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Curso Técnico em Mecânica

CEFET - RJ UnED Angra dos Reis

AUTOMAÇÃO
DA
USINAGEM

Prof. Edmo Paiva


Curso Técnico em Mecânica
CEFET - RJ UnED Angra dos Reis

AULA 3

PARÂMETROS DE USINAGEM
CEFET - RJ
INTRODUÇÃO
 Os conceitos sobre movimentos e relações geométricas
dos processos de usinagem são a base para o delineamento
da fabricação e o projeto de ferramentas e de máquinas.
 As primeiras normas sobre usinagem surgiram em 1930
na Alemanha e eram aplicadas somente às ferramentas de
barra (torno e plaina).
 A norma brasileira que trata sobre o tema é a ABNT NBR
6162:1989 – Movimentos e Relações Geométricas na
Usinagem dos Metais, Terminologia. Ela é baseada da DIN
6581 (1966).
CEFET - RJ
INTRODUÇÃO
 Parâmetros de usinagem ou de corte são grandezas que
definem os diferentes esforços, velocidades, etc., auxiliando-
nos na obtenção de uma perfeita usinabilidade dos materiais.
 Para as operações de torneamento, utilizam-se os
seguintes parâmetros:
PARÂMETRO SÍMBOLO
Avanço A
Profundidade de Corte P
Área de Corte s
Velocidade de Corte vc
Tensão de Ruptura σr
Pressão Especifica de Corte Ks
Força de Corte Fc
Potência de Corte Pc
CEFET - RJ AVANÇO (A)

 Avanço A [mm/ciclo]: Deslocamento da ferramenta, na


direção e sentido de avanço, durante um ciclo (rotação).
 Velocidade de avanço va [mm/min]: É a velocidade
instantânea, do ponto de referência, segundo o percurso de
avanço (direção e sentido).

 A escolha do valor de avanço deve ser feita levando-se


em consideração o material, a ferramenta (classe de dureza
das pastilhas intercambiáveis) e a operação que será
executada na usinagem.
CEFET - RJ AVANÇO (A)

 O avanço é o principal fator que influencia no


acabamento da peça e pode ser escolhido em tabela
apropriada, em função da rugosidade e do raio da pastilha:

 A tabela mostra os valores de avanço máximo (teórico)


em função da rugosidade (Ra) especificado, para diferentes
tamanhos de raio de ponta.
CEFET - RJ AVANÇO (A)

 Outra maneira de determinar o avanço é por intermédio


de uma fórmula aproximada:

 Algumas considerações sobre o avanço:


↑ Avanço resulta no aumento da produtividade.
↑ ↑ ↑ Avanço resulta na craterização da ferramenta.
↓ ↓ ↓ Avanço resulta em desgaste frontal e diminuição da
vida útil da ferramenta.
CEFET - RJ PROFUNDIDADE
DE CORTE (P)
 É a profundidade de penetração da aresta principal de
corte para a realização de uma determinada operação,
medida numa direção perpendicular ao plano de trabalho.
 Plano de Trabalho é o plano que contém as direções de
corte e de avanço, passando pelo ponto de referência da
aresta cortante, ou seja, é o plano onde é realizado o trabalho
de usinagem (formação de cavaco).
 A profundidade de corte deve ser compatível com o tipo
de usinagem a ser feita. Para uma operação de acabamento,
ela não deve ser inferior ao raio da pastilha para não
prejudicar a rugosidade.
CEFET - RJ PROFUNDIDADE
DE CORTE (P)
CEFET - RJ PROFUNDIDADE
DE CORTE (P)
 A profundidade de corte máxima para uma operação de
torneamento, pode ser obtida em função de outros
parâmetros a serem abordados, segundo a fórmula abaixo:
P = Profundidade de corte [mm]
Pc = Potência de corte [cv]
KS = Pressão específica de corte [Kg/mm²]
η = Rendimento [%]
A = Avanço [mm/rotação]
Vc = Velocidade de Corte [m/min]
4500= Fator de transformação
OBS: 70 < η < 80  máquinas novas
CEFET - RJ PROFUNDIDADE
DE CORTE (P)
 Para uma operação de fresagem, temos a seguinte
fórmula:

P = Profundidade de corte [mm]


lc = Largura de Corte [mm]
Pc = Potência de corte [kW]
KS = Pressão específica de corte [MPa]
η = Rendimento [%]
va = Velocidade de Avanço [mm/min]
60 x 106 = Fator de transformação
OBS: 70 < η < 80  máquinas novas
CEFET - RJ ÁREA DE CORTE (S)

 Área de Corte ou Seção de Corte (s): É a área calculada


da seção do cavaco que será retirado em uma rotação da
peça, definida como produto da profundidade de corte com o
avanço:
CEFET - RJ VELOCIDADE DE
CORTE (vc)
 Velocidade de corte (vc) [m/min]: É a velocidade
instantânea, do ponto de referência da aresta cortante,
segundo o percurso de corte (direção e o sentido). Quanto
maior a velocidade de corte, mais rápido o cavaco será
arrancado.
 Rotação do eixo [rpm]: Ciclos completos (rotações)
realizados pelo ponto de referência P em um minuto.
 P percorrerá a distância D = π.d.n [mm] na direção de
corte em um minuto (d = diâmetro de corte relativo a P).
CEFET - RJ VELOCIDADE DE
CORTE (Vc)
Exercício: Deseja-se realizar um rebaixo de 3 mm em uma
peça de alumínio, utilizando uma fresadora CNC com fresa
cilíndrica de aço rápido e diâmetro = 150mm. Considerando
a tabela abaixo, selecione a rotação mínima que deverá ser
programada para esta tarefa.
a) 700 rpm
b) 650 rpm
c) 600 rpm
d) 550 rpm
e) 500 rpm
CEFET - RJ VELOCIDADE DE
CORTE (vc)
 Aumentando-se vc, a rugosidade melhora e praticamente
se estabiliza para vc > 100 m/min. Nestas velocidades, não
haverá mais formação da aresta postiça a qual prejudica o
acabamento (Ferraresi, Dino).
CEFET - RJ TENSÃO DE
RUPTURA (σ
(σr)
 É a máxima tensão aplicada em um determinado material
antes de seu completo rompimento. É obtida através de
ensaios de tração em laboratório.
MATERIAL USINADO σr (kg/mm²)
Ferro fundido 39
Alumínio 42
Aço Carbono SAE 1020 46
Aço Cr-Ni SAE 3145 81
Aço Mn SAE 1350 84
Aço Cr SAE 52100 106
Aço Mb SAE 4340 194
CEFET - RJ PRESSÃO ESPECÍFICA
DE CORTE (KS)
 É, por definição, a força de corte por unidade de área da
seção de corte (s). É também uma variável medida em
laboratório, onde verificou-se que Ks depende dos seguintes
fatores:
1 - Material empregado (resistência);
2 - Seção de corte;
3 - Geometria da ferramenta;
4 - Afiação da ferramenta;
5 - Velocidade de corte;
6 - Fluído de corte;
7 - Rigidez da ferramenta.
CEFET - RJ PRESSÃO ESPECÍFICA
DE CORTE (KS)
 Na prática, utilizam-se tabelas que simplificam o cálculo
desse parâmetro de corte. Porém, podemos observar que
para um mesmo material temos uma pressão específica de
corte para cada avanço usado.

Referência: Manual Torno ROMI Centur 30D


CEFET - RJ
FORÇA DE CORTE (FC)
 A força de corte Fc [kgf] (também conhecida por força
principal de corte) é, por definição, a projeção da força de
usinagem sobre a direção de corte.
CEFET - RJ POTÊNCIA DE CORTE
(Pc)
 Potência de corte é a grandeza despendida no eixo-árvore
para a realização de uma determinada usinagem. É um
parâmetro de corte que nos auxilia a estabelecer o quanto
podemos exigir de uma máquina-ferramenta, para um
máximo rendimento, sem prejuízo dos componentes dessa
máquina, obtendo assim uma perfeita usinabilidade.

Torneamento Fresagem
CEFET - RJ SOLUÇÕES DE
PROBLEMAS
CEFET - RJ REFERÊNCIAS

1) ZERBONE E. & LIMA G. Apostila Funções de


Programação do Comando MACH 9 e operação do torno
ROMI CENTUR 30D. CEFET-RJ, 2013;
2) ROSA, J. Apostila Fundamentos da Usinagem. CEFET-
RJ, 1999;
3) STEMMER, C. E. Ferramentas de Corte II. 2ª ed.
Florianópolis: Editora da UFSC, 1995;
4) FERRARESI, D. Fundamentos da Usinagem dos Metais.
11ª ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2003;
5) STOETERAU, R. L. – Fundamentos dos Processos de
Usinagem - Apontamentos de Aula (USP)

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