrou o ditado de São
Gregório Magno, que diz: “Não é aos saltos que se sobe uma montanha, mas
a passos lentos”.
Yuri Regis, que contribui com insights, comentários e sugestões.
Bob Almeida, que ofertou tempo e recursos para que meu trabalho não
parasse.
Rogenir Costa, que interrompeu seus afazeres mais de uma vez para me
ajudar a lidar com minhas dúvidas.
Um último reconhecimento é devido às pessoas que contribuíram para
a produção deste livro, fazendo doações financeiras. A generosidade delas
tornou possível a realização de um sonho.
Muito obrigado a todos.
13
Apresentação
O Guia foi pensado para ser usado pelo estudante sem a necessidade
da orientação de um instrutor. Você pode usá-lo para tirar dúvidas sobre um
tópico específico ou como um livro de receitas para ter à mão, sempre que
precisar. Os capítulos são independentes e podem ser lidos separadamente
e em qualquer ordem.
O Guia não inclui exercícios. A parte prática (capítulos 8, 9 e 10) funciona
com uma “receita de bolo”, com as etapas do processo descritas na forma de
passos. Essas instruções são ilustradas com exemplos, sempre que isso se
faz necessário.
Plano da obra
O Guia está dividido em três partes:
A Parte I (Fundamentos e Técnicas de Estudo) apresenta conceitos bási-
cos de ciência, método científico e texto acadêmico. Ensina também técnicas
de como estudar e fazer anotações. Termina com orientações para pesquisar
fontes bibliográficas.
A Parte 2 (O Processo de Escrita: Paper, Artigo e Monografia ensina o
“passo a passo” para redigir os três principais trabalhos acadêmicos que um
estudante de graduação vai encontrar na faculdade.
A Parte 3 (Questões de Estilo e Apresentação) orienta sobre a qualidade
do texto científico, apresenta as normas da ABNT para trabalhos acadêmicos
e discute plágio e citação de fontes. Conclui com uma seleção de livros e
manuais sobre metodologia científica, normalização textual e técnicas de
redação.
Uma seção final traz modelos de paper, artigo científico e monografia. O
Guia termina com um pequeno glossário de termos científicos.
Itapetininga, 2020
Claudio Moreira
Parte 1 — Fundamentos
e Técnicas de Estudo
19
1. O QUE É CIÊNCIA
Introdução
Para escrever como um cientista você precisa pensar como um. Fazer
ciência é uma atividade que exige múltiplos conhecimentos e um cientista,
não importa seu campo de estudo, precisa dominar conceitos e técnicas de
investigação considerados básicos ou fundamentais.
Este capítulo apresenta conceitos e classificações que são necessários
para entender a ciência como atividade. Outro objetivo é introduzir parte da
terminologia usada na comunicação científica.
são chamadas de visões de mundo. Mito, Religião, Filosofia e Ciência são vi-
sões de mundo que a humanidade criou ao longo da história. Uma maneira
de definir essas visões de mundo é entendê-las como sistemas de crenças.
Agora, o que é um sistema de crenças?
• Qual a origem de tudo?
• Quem somos?
• De onde viemos?
• Por que estamos aqui?
Mito
Essa palavra vem do grego mythós e significa estória ou conto. Nos tem-
pos primordiais, os mitos foram criados para explicar a origem do universo
(cosmogonia) e o funcionamento dele (cosmologia).
A mitologia de um povo é um sistema de representação simbólica da
realidade e seu funcionamento. O pensamento mitológico é uma maneira
1. O Que é Ciência 21
Religião
É um conjunto de crenças e rituais, se apoia numa ideia de divindade
e orienta valores, escolhas e práticas de um grupo de pessoas ou de uma
sociedade inteira.
As religiões possuem em geral narrativas na forma de um texto sagrado
(exemplos: a Torá, o Corão, o Bhagavad Gita, a Bíblia). Essas escrituras têm,
muitas vezes, sua origem em uma revelação direta a um profeta feita pela
divindade. Elas servem como guia para explicar a vida, orientar os fiéis sobre
como se relacionar com a divindade (exemplos: Javé, Krishna, Jesus ou Alá) e
organizar as formas de culto e expressões de espiritualidade da comunidade,
congregação ou igreja.
As religiões são fonte de crenças sobre o cosmos e a natureza humana
e influenciam como as pessoas definem moral, fé, amor, sentido da vida,
significado da morte, lei, amor, sexo etc.
Existem atualmente cerca de 4.200 religiões no mundo.
22 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Filosofia
Em grego, esta palavra é resultado da junção de philo (amor ou devo-
ção) e sophia (sabedoria). Existem três significados que podemos atribuir à
palavra filosofia:
• Filosofia como visão de mundo: nesta acepção, filosofia signi-
fica o conjunto de valores, ideias e sentimentos que uma pessoa
adota para se orientar na vida. Assim, é comum ouvirmos alguém
dizer que fulano tem tal “filosofia de vida” etc.
• Filosofia como sistema de pensamento: filosofia aqui é o
mesmo que doutrina ou ideias; aplica-se a um filósofo (“a filosofia
de Platão”, “as ideias de Kant”, “o sistema de Hegel) ou a uma es-
cola de pensamento (“Estoicismo”, “Marxismo”, “Existencialismo”).
• Filosofia como disciplina acadêmica: é o estudo sistemático de
questões fundamentais como “verdade”, “valor”, “conhecimento”,
“razão”, “ser”, “existência”, “Deus”, “destino”, “sentido”, “moral” etc.
Esta forma de filosofia é estudada em subdisciplinas, entre elas:
Epistemologia, Metafísica, Lógica, Ética e Estética.
Ciência
Simplificadamente, Ciência é o estudo sistemático de fenômenos (natu-
rais, sociais, psicológicos, culturais, históricos, econômicos etc) com o objetivo
de descrevê-los, explicá-los e prevê-los.
Existem basicamente duas maneiras de fazer isso: a observação e a ex-
perimentação. O objetivo desse empreendimento intelectual é produzir um
corpo de conhecimentos na forma de teorias.
1. O Que é Ciência 23
Introdução
Este capítulo apresenta os conceitos de conhecimento, indução e
dedução. O objetivo é descrever os processos por meio dos quais obtemos
informações sobre a realidade usando a intuição, a autoridade (a tradição),
a razão e a experiência.
A produção de conhecimento científico começa com a compreensão dos
mecanismos que a mente humana usa para apreender, armazenar e proces-
sar informações recebidas pelos sentidos — a experiência sensorial.
A experiência, porém, não é o único meio aceitável de adquirir conhe-
cimento. A intuição, a autoridade e a razão são também fontes legítimas de
aquisição de conhecimento.
Primeiro, veremos quais são as fontes do conhecimento, para depois es-
tudar os dois métodos básicos de investigação científica: indução e dedução.
Intuição
É o processo para se chegar ao conhecimento sem o emprego do racio-
cínio lógico. O conhecimento intuitivo baseia-se em uma certeza que vem da
convicção pessoal. A pessoa diz: “Eu acredito que isso seja assim, mas não
sei exatamente por quê”. Embora seja imprecisa, a intuição muitas vezes é
importante para a formulação de hipóteses.
28 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Autoridade
Implica na aceitação como verdadeiras de informações recebidas de
outra pessoa com base na posição social, cargo, título ou expertise.
Assim como a intuição, o conhecimento baseado na autoridade é impre-
ciso. É comum, porém, um investigador apoiar-se nas ideias de um especia-
lista de renome, principalmente nos estágios iniciais da pesquisa.
Todos os campos de estudo têm suas “autoridades” reconhecidas e é
aceitável que um cientista em começo de carreira aceite como válidas infor-
mações que venham delas.
Às vezes, depois de coletar seus dados, um pesquisador pode sentir a
necessidade de ouvir a opinião de um especialista naquela área de estudo
para decidir sobre a melhor maneira de interpretar os dados.
Por outro lado, a ciência progride por meio da revisão constante do
conhecimento. Por essa razão, uma autoridade está sujeita a erros e sua
opinião deve ser recebida com cautela.
Até o século 15, a teoria Geocêntrica era tida como verdadeira e ninguém
ousava desafiar a autoridade do seu autor, Ptolomeu. Então, Copérnico veio
e apresentou o Heliocentrismo. Este é um exemplo de que, por maior que
seja sua fama, a autoridade não é uma fonte de conhecimento à prova de
erros.
Razão
O racionalismo defende que um conhecimento é verdadeiro se for adqui-
rido por meio da razão.
2. Conhecimento, Indução e Dedução 29
Experiência
O empirismo afirma que um conhecimento é válido e verdadeiro se for
obtido por meio da experiência, isto é, por meio dos sentidos.
O empirismo está na base do método científico (que você verá em de-
talhes no capítulo 3 deste Guia). Os principais defensores do empirismo são
os filósofos ingleses John Locke e David Hume. Eles argumentaram que todo
conhecimento verdadeiro é baseado apenas na experiência.
Locke foi a pessoa que afirmou que nascemos como uma tabula rasa,
uma mente sem dados. A experiência escreveria nas folhas em branco da
mente humana as informações que chamamos de conhecimento.
Para o empirista, são nossos sentidos (visão, audição, toque, olfato e
paladar) a origem de todo conhecimento. Tudo começa com nossos sentidos
imprimindo ideias em nossos cérebros. Em seguida, essas ideias são proces-
sadas, combinadas e relacionadas por meio de processos cognitivos.
30 Guia Prático de Escrita Acadêmica
racional porque segue essas regras, que são princípios que orientam a razão
em busca da verdade.
O método indutivo
Indução é um processo de raciocínio que parte do específico para chegar
ao geral. A indução faz observações de um dado fenômeno e, em seguida,
propõe generalizações sobre a natureza e o comportamento desse fenôme-
no. Na indução, se as premissas são verdadeiras, a conclusão provavelmente
será verdadeira. O método indutivo é mais geral e qualitativo.
No método indutivo, o raciocínio segue a seguinte sequência:
• Observação de um conjunto de fenômenos;
• Busca por um padrão no comportamento dos fenômenos;
• Formulação de hipóteses par explicar esse comportamento;
• Elaboração de um teoria que explique os fenômenos observados e
outros semelhantes.
32 Guia Prático de Escrita Acadêmica
O método dedutivo
A dedução é um processo de raciocínio que parte do geral para o es-
pecífico. A dedução está preocupada em construir teorias que prevejam um
resultado. Essas teorias se baseiam em hipóteses, que posteriormente serão
testadas por experimentos ou obervações. Na dedução, se as premissas são
verdadeiras, a conclusão definitivamente será verdadeira. O método deduti-
vo é mais preciso e quantitativo.
No método dedutivo , o raciocínio segue a seguinte sequência:
• Teoria geral sobre o comportamento de um conjunto de fenômenos;
• Formulação de hipóteses para explicar um ou mais aspectos do
comportamento dos fenômenos;
• Observação ou experimentação a fim de coletar dados e testar as
hipóteses;
• Confirmação ou negação das hipóteses e consequente revisão da
teoria.
33
3. MÉTODO CIENTÍFICO:
CONCEITOS BÁSICOS
Introdução
Este capítulo apresenta conceitos básicos sobre método científico.
Começaremos com uma definição geral, para depois discutirmos oito aspec-
tos que fazem parte de uma investigação científica. São eles: fato, questão,
hipótese, experimento, avaliação, modelo, teoria e paradigma.
Esses termos são parte do vocabulário da ciência e todos descrevem
conceitos que envolvem as atividades do pesquisador, deste a concepção de
um estudo (o design de pesquisa) até a criação de um modelo ou teoria.
Fato e observação
Tudo começa com a observação de um fenômeno. Um fenômeno é um
conjunto de fatos que têm entre si uma relação de causa e feito. O que é,
porém, fato? Do ponto de vista da ciência, um fato é aquilo que pode ser
observado, medido, quantificado e comparado.
Existem dois tipos de fato:
• Fatos empíricos: são aqueles que resultam de observações diretas
(Exemplo: a temperatura do ambiente);
• Fatos conceituais: são aqueles que resultam da afirmação de um
ponto de vista filosófico; se baseiam no tipo de descrição ou modelo
que temos do mundo em que vivemos (Exemplo: o homem é um ser
racional).
3.2. Questão
3.3. Hipótese
3.4. Experimento
Definição e variáveis
Experimento é o meio que o cientista tem para testar sua hipótese.
Para ser válido, um experimento deve ter pelo menos duas variáveis:
• Variável independente: aquela que é controlada pelo pesquisador;
• Variável dependente: aquela que o experimento irá medir.
Coleta de dados
A razão de ser de um experimento é produzir dados. O que é um dado?
É o valor ou valores medidos pelo pesquisador durante a realização do
experimento.
Esses dados podem ser de dois tipos:
• Dados quantitativos: são expressos em números (Exemplos: 50
graus centígrados; 20 milissegundos; 200 unidades por mililitro);
• Dados qualitativos: são descritos por meio de expressões
(Exemplo: sim/não; frequentemente/muito pouco/nunca).
3.5. Avaliação
3.6. Conclusão
Modelo
Modelo é a representação de um estrutura ou processo que permite
que um pesquisador formule um teoria provisória. Um exemplo é a teoria
das partículas da matéria. Os modelos podem ser de três tipos:
• Uma descrição verbal;
• Uma formulação matemática;
• Uma representação visual;
Teoria
Teoria é uma explicação (hipótese) para um fenômeno sustentada por
evidências coletadas em experimentos consistentes e repetidos e aceita pela
comunidade científica como válida.
Para ser aceita como verdadeira e tornar-se teoria, uma hipótese precisa
passar por vários e repetidos testes. As evidências devem ser em grande
quantidade, sem deixar margens para dúvidas sobre sua validade.
Um exemplo bastante conhecido é a Teoria da Evolução, que desde
Darwin já foi comprovada por inúmeros estudos e hoje é aceita com a mais
completa e confiável explicação para a complexidade e variedade de espé-
cies em nosso planeta.
38 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Paradigma
Paradigma científico é um conjunto de práticas e convenções na forma
de uma estrutura de pensamento e que define e orienta uma pesquisa em
um determinado campo de estudo.
Um paradigma indica quais são as ideias, métodos e direção que um
pesquisador deve seguir para realizar seu trabalho em conformidade com as
expectativas deste ou daquele campo de estudo.
Os paradigmas incluem modelos, teorias e métodos já estabelecidos. Os
paradigmas podem, portanto, ser chamados de supermodelos ou superteo-
rias, porque funcionam como o alicerce sobre o qual os cientistas realizam
suas pesquisas.
As três leis de Newton são um exemplo e formam os fundamentos da
Mecânica Clássica: Lei da Inércia, Princípio Fundamental da Dinâmica e Lei da
Ação e Reação.
39
4. O TEXTO CIENTÍFICO
Introdução
A escrita acadêmica é parte do sistema de comunicação da ciência, que
por sua vez inclui a pesquisa, seu registro na forma de artigos científicos,
dissertações e teses e sua divulgação em periódicos.
Este capítulo apresenta a definição de texto científico e suas caracterís-
ticas. Serão estudados ainda a finalidade, a linguagem, o formato e a publica-
ção de textos acadêmicos.
4.2. A linguagem
4.3. O formato
Cada gênero acadêmico possui uma estrutura com uma ordem de expo-
sição determinada pela comunidade acadêmica.
De um modo geral, essa estrutura é dividida em três partes:
• Elementos pré-textuais: incluem, por exemplo, título e subtítulo
do trabalho, autor ou autores e o nome da instituição.
• Elementos textuais: é o texto propriamente dito, com capítulos
(no caso de monografias, dissertações e teses) ou seções (no caso
de artigos);
• Elementos pós-textuais: incluem, por exemplo, as referências,
anexos e apêndices.
4.4. A publicação
Introdução
Este capítulo apresenta os 9 (nove) tipos de trabalho acadêmico. Eles
incluem gêneros curtos (fichamento, resumo e resenha), gêneros médios
(ensaio, paper e artigo científico) e gêneros longos (monografia, disserta-
ção e tese).
Cada gênero será definido e explicado nas seções seguintes, mas sem
aprofundamento. O objetivo é apenas identificar as características gerais de
cada tipo de trabalho e dar orientação sobre o processo de produção desses
documentos.
Fichamento, resumo, resenha e ensaio receberão mais atenção;
paper, artigo científico e monografia apenas serão definidos, uma vez
que você terá oportunidade de estudá-los em detalhes em três capítulos (8,
9 e 10) dedicados exclusivamente a eles.
Dissertação e tese, por se tratarem de trabalhos mais complexos, não
serão discutidos longamente aqui.
5.1. Fichamento
Definição
Como o próprio nome indica, fichamento é um registro feito em fichas.
Embora seja tradicional o uso de fichas em papel, atualmente é possível usar
recursos como o Evernote, um programa com versões web, desktop e app
para smartphones. Tem uma versão gratuita e possui vários recursos como
criação de pastas e entradas e compartilhamento. Acesse https://evernote.
com/ para saber mais.
44 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Tipos de fichamento
Existem dois tipos de fichamento:
• Fichamento de citação: nesse tipo de fichamento, você registra
citações que você usará no seu trabalho;
• Fichamento bibliográfico: neste tipo de fichamento, você registra
a fonte (um artigo, livro ou capítulo de um livro) e um comentário
pessoal sobre o texto.
Estrutura
Os fichamentos têm a seguinte estrutura:
• Cabeçalho: informa o tipo de fichamento (de citação ou
bibliográfico);
• Referência bibliográfica: informa os dados da fonte como autor,
título da obra e dados da publicação (data, local e editor);
• Texto: no fichamento de citação, reproduz o conteúdo; no ficha-
mento bibliográfico, apresenta o comentário sobre a fonte.
Paráfrase
Às vezes, pode ser útil e prático fazer a paráfrase de uma ideia que
na fonte está expressa de maneira complexa demais. Neste caso, você cita
o texto original e o reescreve com suas próprias palavras (paráfrase). No
momento de escrever seu trabalho, você faz a citação da fonte e resume a
ideia do autor com a paráfrase. Lembre-se: ao fazer uma paráfrase, indique
a fonte original da ideia que você está expressando, para evitar a acusação
de plágio.
5.2. Resumo
Definição
Um resumo consiste em listar as ideias de um texto — que pode ser
um artigo, o capítulo de um livro etc. Ao resumir, você se concentra nos ar-
gumentos mais importantes do autor. Portanto, um resumo é uma síntese do
texto que você leu.
De um modo geral, um bom resumo reduz um texto a pouco mais de
20 por cento do seu tamanho original. Essa regra, contudo, não é rígida e
é possível fazer resumos mais longos (30% do conteúdo original) ou mais
curtos (entre 15 e 20% do conteúdo original). Tudo vai depender do tamanho
e assunto do texto e da complexidade da exposição original.
O importante é que o resumo contenha as ideias mais relevantes, ex-
pressas de forma simplificada, sem deixar de fora algo essencial.
46 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Tipos de resumo
Existem três tipos de resumo:
• Resumo Indicativo: apenas lista as principais ideias do autor; não
inclui citações ou paráfrases do texto original;
• Resumo Informativo: apresenta partes do texto original; inclui
paráfrases;
• Resumo Crítico: combina as informações do resumo informativo
com opiniões e comentários pessoais de quem escreve o resumo.
5.3. Resenha
Definição
A resenha é a descrição de um texto acompanhada de uma avaliação
das ideias do autor. O objetivo da resenha é descrever, criticar e oferecer uma
apreciação do texto.
5. Tipos de Trabalho Acadêmico 47
Tipos de resenha
Existem dois tipos de resenha:
• Resenha descritiva: descreve e sintetiza as ideias mais importan-
tes do texto, mas evita fazer um julgamento sobre a qualidade do
trabalho;
• Resenha crítica: descreve e sintetiza as ideias principais do texto e
inclui uma apreciação do trabalho.
5.4. Ensaio
Definição
Um ensaio é a discussão de um tema por meio da exposição de ideias
próprias. No ensaio, você expressa seu ponto de vista sobre um tópico,
48 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Estrutura
A estrutura de um ensaio é composta de quatro partes principais: intro-
dução, análise, argumentação e conclusão.
É possível reduzir essa estrutura a três elementos, fundindo análise e
argumentação em uma única seção, que recebe o nome de fundamentação.
• Introdução: apresenta o tema do ensaio;
• Fundamentação: discute o tema sob pontos de vista opostos (ar-
gumentos a favor e contra);
• Conclusão: retoma a tese principal (a ideia ou argumento que você
defende) e apresenta uma opinião com base nela.
5.5. Paper
Definição
O paper é um gênero acadêmico ainda não reconhecido pela ABNT. Isto
é, não existe uma norma NBR que estipule como ele deve ser feito e apre-
sentado. No entanto, esse tipo de trabalho tem sido usado como ferramenta
de avaliação em cursos de graduação e pós-graduação na modalidade EAD.
Estrutura
O paper tem uma estrutura simples: introdução, desenvolvimento e con-
clusão. Como todo texto acadêmico, ele inclui elementos pré e pós-textuais.
Definição
Um artigo de conferência é um gênero acadêmico usado para comunicar,
de forma sintética, uma pesquisa ou parte de uma pesquisa. Em geral, os artigos
de conferência são solicitados aos autores pelos organizadores do evento com
meses de antecedência e passam por uma avaliação antes de serem aceitos.
O artigo de conferência é apresentado na forma de texto e também
como apresentação oral durante o evento. É possível usar, na apresentação
oral, recursos como slides do tipo PowerPoint.
5.7. Artigo Científico
Definição
O artigo científico é um gênero acadêmico que apresenta uma pes-
quisa sobre um tema específico. O artigo pode ser um estudo original ou se
basear na revisão de outros trabalhos sobre o mesmo tema.
Em razão do seu formato e escopo, o artigo científico é o tipo de trabalho
acadêmico mais usado na divulgação de pesquisas.
A maioria dos periódicos científicos (jornais e revistas acadêmicos) pu-
blica apenas artigos científicos.
Estrutura
Um artigo científico padrão é dividido em três partes principais: A) título
(subtítulo), resumo (abstract) e palavras-chave (keywords), B) corpo e C) refe-
rências e anexos e apêndices (quando houver).
Dependendo da disciplina ou área de estudo, essa estrutura pode variar
com o acréscimo de sub-seções.
5.8. Monografia
Definição
O monografia é um gênero acadêmico que trata de um assunto es-
pecífico, sem contudo aprofundá-lo ou acrescentar algo ao que já se sabe.
Nunca ou quase nunca uma monografia se baseia em trabalho original. O
mais comum é ela se basear em uma revisão da literatura (pesquisas origi-
nais feitas por outras pessoas).
A monografia é usada como trabalho de conclusão em cursos de
graduação.
Estrutura
A monografia costuma ser dividida em três partes principais: Introdução,
Corpo e Conclusão. Essa divisão básica se refere apenas ao conteúdo da pes-
quisa propriamente dita.
Quanto à formatação do documento, a ABNT divide a monografia em:
Elementos Pré-textuais, Elementos Textuais e Elementos Pós-textuais.
Para mais detalhes sobre estrutura de uma monografia, consulte a
norma NBR 6023 da ABNT.
Este Guia não trata desses dois gêneros de trabalho acadêmico. São tex-
tos complexos e produzidos a partir de pesquisas que costumam se estender
por mais de um ano (no caso de uma dissertação) e três anos (no caso da tese).
Dissertação e tese são trabalhos de conclusão de cursos de pós-gradua-
ção: a dissertação é apresentada ao final do mestrado; a tese é apresentada
ao final do doutorado.
Tanto a dissertação quanto a tese são trabalhos que devem ser defendi-
dos diante de uma banca ou comissão examinadora, formada por professo-
res da instituição do aluno ou convidados de outras instituições.
Dissertação
A dissertação segue o mesmo padrão de uma monografia, mas é re-
sultado de uma pesquisa mais abrangente e detalhada. Pode se apoiar em
dados novos (pesquisa original) ou em uma revisão de trabalhos de outros
pesquisadores (revisão, discussão e interpretação de pesquisas originais).
A dissertação é mais complexa que uma monografia e, em geral, exige
do aluno maior capacidade de análise e sistematização.
Para mais detalhes sobre a estrutura e o conteúdo de uma dissertação,
consulte a norma NBR 14724 da ABNT.
Tese
A tese é o mais complexo e completo de todos os trabalhos acadêmicos.
Ela é exigida para a obtenção do título de doutor (PhD).
A tese se baseia obrigatoriamente em pesquisa original. Pode ter caráter
teórico, experimental, histórico ou filosófico. Uma tese deve se concentrar
em um tema bem específico, uma vez que a contribuição do autor para o seu
campo de estudo precisa ser original, isto é, acrescentar algo de novo ao que
já se sabe sobre o tema estudado.
Para mais detalhes sobre a estrutura e o conteúdo de uma dissertação,
consulte a norma NBR 14724 da ABNT.
55
Introdução
Este capítulo apresenta técnicas básicas de leitura e estudo. A leitura de
textos combinada com anotações antecede a produção de trabalhos acadê-
micos. Saber como ler um texto e extrair dele as ideias principais, contudo, é
uma habilidade que exige técnica, disciplina e prática.
Juntamente com os capítulos 7, 8, 9 e 10, este capítulo forma os funda-
mentos para dominar a escrita acadêmica. É possível dizer que 80% do que
você precisa saber para escrever com segurança depende de você aprender
os conteúdos desses capítulos.
As técnicas discutidas aqui usam como referência a rotina cotidiana de
estudo de um aluno de graduação. As definições e orientações dadas se re-
ferem, portanto, a situações de aprendizagem típicas de cursos regulares de
graduação.
Reforços e realidade
Para reforçar a aprendizagem, leia outros materiais além dos exigidos
pela disciplina e que estejam relacionados ao conteúdo exposto pelo professor.
Crie também o hábito de tentar relacionar os conteúdos estudados à
realidade do seu cotidiano, buscando semelhanças entre o que você lê e o
que você observa ao seu redor.
A mente aprende mais e melhor se o conteúdo que está sendo estu-
dado tem relação com uma necessidade prática ou com algo que possua
valor afetivo ou intelectual para a pessoa. Busque ativamente criar esses
vínculos.
58 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Tipos de leitura
Existem basicamente quatro tipos de leitura:
• Scanning: é um tipo de leitura que busca informações específicas,
usando recursos do próprio texto como sumário, índices, resumos
de capítulo etc. Também pode ser usada como uma técnica para
“sentir” o texto, identificando padrões como divisão de capítulos
e seções, tamanho dos parágrafos, uso de recursos visuais como
gráficos e tabelas etc.
• Skimming: é a leitura do texto por inteiro e busca uma compreensão
do conteúdo sem, contudo, se demorar em muitos pontos; não faz in-
terpretações do que lê e também não é acompanhada de anotações.
• De estudo: é a leitura feita com o objetivo de compreender as
ideias do autor em um nível mais profundo. Exige atenção maior e
a meta é obter uma visão de conjunto da obra; é acompanhada de
anotações. É essencial para escrever trabalhos acadêmicos.
• Crítica: é o tipo mais profundo e demorado de leitura, porque o
leitor se engaja em um diálogo com o autor, faz comparações do
que encontra no texto com seu próprio repertório de ideias e se
posiciona em relação ao conteúdo como um todo.
6. Como Estudar e Fazer Anotações 59
Tipos e estrutura
Existem dois tipo fichamento, de citação e bibliográfico, que foram
discutidos no capítulo 5 deste Guia. Nesta seção, vamos acrescentar algumas
informações sobre a técnica de fichamento.
Ambos os tipos de fichamentos têm a mesma estrutura:
• Cabeçalho: informa o tipo de fichamento (de citação ou
bibliográfico)
• Referência bibliográfica: informa os dados das fontes como autor,
título da obra e dados da publicação (data, local e editor);
• Texto: no fichamento de citação, reproduz o conteúdo; no ficha-
mento bibliográfico, apresenta um comentário sobre a fonte.
Fazendo o fichamento
Além do que já foi dito no capítulo 5 sobre como fazer um fichamento,
aqui vão orientações adicionais sobre fichamento bibliográfico:
1. Identifique o campo de estudo do texto (Exemplos: “História
Contemporânea”, “Estudos de Gênero”, “Políticas Públicas para
Terceira Idade” etc);
60 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Mapas
São representações gráficas do conteúdo. Os mapas exibem a relação
entre tópicos, associando certas palavras a um conceito, ideia, teoria etc.
No mapa, o conteúdo é visualizado com a ajuda de um estrutura. Por
exemplo, um grande círculo central de onde partem linhas que se ligam a
outros círculos menores; no primeiro, está um conceito ou tema; nos demais,
palavras ou frases que exploram aspectos do conceito ou tema.
Você pode usar mapas para representar o conteúdo de um artigo, livro
ou uma teoria.
Lista de Tópicos
Esta técnica é a mais simples de todas e consiste em criar uma lista com
um tema principal e entradas (os itens da lista) que se associam ao tema.
Por exemplo, você escolhe um capítulo do livro ou uma seção do artigo
que estiver lendo como tema. Em seguida, lista as principais ideias ou con-
ceitos discutidos no capítulo ou seção.
Faça listas com poucas entradas, porque não é produtivo uma lista com
mais de 10 itens. Uma boa lista terá entre 5 e 10 entradas.
64 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Organize as listas por ordem alfabética dos temas (quando estiver lendo
vários textos) ou por capítulos (quando estiver lendo um livro)
Lista de Palavras
É uma variação da Lista de Tópicos. A diferença é que não existe um
tema específico para organizar a lista. Funciona apenas quando o texto é
curto e o assunto do qual ele trata é muito específico.
Colunas
Você cria uma tabela com duas colunas. Na coluna da direita, você es-
creve o tópico ou conceito; na coluna da esquerda, você escreve palavras que
exploram os aspectos do tópico ou conceito.
Esta técnica funciona bem com livros com muitos capítulos ou um artigo
especialmente complexo.
Crie tabelas separadas para cada capítulo individualmente. Se for um
artigo, crie tabelas separadas para cada seção individualmente.
65
Introdução
Todo trabalho acadêmico depende de fontes bibliográficas. Pesquisar,
selecionar e compilar esse tipo de informação é parte essencial da atividade
de pesquisa.
Este capítulo apresenta tipos de fontes bibliográficas, onde encontrá-las
e quais as técnicas para compilar a bibliografia básica da sua pesquisa.
Você aprenderá também como usar recursos online para fazer pesquisas
em bases de dados (indexadores) e em sites como Wikipédia e Google.
Este é o último capítulo da parte I (Fundamentos e Técnicas de Estudo)
deste Guia. Ele completa o conjunto de informações necessárias para você
entender os fundamentos da escrita acadêmica e dominar as técnicas bási-
cas de leitura e estudo.
Uma vez decidido qual o tema da sua pesquisa, o passo seguinte é en-
contrar as fontes bibliográficas que servirão de referência a todo o trabalho.
Tipos de fontes
As fontes bibliográficas são divididas em:
• Primárias: são informações originais publicadas por um autor ou
autores e que não receberam qualquer tipo de interpretação ou
comentário. Exemplo: o livro Formação econômica do Brasil, do eco-
nomista Celso Furtado.
66 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Nesta seção, você vai aprender como compilar uma bibliografia básica
a partir de quatro variáveis: tema, pergunta de pesquisa, autor e método de
pesquisa.
A partir do tema
Esta é a maneira mais comum de procurar por fontes: você simplesmen-
te busca por livros, artigos, dissertações e teses que tratam do mesmo tema
da sua pesquisa.
A limitação deste método está no fato de o tema da pesquisa ser um
critério genérico demais para uma busca em uma base dados.
Supondo que seu tema seja “EAD e alfabetização de adultos”, qualquer
pesquisa no sistema retornaria um número muito grande de hits (títulos),
dificultando a seleção.
A partir de um autor
Este método é simples: você informa o nome do autor ou autores
e o sistema retorna as publicações (livros, artigos, dissertações e teses)
correspondentes.
Funciona quando você sabe quais autores são considerados os mais
importantes no campo de estudo no qual você vai realizar sua pesquisa ou
quando o tema da sua pesquisa é um pensador (exemplo: Nietzsche), escritor
(Machado de Assis) ou personalidade (Juscelino Kubitschek).
É possível descobrir quais textos são obrigatórios para se estudar um
autor simplesmente perguntando ao seu professor/orientador.
Internet
• Wikipédia: muito consultada por estudantes de todos os níveis de
ensino, a famosa enciclopédia online deve ser um recurso usado
para obter nomes de autores e títulos de obras. Como fonte de in-
formação, no entanto, ela não é 100% confiável. Use com cautela.
• Google: embora seja a opção mais óbvia para pesquisar fontes,
você precisa saber como informar o site sobre o que exatamente
está procurando. Se você digitar termos muito vagos ou ambíguos,
o algoritmo de busca do Google não terá critérios específicos para
filtrar a busca e retornará hits em excesso. Faça sua busca usando o
operador matemático mais (+) ou aspas (“ ”). Você pode configurar
suas opções de busca nas opções Configurações e Ferramentas do
Google e assim reduzir a abrangência da pesquisa.
Indexadores
Indexadores são bases de dados que reúnem informações sobre artigos
originais publicados em diferentes periódicos científicos. Alguns incluem
ainda monografias, dissertações e teses.
Os indexadores facilitam a localização de artigos científicos em revistas
e jornais acadêmicos em diversas áreas do conhecimento e você deve usá-los
como a principal ferramente de pesquisa de fontes.
As informações em geral incluem:
• autor
• título do artigo
• título do periódico
• ano, volume e/ou número do fascículo
• número de páginas
Outros sites
Nota: os sites não estão em ordem alfabética.
• Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Uberlândia
https://www.bibliotecas.ufu.br/
72 Guia Prático de Escrita Acadêmica
• Redalyc
https://www.redalyc.org/home
Reúne pesquisas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal. O
site está em espanhol.
Definição
O paper ou short paper é um gênero acadêmico recente e ainda não
reconhecido pela ABNT.
Segundo Denise Pires Fincato, professora de Metodologia da Pesquisa
Jurídica, um paper seria:
• invenção do meio acadêmico, ainda não regulado pela ABNT;
• meio caminho entre artigo científico e monografia;
• utilizado como instrumento de avaliação em disciplinas e/ou módu-
los de cursos de pós-graduação estrito ou lato senso.
Limites
O paper não faz uma contribuição ao conhecimento que já se tem sobre
um determinado assunto; ele apenas comenta aquilo que já foi dito. Essa é a
principal diferença entre o paper e o artigo científico.
8.2. A estrutura
Divisões
A estrutura do paper assemelha-se à do artigo científico, mas seu
conteúdo é menos extenso e sua redação segue um processo ligeiramente
diferente. O paper não tem as mesmas subdivisões de um artigo científico.
76 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Extensão e organização
De maneira geral, o tamanho do paper irá depender da complexidade
e extensão da pesquisa em si. Normalmente são aceitos papers de 6 a 12
páginas. Um paper padrão é organizado assim:
• Cabeçalho com o nome da universidade e o curso/disciplina;
• Título e subtítulo (quando for o caso);
• Autor(es) e suas credenciais;
• Resumo e palavras-chave;
• Corpo (sem as subdivisões obrigatórias do artigo científico; inclui
uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão);
• Referências bibliográficas;
• Abstract e keywords.
Introdução
Como dito anteriormente, o paper não se baseia em uma pesquisa ori-
ginal. Seu conteúdo resulta da revisão de literatura; ou seja, o autor comenta
criticamente trabalhos já publicados por outros pesquisadores sobre o tema
escolhido.
Exemplo 1
Supondo que seu tema seja “a inclusão digital de deficientes auditivos”,
você pode delimitar seu estudo à investigação das ações em escolas públicas
da sua cidade voltadas para a inclusão digital de alunos surdos. Indo mais
longe, você pode decidir estudar apenas um grupo de alunos, fazendo uma
seleção por sexo, idade ou série (ano) escolar.
Exemplo 2
Supondo que seu tema seja “o processo de alfabetização”, você pode
delimitar seu estudo à investigação dos tipos de método (soletração, fônico,
silábico, palavração, global etc). Indo mais longe, você pode decidir estudar
78 Guia Prático de Escrita Acadêmica
apenas alunos de cursos EJA e, dentro desse grupo, só mães solteiras entre
20 e 30 anos.
Exemplo 1
Supondo que seu tema seja “a inclusão digital de alunos surdos em esco-
las de ensino fundamental”, sua pergunta de pesquisa poderia ser a seguin-
te: “Como ações de inclusão digital de alunos surdos do ensino fundamental
diminui a evasão escolar?”
Exemplo 2
Supondo que seu tema seja “métodos de alfabetização em cursos EJA”,
sua pergunta de pesquisa poderia ser a seguinte: “Por que o método constru-
tivista de alfabetização é o preferido em cursos EJA na rede pública?”
Exemplo 1
Supondo que sua pergunta seja “Por que o método construtivista de
alfabetização é o preferido em cursos EJA da rede pública?”, sua hipótese
poder ser formulada da seguinte maneira: “O método construtivista de alfa-
betização tem maiores chances de sucesso porque é resultado da construção
8. Paper: o passo a passo 79
Exemplo 2
Supondo que sua pergunta de pesquisa seja “Como a escola reproduz
os valores da sociedade na qual está inserida?”, sua hipótese poderia ser
formulada da seguinte maneira : “O sistema educacional reproduz e reforça
os valores da sociedade por meio dos conteúdos ensinados às crianças e
pela identificação desses conteúdos com o ideal de cidadão defendido por
essa sociedade”.
Tipos de fonte
As fontes bibliográficas são divididas em três tipos:
• Primárias: são informações originais publicadas por um autor ou
autores e que não receberam qualquer tipo de interpretação ou
comentário. Exemplo: o livro Formação econômica do Brasil, do eco-
nomista Celso Furtado.
• Secundárias: são informações primárias organizadas, sintetizadas
e interpretadas ou comentadas por outra pessoa. Exemplo: o ar-
tigo “O pensamento de Celso Furtado: crenças e desilusões”, de
Alcides Goularti Filho.
80 Guia Prático de Escrita Acadêmica
2. Desenvolvimento
» Contexto: três parágrafos;
» Subseção A: três parágrafos;
» Subseção B: três parágrafos;
» Subseção C: três parágrafos;
3. Conclusão
8. Paper: o passo a passo 83
Como revisar
IMPORTANTE: entre a redação e a revisão, é aconselhável que você faça
um intervalo de um ou dois dias. Isso vai ajudar você a olhar o texto com
uma mente descansada e a identificar mais facilmente os pontos que exigem
ajustes.
Revise o texto, seguindo os seguintes passos:
8. Paper: o passo a passo 85
1. Imprima o paper;
2. Leia o texto com uma caneta ou lápis na mão;
3. Na primeira passada, busque por informações incompletas ou erra-
das e erros de digitação e de gramática;
4. Abra o arquivo e faça as correções;
5. Dê uma pausa de uma ou duas horas;
6. Faça uma segunda leitura, mas agora procure por erros de estilo
(Ex.: uma citação fora do padrão que você está seguindo ou o tempo
verbal incorreto);
7. Abra novamente o arquivo e faça as correções;
8. Dê uma pausa de uma ou duas horas;
9. Por fim, na terceira leitura, examine o texto para identificar lacunas
no seu raciocínio ou pontos que você considera fracos; busque tam-
bém por quebras no fluxo do texto ou trechos redundantes;
10. Abra o arquivo e faça as alterações;
11. Espere até o dia seguinte;
12. Imprima novamente o arquivo;
13. Releia o texto do começo ao fim e tente responder à seguinte
pergunta: “Se eu fosse um professor, que nota daria para este
trabalho?”
14. A resposta dirá o que você deve fazer em seguida: entregar o texto
ou revisá-lo mais uma vez;
15. Faça uma cópia extra no Google Drive ou em um pendrive.
9. ARTIGO CIENTÍFICO:
O PASSO A PASSO
Definição
O artigo científico é o registro detalhado de um experimento ou ob-
servação. O artigo científico tem um formato padronizado, que inclui as re-
ceitas ou procedimentos que o investigador seguiu para fazer o experimento
ou observação. É o meio mais comum de divulgação do conhecimento
científico.
Tipos
Existem basicamente dois tipos de artigo científico: o original e o de
revisão.
Como o próprio nome indica, o artigo original apresenta descobertas
novas e originais. Seus dados são produzidos a partir de observações ou ex-
perimentos que usam uma metodologia já conhecida ou um método novo
de investigação para gerar novas informações e aumentar o conhecimento
que temos sobre um determinado assunto. Os artigos originais servem como
fontes primárias de informação.
Já o artigo de revisão é assim chamado porque fornece uma visão geral
de um tema ou campo de pesquisa com base em estudos já realizados. Seu
objetivo é sintetizar pesquisas anteriores e servir como referência ou ponto
de partida para novos trabalhos. Os artigos de revisão servem também como
fontes secundárias de informação.
88 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Definição de tema
O tema é o assunto que você vai explorar na pesquisa.
Um artigo científico original deve fornecer informações novas sobre um
tema específico. A pergunta a ser feita, então, é: “Como escolho um tema?”
9. Artigo Científico: o passo a passo 89
4. Revise sua lista de temas que podem ser estudados e elimine aque-
les que exigem mais tempo e recursos;
5. Por fim, escolha o tema que melhor atenda as exigências de interes-
se pessoal, relevância social e disponibilidade de tempo e recursos.
Lembre-se:
O que evitar na escolha de um tema:
• Pesquisar algo que exija viagens a outras cidades ou acesso a equipamentos e
instalações que não pertençam à sua universidade;
• Temas muito abrangentes (Ex.: “A luta sindical no Brasil”) ou muito restritos (Ex.:
“O papel das professoras na luta dos trabalhadores durante as greves no ABC
em 1978-1980”);
• Temas que despertem o interesse apenas em um grupo seleto de pessoas;
• Pesquisar algo muito distante do seu contexto social imediato;
• Temas que não tenham importância para você como pessoa e para seu futuro
profissional.
Chama-se por esse nome a pergunta que seu artigo pretende respon-
der e que é a razão do seu esforço de investigação. A pergunta de pesquisa
parte sempre do tema. Exemplo: supondo que sua pesquisa é sobre sindica-
lismo e direitos trabalhistas, sua pergunta poderia ser “Qual a contribuição
dos sindicatos na conquista de direitos sociais pelos trabalhadores?”
A pergunta de pesquisa, contudo, não surge do nada, não é uma cria-
ção da sua imaginação. Para formulá-la, você deve partir de um exame
da literatura que aborda o mesmo tema que você escolheu. Como você faz
isso?
9. Artigo Científico: o passo a passo 91
Lembre-se:
• A pergunta de pesquisa funciona como um guia e um farol: ela ajuda você a con-
centrar seus esforços e sua atenção naquilo que é essencial;
• A pergunta de pesquisa vai também orientar todas as suas escolhas seguintes:
da literatura que você vai usar como referência ao método de pesquisa; da coleta
de dados à interpretação deles;
• A essência de toda pesquisa é a busca de respostas. E a pergunta de pesquisa
orienta essa busca.
Você vai precisar ler livros (ou capítulos deles), artigos e periódicos espe-
cializados que abordam o tema que você vai pesquisar, para se familiarizar
com a terminologia, os autores, experimentos e teorias do campo de estudo
relacionados à sua pesquisa.
92 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Definição
Revisão de literatura é a discussão ou comentário de fontes acadêmi-
cas sobre um tópico específico. Essas fontes podem incluir livros (ou capítu-
los), artigos e anais de congressos.
Dependendo do tema, do método de pesquisa e do campo de estudo,
pode ser também necessário pesquisar em diários, cartas e jornais de época.
A revisão de literatura em geral toma a forma de um resumo do con-
teúdo de um artigo, acompanhado de comentários pessoais. O objetivo é
produzir uma síntese das ideias centrais do texto que você está revisando.
IMPORTANTE : ao escrever a revisão de literatura, você não deve produ-
zir novas interpretações dos dados ou descobertas dos trabalhos que você
está revisando.
Lembre-se:
• Limite o número de textos que você irá revisar de acordo com o tempo que você
dispõe;
• Não inclua textos publicados em períodos muito diferentes ou que usam metodo-
logias distintas daquela que você vai empregar na sua pesquisa;
• Inclua tanto os autores que apoiam sua visão quanto aqueles que pensam de
forma contrária;
• Organize os textos selecionados seguindo o seguinte critério: a) teses comuns;
b) teses contrárias; c) autores, escolas e estudos mais importantes na área; e c)
teorias mais influentes.
9. Artigo Científico: o passo a passo 95
Resultados e “receitas”
Um artigo científico deve reunir os resultados do trabalho de pesquisa e
as “receitas” (a descrição detalhada dos passos de um experimento ou uma
observação) que o pesquisador usou para produzir esses resultados.
O produto final de um processo de pesquisa é o texto que você escreve,
que deve seguir a lógica de toda investigação científica: você faz perguntas,
coleta evidências e elabora respostas.
Lembre-se:
• Você deve redigir esta seção no pretérito, usar parágrafos curtos e ser direto.
Exemplo: “O questionário foi aplicado aos indivíduos do grupo A em duas seções
de 15 minutos cada. As respostas foram tabuladas usando uma planilha. Os
dados não receberam tratamento estatístico”;
• Não inclua gráficos, tabelas ou figuras nesta seção. Esse tipo de informação deve
aparecer apenas na seção Resultados.
• Informe qualquer limitação da metodologia, como problemas ao coletar ou gerar
os dados ou dificuldades na seleção da amostragem. Isso é sinal de honestidade
intelectual e valorizado por outros pesquisadores.
Lembre-se:
• Esta seção não é o lugar para você interpretar os dados que sua pesquisa produ-
ziu, o que você fará na seção Discussão do artigo;
• Planeje e crie antecipadamente tabelas, figuras e gráficos antes de inciar a re-
dação da seção;
• Você não precisa incluir todos os resultados que sua pesquisa produziu; apenas os
mais relevantes e que estejam relacionados com as variáveis que você estudou;
• Certifique-se de que os dados são precisos e consistentes ao longo de toda a
seção, evitando informações contraditórias;
• Esta seção também é escrita no pretérito.
• Ao redigir, seja preciso, breve e claro; use sempre parágrafos curtos.
1. Explicação;
2. Pesquisas anteriores;
3. Recomendação;
4. Hipótese (generalização, teoria ou modelo).
Lembre-se:
• A discussão deve sempre partir do geral para o específico;
• Ressalte qualquer dado inesperado;
• Evite repetições e detalhes que não adicionam nenhuma informação relevante;
• Seja conciso na sua exposição e evite usar jargões ou termos que não foram
anteriormente explicados;
• Argumente com clareza e siga um fluxo lógico de pensamento, evitando colocar
mais de uma ideia em uma mesma frase.
Lembre-se:
• Evite repetir o que você afirmou na seção Discussão;
• A Conclusão não deve ser longa; três parágrafos são suficientes;
• Enfatize de que maneira suas descobertas podem contribuir para pesquisas
futuras;
• Seja claro e sintetize suas ideias em uma linguagem simples e objetiva.
Lembre-se:
• A Introdução deve ser objetiva e curta; informe apenas o essencial, sem entrar
em detalhes;
• Concentre-se na definição do tema e em sua importância;
• Convença o leitor da necessidade da sua pesquisa e como ela contribuirá para o
estudo do tema;
• Deixe claro qual a hipótese (a resposta à pergunta de pesquisa) e como você pre-
tende demonstrá-la (quais dados foram produzidos pela pesquisa que sustentam
sua hipótese).
Lembre-se:
• Não use abreviações no título;
• Tente despertar o interesse do leitor;
• Busque dar uma ideia da organização do artigo;
• Um bom título tem entre 10 e 15 palavras;
• Não use expressões como estudo de, análise de, investigação de etc;
• Seja preciso e evite ambiguidade.
Lembre-se:
• O resumo deve ser escrito como um parágrafo único;
• Ele deve ter entre 150 e 200 palavras;
• Não se estenda em referências à literatura que você consultou;
• Não use abreviações;
• Não use nem faça referências a tabelas, gráficos ou ilustrações;
• Use a mesma terminologia que irá aparecer no resto do trabalho.
Lembre-se:
• As palavras-chave funcionam como um código e servem de porta de entrada
para seu trabalho;
• As palavras-chave são a primeira opção do leitor ao pesquisar trabalhos
semelhantes;
• As palavras-chave são outra maneira de sintetizar o conteúdo do artigo e por isso
devem refletir o tema do trabalho.
9. Artigo Científico: o passo a passo 111
Fazendo Citações
O que é uma citação
É uma referência formal a qualquer fonte que você consultou. Pode
ser um artigo, um livro ou capítulo dele, um vídeo, uma revista, entrevistas,
jornais diários, uma página web. Existem vários tipos de citação e cada uma
tem um padrão estabelecido por uma norma NBR da ABNT.
• Lembre-se:
• Todo trabalho acadêmico original é protegido por leis de propriedade intelectual;
• Reproduzir trechos de outros trabalhos e não dar o crédito é considerado plágio;
• A prática do plágio desacredita você e seu trabalho e pode resultar em punições
pela instituições onde você estuda, além de processos na justiça, movidos pelo
autor original do trabalho plagiado.
Fazendo as Referências
O que são Referências
Referências bibliográficas (ou simplesmente Referências) são todos
os documentos (livros, artigos, capítulos de livros, resenhas, entrevistas,
dicionários, anuários, vídeos, gravuras, mapas e textos eletrônicos) que você
consultou.
112 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Fazendo a revisão
A revisão do artigo é a última etapa antes de formatá-lo.
14. A resposta dirá o que você deve fazer em seguida: entregar o texto
ou revisá-lo mais uma vez;
15. Faça uma cópia extra no Google Drive ou em um pendrive.
Formatando o artigo
Consulte os capítulos 12 (Como Apresentar Seu Trabalho) e 13 (Guia de
Leitura). Lá você encontra orientações gerais sobre a apresentação gráfica
do artigo e recomendações de sites, manuais e livros sobre normalização
textual.
115
10. MONOGRAFIA:
O PASSO A PASSO
O que é Monografia
O termo monografia (do grego monos + graphein) significa escrever
sobre um só tema. A monografia é um trabalho de conclusão de curso e trata
de um assunto específico
Na monografia, você usa um modelo teórico já existente e aplica-o a
um fenômeno – o objeto de estudo ou tema da monografia.
Para conhecer esse modelo teórico, você deve ler o que outros autores
escreveram sobre o mesmo tema – a revisão de literatura.
1. Introdução
» Tema e contextualização;
» Problema da pesquisa;
» Hipótese (ou hipóteses);
» Objetivo geral;
» Objetivos específicos;
» Justificativa (relevância do estudo).
2. Referencial teórico
3. Metodologia
4. Cronograma
5. Orçamento
6. Referências
7. Apêndices
8. Anexos
10. Monografia: o passo a passo 117
Lembre-se:
• Todo projeto de pesquisa parte de um problema;
• Na introdução, são descritos tema, hipóteses, objetivos e justificativa;
• O referencial teórico é necessário para situar a pesquisa em relação a estudos
já realizados;
• A escolha da metodologia vai dizer como o problema será resolvido;
• O cronograma estabelece etapas e prazos para a realização da pesquisa;
• O orçamento diz como a pesquisa será financiada;
• As referências são necessárias para embasar suas escolhas de referencial teórico
e metodologia;
• Nos apêndices e anexos, você inclui materiais como, roteiros de entrevistas,
modelos de questionário, leis e estatutos, entre outros itens que serão usados
na pesquisa.
Observação do fenômeno
Você pode ser atraído para o estudo de um fenômeno direta ou
indiretamente.
No primeiro caso, existe o envolvimento direto com o fenômeno.
Exemplo: você trabalha em uma empresa que vende um produto X. As
vendas estão baixas e a concorrência aumentou. Sua empresa então decide
mudar esse cenário e descobre que sua força de vendas está desmotivada.
Você sugere ao seu superior estudar os fatores que afetam o nível de moti-
vação dos vendedores.
No segundo caso, ocorre o envolvimento indireto. Exemplo: você é
assinante de um periódico da sua área; digamos, sistemas de gestão de equi-
pes de venda. Ao ler um artigo sobre motivação no periódico, você decide
estudar os fatores que influenciam o grau de envolvimento dos vendedores
com as metas da empresa onde você trabalha.
118 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Escolha do tema
Tema é o assunto que você vai investigar. Ao escolher um tema, você
deve considerar suas aptidões e interesses. Além disso, existem dois critérios
que sua escolha deve levar em conta: importância e viabilidade.
Importância. É o mesmo que relevância e depende de fatores como
abrangência do tema, a finalidade da pesquisa (o problema que pretende
resolver) e as implicações que os resultados da pesquisa podem gerar.
Exemplo: “O uso de aplicativos na alfabetização de deficientes auditivos”.
Um tema como esse pode ter um impacto direto na vida das pessoas surdas.
Viabilidade. Está ligada ao preparo acadêmico do pesquisador (seu do-
mínio da teoria e de técnicas de pesquisa como aplicação de questionários e
o uso de métodos estatísticos) e à disponibilidade dos recursos (tecnológicos,
financeiros e humanos) para realizar o estudo. Tempo é também outro fator
a ser considerado. Exemplo: uma monografia, em geral, leva de três a no
máximo seis meses para ser feita.
Lembre-se:
• Seja flexível: deixe sempre aberta a possibilidade de ajustar seu tema à medida
que suas ideias ou seus dados mudem;
• Escolha um tema que permita você ler e entender com segurança a literatura
sobre o campo de estudo no qual sua pesquisa se insere;
• Seu tema deve estar dentro dos limites de tempo e recursos disponíveis;
• Evite assuntos que exijam conhecimentos ou habilidades que você precisaria
adquirir;
• Certifique-se de que seu orientador ou tutor está de acordo com a sua escolha.
Estrutura padrão
Uma monografia costuma ser dividida em três partes principais:
Introdução, Corpo e Conclusão. Essa divisão básica se refere apenas ao con-
teúdo da pesquisa propriamente dita.
Quanto à formatação do documento, a norma NBR 14724 da ABNT divi-
de a monografia em: Elementos Pré-textuais, Elementos Textuais e Elementos
Pós-textuais.
Neste Guia, vamos seguir a seguinte sequência:
1. Introdução
2. Referencial Teórico (Revisão de Literatura)
3. Metodologia
4. Resultados e Discussão
5. Considerações Finais
6. Referências
7. Apêndices e Anexos
120 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Lembre-se:
• Ao escrever uma monografia, você deve ter em mente que ela é o produto final
de um processo;
• Esse processo começa com o planejamento (projeto de pesquisa);
• Em seguida, você realiza a coleta de dados (se for uma monografia do tipo pes-
quisa de campo) ou faz a análise de outros trabalhos (se você optou pela mono-
grafia do tipo compilação);
• Na etapa principal, você escreve o texto das partes principais (Introdução, Corpo
e Conclusões) da monografia;
• Por fim, você faz a normalização textual do trabalho, seguindo as regras da ABNT
ou o manual de estilo da sua faculdade.
10.4. O Título
Abstract
O abstract é o mesmo texto do resumo, só que escrito em outra língua.
Em geral, a tradução é para o Inglês, mas pode ser feito em Espanhol ou
Francês.
Lembre-se:
• A monografia começa com o resumo;
• O resumo serve como uma “porta de entrada” para a monografia;
• O resumo deve funcionar como uma mapa para a exploração da monografia;
• Um bom resumo é claro, objetivo e conciso;
• O resumo não é a repetição da introdução.
Lembre-se:
• As palavras-chave devem representar o conteúdo da sua monografia;
• Devem ser específicas do campo de pesquisa que você estudou;
• Não devem repetir as palavras usadas no título;
• Mínimo de palavras: 3;
• Máximo de palavras: 6.
10. Monografia: o passo a passo 123
Formulação do Problema
Em termos práticos, a formulação do problema é a tradução do tema
em uma dificuldade que a pesquisa pretende resolver e toma a forma de
uma pergunta:
• Defina qual necessidade teórica ou prática o tema envolve;
• Formule isso como uma pergunta: Exemplo: se seu tema é o uso
de aplicativos na alfabetização de surdos, o problema pode ser for-
mulado assim: “Como aplicativos para alfabetização de deficientes
auditivos pode aumentar a inclusão digital?”
• Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você
escolheu e anote como os autores formularam o problema.
124 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Justificativa
A justificativa apresenta as razões pelas quais a pesquisa deve ser
feita. Para escrever a justificativa, responda às seguintes perguntas e depois
faça uma pesquisa na internet:
• O que motivou sua pesquisa?
• Qual problema prático e teórico será resolvido?
• Quais novas ideias ou novos dados sua pesquisa produzirá?
• Como a academia e a sociedade vão se beneficiar do conhecimento
gerado pela pesquisa?
• Qual fundamentação teórica justifica sua abordagem do tema?
• Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você
escolheu e anote como os autores justificaram seu trabalho.
Objetivo Geral
O objetivo geral aponta para a finalidade do trabalho. Ou seja, aonde
você pretende chegar com seu estudo. Para escrever o objetivo geral, siga
estas orientações:
• Resuma a ideia (tema) central do trabalho;
• Traduza essa ideia na forma de resultados;
• Limite o escopo desses resultados. Exemplo: “Este trabalho busca
estudar a importância dos aplicativos na alfabetização de defi-
cientes auditivos e como isso pode aumentar a inclusão digital dos
alunos surdos das escolas municipais da cidade de São Paulo”.
• Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você
escolheu e anote como os autores definiram o objetivo geral.
Objetivos Específicos
Os objetivos específicos aprofundam o objetivo geral, traduzindo-o
em metas. Essas metas devem ser definidas como as etapas necessárias
para que o objetivo geral seja alcançado. Para escrever os objetivos específi-
cos, siga estas orientações:
10. Monografia: o passo a passo 125
• Mostre que você está ciente do lugar que você ocupa no conjunto
das vozes (outros pesquisadores) que participam do debate;
• Destaque especificamente a contribuição que sua pesquisa pode
representar para o avanço dos estudos sobre o tema que você
escolheu;
• Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você
escolheu e anote como os autores defenderam a relevância das suas
pesquisas.
Limitações da pesquisa
O objetivo desta seção da Introdução é apontar o que seu trabalho
deixou de fora; ou seja, quais questões ou pontos do tema não foram abor-
dados. As razões para as limitações de uma pesquisa podem ser:
• Limitações relativas à metodologia. Exemplo: nos estudos de caso,
não é possível fazer generalizações ou criar modelos;
• Limitações relativas ao universo da amostragem. Exemplo: quanti-
dade de indivíduos entrevistados em uma pesquisa de campo estar
resumida ao universo investigado;
• Limitações relativas ao tratamento e análise dos dados coletados ou
gerados. Exemplo: você pode dizer que não usou uma ferramenta
estatística para tratar os dados brutos, mas apenas fez a tabulação
deles em uma planilha eletrônica;
• Pesquise na internet trabalhos com temas semelhantes ao que você
escolheu e anote como os autores indicaram as limitações das suas
pesquisas.
Ao estudar a literatura que trata sobre o seu tema, você toma conheci-
mento de autores, métodos e técnicas, resultados já conhecidos e possíveis
dificuldades que um pesquisador pode encontrar ao investigar aquele tema
específico.
Lembre-se:
• Ao apresentar as ideias de um autor, faça uma avaliação, apontando prós e
contras;
• Faça citações pequenas, evitando copiar longos trechos dos trabalhos;
• Faça a referência, seguindo a norma NBR 10520 da ABNT ou o manual de estilo
da sua faculdade;
• Use paráfrases, mas cite o nome do autor e da obra;
• Tenha cuidado para não plagiar o trabalho de outra pessoa.
Lembre-se:
• A Metodologia é importante para que outros pesquisadores possam saber como
você coletou ou gerou os dados da sua pesquisa;
• A Metologia permite que seus resultados possam ser reproduzidos, seguindo os
mesmo passos que você seguiu ao realizar seus experimentos ou observações;
• A Metodologia é uma garantia de que seu trabalho foi feito de acordo com a
regras da pesquisa acadêmica.
Lembre-se:
• Primeiro apresente os resultados e só depois faça a discussão;
• Seja objetivo e evite escrever demais; deixe os dados falarem por si mesmos;
• Você não precisa comparar seus resultados com todos os estudos do seu referen-
cial teórico, mas apenas com aqueles que podem enriquecer a discussão;
• Não interprete demais os resultados e deixe que o leitor chegue às suas próprias
conclusões;
• Não exagere a importância das suas descobertas.
Lembre-se:
• Seja direto e simples;
• Não enfatize demais suas descobertas;
• Escreva entre 5 a 8 parágrafos curtos;
• Reconheça as limitações do estudo;
• Deixe aberta a possibilidade de que seus dados podem sofrer revisões futuras.
134 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Fazendo as Referências
O que são as Referências
Referências são todas as fontes: documentos, vídeos, mapas, fotos,
arquivos de áudio, conteúdos online etc. Esse conjunto deve ser identificado
e apresentado seguindo a norma NBR 6023 da ABNT.
As Referências são uma elemento obrigatório. Neste Guia, não damos
orientações práticas de como fazer a apresentação das Referências da sua
monografia. Consulte o capítulo 13 (Guia de Leitura) para uma lista de ma-
nuais de normalização textual recomendados.
Na Internet é possível consultar ou baixar manuais com as normas de
citação de fontes e apresentação de referências em trabalhos acadêmicos.
Em especial, consulte o site:
Normas para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos, mantido pela ESPM
e disponível em: https://normas-abnt.espm.br/.
Apêndices
São quaisquer textos, documentos, fotos ou arquivos de áudio ou vídeo
que você elaborou, com o objetivo de complementar sua argumentação.
Ao identificar os apêndices, você deve usar letras maiúsculas ordenadas
alfabeticamente, travessão e o respectivo título. Exemplo: “APÊNDICE A —
ROTEIRO DE ENTREVISTA”.
10. Monografia: o passo a passo 135
Anexos
São quaisquer textos, documentos, fotos ou arquivos de áudio ou vídeo
que não foram elaborados por você, mas que você usou na fundamentação,
comprovação e ilustração do seu trabalho.
Ao identificar os anexos, você deve usar letras maiúsculas ordenadas
alfabeticamente, travessões e os respectivos títulos. Exemplo: “ANEXO A
— NORMAS PARA CONDUÇÃO DE ENTREVISTAS DA ESCOLA PAULISTA DE
MEDICINA”
Revisando a monografia
Por que revisar
A revisão do texto da monografia é a última etapa antes da formata-
ção do trabalho. É nesse momento que você vai identificar erros de digitação
e de gramática, falhas no modelo de citação de fontes, contradições na argu-
mentação, falta de uma dado importante e até inconsistências na estrutura
da monografia como um todo.
Por todos esses motivos, a revisão é uma etapa necessária e imprescin-
dível para garantir a qualidade do seu texto.
Além disso, a revisão pode ser necessária por três motivos:
1. Encontrar e acrescentar novas informações;
2. Deletar dados ou trechos redundantes;
3. Melhorar o fluxo, o desenvolvimento e o foco da narrativa (uma
monografia conta uma história: a história da sua pesquisa).
Como revisar
A revisão deve ser feita em passos ou “passadas” (seguidas leituras).
IMPORTANTE: entre a redação e a revisão, é aconselhável que você faça
um intervalo de uma semana. Essa estratégia vai ajudar você a olhar o texto
com uma mente descansada e a identificar mais facilmente os pontos que
requerem ajustes.
Revise o texto, seguindo os seguintes passos:
136 Guia Prático de Escrita Acadêmica
1. Imprima a monografia;
2. Leia cada capítulo com uma caneta ou lápis na mão;
3. Na primeira passada, busque por informações incompletas ou in-
corretas e erros de digitação e de gramática;
4. Abra o arquivo e faça as correções;
5. Dê uma pausa de um ou dois dias;
6. Faça uma segunda leitura, mas agora procure por erros de estilo
(Exemplo: uma citação fora do padrão que você está seguindo ou o
tempo verbal incorreto);
7. Abra novamente o arquivo e faça as correções;
8. Dê uma nova pausa de um ou dois dias;
9. Por fim, na terceira leitura, examine o texto para identificar lacunas
no seu raciocínio ou pontos que você considera fracos; também bus-
que por quebras no fluxo do texto ou trechos redundantes;
10. Abra o arquivo e faça as alterações;
11. Espere até o dia seguinte;
12. Imprima novamente o arquivo;
13. Releia o texto do começo ao fim e tente responder à seguinte
pergunta: “Se eu fosse um professor, que nota daria para este
trabalho?”
14. A resposta dirá o que você deve fazer em seguida: entregar o texto
ou revisá-lo mais uma vez;
15. Faça uma cópia extra no Google Drive ou em um pendrive.
Formatando a monografia
Consulte os capítulos 12 (Como Apresentar Seu Trabalho) e 13 (Guia de
Leitura). Lá você encontra orientações gerais sobre a apresentação gráfica da
monografia e recomendações de sites, manuais e livros sobre normalização
textual.
Parte 3 — Questões de
Estilo e Apresentação
139
11. AS 5 CARACTERÍSTICAS DA
BOA ESCRITA ACADÊMICA
11.2. As características
Característica 1: Regularidade
Siga uma fórmula padrão, repeitando a estrutura específica de cada
tipo de trabalho. Observe as regras de normalização. Por exemplo, existem
regras para fazer citações e informar a respectiva referência.
A apresentação de dados estatísticos, tabelas, figuras, gráficos etc
segue, em geral, normas especificadas pelo manual de estilo da universi-
dade onde você estuda, as quais por sua vez se baseiam em padronizações
aceitas pela comunidade acadêmica.
Na dúvida, consulte a norma NBR 6023 da ABNT. Essa norma dispõe
sobre a normalização de trabalhos científicos.
Característica 2: Objetividade
Seja objetivo ao apresentar suas ideias. Evite digressões e tangen-
ciamentos; concentre-se apenas nas questões importantes para o tema
estudado.
Seja conciso: em cada parágrafo, comunique uma ideia e apenas uma
por vez. Evite confundir o leitor com frases muito longas.
Seja específico: evite termos de significado vago ou abstrato demais.
11. As 5 características da Boa Escrita Acadêmica 141
Característica 3: Clareza
Use expressões livres de sutilezas e ambiguidades. Evite usar sí-
miles e metáforas; empregue palavras cujo significado seja claro, concreto.
A escrita acadêmica não usa recursos da prosa literária, cujo objetivo é
evocar emoções.
Termos ou conceitos novos devem ser explicados, quando usados pela pri-
meira vez; se necessário, use exemplos para tornar sua compreensão mais fácil.
Lembre-se: ser “profundo” não é uma qualidade apreciada na escrita
acadêmica; comunique suas ideias numa linguagem inteligível.
Característica 4: Precisão
Use palavras precisas, específicas, que descrevam as coisas como elas
são objetivamente.
Empregue termos que são do conhecimento dos leitores aos quais seu
trabalho se dirige. Não existe espaço para adornamentos ou formulações
estilísticas rebuscadas, que podem gerar confusão nos leitores.
Lembre-se: seu objetivo é persuadir seus leitores com argumentos que
sustentem suas ideias, não impressioná-los com sua escrita.
Característica 5: Foco
Concentre-se no tema, reiterando as questões que pretende respon-
der e os dados que embasam a resposta ou respostas encontradas.
Evite apresentar novos problemas ou ideias que não façam parte do
assunto principal em discussão.
Lembre-se: seu trabalho deve agregar novo conhecimento de forma in-
cremental sobre um tópico específico; você não está escrevendo um tratado.
143
Principais Normas
Existem diferentes normas (as NBRs) e cada uma se aplica a uma parte
ou aspecto diferente do trabalho acadêmico.
144 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Definição de plágio
Plagiar é reproduzir um conteúdo em seu trabalho sem dar os créditos
ao autor original.
As tecnologias digitais (internet e a telefonia móvel) tornaram possíveis
o intercâmbio rápido de ideias e uma maior disseminação de informações
entre pesquisadores, estudantes e a sociedade em geral.
Por outro lado, essa facilidade criou um problema ao permitir que qual-
quer pessoa possa acessar um conteúdo, manipulá-lo (o famoso “copia e
cola”) e usá-lo sem se preocupar em indicar a fonte original.
146 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Introdução
Este capítulo traz indicações de livros que abordam assuntos que se
relacionam com as técnicas de escrita acadêmica descritas neste Guia e que o
autor julga serem úteis para quem deseja aprofundar tópicos que aqui foram
apenas mencionados de passagem.
As indicações se baseiam em dois critérios: abrangência da exposição e
qualidade do conteúdo.
É uma obra que pode ser usada com proveito por estudantes, jor-
nalistas e revisores de texto. Está fora de catálogo, mas pode ser
encontrado em sebos virtuais. Vale o investimento.
BIBLIOGRAFIA
Bell, Judith. (2005). Doing Your Research Project: A Guide for First-time
Researchers in Education, Health and Social Science. 4th Edition. Berkshire:
Open University Press
Berry, Ralph. (2004). The Research Project: How to Write It. 5th Edition.
London: Routledge
Day, Robert A. (1998). How to Write and Publish a Scientific Paper. 5th Edition.
Phoenix, Arizona: Oryx Press
Gil, Antonio C. (2010). Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas
Kane, Thomas S. (1988). The New Oxford Guide to Writing. New York: Oxford
University Press
MODELOS
A. Paper
1. Introdução
Subseção 1: Tema
Subseção 2: Problema de pesquisa
Subseção 3: Hipótese
Subseção 4: Metodologia
Subseção 5: Resumo do conteúdo
2. Desenvolvimento
Subseção 1: Descrição do contexto/estado atual da pesquisa do
tema
Subseção 2: Apresentação geral dos pontos-chave do trabalho
Subseção 3: Apresentação do ponto-chave A
Subseção 4: Apresentação do ponto-chave B
Subseção 5: Apresentação do ponto-chave C
3. Conclusão
Subseção 1: Resumo do tema, problema e hipótese
154 Guia Prático de Escrita Acadêmica
Referências
Abstract and Keywords
B. Artigo Científico
1. Introdução
1.1. Subseção 1: Apresentação do tema e sua importância
1.2. Subseção 2: Como o tema já foi tratado por outros autores
1.3. Subseção 3: Como o tema será estudado no presente trabalho
1.3. Subseção 4: Apresentação do problema e da hipótese
1.4. Subseção 5: Como o texto está organizado
2. Revisão da literatura
2.1. Subseção 1: Como o tema foi estudado antes e quais as
principais conclusões
2.2. Subseção 2: Crítica das posições atuais sobre o tema
2.3. Subseção 3: Apresentação da sua perspectiva (o ângulo ou
posição teórica que você adotará no trabalho)
3. Metodologia
3.1. Subseção 1: Descrição do método e das ferramentas de coleta
de dados
3.2. Subseção 2: Descrição da amostragem e dos critérios de seleção
3.3. Subseção 3: Descrição das técnicas de tratamento dos dados
Modelos 155
4. Resultados
4.1. Subseção 1: Apresentação geral dos dados coletados
4.2. Subseção 2: Principais achados
4.3. Subseção 3: Apresentação visual dos principais achados (quan-
do aplicável)
4.4. Subseção 4: Apresentação sistemática dos principais achados
na forma de texto
4.5. Subseção 5: Descrição de ferramentas de tratamento estatísti-
co usadas na análise dos dados (quando aplicável)
5. Discussão
5.1. Subseção 1: Explicação sobre o significado dos dados
5.2. Subseção 2: Como os dados encontrados se relacionam com as
pesquisas anteriores
5.3. Subseção 3: Indicação de possíveis aplicações da pesquisa
5.4. Subseção 4: Formulação de uma hipótese
6. Conclusão
6.1. Subseção 1: Descrição dos pontos-chave do trabalho
6.2. Subseção 2: Indicação das implicações do trabalho
6.3. Subseção 3: Descrição do significado do trabalho
6.4. Subseção 4: Indicação da necessidade pesquisas futuras
Referências
Apêndices (quando aplicável)
Anexos (quando aplicável)
156 Guia Prático de Escrita Acadêmica
C. Monografia
1. Introdução
1.1. Objetivo da pesquisa e sua relevância
1.2. Descrição do estudo
1.3. Organização do manuscrito
2. Revisão bibliográfica
2.1. Seção 1: Estado atual dos estudos (trabalhos recentes)
2.2. Seção 2: Histórico dos estudos (trabalhos passados)
2.3. Seção 3: Avaliação das fontes (atuais e passadas)
2.4. Seção 4: Critérios de seleção das fontes e como serão usadas
3. Metodologia da pesquisa
3.1. Seção 1: Apresentação da pergunta de pesquisa
3.2. Seção 2: Tipo de pesquisa usado
3.3. Seção 3: Amostragem
3.4. Seção 4: Ferramentas de coleta de dados (Exemplo: entrevista)
3.5. Seção 5: Exemplo ou modelo das ferramentas de coleta de
dados (Exemplo: roteiro de entrevista)
5. Conclusão
5.1. Seção 1: Síntese do tema, do problema e da hipótese
5.2. Seção 2: Síntese dos principais achados
5.3. Seção 3: Sugestões de pesquisas futuras
Referências bibliográficas
Apêndices (quando aplicável)
Anexos (quando aplicável)
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