Você está na página 1de 23

Material autoral do Instituto Constelação Clínica e do

Instituto de Psicanálise e Estudos da Mente - IPSEM.

Integra o Curso de Formação em Constelação Clínica, Familiar e Sistêmica.

© Direitos Reservados ao autor. Proibida a reprodução integral ou parcial.

www.constelacaoclinica.com
1

Índice
Índice

Módulo 4: Etapas práticas de uma sessão de constelação


As origens do método em Bert Hellinger
Breve introdução ao procedimento terapêutico
Existe um método só para constelar?
O coletivo é maior que o individual
A essência de uma constelação
As Etapas para Aplicação da Constelação
1ª etapa: A definição do problema
2ª etapa • A escolha dos representantes
3ª etapa • Montagem da constelação
4ª etapa • O processo de solução
5ª etapa • A solução
6ª etapa • O ritual de encerramento
7ª etapa • Conselhos para integrar as constelações
Etapa Final ou Fechamento: Saber reconhecer o fim de uma constelação
O terapeuta pode dizer que para a CFS é importante o engajamento do cliente e que
ele esteja aberto a ver fatos antigos com outros olhos, como se fosse um “olhar de fora”.
E que, sem isso, o recomendado pelos grandes autores é interromper a sessão e
retomar o processo em uma oportunidade futura, mais propícia.

Questões

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


2

Módulo 4: Etapas práticas de uma sessão de


constelação

As origens do método em Bert Hellinger

Há mais de 25 anos, Bert Hellinger vem desenvolvendo seu trabalho com Constelação
Familiar, proporcionando ao mundo terapêutico, empresarial e educacional um conjunto de
soluções sistêmicas para os mais diversos problemas.

A família e suas relações vitais são o ponto de partida para descobrir os antecedentes de
muitas das nossas doenças, sejam elas físicas, emocionais ou psíquicas. A mesma família e a
Ordem em seus relacionamentos também são revelados como fonte de cura.

Nestes tempos em que nossa cultura tende a se separar cada vez mais do Sistema Familiar, a
experiência prática em trabalhar com as Constelações Familiares mostra que não podemos
desenvolver-nos totalmente e normalmente fora do grupo, da família, do clã.

Para a Constelação, ​acreditar que possuímos uma personalidade autônoma em relação


ao todo (ao conjunto de pessoas e relacionamentos que nos cercam) é, em muitos
aspectos, uma ilusão​.

Cada um de nós está unido à nossa família (e, também, à sociedade) através de laços que nos
conectam com várias gerações, geralmente inconscientemente e muito mais intensamente do
que à primeira vista poderia ser suposto.

Bert Hellinger observou a dinâmica que traz identificações e implicações de uma geração para
a próxima. No trabalho das Constelações Familiares, essas dinâmicas e implicações são
evidentes.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


3

Ao trabalhar os eventos e as memórias (e as percepções ou emoções sobre eventos e


memórias), ​as Ordens do Amor podem ser restauradas, dando a cada membro da família
um lugar de dignidade e respeito​.

Ao fim de uma sessão de constelação, aparecem soluções, muitas vezes surpreendentes, para
o bem-estar e alívio de todos os componentes do Sistema Familiar. Soluções que libertam o
cliente de um peso por, antes, querer expiar ou redimir eventos (doenças, agressões,
abandonos etc.) de outros membros familiares, via de regra antecessores.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


4

Breve introdução ao procedimento terapêutico

A Constelação Familiar é um processo que permite que o cliente descubra a dinâmica


subjacente invisível em que está envolvido em seu convívio diário com sua família de origem.

Isso pode envolver sua ​família original, família presente e seu passado ancestral (avós,
bisavós etc., com os quais o cliente conviveu pouco ou nada).

Quando dizemos “convívio”, não precisamos pensar somente em um convívio atual. O cliente
pode morar distante, ou os familiares podem até ter falecido, mas, ainda assim, ​os eventos e
memórias são carregados dentro do cliente​, muitas vezes de forma desconfortável, gerando
angústias, ressentimentos e traumas.

A constelação familiar (ou a constelação empresarial, derivada para situações profissionais ou


corporativas) consiste em um grupo de pessoas que concordam em se encontrar em um círculo
confidencial e seguro.

Este é um processo eficaz para ajudá-lo a melhorar seu relacionamento entre os participantes
(e, por decorrência, com pessoas sequer presentes, que terão o convívio melhorado em função
da melhora do cliente.

A Constelação Familiar consiste em um método no qual um cliente apresenta um tema de


trabalho e, em seguida, o terapeuta solicita ​informações factuais sintéticas sobre a vida de
membros de sua família, como mortes precoces, suicídios, assassinatos, doenças
graves, abandonos, agressões, casamentos anteriores, número de filhos ou irmãos​.

Com base nessas informações, solicita-se ao cliente que escolha entre outros membros do
grupo ou da plateia, de preferência estranhos à sua história, alguns para representar membros
do grupo familiar e ele mesmo.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


5

Esses representantes são dispostos no espaço de trabalho de forma a representar como o


cliente sente que se apresentam as relações entre tais membros. Em seguida, guiado pelas
reações desses representantes, pelo conhecimento das "ordens do amor" e pela sua conexão
com o sistema familiar do cliente, os próprios membros se realocam, ou o terapeuta conduz,
quando possível, os representantes até uma imagem (uma posição) de solução onde todos os
representantes tenham um lugar e se sintam bem dentro do sistema familiar.

Nos anos de 2003 a 2005, Hellinger depurou sua forma de trabalho para um desenvolvimento
ainda mais abrangente, que ele denominou de ​"movimentos da alma"​. Estes abrangem
contextos mais amplos do que o grupo familiar, tais como o grupo étnico. Descobriu e
descreveu ainda os efeitos das intervenções (chamados de “ajuda”) e os princípios que
efetivamente norteiam a ajuda efetiva, criando assim também as chamadas “ordens da ajuda”.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


6

Existe um método só para constelar?

Não há uma sequência única, universalmente aceita, para realizar um atendimento de


constelação familiar ou sistêmica.

Fato é que, dependendo do constelador, do tipo de constelação (individual ou grupo, pessoal /


familiar ou profissional / corporativa) e as finalidades a serem alcançadas, ​a metodologia pode
variar​.

Na seção de vídeos deste Módulo, você verá alguns exemplos de constelações. Verá, também,
vídeos de alguns consteladores refletindo sobre as etapas de um atendimento. Veja que há
diferenças, mas nada que possamos considerar como profundas divergências.

Acreditamos que consteladores poderão, num futuro próximo, representar um novo tipo de
ofício, que gozará de grande prestígio social, no trato de conflitos familiares e profissionais, tais
como, hoje, ocorre com coaches e psicanalistas. Coaches, isto é, profissionais que usam o
método do coaching, estão cada vez mais usando as técnicas da constelação como forma
complementar ou principal de atuação.

Além disso, nos casos de sessões individuais e/ou on-line, a literatura é menor: pouco se fala a
respeito. Mas, é fato que, cada vez mais, profissionais de constelação estão atendendo nessas
modalidades. Acreditamos que, conhecendo o mais complexo, você dominará o menos
complexo. Ou seja, a sessão ao vivo e em grupo de uma constelação seria algo mais
complexo. Nas sessões individuais, os representantes podem ser substituídos por bonecos e
desenhos. Exemplos de atendimentos individuais e em grupo, presenciais ou on-line, serão
trazidos nos módulos futuros deste curso.

Você, como constelador, deverá refletir sobre este material, pesquisar outros vídeos, ler outros
livros e assistir (ainda que apenas como “plateia”) outras constelações, a fim de você criar seu
próprio método, seu próprio ritual.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


7

O coletivo é maior que o individual

O objetivo do grupo é ​aproveitar a sabedoria coletiva, arcaica e ancestral e a energia dos


grupos de pessoas​, como um facilitador forte, experiente e compassivo.

A experiência e a nova perspectiva adquirida através do processo da constelação oferecem


aos indivíduos um lugar para ​olhar de fora para dentro de si mesmos e até mesmo
observar-se em seu sistema​.

A ideia científica de “sistema” pressupõe que um mais um não é igual a dois. Isto é, ​os
membros não agem e pensam, em grupo, da mesma forma como agiriam e pensariam
isoladamente​. Se isso é verdade para grupos pontuais (um aglomerado de pessoas em uma
festa, por exemplo), será tão mais verdadeiro para grupos de convívio constante e com maior
afeto entre si (como é o caso de uma família ou de uma empresa).

Uma ​sessão particular (presencial ou online) ocorre com o cliente e o terapeuta (pode ser
também um casal, ou dois irmãos, ou pais e filhos etc., sem a presença de uma plateia).

Uma ​sessão em grupo ocorre com o cliente, o terapeuta, os representantes e, quase sempre,
a plateia.

A Constelação Familiar e Sistêmica (CFS) é ​uma intervenção experiencial, focada em


soluções​. Tem um foco na mudança de sentimentos e concepções que a posição (e as
reflexões acerca dessa posição) entre as pessoas sugere. A CFS ajuda a redefinir a
experiência interior e de relacionamento interpessoal​, com base no que a sessão de
constelação revela.

Este é um processo em que o cliente pode colocar a imagem interna do seu dilema por meio da
distribuição de pessoas em um espaço, para ver e sentir melhor o problema. Os elementos do
processo podem ser observados através da disposição espacial dos elementos envolvidos.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


8

Através do processo (isto é, ​o posicionamento, os pensamentos, as falas, as percepções


dos participantes​), as emoções podem ser reconhecidas ou liberadas e uma compreensão
mais saudável pode ser encontrada para que novas perspectivas possam ser tomadas.

A Constelação pode ocorrer em uma oficina ou seminário de pessoas muitas vezes não
relacionadas e anônimas, onde as pessoas do grupo são escolhidas para representar as
pessoas ou elementos da imagem interna.

Ou

Pode ocorrer em uma sessão privada com o uso de:

- Modelos / bonecos
- Em uma visualização em um computador
- Rabiscos de membros/posicionamento em um papel.

A constelação familiar ou constelação empresarial consiste em um grupo de pessoas que


concordam em se encontrar em um círculo confidencial e seguro.

É comum usarmos como sinônimos: ​constelação (como sendo a própria reunião em si),
sessão de constelação, oficina de constelação ou workshop de constelação​.

Um workshop de Constelações Familiares ocorre quando um grupo de pessoas se junta para


formar um espaço dedicado a reflexões e soluções. Os participantes, normalmente, se sentam
em círculo (ou num auditório) com um facilitador (também chamado de terapeuta ou
constelador). Se a sessão é aberta para múltiplos “clientes”, essas pessoas podem se revezar
como constelados, para apresentarem seus problemas, contando com o auxílio das outras
pessoas do grupo para representar seus membros familiares a cada nova situação, incluindo
um representante para si (cliente).

Os representantes são colocados espacialmente em relação uns aos outros, de acordo com a
imagem interna que o cliente faz.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


9

Uma vez “montada”, a constelação começa, e os representantes passam a experimentar


sensações em seu corpo e mente, com o facilitador e os representantes guiados pelo campo
energético (suas intuições, percepções, sentimentos, pensamentos) que se desenvolve.

A essência de uma constelação

A sensibilidade do constelador/terapeuta e seu bom senso em não emitir julgamentos


simplistas são fundamentais em uma constelação.

Numa constelação são levados em conta os membros de um sistema familiar no âmbito de três
gerações (por exemplo, avô, pai e constelado/cliente), de maneira a incluir os vivos e os
mortos, se necessário.

Essa ordem básica inclui, por exemplo, ​o direito de todos a pertencer ao sistema​. Considera,
também, ​a precedência dos que vêm antes sobre os que vêm depois​, não só na linhagem
avô-pai-filho, como também de irmão mais velho - irmão mais novo.

Os sintomas que estejam condicionados por implicações sistêmicas manifestam a existência de


um profundo amor resultante do vínculo​, uma ligação inconsciente do indivíduo com seu
grupo de origem.

Esse vínculo, por vezes, pode ser doloroso: o membro atual constelado acaba incorporando
comportamentos ou pensamentos inconscientes que buscam uma ideia de “equilíbrio” ou
compensação, em relação a eventos passados.

Isto faz com que alguns membros constelados repitam os destinos de outros membros de seu
clã / família / grupo e queiram, no lugar deles, ​assumir algo de pesado, expiar ou até mesmo
morrer​.

Tal necessidade de compensar se radica num ​pensamento mágico de caráter infantil​, já que
tal atitude não tem o poder real de redimir essas pessoas, nem de aliviar ou de anular seus
destinos.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


10

Por vezes, ​é libertador apenas o fato de o constelador “contar” ao cliente que de nada
serve este querer carregar a culpa (ainda que inconsciente) de outros membros
familiares​.

Além da implicação sistêmica, devem ser ainda considerados, na geração de dificuldades


psíquicas, os aspectos associados à evolução pessoal do constelado: seus pensamentos
limitantes ou marcadamente traumáticos.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


11

As Etapas para Aplicação da Constelação


Abaixo estão elencadas todas as etapas de uma sessão de constelação, conforme nosso
entendimento. Tal posição decorre do nosso entendimento sobre a obra de Bert Hellinger.

Compreende, também, o que é praticado por importantes consteladores do Brasil e do mundo.

Há consteladores que incluem outras etapas, como orações ou meditações no início ou final
das sessões. Essas possibilidades não são descartadas por nós. Entretanto, como nosso curso
tem um viés mais científico e, ao mesmo tempo, busca recepcionar os consteladores de
qualquer doutrina (ateus, católicos, evangélicos, espíritas, zen-budistas etc.), esses aspectos
não serão aprofundados aqui.

A ordem que recomendamos para a sequência de uma constelação é a que fixamos a seguir.

1ª etapa: A definição do problema

O terapeuta pergunta ao cliente (constelado) qual é o problema, ou seja, ele quer saber o que
leva o cliente a uma constelação familiar.

A informação que o terapeuta procura é então puramente factual. O problema pode ser, por
exemplo: "Não consigo me sentir feliz”.

Em geral, ​a explicação do cliente não pode se desdobrar em muitas frases, em muitos


problemas​. Se isso ocorrer, compete ao constelador verificar o que há em comum nessas
“dores” e ​reformular uma frase-problema mais sintética​, perguntando ao cliente se esta
frase representa bem sua preocupação atual principal.

Persistindo mais de um problema, ​o constelador deve recomendar o foco em um dos


problemas​, explicando ao cliente que, para a Constelação Familiar e Sistêmica (CFS), o
método funciona melhor quando foca um problema principal a cada sessão.

O fundamento do método fenomenológico consiste em se concentrar nos fatos, ​naquilo que é​.

O terapeuta tentará obter informações ao lhe perguntar, por exemplo: "​Como é que você sabe
disso?​" O cliente não tem como saber. Uma vez formulado o problema, a pergunta que surge

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


12

com mais freqüência é: ​"O que se passou na sua família?"

2ª etapa • A escolha dos representantes

Havendo uma plateia, ​o cliente escolhe os participantes para representar os


membros selecionados da família e para representá-la​.

No início de uma constelação, o terapeuta se prende a um número mínimo (os membros


familiares mais relevantes) e ao longo do trabalho, pode integrar outros representantes,
caso o cliente vá elencando outros membros e fatos.

Os principais membros, como regra, ​são os pais do cliente e seu irmão e/ou sua irmã
que ainda vivem​. Isto não é uma regra, já que cada constelação é única e jamais
podemos adivinhar o que virá de uma constelação.

No decorrer da constelação, o cliente pode identificar no comportamento dos pais uma atitude
que remonta a fatos relativos aos avós, por exemplo. Aí, ​o constelador pode pedir que o
cliente traga para a constelação outras pessoas da plateia, para representar os avós ou
os novos membros concernentes aos fatos​.

Além dos avós, isso pode ocorrer com outros membros familiares de sangue (bisavós, netos,
tios etc.) ou de convívio (cônjuges ou amigos muito íntimos dos membros familiares iniciais).

3ª etapa • Montagem da constelação

O terapeuta pede ao cliente que ​monte a constelação​, ou seja, que disponha os


representantes no espaço e que lhes transmita uma orientação que dê conta das
relações que uns mantêm com os outros.

A colocação dos representantes em seus lugares ​se faz intuitivamente, sem reflexão​.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


13

Se o cliente perguntar ao constelador “como eu faço isso?”, o constelador deve responder ​“da
maneira que você achar melhor” ou “da maneira que o seu coração lhe recomendar”​.

É na atribuição de seus lugares que a constelação emerge e que um campo de energia


autônomo se cria.

Uma vez formada a constelação, o cliente senta-se (ou se mantém de pé) entre os
participantes e observa o que se passa.

A premissa é de que, embora envolvido, o cliente terá um “olhar de fora”. As dores e fatos se
materializarão nos membros constelados. De certa forma, o cliente verá que o “peso” das
relações familiares não podem ser imputados a ele, cliente.

Por sua vez, se alguns fatos forem de responsabilidade do cliente (como o perdão, a
reaproximação, a compreensão etc.), este deverá se responsabilizar e deverá se sentir
chamado a agir.

4ª etapa • O processo de solução

Existem duas formas de trabalhar nas constelações familiares.

A primeira traz a ​intervenção do terapeuta​, que ​pede a cada um dos representantes que
descreva o que lhe acontece​. Depois que o cliente colocou os representantes em suas
posições, o terapeuta move os representantes a fim de que eles possam se ver ou se afastar
uns dos outros.

Mas, ​quando os representantes ficam habituados a se deixar guiar pelo campo de


energia, o terapeuta não intervém mais, deixa o campo operar​.

Os movimentos são lentos e a energia é muito intensa; nós os chamamos de "movimentos da


alma", e eles podem levar uma constelação até sua solução sem que se pronuncie uma só
palavra.

De acordo com o sentimento que tiverem, os representantes serão convidados (por si mesmos
ou pelo terapeuta) a tomar algumas ações, tais como: relatar o que estão sentindo, relatar o
que estão percebendo na relação entre outros membros, mudar de posição (para uma posição

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


14

que traga mais equilíbrio ao sistema ou mais conforto aos membros, pensando no todo, não
somente em si).

5ª etapa • A solução

A solução de uma constelação dá aos seus membros o sentimento de ​livrar-se de um peso​.

O objetivo é que o cliente, os representantes, a plateia e o terapeuta cheguem, internamente, à


conclusão: “apesar do pouco tempo de reflexão, conseguimos focar em fatos essenciais,
restando-nos a conclusão de que conhecemos muito melhor agora esse sistema familiar”.

Traz paz e satisfação ao seio do campo de energia familiar.

Esta solução surge com:

(1) as reações dos constelados (conforme posicionamentos e falas vistas no ponto anterior);

(2) os reposicionamentos (que aproximam os membros e oferecem equilíbrio ao todo, como


vimos no ponto anterior);

(3) nas falas-síntese do terapeuta, interpretando o que os constelados sentem, movem e falam;

(4) nas falas-síntese do terapeuta, interpretando o que os constelados sentem, movem e falam.

6ª etapa • O ritual de encerramento

Desempenhar o papel de representante numa constelação familiar é uma experiência muito


profunda, o que explica por que às vezes é difícil deixá-lo.

O cliente pode, por exemplo, se aproximar de cada representante e dizer algo como: "Obrigado
por ter aceitado representar minha mãe/meu pai/meu companheiro/meu irmão... Agora,
pode voltar a ser você mesmo (diga o nome do representante)."

O terapeuta também pode realizar este gesto, oferecer essas palavras aos representantes.

Esse ritual funciona como uma gratidão aos representantes, bem como os autoriza a se
desvincular da experiência de vivenciar aquele clã.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


15

7ª etapa • Conselhos para integrar as constelações

I. O terapeuta costuma aconselhar o cliente a não falar disso nem com pessoas da família. O
terapeuta pede também aos representantes que não falem com um cliente sobre sua
constelação, nem lhe perguntem sobre mudanças ocorridas ou sobre os membros de sua
família.

Se esse vínculo com os representantes prosseguir, isso diminuirá a liberdade que os clientes
têm de trabalhar e integrar sua experiência a seu modo, enfraquecendo assim essa
experiência. Além disso, o cliente, já sabendo que será monitorado depois, poderá, antes da
constelação, sentir-se intimidado e não revelará fatos importantes do seu clã.

É claro que, ao fim de uma constelação, muitas vezes o grupo troca ideias sobre suas
reflexões, em rodas de bate-papo, com percepções sobre o que ocorreu. Isso é natural e
permitido.

Os representantes podem querer dar ao cliente informações que ele achará úteis. E,
ocasionalmente, já que esse trabalho não obedece a nenhuma regra absoluta, mas sim ao
respeito total àquilo que é (de acordo com a abordagem fenomenológica), o cliente pode até
querer contar sua experiência aos membros da família envolvidos na situação (durante ou ao
final da sessão de constelação).

Nos grupos de formação (isto é, nas sessões de constelação que tenham finalidade
didática/pedagógica) em que são colocadas as questões, ou se pede ao cliente que saia da
sala para que o professor aprofunde um pouco o caso com os alunos, ou se delega ao cliente a
responsabilidade de decidir se quer ficar ou sair. O cliente deve ter a vontade de integrar aquilo
que lhe foi mostrado pela constelação.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


16

Etapa Final ou Fechamento: Saber reconhecer o fim de uma constelação

Uma constelação termina quando ​os movimentos necessários foram feitos e integrados ​e
uma solução foi encontrada​.

Uma boa indicação para isso é dada pelo momento em que se percebe que o campo de
energia não cria mais movimentos entre os representantes.

Outra sinal: observa-se que o semblante do cliente (e dos representantes) mostra maior alívio.

Se não conseguimos acrescentar mais nada, e mesmo que um resultado apaziguador não
tenha sido encontrado, é preciso pôr um fim à constelação.

Em geral, espera-se uma palavra do terapeuta para “declarar” o fim de uma sessão. O
terapeuta deve saber o momento para isso. Mas não basta ele saber; ele precisa “declarar”.

Essa declaração costuma vir após uma síntese que o terapeuta faz sobre algum grande
aprendizado, ou sobre alguma reflexão que o cliente deve levar para a vida.

Ao perceberem que uma declaração voltada só ao cliente pode parecer pesada demais, alguns
terapeutas, habilmente, optam por conversar também com a plateia: “Muitas vezes, nós
costumamos pensar que…”. De forma oblíqua, aquele aprendizado alcança o cliente.

Quando um cliente tenta conduzir a constelação de fora (quando ele é apenas espectador) ou
de dentro (quando ele é ator, fazendo o papel de um representante), ou se ele intervém no
trabalho do terapeuta ou, de uma maneira ou de outra, o cliente não respeita o campo. Em
casos assim, a constelação deve ser reconquistada pelo terapeuta e pelos demais
representantes; caso não seja possível, a sessão deve ser interrompida.

O mesmo ocorre quando o cliente perde a concentração ou se comporta de tal modo que a
intensidade de energia disponível diminui, como quando caçoa ou ironiza, ou mostra-se preso
às suas convicções anteriores.

Isso cria uma situação desconfortável para o cliente, que se desestabiliza, já que ele está na
posição de perceber que um acontecimento positivo, que estava a ponto de se produzir, não
vai mais acontecer.
Em casos assim, em que há sinais de falta de engajamento ou de boicote do cliente, o
terapeuta deve, primeiro, declarar o problema e, não havendo ambiente, interromper a sessão,

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


17

de maneira educada (não deve o terapeuta mostrar desequilíbrio, pois isso deslegitima o
terapeuta perante o grupo e outros clientes).

O terapeuta pode dizer que para a CFS é importante o engajamento do cliente e que ele esteja
aberto a ver fatos antigos com outros olhos, como se fosse um “olhar de fora”. E que, sem isso,
o recomendado pelos grandes autores é interromper a sessão e retomar o processo em uma
oportunidade futura, mais propícia.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


18

Questões
Ao final de cada módulo, você responde a 5 perguntas de múltipla escolha.

Você precisa obter a média 7 ao final dos 12 módulos (a média não é considerada por prova).

Concluindo uma prova, você já pode começar imediatamente o estudo do módulo seguinte.

O tempo para estudos de um módulo a outro é de 7 dias, para garantir o bom aproveitamento
do Curso e um prazo hábil para que o(a) aluno(a) reflita sobre os temas apresentados.

Os módulos são liberados gradualmente.

Estude as perguntas abaixo. Quando se sentir preparado, vá até a Área de Membros, clique
em “Prova 4” e responda às questões.

1. Avalie os itens a seguir.

I. De acordo com a prática da constelação, prova-se que há um método único e universalmente


aceito, aplicável a todos os atendimentos de constelação familiar ou sistêmica.

II. O método da constelação deve ser usado de maneira isolada, sendo ​inadmissível misturar
as técnicas da constelação com outras técnicas e profissões, como coaching, psicanálise e
mediação de conflitos jurídicos.

III. A profissão de constelador já é uma realidade universalmente aceita, havendo pouco


espaço para novos profissionais consteladores, em razão da saturação de mercado.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


19

Está correto o que se afirma em:

a) itens I e II, apenas


b) item II, apenas.
c) item III, apenas.
d) todos os itens.
e) nenhum dos itens.

2. A sensibilidade do constelador/terapeuta e seu bom senso em não emitir julgamentos


simplistas são fundamentais em uma constelação. Assinale a alternativa incorreta.

a) Numa constelação familiar, via de regra são levados em conta os membros de um sistema
familiar no âmbito de três gerações, como avô, pai e constelado/cliente.

b) Numa constelação familiar, em respeito à memória dos ancestrais, não é recomendado usar
representantes para os membros já mortos de uma família.

c) Entre as ordens básicas de uma constelação, estão o direito de se pertencer ao sistema e a


precedência dos que vêm antes sobre os que vêm depois.

d) Para a constelação familiar e sistêmica, os sintomas de dor podem ser formas não
adequadas de um membro familiar demonstrar amor por outros membros e demonstrar seu
desejo de equilibrar as relações do grupo a que pertence.

e) A dor psíquica de um membro pode ser em decorrência de este membro querer assumir a
responsabilidade por um evento traumático ou de querer expiar os erros de outros membros,
ou mesmo até o desejo de morrer.

3. Analise os itens a seguir.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


20

I. Costuma ser libertador ao cliente saber que de nada serve querer carregar a culpa (ainda que
inconsciente) de fatos ocorridos ou de erros e decisões de outros membros familiares.

II. Via de regra, quanto mais complexa, demorada e extensa for a descrição de um problema
pelo cliente, melhor a constelação poderá ajudá-lo.

III. Se vários problemas principais ou menos relevantes forem declarados pelo cliente no início
da sessão, o terapeuta se obriga a abordar todos eles em uma mesma sessão de constelação,
um por um, seguindo a ordem do problema menos importante até o mais importante.

Está correto o que se afirma em:

a) item I, apenas
b) item I e II, apenas.
c) itens II e III, apenas.
d) todos os itens.
e) nenhum dos itens.

4. Sobre os momentos iniciais de uma sessão em grupo de constelação familiar, assinale


a alternativa correta.

a) O fundamento do método fenomenológico consiste em se concentrar nos fatos, naquilo que


é, em razão disso os sentimentos e percepções dos membros familiares a respeito dos fatos
não têm relevância ao terapeuta.

b) O terapeuta não deve perguntar "Como é que você sabe disso?", nem "O que se passou na
sua família?", pois são perguntas muito íntimas que podem soar como agressivas para o
cliente.

c) No início de uma constelação, o terapeuta se prende a um número mínimo de


membros familiares, isto é, aqueles membros mais relevantes de acordo com o breve relato

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


21

feito pelo cliente. É bastante comum que esses membros representem os pais e irmãos do
cliente.

d) Como regra, é o terapeuta quem escolhe, na plateia, os participantes para representar os


membros selecionados para representar a família, pois o cliente não tem a mesma
sensibilidade do terapeuta para realizar tal escolha.

e) É princípio básico que os membros escolhidos no início de uma constelação não poderão
ser substituídos, nem poderá o terapeuta ou o cliente incluírem novos representantes de outros
membros familiares depois que a constelação tiver começado.

5. Acerca das etapas finais de uma sessão em grupo de Constelação Familiar e


Sistêmica, avalie os itens abaixo.

I. O terapeuta costuma aconselhar o cliente a não falar muito sobre a sessão com pessoas da
família que não compartilharam da sessão. Da mesma forma, o terapeuta deve pedir aos
representantes que não falem com um cliente sobre sua constelação no futuro (longo prazo),
nem lhe perguntem sobre mudanças ocorridas ou sobre os membros de sua família. Apesar
dessas recomendações, é natural (e por vezes benéfico) que haja rodas de conversa do cliente
com plateia/representantes sobre os assuntos da sessão, no dia do evento da sessão.

II. Nos grupos de formação (isto é, nas sessões de constelação que tenham finalidade
didática/pedagógica) em que são colocadas as questões, ou se pede ao cliente que saia da
sala para que o professor aprofunde um pouco o caso com os alunos, ou se delega ao cliente a
responsabilidade de decidir se quer ficar ou sair. O cliente deve ter a vontade de integrar aquilo
que lhe foi mostrado pela constelação.

III. Boas indicações de que a constelação está em seu momento de fechamento é quando se
percebe que o campo de energia não cria mais movimentos entre os representantes e que o

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com


22

semblante do cliente (e dos representantes) mostra maior alívio. Espera-se uma palavra do
terapeuta para “declarar” o fim de uma sessão.

IV. Em casos de falta de interesse do cliente ou de boicote ou desprezo da parte do cliente pelo
que está acontecendo na sessão de Constelação, o terapeuta deve, primeiro, declarar o
problema e, não havendo ambiente propício, interromper a sessão. Para isso, o terapeuta pode
dizer que para a Constelação Familiar e Sistêmica é importante o engajamento do cliente e
que ele esteja aberto a ver fatos antigos com outros olhos, como se fosse um “olhar de fora”. E
que, sem isso, o recomendado pelos grandes autores é interromper a sessão e retomar o
processo em uma oportunidade futura, mais propícia.

Está correto o que se afirma em:

a) todas as alternativas
b) itens I e III, apenas.
c) itens II e III, apenas.
d) itens II, III e IV, apenas.
e) itens I e IV, apenas.

© Todos os Direitos Reservados. Proibida a reprodução. ​www.constelacaoclinica.com

Você também pode gostar