GUIA DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

PARA EDUCADORES FÍSICOS

03      Introdução

05      Origem e fundamentos da fisiologia do exercício

08      Efeitos da fisiologia do exercício no treinamento

14      A importância dos nutrientes para o corpo na prática esportiva

19      Benefícios do entendimento da fisiologia do exercício

24      Conclusão

26      Sobre a Unisport Brasil

INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

A fisiologia é um ramo da biologia que estuda as diferentes funções mecânicas, bioquímicas e físicas de
um ser humano. Quando adicionamos a palavra exercício ao termo, podemos entender que a fisiologia
do exercício é uma área do conhecimento que se preocupa em entender como o organismo responde ao
estresse resultante do exercício físico.

Entender a fisiologia do exercício, portanto,

nada mais é do que saber exatamente como
um organismo deveria responder aos
treinamentos. Apesar de o conceito parecer
simples, não é tão fácil assim conseguir juntar a
teoria encontrada na ciência com a vivência prática
das aulas.

O certo é que compreender os conceitos e aplicações

da fisiologia do exercício, com certeza, coloca o
educador físico à frente daqueles que não dominam
o assunto. Sendo assim, para que você saia na frente,
criamos este e-book recheado de informações sobre
a fisiologia do exercício. É só continuar lendo para
4 ficar por dentro do assunto!
ORIGEM
E FUNDAMENTOS
DA FISIOLOGIA
DO EXERCÍCIO
ORIGEM E FUNDAMENTOS DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

Como vimos, a fisiologia do exercício é uma ciência que estuda o funcionamento do organismo,
sua regulação e suas adaptações ao exercício físico. A partir dela, é possível entender como as
funções do corpo humano são integradas e reguladas frente a estímulos. A seguir, serão destacados alguns
dos princípios mais importantes explorados pela área.

PRINCÍPIOS DA
INDIVIDUALIDADE,
ESPECIFICIDADE E DESUSO

O primeiro deles é o princípio da

individualidade. Mesmo que diversas
pesquisas e estudos apontem para um mesmo
resultado, o educador físico não pode se
esquecer de que cada indivíduo é diferente.
Por isso, pode ser que alguém responda de
forma contrária em relação à maioria das
pessoas em um treinamento, por exemplo.
O profissional de Educação Física deve estar
atento a essa situação, para agir rapidamente e
6 mudar o estímulo.
ORIGEM E FUNDAMENTOS DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

Já o princípio da especificidade ajuda o

educador físico a trabalhar de forma correta.
Para tanto, algumas adaptações que podem
ser adicionadas ao treinamento, como a
intensidade, a carga e o volume, devem ser
levadas em conta. É preciso escolher e adaptar
cada uma delas de acordo com o objetivo
específico do exercício. Se uma pessoa quer
ganhar resistência, por exemplo, ela não pode
focar o treinamento em potência.

Por fim, a fisiologia do exercício nos

explica que o princípio do desuso
nada mais é do que a constatação
de que, quando um corpo para de
se exercitar, o seu condicionamento
físico diminui, até chegar à estaca
zero. Por isso, muitas vezes,
a continuidade é muito mais
7 importante do que a intensidade.
EFEITOS DA FISIOLOGIA
DO EXERCÍCIO NO
TREINAMENTO
 EFEITOS DA FISIOLOGIA DO
EXERCÍCIO NO TREINAMENTO

A fisiologia do exercício tem diferentes efeitos no treinamento, que variam conforme a modalidade
praticada, a intensidade e o volume da atividade e, principalmente, a característica do praticante. Conforme
vimos, a individualidade biológica influência essas respostas.

Atualmente, é comum que um educador físico

tenha alunos com algum tipo de problema que
envolva doenças crônicas, como a diabetes ou a
pressão arterial. Por isso, é importante que os efeitos
fisiológicos do exercício sejam compreendidos nesse
tipo de indivíduo.

Antes de mais nada, é essencial ressaltar que,

sempre que um educador físico estiver com um
aluno diabético, hipertenso, obeso, cardiopata, ou
que apresente qualquer problema de saúde, ele deve
solicitar a liberação médica para que a pessoa possa
realizar atividade física com acompanhamento.

A seguir, preparamos algumas das principais

9 informações sobre essas doenças.
 EFEITOS DA FISIOLOGIA DO
EXERCÍCIO NO TREINAMENTO

ALUNOS DIABÉTICOS

O exercício pode ser um grande aliado do diabético,

pois ele aumenta a atividade do GLUT4, que é a
molécula responsável por captar a glicose das células,
ou seja, tirar a glicose do sangue.

Apesar do benefício, o educador físico precisa estar

atento, já que o diabético pode ter como resposta ao
exercício tanto a hipoglicemia como a hiperglicemia.
Tendo isso em vista, o ideal é sempre medir
a quantidade de glicemia antes de iniciar a
atividade física.

Se a glicemia estiver entre 200 e 250 mg/dL, o

professor deve solicitar que o aluno se alimente
antes de iniciar o treinamento. Entre 250 e 300 mg/
dL, o aluno estará na faixa de risco e será preciso ser
monitorado durante o exercício, pois a glicose poderá
10 aumentar ou diminuir.
 EFEITOS DA FISIOLOGIA DO
EXERCÍCIO NO TREINAMENTO

Já se a glicemia estiver acima de 300 mg/

dL, o treinamento deve ser suspenso,
pois a resposta fisiológica do organismo nesse
cenário é a dessensibilização dos receptores
do sistema, aumentando esses hormônios, o
que levará a mais um aumento da glicemia.

Os alunos diabéticos que fazem

uso da insulina devem ainda ter um
cuidado especial com a aplicação. Ela
deve ocorrer em torno de três horas
antes do exercício, para não haver o
risco de o pico da insulina acontecer
durante a atividade física.

Além disso, o local da aplicação deve ser,

preferencialmente, o contrário do que será
treinado. Ou seja, em um dia de membros
superiores, o aluno deve aplicar nos
11 membros inferiores.
 EFEITOS DA FISIOLOGIA DO
EXERCÍCIO NO TREINAMENTO

ALUNOS HIPERTENSOS

Ao longo do processo de envelhecimento, a pressão arterial (principalmente, a sistólica) sofre um

aumento, tanto para homens quanto para mulheres. Ao longo dos anos, isso leva a uma tendência de
instalação do processo de hipertensão.

O aumento da pressão arterial é uma síndrome relacionada

a alterações hormonais, metabólicas e fenômenos tróficos,
como a hipertrofia vascular e cardíaca. Os fatores de risco
para a hipertensão, entre outros, são o diabete tipo 2, idade
acima de 60 anos, histórico familiar e o tabagismo.

Do ponto de vista da fisiologia, o exercício físico é benéfico

para indivíduos hipertensos. Isso porque a atividade física
reduz o risco de desenvolver doenças como diabete e
a obesidade, que são potenciais fatores para a hipertensão.

O exercício promove a dilatação dos vasos sanguíneos

periféricos, o que facilita a passagem do sangue, resultando
12 na diminuição da pressão arterial.
 EFEITOS DA FISIOLOGIA DO
EXERCÍCIO NO TREINAMENTO

ALUNOS CARDIOPATAS

As doenças cardiovasculares representam

a primeira causa de morte em países
desenvolvidos. As pessoas costumam pensar
que cardiopatas não devem realizar atividade
física devido à menor capacidade cardíaca.
Entretanto, adicionar o exercício físico no
cotidiano de uma pessoa com problemas
cardíacos é uma boa maneira de
amenizar a doença.

Os exercícios aeróbicos, por exemplo,

estimulam a capacidade cardiorrespiratória.
Já o treinamento de força promove o
fortalecimento muscular. Como consequência,
o coração precisa fazer menos esforço
para bater, ou seja, ele pode reduzir o número
de batimentos por minuto.
13
A IMPORTÂNCIA DOS
NUTRIENTES PARA O
CORPO NA PRÁTICA
ESPORTIVA
A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES PARA
O CORPO NA PRÁTICA ESPORTIVA

Uma das principais práticas da fisiologia do

exercício está relacionada à forma como os
nutrientes são absorvidos e trabalhados no
corpo dos praticantes de atividades físicas.
Com certeza, você já ouviu que, para que um
treinamento seja eficiente, ele deve estar
acompanhando de uma boa educação
alimentar. Essa premissa é verdadeira e
isso se explica devido ao funcionamento do
organismo ser interligado.

O tipo de alimento mais indicado vai ser

determinado conforme a intensidade e
duração do exercício, além de características
individuais de cada pessoa. Mais conhecidos
como complexos, os carboidratos de longa
duração são digeridos e absorvidos mais
lentamente pelo organismo.
15
A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES PARA
O CORPO NA PRÁTICA ESPORTIVA

O pico de glicemia sobe lentamente e, por isso, a

ingestão desses alimentos é indicada sempre antes
do exercício. Alguns exemplos de carboidratos
complexos são os vegetais verdes, os grãos e alimentos
integrais, os vegetais ricos em amido, como o milho, a
abóbora e a batata-doce, e outros grãos, como o feijão,
a lentilha e a ervilha.

Já os carboidratos simples são facilmente

absorvidos pelo corpo, sendo fontes de
energia imediata. Por esse motivo, eles devem ser
preferencialmente consumidos durante uma atividade
física de longa duração, como uma maratona.

Devido ao tempo e ao grande gasto

energético, muitas vezes, os atletas ficam
hipoglicêmicos. Se isso acontecer, a
pessoa deve repor glicose por meio dos
carboidratos simples, como mel, arroz
16 branco, macarrão, batata, biscoito etc.
A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES PARA
O CORPO NA PRÁTICA ESPORTIVA

VIAS METABÓLICAS

O educador físico também deve saber como o corpo

humano se comporta em cada atividade física. A
intensidade e a duração do exercício interferem
na via metabólica que o organismo utilizará para
conseguir energia, e isso influencia diversas
questões, como a alimentação.

Em atividades com alta duração e baixa

intensidade, as vias aeróbias são ativadas.
Como o tempo de atividade é mais longo, o corpo
opta por uma via mais demorada, que usa o oxigênio,
glicose, lipídios ou proteínas como fonte de energia.

Já as vias anaeróbias são ativadas em

exercícios de mais alta intensidade. Como o ATP
(que é a fonte fundamental da energia) é quebrado
constantemente, o corpo libera energia em maior
17 escala para manter a ressíntese dessa molécula.
A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES PARA
O CORPO NA PRÁTICA ESPORTIVA
EXERCÍCIO FÍSICO E DIETA
Vimos, então, que o ideal é alinhar o
exercício à dieta. Mas, afinal, como
funciona fisiologicamente essa relação?
Para responder a esse questionamento,
vamos usar o exemplo de uma pessoa que
deseja emagrecer.
Para conquistar esse objetivo,
provavelmente, ela deverá adotar uma
alimentação com uma menor ingestão de
calorias. Quando a quantidade de calorias
ingeridas é diminuída, acontece um
desequilíbrio entre essa relação e a taxa
metabólica, já que a taxa não se adapta
imediatamente. Por esse motivo, no início
do processo, há um rápido emagrecimento.
18
A partir da terceira semana, no entanto, a
taxa metabólica começa a se adaptar à nova
quantidade de calorias ingerida, e a perda de
peso passa a ser muito menor, levando até
mesmo à recuperação dos quilos perdidos.
Essa reação costuma ser chamada
de efeito sanfona, e é aí que entra a
importância do exercício físico no processo
de emagrecimento.
Quando uma pessoa realiza uma atividade
física, os picos dos hormônios T3 e T4 são
elevados e isso mantém a taxa metabólica
alta, sustentando o desequilíbrio entre
ingestão e gasto calórico. Nesse caso, a
recuperação dos quilos do efeito sanfona não
acontece se a pessoa estiver se alimentando
bem e se exercitando.
BENEFÍCIOS
DO ENTENDIMENTO
DA FISIOLOGIA
DO EXERCÍCIO
BENEFÍCIOS DO ENTENDIMENTO DA
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

Compreender a fisiologia do exercício é muito proveitoso para o educador físico, que poderá planejar aulas
mais direcionadas a fim de conquistar os seus objetivos e, especialmente, dos alunos.

A seguir, separamos os principais benefícios de conhecer a fisiologia do exercício e aplicar seus conceitos
tanto para o treinamento de alto rendimento quanto para os exercícios de populações especiais.

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BENEFÍCIOS DO ENTENDIMENTO DA
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
BENEFÍCIOS PARA ATLETAS
Como foi visto, o entendimento da fisiologia
é muito importante para realizar um bom
treinamento e para auxiliar no combate das
doenças crônicas. Com relação ao treinamento,
o educador físico pode se utilizar de princípios
fisiológicos para conseguir direcionar e
planejar da melhor maneira possível o treino do
atleta não só na pré-temporada, como também
durante os jogos e na fase de recuperação.
Após um longo período de treinos, por
exemplo, há um aumento nos níveis de
cortisol e uma diminuição nos níveis de
testosterona. O cortisol é um hormônio que
tem ação catabólica, ou seja, ele promove o
fracionamento das proteínas em aminoácidos.
21
Quando o seu nível está elevado, há um
desgaste no tecido muscular que pode levar
a uma lesão mais grave. Para se proteger,
quando o cortisol é ativado, ele promove
um efeito anti-inflamatório, que prepara o
organismo para situações traumáticas.
Em um simples exame de
sangue, um treinador que tenha
conhecimento dessa situação pode
verificar o nível de estresse do seu
atleta (de acordo com os níveis de
cortisol). Além de evitar lesões,
essa pode ser uma excelente forma
de planejar treinamentos e saber
quando deve iniciar a fase
de recuperação.
BENEFÍCIOS DO ENTENDIMENTO DA
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

OS 8 BENEFÍCIOS PARA
POPULAÇÕES ESPECIAIS

Uma das principais vantagens em entender

de fisiologia do exercício para populações
especiais está associado à diminuição de
chances de desenvolver a síndrome
metabólica, que, antigamente, costumava se
manifestar em pessoas acima dos 40 anos, mas
que, devido à alimentação e ao estilo de vida
atual, está presente até mesmo em crianças.

A síndrome metabólica é um conjunto

de sintomas de risco que costumam
aparecer em cadeia na vida de uma
pessoa, como a obesidade, diabetes,
dislipidemia, hipertensão etc. Nesse cenário,
o exercício físico contribui para manter essas
doenças crônicas afastadas, por meio dos
22 seguintes benefícios:
BENEFÍCIOS DO ENTENDIMENTO DA
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

1. Diminuição da pressão arterial e da

frequência cardíaca em repouso;

2. Aumento nos níveis de HDL (colesterol

responsável por tirar a gordura das veias e
vasos);

3. Diminuição dos triglicerídeos;

4. Diminuição da gordura corporal;

5. Aumento na sensibilidade à insulina;

6. Aumento na quantidade de vasos

sanguíneos presentes na musculatura ativa;
7. Diminuição da gordura visceral, que envolve
importantes órgãos do corpo humano;
23 8. Diminuição da glicemia.
Todas essas melhoras são importantes
para controlar e aumentar a qualidade
de vida de pessoas que desenvolvem
e passam a conviver com problemas
crônicos e cotidianos.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO

A fisiologia do exercício é uma grande aliada do profissional de educação física. Conhecê-la

permite uma maior precisão de dados a respeito do potencial de um atleta ou aluno.

Caso você já esteja formado há muito tempo e tenha esquecido alguns dos princípios da fisiologia do
exercício, considere fazer um curso para relembrá-los! Com certeza, isso agregará em sua carreira e trará
25 melhores resultados para a sua equipe, atletas ou alunos.
 rockcontent.com

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