2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Kleber Renan de Souza Santos
Profª. Ana Clarisse Alencar Barbosa
Prof. Arildo João de Souza
Prof. Fábio Roberto Tavares
Profª. Francieli Stano Torres
Profª. Graciela Márcia Fochi
Profª. Grazielle Jenske
Profª. Greisse Moser
Profª. Luciane da Luz
Prof. Lírio Ribeiro
Profª. Maquiel Duarte Vidal
Profª. Meike Schubert
Profª. Vânia Konell
Profª. Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
657
S237t Santos, Kleber Renan
Tópicos Especiais / Kleber Renan Santos et al. Indaial:
UNIASSELVI, 2018.
294 p. : il
ISBN 978-85-515-0131-3
1. Tópicos Especiais.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Apresentação
Olá, acadêmico! Vamos iniciar os estudos do Livro Didático de
Tópicos Especiais. Este livro está dividido em três unidades e tem o intuito
de apresentar e reforçar temas no componente de Formação Geral, conforme
orientação da Portaria Inep nº 239, de 10 de junho de 2015, art. 3º:
Bons estudos!
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - CIDADANIA E SOCIEDADE...................................................................................1
VII
4 AS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS....................................................................68
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................71
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................72
VIII
5 O ESTADO MODERNO E O LIBERALISMO...............................................................................134
6 O NEOLIBERALISMO E A TERCEIRA VIA.................................................................................135
7 TENDÊNCIAS AOS GOVERNOS E À POLÍTICA INTERNACIONAL..................................136
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................138
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................139
IX
3 INFRAESTRUTURA...........................................................................................................................224
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................226
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................227
X
UNIDADE 1
CIDADANIA E SOCIEDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Entraremos no mundo do comportamento humano em sociedade e
suas regras de conduta e participação social, política e econômica, no qual
trabalharemos a questão da formação dos princípios morais e éticos dos homens
que vivem e convivem em sociedade, além de abordarmos questões pertinentes à
democracia e à cidadania.
3
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
2 A DEMOCRACIA EM PAUTA
Estamos vivendo em um país apresentado como democrático! Será que
todos nós compreendemos o sentido real da democracia e seus reflexos na sociedade
brasileira? Em outros termos, o que realmente é este Estado Democrático de Direito
em que vivemos?
Neste sentido, Moisés (2010, p. 277) expõe que “o significado mais usual
da democracia se refere aos procedimentos e aos mecanismos competitivos de
escolha de governos através de eleições”, ou seja, a democracia é compreendida
habitualmente somente como um processo de escolha dos nossos representantes
legais em todas as esferas, tanto local, municipal, estadual quanto federal, no qual a
população dessas esferas, por meio de seu voto, seleciona e elege o seu representante
para legislar em nome dessa mesma população. Assim, “podemos considerar que
a democracia nada mais é do que um sistema de governo, no qual o povo governa
para sua própria sociedade” (PIERITZ, 2013, p. 133, grifos do original).
Deste modo, pode-se observar que a democracia pode ser exercida de duas
formas distintas, pois ela pode ser direta ou indireta (Quadro 1). O conceito de
democracia é notoriamente o entendimento de toda massa populacional brasileira
nos dias de hoje, pois quando se indaga às pessoas com relação ao conceito de
democracia, é este conceito de escolha de nossos representantes legais, por
intermédio do voto popular, que aparece nos discursos da população de nosso país.
FORMAS DE DEMOCRACIA
Democracia Na qual o povo decide diretamente, por meio de referendo/
direta plebiscito, se aceita ou não determinadas questões políticas e
administrativas de sua localidade, Estado ou país.
Democracia Nesta, o povo participa democraticamente, por meio do voto,
indireta elegendo seu representante político, ou seja, uma pessoa que
o represente nas diversas esferas governamentais, para tomar
decisões cabíveis em nome do povo que o elegeu.
FONTE: Adaptado de Pieritz (2013, p. 133)
4
TÓPICO 1 | DEMOCRACIA, ÉTICA E CIDADANIA
Vale salientar que a democracia vai muito além desse discurso sintético de
representação e de voto, pois Moisés (2010, p. 277, grifos nossos) coloca-nos que:
existem outras perspectivas que ampliam a compreensão do conceito,
incluindo tanto as dimensões que se referem aos conteúdos da
democracia, como também os seus resultados práticos esperados no
terreno da economia e da sociedade. Por uma parte, acompanhando
a abordagem minimalista de Schumpeter (1950) e a procedimentalista
de Dahl (1971), vários autores definiram a democracia em termos de
competição, participação e contestação pacífica do poder.
5
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
7
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
ATENCAO
Caro acadêmico, para colaborar com seus estudos, veja que a junção das Figuras
1 e 2 proporciona o entendimento global do que é democracia.
3 A QUESTÃO DA ÉTICA
O tema que abordaremos neste momento é relativo à questão da ética,
a qual permeia constantemente nosso dia a dia, seja no âmbito familiar, social
ou profissional. Aparentemente, compreendemos o seu significado e seus efeitos,
mas será que realmente compreendemos o seu sentido real? Será que sabemos o
que é certo ou errado para nós na sociedade em que vivemos?
Para a filósofa húngara Agnes Heller (1972, p. 4), “valor é tudo aquilo que
faz parte do ser genérico do homem e contribui, direta ou mediatamente para a
explicação desse ser genérico”. Vejamos no Quadro 3 quais são os atributos dos
valores humanos na perspectiva de Heller:
8
TÓPICO 1 | DEMOCRACIA, ÉTICA E CIDADANIA
Não podemos nos esquecer de que “esta consciência moral é determinada por
um consenso coletivo e social, ou seja, o conjunto da sociedade é que formula e compõe
as normas de conduta que o regem. Como exemplo, temos a nossa Constituição Federal
e outras regras e normas de nossa sociedade” (PIERITZ, 2013, p. 4).
10
TÓPICO 1 | DEMOCRACIA, ÉTICA E CIDADANIA
11
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
12
TÓPICO 1 | DEMOCRACIA, ÉTICA E CIDADANIA
Por fim, Pieritz (2013, p. 21) expõe que “quando é constituída uma nova
estrutura social, a ética, os valores e princípios morais são modificados para
constituir assim esta nova concepção de sociedade”. Ou seja, historicamente, com
as transformações sociais, políticas e econômicas de um povo, automaticamente
o sistema de valores morais e éticos se transforma, para que assim seja possível
constituir um novo padrão sócio-histórico daquele determinado grupo.
13
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
DIMENSÕES DA CIDADANIA
Cidadania São aqueles direitos advindos da LIBERDADE de cada indivíduo,
civil por exemplo:
• o livre-arbítrio para expressar nossos pensamentos;
• o direito de propriedade (venda e compra de um
imóvel, um bem ou serviço);
• entre outros.
Cidadania Podemos considerar que a cidadania política se legitima quando
política os homens exercem seu poder político de ELEGER e SER
ELEITOS para o exercício do poder político, independentemente
da instituição pública ou privada na qual venham exercer suas
atribuições.
Cidadania Compreendida como o conjunto de direitos concernentes ao
social CONFORTO de cada cidadão, no que tange à sua vida econômica
e social, ou seja, do seu bem-estar social.
FONTE: Adaptado de Pieritz (2013, p. 132-133)
Deste modo, Maciel (2012, p. 29) expõe que hoje em dia a cidadania é
“sinônimo de participação que remete ao exercício da democracia para além das
eleições. Somos ‘controladores’ da política, do orçamento, ou seja, das ações do
Estado como um todo”. Cada cidadão tem o dever e o direito de participar de
todos os espaços democráticos do seu município, Estado ou Federação.
15
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A democracia pode ser exercida de duas formas distintas, pois ela pode ser
direta ou indireta.
• A ética é uma das áreas da filosofia que investiga o agir humano na convivência
com os outros.
• Todos nós possuímos princípios e valores que foram e são constituídos por
nossa sociedade. E, com relação a estes valores, cada um de nós possui uma
visão do que é certo e errado, do que é o bem e o mal.
16
• Existem diferenças nítidas entre ética e moral, sendo que a ética regula a moral,
a ética é generalista e a moral reflete o comportamento socialmente construído
e legitimado pelo seu povo.
• O valor da ética está naquilo que ela explica, o fato real daquilo que foi ou é, e
não no fato de recomendar uma ação ou uma atitude moral.
17
AUTOATIVIDADE
18
A charge acima representa um grupo de cidadãos pensando e agindo de modo
diferenciado, frente a uma decisão cujo caminho exige um percurso ético.
Considerando a imagem e as ideias que ela transmite, avalie as alternativas
que seguem.
Estão corretas:
a) ( ) I e II.
b) ( ) I e V.
c) ( ) II e IV.
d) ( ) III e IV.
e) ( ) III e V.
19
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2
SOCIEDADE E A DIVERSIDADE
1 INTRODUÇÃO
Vamos iniciar o nosso tópico apresentando algumas definições e conceitos
a respeito dos problemas sociais ocasionados pela diversidade que gera diferenças
entre coisas e seres, que por consequência geram os mais diversos preconceitos,
desigualdades e conflitos sociais.
21
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
22
TÓPICO 2 | SOCIEDADE E A DIVERSIDADE
DICAS
Sugerimos que você assista ao filme Mandela, que fala sobre a vida do ex-
presidente da África do Sul e líder da luta contra o Apartheid. O filme tem como diretor
Justin Chadwick.
23
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
Como nos diz Carlos Rodrigues Brandão (1986 apud GOMES, 2007, p.
25), “por diversas vezes, os grupos humanos tornam o outro diferente para fazê-
lo inimigo”. Aprofundando essa reflexão, tomamos como exemplo a Constituição
Federal de 1988, que trata no Artigo 5º dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos:
24
TÓPICO 2 | SOCIEDADE E A DIVERSIDADE
25
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
AUTOATIVIDADE
26
TÓPICO 2 | SOCIEDADE E A DIVERSIDADE
AUTOATIVIDADE
27
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
São atitudes que acontecem no dia a dia, por meio de atos, gestos ou
palavras que tentam diminuir, rebaixar os modos de ser, agir e sentir
dos outros. E, algumas vezes, elas ocorrem sem que as percebamos com
clareza, até senti-las na própria pele – por exemplo, quando não somos
aceitos por alguém ou por um grupo. Neste caso, somos vítimas de um
preconceito aberto, direto e explícito. E isso já aconteceu com todos
nós, de um modo ou de outro. Mas há também o preconceito indireto,
implícito, como as piadas de mau gosto, que ofendem as pessoas só
por causa de sua raça, nacionalidade, sexo e outras características.
No entanto, parece que pouco têm efeito as leis que reprimem essas
práticas discriminatórias, preconceituosas e racistas, visto que, infelizmente,
parece existir uma autorrejeição por parte de algumas pessoas ou grupos que
ainda mantêm certos padrões de comportamento que não mais condizem com
a realidade dos padrões atuais e universais, dos direitos constituídos e com o
processo democrático, com as leis de proteção às crianças, aos idosos, aos negros,
às mulheres, aos indígenas, aos deficientes físicos, entre outros. São seres humanos
que sofrem discriminação e negação de direitos que estão incluídos na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, conforme citado no parágrafo acima.
28
TÓPICO 2 | SOCIEDADE E A DIVERSIDADE
Com base no que foi dito e analisado até aqui, nos parece que o ponto de
partida para a solução, pelo menos de parte dos problemas raciais, das diferenças,
da exclusão e da inclusão social, pode estar na educação de base, ou seja, se o
29
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
aluno tiver uma educação inicial que o motive a ultrapassar essas barreiras. A
partir daí ele poderia formar uma base sólida para ingressar na faculdade melhor
preparado, o que sem dúvida é parte integrante para o seu desenvolvimento
profissional e pessoal.
DICAS
30
TÓPICO 2 | SOCIEDADE E A DIVERSIDADE
Ainda com base nesse raciocínio, “[...] a educação escolar não pode ser
pensada nem realizada senão a partir da ideia de uma formação integral do
aluno – segundo suas capacidades e seus talentos – e de um ensino participativo,
solidário, acolhedor” (MANTOAN, 2006, p. 9). Reverter o que historicamente
foi construído é difícil, implica em construir alternativas que possibilitem a
emancipação social dos diferentes sujeitos, fazendo uma clara opção política
por um compromisso contra as discriminações, as desigualdades e o respeito à
diversidade cultural.
31
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
Assim, falar sobre inclusão escolar e/ou social é falar sobre a conscientização
humana na democratização das relações entre os povos e os demais indivíduos
que fazem parte do contexto social como um todo, independentemente de credo,
raça, poder aquisitivo ou posição social, visto que fazemos parte de uma mesma
sociedade e as diferenças fazem parte integrante do equilíbrio social e da própria
espécie humana. No entanto, fica aqui a indagação: quais as oportunidades que
estão sendo oferecidas pelos agentes sociais a essa massa de desamparados e
excluídos do sistema social?
32
TÓPICO 2 | SOCIEDADE E A DIVERSIDADE
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UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
AUTOATIVIDADE
34
TÓPICO 2 | SOCIEDADE E A DIVERSIDADE
O que Assmann e Sung (2000) nos esclarecem é que o ser humano precisa,
em primeiro lugar, conscientizar-se do seu papel na sociedade, e que isso não pode
ser uma ação única, mas sim uma ação conjunta, como um grande suporte em
prol da democratização solidária. Essa solidariedade deve trazer benefícios tanto
para o indivíduo, quando analisado separadamente, quanto na sua convivência
em sociedade, ou seja, a relação do indivíduo com ele mesmo ou no convívio
social. E na sequência os autores analisam com muita propriedade o resultado
ocasionado por esse processo de interação:
35
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
36
TÓPICO 2 | SOCIEDADE E A DIVERSIDADE
Caros acadêmicos, de acordo com o que vimos, percebemos que uma das
verdades absolutas é que: sempre haverá o eu e o outro, e esse outro será sempre
diferente do eu, e essa diferença continuará sendo o fio condutor responsável pela
diversidade cultural e pelos diversos tipos de conflitos sociais, seja no sentido
negativo ou no sentido positivo.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Falar sobre inclusão escolar e/ou social é falar sobre a conscientização humana
na democratização das relações entre os povos e os demais indivíduos que
fazem parte do contexto social como um todo, independentemente de credo,
raça, poder aquisitivo ou posição social, visto que fazemos parte de uma
mesma sociedade e as diferenças fazem parte integrante do equilíbrio social e
da própria espécie humana.
38
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e V.
c) ( ) II, III e IV.
d) ( ) I, II, IV e V.
e) ( ) I, III, IV e V.
39
( ) Na Educação Inclusiva, o aluno com deficiência tem a facilidade de
construir conhecimento como os demais e de demonstrar a sua capacidade
cognitiva, principalmente nas escolas que mantêm um modelo conservador
de atuação e uma gestão autoritária e centralizadora.
( ) Na Educação Inclusiva, a escola se baseia na lógica do concreto e na
repetição alienante e descontextualizada das atividades.
( ) A Educação Inclusiva requer que os sistemas educacionais modifiquem
não apenas as suas atitudes e expectativas em relação aos alunos com
deficiência, mas que se organizem para construir uma real escola para todos,
onde o currículo leve em conta a diversidade e seja concebido com o objetivo de
reduzir barreiras atitudinais e conceituais e se pautar por uma ressignificação
do processo de aprendizagem na sua relação com o desenvolvimento humano.
a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – F – V – V.
c) ( ) V – V – F – V.
d) ( ) F – V – V – F.
40
UNIDADE 1
TÓPICO 3
MULTICULTURALISMO: VIOLÊNCIA,
TOLERÂNCIA/INTOLERÂNCIA E
RELAÇÕES DE GÊNERO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos trabalhar o conceito de multiculturalismo, enfatizando
as origens do surgimento do movimento e os campos de conhecimento que
acolhem os estudos multiculturais. Nesse sentido, temos como objetivo situar o
multiculturalismo do ponto de vista político (movimentos sociais multiculturais
e políticas públicas) e teórico (ciências multiculturalistas), visando oferecer
conteúdo de base para a interpretação desse campo de estudos.
2 CONCEITUANDO MULTICULTURALISMO
Como a própria etimologia da palavra nos sugere, o termo “multi”
significa vários; o termo “culturalismo” refere-se à cultura; e o sufixo “ismo”
está associado às posições assumidas ou ideias aceitas sobre a possibilidade
do conhecimento, ou seja, no caso do multiculturalismo significa uma posição
assumida sobre as diferentes relações entre as várias culturas.
O ‘multiculturalismo’ é um termo polissêmico e existem, pelo menos,
dois sentidos diferentes em que este pode ser utilizado. Um primeiro
sentido é descritivo e reporta a um fato da vida humana e social, que
é a diversidade cultural étnica, religiosa que se pode observar no
tecido social, ou seja, um certo cosmopolitismo que atualmente é
fácil de ver em qualquer grande cidade da Europa e da América do
Norte. Um segundo sentido é prescritivo e está associado às chamadas
políticas de reconhecimento da identidade e/ou da diferença que os
poderes públicos prosseguem, ou deveriam prosseguir, segundo os
seus defensores, em nome dos grupos minoritários e/ou ‘subalternos’
(FERNANDES, 2011, p. 2, grifos do original).
diferentes grupos sociais na luta pelo respeito à diversidade. Por isso, além de
estudos teóricos e empíricos, o termo implica na conquista de reivindicações das
chamadas minorias ou grupos marginalizados, como os negros, índios, mulheres,
homossexuais e outros tantos que buscam assegurar seus direitos sociais através
de políticas públicas de ação afirmativa.
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TÓPICO 3 | MULTICULTURALISMO: VIOLÊNCIA, TOLERÂNCIA/INTOLERÂNCIA E RELAÇÕES DE GÊNERO
3 SURGIMENTO DO MULTICULTURALISMO
O termo multiculturalismo é relativamente recente e sua utilização ocorreu
pela primeira vez na Inglaterra, entre as décadas de 1960 e 1970. De acordo com
Fernandes (2006), o multiculturalismo surgiu na linguagem oficial do Canadá e
na Austrália, para designar as políticas públicas com o objetivo de valorizar e/ou
promover a diversidade cultural. Ainda nesse período, o autor destaca que outros
países anglo-saxônicos, como o Reino Unido, a Nova Zelândia e os EUA, também
iniciam políticas públicas qualificadas como multiculturais.
NOTA
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UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
NOTA
NOTA
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TÓPICO 3 | MULTICULTURALISMO: VIOLÊNCIA, TOLERÂNCIA/INTOLERÂNCIA E RELAÇÕES DE GÊNERO
5 MOVIMENTO FEMINISTA
O surgimento dos estudos atuais sobre a condição feminina, o Estudo
de Gênero só foi possível porque, ao longo do tempo, o movimento social de
mulheres “fez muito barulho”, denunciando as situações de opressão, preconceito
e dominação que sofreram. A amplitude do movimento feminista não pode e não
deve ser reconhecida apenas como um dos movimentos de luta das mulheres,
porque muitas mulheres com perfis e histórias diferentes participaram. Se hoje
o gênero representa uma categoria de análise tão importante para as ciências
humanas e sociais, é porque se fez legítimo pelas tantas batalhas dos movimentos
feministas, tornando-se fundamental para a compreensão das relações humanas.
5.1 FEMINISMO
O feminismo é um conceito múltiplo, ele possui uma dimensão política,
que se refere aos movimentos de luta por direitos, e uma dimensão acadêmica,
que se refere aos estudos da condição feminina. A dimensão acadêmica, ou seja,
o campo de pesquisa e de conhecimento sobre as mulheres, pode ser considerada
multidisciplinar, porque ocorre em diferentes campos disciplinares, como:
Antropologia, História, Educação, Sociologia, Direito e vários outros.
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UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
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TÓPICO 3 | MULTICULTURALISMO: VIOLÊNCIA, TOLERÂNCIA/INTOLERÂNCIA E RELAÇÕES DE GÊNERO
Uma das autoras mais importantes da segunda onda é Betty Friedan, com
seu famoso livro A Mística Feminina (The Feminine Mystique, 1963).
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UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
6 CONCEITUANDO GÊNERO
O conceito de gênero surge no Brasil através de pesquisadoras norte-
americanas, que vão tratar as relações entre homens e mulheres de forma a negar
as diferenças biológicas como constituidoras das identidades dos seres humanos,
e introduzir a perspectiva de que somos construídos a partir de determinados
mecanismos sociais. Uma das pensadoras responsáveis por essa nova perspectiva
é a autora Joan Scott. No artigo intitulado “Gênero: uma categoria útil de análise
histórica”, ela diz que:
48
TÓPICO 3 | MULTICULTURALISMO: VIOLÊNCIA, TOLERÂNCIA/INTOLERÂNCIA E RELAÇÕES DE GÊNERO
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UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
Eu respondo com um fato real. Dei uma palestra sobre esta ideologia,
a todos os professores de uma cidade de 7.000 habitantes, numa área
rural da minha província. Gente simples e trabalhadora. Ao concluí-
la, uma professora comentou em voz alta: ‘Agora eu entendo porque
há alguns dias meu filho de sete anos me perguntou: mamãe, eu sou
menino ou menina …? As pessoas formadas e maduras estão imunes
dessa ideologia, mas se a permitirmos penetrar nas crianças desde tenra
idade – cinema, rádio, TV, escola, revistas -, em muitos casos, teremos
que lamentar com o tempo tragédias de todo tipo (SCALA, 2012, s.p.).
Vejamos o que nos apresenta o autor Dale O’Leary (1997, p. 1), em sua
obra “A agenda de gênero”.
50
TÓPICO 3 | MULTICULTURALISMO: VIOLÊNCIA, TOLERÂNCIA/INTOLERÂNCIA E RELAÇÕES DE GÊNERO
DICAS
FONTE: Chauí, M. O Que é Ideologia. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 2001. Disponível em:
<https://goo.gl/VMihTF>. Acesso em: 9 set. 2017.
7 ESTUDOS DE GÊNERO
Especialmente nas três últimas décadas, os estudos de gênero passaram
a se preocupar com várias questões relativas ao universo das relações sociais.
Observar a realidade a partir da análise de gênero possibilitou novas interpretações
sobre o comportamento humano e a observação das desigualdades de gênero.
Vejamos, a seguir, alguns estudos de gênero e suas principais contribuições.
52
TÓPICO 3 | MULTICULTURALISMO: VIOLÊNCIA, TOLERÂNCIA/INTOLERÂNCIA E RELAÇÕES DE GÊNERO
Você deve ter percebido que nos últimos cinco ou dez anos houve, no
Brasil, uma evidente tendência ao uso do termo gênero – em referência aos papéis
masculinos e femininos das pessoas – em substituição ao termo sexo – referente ao
sexo biológico – em muitos sites governamentais e não governamentais, quando da
necessidade de informar dados pessoais para cadastros. Já se deparou com isso?
53
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
como “de onde vim?”, “o que sou?” e “para onde vou?” não seriam tão intrigantes
quanto são para a única espécie capaz de raciocinar sobre si mesma, o Homo sapiens.
Assim, o modo como o termo gênero vem sendo utilizado nos diversos
meios de comunicação apresenta uma fragilidade. Por exemplo, se o gênero
representa o comportamento social da pessoa e o sexo a determinação biológica,
as duas perguntas deveriam ser feitas. Agora, se só existe uma espécie humana e
nesta se manifestam apenas dois sexos (ou dois gêneros), estaria coerente discutir
relações de gênero?
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TÓPICO 3 | MULTICULTURALISMO: VIOLÊNCIA, TOLERÂNCIA/INTOLERÂNCIA E RELAÇÕES DE GÊNERO
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O feminismo como conceito múltiplo. Ele possui uma dimensão política, que
se refere aos movimentos de luta por direitos, e uma dimensão acadêmica, que
se refere aos estudos da condição feminina.
56
• A segunda onda feminista tem como cenário de surgimento os Estados
Unidos já no século XX, na década de 1960, na medida em que o processo de
industrialização se acelera. O movimento feminista, neste momento histórico,
luta por melhores condições de trabalho e renda, além de questionar as relações
na família.
57
AUTOATIVIDADE
58
É correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e II, apenas.
d) ( ) II e III apenas.
e) ( ) I, II e III.
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) F – V – F – F.
c) ( ) F – F – V – F.
d) ( ) F – V – F – V.
59
( ) A Terceira Onda Feminista inicia na década de 1990, com o objetivo de
compreender os problemas femininos de um ponto de vista mais amplo, e não
apenas do ponto de vista das "mulheres brancas de classe média-alta", como
fez a segunda onda.
a) ( ) F – F – V – V.
b) ( ) F – V – F – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) V – V – F – V.
TEXTO 1
Em 2001, a incidência da sífilis congênita – transmitida da mulher para o
feto durante a gravidez – era de um caso a cada mil bebês nascidos vivos.
Havia uma meta da Organização Pan-Americana de Saúde e da Unicef de
essa ocorrência diminuir no Brasil, chegando, em 2015, a cinco casos de
sífilis congênita por 10 mil nascidos vivos. O país não atingiu esse objetivo,
tendo se distanciado ainda mais dele, embora o tratamento para sífilis seja
relativamente simples, à base de antibióticos. Trata-se de uma doença para a
qual a medicina já encontrou a solução, mas a sociedade ainda não.
FONTE: Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 23 jul. 2017 (adaptado).
TEXTO 2
O Ministério da Saúde anunciou que há uma epidemia de sífilis no Brasil. Nos
últimos cinco anos, foram 230 mil novos casos, um aumento de 32% somente
entre 2014 e 2015. Por que isso aconteceu?
Primeiro, ampliou-se o diagnóstico com o teste rápido para sífilis realizado
na unidade básica de saúde e cujo resultado sai em 30 minutos. Aí vem o
segundo ponto, um dos mais negativos, que foi o desabastecimento, no país,
da matéria-prima para a penicilina. O Ministério da Saúde importou essa
penicilina, mas, por um bom tempo, não esteve disponível, e isso fez com
que mais pessoas se infectassem. O terceiro ponto é a prevenção. Houve, nos
últimos dez anos, uma redução do uso do preservativo, o que aumentou, e
muito, a transmissão.
A incidência de casos de sífilis, que, em 2010, era maior entre homens, hoje recai
sobre as mulheres. Por que a vulnerabilidade neste grupo está aumentando?
As mulheres ainda são as mais vulneráveis a doenças sexualmente
transmissíveis (DST), de uma forma geral. Elas têm dificuldade de negociar
o preservativo com o parceiro, por exemplo. Mas o acesso da mulher ao
diagnóstico também é maior, por isso, é mais fácil contabilizar essa população.
Quando um homem faz exame para a sífilis? Somente quando tem sintoma
aparente ou outra doença. E a sífilis pode ser uma doença silenciosa. A mulher,
60
por outro lado, vai fazer o pré-natal e, automaticamente, faz o teste para a
sífilis. No Brasil, estima-se que apenas 12% dos parceiros sexuais recebam
tratamento para sífilis.
FONTE: Entrevista com Ana Gabriela Travassos, presidente da regional baiana da
Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis. Disponível em: <http://www.
agenciapatriciagalvao.org.br>. Acesso em: 25 jul. 2017 (adaptado).
TEXTO 3
Vários estudos constatam que os homens, em geral, padecem mais de
condições severas e crônicas de saúde que as mulheres e morrem mais que
elas em razão de doenças que levam a óbito. Entretanto, apesar de as taxas de
morbimortalidade masculinas assumirem um peso significativo, observa-se
que a presença de homens nos serviços de atenção primária à saúde é muito
menor que a de mulheres.
GOMES, R.; NASCIMENTO, E.; ARAUJO, F. Por que os homens buscam menos os serviços de
saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com
ensino superior. Cad. Saúde Pública [on-line], v. 23, n. 3, 2007 (adaptado).
A pessoa trans precisa que alguém ateste, confirme e comprove que ela pode
ser reconhecida pelo nome que escolheu. Não aceita que se autodeclare
mulher ou homem. Exige que um profissional de saúde diga quem ela é. Sua
declaração é o que menos conta na hora de solicitar, judicialmente, a mudança
dos documentos.
FONTE: Disponível em: <http://www.ebc.com.br>. Acesso em: 31 ago. 2017 (adaptado).
61
Usava meu nome oficial, feminino, no currículo porque diziam que eu estava
cometendo um crime, que era falsidade ideológica se eu usasse outro nome.
Depois fui pesquisar e descobri que não é assim. Infelizmente, ainda existe
muita desinformação sobre os direitos das pessoas trans.
FONTE: Disponível em: <http://www.brasil.elpais.com>. Acesso em: 31 ago. 2017 (adaptado).
Uma vez o segurança da balada achou que eu tinha, por engano, mostrado o
RG do meu namorado. Isso quando insistem em não colocar meu nome social
na minha ficha de consumação.
FONTE: Disponível em: <http://www.brasil.elpais.com>. Acesso em: 31 ago. 2017 (adaptado).
Com base nessas falas, discorra sobre a importância do nome para as pessoas
transgêneras e, nesse contexto, proponha uma medida, no âmbito das políticas
públicas, que tenha como objetivo facilitar o acesso dessas pessoas à cidadania.
62
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Nosso tempo apresenta enormes desafios éticos que decorrem da
diversidade cultural das sociedades contemporâneas, do consumismo, do
individualismo, do hedonismo, do desprezo ao próximo e à natureza, gerando
um quadro de crise que tem sérias implicações sobre a ética, sobre os valores e
sobre a responsabilidade social.
2 SETOR PRIVADO
Toda a realidade relatada anteriormente vem acompanhada do
entendimento de que cada setor da sociedade tem suas responsabilidades.
O setor privado, por mais óbvio que seja, não deveria ter participação
do setor público. Esse setor também é conhecido como ‘iniciativa privada’ e tem
papel preponderante na economia e desenvolvimento de um país.
63
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
3 TERCEIRO SETOR
Tradicionalmente, as organizações são pensadas e divididas a partir de
uma lógica política administrativa que dirige a organização, partindo de dois
pontos: de ordem pública ou de ordem privada. As organizações que estão fora
desses dois grupos, que não apresentam objetivo meramente lucrativo ou não
(apenas) desempenham funções públicas, são as organizações sociais, ou seja,
todas as organizações residuais são definidas nesse guarda-chuva, o que abarca
um conjunto muito heterogêneo de tipos e práticas. Não podemos aqui confundir
com o terceiro setor do ponto de vista econômico, ou também conhecido como
setor terciário, que se caracteriza por desenvolver as atividades de comércio da
produção industrial, e por serviços, como transportes, telecomunicações e energia.
Assim, pode-se afirmar que o terceiro setor não é público nem privado.
Ele se situa num entremeio, preenchendo lacunas do Estado através de uma
atuação na esfera privada. Assim, as organizações visam prestar serviços com
fins de atender demandas sociais em áreas como saúde, educação, cultura etc.
Seu formato típico não é da Organização Não Governamental (ONG), e sim do
setor estatal e do setor privado, que visam suprir as falhas do Estado e do setor
64
TÓPICO 4 | RESPONSABILIDADE SOCIAL: SETOR PÚBLICO, SETOR PRIVADO E TERCEIRO SETOR
De fato, a imagem das Organizações Sociais colou nas ONGs, mas elas
são, na verdade, múltiplas e assumem vários formatos. Uma das críticas a
essas organizações seria sobre uma atuação que serviria apenas a fins privados,
não abrangendo a dimensão social da questão. Outro ponto seria sobre o
enriquecimento de algumas organizações, que obtinham lucro irregularmente.
Entretanto, as organizações sociais se apresentam como uma alternativa que,
quando considerados todos os seus preceitos, funcionam efetivamente junto à
população.
3.1 HISTÓRICO
O surgimento das Organizações Sociais acontece no contexto de crise do
último quarto do século XX, a partir da proposta de Estado mínimo nos anos
1980 pelo neoliberalismo, que significa a maior redução possível do Estado na
economia, o que significou um corte nos programas destinados ao apoio da
população. Na década de 1990 essa proposta começa a se mostrar irreal e se inicia
um retorno do Estado a uma posição mais atuante.
65
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
o século XXI é o momento em que o público não estatal torna-se chave para a
manutenção da vida social. Outro ponto que fortalece é a visão dessas organizações
como espaço possível para a prática da cidadania, tornando efetiva a democracia
participativa.
66
TÓPICO 4 | RESPONSABILIDADE SOCIAL: SETOR PÚBLICO, SETOR PRIVADO E TERCEIRO SETOR
O objetivo material imediato (a terra) ‘não basta’, como dizem, deve vir
acompanhado de lutas pelos direitos sociais (a cidadania plena) e em
direção à construção de uma sociedade mais justa (a socialista). Para
atingir este objetivo é que a educação, considerada como um direito
essencial, deve se desenvolver como um processo que inclui educação
formal (ensino fundamental) e informal (participação no movimento,
nas mobilizações, em ações de solidariedade etc.), incluindo neste
processo todas as gerações e gêneros (SCHERER-WARREN, 2000, p. 48).
67
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
E
IMPORTANT
68
TÓPICO 4 | RESPONSABILIDADE SOCIAL: SETOR PÚBLICO, SETOR PRIVADO E TERCEIRO SETOR
DICAS
O diretor Sergio Bianchi desenvolve uma crítica sobre a atuação das ONGs no
Brasil. Busque e assista!
69
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
70
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
71
AUTOATIVIDADE
72
2 Com os protestos de junho de 2013, veio à tona a insatisfação popular
quanto aos rumos como a política no Brasil está sendo gestada. Entretanto,
deve-se ter conhecimento dos espaços e atores políticos para além do governo
que aproximam a sociedade civil de uma ação mais contundente. Sobre o
tema, associe os itens, utilizando o código a seguir:
a) ( ) III - I - II.
b) ( ) I - II - III.
c) ( ) II - III - I.
d) ( ) III - II - I.
73
74
UNIDADE 1
TÓPICO 5
CULTURA E ARTE
1 INTRODUÇÃO
A cultura e a arte são áreas que interagem entre si e com as demais áreas
de conhecimento. Estudar, pesquisar e refletir sobre as diferentes culturas e suas
manifestações artísticas possibilita a compreensão da vida e das relações entre os
sujeitos no meio social. A cultura, assim como a arte, é dinâmica, vai mudando
conforme o tempo e o espaço. A cultura e a arte devem ser estudadas a partir de
três concepções: erudita, popular e de massa.
75
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
2 CULTURA
A cultura é um aspecto social mutante em constante questionamento, pois
é considerada por muitos pesquisadores como representação da intervenção da
sociedade nos ambientes, sendo por isso difícil de conceituar. Para José Luiz dos
Santos (2006, p. 45):
José Luiz dos Santos (2006, p. 7) descreve que a cultura é uma preocupação
do mundo atual, buscando “entender os caminhos que conduziram os grupos
humanos às suas relações presentes e suas perspectivas de futuro”. O autor,
quando relata cultura e diversidade, descreve que:
A cultura pode ser entendida como importante agente para debater o estar
e ser no mundo, que é entendido como um movimento que está intimamente
ligado a tudo e a todos os aspectos sociais, culturais, históricos e filosóficos.
Segundo José Luiz dos Santos (2006, p. 8), “cada realidade cultural tem sua lógica
interna, que devemos conhecer para que façam sentido suas práticas, costumes,
concepções e as transformações pelas quais passam”.
AUTOATIVIDADE
77
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
Cada povo, cada região tem suas especificidades culturais que compreendem
a sua forma de pensar e de agir, evidenciando a diversidade cultural existente. A
partir da diversidade cultural compreende-se a identidade cultural de cada povo.
Para Oliveira (2006, p. 84): “a identidade se constrói com relação à alteridade.
Com aquilo que não sou eu. É diante da diferença do outro que a minha diferença
aparece”. Diferentes nações, etnias, identidades regionais, comunidades ou outros
tipos de grupos sociais organizam e dão sentido à sua existência.
78
TÓPICO 5 | CULTURA E ARTE
3 ARTE
“A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas,
como se sente que são”. (Fernando Pessoa, 1986)
O belo para a arte passa a ser concebido pela experiência artística. A partir da
abordagem do belo ou juízo do gosto, a arte também é estudada por uma disciplina
79
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
A arte é muitas coisas. Uma das coisas que a arte é, parece, é uma
transformação simbólica do mundo. Quer dizer: o artista cria um
mundo outro – mais bonito ou mais intenso ou mais significativo, ou
mais ordenado – por cima da realidade imediata [...]. Naturalmente,
esse mundo do outro que o artista cria ou inventa nasce de sua cultura,
de sua experiência de vida, das ideias que ele tem na cabeça, enfim, de
sua visão de mundo [...] (GULLAR, 1982 apud CHAUÍ, 2003, p. 271).
80
TÓPICO 5 | CULTURA E ARTE
Óleo sobre madeira de álamo, color. 77 cm x 53,5 cm. Museu do Louvre, Paris.
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mona_Lisa#/media/
File:Mona_Lisa,_by_Leonardo_da_Vinci,_from_C2RMF_retouched.jpg>. Acesso
em: 20 maio 2015.
81
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
Chauí (2003, p. 403) descreve que “a obra de arte dá a ver, a ouvir, a sentir,
a pensar, a dizer. Nela e por ela, a realidade se revela como se jamais a tivéssemos
visto, ouvido, sentido, pensado ou dito”. Assim, para a autora (2003, p. 407), as
artes na atualidade tornam-se:
82
TÓPICO 5 | CULTURA E ARTE
Pintura a óleo. 349 cm x 776 cm. Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia.
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Guernica_%28quadro%29#/media/
File:Mural_del_Gernika.jpg>. Acesso em: 20 maio 2015.
83
UNIDADE 1 | CIDADANIA E SOCIEDADE
84
TÓPICO 5 | CULTURA E ARTE
85
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
86
AUTOATIVIDADE
A B C
Homem idoso na poltrona. Figura e borboleta. Milton O grito. Edvard Munch, Oslo.
Rembrandt van Rijn – Louvre, Dacosta. Disponível em: <http://
Paris. Disponível em: <http://www. members.cox.net>.
Disponível em: <http://www. unesp.br>.
allposters.com>.
C D
87
88
UNIDADE 2
POLÍTICA, TECNOLOGIA E
GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS
SOBRE A SOCIEDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
89
90
UNIDADE 2
TÓPICO 1
CIÊNCIA, TECNOLOGIA,
SOCIEDADE E AMBIENTE
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, para adentrarmos nos assuntos relacionados à Ciência,
Tecnologia e Sociedade é necessário entendermos os fundamentos de cada tema,
e, somente então, relacionarmos com o todo. Desta forma, convidamos você a
discutir ciência sob diferentes óticas, analisar definições e pensamentos acerca da
tecnologia e interpretar a sociedade.
2 CIÊNCIA
Entender eventos, situações ou fatos novos é sempre uma tarefa fácil para
você? Se fosse designado para a incrível tarefa de defender um determinado
episódio, como você procederia? Essas indagações fazem-se necessárias para que
ampliemos nossos horizontes sobre o fato de que as pessoas constroem formas
próprias para compreender a realidade, seja observando pelo viés cultural,
histórico, geográfico, ambiental.
91
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
Nessa mesma perspectiva, Omnés (1996) também propõe que o método deve
cumprir ainda algumas etapas que visam diminuir a distância entre a cientificidade
do conhecimento e a proposta de explicação do mesmo, que seriam:
• EMPÍRICA OU EXPLORATÓRIA
• análise dos fatos e determinação de regras baseadas na experiência.
Etapa 1
• CONCEPÇÃO OU PERCEPÇÃO
• apropriação de conceitos e criação de princípios.
Etapa 2
• ELABORAÇÃO
• indicação das consequências dos princípios.
Etapa 3
• CONSTATAÇÃO OU COMPROVAÇÃO
• aprovação ou não das hipóteses propostas.
Etapa 4
92
TÓPICO 1 | CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE
3 TECNOLOGIA
O que surge no seu pensamento ao ouvir a palavra tecnologia? Porventura
seriam máquinas sofisticadas, ou, quem sabe, computadores de última geração?
Exatamente, esses são sinônimos de tecnologia, mas convidamos você a aprofundar
seus conhecimentos ainda mais. Veja, pelo menos, outras três vertentes possíveis
para a utilização dessa palavra, segundo Ferreira (2004):
Por mais simplificadas que sejam estas três conceituações, elas permitem
a análise inicial acerca da discussão sobre tecnologia.
E
IMPORTANT
93
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
Pode-se perceber que a técnica está tão enraizada entre a natureza e o ser
humano que, para Santos (2006), é quase impossível separá-la, pois o homem já
não se vê mais sem o uso de tecnologia, que facilita, medeia e auxilia em muitos
processos. Talvez possa surgir aí um fator de preocupação: substituição (em
demasia) dos elementos naturais por processos artificiais. Fica a deixa para você
pesquisar e analisar o que se apresenta de prós e contras nessas questões.
94
TÓPICO 1 | CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE
Pelo que foi apresentado nesta breve explanação, pode-se perceber que as
ações são interligadas e que agem como reação em cadeia. Nesse processo, faz-se
necessário entender a sociedade como agente integrante e mediador de todos os
processos descritos.
4 SOCIEDADE
Ao entender a importância de discutir a sociedade como parte integrante
de todo o processo relacionado à tecnologia, se abre precedentes para muitas
indagações. As discussões seriam inúmeras, pois haveria necessidade de abrir
alinhamentos no mais amplo sentido a fim de ajustar as arestas para que se forme
o conhecimento acerca do assunto. Seja no âmbito político, econômico, social,
cultural, ambiental, faz-se necessário apurar o contexto em que ocorrem, a fim de
compreender seu impacto. Lembrando que a ciência humana apresenta grande
diversidade de pressupostos metodológicos e epistemológicos, e estes serão
abordados, através de alguns autores e suas perspectivas, a seguir.
Fenomenologia
• Edmund Husserl (1859): apregoava que a sociedade necessitava apenas
de análise no âmbito da consciência e que o mundo exterior poderia ser
desconsiderado nesta análise.
Existencialismo
• Heidegger e Jean-Paul Sartre (1905): apresentaram correntes filosóficas que
analisavam a relação entre o homem e o mundo, considerando homem um
ser independente e, portanto, capaz de definir suas próprias ações.
95
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
Pode-se perceber que cada autor defende uma linha de pensamento, ora
específica, ora compartilhada por outro autor, porém, divergentes; no entanto,
nas propostas de conceituação sobre sociedade, cada um nas suas perspectivas
defende seus pontos de vista. Vejamos, por exemplo, Comte, em cuja teoria fez uso
de leis e métodos das ciências naturais, entendendo a sociedade como um grande
organismo vivo, interligado e interdependente. O principal conceito defendido
por Comte era de que a sociedade evoluía apenas em uma direção, ou seja, sua
postura frente às mudanças era conservadora. Com base nesta teoria surgiram
outras, nesta mesma linha de pensamento, denominadas como Neopositivismo.
Marx, por sua vez, defendia a ideia de que a sociedade, como capitalista,
começara a dividir as classes sociais e tal divisão proporcionava observar a
evolução da sociedade num viés de produtividade e capitalismo.
Husserl tinha grande preocupação com a essência dos objetos e não com
o materialismo. Desta forma, considerava mais importante a experiência da
consciência do que os demais fatores materiais ou ideias.
96
TÓPICO 1 | CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE
97
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
98
TÓPICO 1 | CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE
O meio natural
O meio técnico
99
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
O meio técnico-científico-informacional
Essa união entre técnica e ciência vai dar-se sob a égide do mercado.
E o mercado, graças exatamente à ciência e à técnica, torna-se um mercado
global. A ideia de ciência, a ideia de tecnologia e a ideia de mercado global
devem ser encaradas conjuntamente, e desse modo podem oferecer uma
nova interpretação à questão ecológica, já que as mudanças que ocorrem na
natureza também se subordinam a essa lógica.
100
TÓPICO 1 | CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE
101
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
Após esta leitura, você pode traçar os principais pontos elencados pelo autor?
103
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
Uma importante observação precisa ser feita sobre esse ponto: deve-se
cuidar para que os avanços tecnológicos não venham a causar o determinismo
tecnológico, o que ocasionaria o mesmo pensamento de que a ciência e a
tecnologia são neutras. Nesse momento, o que se deve buscar é usar a tecnologia
como ferramenta e não como base.
104
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
105
AUTOATIVIDADE
106
d) ( ) O receptor autorizado tem um espaço da fala para opinar e contradizer,
não sendo necessário que suas funções sejam definidas na estrutura
do campo comunicativo.
e) ( ) Na comunicação de massa, o espaço social sui generis é transformado
em um espaço social heterogêneo, em que emissor e receptor têm
papéis bem definidos.
107
108
UNIDADE 2 TÓPICO 2
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO (TIC)
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, ao falarmos das tecnologias da informação e comunicação
como fator determinante no advento da sociedade da informação, estamos a falar
das transformações resultantes do processo da globalização de mercados e dos
avanços do uso dos processos tecnológicos na vida cotidiana dos indivíduos.
Desse mosaico de transformações exercidas pelos meios tecnológicos na vida
cotidiana dos indivíduos emerge o conceito de sociedade da informação. Sob
este prisma, o que iremos apresentar nas próximas páginas busca assinalar as
tecnologias da informação e comunicação como fator determinante no advento da
sociedade da informação. Portanto, esperamos que este tópico possa contribuir,
de certa forma, para inseri-lo no debate sobre a sociedade da informação e que
sirva de ferramenta para expandir o seu horizonte pensante.
2 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO (TIC) COMO FATOR DETERMINANTE NO
ADVENTO DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Nos últimos anos do século XX o mundo vem adquirindo uma nova
configuração, fundamentada nas tecnologias da informação e da comunicação.
A sociedade pós-industrial vem sofrendo modificações de forma acelerada,
reestruturando o capitalismo, na medida em que todas as economias do planeta
passam a interdepender umas das outras, em escala global.
109
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
Esse processo, que teve a sua origem no fim dos anos 1960 e início dos
anos 1970, não foi, por si só, responsável pela nova forma de organização social.
Centrado na ideia de informação e comunicação, o uso das TIC resultou da
interação de três processos independentes: revolução da tecnologia da informação;
da economia (crise econômica do capitalismo e do estatismo e a consequente
reestruturação de ambos); e apogeu de movimentos sociais e culturais, tais como
a afirmação das liberdades individuais, dos direitos humanos, do feminismo e do
ambientalismo (CASTELLS, 2001).
110
TÓPICO 2 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC)
processo foi de extrema importância, pois seu papel conferiu uma dinâmica e
formação de redes das diversas esferas da atividade humana. Esta nova lógica
preponderante de redes, sobre a qual a nova sociedade se assenta, transformou
todos os domínios de vida social e econômica.
111
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
E COMUNICAÇÃO – TIC
Desde os primórdios da humanidade, o homem sempre sentiu a
necessidade de se comunicar com os outros homens. As novas tecnologias vêm
efetuando mudanças sociais drásticas nos diversos segmentos da sociedade. As
chamadas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) têm se apresentado
como um fator decisivo na nova organização social, sem precedentes na história.
112
TÓPICO 2 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC)
Assim, na visão de Masi (1999), esta lógica, em que a tecnologia se torna uma
ferramenta indispensável nas relações de produção, obrigou o mundo da produção
industrial a sofrer grandes mudanças, tanto no processo de regulamentação da
empresa, como na organização do trabalho, de forma a responder aos imperativos
que a própria tecnologia trouxe para o aperfeiçoamento das condições de vida do
homem. Nesse sentido, para Masi (1999, p. 158), as principais transformações
provocadas por esses imperativos são as seguintes:
Com base nessa citação, torna-se claro que a tecnologia não determina a
sociedade, nem a sociedade escreve o curso da transformação tecnológica. Portanto,
para Castells (2001), a tecnologia e a sociedade são categorias interdependentes,
113
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
na medida em que a sociedade não pode ser entendida ou representada sem suas
“ferramentas tecnológicas”. Nesse sentido, para Castells (2001), a tecnologia é
uma condicionante, e não determinante, da sociedade.
Sob esta ótica, a tecnologia não pode ser vista como uma “ferramenta”
que busca resolver problemas imediatos que se apresentam numa determinada
sociedade, mas sim como um meio integrante e compatível com a sociedade em
que está inserida. Para o sociólogo espanhol Manuel Castells Oliván, o suposto
dilema do determinismo tecnológico é falso. Portanto, não se trata de perguntar
se a tecnologia determina comportamentos na sociedade ou se a sociedade
é quem controla a tecnologia. Como diz Castells (2001, p. 25), “a tecnologia é
a sociedade e a sociedade não pode ser entendida ou representada sem suas
ferramentas tecnológicas”. Isso não impede de admitir que no começo é uma
parte da sociedade que dá o start, para depois os outros se apropriarem das
inovações. Foi o que aconteceu nos EUA, quando um setor específico da sociedade
introduziu essas novas formas de produção, comunicação, gerenciamento e vida
(CASTELLS, 2001).
114
TÓPICO 2 | TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC)
115
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
● Tecnologia não pode ser confundida com ciência, na medida em que ela
consiste de conhecimentos práticos sobre como usar recursos materiais, ao
passo que a ciência consiste de conhecimento abstrato e teorias sobre como o
processo do conhecimento se constrói.
116
AUTOATIVIDADE
a) ( ) II e IV.
b) ( ) I e II.
c) ( ) III e IV.
d) ( ) I, II e III.
e) ( ) I, III e IV.
118
UNIDADE 2
TÓPICO 3
AVANÇOS TECNOLÓGICOS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, ao falarmos de avanços tecnológicos, se torna importante
compreendermos sobre as práticas de inovação, compreender comunidades
virtuais e seus impactos e conhecer um pouco das novidades tecnológicas
existentes.
A tecnologia faz parte do nosso dia a dia e vem se expandindo cada vez
mais. Neste tópico, queremos apenas trazer algo sobre as novas tecnologias, mas
fique antenado nos noticiários, todos os dias temos o lançamento de uma nova
tecnologia.
119
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
3 COMUNIDADES VIRTUAIS
Você já ouviu falar em comunidade virtual? Também encontramos
com o nome de grupo virtual, mas perante a bibliografia vamos trabalhar com
comunidade virtual.
120
TÓPICO 3 | AVANÇOS TECNOLÓGICOS
NOTA
FONTE: Os autores
121
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
DICAS
Quer conhecer mais sobre a Cibercultura? Então leia o livro de Pierre Lévy.
Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999.
122
TÓPICO 3 | AVANÇOS TECNOLÓGICOS
123
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
Quais são os aspectos críticos que definem uma tecnologia de rede social?
Tradicionalmente, os traços dessas ferramentas incluem a criação de um login no
site, que fornece uma página de perfil, em que muitas vezes você pode adicionar
fotos e outros conteúdos. Você pode se conectar com outras pessoas que conhece
ou pode encontrar novas pessoas através do site, tornando-se o seu "amigo". Este
título serve para designar, no site, que duas pessoas estão ligadas de alguma
forma. Isso proporciona a capacidade de receber atualizações em suas páginas
"de amigos", comunicar-se com eles através de e-mail no local/comentários/chat, e
criar grupos específicos no site em torno de temas ou conteúdo. A seguir, veremos
algumas novidades tecnológicas.
DICAS
Alguns sites que você deve acessar para ficar dentro das atualidades tecnológicas:
<http://www.cienciahoje.pt/3445>
<http://olhardigital.uol.com.br/home>
<http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia>
<http://revistapesquisa.fapesp.br/>
<http://www2.uol.com.br/sciam/>
<http://www.abc.org.br/centenario/>
<http://www.scielo.org/php/index.php?lang=pt>
124
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
125
AUTOATIVIDADE
126
descoberta de apenas um bug, o suficiente para que a caça a bugs possa fornecer
uma renda significativa. As empresas envolvidas dizem que os programas
de recompensa tornam seus produtos mais seguros. “Nós recebemos mais
relatos de bugs, o que significa que temos mais correções, o que significa uma
melhor experiência para nossos usuários”, afirmou o gerente de programa
de segurança de uma empresa. Mas os programas não estão livres de
controvérsias. Algumas empresas acreditam que as recompensas devem
apenas ser usadas para pegar cibercriminosos, não para encorajar as pessoas a
encontrar as falhas. E também há a questão de double-dipping, a possibilidade
de um hacker receber um prêmio por ter achado a vulnerabilidade e, então,
vender a informação sobre o mesmo bug para compradores maliciosos.
127
128
UNIDADE 2
TÓPICO 4
GLOBALIZAÇÃO E POLÍTICA
INTERNACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Os elementos que compõem o repertório da civilização ocidental em termos
de instituições, códigos jurídicos, leis, estatutos reguladores e pacificadores,
por muito tempo encontraram-se centrados em favorecer o poder político e os
sistemas econômicos, os quais, no momento presente, encontram-se em situação
de crise e mal-estar dos indivíduos, e a alternativa diante deste cenário tem sido a
retomada das formas de viver e fazer, dos costumes, valores, relações e vínculos
de interdependência e reciprocidade no interior das comunidades.
129
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
FIGURA 21 – GLOBALIZAÇÃO
130
TÓPICO 4 | GLOBALIZAÇÃO E POLÍTICA INTERNACIONAL
Ianni (1994) foi categórico quando refletiu que a fábrica global é tanto
metáfora quanto realidade, altamente determinada pelas exigências da reprodução
ampliada do capital.
131
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
3 GLOBALIZAÇÃO: UM BALANÇO
A globalização pode apresentar sua face mais bem-sucedida, que reside
no fato de que foi capaz de favorecer a intercomunicação entre povos e as pessoas
das mais diferentes e inusitadas regiões do planeta, diminuir as fronteiras no
campo dos transportes e promover intercâmbios nas atividades de comunicação
e informações.
132
TÓPICO 4 | GLOBALIZAÇÃO E POLÍTICA INTERNACIONAL
a favor dos interesses da economia. Acabou-se por padronizar cada vez mais os
processos de produção, os desejos de consumo, os estilos de vida e as culturas,
anulando cada vez mais as diferenças, identidades, as especificidades, as tradições
locais e regionais, qualquer tipo de fronteiras e valores morais tradicionais.
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
133
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
4 A POLÍTICA INTERNACIONAL
A política ganhou um caráter internacional a partir do século XVIII,
quando do surgimento do Estado Moderno, em que o sistema capitalista irá se
instalar a fim de obter condições e favorecimentos para expandir seus alcances em
termos de matérias-primas, frentes de investimento e mercado consumidor. Ela
pode ser identificada ainda quando da vigência do regime de Colonialismo, que
vigorou na era das grandes navegações, quando Espanha e Portugal estabeleciam
e organizavam politicamente suas colônias de exploração nos continentes
americano e africano.
134
TÓPICO 4 | GLOBALIZAÇÃO E POLÍTICA INTERNACIONAL
135
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
136
TÓPICO 4 | GLOBALIZAÇÃO E POLÍTICA INTERNACIONAL
DICAS
137
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
138
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e II, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
139
140
UNIDADE 2
TÓPICO 5
RELAÇÕES DE TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
Um indivíduo/trabalhador, consciente de si e de seu fazer profissional,
geralmente pergunta-se sobre aspectos inerentes ao ofício, tais como: saber
fazer, técnica, matéria-prima e energia, os meios de produção, o produto, custo,
margem de lucro, jornada de trabalho, remuneração, condições de trabalho,
comércio, consumo, categoria de trabalho, reconhecimento e valor/sentido social
e a realização, a satisfação/sentido pessoal, os âmbitos e as instituições que
intermedeiam seu fazer profissional.
142
TÓPICO 5 | RELAÇÕES DE TRABALHO
143
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
A nova concepção que foi atribuída ao trabalho combina com os valores das
mudanças no interior da fabricação de produtos. O homem, reconhecendo que o
trabalho não era mais motivo de sofrimento e castigo, mas sim uma atividade que
o tornaria socialmente reconhecido, sentiu-se motivado e disposto a se dedicar e
doar a fim de preencher as oportunidades e a demanda da manufatura e indústria
nascente, bem como o campo das invenções de máquinas e técnicas e o próprio
sistema capitalista, que estavam exigindo.
144
TÓPICO 5 | RELAÇÕES DE TRABALHO
145
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
ATENCAO
146
TÓPICO 5 | RELAÇÕES DE TRABALHO
147
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
148
TÓPICO 5 | RELAÇÕES DE TRABALHO
DICAS
149
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
150
TÓPICO 5 | RELAÇÕES DE TRABALHO
151
UNIDADE 2 | POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
152
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
• A palavra trabalho tem origem nas práticas e atividades das mais antigas
sociedades, comporta muitas diferenças de escrita, em especial na forma como
as sociedades concebiam e ao valor moral que atribuíram à mesma.
153
AUTOATIVIDADE
154
IV- Implica crescente heterogeneidade dos mercados de trabalho e dos
padrões de consumo.
a) ( ) I e II.
b) ( ) I e III.
c) ( ) II e III.
d) ( ) II e IV.
e) ( ) III e IV.
155
156
UNIDADE 3
POLÍTICAS PÚBLICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em sete tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
157
158
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Quando falamos em políticas públicas, estamos nos referindo aos direitos
e deveres do Estado para com as pessoas que compõem a sociedade e, assim
como o Estado, gozam de seus direitos civis e políticos. Estamos também sujeitos
ao conjunto de normas jurídicas e sociais, formando assim um marco regulatório
previamente fixado no que diz respeito à distribuição harmônica dos elementos
que formam os direitos, deveres e responsabilidades em prol do desenvolvimento
educacional, econômico e social. A vida em sociedade está ligada à política e
não há ação social sem ação política, quer seja promovida pelo Estado ou pela
sociedade (RAMOS, 2014).
159
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
quando um grupo (ou toda sociedade) exerce o controle das relações de poder
em uma sociedade” (SANTOS, 2012, p. 2). Assim, as políticas públicas são de
responsabilidade do Estado, com base em organismos políticos e entidades da
sociedade civil, que derivam de normatizações, ou seja, se estabelece um processo
de tomada de decisões – nossa legislação. Ao iniciarmos nossos estudos sobre
a organização da educação no Brasil, precisamos ter em mente que a educação
é intencional, principalmente no que diz respeito ao sistema escolar. Os atores
que permitem discussões sobre um determinado problema da sociedade são: a
sociedade civil organizada; os servidores públicos e os políticos.
160
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS: EDUCAÇÃO
161
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Currículo integrado.
b) ( ) Currículo tecnicista.
c) ( ) Currículo tradicional.
d) ( ) Currículo profissionalizante.
162
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS: EDUCAÇÃO
163
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
NOTA
A CNTE entende que o texto do MEC reafirma a educação como um direito inalienável e
que realiza um diagnóstico dos avanços e desafios para garantia desse direito, num contexto
histórico e político, apresentando uma proposta de instituição do SNE realizado por um
conjunto articulado de quatro dimensões, levando a uma nova forma de organização da
Educação Nacional: alterações na Lei de Diretrizes e Bases; regulamentação do artigo 23 da
Constituição Federal (CF) ou a Lei de Responsabilidade Educacional; adequação das regras
de financiamento e dos sistemas de ensino às novas regras nacionais instituição do SNE.
Para o presidente da entidade, Roberto
Franklin de Leão, o Brasil possui leis
que estruturam o sistema, como a lei
que estipula o piso nacional salarial dos
professores e a própria LDB. Destaca
que precisamos de mais uma legislação
nacional para organização da educação
nacional, a fim de que as políticas sejam
mais orgânicas, como é o SNE, que
"respeita a diversidade e as diferenças do
164
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS: EDUCAÇÃO
165
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
ATENCAO
Você imagina quais foram as metas traçadas no encontro mundial que resultou
na Declaração Mundial sobre Educação para Todos?
166
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS: EDUCAÇÃO
167
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
NOTA
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>;
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/eduinfparqualvol1.pdf>.
168
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS: EDUCAÇÃO
Citando Barreto (2000, p. 35), “o governo federal passa pela primeira vez,
em meados dos anos noventa, a fazer ele próprio prescrições sobre currículo, que
vão muito além das normas e orientações gerais que caracterizaram a atuação dos
órgãos centrais em períodos anteriores”.
169
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
Ensino Fundamental
Anos Iniciais Anos Finais
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano
FONTE: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf>.
Acesso em: 5 dez. 2017.
A figura acima nos indica uma organização que atualmente deve ser
planejada em seu conjunto, ou seja, projetando essa prática para o trabalho do
professor, em que “esta é uma oportunidade preciosa para uma nova práxis dos
educadores, sendo primordial que ela aborde os saberes e seus tempos, bem como
os métodos de trabalho, na perspectiva das reflexões antes tecidas” (BRASIL,
2004, p. 18).
170
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS: EDUCAÇÃO
Assim, pensar o papel da escola nos dias atuais sugere levar em conta
questões relevantes. A primeira, e talvez a mais importante, é que as transformações
mencionadas representam uma reavaliação que o sistema capitalista faz de seus
objetivos.
171
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
172
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS: EDUCAÇÃO
[...]
173
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
174
RESUMO DO TÓPICO 1
• A vida em sociedade está ligada à política e não há ação social sem ação
política, quer seja promovida pelo Estado ou pela sociedade.
• Uma das preocupações centrais dos PCN é o tema da cidadania, que deve
resultar em uma formação cidadã.
175
AUTOATIVIDADE
176
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao estudo que faremos sobre o Sistema
de Saúde brasileiro. Este tema levará você a refletir sobre a realidade da saúde
pública em nosso país e os seus desafios para assegurar o atendimento a todo
cidadão com dignidade e em igualdade de condições.
177
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
AUTOATIVIDADE
178
TÓPICO 2 | POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
2 CONCEITO DE SAÚDE
Temos como conceito de saúde, segundo a Organização Mundial de
Saúde (USP, 2015, s.p.): “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental
e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade”.
179
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
180
TÓPICO 2 | POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
AUTOATIVIDADE
181
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
182
TÓPICO 2 | POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
Na visão de Cony (2014, s.p.), o SUS pode ser considerado como direito
humano: “[...] é a maior conquista do povo brasileiro em política pública e é
um sistema que é referência em saúde para o mundo, sob a ótica gravada na
Constituição de que o SUS é um direito de todos e um dever do Estado e evoluindo
para a compreensão de que é um direito humano”.
183
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
Posto de Saúde para a maior parcela dos usuários (48%). No entanto, 49% usam
algum serviço de emergência como porta de entrada.
49% utilizam
atendimento de
emergência como
porta de entrada
UNI
184
TÓPICO 2 | POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
AUTOATIVIDADE
185
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
FONTE: Disponível em: <file:///C:/Users/Win8/Desktop/16_TEC_GESTAO_HOSPITALAR.pdf>.
Acesso em: 6 maio 2015.
186
TÓPICO 2 | POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
E
IMPORTANT
O Brasil detém a tecnologia para a fabricação de muitas das vacinas utilizadas nas
campanhas de saúde pública do país. A Fiocruz – Fundação Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro,
e o Instituto Butantã, em São Paulo, são considerados centros de excelência para a fabricação
de imunobiológicos. Ambas as instituições são órgãos públicos (ZETZSCHE, 2014, p. 244).
POLÍTICA
PÚBLICA/ OBJETIVO
PROGRAMA
PROVAB Programa de Valorização do Profissional da Atenção
Básica (PROVAB) - Estimular a formação do médico para
a real necessidade da população brasileira e levar esse
profissional para localidades com maior carência para este
serviço.
PROGRAMA Desde 2011, o Ministério da Saúde vem promovendo a
ACADEMIA DA implantação e implementação de polos da Academia da
SAÚDE Saúde nos municípios brasileiros. Os polos são espaços
físicos dotados de equipamentos, estrutura e profissionais
187
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
188
TÓPICO 2 | POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
189
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
190
RESUMO DO TÓPICO 2
191
AUTOATIVIDADE
192
3 No contexto do modelo de saúde existe a classificação de níveis de atenção,
que estão divididos em primário, secundário e terciário. Sabemos que o maior
número de atendimentos aos usuários do sistema de saúde concentra-se no
nível de atenção primário. Desta forma, disserte sobre o que trata a Política
Nacional de Atenção Básica.
a) ( ) Privado.
b) ( ) Parcial.
c) ( ) Universal.
d) ( ) Público.
193
194
UNIDADE 3
TÓPICO 3
HABITAÇÃO E SANEAMENTO
1 INTRODUÇÃO
A grande concentração populacional nos centros urbanos exige o
atendimento de necessidades básicas à dignidade humana. A moradia é
um elemento essencial ao homem. Entretanto, a construção de aglomerados
habitacionais é responsável por grandes impactos ambientais. Inicialmente,
as áreas são desmatadas, os solos desprotegidos, dá-se lugar às construções e,
caso não haja condições adequadas de saneamento, ocorre o acúmulo de lixo e a
contaminação das fontes de água. Este é um panorama simplificado e didático,
apenas, pois outras tantas alterações ocorrem simultaneamente.
2 DIREITO À MORADIA
Ainda dentro do contexto da habitação, são comuns os problemas
ambientais advindos da concentração desordenada de construções, muitas vezes
irregulares (clandestinas):
195
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
Por tudo isso, é legítimo que o movimento pela reforma urbana foi
incluído no texto constitucional, através da emenda popular da reforma urbana,
encaminhada ao Congresso Nacional em 1988 e que inseriu o capítulo de Política
Urbana da Constituição, prevista nos artigos 182 e 183 (MINISTÉRIO DAS
CIDADES, 2007).
196
TÓPICO 3 | HABITAÇÃO E SANEAMENTO
197
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
198
TÓPICO 3 | HABITAÇÃO E SANEAMENTO
Há muito que se fazer. Há muito que se cobrar das políticas públicas para
que se coloque em prática o que preconiza a legislação.
O Estatuto da Cidade (BRASIL, 2001) não foi criado apenas para ser mais
um instrumento regulamentador de urbanização e regularização da situação
habitacional nas cidades brasileiras, ele é resultado de lutas, negociações e
articulações entre o poder público, os movimentos sociais e a sociedade civil.
3 SANEAMENTO
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no seu relatório de 2011,
apresenta a universalização da rede de abastecimento de água, coleta de esgoto
e de manejo de resíduos sólidos. Sabemos que essa condição constitui parâmetro
mundial de qualidade de vida já alcançado em grande parte dos países mais
202
TÓPICO 3 | HABITAÇÃO E SANEAMENTO
4 SANEAMENTO BÁSICO
A política pública de saneamento básico foi promulgada através da Lei n°
11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabeleceu diretrizes nacionais para esta área
em específico. Sob os efeitos desta lei, considera-se saneamento como o conjunto
de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água
potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos,
drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Alochio (2007) define cada um
desses conjuntos de serviços da seguinte maneira:
203
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
Vamos iniciar a nossa revisão histórica pela década de 1970. Naquela época
não se dava a devida atenção aos serviços de saneamento básico e não havia um
órgão específico para execução do serviço, que era realizado por diversos órgãos.
As entidades que realizavam esse trabalho eram contratadas pelo município,
porque a responsabilidade da atividade cabia a ele. As políticas de saneamento
eram elaboradas pelos órgãos federais, estaduais, municipais, junto à Fundação
SESP – Fundação Serviços de Saúde Pública –, uma entidade supervisionada pelo
Ministério da Saúde. A supervisão maior sempre acontecia sobre os estados e
municípios com maiores receitas e os serviços prestados eram: abastecimento
de água e coleta e tratamento de esgoto. A contratação dessas entidades para a
execução do trabalho se dava por meio de autarquias e pelos órgãos públicos.
205
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
206
TÓPICO 3 | HABITAÇÃO E SANEAMENTO
Abastecimento de água
Esgotamento sanitário
Drenagem e manejo
das águas pluviais
207
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
Toda água a ser consumida precisa ser tratada, pois a saúde do ser
humano é o seu bem maior, e o consumo e uso inadequados de água causam
sérios problemas à saúde do homem. Pode parecer estranho, porém há situações
nas quais encontramos doenças infecciosas trazidas pela água até quando a
usamos para higienizar os ambientes, bem como no preparo dos alimentos.
• Cólera.
• Febre tifoide.
• Disenteria bacilar.
• Hepatite infecciosa.
• Diarreias.
• Infecções de pele e olhos.
• Infecções causadas por piolhos.
FIGURA 37 - LIXO
209
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
6 AVANÇOS NO SANEAMENTO
A Política Nacional de Saneamento Básico dá as diretrizes necessárias
para o cumprimento das atividades nos quatro eixos do saneamento. Para alguns
desses serviços também já foram criadas políticas nacionais específicas, que visam
delimitar ainda mais as práticas que deverão nortear as ações nesses âmbitos.
210
TÓPICO 3 | HABITAÇÃO E SANEAMENTO
211
RESUMO DO TÓPICO 3
• Infelizmente, ainda é comum termos doenças causadas pelo mau uso da água
e também pela pouca abrangência do saneamento básico.
212
AUTOATIVIDADE
1 No ano de 2005, entrou em vigor a Lei 11.124, que veio para estruturar
as ações voltadas à habitação no Brasil. A partir disso, criou-se o Sistema
Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), com o Fundo Nacional de
Habitação de Interesse Social (FNHIS).
a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) F - F - V - V.
c) ( ) V - F - F - V.
d) ( ) F - V - F - F.
213
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) F - V - V - F.
b) ( ) V - V - F - V.
c) ( ) F - F - V - V.
d) ( ) F - V - F - F.
214
IV- Atualmente, já existem alternativas mais modernas de destinação de
resíduos, sendo, inclusive, possível gerar energia a partir desse produto.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
I- Doenças podem ser veiculadas pela água e pelo esgoto quando não há
tratamento.
II- A poluição atmosférica das grandes cidades afeta, principalmente, a
população de baixa renda.
III- O mau cheiro e impactos visuais na água não apontam riscos de
disseminação de doenças.
IV- As faixas sociais de menor renda normalmente estão mais expostas à água
contaminada e aos resíduos sólidos urbanos.
215
216
UNIDADE 3
TÓPICO 4
TRANSPORTES E SEGURANÇA
1 INTRODUÇÃO
A palavra “transporte” é originária do latim, onde trans significa “de um
lado a outro” e portare significa “carregar”. Assim, podemos dizer que transporte
é o nome dado à movimentação de pessoas ou objetos de um local a outro.
217
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
218
TÓPICO 4 | TRANSPORTES E SEGURANÇA
2.1 TERRESTRES
Os transportes terrestres são os mais essenciais para o ser humano, pois
através deles o homem pode se locomover tanto para locais com pouca distância,
como para grandes distâncias, bem como transportar cargas. Podemos classificar
os transportes terrestres em: rodoviários, ferroviários e dutoviários.
219
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
E
IMPORTANT
220
TÓPICO 4 | TRANSPORTES E SEGURANÇA
2.2 AQUAVIÁRIOS
De acordo com Novaes (2004, p.151), “o transporte aquaviário, como sua
denominação indica, envolve todos os tipos de transportes efetuados sobre a
água. Inclui o transporte fluvial, lacustre e o transporte marítimo”.
221
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
222
TÓPICO 4 | TRANSPORTES E SEGURANÇA
2.3 AÉREO
É o meio de transporte mais rápido do planeta, sendo mais comum em
aviões e helicópteros, mas também pode ser feito em balões. É eficaz para o
transporte de passageiros, porém, em razão dos elevados custos, não é o mais
adequado para o transporte de cargas pesadas.
Para cumprir sua função, os meios de transporte se utilizam das vias
aéreas, aquáticas ou terrestres, ou seja, necessitam de infraestrutura. Assunto este
que abordaremos a seguir.
223
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
3 INFRAESTRUTURA
A infraestrutura de uma localidade é composta por um conjunto de
programas e ações que possam proporcionar condições de bem-estar social e de
desenvolvimento econômico. Uma dessas ações é o serviço de transporte, que,
conforme estudamos, é essencial para o deslocamento de pessoas e cargas.
• PIL – Rodovias
• PIL – Ferrovias
• PAC - Rodovia
• PAC - Ferrovia
• PAC - Hidrovia
Planos Estratégicos
224
TÓPICO 4 | TRANSPORTES E SEGURANÇA
Serviços ao Cidadão
Incentivos Fiscais
• Debêntures
• REIDI - Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da
Infraestrutura
• CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
• FMM - Fundo da Marinha Mercante
ATENCAO
225
RESUMO DO TÓPICO 4
226
AUTOATIVIDADE
227
Mais de uma hora até duas
9,80 23,20 23,30 12,90
horas
Mais de duas horas 1,80 5,50 5,30 1,20
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e II, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
228
UNIDADE 3
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao estudo sobre políticas públicas de
segurança em âmbito nacional. Este tema levará você a refletir sobre a realidade
das políticas públicas em relação à segurança, seja em nível municipal, estadual
e federal.
229
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
2 A SEGURANÇA PÚBLICA E AS
CONTRIBUIÇÕES COMUNITÁRIAS
230
TÓPICO 5 | POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA EM ÂMBITO NACIONAL
231
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
232
TÓPICO 5 | POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA EM ÂMBITO NACIONAL
233
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
FIGURA 50 - DESPERDÍCIO
234
TÓPICO 5 | POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA EM ÂMBITO NACIONAL
O crime é uma coisa muito séria para ser deixada apenas nas mãos
de policiais, advogados ou juízes, pois envolve dimensões que exigem a
combinação de várias instâncias sob o encargo do Estado e, sobretudo, a
mobilização de forças importantes na sociedade.
235
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
ESTADO
1
SISTEMA BUROCRACIA
POLÍTICO ESTATAL
INTERESSES E
DEMANDAS POLÍTICAS
DA 3 E BENS
SOCIEDADE PÚBLICOS
CIVIL
5
BUROCRACIA
SEGMENTO
PÚBLICA
SOCIAL
NÃO-ESTATAL
3º SETOR
FEEDBACK
236
TÓPICO 5 | POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA EM ÂMBITO NACIONAL
ATENCAO
É fato que temos hoje uma onda de violência sem controle efetivo do Estado. E todos
nós exigimos que o Estado se utilize da repressão como se fosse a melhor solução dos
conflitos. Isso ocasiona um emaranhado de normas penais visivelmente ineficazes, fruto de
uma clara predileção vingativa adotada por nosso ordenamento proveniente desde épocas
remotas. Dessa forma, a criminalidade continuará aumentando, porque está ligada a uma
estrutura social profundamente injusta e desigual. Caso não se atue nesse ponto, será inútil
punir e continuará sendo um engano a ideia de que se pode corrigir castigando.
Não acreditamos que a mudança de valores das pessoas deva ser objeto de políticas
governamentais. O que deve ser oferecido às pessoas são orientações acerca das
consequências de suas ações, tanto em direção ao crime como em relação ao não crime
(WILSON, 1983; CLARKE, 1997; CLARKE; CORNISH, 1985).
237
RESUMO DO TÓPICO 5
238
AUTOATIVIDADE
239
Os dados apresentados nos textos indicam que:
240
UNIDADE 3
TÓPICO 6
1 INTRODUÇÃO
O ser humano, desde os seus primórdios na Terra, enfrentou desafios das
mais diferentes formas, diferentes momentos, diferentes situações. E tanto o ser
humano quanto os desafios foram modificando o meio, o espaço ocupado por este
ser e tantos outros seres. Assim, podemos nos perguntar: Quais os novos paradigmas
que se apresentam para o ser humano? Como acontecerá o desenvolvimento
humano respeitando a natureza em meio a tantos desafios e o que pode facilitar
esse processo de desenvolvimento, tanto para o ser humano como para tudo o
que o circunda, de modo especial a natureza, seja ela presente no meio urbano ou
no meio rural? Como avançar no desenvolvimento sem prejudicar ainda mais o
próprio ser humano e o seu meio? O primeiro passo é conhecendo onde ele vive. É
o que queremos fazer nesse pequeno estudo. Vamos lá!
2 VIDA URBANA
Urbano tem origem no latim urbanus, que significa “pertencente à
cidade”. Segundo o Dicionário Web (2009-2017, s.p.), “urbano é tudo aquilo que
está relacionado com a vida na cidade e com os indivíduos que nela habitam, por
oposição a rural, que é relativo ao campo e ao interior”.
Repare que o rural e o urbano mexem com a vida, com o modo de vida
das pessoas, da qualidade de vida. Vemos então que o urbano se formou a partir
do rural, e criou tal separação, dicotomia e função. O antagonismo de um mesmo
espaço só pode ser percebido no entendimento do que é, e qual a relação deste
com o homem e com outros espaços.
• Cidade global: grandes centros econômicos. São divididos em alfa, beta e gama.
• Metrópole: principal cidade dentre várias que ocupam o mesmo perímetro.
• Megacidade: cidade ou região com mais de 10.000.000 de habitantes.
• Megalópole: conjunto de várias metrópoles e cidades grandes.
242
TÓPICO 6 | VIDA RURAL, URBANA E ECOLOGIA
3 VIDA RURAL
Caro acadêmico! Todos nós sabemos que há pessoas que moram na cidade,
outras no campo, ou no meio rural. É preciso desmistificar aquela imagem que
temos do meio rural bucólico, como descrito em filmes ou em poesia. O agronegócio
não nos deixa mentir, o meio rural alcançou grau de desenvolvimento ímpar nos
últimos anos.
243
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
244
TÓPICO 6 | VIDA RURAL, URBANA E ECOLOGIA
4 SEMELHANÇAS OU DIFERENÇAS
Quando for decidir onde morar e qual estilo de vida é apropriado para você,
existem diversos fatores que devem ser considerados, como empregabilidade,
interação social e saúde. Os estilos de vida rural e urbano variam de muitas
formas e os indivíduos podem fazer uma escolha entre os dois baseados naquilo
que conhecem de si mesmos e na qualidade de vida que apreciam.
0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2006
FONTE: IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 1986, 1990, 1993 e 1997; Censo demográfico, 2000;
Síntese de indicadores sociais, 2007.
FONTE: IBGE. Anuário estatístico do Brasil, 1986, 1990, 1993 e 1997; Censo demográfico, 2000;
Síntese de indicadores sociais, 2007.
246
TÓPICO 6 | VIDA RURAL, URBANA E ECOLOGIA
Segundo Veiga (2003, p. 2), a partir disso, da noite para o dia, “ínfimos
povoados” ou “simples vilarejos” se tornaram cidades.
247
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
Essas atividades não agrícolas fazem com que o rural assuma novas
funções. Entre as “novas funções” do campo que ganham cada vez mais destaque
estão as atividades de lazer, como o turismo em área rural, segundas residências
e aposentadorias rurais.
Dessa forma, crescem cada vez mais atividades de lazer, que buscam um
resgate às tradições culturais de determinadas áreas e valorizam os costumes da
vida rural.
5 ECOLOGIA
Ecologia ou eco-logia, do grego oikos = “casa” e logos = “estudo”;
literalmente significa o estudo da casa. Que casa? Nossa única casa, o planeta
Terra (ODUM; BARRET, 2008).
248
TÓPICO 6 | VIDA RURAL, URBANA E ECOLOGIA
6 ECOSSISTEMA
Segundo Odum e Barret (2008, p. 19), “um sistema ecológico ou
ecossistema é qualquer unidade que inclui todos os organismos (a comunidade
biótica) em uma dada área, interagindo com o ambiente físico de modo que um
fluxo de energia leve a estruturas bióticas claramente definidas e à ciclagem de
materiais entre componentes vivos e não vivos”. O termo sistema é entendido
como componentes regularmente interativos e interdependentes formando um
todo unificado.
249
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
250
TÓPICO 6 | VIDA RURAL, URBANA E ECOLOGIA
Hábitat: é o lugar preciso onde uma espécie vive, isto é, sua morada dentro
do ecossistema que determina o comportamento de sobrevivência e reprodutivo
da comunidade (local de abrigo, alimentação e reprodução).
251
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
O que define uma região como floresta equatorial, mata atlântica, deserto,
pântano, geleira, mar, rio etc., é uma conjuntura de fatores que envolve a latitude,
altitude, climas, solo, regime hídrico. Nenhum destes sistemas é fechado, todos
interagem e são interdependentes. Não é possível destruir um sem afetar toda a
ecosfera, ou o planeta como um todo.
AUTOATIVIDADE
252
TÓPICO 6 | VIDA RURAL, URBANA E ECOLOGIA
7 OS GRANDES BIOMAS
Uma floresta, como a amazônica, por exemplo, possui grandes
comunidades de plantas e animais influenciados pela latitude, o regime hídrico,
solo e altitude, formando assim um bioma (ODUM; BARRET, 2008).
254
TÓPICO 6 | VIDA RURAL, URBANA E ECOLOGIA
DICAS
http://www.sibbr.gov.br/areas/?area=biodiversidade
Neste site você encontra Mapas com dados sobre o número de espécies estimadas e a
descrição de cada um dos seis biomas continentais brasileiros: Amazônia, Cerrado, Mata
Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal.
255
RESUMO DO TÓPICO 6
• A cidade é uma realidade bastante difícil de definir. Por estranho que possa
parecer, não há nenhuma definição universal de cidade. Cada país adapta os
seus critérios de definição.
256
AUTOATIVIDADE
2 A zona rural é habitada pela população que vive no campo e, por isso,
é chamada de população rural, significando aquilo que é relativo ou
pertencente ao campo. Do ponto de vista conceitual, o termo "meio rural"
apresenta características específicas. Com base nestas características, analise
as afirmativas a seguir:
257
( ) O custo de vida nas zonas urbanas é maior do que nas zonas rurais, mas
a área urbana apresenta mais possibilidades profissionais.
( ) Nas zonas urbanas predominam atividades econômicas dos setores
secundários e terciários, ou seja, indústrias e serviços.
( ) A produção econômica primária é superior nas áreas urbanas, se
comparada com as áreas rurais.
a) ( ) F - F - V.
b) ( ) V - V - V.
c) ( ) F - F - F.
d) ( ) V - V - F.
258
UNIDADE 3
TÓPICO 7
MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1 INTRODUÇÃO
As demandas ambientais vêm se configurando em demandas
socioambientais com o passar do tempo, o que exige mudança de atitude
e do seu contexto político, tanto no espaço quanto no tempo, tornando-
se necessário e urgente adotar novas medidas e novos olhares. No Brasil,
país em desenvolvimento e caracterizado, em sua maioria, por democracias
não consolidadas, as particularidades sociais, econômicas, ambientais e
políticas exigem uma adaptação do conjunto de instrumentos que englobam
principalmente a dinâmica político-decisória, de modo a consolidar práticas
participativas, acessíveis e realizáveis em todos os níveis sociais.
E
IMPORTANT
Recurso é qualquer coisa que podemos obter do meio ambiente para satisfazer
nossas necessidades e demandas. Em geral, são classificados como:
- Renováveis (ar, água, solo, floresta), desde que não os utilizemos mais rapidamente do que
a natureza possa renová-los.
- Não renováveis (cobre, petróleo, carvão), que somente se tornam úteis após passarem
por processos de engenharia tecnológica, por exemplo, o petróleo, que se converte em
gasolina, óleo para aquecimento e outros produtos (MILLER; SPOOLMAN, 2012).
259
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
ATENCAO
E
IMPORTANT
ATENCAO
260
TÓPICO 7 | MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
3 SUSTENTABILIDADE: SURGIMENTO
O tema da sustentabilidade começou a ganhar corpo em 1968, quando um
pequeno grupo de líderes da academia, indústria, diplomacia e sociedade civil se
reuniu num pequeno vilarejo em Roma, Itália. Esse grupo passou a ser chamado de
Clube de Roma. A partir deste, o tema sustentabilidade foi pauta em conferências
261
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
• Comissão de Brundtland
• Lançamento do Relatório de Brundtland ou "Nosso Futuro Comum".
1987
FONTE: Os autores
262
TÓPICO 7 | MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
3.2 AGENDA 21
A “Agenda 21” criada pela Cúpula da Terra, organizada pela ONU em
1992, é utilizada no mundo todo para nortear discussões de políticas públicas e
também para ser um “guia para o planejamento de ações locais que fomentem
um processo de transição para a sustentabilidade”, conforme relatado pela ONU.
263
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
E
IMPORTANT
A conferência foi intitulada como “Rio + 20” porque marca o vigésimo aniversário
da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(Rio-92).
DICAS
4 SUSTENTABILIDADE: CONCEITUAÇÃO
Há uma gama de autores que descrevem e conceituam sustentabilidade.
Para Ruscheinski (2003), sustentabilidade possui uma perspectiva dinâmica, o que
não a caracteriza como estática. Para Miller e Spoolmann (2012), é a capacidade
dos sistemas naturais da Terra e dos sistemas culturais humanos de sobreviver
e se adaptar às mudanças nas condições ambientais a longo prazo, conceito que
também se refere a pessoas preocupadas em transmitir um mundo melhor para
as gerações vindouras.
264
TÓPICO 7 | MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
265
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
266
TÓPICO 7 | MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
USA, Europa
Necessid. Australia, do Norte Europa Países "emergentes" da Ásia
gerações Canadá e Oeste do Sul e América do Sul (+ Turquia)
atuais + "NPI"
Desenvolvimento
Sustentável
Índice de Desenvolvimento Humano - IDH
Países "emergentes"
da África do Norte,
Oriente Médio e Ásia
Países em via de
desenvolvimento
da Ásia e África
267
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
268
TÓPICO 7 | MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
269
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
NOTA
Os seis gases de efeito estufa monitorados pelo Protocolo de Kyoto são: o dióxido
de carbono (CO2); metano (CH4); óxido nitroso (N2O); hidrofluorocarbonos (HFCs);
perfluorocarbonos (PFCs); e hexafluoreto de enxofre (SF6).
NOTA
NOTA
271
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Apenas a polícia brasileira foi responsável por seis mortes por dia, em
2013, reflexo da ideologia militar da corporação, segundo o relatório da Comissão.
Hoje, o Brasil é responsável por um em cada dez homicídios no mundo.
273
UNIDADE 3 | POLÍTICAS PÚBLICAS
274
TÓPICO 7 | MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
275
RESUMO DO TÓPICO 7
• Recurso é qualquer coisa que podemos obter do meio ambiente para satisfazer
nossas necessidades e demandas. Em geral são classificados como renováveis
(ar, água, solo, floresta) e não renováveis (cobre, petróleo, carvão).
276
AUTOATIVIDADE
1 A sustentabilidade não está atrelada unicamente à área ambiental e sim essa somada
ao equilíbrio dinâmico do conjunto das relações sociais, econômicas, culturais,
espaciais e psicológicas, ou seja, é esse conjunto que alicerça o desenvolvimento
sustentável de fato. Com relação às diretrizes e ferramentas que auxiliam as
organizações a desenharem seu caminho para o desenvolvimento sustentável,
relacione as colunas:
277
2 O termo sustentabilidade é flexível, dinâmico e não consensual na academia.
Em meio às inúmeras definições e controvérsias do termo, esse ainda possui
um sentido próprio, o qual nós (empresas, organizações, sociedade) buscamos
alcançar. Fale a respeito de seu real significado.
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e II, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
278
Disponível em: <http://www.stockholmresilience.org> Acesso em 26 set. 2017 (adaptado).
Considerando que os ODS devem ser implementados por meio de ações que
integrem a economia, a sociedade e a biosfera, avalie as afirmações a seguir.
a) ( ) II, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e II, apenas.
d) ( ) I e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
279
280
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