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o
DESCORTINANDO
E d u c a ç ã
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Prof. Alexandre Costa
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
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DESCORTINANDO
c a ç ã
a Edu
Copyright © 2014 Editora Premius
Impressão e Acabamento
PARCEIROS
132p.
ISBN 978-85-7564-748-6
CDU 376
DEDICATÓRIA
De Júlio di Paula:
Alexandre Costa
PREFÁCIO
“Se a educação sozinha não pode transformar a
sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”
Paulo Freire
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ajudar no orçamento doméstico. Mas quantidade não é sinôni-
mo de qualidade e estão aí as estatísticas para comprovar que
nossas crianças e adolescentes não estão evoluindo na capacida-
de de discernir, de pensar, de fazer uma leitura crítica dos textos
que recebem.
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
Assis Almeida
Editor
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“Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
Rubem Alves
1ª PARTE
Júlio di Paula
“A educação é um processo social, é desenvolvimento.
Não é a preparação para a vida, é a própria vida”.
John Dewey
Júlio di Paula & Alexandre Costa
1º Capítulo
O que é Educação?
O saber se faz através de uma superação constante.
O saber superado já é uma ignorância. Todo saber
humano tem em si o testemunho do novo saber que
já anuncia. Paulo Freire.
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podemos tratar a educação pautada sob uma só corrente de posição,
de fórmula pronta a ser aplicada.
A educação é muito mais complexa do que podemos imagi-
nar, pois ela faz parte de um tempo, princípios valorativos, culturais
e costumes. Na realidade a educação faz parte desta dinâmica, cal-
cada sobre a liberdade de pensadores, pessoas comuns, professores,
educadores, alunos e aqueles que apreciam a excelência do ato de
educar. Tentar de alguma forma discutir aquilo que é mais adequa-
do para a sua práxis educacional, claro que sob uma base de princí-
pios, de regras, de normas, pois como cita o psiquiatra e educador
Augusto Cury (Cury, 2000, p. 68) “A educação precisa passar por
uma revolução. Os professores deveriam ser treinados e equipados
para poder atuar no campo da prevenção e da qualidade de vida dos
alunos”. Deveriam ser mais bem remunerados para terem uma vida
digna e menos estafante. Educar é uma das tarefas mais prazerosas,
mas, também, umas das mais desgastantes da inteligência.
Educar é uma arte. A educação nada mais é do que uma fer-
ramenta de transformação, de mudanças. Gestores, professores,
alunos, coordenadores, todos estão suscetíveis às mudanças que a
educação causa sobre suas vidas. Quem educa, se trabalha, é au-
tomaticamente beneficiado. O professor aprende cada vez mais, o
diretor, o gestor educacional, seja o supervisor ou o coordenador
que administra uma escola, tem a oportunidade de desenvolver o
verdadeiro papel de líder.
O papel do professor em sala de aula é mais importante ainda,
pois a atividade fim da escola é o professor, não tenhamos dúvida,
pois este não pode se ausentar da sala de aula, sua presença é impor-
tantíssima. A partir do momento que ele ensina, transmite conhe-
cimento, este é o mais beneficiado de todos, pois tem a oportuni-
dade de fazer parte de um aprendizado contínuo, de fazer amizade,
de socializar, de se integrar, de crescer na condição de ser humano,
de ter a graça de apreender e reaprender, de vivenciar condutas, de
se reeducar diante do conhecimento. Este está diretamente na fonte
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seus posicionamentos têm que ser respeitados, mesmo que o mestre
tenha visões contrárias às ideias de seu aluno, que o aluno pense di-
ferente de seu educador sobre determinado tema, o respeito tem de
ser mútuo e tem que haver entre as partes, um caloroso e agradável
debate, pois a dialética faz parte de pensadores, que juntos lançam o
seu posicionamento, construindo, assim, sua forma de pensar sobre
determinado fato. VIEIRA (1985-1995: p.20, 21) fundamenta que
a educação deve ser um mecanismo de colaboração, para que jun-
tos, escola, professor, aluno e sociedade, estado, políticos possam
construir o que tem de melhor para aplicar uma educação digna,
estimulante, inovadora, pacificadora e dinâmica.
A partir do momento em que nós começarmos a pensar a
educação no seu todo, no seu corpo gestor por excelência, teremos
a oportunidade de reivindicar, de falar, de reescrever a história da
nossa educação, de cooperar, exigir de nossas autoridades, minis-
tro da educação, secretários e legisladores, uma melhor aplicação
dos recursos destinados à educação. Nós podemos, de certa forma,
acompanhar de perto a aplicação destes recursos, criando a possibi-
lidade de ensejar um novo quadro da educação em nosso país.
É preciso valorizar o professor, uma classe muito sofrida,
desrespeitada e desassistida. Infelizmente, nós, professores, quando
somos chamados ao magistério, quando temos a vocação de estar
em sala de aula é algo realmente magnífico, glorioso. Acertamos
e erramos, pois, antes de tudo somos pessoas, seres humanos em
formação.
A priori não tem preço o exercício da função, nada paga a
beleza do ensinar, do compartilhar o conhecimento, de aprender
junto. Mas, por outro lado, não podemos dizer que educar é um
trabalho feito somente por amor, por voluntariado, não existe isso,
nossos olhos estão aí para uma realidade, aquele que educa é pes-
soa, é gente, tem vida, família, filhos, despesas, precisa se alimentar,
ter moradia, lazer e prazer pelo que faz, para isto precisa ser bem
remunerado, pois tudo isto paira sobre sua dignidade.
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forma que nós, como pais, educamos os nossos filhos, passamos a
nossas crianças os nossos princípios. Já a formal se constitui através
da escola propriamente dita, da instituição pública ou privada onde
nós alfabetizamos o cidadão para que eles sejam bons profissionais,
qualificados, preparados para o mercado, para a vida no futuro e
que sejam pessoas íntegras, conhecedoras de seus direitos, deveres
e obrigações.
O conceito de educação é muito amplo, tem como âncora
principal: ensino e aprendizagem. A educação social, a socialização
por meio da educação, caracteriza-se como exercício continuado,
nos espaços sociais e convívio social. Educar é adotar em todas as
escolas do país uma formação digna, de qualidade, de compromis-
so, em comunhão com a sociedade, e está atrelada à expansão de
projetos comprometidos com a transformação do ser em sociedade.
Educação é o processo de conhecimento entre a família por
meio da comunicação no seio da sociedade. Educação é base, a
chave para entender e descortinar a ignorância, formar e capacitar
futuros educadores, verdadeiramente vocacionados. É a base para
tudo, quando aplicada de maneira correta, faz com que o indiví-
duo adquira conhecimento que o faz crescer diante de seu país, do
seu povo. Educação é a busca de conhecimentos tanto para apren-
dizagem de uma determinada disciplina, quanto para o modo de
ser e agir diante da sociedade. Então, tudo que se ensina serve
de base para educar e formar o ser humano, pressupondo que o
indivíduo torne-se um ser virtuoso para a prática do bem, um ver-
dadeiro cidadão.
Quando adquire o conhecimento, o indivíduo não é mais o
mesmo na sua história. Pitágoras de Samos, filósofo e matemático
diz: “Educai as crianças, para que não seja necessário punir os
adultos”. Heráclito afirma que “ninguém pode entrar duas vezes no
mesmo rio, pois quando nele se entra novamente não encontrará
as mesmas águas, e o próprio ser já estará modificado”, assim, tudo
é regido pela dialética (...), portanto observa-se com isto que o
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Educar é algo contínuo de informação, desenvolvimento, é a
porta aberta em busca de novos horizontes que poderá nos levar a
picos altíssimos, é a chave de um lindo tesouro para quem descobre
e vive intensamente os bons valores, as virtudes.
A educação é a gênese da história da sociedade. Por intermé-
dio dela, e só por ela, o indivíduo é capaz de crescer, se desenvolver
intelectualmente, tornar-se um ser pensante, dinâmico, sociável,
menos egoísta, quando este assimila os valores positivos e negativos
sobre o ter e o ser.
Ensinar e instruir fazem parte desta formação de um espí-
rito crítico, que cada um tem inerente em si mesmo, é respeitar as
normas e o direito de todos. É um propósito que estamos sempre a
compartilhar e a cada dia da nossa vida estamos crescendo diante
da beleza do conhecimento. Como também temos a convicção de
estarmos cientes de que cada ente tem o direito a uma educação de
igualdade e qualidade, de preservação de sua dignidade.
Educação é a busca constante do novo, ou seja, estar em
contínuo aprendizado. Cada dia assimilando mais e mais. É estar
sempre se atualizando. É base para tudo, nos leva a desenvolver a
capacidade e a diferenciar os pontos de vista de cada ser humano.
Pela educação chegamos aonde queremos, com uma grande visão e
transformando pessoas em nosso meio.
A função do educador e da instituição educacional é formar e
socializar os indivíduos, integrando-os na sociedade; apresentá-los
ao mercado competitivo e capacitá-los, sem deixar de humanizá-los,
é claro. É o desejo, a busca incessante de aprender, compreender e
transformar o mundo em nossa volta, formando pessoas capazes
de pensar e agir com sabedoria e determinação. É tudo aquilo que
aprendemos através dos nossos conhecimentos adquiridos. A edu-
cação é a maior fonte de desenvolvimento de um ser humano ques-
tionador, intelectual, formador de opinião, de identidade própria.
A educação é a existência humana, da dignidade, do crescer, do
prosperar, do vivenciar o ato de educar como quebra do engessamento
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Sempre estando ciente de que cada ser tem o direito a uma
educação de igualdade e qualidade, é estar sempre em busca de
novos desafios, ou seja, estar em processo de aprendizagem, cada
dia aprendendo coisas novas e estar sempre se atualizando sobre os
princípios éticos da sociedade. Educar faz parte de uma transfor-
mação, de uma lapidação do ser, é o desejo, a busca incessante de
aprender, compreender e transformar o mundo a nossa volta, for-
mando pessoas capazes de pensar e agir com sabedoria e destreza.
A educação nos prepara para o debate, para a dialética, para o
conhecimento e compreensão sobre a convivência com as diferen-
ças, a desenvolver a capacidade e a diferenciar os pontos de vista de
cada ser humano. Educação é formar e socializar pessoas. Ela acon-
tece por meio dos livros, professores, comunicação, a vida, pois esta
tem um fim especial que é transformar o indivíduo, ou seja, lapidar
este ente que sai da condição natural, da visão simples de mundo
para uma visão de criticidade, torna este cada vez mais humano.
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2º Capítulo
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condições do educando; VII – atendimento ao edu-
cando, em todas as etapas da educação básica, por
meio de programas suplementares de material didá-
tico-escolar, transporte, alimentação e assistência à
saúde. § 1º – O acesso ao ensino obrigatório e gra-
tuito é direito público subjetivo. § 2º – O não-ofere-
cimento do ensino obrigatório pelo Poder Público,
ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da
autoridade competente. § 3º – Compete ao Poder
Público recensear os educandos no ensino funda-
mental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais
ou responsáveis, pela frequência à escola.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada,
atendidas as seguintes condições: I – cumprimento
das normas gerais da educação nacional; II –
autorização e avaliação de qualidade pelo Poder
Público.
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O conhecimento é dado simplesmente em doses homeo-
páticas. Aplica-se, apenas, o que é “necessário” aos interesses de
uma burguesia vigente, autoritária e dominante. Na realidade, a
sociedade encontra-se perdida, sem saber que caminhos devem
ser tomados e traçados na estrutura social presente. Como foi ci-
tado pelo especialista Augusto Cury, em sua obra Pais brilhantes,
professores fascinantes:
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As pessoas submetem-se mais às convenções do que às suas
próprias convicções; por temor aos seus superiores, comportam-se
de acordo com o que é convencionado e seguem a moda do reba-
nho. Desde crianças são verdadeiros (abertos a tudo) e acreditam
que a maior virtude é estar conforme as opiniões de todos. Esse tipo
de educação retira todo o poder de agir. O indivíduo simplesmente
deixa-se imobilizar, e o melhor caminho é cruzar os braços e espe-
rar o fim da história.
Como afirma o professor Alexandre Costa, autor da 2ª parte
desta obra, em seu artigo “Síndrome do Conformismo”:
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educação é uma resposta da finitude da infinitude.
A educação é possível para o homem, porque este
é inacabado e sabe-se inacabado.(...) A educação,
portanto, implica uma busca realizada por um
sujeito que é o homem (1979: p.27,28).
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“Art. 246 – Deixar, sem justa causa, de prover a
instrução primária de filho em idade escolar: Pena -
detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.
O Art. 55 da Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990 —
Estatuto da Criança e do Adolescente), determina que
os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”
(PINTO, WINOT E SIQUEIRA, 2000: p.110).
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O homem não é nada além daquilo que a educação
faz dele.
Immanuel Kant
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É muito importante salientar que temos visto um neolibera-
lismo diferente no processo de desenvolvimento da economia in-
ternacional, em função da globalização em curso. Observa-se que
nos países desenvolvidos, e com desdobramento e extensão em
todo o mundo, um conjunto de ideias e procedimentos norteia o
atual neoliberalismo, entre os quais podemos citar: a privatização
das empresas estatais, um sucateamento violento das nossas facul-
dades, um descaso e abandono das escolas secundaristas, estaduais
e municipais, o questionamento do papel do Estado como aparato
protetor da economia e a pressão de grupos econômicos dominan-
tes no sentido de diminuir a atuação estatal.
A filósofa Marilena Chauí (1994) em um artigo sobre ética
aborda criticamente o neoliberalismo, entre outras razões “porque
este diviniza o mercado, considerando que somente ele é capaz de
promover o desenvolvimento econômico, político e social”.1
É quase que impossível não ouvir falar de “Globalização”,
“Neoliberalismo” e “Nova Ordem Mundial”. Mas nem sempre ou-
vimos o suficiente ou captamos o necessário para entendermos o
assunto. É importante referendar que: “Toda política pública, ainda
que parte de um projeto de dominação, reflete, como arena de luta
e como caixa de ressonância da sociedade civil, tensões, contradi-
ções, acordos e desacordos políticos, às vezes de grande magnitu-
de”. (TORRES, 1995: p.110)
Nesta decomposição sociopolítica e econômica, em que se
enquadra a postura vigente, verifica-se a forte interferência destas
colocações no que tange às diversas camadas da estrutura social e,
assim por dizer, não seria distante diagnosticar que a “Educação”
parece estar inserida na impropriedade de ser digerida como ins-
trumento circunstancial de interesses financeiros. Assim, resta-nos
identificar esta proposta como mais uma nomenclatura paliativa,
para angariar recursos a mantermo-nos na eterna aparência de pro-
jetos inovadores que resguardam o direito de promover e estimular
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Com a globalização, a tecnologia se tornou o processo mais
relevante, pois permite ao país sua exposição à competição mundial
e o credencia a tentar sair da dependência que sempre cede mais
e sai perdendo, como no Brasil. É válido afirmar que esta união
só tem sentido com a integração dos países de Primeiro Mundo,
onde as suas parcerias caracterizam cada vez mais o seu processo de
força, dominação e atuação pelos canais administrativos de nosso
governo que reza na cartilha do FMI – Fundo Monetário Interna-
cional e demais órgãos de mando e monopólio político.
Infelizmente, parece que temos uma educação que tem dois
papéis, um nos países subdesenvolvidos e outro nos desenvolvidos.
No primeiro, o suficiente para servir e o segundo o bastante para
mandar. A educação entra como um instrumento no Terceiro
Mundo, como a única forma de se manter ativo na economia
mundial, atualizando os trabalhadores, “educando para o trabalho”,
trabalhando esse servir para o lucro da burguesia. É preciso que se
evite sua manifestação, pois são treinados para as necessidades do
mercado e não para entender o mundo.
A postura neoliberal implantada pelo governo traduz-se
num quadro de violência econômica, de desestruturação cultural,
alienante, em que se impera na sua praticidade a competição e
competitividade que se reflete como espelho que molda e adestra a
ação humana, destituindo toda possibilidade da ética, da cidadania,
da emancipação humana na vida social e individual. Assim, como
na afirmação de Gadotti:
“Os sistemas educacionais encontram-se num con-
texto de explosão descentralizadora. De fato, numa
época em que o pluralismo político aparece como
um valor universal, assistimos à crescente globali-
zação da economia e à emergência de poder local,
que desponta nos sistemas educacionais de muitos
países como força inédita” (GADOTTI, 1997, p.6).
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extinção da resignação. A escola e o ato de educar, historicamente
falando, foram as primeiras necessidades que o homem teve e foram
também o primeiro projeto prático de exercício de democracia,
cidadania. Foi a primeira tentativa da busca de igualdade entre os
seres humanos. Como cita José Gimeno Sacristán, com sua obra
magnífica, A educação que ainda é possível diz que:
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É importante refletir o papel da escola em sua instância maior
e não limitá-la a uma fala essencialmente de intelectuais, de uma
elite centralizadora ou a uma postura neoliberal aplicada pela classe
dominante aos interesses de poucos que se encontram no poder. É
importante fazer uma retomada da estrutura educacional vigente e
buscar elementos teóricos que realmente possam explicar as causas
da evasão e combatê-las.
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4º Capítulo
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de certo modo uma oportunidade de nos questionarmos sobre a
questão da nossa escola e a evasão dos nossos alunos da escola pú-
blica, muitos totalmente desestimulados, sem nenhuma perspectiva
para vivenciar a escolar regular, pois estes não enxergam expecta-
tivas, pois muitos deles são na maioria das vezes responsáveis por
seus familiares e por extensão precisam trabalhar para se sustentar.
Trabalhar este tema é uma necessidade, pois ainda é bastante
debatido no meio acadêmico, sobre a mesa redonda de educadores
renomados, doutores e pesquisadores deste assunto tão rico e, ao
mesmo tempo, parece não ser ou estar fazendo parte de uma real
medida de mudanças por parte dos representantes políticos que aí
estão, que nos parece ou nos causa a impressão de nada fazerem para
mudar este ciclo tão complexo que é a evasão nas escolas públicas.
Esta questão é ampla e espinhosa, pois ela nos lança para um
passeio direto sobre a contextualização histórica, cultural e econô-
mica da realidade prática e objetiva vivenciada por alunos que se
evadem, como também inserida em todo um quadro social e po-
lítico, não só no que diz respeito à educação, mas também dentro
de elementos de investigação de outras ciências como a psicologia e
a sociologia que abordam o contexto da questão aqui apresentada.
São várias as causas que contribuem para a permanência da
evasão: elementos culturais, sociais, financeiros e o próprio estímu-
lo como base ao conhecimento por parte dos familiares têm sido
abordados como elementos de investigação às causas deste trans-
torno na educação. É importante citarmos nesta ocasião outro pon-
to de fundamental importância que é a relevância pessoal e social
que contribui de certo modo para uma educação de qualidade.
Blaslavsky (2004: p. 22 a 25) afirma que o primeiro fator de
uma educação de qualidade para todos consiste em focalizar a re-
levância pessoal e social. É evidente que o conceito de qualidade de
educação varia com o tempo, não é homogêneo em determinado
momento, e que sua heterogeneidade está associada a razões obje-
tivas e subjetivas, ou seja, as situações e também as necessidades,
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neoliberal, social-democrata, requer uma sensibilidade de percep-
ção teorética apresentada por diversos autores.
Ao identificar os elementos causadores da evasão escolar, tan-
to em nível do sistema social vigente quanto em nível da própria ins-
tituição escolar, um dos elementos importantes de análise da evasão
nas escolas. Analisar criticamente as situações de evasão vivencia-
das na escola que contribuem para a existência e permanência do
problema. Propor alternativas que possam somar com os elementos
de trabalho da própria escola, para que se possa contribuir de forma
real na tentativa de mudar o quadro da problemática específica da
evasão escolar, como cita Antônio Carlos Gil “... a análise de uma
unidade de determinado universo possibilita a compreensão da ge-
neralidade do mesmo ou, pelo menos, o estabelecimento de bases
para uma investigação posterior, mais sistemática e precisa” (GIL,
1991, p.79). Através do estudo particular da instituição pesquisada,
temos em parte uma realidade que, sem dúvida, incorpora-se à pro-
blemática de uma real semelhança com as escolas públicas do país,
ou pelo menos nos lança uma luz para um melhor direcionamento
e compreensão desta realidade.
A função da Escola não é apenas o saber sistemático, ela
abrange também o social, o religioso, o humanístico e outros corre-
latos. Nossa Escola procura abraçar e se aprofundar nestes aspectos,
aprimorando-os e levando-os a todo aluno, como peça fundamen-
tal do ensino-aprendizagem.
No universo interno os problemas são vários. Professores res-
sentidos pelo descaso e desrespeito que a categoria vem recebendo
ao longo dos anos, pelos nossos governantes, pessoal de apoio que
não possui identidade para com o trabalho, desrespeito e incom-
preensão em relação ao papel social da escola, indisciplina, violên-
cia e falta de compromisso por parte dos alunos.
O descompromisso dos pais em relação à aprendizagem e ao
acompanhamento da vida escolar dos filhos tem como justificativa
o desequilíbrio familiar, a situação econômica, mas o que mais se
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Eu sou um intelectual que não tem medo de ser
amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é
porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu
brigo para que a justiça social se implante antes da
caridade.
Paulo Freire
Júlio di Paula & Alexandre Costa
5º Capítulo
Aparências e Realidade
“Educar para a vida é educar para um mundo em
que nada nos é estranho. A educação vê-se obrigada
a repensar suas metas e a revisar seus conteúdos”
José Gimeno Sacritán.
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e ambiente de trabalho preparado para tal. A expectativa de vi-
são de mundo e de possibilidade é completamente diferente das
classes menos privilegiadas econômica e culturalmente. São dois
polos totalmente distintos. Realidades estas que são totalmente
diferenciadas.
Aparentemente, todos nós sabemos que as Universidades Pú-
blicas estão aí para ricos e pobres, todos podem compor uma vaga
em determinado curso, desde que supra as exigências do certame.
Estamos diante de uma realidade que nos leva a um questionamen-
to até mesmo imbuído de um debate jurídico, social e cultural. A
educação pública por muito tempo foi e é privatizada pela classe
elitista, daqueles que detêm uma melhor oportunidade de estudar
em uma escola cara, de qualidade, privada, portanto estes adquirem
uma formação de qualidade.
Alunos das classes A e B, que sempre estudaram em escolas
particulares se capacitaram mais, fazendo cursos de línguas, infor-
mática e outros, tendo uma vida dedicada aos estudos, vivem uma
realidade totalmente diferente. Estudando durante treze ou quator-
ze anos para ingressar nas universidades federais e estaduais, esses
alunos ocuparão a maioria das vagas dos cursos mais concorridos,
como Medicina, Direito, Odontologia, Engenharia, enfim, as áreas
que envolvem um alto grau de competitividade. Os alunos de famí-
lias mais humildes dificilmente terão a oportunidade de ingressar
em uma Universidade Pública. Essa é a realidade, não tenhamos
nenhuma surpresa quanto a isto.
A Universidade Pública já foi privatizada por uma classe mais
abastada financeiramente, sobre uma realidade de alunos que sem-
pre se dedicaram somente aos estudos, não conhecem outra reali-
dade a não ser aquela constituída pela sua vida. Os alunos menos
favorecidos financeiramente já enfrentam uma dificuldade maior,
não veem expectativa para ingressar na Universidade Pública, têm
dificuldades de acompanhar muitas vezes os conteúdos básicos da
sua série, pois estes precisam trabalhar desde cedo.
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Quando partimos para a contextualização histórica da escola,
em um passado não muito longínquo, observamos que ela servia
aos interesses de uma camada muito pequena, a classe dominante,
detentora do poder, que realizava o desejo e o sonho de poucos que
tinham o acesso à cultura formal, intelectualizada, fundamentada
nos padrões burgueses da época. A classe menos privilegiada, ao
contrário, tinha acesso à educação pelo trabalho, que, por extensão,
traduzia-se numa educação profissionalizante, visando à execução
de trabalho manual.
De maneira gritante, somos obrigados, ou melhor, induzidos
a ler na cartilha que satisfaz a ganância de setores mais abastecidos.
Economicamente, foi destituída a possibilidade de um desenvolvi-
mento real dos propósitos de uma educação de qualidade à altura
dos interesses de uma maioria. Tornamo-nos fantoches das especu-
lações financistas e lucrativas onde se permeia, cada vez mais, uma
educação voltada ao lucro.
A educação tornou-se um veículo promissor para os políticos
e gestores mal intencionados, que lançam na mídia uma teoria fala-
ciosa de resolução dos problemas educacionais e aplicam a prática
do desvio de verbas para os seus interesses, tornando cada vez mais
defasado o quadro educacional, doente e sem perspectivas.
Visualizando os parâmetros que regem a educação é interes-
sante pensarmos numa realidade escolar que tenha como compro-
misso a função complementar na formação de cidadãos, na busca
de uma postura ética em sintonia de transformação. Como afirma
Carlos Libâneo:
“A escola pela qual devemos lutar hoje visa o desen-
volvimento científico e cultural do povo, preparando
as crianças e jovens para a vida, para o trabalho e
para a cidadania, através da educação geral, intelec-
tual e profissional” (1992, p.44).
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meu posicionamento quanto a isto. Nós temos um número enorme
de conteúdos, disciplinas diversas, o aluno se encontra, de certo
modo, obrigado a vivenciar todo aquele conhecimento que nem
sempre vai ser útil para a sua vida, sua formação. As inteligências
múltiplas, as habilidades acadêmicas são distintas, alunos e alunas,
seres humanos dentro de suas peculiaridades, têm a sua visão de
compreensão, assimilação e vivência diante do conhecimento, cada
um com sua habilidade, com sua destreza que lhe é peculiar. Como
cita o professor Hamilton Werneck (1998, p. 34-35):
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muito menos, estimularam a formação do caráter do ser cidadão,
do reconhecimento de direitos e deveres.
A realidade é que a educação está supervisionada por grupos
mercantis, nos quais o lucro do capital lança a cartilha que ensina e
administra muito bem a tese: “até que ponto é viável se educar?” País
desenvolvido é sinônimo de Primeiro Mundo, fatia de mercado que
dispõe de bens lucrativos e, sobretudo, que usufrui do gozo do man-
do e das coordenadas administrativas sobre os países periféricos.
Podemos entender que, como num jogo político, o educando
fica na escola quando é importante se manter a aparência do
desenvolvimento e tira-se da escola quando é possível angariar
recursos de sustento. A real circunstância que interfere na evasão
escolar é o jogo de interesses e poderes que conduz a educação à
satisfação monetária e quebra o comprometimento de fazer da
educação um veículo de evolução.
A educação, como produto descartável, exonerou qualquer
possibilidade de um saber mais apurado e inseriu em sua funciona-
bilidade um contexto contábil que, com índices proporcionais ao
capital mercantilista para saciar cronogramas financeiros, destituiu
o comprometimento com a evolução e o desenvolvimento educa-
cional propriamente dito.
Sobre um aspecto aparente, viabilizou-se uma imagem de
suposta parceria educacional com os elementos que impulsionam
o conhecimento autêntico, provindo do interesse real pelo cresci-
mento. Mas, longe disso, o que se sedimentou foi uma organização
de fundo comercial, que se volta conforme a disponibilidade eco-
nômica vigente.
Na realidade, a evasão escolar digere um sequencial de dis-
túrbios que interferem num processo consistente no aprendizado.
Não podemos deixar de citar aqui também sobre o ensino que fica
banalizado porque fica restrito e submetido a diversos interesses
que não comungam com a verdadeira essência da educação, o que
gera mecanismos paliativos para ofuscar esse diagnóstico. Nesse
66
Júlio di Paula & Alexandre Costa
67
O conhecimento pronto estanca o saber e a dúvida
provoca a inteligência.
Vigotsky
Júlio di Paula & Alexandre Costa
6º Capítulo
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
71
ão
DESCORTINANDO
a Educaç
explicar, dentro de uma exigência natural consciente do indivíduo,
o ordenamento da ideia.
A filosofia é um mecanismo de aplicação do exercício prático
da razão. O filósofo questiona, investiga, indaga tudo através de um
princípio racional de investigação e de curiosidade à busca deste
conhecer, através de um discernimento ordenado do pensamento,
através de mecanismo da razão.
Sem dúvida, o nosso aluno terá a oportunidade de, trabalhando
em sala de aula, entender que o homem, dentro de sua racionalidade,
busca a verdade a partir de sua razão explicativa. O Homem é este ani-
mal racional que se diferencia dos demais pela capacidade de pensar, de
racionalizar o seu pensamento a uma sistematização, a um ordenamen-
to, a um objetivo prático que se propõe. Eis a definição de razão.
Na realidade, através da filosofia, nós podemos ter a oportu-
nidade de discutir diversos temas sobre vários segmentos do conhe-
cimento, podemos falar de Direito, questionando o que vem a ser a
Lei; podemos falar de educação, falando sobre a base da educação
que trazemos de casa e a extensão dela que se dá nas escolas, nas
universidades; podemos falar de ética e da postura de nossos gover-
nantes, de nossos políticos; voltarmos lá para a Grécia e discutirmos
sobre a definição do que vem a ser política; podemos falar de popu-
lação, de povo e discutirmos o que vem a ser o caráter da cidadania
e sua origem, desde a filosofia grega até a história contemporânea
do homem moderno. Portanto, estaremos com isto falando de direi-
tos e deveres, de Direitos Humanos, de igualdade, de filosofia den-
tro de sua relevância nas escolas de ensino médio para uma base
maior de um ser mais consciente e sem dúvida imprescindível para
a formação de um ser mais crítico.
72
2ª PARTE
Alexandre Costa
A principal meta da educação é criar homens
que sejam capazes de fazer coisas novas, não
simplesmente repetir o que outras gerações já
fizeram. Homens que sejam criadores, inventores,
descobridores. A segunda meta da educação é
formar mentes que estejam em condições de criticar,
verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.”
Jean Piaget
Júlio di Paula & Alexandre Costa
1º Capítulo
75
ão
DESCORTINANDO
a Educaç
dentre muitos, a fixação das pessoas em sua cidade natal, reduzindo
os problemas sociais causados pelo congestionamento dos grandes
centros urbanos.
Diante deste quadro caótico, acredito que as escolas e as or-
ganizações de ensino profissionalizante, públicas e privadas, devem
fundamentar sua missão ou objetivos sociais, nos seguintes pilares:
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
77
Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros
desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados
são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono
pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados
sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros.
Porque a essência dos pássaros é o vôo.Escolas que
são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas
amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos
pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas
não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos
pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser
encorajado.
Rubem Alves
Júlio di Paula & Alexandre Costa
2º Capítulo
79
ão
DESCORTINANDO
a Educaç
4. A falta de segurança nas escolas públicas, que em alguns
casos chega a impossibilitar a contratação do corpo docen-
te necessário ao funcionamento da instituição de ensino.
5. O elevado índice de 35% de evasão escolar nas séries finais
do ensino fundamental, comprovado por uma pesquisa
realizada pelas sociólogas Miriam Abramovay e Mary Gar-
cia Castro, que ouviu 7.000 professores e 50.000 alunos em
13 capitais brasileiras. Segundo a pesquisa a escola pública
brasileira não é atraente, é algo chato para o jovem, que
vem sendo atraído pelo crime organizado em larga escala.
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
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“.... a educação formal é parte do contexto cultural
da sociedade, atuando como expressão de sua
continuidade e desenvolvimento. Quando a
sociedade, sempre de algum modo em mudança, ou
evolução, sofre uma intensificação ou aceleramento
desse processo, o fator de educação, refletindo a
mudança, atua como força de resistência ou de
renovação, concorrendo para dificultar ou facilitar
o processo de readaptação social inerente à função
característica da educação dentro do processo
cultural.”
Anísio Teixeira
Júlio di Paula & Alexandre Costa
3º Capítulo
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ão
DESCORTINANDO
a Educaç
encontra previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
n.º 9394/96, que estabelece que o Projeto Político-Pedagógico deve
proporcionar autonomia à escola e sua adequação às necessidades
reais da comunidade em que está inserida.
No que tange às peculiaridades de cada região, citadas no item
2º, a falta de critério na elaboração do Plano Nacional da Educação
é tão gritante que estabelece um calendário único para o ano letivo,
um procedimento absurdo, considerando, apenas, as condições
climáticas do Brasil em suas cinco regiões.
De acordo com meu modesto entendimento, mesmo
trabalhando com planejamento corporativo há mais de 35 anos,
mas não sou especialista no assunto, acredito que a educação
brasileira precisa ser totalmente reformulada, começando pelo
Plano Nacional da Educação, que deve ser elaborado prevendo e
considerando as peculiaridades de cada região, principalmente
as climáticas e geográficas. Hoje, 18/08/13, por exemplo, algumas
cidades da Região Sul amanheceram com temperatura abaixo de
15º C, enquanto que no Piauí, o termômetro marcava 38º C, às 10h.
Na Região Amazônica as distâncias entre a sede dos municípios
e as zonas rurais e ribeirinhas são quilométricas, com péssimas
condições de acesso, e esses aspectos não têm sido observados pelo
Governo Federal, que centraliza o orçamento da Educação.
Enquanto o Governo Federal entender que o Brasil se resume
aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, teremos situações
discrepantes em todos os setores, de forma especial na educação, que
precisa de um novo olhar, de uma nova percepção. Não podemos
mais deixar de lado as diferenças gritantes de cada região e de cada
estado brasileiro.
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
4º Capítulo
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ão
DESCORTINANDO
a Educaç
Como se pode observar por este texto de apresentação, nossa
Lei de Diretrizes e Bases projeta um cenário ideal para a educação
brasileira, mas continuamos vivendo o velho e tradicional problema
de desobediência aos dispositivos legais, em todos os níveis da
gestão pública, ou seja, as leis existem, mas não são obedecidas e
não há punição para os infratores.
Concluindo, acredito que a Educação a Distância (EaD)
possa oferecer uma valiosa contribuição para que a educação que
sonhamos se torne uma realidade, desde que haja uma completa
reformulação no sistema educacional brasileiro, como defende o
senador Cristovam Buarque: “precisamos revolucionar a educação
brasileira”.
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
5º Capítulo
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a Educaç
dominadas por uma ritualização de procedimentos escolares muitas
vezes obsoletos, cujos conteúdos se apoiam numa organização
inflexível, desconectada das experiências dos próprios alunos e na
qual uma etapa é preparação para a seguinte. Apesar de todo avanço
das pesquisas em educação, da ciência e da tecnologia, nossas
aulas mais se assemelham a modelos do início do século passado,
tendo como perspectiva metodológica dominante a exposição, a
exercitação e a comprovação.
A escola, organizada sob tal enfoque, carece de significados
aos alunos, gera abandono, desmotivação e mesmo rebeldia que se
manifesta, dentre outras coisas, na agressividade dos alunos e em
sua indisciplina.
A resposta que a escola dá a isso é, por vezes, acentuar pro-
cedimentos repressivos, impor recursos disciplinares ou atribuir os
problemas a fatores externos tais como desequilíbrio familiar, ima-
turidade do aluno, ou os incontáveis problemas de aprendizagem.
Na essência, ainda temos uma escola meritocrática, classifi-
catória que, se não exclui por meio de reprovações, exclui por uma
aprendizagem que não ocorre.
Ainda não estamos preparados para as diferenças individuais.
Falamos sobre classes heterogêneas, sonhando com a homogenei-
dade e, como consequência mais direta, criamos a categoria dos
atrasados, dos excluídos, dos imaturos e dos carentes de pré-requi-
sitos para estarem em nossas salas de aula.
Tal cenário certamente passa distante do discurso sobre
formação para cidadania e mais especificamente da aprendizagem
significativa.
De fato, para que uma aprendizagem ocorra, ela deve ser
significativa, o que exige que seja vista como a compreensão
de significados, relacionando-se às experiências anteriores e
vivências dos alunos, permitindo a formulação de problemas
de algum modo desafiantes que incentivem o aprender mais, o
estabelecimento de diferentes tipos de relações entre fatos, objetos,
88
Júlio di Paula & Alexandre Costa
89
A educação não pode ser delegada somente à escola.
Aluno é transitório. Filho é para sempre.
6º Capítulo
Educar ou Ensinar?
Não basta ensinar, é preciso educar!
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ão
DESCORTINANDO
a Educaç
na maioria das vezes, das mesmas estratégias e ferramentas usadas
na educação, quer seja nos sistemas tradicionais de ensino ou na
formação profissional continuada, exigida atualmente em todos os
segmentos e ambientes, sobretudo, no ambiente corporativo.
Na realidade não existe uma única resposta que seja capaz de
“fechar” o questionamento colocado em discussão e não se trata de
uma simples questão de semântica, como muitos insistem em afir-
mar. A educação desperta vocações, possibilita que cada um alcance
o máximo de suas potencialidades, permite que cada um conheça
suas finalidades e tenha competências para mobilizar meios para
colocá-las em prática.
Uma forma muito interessante e recomendada para definir
educar é seguir a orientação que se encontra no documento “Declara-
ção Mundial sobre a Educação para Todos”, produzido por ocasião da
Conferência Internacional sobre Educação promovida pela UNES-
CO, em março de 1990, na cidade de Jomtien, Tailândia, que estabe-
lece, em síntese, o seguinte: Educar significa “aprender a conhecer”,
“aprender a fazer”, “aprender a viver junto” e “aprender a ser”.
“Um indivíduo bem educado é aquele que recebeu um bom
ensino, formal e/ou informal, e sempre o aplicará seguindo os prin-
cípios da cidadania, sem jamais se desviar”.
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
7º Capítulo
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ão
DESCORTINANDO
a Educaç
• Ser dialético em qualquer circunstância ou situação,
utilizando o debate ou a discussão como uma ferramenta de
desenvolvimento do indivíduo e do grupo a que este pertence.
• Ter equilíbrio emocional, principalmente nos momentos de
conflito ou de tensão. É preciso ser dialógico.
• Ser empático, se possível altruísta, visando estabelecer um elo
de confiança com seus alunos, individualmente.
• Ser apaixonado por sua profissão, adotando a conduta de um
amador que coloca entusiasmo em tudo que faz.
• Perceber a promoção da autonomia como uma das finalidades
da educação em todas as suas etapas, especialmente quando
se refere a jovens e adultos.
• Contribuir para a formação de verdadeiros cidadãos,
capazes de analisar, criticar e decidir qual posição adotar
diante das mais diversas situações que lhes são impostas ao
longo da vida.
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
8º Capítulo
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ão
DESCORTINANDO
a Educaç
ambiente e proporciona mudança de caráter duradouro. Segundo
Abbad, 2007, p. 38, aprendizagem é um processo psicológico que
ocorre de forma específica em cada indivíduo.
No âmbito da psicologia, as diversas abordagens existentes
provocam variações no conceito de aprendizagem, que, de forma
geral, faz referência às alterações provocadas no comportamento do
indivíduo em função de sua interação com o contexto em que vive
e não unicamente como resultado de seu amadurecimento. Esse é o
pensamento predominante entre a maioria dos pesquisadores, que
acreditam que a aprendizagem ocorre no nível micro de análise.
Considerando que a aprendizagem proporciona mudanças
relativamente duradouras no comportamento potencial do sujeito
devido à experiência, três aspectos devem ser observados:
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
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ão
DESCORTINANDO
a Educaç
envolvem a autorregulação e a metacognição – componentes essen-
ciais para um estudo eficaz.
Bruner (1975 apud FONTANA, 2000) afirma que a transfor-
mação das informações está vinculada a três sistemas de represen-
tação na memória de experiências passadas (de longo termo) e sua
utilização para lidar com o presente, desenvolvidos na infância:
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
99
ão
DESCORTINANDO
a Educaç
disciplina, sem necessidade de um conhecimento especializado, o
que é um grande equívoco. Bruner (1966 apud FONTANA) define
que a meta do ensino é ajudar o aluno a entender a estrutura de um
conteúdo, ou seja, compreender os princípios básicos que o nor-
teiam e definir, dar identidade e permitir que outros conhecimentos
sejam relacionados com esse conteúdo de modo significativo.
Sendo assim, para que essa meta do ensino seja alcançada, o
nível de experiência do professor não é suficiente, é preciso que ele
tenha conhecimento especializado do assunto a ser trabalhado em
cada aula.
A aprendizagem, de acordo com Gagné (1974 apud FONTA-
NA, 2000), consiste tipicamente em uma cadeia de oito eventos ou
etapas, que podem ser internos ou externos ao aprendiz.
• Motivação.
• Apreensão.
• Aquisição.
• Retenção.
• Recordação.
• Generalização.
• Desempenho.
• Feedback.
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Não se pode ensinar nada a um homem; só é possível
ajudá-lo a encontrar a coisa dentro de si.
Galileu Galilei
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9º Capítulo
Tia ou Professora?
Fiz o curso do magistério porque não tive outra possibilidade.
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DESCORTINANDO
a Educaç
sem amar os sobrinhos, sem gostar sequer de ser tia, mas é impos-
sível ser professora sem amar os alunos — mesmo que amar só, não
baste — e sem gostar do que se faz”. Paulo Freire resume essa ques-
tão, afirmando: “só ia ser professor quem não dava para mais nada”,
pois quem não tem opção de vida para trabalhar, faz com desgosto,
e, como diz Rubem Alves, “tem que haver prazer no labor para que
a produção alcance seu estado ideal para todos”.
Baseado no que está explícito no parágrafo anterior, podemos
afirmar que é impossível ser produtivo ou cumprir sua responsabi-
lidade social, quando não se faz com prazer uma atividade profis-
sional, sobretudo o magistério. Cada professor precisa exercer sua
função com orgulho e honradez, independentemente das péssimas
condições que lhe são oferecidas. Se o professor continuar encaran-
do o magistério como um “bico”, continuaremos tendo alunos do
9º ano analfabetos ou profissionais de nível superior incapazes de
interpretar um texto. É preciso mudar e não ficar esperando que a
mudança parta das autoridades de qualquer nível, municipal, esta-
dual ou federal.
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
10º Capítulo
• Baixo custo.
• Evita deslocamentos desnecessários de alunos e tutores.
• Gestão de tempo flexível.
• Atendimento a um público muito maior e mais variado que o
modelo tradicional.
• Pode ser ministrado a uma única pessoa ou a um grupo de
pessoas simultaneamente, em vários locais.
105
ão
DESCORTINANDO
a Educaç
• Pode ser total ou parcialmente on-line, permitindo o uso de
várias estratégias.
• Democratiza o ensino, considerando que engloba uma ampla
diversidade cultural, social e econômica.
• Exige mais comprometimento do aluno, fator determinante
para que se alcance sucesso.
• Oferece autonomia na aprendizagem, permitindo que haja
um maior desenvolvimento do aluno.
• Fornece material de ensino atualizado e de alta qualidade.
• Incentiva a educação permanente.
• Proporciona uma comunicação bidirecional e massiva.
• Oferece apoio institucional e suporte de um (a) tutor (a).
• Permite maior disponibilidade e ritmos de estudos diferen-
ciados.
• Possibilita uma maior familiarização com as mais diversas
tecnologias.
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Júlio di Paula & Alexandre Costa
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A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma
teoria do conhecimento posta em prática.
Paulo Freire
Júlio di Paula & Alexandre Costa
11º Capítulo
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ão
DESCORTINANDO
a Educaç
com registro de mais de 9 milhões de alunos atendidos, sendo 5
milhões pelo primeiro e 4 milhões pelo segundo.
Através de uma inciativa conjunta do Serviço Social do Co-
mércio (SESC), das Emissoras Associadas e do Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC), foi criada em 1946, no Rio de
Janeiro e em São Paulo a Universidade do Ar, voltada para o treina-
mento de técnicas comercias para comerciantes e seus empregados.
Os programas eram gravados em discos de vinil e distribuídos para
as emissoras de rádio participantes, atingindo, quatro anos mais
tarde, 80 mil alunos, em 318 localidades brasileiras.
Na década de 1950 o ensino por correspondência marcou a
democratização do ensino, associada às boas experiências do uso
da radiodifusão em andamento. No final dessa década, em 1959, al-
gumas escolas do sistema rádio educativo do Rio Grande do Norte
começaram o Movimento de Educação de Base (MEB), que mais
tarde, juntamente com a Igreja Católica e o Governo Federal, pas-
saram a abordar temas como educação, politização e outros. Nes-
se período, foi criada a Fundação Padre Landell de Moura, no Rio
Grande do Sul, em atividade até nossos dias.
As décadas de 1960 e 1970 foram marcantes para a Educa-
ção a Distância brasileira, com o registro de várias iniciativas que
tornaram o Brasil uma referência internacional neste método de
ensino. O MEC criou um conjunto de importantes projetos como
o Logus I, de capacitação de professores; o Logus II, de habilitação
de professores leigos, além dos Projetos 13.5 e 9.4 de formação de
educadores de jovens e adultos, para os recém-criados Centros de
Estudos Supletivos (CES), desenvolvidos em 19 estados brasileiros,
com exceção do primeiro, todos operacionalizados pelo Centro de
Ensino Técnico de Brasília (CETEB):
110
Júlio di Paula & Alexandre Costa
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ão
DESCORTINANDO
a Educaç
a teleducação brasileira, vindo a ser substituído pelo Centro
Brasileiro de TV Educativa (FUNTEVÊ), do Departamento
de Aplicações Tecnológicas do MEC.
• 1973 – um ano especialmente rico em iniciativas na Educação
a Distância, começando pelo início das atividades em EaD
pela Universidade de Brasília, a primeira instituição de ensino
superior brasileira a utilizar essa modalidade de ensino. Ainda
nesse ano, foi criado o Instituto de Pesquisas Avançadas em
Educação (IPAE), que realizou, em 1989, o primeiro Encontro
Nacional de Educação a Distância e o Congresso Brasileiro de
Educação a Distância, em 1993.
• 1975 – a PETROBRAS iniciou seu primeiro projeto de EaD,
o Projeto Acesso, em parceria com o CETEB, que ofereceu
mais de 70 cursos de formação e qualificação profissional, nas
plataformas da Empresa.
• 1977 – marcado pela criação da Fundação Roberto Marinho,
que três anos após colocou no ar o Telecurso 1º e 2º graus,
através de sua programação de televisão, cobrindo todo
território nacional, com transmissão via satélite.
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ão
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a Educaç
Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Ainda nos
anos 1990 surgiram os LMS – Learning Management System, tam-
bém conhecidos como plataformas de e-Learning.
Em 2005, o MEC criou o Sistema Universidade Aberta do
Brasil, que tem como prioridade a formação de professores para a
Educação Básica. Para atingir este objetivo central, são articuladas
ações com instituições públicas de ensino superior, estados e mu-
nicípios em todo Brasil, para promover, através da metodologia da
educação a distância, acesso ao ensino superior para camadas da
população que estão excluídas do processo educacional.
Analisando a cronologia aqui exposta, não se pode deixar
de reconhecer que EaD evoluiu muito além de seu objetivo inicial,
chegando ao ensino superior e em outros ambientes de ensino e
que, segundo especialistas, é o setor educacional que mais cresce em
todo mundo por atender à demandas sociais, antes não atendidas,
com custos reduzidos, se comparado ao modelo convencional.
As perspectivas positivas da EaD no Brasil estão apoiadas na
necessidade da formação continuada que atende a fatores como o
desemprego estrutural e por consequência uma maior competitivi-
dade, fatores que nos permitem afirmar que seu futuro está garan-
tido, em função de suas principais características, das quais se des-
tacam seu baixo custo, alcance ampliado, rapidez e suas múltiplas
aplicações.
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12º Capítulo
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13º Capítulo
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ão
DESCORTINANDO
a Educaç
profissional de pedagogia, necessária em qualquer ambiente onde
existe o processo ensino-aprendizagem.
Hoje, em função do que se encontra exposto acima e de
vários outros fatores, o profissional de pedagogia ampliou seu
campo de atuação, não ficando mais restrito ao ambiente escolar.
As funções corporativas anteriormente ocupadas exclusivamen-
te por psicólogos, agora são disputadas, também, por profissio-
nais de pedagogia, especialmente após a transformação dos cen-
tros de treinamento em universidades corporativas, uma medida
adotada por grandes empresas, ensejando o surgimento da figura
do pedagogo empresarial ou organizacional. Toda essa mudança
de percepção tem valorizado muito o profissional de pedagogia,
que passou a ter seu papel reconhecido em áreas nunca antes
imaginadas, destacando-se:
Ambiente corporativo
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Educar é semear com sabedoria e colher com
paciência.
Augusto Cury
Júlio di Paula & Alexandre Costa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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a Educaç
tanto mais tradicionalmente difíceis de entender,
como filósofos e cientistas sociais” (1995:54).
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a Educaç
do trabalho, baixo salário e o aspecto cultural, influencia significa-
tivamente nos problemas existentes na educação. A formação dos
nossos professores, os métodos de avaliação precisam ser revistos,
pois não deixam de ser elementos que contribuem para a questão
da evasão escolar.
124
Júlio di Paula & Alexandre Costa
BIBLIOGRAFIA
ANPED. A avaliação da pós-graduação em debate. São Paulo, 1999.
125
ão
DESCORTINANDO
a Educaç
CURY, Augusto Jorge. A pior prisão do mundo. 2ª Ed. São Paulo:
Ed. Academia de Inteligência, 2000
126
Júlio di Paula & Alexandre Costa
127
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LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação – pág. 32 Ed.
Cortez –São Paulo – Ed. Corte, 1994
128
Júlio di Paula & Alexandre Costa
129
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VIEIRA, Sofia Lerche. Política Educacional em tempos de Transição.
Brasília: Plano, 1985-1995
Citação on-line
Fonte: http://pensador.uol.com.br/pensamento_de_heraclito/2/
Acesso em: 21de Nov. 2013
130
Educai as crianças, para que não seja necessário
punir os adultos.
Pitágoras
Esta obra foi composta em fonte
Minion Pro e processada em CTP
e impressa em papel Polén 80g/m2
e Capa em Papel Supremo 250g/
m2. Impressão e acabamento na
Premius Editora em Fortaleza-CE,
Maio de 2014.
Prof. Júlio di Paula
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