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Curso Livre de Graduação – Bacharelado Disciplina: Didática CNPJ: 08.774.

907/0001-10

FACULDADE INTERNACIONAL DE TEOLOGIA


PENTECOSTAL

CURSO LIVRE DE GRADUAÇÃO


BACHARELADO

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DISCIPLINA: DIDÁTICA

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CONCEITO GERAL DE DIDÁTICA


Introdução

A Didática é um dos principais ramos da Pedagogia. Ela investiga os


fundamentos e as condições para a realização do ensino que contém a
instrução. A Pedagogia codifica o conhecimento amplo sobre a educação e
a Didática o decodifica para a realização do ensino. Concluímos que o
objeto da Pedagogia é a Educação e a Didática, disciplina da própria
Pedagogia, é a teoria do ensino.

O vocábulo didática deriva da expressão grega techné didaktiké, que se


traduz por arte ou técnica de ensinar. Enquanto adjetivo derivado de um
verbo, o vocábulo referido origina-se do termo didásko cuja formação
lingüística – note-se a presença do grupo sk dos verbos incoativos – indica

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a característica de realização lenta através do tempo, própria do processo


de instruir.

Como o Mestre Jesus, observemos cuidadosamente uma criança para


aprender dela o que vem a ser a educação. Sim, porque a educação no
seu sentido mais largo abarca todos os passos e processos pelos quais o
Infante gradativamente é transformado num adulto inteligente e bem
desenvolvido.

Consideremos a criança. Tem ela um corpo humano completo, com olhos,


mãos e pés – todos os órgãos do sentido, da ação e da locomoção – e,
não obstante, está ali inerme – sem meios de defesa – desajudada no seu
berço. Ri, chora, sente. Tem os atributos dum adulto, mas não os poderes
dele.

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Em que o bebê difere do adulto? Só no fato de ser um bebê. Tem corpo e


membros pequenos, frágeis e sem uso voluntário. Seus pés não podem
andar; as mãos, sem habilidade; seus lábios não falam. Seus olhos vêem,
mas não percebem; e seus ouvidos não entendem. O universo no qual
acaba de entrar e que o rodeia é para ele coisa misteriosa e desconhecida.

Maior consideração e estudo nos aclaram que a criança é apenas um


germe – não tendo ainda o crescimento que lhe é destinado – e é
Ignorante – sem idéias adquiridas.

Sobre esses dois fatos descansam os dois conceitos da educação.


Primeiro o desenvolvimento das capacidades; segundo, a aquisição da
experiência. Aquele é a maturação do corpo e da mente. E este, o
processo de fornecer à criança a herança da raça.

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Cada um desses fatos – a imaturidade da criança e a sua ignorância –


devem servir de base à ciência da educação. O primeiro enfatizará as
capacidades do ser humano, bem como a ordem em que se desenvolvem
e as suas leis de crescimento e ação. O segundo abarcará o estudo dos
vários ramos do conhecimento humano, e como são descobertos,
desenvolvidos e aperfeiçoados. Cada uma dessas ciências
necessariamente inclui a outra, assim como o estudo dos poderes inclui o
conhecimento dos seus produtos, assim como o estudo dos efeitos abarca
uma revisão das causas.

Baseando-se nessas duas formas da ciência educacional podemos ver que


a arte da educação é dupla: a arte de exercitar e a arte de ensinar.

Uma vez que a criança mostra-se imatura no uso de todas as suas


capacidades, vê-se que o primeiro passo na educação é exercitá-la no

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sentido de desenvolver inteiramente essas capacidades. Tal preparo deve


ser físico, mental e moral.

Visto que a criança é ignorante, a educação deve comunicar-lhe a


experiência da raça. Esta é propriamente a obra ou a função do ensino.
Vista a esta luz, a escola é uma das agências de educação, uma vez que
continuamos por toda a vida a adquirir experiência. Então, o primeiro
objetivo do ensino é estimular ou criar no aluno o amor ou a vontade de
aprender, e formar nele hábitos e ideais de estudo independente.

Estas duas coisas juntas – o cultivo das capacidades e a transmissão de


experiência – é que constituem a obra do professor. Toda organização e
toda direção são subsidiárias a esse alvo duplo. O resultado que se deve
procurar é justamente este: uma personalidade bem desenvolvida física,
intelectual e moralmente, com recursos tais que lhe tornem a vida útil e

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feliz, e habilitem o indivíduo a continuar aprendendo através de todas as


atividades da vida.

Estes dois grandes ramos da arte educacional – treinamento e ensino –


conquanto separados em nosso pensamento, não estão separados na
prática. Só podemos treinar ensinando, e ensinamos melhor quando
melhor treinamos ou praticamos. O próprio treinamento das capacidades
intelectuais é encontrado na aquisição, elaboração e aplicação do
conhecimento e das artes que representam a herança da raça.

Todavia, há uma vantagem prática em se ter sempre em mente esses dois


processos da educação. O mestre, tendo-os claramente diante de si, mais
facilmente observará, e estimulará mais inteligentemente o progresso real
dos alunos. Não se contentará com um seco exercício diário que conserve
os alunos em ação como se estivessem num moinho, e nem se contentará

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também com encher e abarrotar a mente dos estudantes de fatos e nomes


sem uso prático. Ele anotará cuidadosamente os dois lados da educação
de seus alunos, e norteará seus trabalhos e adaptará suas lições sábia e
escrupulosamente para conseguir as duas finalidades que tem em vista.
Portanto, o objetivo deste conteúdo é apresentar, de modo sistemático, os
princípios da arte de ensinar. Tratar das capacidades mentais somente no
que urge serem consideradas numa discussão clara sobre o esforço de se
adquirir experiência no processo da educação. Conquanto, não se
pretende expor toda a ciência da educação, e nem também toda a arte de
ensinar. Mas, agrupar ao redor os fatores que estão presentes em cada
atividade do verdadeiro ensino, os capitais princípios e regras da arte de
ensinar, de modo que sejam vistos em sua ordem e relações naturais e
possam ser metodicamente aprendidos e usados.

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1 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA

Da Antiguidade até o início do século XIX, predominou na prática escolar


uma aprendizagem de tipo passivo e receptivo. Aprender era quase
exclusivamente memorizar. Nesse tipo de aprendizagem, a compreensão
desempenhava um papel muito reduzido.

Esta forma de ensino baseava-se na concepção de que o ser humano era


semelhante a um pedaço de cera ou argila úmida que podia ser modelado
à vontade. Na antiga Grécia, Aristóteles já professava essa teoria, que foi
retomada freqüentemente ao longo dos séculos, reaparecendo sob novas
formas e imagens. A idéia difundida no século XVII, por exemplo, de que o
pensamento humano era como se fosse uma tábua lisa, um papel em

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branco sem nada escrito, onde tudo podia ser impresso, é apenas uma
variação da antiga teoria.

Ensinava-se a ler e a escrever da mesma forma que se ensinava um ofício


manual ou a tocar um instrumento musical. Por meio da repetição de
exercícios graduados, ou seja, cada vez mais difíceis, o discípulo passava
a executar certos atos complexos, que aos poucos iam se tornando
hábitos. O estudo dos textos literários, da gramática, da História, da
Geografia, dos teoremas e das ciências físicas e biológicas caracterizou-
se, durante séculos, pela recitação de cor.

Os conhecimentos a serem adquiridos eram, até certo ponto, reduzidos. E


para que os alunos pudessem repetí-los correta e adequadamente, o
professor utilizava o procedimento de perguntas e respostas, tanto em sua
forma oral como escrita. Este era o chamado método catequético, cuja

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origem remonta, pelo menos na cultura ocidental, aos antigos gregos. A


palavra catecismo provém do termo grego katechein, que significa “fazer
eco”. Este método era usado para todas as disciplinas e consistia na
apresentação, pelo professor, de perguntas acompanhadas de suas
respostas já prontas.

O importante nessa forma de aprendizagem era que o aluno reproduzisse


literalmente as palavras e frases decoradas. A compreensão do que se
falava ou se escrevia ficava relegada a um segundo plano. Em
conseqüência, o aluno repetia as respostas mecanicamente, e não de
forma inteligente, pois ele não participava de sua elaboração e, em geral,
não refletia sobre o assunto estudado.

Embora esse ensino de caráter verbal, baseado na repetição de fórmulas


já prontas, tenha predominado na prática escolar por muito tempo, vários

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foram os filósofos e educadores que exortaram os mestres, ao longo dos


séculos, a dar mais ênfase à compreensão do que à memorização. Com
isso pretendiam tornar o ensino mais estimulante e adaptado aos
interesses dos alunos e às suas reais condições de aprendizagem.
Surgiram, assim, algumas teorias que tentavam explicar como o ser
humano é capaz de apreender e assimilar o mundo que o circunda. Com
base nessas teorias do conhecimento, alguns princípios didáticos foram
formulados.

Apresentamos a seguir alguns filósofos e educadores que refletiram sobre


o conhecimento e elaboraram teorias sobre o ato de conhecer, que
repercutiram no âmbito da Pedagogia.

1.1. Sócrates (século V a.C.)

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Para Sócrates o saber não é algo que alguém (o mestre) transmite à


pessoa que aprende (discípulo). O saber, o conhecimento, é uma
descoberta que a própria pessoa realiza. Conhecer é um ato que se dá no
interior do indivíduo. A função do mestre, segundo Sócrates, é apenas
ajudar o discípulo a descobrir, por si mesmo, a verdade.

O método socrático foi denominado de ironia, e em dois momentos: a


refutação e a maiêutica.

Na refutação, Sócrates levantava objeções às opiniões que o discípulo


tinha sobre algum assunto e que julgava ser a verdade. De objeção em
objeção, o aluno ia tentando responder às dúvidas levantadas por Sócrates
até que, se contradizendo cada vez mais, admitia sua ignorância e se dizia
incapaz de definir o que até há pouco julgava conhecer tão bem. Essa
etapa do método tinha como objetivo libertar o espírito das opiniões, pois

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segundo Sócrates a consciência da própria ignorância é o primeiro passo


para se encaminhar na busca da verdade.

Tendo o discípulo tomado consciência de que nada sabia, Sócrates passa


então para a segunda parte de seu método, que ele mesmo denominou
maiêutica.

Partindo do conhecido para o desconhecido, do fácil para o difícil, Sócrates


vai fazendo a seu discípulo uma série de perguntas que o leva a refletir, a
descobrir e a formular as próprias respostas.

Sócrates comparava esse trabalho ao de sua mãe que era parteira, pois,
da mesma forma que ela ajudava as mulheres a dar à luz seus filhos, ele
ajudava seus discípulos a dar à luz as idéias. Daí o nome que atribui a seu
método, pois, em grego, a palavra maiêutica designa o trabalho da parteira.
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Um exemplo clássico da maiêutica socrática aparece no diálogo Menon,


escrito por Platão, que foi discípulo de Sócrates. Nesta obra, Platão nos
mostra um diálogo de seu mestre com um jovem escravo, no qual ele ajuda
o escravo a descobrir, por si mesmo, algumas noções de geometria.

Sócrates afirmava que os mestres devem ter paciência com os erros e as


dúvidas de seus alunos, pois, é a consciência do erro que os leva a
progredir na aprendizagem.

1.2. João Amos Comenius (1592-1670)

Segundo Comenius, dentre as obras criadas por Deus, o ser humano é a


mais perfeita. Dada sua formação cristã, Comenius acreditava que o fim
último do homem é a felicidade eterna. Assim, o objetivo da educação é
ajudar o homem a atingir essa finalidade transcendente e cósmica,
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desenvolvendo o domínio de si mesmo através do conhecimento de si


próprio e de todas as coisas.

Portanto, Comenius concordava com os educadores medievais na


concepção dos fins da educação, mas diferenciou-se deles na concepção
dos meios através dos quais a educação se processaria. Para ele, os
jovens deviam ser educados em comum e por isso eram necessárias as
escolas. Os jovens de ambos os sexos deveriam ter acesso à educação
escolar.

Comenius valorizava o processo indutivo como sendo a melhor forma de


se chegar ao conhecimento generalizado, e aplicou-o na sua prática
instrucional. Ele afirmava que o método indutivo estava mais “de acordo
com a natureza” e propunha a inclusão do estudo dos fenômenos físicos
nos currículos e nos livros escolares. Escreveu o primeiro livro didático

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ilustrado para crianças, intitulado “O mundo das coisas sensíveis ilustrado”.


Criou, também, um método para o ensino de línguas de acordo com suas
idéias educacionais, considerado revolucionário para a época.

Devido a sua longa experiência como professor, Comenius não foi apenas
um teórico da educação. Ele teve também grande importância para a
prática da instrução escolar, contribuindo para a melhoria dos processos de
ensino. A seguir, apresentamos alguns princípios defendidos por Comenius
na sua obra Didática magna, publicada em 1632, e que teve influência
direta sobre o trabalho docente.

Ao ensinar um assunto, o professor deve:

a)Apresentar o objeto ou idéia diretamente, fazendo demonstração, pois


o aluno aprende através dos sentidos, principalmente vendo e tocando.
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b)Mostrar a utilidade específica do conhecimento transmitido e a sua


aplicação na vida diária.
c) Fazer referência à natureza e origem dos fenômenos estudados, isto é,
às suas causas.
d)Explicar primeiramente os princípios gerais e só depois os detalhes.
e)Passar para o assunto ou tópico seguinte do conteúdo apenas quando
o aluno tiver compreendido o anterior.

Como se pode ver, esses pressupostos da prática docente já eram


proclamados por Comenius em pleno século XVII.

1.3. Heinrich Pestalozzi (1746-1827)

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Defendendo a doutrina dos naturalistas, em especial a de Rousseau,


Pestalozzi acreditava que o ser humano nascia bom e que o caráter de um
homem era formado pelo ambiente que o rodeia. Sustentava que era
preciso tornar esse ambiente o mais próximo possível das condições
naturais, para que o caráter do indivíduo se desenvolvesse ou fosse
formado positivamente. Para ele, a transformação da sociedade iria se
processar através da educação, que tinha por finalidade o desenvolvimento
natural, progressivo e harmonioso de todas as faculdades e aptidões do
ser humano.

Para a sua época, esta idéia era um tanto inovadora, porque, na segunda
metade do século XVIII, a concepção corrente era de que as
transformações revolucionárias seriam o remédio que curaria todos os
males sociais. Por isso, ao advogar a idéia de que a educação era um meio
de regenerar a sociedade, ele estava introduzindo um elemento novo no
ideário pedagógico de seu tempo, e este pensamento assumiria um

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significado especial nos anos subseqüentes. Portanto, para Pestalozzi, a


educação era um instrumento de reforma social. Ele pregava a educação
das massas e proclamava que toda criança deveria ter acesso à educação
escolar, por mais pobre que fosse seu meio social e mesmo que suas
condições fossem limitadas.

Na teoria educacional de Pestalozzi podemos encontrar as sementes da


Pedagogia moderna. Foi ele o primeiro a formular de forma clara e explícita
o princípio de que a educação deveria respeitar o desenvolvimento infantil.

Na concepção de Pestalozzi, o principal objetivo da educação era


favorecer o desenvolvimento físico, intelectual e moral da criança e do
jovem, através da vivência de experiências selecionadas e graduadas,
necessárias ao exercício dessas capacidades.

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Para alcançar esse objetivo, ele elaborou um método, que era a base de
seu trabalho educativo, e organizou atividades seqüenciais, que,
vivenciadas pelo aluno de forma graduada, contribuíam para seu
desenvolvimento intelectual e moral. O método pestalozziano, como foi
posteriormente chamado, tinha as seguintes características:

a)Apresentava o conhecimento começando por seus elementos mais


simples e concretos, de forma a estimular a compreensão.
b)Utilizava o processo de observação ou percepção pelos sentidos,
denominado por ele de intuição.
c) Fixava o conhecimento por meio de uma série progressiva de exercício
graduados, que se baseavam mais na observação do que no mero
estudo de palavras.

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Portanto, a essência do seu método era a “lição de coisas”, como era então
chamada. Mas ele empregou a “lição de coisas” de forma mais ampla,
como base para o completo desenvolvimento mental da criança, e não
como foi usada posteriormente, de forma mais restrita, com o simples
propósito de obter o conhecimento do objeto ou de apenas treinar a
capacidade de observação.

Em conseqüência do pressuposto de que a “lição de coisas” era um


recurso para favorecer o desenvolvimento do aluno, o método de
Pestalozzi trazia vários elementos inovadores: o emprego do cálculo
mental, o uso de técnicas silábicas e fonéticas na linguagem, e o estudo da
Geografia e das ciências feito em contato direto com o ambiente natural.
Outro aspecto inovador do método pestalozziano foi o fato de combinar as
atividades intelectuais com o trabalho manual, fazendo os dois caminharem
juntos.

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Pestalozzi escreveu várias obras sobre educação, e como mestre-escola


teve oportunidade de testar sua teoria, colocando-a em prática. Assim,
pôde experimentar diretamente a reforma das práticas educativas. Ele
dedicou também grande parte de sua vida à preparação de professores.

Os princípios educacionais formulados por Pestalozzi podem ser assim


resumidos:

a)A relação entre o mestre e o discípulo deve ter como base o amor e o
respeito mútuo.
b)O professor deve respeitar a individualidade do aluno.
c) A finalidade da instrução escolar deve basear-se no fim mais elevado
da educação, que é favorecer o desenvolvimento físico, mental e moral
do educando.

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d)O objetivo do ensino não é a exposição dogmática e a memorização


mecânica, mas sim o desenvolvimento das capacidades intelectuais do
jovem.
e)A instrução escolar deve auxiliar o desenvolvimento orgânico por meio
da atividade, isto é, da ação tanto física como mental.
f) A aprendizagem escolar deve corresponder não apenas à aquisição de
conhecimentos, mas principalmente ao desenvolvimento de
habilidades e ao domínio de técnicas.
g)O método de instrução deve ter por base a observação ou percepção
sensorial (que Pestalozzi chamava de intuição) e começar pelos
elementos mais simples.
h)O ensino deve seguir a ordem psicológica, ou seja, respeitar o
desenvolvimento infantil.
i) O professor deve dedicar a cada tópico do conteúdo o tempo
necessário para assegurar que o aluno o domine inteiramente.

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Como são atuais os princípios educacionais de Pestalozzi! E, no entanto,


eles foram formulados no final do século XVIII e começo do século XIX.

1.4. John Frederick Herbart (1776-1841)

De início, Herbart baseou-se no trabalho de Pestalozzi, mas


posteriormente ele elaborou seus próprios princípios educacionais,
fundamentados na idéia da unidade do desenvolvimento e da vida mental.

Na concepção de Herbart, o ser humano não é compartimentalizado em


faculdades, mas é uma unidade. Desde o nascimento, o ser humano tem a
capacidade de entrar em contato com o meio ambiente, reagindo a este de
forma global, através do sistema nervoso. Por meio da percepção sensorial
se estabelece, portanto, a relação com o ambiente, o que dá origem às
representações primárias, que são a base da vida mental. A generalização
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das representações primárias forma os conceitos, e a interação dos


conceitos conduz aos atos de julgamento e raciocínio.

Ao nascer, o ser humano não é bom nem mau, mas desenvolve-se num
sentido ou no outro, a partir das influências externas, das representações
formadas e de suas combinações. Portanto, a característica fundamental
do ser humano é o seu poder de assimilação. A teoria educacional de
Herbart gravita assim em torno da noção de função assimiladora, que ele
denominou de apercepção. A apercepção é a assimilação de novas idéias
através da experiência e sua relação com as idéias ou conceitos já
anteriormente formados.

Em decorrência desse pensamento, Herbart atribuía grande importância à


educação, pois considerava-a o fator determinante no desenvolvimento do

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intelecto e do caráter. A educação é, segundo ele, a responsável pela


formação das representações e pela forma como estas representações são
combinadas nos mais elevados processos mentais. A função da escola era
ajudar o aluno a desenvolver e integrar essas representações mentais, que
provinham de duas fontes principais:

a)do contato com a natureza, através da experiência;


b)do contato com a sociedade, através do convívio social.

Para Herbart, a educação moral é decorrente da educação intelectual, pois


as idéias formam o caráter. O conhecimento produz idéias que moldam a
vontade, isto é, o caráter. A este ciclo, conhecimento-idéias-caráter,
Herbart chamou de "instrução educativa". Para que o trabalho escolar
possa promover uma instrução verdadeiramente educativa, deve começar
por despertar no aluno o interesse pelas matérias de estudo. Dessa forma,

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Herbart foi o primeiro educador a formular, de modo claro e explícito, uma


teoria do interesse. Ele afirmava que o interesse não era apenas um meio
para garantir a atenção do aluno durante a aula, mas uma forma de
assegurar que as novas idéias ou representações fossem assimiladas e
integradas organicamente àquelas já existentes, formando uma nova base
de conduta. Como podemos ver, a concepção de educação de Herbart
deriva de sua filosofia.

O professor deve assim fazer uma seleção dos materiais de instrução


baseando-se na progressão dos interesses infantis. Deve apresentá-los
também de tal forma organizados, que conservem a unidade necessária
para desenvolver no indivíduo uma consciência plena e una. Herbart
afirmava que o conhecimento constitui um todo inter-relacionado, e só é
compartimentalizado em matérias escolares para fins didáticos, tendo em
vista facilitar o seu estudo e assimilação. Por isso, o professor deve
organizar e apresentar os materiais de instrução de forma que o aluno

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perceba a relação existente entre as várias matérias de estudo e a unidade


do conhecimento.

Para alcançar esse objetivo, Herbart elaborou e aplicou um método


instrucional que consistia numa série de passos baseados na ordem
psicológica de aquisição do conhecimento. Esses passos deveriam ser
seguidos em cada unidade de instrução e apresentavam a seguinte
seqüência: preparação, apresentação, associação, sistematização e
aplicação.

1.5. John Dewey (1859-1952)

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A concepção que Dewey tinha do homem e da vida, e que serve de base à


sua pedagogia, é de que a ação é inerente à natureza humana. A ação
precede o conhecimento e o pensamento. Antes de existir como ser
pensante, o homem é um ser que age. A teoria resulta da prática. Logo, o
conhecimento e o ensino devem estar intimamente relacionados à ação, à
vida prática, à experiência. O saber tem caráter instrumental: é um meio
para ajudar o homem na sua existência, na sua vida prática.

Para Dewey, o homem é um ser eminentemente social. Assim sendo, são


as necessidades sociais que norteiam sua concepção de vida e de
educação. Para ele, os motivos morais devem estar a serviço de fins
sociais. O trabalho em comum e a cooperação são os elementos
fundamentais da vida coletiva e satisfazem as necessidades sociais e
psíquicas do ser humano. Dewey instituiu a fórmula: Vida humana = vida
social = cooperação. Como o trabalho e a cooperação são o fundamento
da vida, é em tomo desses elementos que deve gravitar a educação

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escolar. Salientando a importância social do trabalho e valorizando o


trabalho manual, ele afirma que a escola deve tomar-se uma verdadeira
comunidade de trabalho, em vez de um lugar isolado onde se aprendem
lições sem ligação com a vida.

A criança, por sua própria natureza, é ativa, quer agir, fazer alguma coisa,
produzir. Assim, a escola deve respeitar a natureza da criança e aplicar o
princípio do aprender fazendo, agindo, vivendo. A criança deve adquirir o
saber pela experiência e pela experimentação próprias. O papel da escola
não é comunicar o saber pronto e acabado, mas ensinar as crianças a
adquiri-lo, quando lhes for necessário. Como? Desenvolvendo a atenção e
o pensamento reflexivo, a capacidade de estabelecer relações entre fatos e
objetos, a habilidade para diferenciar o essencial do acessório e para
remontar às causas e prever os efeitos. Ressalta que, na aquisição do
saber, o fundamental é a atividade mental, e que esta pode ou não vir

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acompanhada da atividade física. Por isso, Dewey é um grande defensor


dos métodos ativos e prega o ensino pela ação.

Embora vários outros filósofos e educadores tenham defendido a


necessidade de se rever os processos de ensino, os educadores aqui
apresentados, por sua obra tanto teórica como prática, tomaram-se
verdadeiros marcos do pensamento educacional, e suas idéias
repercutiram diretamente no campo da Didática. Eles não só pregaram a
reforma dos métodos de ensino como também aplicaram, em suas práticas
educativas, as idéias que defendiam. Apesar de apresentarem concepções
diferentes de educação, os educadores aqui mencionados tiveram um
aspecto em comum: tentaram fazer com que a reforma do ensino não
ficasse restrita a uma elite, mas fosse estendida a parcelas cada vez
maiores da população. Nesse sentido, eles acreditaram na educação
popular e tentaram mostrar que qualidade e quantidade não são termos
indissociáveis, e que podem, num certo momento, andar juntos.

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2 - A INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

2.1. O valor pedagógico da relação professor-aluno

A formação das crianças e dos jovens ocorre por meio de sua participação
na rede de relações que constitui a dinâmica social. É convivendo com
pessoas, seja com adultos ou com seus colegas ­ grupos de brinquedo ou
de estudo -, que a criança e o jovem assimilam conhecimentos e
desenvolvem hábitos e atitudes de convívio social, como a cooperação e o
respeito humano. Daí a importância do grupo como elemento formador.

Cada classe constitui também um grupo social. Dentro desse grupo, que
ocupa o espaço de uma sala de aula, a interação social se processa por
meio da relação professor-aluno e da relação aluno­aluno. É no contexto
da sala de aula, no convívio diário com o professor e com os colegas, que
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o aluno vai paulatinamente exercitando hábitos, desenvolvendo atitudes,


assimilando valores. Sobre isso, diz Georges Gusdorf, em sua admirável
obra Professores, para quê?: "Cada um de nós conserva imagens
inesquecíveis dos primeiros dias de aula e da lenta odisséia pedagógica a
que se deve o desenvolvimento do nosso espírito e, em larga medida, a
formação da nossa personalidade. O que nos ensinaram, a matéria desse
ensino, perdeu-se. Mas se, adultos, esquecemos o que em crianças
aprendemos, o que nunca desaparece é o clima desses dias de colégio: as
aulas e o recreio, os exercícios e os jogos, os colegas". O valor pedagógico
da relação professor-aluno. E por que não dizer também que sempre nos
lembraremos daqueles que foram nossos professores, de suas
personalidades, de suas formas de agir, de pensar e se expressar?

O que Georges Gusdorf quer dizer, ao se expressar de forma tão tocante


por meio dessas palavras e ao longo de toda a sua obra, é que a escola é
um local de encontros existenciais, da vivência das relações humanas e da

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veiculação e intercâmbio de valores e princípios de vida. Se, por um lado, a


matéria e o conteúdo do ensino, tão racional e cognitivamente assimilados,
podem ser esquecidos, por outro, o "clima" das aulas, os fatos alegres ou
tristes que nelas se sucederam, o assunto das conversas informais, as
idéias expressas pelo professor e pelos colegas, a forma de agir e de se
manifestar do professor, enfim, os momentos vividos juntos e os valores
que foram veiculados nesse convívio, de forma implícita ou explícita,
inconsciente ou conscientemente, tudo isto tende a ser lembrado pelo
aluno durante o decorrer de sua vida e tende a marcar profundamente sua
personalidade e nortear seu desenvolvimento posterior.

Isso ocorre porque é durante este convívio, isto é, são nesses momentos
de interação, instantes compartilhados e vividos em conjunto, que o
domínio afetivo se une à esfera cognitiva e o aluno age de forma integral,
como realmente é, como um todo. Ou seja, ele age não só com a razão,
mas também com os sentimentos e as emoções. Portanto, neste momento

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de interação, de convívio, de vida em conjunto, o aluno torna-se presente


por inteiro, pois a razão e os sentimentos se unem, guiando seu
comportamento.

O professor Walter Garcia afirma que "a educação, seja ela escolar ou 'do
mundo', é fenômeno que só ocorre em razão de um processo básico de
interação entre pessoas. (...) Que a educação é processo eminentemente
social julgamos desnecessário insistir, tal a evidência com que isto se
manifesta. Aliás, poderíamos ir mais além, ao dizer que a educação existe
exatamente porque o homem é um ser gregário e que só se realiza como
tal a partir do momento em que entra em relação com seu semelhante.
Enquanto processo de formação humana, a educação é a única maneira
pela qual é assegurada a continuidade da espécie, que assim consegue
dominar a natureza e imprimir nela sua presença e sua maneira de ver o
mundo".

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Falando mais especificamente sobre o ato de ensinar e aprender, Bruner


diz que ele é um processo essencialmente social, porque "as relações
entre quem ensina e quem aprende repercutem sempre na aprendizagem".

Os educadores concordam que o processo educativo e, mais


especificamente, a construção do conhecimento são processos interativos,
e portanto sociais, nos quais os agentes que deles participam estabelecem
relações entre si. Nessa interação, eles transmitem e assimilam
conhecimentos, trocam idéias, expressam opiniões, compartilham
experiências, manifestam suas formas de ver e conceber o mundo e
veiculam os valores que norteiam suas vidas.

Portanto, a interação humana tem uma função educativa, pois é


convivendo com os seus semelhantes que o ser humano é educado e se
educa.

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No processo de construção do conhecimento, o valor pedagógico da


interação humana é ainda mais evidente, pois é por intermédio da relação
professor-aluno e da relação aluno-aluno que o conhecimento vai sendo
coletivamente construído.

O educador, na sua relação com o educando, estimula e ativa o interesse


do aluno e orienta o seu esforço individual para aprender. Assim sendo, o
professor tem, basicamente, duas funções na sua relação com o aluno:

a)uma função incentivadora e energizante, pois ele deve aproveitar a


curiosidade natural do educando para despertar o seu interesse e
mobilizar seus esquemas cognitivos (esquemas operativos de
pensamento);
b)uma função orientadora, pois deve orientar o esforço do aluno, para
aprender, ajudando-o a construir seu próprio conhecimento.

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Cabe ao professor, durante sua intervenção em sala de aula e por meio de


sua interação com a classe, ajudar o aluno a transformar sua curiosidade
em esforço cognitivo e a passar de um conhecimento confuso, sincrético,
fragmentado, a um saber organizado e preciso.

Mas o professor deve ter bem claro que, antes de ser um professor, ele é
um educador, pois sua personalidade é norteada por valores e princípios
de vida, e consciente ou inconscientemente, explícita ou implicitamente ele
veicula esses valores em sala de aula, manifestando-os a seus alunos.
Assim, ao interagir com cada aluno em particular e ao se relacionar com a
classe como um todo, o professor não apenas transmite conhecimentos,
em forma de informações, conceitos e idéias (aspecto cognitivo), mas
também facilita a veiculação de ideais, valores e princípios de vida
(elementos da esfera afetiva), contribuindo para a formação da
personalidade do educando.

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De acordo com nossa concepção, o educando é “uma pessoa que se


desenvolve, que atualiza suas possibilidades, que se ajusta e se reajusta,
mediante processos dinâmicos, orientados por valores que lhe conferem
individualidade e prospectividade”.

Quem assim concebe o educando, tende a valorizar ainda mais a relação


professor-aluno, pois vê nessa interação um processo de intercâmbio de
conhecimentos, idéias, ideais e valores, que atua diretamente na formação
da personalidade.

2.2. A importância do diálogo na relação pedagógica

Como vimos, a construção do conhecimento é um processo interpessoal. O


ponto principal desse processo interativo é a relação educando-educador.
E esta relação não é unilateral, pois não é só o aluno que constrói seu
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conhecimento. É verdade que o aluno, através desse processo interativo,


assimila e constrói conhecimentos, valores, crenças, adquire hábitos,
formas de se expressar, sentir e ver o mundo, forma idéias, conceitos (e
por que não dizer preconceitos?), desenvolve e assume atitudes,
modificando e ampliando suas estruturas mentais.

Mas também é verdade que o professor é atingido nessa relação. De certa


forma, ele aprende com seu aluno, na medida em que consegue
compreender como este percebe e sente o mundo, e na medida que
começa a sondar quais os conhecimentos, valores e habilidades que o
aluno já traz de seu ambiente familiar e de seu grupo social para a escola.

Assim, em decorrência dessa relação, o professor pode passar a conhecer


novas formas de conceber o mundo, que são diferentes da sua. Pode

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também rever comportamentos, ratificar ou retificar opiniões, desfazer


preconceitos, mudar atitudes, alterar posturas.

Talvez seja por isso que Guimarães Rosa tenha escrito, em seu livro
Grande Sertão: veredas, que "mestre não é quem sempre ensina, mas
quem de repente aprende".

Nesse contato interpessoal instaura-se um processo de intercâmbio, no


qual o diálogo é fundamental. De um lado está o professor com seu saber
organizado, seu conhecimento cientificamente estruturado, sua forma de
se expressar na norma culta da língua, com os ideais e valores formais
aceitos e proclamados oficialmente pela sociedade e com seu grau de
expectativa em relação ao desempenho do aluno. Do outro lado está o
aluno com seu saber não sistematizado, difuso e sincrético, seu
conhecimento empírico, com o modo de falar próprio de seu ambiente

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cultural, com os ideais e valores de seu grupo social e com um certo nível
de inspiração em relação à escola e à vida.

Esse encontro do professor com o aluno poderá representar uma situação


de intercâmbio bastante proveitosa para ambos, em que o conhecimento
será construído em conjunto ou, ao contrário, poderá se transformar num
verdadeiro duelo, num defrontar de posições pouco ou nada proveitoso
para ambos.

Para haver um processo de intercâmbio que propicie a construção coletiva


do conhecimento, é preciso que a relação professor aluno tenha como
base o diálogo. É por meio do diálogo que professor e aluno juntos
constroem o conhecimento, chegando a uma síntese do saber de cada um.

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O diálogo é desencadeado por uma situação-problema ligada à prática. O


professor transmite o que sabe, partindo sempre dos conhecimentos
manifestados anteriormente pelo aluno sobre o assunto e das experiências
por ele vivenciadas. Assim, ambos podem chegar a uma síntese
esclarecedora da situação-problema que suscitou a discussão. Nesse
momento de síntese, o conhecimento é organizado e sistematizado, sendo
novamente aplicado à prática, agora já de forma estruturada.

Referindo-se ao diálogo na prática pedagógica, assim se expressa Maria


Teresa Nidelcoff: "Ao trabalhar corretamente com o problema das
subculturas, o professor procura captar toda a riqueza que as crianças
trazem, para de fato aprender com elas. Portanto, não se relaciona com as
crianças como se fosse o único que tem algo a ensinar, nem vê as crianças
como seres nulos que devem aprender tudo; ao contrário, sabe que ele e

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as crianças têm que se relacionar dentro de um mútuo intercâmbio de


ensinar-aprender" .

O professor Antonio Faundez, no seu lindo texto intitulado Dialogue pour te


développement et le développement du dialogue, salienta a necessidade
do diálogo no ato de construção do conhecimento ao comentar: "Se
analisarmos etimologicamente o verbo francês que indica a ação de
conhecer (connaître), perceberemos que é formado de duas partes (con-
naître), que significam 'nascer juntos', isto é, nascer com alguma coisa ou
com alguém. Portanto, o ato de conhecer é um nascimento partilhado, no
qual dois seres renascem. O que queremos salientar é que a construção
do conhecimento é um processo social e não apenas individual (...)". Trata-
se de uma reformulação compartilhada, na qual professor e aluno ensinam
e aprendem um com o outro, reestruturando-se. Nesse processo de
conhecer e compreender a realidade, o diálogo é fundamental, pois é
através dele que ocorrerá o intercâmbio entre o conhecimento popular de

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caráter empírico e o conhecimento cientificamente organizado, "permitindo


a criação de um novo tipo de conhecimento, capaz de compreender a
realidade a fim de transformá-la".

Também Georges Gusdorf, no seu cativante livro Professores, para quê?,


ressalta a importância do diálogo no processo educativo. Esse educador
preconiza uma pedagogia do encontro e do contato vital (p. 226), na qual a
relação mestre-discípulo é o intercâmbio de duas existências. Trata-se da
confrontação do homem com o homem (p. 235). E o diálogo é a própria
essência da relação mestre-discípulo, que é uma relação de reciprocidade,
uma mobilização e um reagrupamento de energias (p. 102).

Para Gusdorf, a situação pedagógica é uma situação de encontro


existencial e de coexistência entre duas personalidades. É um diálogo
aventuroso, um colóquio singular entre dois seres que se expõem e se

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revelam um ao outro (p. 206). Mestre é aquele que surge num dado
momento e numa certa situação como testemunha de uma verdade,
representante de um ideal ou revelador de um saber (p. 309). Assim, de
acordo com a situação vivencial, todos nós podemos ser mestres e
discípulos, pois estamos sempre ensinando o que sabemos e aprendendo
o saber de outros. "Nada permite esclarecer melhor o mistério do ensino. A
verdade só pode surgir como resultado de uma busca e de uma luta que
cada um de nós tem que travar consigo próprio, por sua própria conta e
risco".
Fizemos aqui uma breve síntese do pensamento desses autores, porque
eles nos mostram que a atitude do professor, na sua interação com a
classe e nas suas relações com cada aluno em particular, depende da
postura por ele adotada diante da vida e perante o seu fazer pedagógico.
Essa postura, por sua vez, é o reflexo de suas concepções, sejam elas
conscientes ou inconscientes, sobre o homem, o mundo e a educação. Isto
quer dizer que sua maneira de perceber o mundo, conceber o ser humano

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e encarar a educação vai refletir no modo como se relaciona com os seus


alunos. De nada adianta conhecer novos métodos de ensino, usar recursos
audiovisuais modernos, se encaramos o aluno com um ser passivo e
receptivo. Portanto, nossa forma de ensinar e de interagir com os alunos
vai depender do modo como os concebemos (seres ativos ou passivos?) e
da maneira como encaramos sua atuação no processo de aprendizagem.

Quando o professor concebe o aluno como um ser ativo, que formula


idéias, desenvolve conceitos e resolve problemas de vida prática através
da sua atividade mental, construindo, assim, seu próprio conhecimento,
sua relação pedagógica muda. Não é mais uma relação unilateral, onde um
professor transmite verbalmente conteúdos já prontos a um aluno passivo
que os memoriza.

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Se o que pretendemos é que o aluno construa seu próprio conhecimento,


aplicando seus esquemas cognitivos e assimiladores à realidade a ser
aprendida e desenvolvendo o seu raciocínio, devemos permitir que ele
exerça sua atividade mental sobre os objetos e até mesmo uma ação
efetiva sobre eles. O aluno exerce sua atividade mental sobre os objetos
quando opera mentalmente, isto é, quando observa, compara, classifica,
ordena, seria, localiza no tempo e no espaço, analisa, sintetiza, propõe e
comprova hipóteses, deduz, avalia e julga. É assim que o aluno constrói o
próprio conhecimento. Este tipo de procedimento didático que parte do que
o aluno já sabe, permitindo que ele exponha seus conhecimentos prévios e
suas experiências passadas, para daí formar novos conhecimentos,
cientificamente estruturados e sistematizados, exige uma relação
professor-aluno biunívoca, dialógica. Nessa relação o professor fala, mas
também ouve, ou seja, dialoga com o aluno e permite que ele aja e opere
mentalmente sobre os objetos, aplicando à realidade circundante seus
esquemas cognitivos de natureza operativa.

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2.3. Autoridade versus autoritarismo

Algumas pessoas podem pensar que discutir a questão da autoridade e do


autoritarismo seja um tema já ultrapassado. No entanto, não o é. O
professor Regis de Morais, no livro sob sua coordenação intitulado Sala de
aula - Que espaço é este?, mostra que este é um tema bem atual. Vejamos
o que ele diz, para em seguida fazermos algumas reflexões sobre o
assunto: "Um tempo que confunde coisas tão radicalmente distintas como
'autoridade' e 'autoritarismo', é um tempo enfermo. (...) Levando isto em
conta, quero propor uma rediscussão do problema da autoridade na sala
de aula. Segundo o meu modo de perceber e avaliar as chamadas
'relações pedagógicas', não consigo conceber tema mais contemporâneo e
de vanguarda como a questão que acabo de propor. Está na hora de
perdermos o medo perante certos problemas, superando inócuos trejeitos
falsamente pedagógicos e modismos, saindo à procura de um equilíbrio
até hoje raramente alcançado (...). Urge, no entanto, lembrarmos que a

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retomada do tema da autoridade é a retomada do próprio tema do amor -


coisa atemporal que alimenta os sonhos de todo ser humano".

Hoje em dia, é comum encontrarmos pessoas que contestam a autoridade


do professor em sala de aula não em nome do bom senso, mas sim em
nome de um falso humanismo e de um modismo chamado laissez-faire ou
não-diretividade, que geram um voluntarismo espontaneísta e confundem
erroneamente autoridade com autoritarismo. Ora, o bom senso pedagógico
nos mostra que a autoridade do professor é um fato, pois ela é inerente a
sua própria função docente.

Diz ainda Regis de Morais na obra citada: "Os professores como que
passam a ter vergonha de exercer uma autoridade para a qual estão
designados, uma autoridade que nada tem que ver com traços autoritários
desta ou daquela personalidade, mas que emerge do próprio processo

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educacional e de ensino. (...) Hoje está posto um desafio que precisa


começar a ser enfrentado no exato espaço da sala de aula: o de se
recuperar o sentido da autoridade nas relações pedagógicas, sem qualquer
concessão a autoritarismos, que destes já estamos fartos. (...) Sabe-se que
o autoritarismo é a doença da autoridade. Toda autoridade é um valor, pois
que é garantia da liberdade. Mas qualquer valor, por mais puro que seja,
quando se hipertrofia, faz-se num antivalor. Eis por que fica muito
necessário, ao pensarmos especificamente na realidade da sala de aula,
estabelecer certa divisão de águas entre os mencionados antípodas. (...)
Na verdade, o autoritarismo é o tapume atrás do qual alguma
incompetência se esconde. (...) Autoridade, por sua vez, é homeostase, é
equilíbrio (...). Ora, a autoridade do professor nada tem a ver com
policialismo; tem sim a ver com a conquista de uma disciplina de vida que
não se aprende em manuais, mas na própria escalada dos obstáculos
naturais".

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No item anterior deste mesmo capítulo, abordamos a importância da


atitude dialógica na prática pedagógica. Vimos que a postura dialógica
supõe diálogo, intercâmbio de informações e experiências, troca de idéias
e opiniões. Por isso é frontalmente contrária à postura autoritária, que
pensa tudo saber e nada mais quer aprender, quer tudo falar e nada ouvir.

Mas o fato de adotar uma atitude que valoriza o diálogo e parte dos
conhecimentos anteriores dos alunos, não significa de forma alguma
assumir uma atitude de laissez-faire, de não-diretividade irresponsável e
descompromissada, pois deixa os alunos ao léu, sem rumo, desorientados,
cada um por si, sem saber o que fazer e onde chegar. A atitude dialógica
supõe uma certa diretividade, pois o professor sabe onde quer chegar com
o seu ensino e ajuda o aluno a atingir esses objetivos, incentivando a sua
atividade e orientando a sua aprendizagem no sentido da construção do
conhecimento.

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Assim, no exercício de sua prática docente, o professor tem duas funções


básicas, como já abordamos anteriormente: a função incentivadora e a
função orientadora. Ora, a autoridade que ele exerce na sala de aula
decorre dessas duas funções inerentes à sua atividade docente. Trata-se,
portanto, de uma autoridade incentivadora e orientadora: é a autoridade de
quem incentiva o aluno a continuar estudando e fazendo progressos na
aprendizagem, e a autoridade de quem orienta o esforço do aluno no
sentido de alcançar os objetivos por ambos desejados, visando a
construção do conhecimento.

Falando sobre a questão da autoridade do educador e da atitude dialógica,


o professor Olivier Reboul assim se expressa: "O verdadeiro educador
compreende que a autoridade por ele exercida não é a sua; mostra, por
toda a sua conduta, que não é o detentor da autoridade, mas o
testemunho. Essa autoridade é a da humanidade sobre todos os homens,
a da razão, da ciência, da arte, da consciência; o papel do educador não é

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confiscá-la, mas atestá-la; (...); se lhes corrige as faltas (dos alunos),


admite ser também corrigido; se exige que dêem razão de seus atos,
admite que lhe peçam a razão dos seus. Não está acima deles, está com
eles".

Logo, se o ensino é a orientação da aprendizagem visando a construção


do conhecimento, a autoridade do professor é a autoridade amiga, de
quem estimula, incentiva, orienta, reforça os acertos, mostra as falhas e
ajuda a corrigi-Ias. É a autoridade de quem auxilia a descobrir alternativas,
mostra caminhos e abre perspectivas.

2.4. A questão da disciplina na sala de aula

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De acordo com Leif, em sua obra Vocabulário técnico e crítico da


Pedagogia e das Ciências da Educação (p. 121), o termo disciplina é
usado, basicamente, em duas acepções diversas, que resumimos a seguir:

a)Em relação ao ensino, disciplina é um conjunto ou corpo específico de


conhecimentos com suas características próprias e métodos
particulares de trabalho. Nesse sentido, corresponde à matéria de
ensino, conteúdo ou componente curricular.
b)Em relação ao indivíduo, disciplina é uma regra de conduta ou um
conjunto de normas de comportamento que podem ser impostas do
exterior (heterodisciplina), ou que podem ser aceitas livremente pelo
indivíduo, regulando o seu comportamento (auto disciplina).

Sheviakove Redl afirmam que, no que se refere ao comportamento,


disciplina é "a organização de nossos impulsos para a obtenção de um

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objetivo. Do ponto de vista do grupo, a disciplina é a subordinação dos


impulsos dos indivíduos que o integram, com o fim de se alcançar um
objetivo comum".

A professora Therezinha Fram, em artigo de sua autoria, de leitura


interessante e agradável, afirma que disciplina é a "formação interior de
comportamento inteligente, ,que sabe se dirigir, que sabe definir os seus
objetivos e que sabe encontrar os melhores meios para atingir esses
objetivos".

Para essa educadora brasileira, a pessoa disciplinada é aquela que dá ao


seu comportamento uma direção inteligente, isto é, uma direção que supõe
um autocontrole, um controle interno e consciente dos impulsos da vida e
das motivações. "Disciplina no que diz respeito à vida do indivíduo é
aquela capacidade que ele tem de orientar inteligentemente o seu

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comportamento, sabendo manipular as forças do ambiente" com o qual


interage, seja este o universo físico, seja o mundo cultural e das
instituições, ou seja o mundo das pessoas. É disciplinado do ponto de vista
da interação com o universo físico quem conhece as suas leis e as utiliza
para o bem comum. É disciplinado do ponto de vista da interação com o
mundo cultural e das instituições quem conhece as leis sociais e consegue
"entender o que a sociedade está exigindo dele", atuando para aprimorar
essa cultura e essas instituições. É disciplinado do ponto de vista da
interação com os seres humanos quem consegue desenvolver um conjunto
de atitudes no sentido de entender os outros e adaptar o seu
comportamento às diferentes situações em que vai atuar.

Portanto, a professora Therezinha Fram nos apresenta uma concepção


bem ampla de disciplina, que equivale ao conjunto das condições nas
quais a aprendizagem global se realiza, e a insere na perspectiva de uma
autodisciplina.

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O mais interessante é que essa educadora considera a disciplina como


uma construção. Não é uma prevenção, nem tampouco tratamento de
problemas. Trata-se de uma construção porque o aluno vai conduzindo e
dirigindo o seu comportamento de forma a construir a sua vida e a vida da
sua cultura.

Também o professor Walter Garcia define disciplina como sendo a


"ordenação de condições que possibilitem a aprendizagem".

Como podemos verificar, o conceito de disciplina está passando por uma


modificação gradual: de um conjunto de proibições e punições caminha-se
em direção à prevenção e correção; de uma disciplina rígida e severa
baseada no temor e visando unicamente a obediência às normas impostas

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de fora pela coerção (heterodisciplina), caminha-se gradativamente em


direção a uma autodisciplina.

A autodisciplina é um conjunto de princípios e regras elaborado livremente


pela pessoa, através do contato com a realidade e da interação com os
outros, e interiorizados pela aprendizagem, pela tomada de consciência
das exigências da vida pessoal e social, e pela busca da autonomia
através da atividade livre.

2.4.1. Da heterodisciplina à autodisciplina

Essa evolução na forma de conceber a disciplina coincide com as


conclusões de Jean Piaget acerca do desenvolvimento moral e social do
indivíduo. De acordo com Piaget, o desenvolvimento moral e social segue
estágios que equivalem aos estágios do desenvolvimento intelectual.
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Assim, no domínio da compreensão de regras, o indivíduo tende a se


desenvolver seqüencialmente de um estágio em que predomina a moral
heterônoma - chamada por Piaget de moral da obediência e do dever e
caracterizada pela atitude egocêntrica e pela obediência irrefletida às
normas impostas de fora para um estágio onde predomina a moral
autônoma. A moral autônoma caracteriza-se pela elaboração e aceitação
consciente das regras, pela relação de cooperação espontânea com os
outros, pelo respeito mútuo e pela reciprocidade de sentimentos. Nesta
última etapa, na qual predomina a moral autônoma (denominada por Piaget
de "moral da autonomia da consciência"), o indivíduo passa a compreender
o verdadeiro sentido das regras e consegue elaborar uma escala de
valores.

Mas para que o desenvolvimento acima descrito possa se processar, é


muito importante a contribuição do ambiente no qual a criança vive,
principalmente no que se refere ao tipo de relações sociais que ela mantém

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com os adultos com os quais convive e interage. Assim, se ela desde cedo,
em vez de se acostumar simplesmente a obedecer normas impostas do
exterior, tiver oportunidade de participar da elaboração de padrões de
comportamento e de normas de conduta em conjunto com o adulto,
tenderá a desenvolver mais facilmente a chamada moral autônoma e a
capacidade de autodirigir o seu comportamento.

A despeito da evolução da concepção de disciplina, alguns adultos que


lidam com crianças e jovens parecem considerá-la desnecessária, e em
nome de um pretenso "modernismo" ou alegando adotar pseudoteorias mal
compreendidas e mal digeridas, parecem até ter medo de usar o termo
disciplina. Mas nós, educadores, não devemos ter medo das palavras. O
professor Regis de Morais afirma: "não haja engano: é com esforço e
disciplina que se constrói um equilíbrio". Assim, a aprendizagem é um
processo interior que depende do esforço e da disciplina.

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A disciplina interior é tão importante em nossas vidas e no nosso


relacionamento com as outras pessoas, que o professor Olivier Reboul
afirma que "a democracia, e principalmente a democracia socialista, é o
regime que exige mais disciplina".

Ora, a disciplina é necessária também em sala de aula, como a ordenação


das condições que possibilitam a aprendizagem. A disciplina escolar é
conseqüência da organização total da escola, isto é, do modo como a
escola está organizada, e também o reflexo da relação que se estabelece
entre o professor e o aluno.

Se pretendemos que nossos alunos dirijam sua conduta de acordo com


princípios coerentemente estabelecidos, devemos trabalhar em sala de
aula no sentido de desenvolver a autodisciplina. Mas o aluno só introjeta
normas de comportamento se ele as pratica no seu dia-a-dia. Por isso,

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deve-se cultivar e dar condições para que o aluno possa praticar e


vivenciar a autodisciplina na rotina diária da sala de aula. Para que isso
ocorra, o professor precisa compreender e aceitar os princípios da
disciplina democrática e transportá-los para a sua prática diária em sala de
aula. Pois como já foi ressaltado, a disciplina da classe é, em grande parte,
uma conseqüência da relação professor-aluno.

Apresentamos, a seguir, algumas sugestões que podem ajudar o professor


a orientar a conduta de seus alunos e a criar condições para o
desenvolvimento da autodisciplina:

a) A necessidade de se estabelecer padrões de comportamento.

Estabeleça, em conjunto com os alunos, os padrões de comportamento a


serem seguidos, permitindo que eles analisem e discutam as normas de
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conduta propostas, expressando sua opinião a respeito de cada uma delas


e contribuindo com sugestões.

Quando os alunos podem discutir e opinar sobre as regras de


comportamento a serem seguidas por cada um deles, em particular, e pela
classe, em geral, eles tendem a aceitá-las e adotá-las mais facilmente.
Assim, os regulamentos estabelecidos em conjunto costumam ser
respeitados pelo grupo. Quando o aluno pode participar da discussão e
decisão das regras, ele tem mais motivação para respeitá-las. "O primeiro
contato do professor com a turma é de alta importância. Se ele se fizer por
meio de uma sessão de grupo, da qual todos participem, e se as normas e
diretrizes forem propostas e aceitas pelo grupo, prepara-se a atmosfera
ótima para um trabalho proveitoso, e estabelece-se um 'rapport' positivo
entre o mestre e os discípulos. A liderança do professor não desaparece,
mas ela é compartilhada, e todos se sentem responsáveis pelo bom êxito
do curso".

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Nas escolas onde lecionamos, fizemos um trabalho no sentido de


estabelecer padrões de comportamento em conjunto com os alunos, e
percebemos que estes, por incrível que pareça, são mais rígidos e
exigentes do que os próprios professores, quando se trata de propor
normas de conduta. Pois eles sabem, melhor do que ninguém, que um
aluno indisciplinado e bagunceiro atrapalha os colegas que querem estudar
e aprender. Verificamos também que, quando os alunos têm a
oportunidade de participar da elaboração de um "código" de
comportamento, eles tendem a respeitar e assumir o que foi proposto em
conjunto pelo grupo, acatando e adotando mais facilmente as regras na
prática cotidiana da sala de aula.

b) Use procedimentos positivos de orientação da conduta, visando sempre


desenvolver o auto-conceito positivo dos alunos.

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Auto-conceito é o conceito que alguém tem de si próprio, é a imagem que


faz de si mesmo, tanto do seu interior (personalidade) como exterior
(aspecto físico). Logo, auto conceito é a auto-imagem que influi na auto-
estima. Por sua vez, a auto disciplina é um controle interno. Portanto, o
desenvolvimento da auto disciplina está relacionado à formação do auto
conceito positivo. Por isso, deve-se usar, como forma de orientar a
conduta, o reforço positivo, elogiando e dando destaque ao comportamento
adequado.

A professora Ana Maria Poppovic e seus colaboradores, na obra


Pensamento e linguagem, destinada às professoras das classes de 1ª
série do ensino fundamental que se iniciam no magistério, afirmam que
"elogios e recompensas ajudam mais a motivar o aluno do que críticas e
punições. (...) Um comportamento elogiado tende a aparecer de novo".
Mas ressaltam: "O elogio precisa ser feito nas oportunidades adequadas.
Se for dado à toa perde o valor de reforço. No entanto, você não deve ser

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econômica em elogios, nem tampouco desperdiçar oportunidades de


reforçar positivamente seus alunos. Elogie sempre, nas ocasiões que achar
oportunas". Elogie os comportamentos adequados, bem como o empenho
e o esforço demonstrados, pois assim você estará orientando a conduta do
aluno e estimulando-o a progredir na aprendizagem.

Na mesma obra (p. 165), Ana Maria Poppovic e seus colaboradores


sugerem, também, que o professor ponha em prática, na sala de aula, o
que eles denominam de "os três motivadores":

- Eu sou alguém.
- Eu respeito os outros.
- Eu quero que os outros me respeitem.

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Com esses "três motivadores", o que se pretende é formar o auto conceito


positivo dos alunos e ajudá-los a desenvolver a autodisciplina, fazendo-os
perceber que cada um deles é uma pessoa diferente das outras, com
características próprias, com aptidões e habilidades, preferências e
interesses, com qualidades e defeitos, aspectos positivos e negativos; que
cada um deles quer ser respeitado pelos demais, mas, por outro lado,
também deve respeitar os outros colegas, o professor, as outras pessoas.
A melhor forma de se fazer respeitar é respeitando os outros.

Quando o professor tiver que repreender um aluno por algum


comportamento inadequado, deve procurar não fazê-lo em público,
nem submeter o aluno a tratamento vexatório. As repreensões devem ser
feitas, na medida do possível, em particular e não devem ser degradantes.
Não se deve envergonhar um aluno na frente da classe.

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O professor também deve procurar não rotular o aluno. O comportamento


do aluno em sala de aula é muito influenciado pelo conceito que ele faz de
si próprio (auto-conceito) e pela expectativa que o professor tem dele (e o
aluno percebe o que o professor espera dele). Assim, o aluno que foi
rotulado de "problema", "indisciplinado", "desajustado", tende a introjetar
esses estereótipos, formando um conceito negativo de si. E o que é pior:
tende a agir dessa forma, reproduzindo o comportamento que é esperado
dele.

O professor Luiz Alves de Mattos, no seu livro Sumário de Didática geral


(p. 218), menciona uma pesquisa feita por Briggs sobre os procedimentos
adotados pelos professores para orientar a conduta de seus alunos e a
conseqüente eficácia dessas técnicas. Os resultados da pesquisa mostram
que, dos procedimentos adotados, os que surtiram mais efeito, isto é, os
que apresentaram os resultados mais positivos no sentido de ajudar a
melhorar a conduta do aluno, foram os seguintes: em primeiro lugar, a

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conversa particular (franca e amistosa); em segundo lugar, o


reconhecimento de que o aluno está progredindo; em terceiro lugar, o
elogio público; e, em quarto lugar, a repreensão em particular. Os
procedimentos que não surtiram o efeito esperado e até acarretaram
resultados negativos, fazendo o aluno incidir no comportamento
inadequado, foram os seguintes: expor o aluno ao sarcasmo público;
reclamação de que o aluno está piorando; fazer sarcasmo do aluno em
particular; repreensão pública.
Essa pesquisa ratifica o que dissemos anteriormente, pois o que podemos
deduzir dos resultados da pesquisa realizada por Briggs é que os
procedimentos positivos de orientação da conduta são os mais eficazes.
Os procedimentos que contribuíram para a melhoria da conduta dos alunos
foram aqueles que se baseiam no reforço positivo e que o ajudam a formar
seu auto-conceito positivo.

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c) Procure explicar a razão de ser das regras de conduta adotadas,


mostrando por que elas são necessárias. No caso de uma repreensão em
particular, explique ao aluno por que seu comportamento é inadequado.

A aceitação de normas é necessária para se viver em sociedade. "A vida


em comum exige que respeitemos leis, normas, regulamentos... Se assim
é, deve ser natural aceitarmos tais regras, desde que não nos pareçam
arbitrárias". Por isso, é.preciso mostrar ao aluno que o estabelecimento
das regras de conduta não é algo arbitrário. Cada uma delas tem uma
razão de ser na dinâmica da escola em geral, e da sala de aula em
particular, pois visam o bom andamento dos trabalhos escolares.

Se o professor puder explicar a seus alunos o porquê das regras e dos


regulamentos escolares, talvez sejam menores os problemas de disciplina.
Ê importante discutir cada regra com a classe, para que os alunos possam

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entender por que algumas exigências precisam ser feitas. Durante a


explicação, leve em conta as sugestões e opiniões dos alunos, procurando
deixar bem claro que as regras que foram propostas pelo grupo precisam
ser respeitadas.

d) Respeite e leve em conta a história pessoal do aluno.

A indisciplina na escola é uma reação do aluno decorrente de seu


desinteresse, de sua inadaptação, insatisfação, frustração ou revolta. Atrás
de cada caso de indisciplina há um problema a ser analisado e
solucionado. O professor pode evitar frustrações, desajustamentos e a
conseqüente indisciplina, se considerar as experiências anteriores dos
alunos e sua história pessoal de vida, e se tratá-los com compreensão e
respeito.

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No caso de um aluno que demonstra constantemente comportamentos


inadequados e revela com freqüência problemas de indisciplina,
desajustamento e inadaptação, o professor pode realizar entrevistas com
ele e com seus pais ou responsáveis, fazendo um estudo do caso, para
tentar encontrar uma forma de ajudá-lo a melhorar sua conduta. Vejamos
um exemplo: um aluno mostra-se muito irrequieto e indisciplinado, recusa-
se a fazer as atividades escolares e briga constantemente com os colegas.
Ele pode estar passando dificuldades de natureza afetiva e emocional,
causadas por situações conflitantes vivenciadas por ele em casa, na escola
ou com seu grupo de colegas. As causas dessa conduta podem ser as
mais variadas. Cabe ao professor investigá-las, conversando com o aluno
e com seus pais ou responsáveis. Vamos mencionar uma dentre as muitas
causas possíveis: esse comportamento pode ter-se originado no fato de o
aluno não se sentir aceito por seus companheiros. Assim, chamando
constantemente a atenção do professor e dos colegas, ele tenta
compensar o sentimento de rejeição. Tendo perdido a auto confiança e a

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auto-estima, tende a reproduzir, na sala de aula, uma atitude que


corresponda à expectativa que dele fazem os pais e colegas.

Muitas vezes, os problemas de ordem afetiva e emocional extrapolam o


âmbito de atuação do professor. Nesse caso, o que ele pode fazer é
conversar com os pais ou responsáveis pelo aluno e encaminhá-lo a um
profissional especializado, que tenha condições de oferecer o tratamento
necessário e o acompanhamento adequado ao caso.

e) Incentive e permita que os alunos participem ativamente da organização


escolar e da dinâmica da sala de aula.

Quando o aluno está motivado e participa ativamente do processo ensino-


aprendizagem, ele se concentra mais e aprende melhor, e, em geral, não
apresenta problemas de disciplina. "Enquanto participa, ele concentra
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todas as suas energias na situação de aprendizagem. E assim mantém seu


interesse, sem ter tempo de ser indisciplinado. (...) A motivação é um fator
fundamental para a aprendizagem. Se não estiver motivada, a criança
perde o interesse. Por causa desse desinteresse ela muitas vezes fica
indisciplinada. Uma forma importante de motivar a criança é estimular sua
iniciativa.

Também o professor Luiz Alves de Mattos se pronuncia sobre a relação


entre motivação e disciplina, afirmando: "A autêntica motivação é, por
excelência, o melhor recurso disciplinar, porquanto proporciona um forte
condicionamento interior às atitudes e ao comportamento dos alunos,
integrando-os na tarefa escolar em pauta. Ao aluno devidamente
interessado e motivado não ocorrem as tentações da indisciplina; estas
sobrevêm e o dominam quando ele está em disponibilidade mental, sem
qualquer interesse que polarize sua atenção e lhe dê uma ocupação
imediata em vista de um objetivo definido".

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Apresentamos a seguir algumas sugestões que podem ajudar o professor


a incentivar a participação do aluno no processo ensino-aprendizagem e na
dinâmica de sala de aula:

a)Apresente atividades desafiadoras, que envolvam uma situação


problema e mobilizem os esquemas cognitivos de natureza operativa dos
alunos. Estas atividades podem ser individuais, ou então grupais. Os
jogos e trabalhos em equipe, por exemplo, estimulam o relacionamento
entre os alunos e incrementam a integração da classe.
b)Proporcione atividades de expressão oral, nas quais o aluno possa ouvir
e fazer-se ouvir, falar sobre o que aprendeu e externar suas opiniões e
suas dúvidas. Depois de dar uma explicação sobre determinado
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conteúdo, peça para um aluno fazer oralmente uma rápida síntese do


assunto que foi explicado. Isto ajuda a manter os alunos atentos, pois
eles sabem que precisam prestar atenção na explicação do professor,
porque serão solicitados a fazer um breve relatório oral do que foi
exposto para a classe. Quando um aluno apresentar uma dúvida sobre
algum ponto da explicação dada, antes de expor o assunto (novamente,
verifique quais os alunos que entenderam aquele tópico, e peça a um
deles para explicá-lo à classe, e, em especial, ao colega que não
entendeu. Esta medida contribui para desenvolver a cooperação entre os
membros da classe, pois assim eles têm a possibilidade de se ajudarem
mutuamente no processo de construção coletiva do conhecimento. Isto
ajuda, também, a desenvolver a aprendizagem autopossuída, que é
aquela que se caracteriza pelo fato do aluno ter aprendido e saber que
aprendeu.
c) Distribua funções e divida tarefas, como apagar a lousa, recolher os
cadernos, passar o cesto de lixo, distribuir o material, pendurar cartazes e

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quadros didáticos, levar recados do professor a outros funcionários da


escola etc. Os alunos assumem essas funções e executam essas tarefas
em rodízio. Isto permite que todos participem da dinâmica da sala de aula
e também se sintam responsáveis por ela.

Convém ressaltar que o nível de disciplina da classe está ligado ao grau de


motivação dos alunos e dele depende. "A necessidade do manejo e das
intervenções disciplinares está sempre na razão inversa da motivação.
Quanto mais forte e intensa for a motivação, tanto menor será a
necessidade de manejo disciplinar. Inversamente, quanto mais fraca e
remissa for a motivação, tanto maior será a necessidade de intervenções
disciplinares, como que para compensar essa falta. O que, porém, não
padece qualquer dúvida é a superioridade e maior eficácia do processo
motivador sobre o processo disciplinador. Somente na medida em que
faltam os recursos incentivadores é que o professor pode e deve lançar
mão dos recursos disciplinares para garantir a necessária ordem na classe

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e dar andamento aos trabalhos". Outro aspecto que deve ser salientado é
que a auto disciplina, sendo um controle interno, não é algo que o
professor consiga de um momento para outro, só numa aula ou através de
uma simples conversa. É um comportamento que precisa ser desenvolvido,
e até treinado, dependendo de um trabalho permanente e constante. Um
dos meios mais eficientes para desenvolver a auto disciplina é reforçar o
comportamento adequado e a conduta positiva dos alunos, sem exacerbar
nas críticas negativas, pois o reforço positivo aumenta a motivação e o
sentimento de autoconfiança e de auto-estima.A professora Irene Carvalho,
falando sobre os problemas de disciplina que às vezes os professores
precisam enfrentar e tentar solucionar, assim se expressa: "Para tais
problemas não adianta dar conselhos. O professor terá de atuar de acordo
com sua própria personalidade e com o grau de experiência que possui.
Estas palavras ou aquelas medidas dão resultados com o professor A, mas
são incompatíveis com o professor B. Têm efeito na situação X, mas são
inoperantes na situação Y. Em relações humanas, não há fórmulas que se
possam aplicar mecanicamente".

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A única coisa que podemos assegurar no que se refere à disciplina de sala


de aula é que o professor precisa e deve orientar a conduta dos alunos, de
forma compreensiva, mas com atitudes seguras. Como ele fará isso, vai
depender da postura de cada professor e das características de cada
situação em particular, pois em educação não há fórmulas prontas e
acabadas.

2.5. Motivação e incentivação da aprendizagem

Para que haja uma aprendizagem efetiva e duradoura é preciso que


existam propósitos definidos e auto-atividade reflexiva dos alunos. Assim, a
autêntica aprendizagem ocorre quando o aluno está interessado e se
mostra empenhado em aprender, isto é, quando está motivado. É a
motivação interior do aluno que impulsiona e vitaliza o ato de estudar e

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aprender. Daí a importância da motivação no processo ensino-


aprendizagem.

Se voltarmos atrás no tempo e fizermos uma sondagem na história do


pensamento pedagógico, podemos verificar que Quintiliano, que viveu de
33 a 95 d.C., já salientava a importância do interesse no processo
educativo.

Juan Luis Vives, que viveu de 1492 a 1540, já chamava a atenção dos
educadores para o valor da atenção e do interesse no ato de aprender,
fazendo considerações sobre a influência da emoção e dos sentimentos no
funcionamento da inteligência e da memória. Em pleno século XVI, ele
fazia referência ao que hoje em dia a terminologia educacional moderna
denomina a influência da área afetiva no campo cognitivo.

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Pestalozzi, que viveu de 1746 a 1827, ressaltava a necessidade do


educador fazer uma sondagem sistemática do interesse do educando, a
fim de conhecer os interesses característicos de cada faixa etária e poder
aproveitá-los na orientação do processo de aprendizagem.

Stanley Hall (1844-1924) preconizava que o organismo age e reage em


função de estímulos internos, dinâmicos e persistentes, que são os motivos
do comportamento. Defendia a idéia de que os interesses variavam de
acordo com as diversas fases do desenvolvimento, passando por uma
evolução. Os interesses próprios de cada etapa deveriam ser usados para
nortear as atividades escolares daquela fase.

Claparede (1873-1940) fez um estudo sobre a evolução dos interesses


humanos, tentando sistematizar aqueles que eram dominantes em cada
fase do desenvolvimento biopsicológico do indivíduo. Afirmava que o

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indivíduo age impulsionado pelo interesse do momento, que funciona como


a causa ou motivo do comportamento e liga as necessidades às reações
adaptativas para satisfazê-las.

Atualmente, a Psicologia, que tenta assumir o status de ciência, procura


estudar de forma mais sistematizada a influência da motivação na
aprendizagem. Aliás, este tem sido um dos temas básicos da Psicologia da
aprendizagem. No entanto, a história do pensamento pedagógico nos
revelou que a questão dos interesses e sua influência no ato de aprender
têm sido objeto da reflexão dos educadores ao longo de muitos séculos.

É comum os professores interrogarem como podem motivar mais seus


alunos durante as aulas. O professor Luiz Alves de Mattos responde a esta
pergunta dizendo que, "dada a natureza complexa e sutil da motivação,
como fenômeno psicológico interior, no qual as diferenças individuais, a

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experiência prévia e o nível de aspiração de cada aluno desempenham um


papel importante, não é possível à Didática traçar uma técnica
padronizada, segura e infalível para provocar ou gerar em cada caso a
desejada motivação interior para a aprendizagem. Contudo, de há muito os
didatas têm procurado estabelecer, por intuição e por experimentação,
procedimentos eficazes que gerem ou estimulem essa motivação. (...). A
esse conjunto de recursos e procedimentos envolventes e estimulantes
chamamos de incentivação da aprendizagem. Incentivação da
aprendizagem é, assim, a atuação externa, intencional e bem calculada do
professor para, mediante meios auxiliares, recursos e procedimentos
adequados, intensificar em seus alunos a motivação interior, necessária
para uma autêntica aprendizagem, proporcionando-lhes motivos
polarizadores de interesse, de estudo e de trabalho".

Desse trecho deduz-se que um professor não pode motivar um aluno a


aprender, pois a motivação é um processo psicológico e energético, e

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como tal, pessoal e interno, que impele o indivíduo para a ação,


determinando a direção do comportamento. Sendo um fenômeno
psicológico, ocorre no interior do indivíduo e varia de acordo com as
diferenças individuais, as experiências anteriores e o nível de aspiração de
cada um. O que o professor pode fazer é incentivar o aluno, isto é,
despertar e polarizar sua atenção e seu interesse, orientando e
canalizando positivamente as fontes motivacionais.

Assim, a primeira coisa a fazer quando se aborda esse assunto, é


estabelecer uma distinção entre motivo e incentivo. Motivo é um estímulo
interno enquanto incentivo é um estímulo externo. A ação pode ser
estimulada e gerada tanto por fatores internos, que são os motivos, como
por estímulos externos, que agem como incentivos.

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Assim, no sentido psicológico, motivo é um impulso da conduta que


corresponde a uma necessidade e põe o ser humano em movimento,
levando-o a agir. O motivo é sempre algo interno, profundo e duradouro.

O interesse, por sua vez, pode ser intrínseco e extrínseco. O interesse é


intrínseco quando corresponde a uma necessidade, tornando-se a
manifestação de um motivo. Neste caso, o interesse é persistente e
duradouro.

O interesse extrínseco não corresponde a uma verdadeira necessidade e


não tem relação com a natureza da atividade solicitada, sendo superficial,
momentâneo e passageiro.

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Psicologicamente, a motivação é um estado de tensão, de dinamismo, de


necessidade que provoca a atividade, fazendo o indivíduo agir. Diz-se que
uma pessoa está motivada quando a atividade que realiza corresponde a
uma necessidade psicológica ou a um interesse intrínseco.

O professor não pode motivar o aluno, pois este é um processo interno,


mas pode sondar e aproveitar os motivos já latentes, despertando nele os
interesses intrínsecos, que são a manifestação de um motivo.

Portanto, como diz a professora Irene Carvalho, "a motivação é um fato


interior, enquanto a incentivação provém de forças ambientais, entre as
quais situa-se a atuação do professor, quando este tem plena consciência
do valor da incentivação, e realiza esforços deliberados para bem estimular
seus alunos (...). A incentivação só é operante se se transformar em
motivação. Isto é: os estímulos externos (incentivos) precisam sintonizar-se

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com motivos preexistentes (estímulos internos) para conseguir algum


resultado. Muitos incentivos chegam até nós e nada conseguem, porque
não encontram ressonância em nosso interior". Isto quer dizer que o aluno
aprende efetivamente aquilo que corresponde a uma necessidade, a um
motivo, ou a um interesse intrínseco.

Para incentivar os alunos a estudar e aprender, o professor utiliza recursos


ou procedimentos incentivadores. Esses recursos devem ser usados não
apenas no início da aula, mas em todo o decorrer dela. "Motivos e
incentivos são importantes em todas as fases da aprendizagem, e não
somente em seu momento inicial. Há muito professor que só se preocupa
com a incentivação no início da atividade, sem se lembrar de que esta tem
de ser reforçada no decorrer de todo o processo, a fim de que a motivação
não decresça, a ponto de até se extinguir".

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Também o professor Luiz Alves de Mattos se pronuncia a esse respeito,


dizendo que "a incentivação da aprendizagem não é apenas um passo
preliminar do ciclo docente, mas uma constante que deve permear todo o
processamento dos trabalhos escolares, através de todo o ano. Incentivar
os alunos na sua aprendizagem não significa despertar apenas a
curiosidade ou o interesse momentâneo dos alunos, mantendo-os atentos,
mas passivos e inertes. A conquista do interesse e da atenção dos alunos
é apenas a preliminar da motivação. Partindo desse interesse e dessa
atenção, é necessário levar os alunos a atividades intensivas e
proveitosas, induzindo-os ao estudo, à reflexão, ao esforço e à disciplina
espontânea do trabalho discente. Essas atividades trarão aos alunos o
prazer do sucesso obtido pelos seus esforços pessoais. Todo o esforço
bem-sucedido e como tal reconhecido pelo professor é altamente educativo
e motivador".

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Como podemos concluir, a participação intensa e ativa do aluno na aula


depende do grau de motivação pelo assunto ou atividade focalizada. Por
outro lado, a incentivação da aprendizagem deve ocorrer durante todo o
desenrolar da aula e da unidade de ensino, dependendo, em parte, do
ambiente da sala de aula e do clima de relações humanas nela existente.

Em geral, quando se pergunta a um aluno de 5ª a 6ª série do ensino


fundamental, ou a um aluno do curso médio, ou mesmo do curso superior,
qual a matéria do currículo que ele prefere e qual a razão dessa escolha, é
comum ouvirmos, como resposta, que a causa principal da preferência está
nas qualidades pessoais ou profissionais do professor. Ou ele explica bem
o assunto que está expondo, tornando o conteúdo acessível e
compreensível para os alunos, ou tem um bom relacionamento com a
classe, ou contagia seus alunos com a empolgação e vibração que revela
pela matéria que leciona. Assim, na maior parte das vezes, não é tanto o
componente curricular em si que interessa aos alunos, mas a pessoa que o

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ensina. Cabe ao professor refletir sobre este fato, extraindo dele


conclusões de ordem prática que o ajudem a aperfeiçoar sua atuação
docente.

Na verdade, um professor que manifesta apatia e indiferença pelo assunto


que expõe a seus alunos, dificilmente conseguirá que eles se interessem
por esse conteúdo. Por outro lado, um professor que gosta do que faz e
demonstra seu entusiasmo e interesse pelo que ensina, tende a ter mais
facilidade para incentivar seus alunos a aprender aquele conteúdo e a se
interessar por ele.
A seguir, apresentamos alguns procedimentos que podem ajudar no
processo de incentivação da aprendizagem.

a)Faça a articulação e a correlação do que está sendo ensinado aprendido


com o real. Assim, ao introduzir um novo conteúdo ou iniciar uma

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unidade didática, comece pelos fatos e situações reais relacionados ao


ambiente imediato (físico ou social) e próximos lida experiência e da
realidade vivencial do aluno. A partir da correlação com o real, chega-se
à abstração, à generalização e à elaboração teórica, por meio da
mobilização dos esquemas operatórios do pensamento, que geram a
reflexão e o raciocínio. Em seguida, faça os alunos aplicarem novamente
aos fatos, o conhecimento já organizado e sistematizado a partir do real.
b)Apresente os novos conteúdos partindo de uma questão
problematizadora ou situação-problema, para a qual os alunos devem
encontrar, individualmente ou em grupos, uma explicação ou solução.
Através do processo da descoberta (que envolve ensaio e erro) e de
procedimentos, como a pesquisa, o diálogo e a análise das informações
expostas pelo professor, o aluno coleta dados que, aplicados à situação-
problema apresentada, ajudam a esclarecê-la, explicá-la ou resolvê-la.
c) Use procedimentos ativos de ensino-aprendizagem, condizentes com a
faixa etária e o nível de desenvolvimento dos alunos. Isto quer dizer que,

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para incentivar a aprendizagem, convém propor aos alunos atividades


desafiadoras, que estimulem sua participação e acionem e mobilizem
seus esquemas operativos de cognição (sejam eles sensório-motores,
simbólicos ou operatórios). Os alunos devem vivenciar situações de
ensino-aprendizagem ativas, onde possam observar, comparar,
classificar, ordenar, seriar, fazer estimativas, realizar operações
numéricas a partir da manipulação de material concreto, localizar no
tempo e no espaço, coletar e analisar dados, sintetizar, propor e
comprovar hipóteses, chegar a conclusões, elaborar conceitos, avaliar,
julgar, enfim, onde possam agilizar e praticar as operações cognitivas.
d)Incentive o aluno a se auto-superar gradualmente, através de atividades
sucessivas de progressiva dificuldade. Proponha pequenas tarefas e
prepare os alunos para realizá-las, proporcionando-lhes as condições
necessárias para assegurar o seu êxito imediato. Elogie e reforce o
sucesso por eles alcançado no desempenho da atividade, pois, em geral,
os alunos demonstram interesse por aquilo que conseguem realizar bem.

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e)Planeje as atividades do dia ou da semana em conjunto com a classe.


Explique aos alunos os objetivos de cada atividade, e o que se espera
deles ao término de cada uma, para que saibam o que devem fazer e
qual a expectativa em relação ao seu desempenho.
f) Esclareça o objetivo a ser atingido com a realização de certa atividade ou
o estudo de determinado conteúdo, relacionando esse objetivo à
realidade imediata do aluno. Quando o aluno conhece a finalidade da
atividade, tende a realizar esforço voluntário para alcançar o objetivo.
Mas é praticamente inútil tentar incentivar os alunos informando-lhes,
simplesmente, sobre o valor e a importância do conteúdo ensinado e das
vantagens remotas de sua aprendizagem. O que ajuda a incentivar o
aluno é o fato de ele perceber e verificar que aquilo que aprende tem
uma relação com a sua realidade imediata e apresenta vantagens para
sua vida real e presente. Os projetos de ação que apresentam metas
mais imediatas são mais significativos e têm uma carga motivadora mais

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forte. É preciso aproveitar a predisposição que o aluno possui para


aprender aquilo que é significativo para ele.
g)Mantenha um clima agradável na sala de aula, estimulando a cooperação
entre os membros da classe, pois as relações humanas que se
estabelecem na sala de aula influem na aprendizagem. Oriente e
supervisione os trabalhos, acompanhando e assistindo os alunos quando
necessitarem. Elogie o esforço realizado por cada um e o progresso
alcançado, inspirando-lhes confiança e segurança na própria capacidade
de aprender e fazer progressos. Quando for o caso, mostre-lhes, com
compreensão, formas de melhorar o seu desempenho nos estudos.
Convém lembrar que a expectativa que o professor tem em relação ao
desempenho do aluno, isto é, o que o professor espera dele, tem um
papel decisivo em seu aproveitamento escolar.
h)Informe regularmente os alunos dos resultados que estão conseguindo,
analisando seus avanços e dificuldades no processo de construção do
conhecimento. Estimule-os a continuar progredindo e incentive-os a

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encarar os erros, de forma onstrutiva, isto é, como uma maneira de


aprender e de se aperfeiçoar. Aqui a auto-avaliação será muito útil. Por
isso, estimule os alunos a se auto-avaliarem, verificando seus pontos
fortes e fracos, seus avanços e dificuldades, os aspectos em que
apresentaram um bom desempenho, e aqueles em que precisam
melhorar ainda mais.

2.6. Direção de classe

Direção de classe é a organização e apresentação das situações de


ensino-aprendizagem, visando ajudar o aluno no processo de construção
do conhecimento. Como ensinar é orientar a aprendizagem, e a direção de
classe está basicamente relacionada à situação de ensino, podemos dizer
que ela é a orientação da aprendizagem, com o objetivo de auxiliar o aluno
a estruturar e sistematizar o conhecimento.

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Algumas pessoas, alegando serem adeptas do não-diretivismo e em nome


do respeito às diferenças individuais e da criatividade, alardeiam que a
direção de classe é algo ultrapassado e dispensável. Na opinião dessas
pessoas, não cabe ao professor intervir na aprendizagem dos alunos: cada
um aprende o que quer na hora que estiver disposto, e se não quiser não
aprende. É o laissez-faire total, uma situação de "deixar-fazer" levada ao
extremo, onde cada um age de acordo com sua própria conta e risco. E,
com isso, o professor não precisa ensinar. A nosso ver, esta posição é
contrária à democratização do conhecimento. Se o aluno está na escola, é
para aprender, é para construir seu conhecimento, e cabe ao professor
ajudá-lo nesse processo. O conhecimento deve ser coletivamente
construído pelos alunos e pelo professor, sob a orientação deste último.
Nessa perspectiva, a direção de classe é necessária sim, e muito.

No nosso entender, não se deve confundir o respeito à individualidade e à


criatividade com uma situação onde os alunos são deixados cada um por

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si, abandonados na sala de aula, sem orientação, sem um rumo traçado,


sem um objetivo a atingir. A educação é um processo diretivo por natureza,
pois sempre visa alcançar certos objetivos. Por isso, cabe ao professor
usar seu bom senso para saber quando será mais ou menos diretivo.
Mesmo quando deixa o aluno descobrir por si próprio, o professor
consciente tem certos objetivos a serem atingidos.

Ao aprender, o aluno está construindo seu conhecimento. Nesse processo,


alguns momentos são de descoberta, outros de generalização e
transferência do que foi aprendido, e outros, ainda, de estruturação e
sistematização. Em cada um desses momentos, cabe ao professor
perceber se deve ser mais ou menos diretivo, se deve ou não interferir
mais diretamente na aprendizagem do aluno e como fazê-lo sem tolher sua
iniciativa. Portanto, a diretividade na educação em geral, e no ensino em
especial, é uma questão de grau.

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Nossa posição é corroborada pelo professor Libâneo, que assim se


expressa: "A nível do relacionamento psicossocial entende-se uma revisão
das formas de direção do trabalho escolar incluindo questões como
autoridade, estrutura organizacional e participação; propõe-se uma forma
de relacionamento professor-aluno onde o adulto não omite seu papel de
guia, expressando uma presença significativa para a criança: ainda que
permaneça um facilitador, não deve perder-se na ingenuidade do não-
diretivismo. Numa perspectiva de educação crítica, direcionada para uma
pedagogia social que privilegia uma educação de classe no rumo de um
novo projeto de sociedade, a escola pública possui papel relevante e
indispensável. Para isso, é preciso sim, dar aulas, fazer planos, controlar a
disciplina, manejar a classe, dominar o conteúdo e tudo o mais... Sabe-se
que famílias pobres apreciam uma escola onde há uma disciplina rigorosa
e que exige dedicação aos estudos".

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Sobre o mesmo assunto, o trecho apresentado a seguir, de autoria do


professor Luckesi, aborda a mesma questão, só que do ponto de vista mais
amplo do processo educacional: "Primeiramente e de um modo genérico,
diria que educador é todo ser humano envolvido em sua prática histórica
transformadora. Em nossas múltiplas relações, estamos dialeticamente
situados num contexto educacional. Todos somos educadores e
educandos, ao mesmo tempo. Ensinamos e somos ensinados, numa
interação contínua, em todos os instantes de nossas vidas (...). Em
segundo lugar, e aqui está o núcleo de interesse para o momento,
educador é o profissional que se dedica à atividade de, intencionalmente,
criar condições de desenvolvimento de condutas desejáveis, seja do ponto
de vista do indivíduo seja do ponto de vista do agrupamento humano".

Transpondo essa idéia para o campo mais específico da construção do


conhecimento, podemos dizer que, embora todos nós estejamos
constantemente ensinando e aprendendo, cabe ao professor, como

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profissional que é, prever, organizar e apresentar aos alunos situações


didaticamente estruturadas no sentido de ajudá-los a descobrir, generalizar
e sistematizar o conhecimento, transformando o conhecimento prévio de
natureza empírica em conhecimento cientificamente estruturado. Portanto,
a direção de classe é necessária, como forma de organizar e proporcionar
atividades de ensino-aprendizagem, visando a consecução de objetivos.

2.6.1. A direção de classe supõe

a)planejar as aulas;
b)selecionar e estruturar os conteúdos;
c) prever e utilizar adequadamente recursos incentivadores e materiais
audiovisuais;

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d)organizar atividades individuais e grupais interessantes e bem dosadas,


que auxiliem o aluno na construção do conhecimento;
e)avaliar continuamente os progressos realizados pelos alunos, mostrando
os seus avanços e dificuldades, e como podem aperfeiçoar o seu
conhecimento.
f) A seguir, apresentamos algumas sugestões que podem ajudar o
professor a aperfeiçoar sua postura pedagógica e facilitam o processo de
construção do conhecimento.
g)Faça uma previsão dos conteúdos a serem desenvolvidos e das
atividades a serem realizadas, levando em conta os objetivos a serem
atingidos, bem como os interesses, as necessidades e o nível de
desenvolvimento dos alunos. Ao planejar o seu trabalho em sala de aula,
o professor tende a se sentir mais seguro, pois pode controlar mais
facilmente as improvisações e os contratempos. Mas, lembre-se: o
planejamento deve ser flexível, adaptando-se aos interesses

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manifestados pela classe em dado momento, pois só assim poderá


satisfazer às reais necessidades de aprendizagem dos alunos.
h)Faça os alunos participarem no planejamento do trabalho diário da
classe, contribuindo com sugestões. Registre num canto do quadro-de-
giz, em conjunto com os alunos, as atividades a serem desenvolvidas no
dia pela classe.
i) Esclareça o que se pretende alcançar com a -aprendizagem de
determinado conteúdo ou com a realização de certa atividade, pois
conhecendo os objetivos a serem atingidos, os alunos tendem a
manifestar mais interesse pelo trabalho e a empreender esforços no
sentido de alcançar esses objetivos.
j) Procure adotar uma atitude dialógica na sua prática docente em sala de
aula, para facilitar a construção coletiva do conhecimento por parte dos
alunos. Lembre-se que o diálogo é fundamental para que o professor e
os alunos possam construir juntos o conhecimento. Para desencadear o

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diálogo convém partir de uma situação-problema e aproveitar os


conhecimentos prévios e as experiências anteriores dos alunos.
k) Incentive a participação ativa dos alunos na situação de aprendizagem,
propondo-lhes atividades desafiadoras que acionem e mobilizem seus
esquemas operativos de cognição. Assim sendo, proporcione situações
problematizadoras, nas quais eles tenham que observar, descrever,
relatar, dialogar, ler, escrever, comparar, identificar, diferenciar,
classificar, seriar, ordenar, fazer operações numéricas, fazer estimativas,
localizar no tempo e no espaço, explicar, analisar, sintetizar, conceituar,
deduzir, concluir, interpretar, escolher e justificar as escolhas feitas,
julgar, avaliar, propor e comprovar hipóteses etc. Para conseguir a maior
participação dos alunos, é preciso usar um método ativo ou operativo (de
acordo com a terminologia de Jean Piaget), que acione e mobilize os
esquemas mentais do indivíduo, agilizando suas operações cognitivas.
l) Ao introduzir um conteúdo novo, verifique o que os alunos já sabem
sobre o mesmo, e aproveite suas experiências anteriores e seus

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conhecimentos prévios sobre o assunto estudado. Parta de situações


significativas, ligadas à realidade vivida pelos alunos. Depois, apresente
para a classe situações de organização e aplicação do novo
conhecimento, proporcionando atividades que façam os alunos aplicar e
sistematizar o que aprenderam.
m) Mantenha os alunos sempre ocupados, em constante atividade, pois "o
trabalho e a atividade mental são sempre as melhores garantias de
disciplina em classe". Assim, planeje e propicie aos alunos atividades
individuais e grupais de ensino-aprendizagem interessantes e bem
dosadas. Explique o que é para ser feito em cada atividade, dando
instruções claras e objetivas. No caso do trabalho em grupo, oriente os
alunos para trabalhar em equipe, propondo, em conjunto com eles,
padrões de comportamento e normas de conduta. Circule pela classe,
procurando observar os alunos trabalhando. Verifique as dificuldades de
cada um, para ajudá-los a superá-las.

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n)Observe os avanços de seus alunos no processo de construir o


conhecimento e avalie continuamente os progressos por eles
realizados nos estudos, fornecendo-lhes, como retorno ou feedback, o
resultado das avaliações. Mas não lhes apresente simplesmente uma
nota ou um conceito frio e impessoal. Mostre-lhes as provas, os
trabalhos e os exercícios que serviram como instrumentos de avaliação,
já devidamente corrigidos, para que eles possam verificar o que
acertaram e o que erraram, e como podem melhorar nos estudos.
o)Ao avaliar, não demore muito para corrigir as provas, trabalhos ou
exercícios, pois quanto mais rápido for dado o retorno da avaliação, isto
é, quanto mais rápido os alunos souberem o que acertaram e o que
erraram, mais fácil será para eles avançar na construção do
conhecimento.
p)Incentive os alunos a avaliar o próprio trabalho, praticando, assim, a
auto-avaliação. O aluno, quando bem orientado, também sabe dizer
quais são seus pontos fortes, o que aprendeu e em que precisa

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melhorar. Se pretendemos que nossos alunos desenvolvam a noção de


responsabilidade e uma atitude crítica, é preciso criar oportunidades para
que eles pratiquem a auto-avaliação, começando por analisar a si
mesmos, seus erros e acertos, e assumir a responsabilidade por seus
atos. Os alunos devem adotar uma atitude crítica inicialmente sobre seu
comportamento e em relação a seus próprios conhecimentos.
q)Procure enfatizar os progressos realizados pelos alunos no seu processo
de construção do conhecimento e valorizar o esforço que cada um
empreendeu. Procure, também, salientar os comportamentos adequados
do ponto de vista do convívio grupal, porque os elogios e a valorização
do comportamento desejado ajudam mais a motivar o aluno do que
críticas e punições. Não repreenda publicamente um aluno de forma
humilhante, pois isto seria degradante, nem castigue a classe inteira pela
falta cometida por um só, pois isto seria injusto.
r) Distribua funções e divida tarefas de modo a permitir que os alunos
participem mais ativamente da dinâmica da sala de aula e cooperem em

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suas atividades rotineiras. Assim, estabeleça um sistema de auxiliares do


dia ou da semana, no qual os alunos fiquem responsáveis, em rodízio,
por certos encargos, como apagar o quadro-de-giz, recolher os
cadernos, distribuir material, arrumar a sala após a aula etc.

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3 - ENSINO APRENDIZAGEM

O que pretendemos com este capítulo é ampliar a discussão da nossa


visão sobre o que julgamos ser um problema central em sala de aula: a
opção que o professor faz pelo ensino que ministra ao aluno ou pela
aprendizagem que o aluno adquire, qual a diferença entre as duas
perspectivas e suas conseqüências.

3.1. Qual o significado de ensinar e de aprender?

Se procurarmos decodificar o significado de “ensinar”, encontramos verbos


como: instruir, fazer saber, comunicar conhecimentos ou habilidades,
mostrar, guiar, orientar, dirigir - que apontam para o professor como agente
principal e responsável pelo ensino.

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Já quando falamos em “aprender”, entendemos: buscar informações, rever


a própria experiência, adquirir habilidades, adaptar-se às mudanças,
descobrir significados nos seres, fatos e acontecimentos, modificar atitudes
e comportamentos - verbos que apontam para o aprendiz como agente
principal e responsável pela sua aprendizagem.

Entendemos que toda e qualquer instituição de ensino, qualquer que seja


seu nível, justamente porque existe em função do aluno e da sociedade na
qual se insere, deverá privilegiar a aprendizagem de seus alunos sobre o
ensino de seus professores. Entendemos muito bem que aprendizagem e
ensino possam estar indissociáveis.

3.1.1. Aprender o quê? Para quê?

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É alta a freqüência com que os livros de Psicologia Educacional


apresentam a proposta a respeito de objetivos de aprendizagem, segundo
a qual há três categorias de aprendizagem com as quais o educador se
preocupa.

Em primeiro lugar, o aluno pode aprender de um modo cognitivo ou dentro


de uma área de conhecimentos; aqui se encontram as informações de que
o aluno dispõe, a generalização destas para outras situações diferentes, os
conceitos e seus inter-relacionamentos, as soluções para problemas em
níveis cada vez mais criativos: o que o aprendiz conhece e compreende.
Dentro de uma segunda categoria, o aluno modifica suas atitudes, isto é,
os valores que dá ao que conhece, os sentimentos que experimenta diante
de fatos e idéias. Exemplificando: cognitivamente, o aluno A sabe como se
deve fazer uma pesquisa bibliográfica sobre um tema qualquer; o aluno B
conhece as variáveis presentes numa situação grupal e compreende seu
funcionamento. Atitudinalmente, o aluno A tem uma atitude negativa

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(desvaloriza, não vê significado, não gosta) em relação a pesquisas


bibliográficas; o aluno B tem uma atitude positiva (acha que é bom, sente-
se bem) em relação a sua própria participação em pequenos grupos.

Há, ainda uma terceira categoria, a das habilidades, quando o aluno


aprende a fazer, a lidar com alguma coisa. Nosso aluno A pode não ter
desenvolvido a habilidade de realizar pesquisas bibliográficas, a despeito
de saber “teoricamente” todos os passos necessários para isso, ou até
nunca ter posto os pés numa única biblioteca. Nosso aluno B pode ser
capaz de se desempenhar efetivamente dentro de um pequeno grupo ou
não ser absolutamente capaz de manejar aquelas variáveis que ele
conhece, compreende e valoriza.

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Deve ter ficado claro que nós, professores, lidamos com o que o aluno
aprende, não só cognitivamente, mas também em termos de atitudes e
habilidades.

O esquema que se segue, reúne dentro de uma perspectiva educacional


humanista, quatro tendências de aprendizagem, cada uma incluindo uma
resposta mais abrangente ao “para quê”.

3.1.1.1. Primeiro, aquela tendência que privilegia o desenvolvimento mental


(o aspecto cognitivo), com os seguintes objetivos: que o aluno aprenda a
captar e processar informações, organizar dados, apreender e relacionar
conceitos, perceber e resolver problemas, criar conceitos e soluções.
Utiliza estratégias específicas para desenvolver o pensamento e o
raciocínio de seus alunos.

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Esta corrente responde as exigências do aluno que vem às nossas escolas


em busca de informação que o habilitem a exercer uma profissão na
sociedade; responde a solicitações de uma sociedade que exige
profissionais cada vez mais competentes, mais especializados e mais
técnicos.

3.1.1.2. Uma segunda tendência de aprendizagem privilegia o


desenvolvimento da pessoa com os seguintes objetivos: que o aluno
realize o desenvolvimento de sua sociabilidade, comunicabilidade, cultura,
valores, competência profissional, organização interna, relacionamento
com o ambiente e com a sociedade. Procura que se reorganizem os
valores, que se crie um clima onde os sentimentos e os problemas dos
alunos venham à tona.

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3.1.1.3. Uma terceira linha de aprendizagem privilegia o desenvolvimento


das relações sociais. Entende como fundamental criar-se uma interação
entre o mundo individual e o mundo social, não apenas o sentido de a
sociedade estar subsidiando as necessidades do indivíduo e da sua
família, mas também no sentido de o indivíduo e da sua família estarem se
comprometendo efetivamente com o desenvolvimento da sociedade.

Entende como exigência do desenvolvimento de qualquer ser humano que


ele aprenda a situar-se historicamente no tempo e no espaço: estar aberto
para captar os fatos, os acontecimentos que agitam a si mesmo, a sua
família, ao seu trabalho, à sua classe, à sua cidade, ao seu país, ao
mundo, à sociedade da qual é membro; estabelecer e compreender as
relações entre esses mesmos fatos e acontecimentos; relacioná-los com a
nossa história; analisar criticamente os encaminhamentos e soluções
apresentadas por seus dirigentes; dentro de suas condições de profissional

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e cidadão, participar da vida desta sociedade, criando uma realidade co-


participada.

3.1.1.4. Uma quarta linha de aprendizagem privilegia o desenvolvimento da


capacidade de decidir, o desenvolvimento de habilidade para assumir
responsabilidade social e política. Lembramos que esta corrente também
se preocupa com os aspectos cognitivo, afetivo e social do aprendiz, como
as demais. Apenas que toma este último aspecto como a característica
sob a qual procura desenvolver os demais.

Entende esta corrente que a aprendizagem deverá levar o aprendiz a uma


nova postura diante dos problemas de seu tempo e da sociedade, que se
caracteriza por criar disposições democráticas através das quais se
substituam hábitos de passividade por novos hábitos de participação e
ingerência.

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Conseqüentemente, esta tendência privilegiará as atividades que permitam


aos alunos desenvolver, nos mais diversos níveis, as habilidades de
participação em sua aprendizagem, no seu curso, na sua escola e assim
por diante, nas circunstâncias mais diversas.

3.1.2. Há alguns princípios comuns de aprendizagem?

Existem alguns princípios que são comuns a todos os que se preocupam


com a aprendizagem do aluno. São eles:

3.1.2.1. Toda aprendizagem, para que realmente aconteça, precisa ser


significativa para o aprendiz, isto é, precisa envolvê-lo como pessoa, como

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um todo (idéias, sentimentos, cultura, sociedade). Isto exige que a


aprendizagem:

a)se relacione com o seu universo de conhecimentos, experiências,


vivências;
b)permita-lhe formular problemas e questões que de algum modo o
interessem, o envolvam ou que lhe digam respeito;
c) permita-lhe entrar em confronto experiencial com problemas práticos
de natureza social, ética, profissional, que lhe sejam relevantes;
d)permita-lhe participar com responsabilidade do processo de
aprendizagem;
e)permita-lhe e o ajude a transferir o que aprendeu na escola para
outras circunstâncias e situações de vida;

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f) suscite modificações no comportamento e até mesmo na


personalidade do aprendiz.

3.1.2.2. Toda aprendizagem é pessoal. Lembremo-nos de que a


aprendizagem envolve mudança de comportamento ou de situação do
aprendiz e isto só acontece na pessoa do aprendiz e pela pessoa do
aprendiz. É um pouco a afirmação do óbvio: “ninguém aprende pelo outro”.

3.1.2.3. Toda aprendizagem precisa visar objetivos realísticos. Isto é, que


possam de fato ser significativos para aqueles alunos e que possam
concretamente ser atingidos nas circunstâncias em que o curso é
ministrado.

3.1.2.4. Toda aprendizagem precisa ser acompanhada de feedback


imediato. Entendemos que a aprendizagem se faz num processo contínuo
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e que o feedback é elemento integrante desse processo, pois deverá


fornecer ao aluno e ao professor dados para corrigir e reiniciar a
aprendizagem.

3.1.2.5. Toda aprendizagem precisa ser embasada em um bom


relacionamento interpessoal entre os elementos que participam do
processo, ou seja, aluno, professor, colegas de turma. São características
deste relacionamento o comportamento de diálogo, colaboração,
participação, trabalho em conjunto, clima de confiança, o professor não
sendo um obstáculo à consecução dos objetivos propostos e não sendo
percebido como tal.

3.1.3. Em conclusão, como se caracteriza o papel do professor?


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O papel do professor desponta como sendo o de facilitador da


aprendizagem de seus alunos. Seu papel não é ensinar, mas ajudar o
aluno a aprender; não é transmitir informações, mas criar condições para
que o aluno adquira informações; não é fazer brilhantes preleções para
divulgar a cultura, mas organizar estratégias para que o aluno conheça a
cultura existente e crie cultura.

E para facilitar a aprendizagem de seus alunos, suas perguntas


costumeiras, tais como: “que devo ensinar?”, “como poderei demonstrar
que ensinei?”, “como poderei ensinar toda a matéria que devo?”, serão
substituídas por: “que objetivos pretendo que meus alunos alcancem?”,
“quais são as expectativas dos meus alunos ao virem fazer meu curso?”,
“como envolvê-los?”, “que pretendem aprender?”, “que poderei fazer para
facilitar seu desenvolvimento e sua aprendizagem?”

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Ao se dispor a responder a estas perguntas, o professor reconhecerá que


toda a realidade humana e social se encontra num contínuo e rápido
processo de mudanças e transformações, quando não de revoluções, em
todos os setores da vida e atividade da comunidade humana, nos seus
valores e nos seus aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais. Por
isso, ao mesmo tempo em que o professor desencadeia o interesse pela
pesquisa, indagação e análise de todos os aspectos da vida humana,
entenderá também que a aprendizagem, antes de tudo, exige uma
contínua abertura para modificações, tanto por parte do aluno como do
próprio professor.

3.2. Plano de ensino

3.2.1. O que é um plano de ensino? Que papel cumpre?

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Ao se propor a assumir uma disciplina, o professor precisa decidir o que


pretende que seus alunos aprendam até o término do período letivo; que
conteúdo vai tratar em classe, que parte vai deixar de lado, por não serem
essenciais; que recurso vai usar para facilitar a aprendizagem dos alunos e
torná-la mais significativa; e assim por diante.

Um plano de ensino, portanto, é a apresentação, sob forma organizada, do


conjunto de decisões tomadas pelo professor em relação à disciplina que
se propôs a lecionar. É feito, portanto, antes do curso se iniciar
efetivamente; não é, porém, uma linha de ação fechada, inflexível; pelo
contrário deve ir-se adaptando à medida que a interação com os alunos vai
ocorrendo, e o feedback resultante indica formas alternativas mais
eficientes.

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O professor que se responsabiliza por uma disciplina, comunica-se com


chefes de departamento da instituição, apresentando-lhe seu plano de
ensino. É uma maneira de se evitar duplicação de programações, de se
chegar a uma possível integração de disciplinas e de se evitar que alguns
conhecimentos essenciais deixem de ser tratados junto aos alunos, por
nenhum professor ter se proposto a isso.

Em outra instância, o plano de ensino serve como elemento de


comunicação entre professores que lecionem disciplinas afins.

Também com a própria classe o professor estabelecerá comunicação se


expuser o plano que elaborou, em que pontos pode ser modificado etc.
Uma visão clara de aonde o professor pretende que os alunos cheguem ao
final do curso, bem como dos meios que serão utilizados para isso e dos
critérios pelos quais a avaliação será feita, dão aos alunos segurança na

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sua relação com o professor, bem como permitem aos alunos fornecerem
feedbacks que possibilitem um aperfeiçoamento do próprio plano de ensino
inicial.

3.2.2. Tipos diferentes de plano de ensino

Um plano de ensino que o professor pretende para seus alunos durante


todo um ano (ou todo um semestre), determina objetivos próprios para sua
área de conteúdo, tais como: as unidades que compõem o plano de
disciplina, considerando-as as mais necessárias; as estratégias do curso e
as formas de avaliação.

Além do plano de disciplina, o professor faz, para cada aula ou


agrupamento de duas ou três aulas, um plano de unidade. Este plano de
unidade prevê cada comportamento que se espera do aluno, enquanto
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objetivo daquela aula; cada atividade, cada exigência, cada produto a ser
avaliado e quais os critérios dessa avaliação; todo o material a ser
providenciado - e assim por diante.

3.2.3. Como elaborar um roteiro de plano de disciplina?

3.2.3.1. Identificação

Em primeiro lugar, sob forma de cabeçalho, coloca-se a identificação do


plano. Esta identificação inicial tem o papel de tornar mais rápida e mais
fluente a comunicação entre o professor, e os alunos ou outros
professores. A identificação torna possível que o plano de disciplina seja
um documento a ser consultado no futuro. Por outro lado, uma análise
conjugada das outras partes do plano com os dados oferecidos no item da
identificação permite um julgamento sobre a adequação de suas decisões.
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3.2.3.2. Objetivos e sua relação com os objetivos do plano de curso

Os chamados objetivos educacionais devem dizer de forma clara qual a


função daquela disciplina no conjunto do curso, para quais aprendizagens
concorre, de que forma contribui para o aluno poder conseguir os objetivos
propostos, o que se espera que os alunos tenham apreendido após
estudarem aquela disciplina.

3.2.3.3. Tema (Conteúdo Programático)

Em terceiro lugar, explicita-se qual o tema que será tratado. Explicita-se


qual o tema de cada unidade e sua duração aproximada.

3.2.3.4. Estratégias

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As estratégias indicam os tipos de atividades que serão organizadas pelo


professor, visando a que o aluno alcance os objetivos acima explicitados.
Estas atividades serão mais detalhadas e especificadas em cada unidade.

3.2.3.5. Avaliação do desempenho do Aluno, do Professor e da


programação oferecida

Quanto à avaliação do desempenho do aluno no curso, explicita-se o que


será feito para verificar se o aluno está realizando aquilo que dele se
esperava, qual a distribuição cronológica dessas atividades de avaliação
(sua freqüência), como o professor expressará ao aluno os resultados da
avaliação, que possibilidades terá o aluno de completar ou modificar
resultados apresentados pelo professor, que atividades de recuperação
serão oferecidas ao aluno que dela necessitar.

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3.2.4. Como elaborar um plano de unidade?

Com as mesmas advertências feitas com relação ao roteiro de plano de


disciplina, apresentamos abaixo um roteiro para a elaboração de um plano
de unidade.

3.2.4.1. Identificação - Para preencher a identificação sugerimos:

a) Disciplina
b) Tema
c) Unidade: 1ª, 2ª, etc.
d) Duração

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3.2.4.2. Objetivos

Os objetivos da unidade deverão dizer claramente a que ponto da


aprendizagem o aluno deve chegar ao fim daquela unidade, o que se
espera que os alunos tenham aprendido após realizarem aquela unidade
de trabalho.

3.2.4.3. Principais conceitos e bibliografia

No plano da unidade é muito útil fazer uma relação dos principais conceitos
com que o aluno deverá lidar durante a unidade.

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Quanto à bibliografia, especificar detalhadamente os textos a serem lidos


na unidade, incluindo o número de páginas, bibliografia básica e
complementar, etc.

3.2.4.4. Estratégias

A parte das estratégias deverá descrever as atividades organizadas pelo


professor, para o aluno realizar dentro da sala de aula, e que facilitarão a
consecução dos objetivos da unidade; quais serão as atividades que o
aluno deverá realizar fora de classe e atendendo a quais objetivos da
unidade.

3.2.4.5. Avaliação

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A avaliação deverá esclarecer o que se espera do aluno para considerar


que cumpriu o proposto na unidade, o que será observado e analisado,
através de que instrumentos, quem o fará, com que grau de freqüência,
com que grau de rigidez, para que se possa determinar se o aluno está ou
não conseguindo alcançar os objetivos propostos na unidade, e que
caminhos alternativos de recuperação pode seguir, se houver necessidade.

3.3. Objetivos do plano de ensino

3.3.1. Objetivos de um plano de ensino

Entendemos por objetivos de um plano de ensino metas definidas com


precisão, indicando aquilo que um aluno deverá ser capaz de fazer como
conseqüência de se ter desempenhado adequadamente nas atividades de
uma disciplina.
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Os objetivos, dentro de um plano de ensino, servem para direcionar a ação


do professor e, conseqüentemente, facilitar a aprendizagem do aluno.

3.3.2. Vantagens de redigir objetivos

3.3.2.1. Do ponto de vista do professor

Ajuda o professor à “colocar para fora” e a organizar suas próprias idéias


sobre o ensino daquela disciplina que se propôs a dar, inclusive com
clareza e precisão.

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A redação dos objetivos torna mais claros os objetivos educacionais com


os quais o professor compactuou.

São os objetivos que vão nortear a escolha dos métodos, materiais e


situações de ensino, bem como das formas e instrumentos de avaliação da
aprendizagem do aluno.

Tendo o professor relacionado objetivos no seu plano de ensino, poderá se


preocupar com cada um deles; isso permitirá ao aluno o desenvolvimento
de diferentes potencialidades.

Outra vantagem é que aumenta também a probabilidade de que o


professor não estará avaliando aprendizagens que não eram pertinentes à
disciplina ou, pelo menos, não eram do conhecimento do aluno.
Freqüentemente o aluno se sente “atraiçoado” pelo professor, que o
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repreende ou reprova com base em itens dos quais o aluno nem sempre
suspeitava que “contavam” no curso.

A redação de objetivos permite que os vários professores responsáveis


pela formação daquele grupo de alunos entrem num acordo, de tal modo
que as diversas aprendizagens necessárias a eles sejam todas
alcançadas, e sem repetições.

A vantagem de redigir objetivos reside na facilidade de comunicação sobre


a disciplina. Comunicar-se apenas sobre conteúdo ou estratégias
utilizadas, ou avaliação da aprendizagem adotada, não permite ir além de
descrições sem conseqüências, porque estão faltando os critérios de
análise que são oferecidos pelos objetivos do curso.

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Um certo professor usa excursões a fábricas como estratégia de aula;


como poderemos opinar sobre sua eficácia, se não soubermos para que o
faz? Outro professor menciona que seus alunos, ao final de cada unidade,
entregam por escrito uma auto-avaliação e o conjunto dessas auto-
avaliações é que, ao final do ano, determina a aprovação ou reprovação
dos mesmos; daí, perguntamos: o que você alcança com isso? Qual é o
seu objetivo? Um terceiro professor relata que baseia todo o seu curso de
Economia em busca e análise de notícias de jornal e indaga: será isso
produtivo? Não é possível responder, a não ser que o professor deixe
claro, também, ao que sua disciplina deve levar o aluno.

3.3.2.2. Do ponto de vista do aluno

Conhecendo os objetivos, o aluno dispõe de uma orientação sobre o que


fazer nas aulas; conseqüentemente, pode, em primeiro lugar, desenvolver

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sua confiança no professor, o que tem como resultado um clima propício à


aprendizagem; e pode também concentrar seus esforços naquilo que é de
fato importante naquela disciplina, sem ficar dispersando, gastando tempo
e energia, à-toa.

Os objetivos funcionam como um critério para o próprio aluno perceber


seus progressos na disciplina.

São instrumentos de incentivo para o aluno, no sentido de que este, cada


vez mais, se responsabilizará pela própria aprendizagem, abandonando
atitudes de apatia e inatividade; em uma palavra, favorecendo
aprendizagens significativas.

3.3.3. Dificuldades de redigir objetivos

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Em primeiro lugar, redigir objetivos é um trabalho que se desenvolve em


ritmo lento e cujos efeitos não se fazem sentir de imediato, mas em longo
prazo. Exigem do professor fé na sua eficácia, criatividade, habilidade,
conhecimento e paciência.

Em segundo lugar, redigir objetivos é um trabalho “de gabinete”, “uma


redação solitária”, em oposição à atividade em sala de aula.

Um terceiro problema é que, ao dispor de uma relação de objetivos para


seu curso, o professor está exposto a críticas, seja de colegas e de alunos,
seja de representantes da instituição e da comunidade.

Por último, os objetivos especificados para um curso podem parecer


remotos, abstratos; há probabilidade maior de que essa percepção ocorra

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exatamente nos alunos mais fracos; assim, conhecer os objetivos de uma


disciplina, ou de uma unidade, pode tornar-se absolutamente inócuo.

3.4. Conteúdo de disciplina

O conteúdo possui uma relevância toda especial; em geral, é o conteúdo


da disciplina que define o plano, o exercício, a avaliação, a escolha dos
professores e sua contratação, a importância e a atualidade da mesma
disciplina. Em síntese: de modo geral, uma disciplina vale pelo conteúdo
que aborda, aprofunda, discute. Professores para ministrá-la são
selecionados e contratados pelo domínio teórico e experiencial que
possuem sobre seu conteúdo, e é comumente aceita a crença de que
“quem sabe o conteúdo daquela disciplina sabe transmiti-lo e sabe
ensinar”.

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3.4.1. Critério que deve presidir à escolha e definição do conteúdo de uma


disciplina

Embora o conteúdo seja de suma importância para presidir uma disciplina,


o mesmo não é o ponto inicial donde partimos para definir todos os demais
elementos que compõem o processo de aprendizagem. Os objetivos do
processo de aprendizagem, os objetivos daquela disciplina dentro do
conjunto do mesmo processo e aquele ano ou semestre são critérios que
devem ser utilizados para se determinar o conteúdo. Isto é, dependendo
dos objetivos propostos, os conteúdos são escolhidos, revistos,
atualizados, modificados, de tal forma que facilitem o alcance daqueles
objetivos.

Afirmamos que a ordem lógica com uma postura educacional se inicia pela
definição dos objetivos de uma aprendizagem; só depois o professor se

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utiliza de sua situação de especialista no assunto e passa a decidir sobre


os pontos ou tópicos que melhor se adaptarão ao curso, encarados como
instrumentos para ajudarem o aluno a conseguir aqueles objetivos.

3.4.2. Quem deve participar da escolha e definição dos conteúdos?

Uma equipe formada por professores que lecionam a mesma disciplina


para várias turmas (quando houver esta situação), pelo chefe de disciplina,
pelo chefe do departamento, por professores de disciplinas que precedem
ou seguem aquela disciplina quando se trata de assunto seqüencial, ou
pré-requisito, e por alunos.

O primeiro a participar da escolha e definição do conteúdo de uma


disciplina deverá ser o próprio professor de classe que vai ministrá-la, pois

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é ele quem vai desempenhar diretamente junto ao aluno a função de


trabalhar com aquele conteúdo.

Acreditamos, porém, que o professor deverá fazê-lo numa situação de


equipe com outros colegas. Sem dúvida que, desta equipe, e com as
mesmas finalidades, participará o chefe ou coordenador da disciplina,
quando houver.

Há, no entanto, ainda uma outra circunstância a ser considerada: se a


disciplina lecionada faz parte de uma seqüência de conteúdos, é
fundamental que esta equipe seja enriquecida com, pelo menos, um
representante das disciplinas que ministram o conteúdo anterior a ela e um
representante das disciplinas que a seguem. Isto evitará problemas como o
de presumir que o aluno já tenha estudado este ou aquele assunto, quando
de fato não o fez, e reconstruir o novo conteúdo sobre bases falsas; ou

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como o de repetir mais uma vez aspectos já estudados anteriormente; ou


como o de omitir um conteúdo que será necessário para estudo dos
conteúdos subseqüentes.

O chefe do departamento, como aquele que possui uma visão do conjunto


do curso (seus objetivos, disciplinas, orientações etc.), para o qual aquele
departamento contribuirá com esta determinada disciplina, também deveria
participar da escolha e definição do conteúdo mais adequado daquela
disciplina.

A participação dos alunos, sem dúvida, é fundamental também. Dentre os


alunos, o monitor pode dar uma contribuição destacada, na sua qualidade
de ex-aluno daquela disciplina.

3.5. Estratégias para a aprendizagem


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3.5.1. Até que ponto é importante falar sobre estratégias?

Não é por dominar com destreza as mais variadas estratégias que o


professor se constitui num eficiente orientador para a aprendizagem do seu
aluno. É necessário que seja capaz também de dominar, em extensão e
profundidade, o conteúdo a ser absorvido pelo aprendiz; e é necessário
que integre ao processo de aprendizagem o próprio processo de avaliação,
como um outro elemento facilitador para o aluno, junto com as estratégias.
E, principalmente, é imprescindível que o professor saiba por que transmitir
tal matéria, usando tais estratégias e tais processos de avaliação podem
ser útil para o desenvolvimento de um profissional, cidadão e ser humano -
no caso, o seu aluno.

3.5.2. O que se entende pelo termo “estratégia”?

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Estratégias são os meios que o professor utiliza em sala de aula para


facilitar a aprendizagem dos alunos. Constituem-se numa arte de decidir
sobre um conjunto de disposições, de modo a favorecer o alcance dos
objetivos educacionais pelo aprendiz.

O termo “estratégias” inclui o que normalmente se chama de metodologia


de sala de aula, de técnicas de ensino, de técnicas pedagógicas, de
métodos didáticos. Incluem toda a organização de sala de aula que vise
facilitar a aprendizagem do aluno; abrangem a arrumação dos móveis na
classe, o material a ser utilizado, seja um simples giz e lousa, seja textos,
perguntas ou casos, seja complicado recurso audiovisual, sejam excursões
a locais fora da escola. Incluem todas as atividades que serão pedidas aos
alunos, e as do professor que serão necessárias para complementar,
iniciar, organizar ou sintetizar essas atividades dos alunos, tendo em vista
sua aprendizagem.

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3.5.3. Há alguma proposta para redação da parte referente às estratégias


do plano de unidade?

O planejamento de estratégias de aprendizagem envolve previsões


minuciosas por parte do professor. Não é uma parte do plano a ser
descartada com rapidez, nem se pode “deixar mais ou menos previsto na
cabeça e na hora vejo o que acontece”. O que pode acontecer é um desvio
dos objetivos. E é para evitar isso que se planeja, não é? Um planejamento
falho desta parte pode impedir que se transmita o conteúdo, mesmo que o
professor o domine em nível de excelência, ou prejudicar o alcance de
outros objetivos de ordem não apenas cognitiva.

3.5.4. Por que variar as estratégias no decorrer de um curso? há perigo de


se cair num exagero de variações?

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As estratégias escolhidas pelo professor favorecem (ou não) o dinamismo


das aulas.

As estratégias são um forte elemento de atuação sobre a motivação dos


alunos. Uma das maneiras de se tentar controlar a motivação é propor os
objetivos aos alunos; mostrando-lhes aonde poderão chegar, cria-se neles
a necessidade de chegar lá. Outra maneira é o que se pede dos alunos no
decorrer das aulas; assim eles se sentirão mais ou menos envolvidos; mais
ou menos responsáveis, mais ou menos participantes, mais ou menos
capazes para aprender.

A variação das estratégias permite que se atenda a diferenças individuais


existentes no grupo de alunos da classe. Ou seja, alunos com diferentes
estilos de aprendizagem terão suas oportunidades de estabelecer
aprendizagens mais significativas no decorrer do curso; se uma única

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maneira de dar aulas é escolhida, sempre os mesmos alunos serão


favorecidos e sempre os mesmos serão prejudicados, e Isto não por um
“defeito” pessoal dos alunos, mas porque, como a pesquisa em psicologia
atualmente comprova, cada um de nós tem estilos próprios.

Além disso, a variação das estratégias favorece o desenvolvimento de


diversas facetas dos alunos; por exemplo, se um curso todo é dado sob
forma de aulas expositivas, não estará desenvolvendo a habilidade de
trabalhar em grupo, de se expressar, de resolver problemas, apesar de
estar desenvolvendo muito a capacidade de receber informações, de ouvir.

Para o professor a variação na maneira de dar aulas traz vantagens;


também para ele o curso se torna dinâmico. Desafiador, na medida em que
exige renovação, informação sobre estratégias, flexibilidade e criatividade

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ao dar as aulas e avaliação da eficiência das decisões tomadas ao


planejar.

O exagero de variações, transformando-se o curso numa espécie de feira


de estratégias, um desfile improfícuo, que pode, ao invés de facilitar a
aprendizagem, gerar confusão na cabeça do aluno, apresentando-se o
curso para este como uma colcha de retalhos, é perigoso. O parâmetro,
repetimos mais uma vez, são os objetivos; as
estratégias devem ser apenas meios facilitadores para alcançá-los. Se o
professor dispõe dos seus planos, aula a aula, uma revisão deles, de
tempos em tempos, permite que tenha uma visão de conjunto e analise se
está repetindo ou variando demais as estratégias; e claro que o feedback
recolhido dos alunos é outra valiosa fonte para essa análise.

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Um perigo adicional é o do professor se decidir por estratégias que não


domina em nível da habilidade, cujos detalhes desconhece, que não sabe
como “fechar” ou, principalmente, quando não tem uma consciência clara
de que objetivos a estratégia tem maior probabilidade de favorecer.

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4 - ESTRATÉGIAS PARA APRENDIZAGEM

Encarando as estratégias mencionadas a seguir como meios que facilitam


aos alunos o alcance dos objetivos de aprendizagem e não como fórmulas
fechadas, intocáveis, o professor pode se inspirar nelas para criar as
maneiras mais adequadas para sua classe, sua disciplina, para si mesmo e
para as condições de que dispõe na sua escola.

4.1. Debate

4.1.1. Descrição

O debate é um procedimento de ensino que se apóia em leitura e estudo


prévio sobre o assunto em foco e desenvolve-se no processo de exposição

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oral das idéias, pelos participantes do grupo, mediado pela atuação do


professor.

Quando a idéia em debate inclui posições antagônicas, e conhecido o grau


de envolvimento e participação dos alunos, o professor pode dividir a
classe em dois subgrupos, que se responsabilizarão por defender ou por
combater a idéia em debate. Decorridos alguns minutos, as posições
podem ser trocadas, dando oportunidade a quem defendeu de atacar e a
quem atacou, de defender.

Na EaD, o debate pode ocorrer na lista de discussão ou no Fórum, uma


ferramenta construída no ambiente virtual de ensino com essa finalidade.
Os participantes redigem suas opiniões e as enviam para a lista ou para o
Fórum, conforme orientado pelo professor. Da mesma forma que no debate

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presencial é importante ouvir atentamente cada manifestação. Neste caso


será necessário ler e compreender a posição dos colegas de curso.

4.1.2. Objetivos de ensino

a)Preparar-se previamente para a discussão, fundamentando conceitos e


organizando informações.
b)Expor idéias, reflexões, vivências, experiências em relação a um assunto
estudado.
c) Ouvir ou ler o relato de experiências, opiniões, impressões dos demais
participantes do grupo.
d)Argumentar e defender posições, respeitando opiniões alheias e fazendo
respeitar as suas.

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e)Trocar de papéis, defendendo idéias organizadas pelo grupo a que


pertence, mesmo que não expressem suas convicções pessoais.
f) Trabalhar com perspectivas diferentes, ampliando a compreensão de um
tema ou assunto.
g)Respeitar e fazer respeitar regras e limites.

O debate pode ser uma situação de aprendizagem em que o aluno atinge


objetivos de caráter conceitual (informação, atualização e aquisição de
novas idéias ou argumentos), procedimental (ouvir e expressar idéias e
argumentos) e atitudinal (atenção, respeito, empatia, solidariedade).

4.1.3. Atribuições do professor

Para que o debate possa ser utilizado com sucesso, o professor precisa:

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a)Selecionar um tema adequado à realização do procedimento.


b)Dominar, de forma ampla e profunda, o assunto a ser debatido.
c) Orientar a preparação prévia dos alunos, fornecendo indicações
bibliográficas, sugerindo leituras e pesquisas.
d)Enunciar claramente as regras a serem seguidas e os intervalos de
tempo a serem observados.
e)Dispor as cadeiras de modo que todos os participantes possam ver e ser
vistos, no decorrer do debate.
f) Estimular a participação de todos os alunos, evitando atitudes
monopolizadoras da palavra, por parte de alguns, e o silêncio de outros.
g)Promover a mediação atenta, respeitando e fazendo respeitar o tempo de
participação de cada um, e garantindo a atenção e o respeito às opiniões
dos participantes.

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h)Estimular a cooperação, pela análise contínua das contribuições e pelo


elogio aos participantes.
i) Organizar as contribuições, a fim de construir conclusões, ainda que
parciais e provisórias, para que no encerramento da atividade não
permaneçam questões sem resposta.
j) Avaliar o procedimento de ensino utilizado, os resultados obtidos e a
participação do grupo no debate. Registrar suas impressões sobre o
preparo, o envolvimento e a participação dos diferentes alunos,
compondo, com essas informações, um relatório de avaliação
continuada.

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4.1.4. Papel do aluno

O aluno, da mesma maneira que o professor, é responsável pelo sucesso


na utilização desse procedimento de ensino e, portanto, deve:

a)Preparar-se para o debate, realizando leitura da bibliografia indicada,


além de novas investigações. Suas leituras e descobertas devem ser
anotadas na forma de tópicos, contendo idéias principais e reduzindo o
texto estudado a algumas afirmações ou negações, ou na forma de um
esquema.
b)Participar ativa e atentamente do processo de discussão, expressando
opiniões e posicionamentos, e ouvindo os colegas.
c) Analisar as contribuições dos colegas, incorporando-as às próprias
idéias, quando possível.

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d)Registrar novas idéias, construídas no decorrer do debate, para


consideração ou esclarecimento posterior. Registrar as conclusões
construídas e as respostas obtidas para suas questões pessoais.

4.2. Dramatização

4.2.1. Descrição

A dramatização ou "desempenho de papéis" é um procedimento de ensino


que objetiva a representação de uma situação do cotidiano, fato ou
fenômeno social, pelos alunos. Pode ser espontânea ou planejada e, em
geral, apóia-se no desempenho de papéis da realidade. Na dramatização
planejada, os alunos preparam a representação, elaborando os
personagens e discutindo os papéis que vão desempenhar. Na

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dramatização espontânea, os alunos participam sem elaboração prévia das


situações encenadas.

Esse procedimento de ensino ainda não se aplica à EaD, em função das


ferramentas e modalidades de comunicação disponíveis nos dias atuais.

4.2.2. Objetivos de ensino

A dramatização é um procedimento de ensino que possibilita ao professor


e aos alunos:

a) Caracterizar e analisar de forma abrangente as situações do cotidiano.

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b) Expressar-se com clareza, expondo idéias, sentimentos e percepções,


em linguagem verbal e não-verbal.
c) Desenvolver a observação e a criatividade.
d) Desenvolver a empatia e a solidariedade, no desempenho de papéis
sociais e profissionais diferentes.
e) Analisar situações de conflito e disputa, trabalhando com valores.
f) Envolver-se ativamente no processo de construção de novos
conhecimentos.

A dramatização, utilizada como procedimento de ensino, pode constituir


oportunidade de aprendizagem na qual o aluno atinge objetivos de caráter
conceitual (informação, idéias), procedimental (representação de papéis,
relacionamento interpessoal, auto-consciência, expressão de idéias e
posições) e atitudinal (empatia, respeito, sensibilidade, solidariedade).

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4.2.3. Atribuições do professor

Usar dramatização em sala de aula requer que o professor se preocupe


em:

a)Preparar os alunos para a atividade a ser realizada, estimulando a


participação daqueles considerados mais tímidos.
b)Selecionar a situação, fato ou fenômeno a ser trabalhado na
dramatização.
c) Orientar a discussão dos subgrupos e a construção dos papéis, no
caso de dramatização planejada.
d)Definir a duração da cena e os objetivos a serem alcança dos nas
situações a serem dramatizadas.

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e)Estimular o registro das observações realizadas no decorrer da


dramatização, como personagem ou como platéia.
f) Avaliar a participação e o envolvimento do grupo na atividade
realizada, e de cada aluno, em particular, registrando essas
informações no processo de avaliação continuada.
g)Sistematizar os aspectos principais trabalhados, resumindo-os com a
participação dos alunos.

4.2.4. Papel do aluno

A dramatização requer a participação ativa e dedicada dos alunos.


Orientados adequadamente sobre os objetivos de ensino da atividade, eles
devem:

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a)Definir com clareza sua forma de participação.


b)Contribuir na elaboração do personagem e na construção da situação
a ser dramatizada.
c) Envolver-se de modo integral na situação em foco, a fim de estimular a
análise e a compreensão mais ampla do tema em estudo.
d)Registrar suas idéias, impressões, sensações, de modo que tenham
condições de socializá-las com os demais alunos e com o professor.

4.3. Ensino com pesquisa

4.3.1. Descrição

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Ensino com pesquisa é um procedimento que requer a orientação direta do


professor, no processo de elaboração da pesquisa. É muito mais do que
determinar que os "alunos façam pesquisas", caracterizadas pela busca
em bibliografia escrita ou virtual das informações pretendidas e pela
transcrição ou impressão gráfica dos achados. É uma atividade de ensino
que demanda tempo e dedicação dos envolvidos, na produção de
conhecimentos.

Esse procedimento de ensino também pode ser conhecido por método da


descoberta, que, da mesma forma requer uma atitude reflexiva por parte do
aluno e a assistência contínua do professor.

De um modo ou de outro, ele pode ser utilizado com vantagens na EaD,


quando o professor orienta o trabalho de pesquisa individual ou de
pequenos grupos por meio de correio eletrônico (e-mail). Ao final do

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processo, os trabalhos produzidos podem ser apresentados em ferramenta


específica (tarefa) ou enviados pela lista de discussão a todos os alunos.
Segundo determinação do professor, em função dos objetivos de ensino, a
discussão das pesquisas pode ser geral, com todos os relatórios discutidos
simultaneamente, ou particular, quando cada pesquisa é analisada por
todo o grupo de alunos.

4.3.2. Objetivos de ensino

O ensino com pesquisa propicia ao professor e aos alunos uma


oportunidade de:

a) Buscar e coletar as informações necessárias à realização do estudo.

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a)Treinar a capacidade de observação, investigação e reflexão.


b)Trabalhar com fontes diversificadas de informação, como revistas,
livros, fotos, filmes, letras de música.
c) Transitar por diversos ambientes educativos, como biblioteca,
videoteca, hemeroteca, sites na Internet, entre outros.
d)Selecionar as informações pertinentes, organizá-las e empregá-las na
elaboração do estudo.
e)Trabalhar, de forma cooperativa, com os outros componentes do grupo
de pesquisa, quando esse trabalho se realizar em subgrupos.
f) Desenvolver ou aperfeiçoar o sentimento de autoconfiança, em relação
às habilidades cognitivas.
g)Registrar suas conclusões, redigindo um relatório científico.
h)Preparar uma apresentação oral, síntese do relatório da pesquisa.
i) Comunicar, com clareza, os resultados obtidos.

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O ensino com pesquisa, embora demande tempo e dedicação do


professor, é uma situação de aprendizagem na qual o aluno realiza
transformações de ordem conceitual (coleta, seleciona, organiza, relaciona
e registra informações), procedimental (observação, manuseio de fontes e
documentos diversos, utilização de diferentes ambientes educativos,
registro e expressão oral) e atitudinal (cooperação, autoconfiança).

4.3.3. Atribuições do professor

Para trabalhar dessa maneira, no processo ensino-aprendizagem, o


professor precisa:

a)Esclarecer a seus alunos a forma de realização da pesquisa -


bibliográfica ou de campo -, enfatizando que se trata de oportunidade
de produção de novos conhecimentos.
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b)Orientar com clareza a escolha do tema e os objetivos da investigação.


c) Quando a classe for numerosa, formar subgrupos, delegando a cada
um deles um aspecto da investigação, como um desdobramento do
problema da pesquisa.
d)Descrever um plano de pesquisa e exemplificar as ações a serem
realizadas.
e)Orientar passo a passo o processo de investigação e a elaboração do
relatório.
f) Agendar a apresentação dos relatórios dos subgrupos.
g)Coordenar as apresentações, estimulando a participação dos alunos e
a solução de dúvidas e eventuais divergências.
h)Estimular o registro das conclusões dos subgrupos, como passos no
processo de construção do novo conhecimento.

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i) Coordenar a avaliação do processo e dos produtos obtidos, da


participação individual e do desempenho coletivo. Propor ainda aos
alunos a avaliação do desempenho do procedimentos.
j) Registrar as informações coletadas na observação direta, nos
relatórios, na apresentação final, de cada aluno e dos grupos, no
processo de avaliação continuada.

4.3.4. Papel do aluno

O aluno, envolvido nesse procedimento, precisa assumir formalmente suas


responsabilidades no processo de produção de conhecimento. Para tanto,
deve:

a)Identificar as características e etapas da elaboração de uma pesquisa.

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b)Participar ativamente na definição do tema a ser investigado.


c) Buscar as informações necessárias à investigação, selecionando,
organizando e utilizando o material disponível.
d)Formular hipóteses, compará-las e socializá-las com os demais
componentes do subgrupo.
e)Buscar orientação do professor no decorrer da realização do trabalho.
f) Elaborar o relatório final, em cooperação com os participantes de seu
grupo.
g)Preparar a apresentação, com o grupo, usando a síntese das idéias
principais.
h)Apresentar seu relatório à classe, esclarecendo dúvidas e dispondo-se
à discussão.
i) Assistir à apresentação dos demais relatórios de pesquisa da classe,
perguntando sempre que necessário.

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j) Registrar os aspectos relevantes das pesquisas apresentadas.

4.4. Ensino por projetos

4.4.1. Descrição

O ensino por projetos organiza-se com base em um problema concreto,


presente na realidade do aluno, que pede a busca de soluções práticas.
Em parte, é semelhante ao ensino com pesquisa, na fase de coleta e
organização de informações, na consulta a fontes e no trânsito por espaços
educativos. No entanto, o ensino por projetos não finaliza com um relatório
de pesquisa, mas com a elaboração de uma proposta de intervenção na
realidade, um projeto.

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Na EaD, tem sido freqüente a utilização de ensino por projetos. É uma


forma de trabalho em Educação que permite, mesmo a distância, mobilizar
habilidades e interesses dos participantes do grupo, envolvendo-os
coletivamente na construção de uma proposta de intervenção na realidade.

4.4.2. Objetivos de ensino

De modo semelhante ao ensino com pesquisa, o ensino por projetos


requer tempo e dedicação do professor e dos alunos e estabelece
condições para:

a)Desenvolver o raciocínio diante de problemas propostos pela realidade


imediata.

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b)Selecionar e coletar as informações necessárias ao entendimento do


problema.
c) Observar, investigar, refletir e propor alternativas de solução.
d)Trabalhar com fontes diversificadas de informação em diversos
ambientes educativos.
e)Relacionar conhecimentos de áreas diferentes, em seus aspectos
teóricos e práticos.
f) Trabalhar, de maneira cooperativa, com seu grupo de projeto.
g)Desenvolver a autoconfiança e a criatividade, na busca de soluções
originais para o problema em análise.
h)Prever tarefas necessárias, elaborar plano de ação, delegando e
assumindo responsabilidades.
i) Registrar as conclusões, descrevendo o processo de intervenção na
realidade.

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j) Preparar uma apresentação oral, síntese do relatório do projeto e


roteiro de intervenção.
k) Comunicar, com clareza, as ações propostas, discutindo as e acatando
as sugestões pertinentes.

O ensino por projetos requer períodos mínimos de dois a três meses para
sua realização e grande dedicação por parte de professores e alunos.
Constitui uma situação de aprendizagem na qual o aluno atinge objetivos
conceituais (produz novos conhecimentos, diante de uma situação real),
procedimentais (elabora processos de investigação e busca de solução) e
atitudinais (coopera, respeita e valoriza o seu trabalho e o de seus
colegas).

4.4.3. Atribuições do professor

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As atribuições do professor ao utilizar o ensino por projetos são muito


semelhantes àquelas enumeradas no ensino com pesquisa.

Como visto, para que a atividade se realize, será necessário ao professor:

a)Orientar os alunos na escolha do projeto.


b)Quando a classe for numerosa, formar subgrupos, orientando-os na
seleção dos subprojetos.
c) Elaborar, com os alunos, um plano de trabalho, enumerando as tarefas
a serem cumpridas.
d)Orientar o processo de investigação e a elaboração do projeto.
e)Auxiliar os alunos na execução do projeto.
f) Agendar a apresentação dos projetos dos subgrupos.

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g)Coordenar as apresentações, estimulando a participação dos alunos


com contribuições aos projetos.
h)Coordenar a avaliação do processo e dos projetos realizados, da
participação individual e do desempenho coletivo. Propor ainda aos
alunos a avaliação do desempenho do professor, considerando que
sua orientação direta é fator decisivo para o sucesso do procedimento.
i) Registrar as informações coletadas por observação direta, no
desenvolvimento dos projetos, e pela apresentação final, de cada
aluno e dos grupos, no processo de avaliação continuada.

4.4.4. Papel do aluno

No ensino por projetos, a atividade do aluno é fundamental. Desse modo,


ele deve corresponder às responsabilidades assumidas nesse processo de
produção de conhecimento. Para tanto, precisará:
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a)Escolher um projeto pelo qual se interesse efetivamente.


b)Buscar e fornecer ao grupo as informações necessárias à investigação,
selecionando, organizando e utilizando o material disponível.
c) Discutir com o grupo as tarefas necessárias à elaboração do projeto,
assumindo-as e delegando-as.
d)Buscar orientação do professor no decorrer da realização do trabalho.
e)Elaborar o plano de intervenção, em cooperação com os participantes
de seu grupo.
f) Preparar a apresentação, com o grupo, na forma de síntese das idéias
principais.
g)Apresentar seu projeto à classe, esclarecendo dúvidas e acolhendo as
contribuições pertinentes.
h)Assistir à apresentação dos demais projetos da classe, perguntando e
colaborando sempre que necessário.

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i) Registrar os aspectos relevantes dos projetos apresentados.

4.5. Estudo de caso

4.5.1. Descrição

O estudo de caso é um procedimento de ensino que se apóia na


apresentação aos alunos de uma situação real ou simulada, relativa ao
tema em estudo, para análise e encaminhamento de solução. Corresponde
a um método de trabalho no qual os alunos têm a oportunidade de aplicar
conhecimentos teóricos a situações práticas. A situação pode ser trazida
aos alunos, pelo professor, na forma de uma notícia de jornal ou revista, de
um filme, ou de relato descritivo.

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Em EaD, esse procedimento é utilizado da mesma maneira que no ensino


presencia!. Inclui a apresentação do caso, a elaboração de propostas de
solução baseadas na teoria estudada e a posterior apresentação e
discussão das soluções construídas, em fórum ou lista de discussão.
Também pode ser trabalhado em subgrupos, incluindo uma discussão
prévia e reservada dos membros do grupo, na troca de e-mail, antes da
apresentação ao conjunto dos participantes.

4.5.2. Objetivos de ensino

O professor, ao utilizar esse procedimento de ensino, enseja uma


oportunidade aos alunos para:

a)Retomar conhecimentos teóricos elaborados no decorrer do trabalho


na disciplina.
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b)Aplicar esses conhecimentos às situações reais ou simula das


apresentadas para estudo.
c) Analisar uma situação real ou simulada, com a responsabilidade de
propor encaminhamentos.
d)Trabalhar com fontes diversificadas de informação em diversos
ambientes educativos.
e)Discutir com o grupo-classe as propostas de solução individual,
acolhendo idéias semelhantes e respeitando as diferentes.

O estudo de caso é um procedimento de ensino que possibilita aos alunos


realizar aprendizagens de caráter conceitual (revisão teórica),
procedimental (construir soluções para o problema, aplicando a teoria
estudada) e atitudinal (posicionar-se favoravelmente na busca de soluções,
ter autoconfiança, respeito, cooperar).

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4.5.3. Atribuições do professor

Nesse procedimento de ensino, cabe ao professor realizar algumas


atividades preparatórias, como:

a)Decidir se o trabalho será realizado individualmente ou em subgrupos.


b)Definir os objetivos de ensino a serem atingidos e os conteúdos a
serem retomados.
c) Escolher o caso a ser estudado: um fato, documentado, ou uma
situação composta pelo professor.
d)Planejar as etapas de realização do trabalho, definindo o tempo
necessário, em cada uma delas.
e)Reservar, se necessário, recursos de ensino (vídeo e TV) para
apresentação do caso.

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E outras, no decorrer do trabalho dos alunos:

a)Orientar os alunos sobre o desenvolvimento da atividade.


b)Apresentar o caso a ser estudado.
c) Orientar a análise da situação, a busca ao referencial teórico e, se for o
caso, a discussão nos subgrupos.
d)Recomendar o registro das soluções obtidas e a revisão dos aspectos
teóricos, se necessário.
e)Coordenar a apresentação das soluções dos alunos ou dos subgrupos,
mediando a discussão e promovendo esclarecimentos.
f) Avaliar o desempenho dos alunos no decorrer da atividade,
reorientando a aprendizagem sempre que se fizer necessário.

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4.5.4. Papel do aluno

Para trabalhar com estudos de caso, os alunos precisam:

a)Entender claramente os passos da atividade a ser realizada.


b)Apropriar-se da situação apresentada, seja ouvindo o relato, lendo a
notícia, assistindo ao filme.
c) Realizar a análise diagnóstica da situação em estudo.
d)Reunir as informações necessárias para solucionar o caso
apresentado.
e)Propor alternativas de solução, registrando-as e relatando-as aos
colegas de classe.

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f) Ouvir as propostas elaboradas pelos colegas, questionando e


discutindo quando necessário.
g)Registrar atentamente todo o processo, revendo a teoria em caso de
dúvida.

4.6. Estudo dirigido

4.6.1. Descrição

O estudo dirigido, como o nome indica, é um procedimento de ensino por


meio do qual o aluno executa um trabalho proposto e orientado pelo
professor, de preferência, em sala de aula. Apoiado na leitura de um texto,
artigo ou capítulo de livro e em um roteiro de estudos previamente

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elaborado pelo professor, o aluno trabalha ativamente, realizando leitura e


interpretação do texto, análise e comparações, sínteses e avaliações.

A qualidade dos resultados obtidos nessa forma de ensino depende em


grande medida do roteiro de estudos. Ele pode ser semelhante a um
questionário, com perguntas e respostas diretas, baseado apenas na
memorização de informações. Mas, se elaborado com outros objetivos,
pode abranger amplo conjunto de atividades mentais.

Considerando o interesse em propiciar um contato mais intenso do aluno


com o material, o roteiro de estudo deve incluir atividades que favoreçam a
construção e a reconstrução dos conhecimentos disponíveis, como:

a)Identificar palavras desconhecidas e buscar seus significados.

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b)Localizar idéias ou conceitos essenciais, indicados pelo professor.


c) Elaborar esquema ou mapa de conceitos.
d)Formular perguntas ao texto, que poderão ser utilizadas em discussão
posterior.
e)Elaborar outras interpretações ou conclusões diferentes daquelas
apresentadas pelo autor.
f) Redigir justificativa para as posições assumidas pelo autor. Preparar
síntese ou resenha, a ser utilizada em debate posterior, presencial ou
em lista de discussão.
g)Escrever uma carta para o autor, concordando ou discordando de suas
idéias centrais.

Esse procedimento de ensino é muito utilizado em EaD, desde a época em


que ela se fazia exclusivamente por meio de apostilas em papel, no início

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do século XX. No entanto, na EaD apoiada na Web, esse procedimento


ainda pode e deve ser utilizado, desde que o roteiro de estudos proposto
pelo professor seja elaborado de modo que abranja um conjunto maior de
habilidades mentais, e não apenas a memorização. E, especialmente nos
cursos a distância, esse procedimento de ensino deverá ser
complementado pelo debate, que se fará em lista de discussão ou pela
apresentação de síntese ou resenha, na forma de tarefa, seguida ou não
de discussão. Nesse caso, é fundamental estabelecer interação entre
professor-aluno e aluno-aluno após a conclusão do estudo dirigido, a fim
de avaliar se os objetivos de ensino estão sendo atingidos por meio desse
procedimento.

4.6.2. Objetivos de ensino

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Considerando que alguns textos a serem trabalhados no processo ensino-


aprendizagem requerem maior dedicação dos alunos, utilizar o estudo
dirigido pode lhes proporcionar a oportunidade de:

a)Ler, de forma atenta e orientada, os textos e autores indicados.


b)Desenvolver habilidade de leitura e reflexão, a ser aplicada em
diferentes situações de busca e aquisição de novos conhecimentos.
c) Aperfeiçoar o repertório vocabular, familiarizando-se com novas
palavras e expressões e investigando sinônimos.
d)Aprofundar a compreensão do texto, com base na leitura de seu
contexto: características do autor, época e motivo da publicação, entre
outros.
e)Construir progressivamente um referencial teórico que subsidie a
percepção e a explicação da realidade e, por decorrência, a
elaboração de textos acadêmicos.
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O estudo dirigido é um procedimento de ensino que, empregado com


parcimônia e clareza de objetivos, pode proporcionar aos alunos a
oportunidade de atingir objetivos conceituais (aquisição, aprofundamento e
atualização de informações), procedimentais (habilidade de leitura, de
interpretação de textos, de busca de sinônimos e significados, de
elaboração de sínteses, de questões, entre outras) e atitudinais (respeito
pelo trabalho, dedicação, interesse).

4.6.3. Atribuições do professor

Muitas são as tarefas do professor quando pretende utilizar o estudo


dirigido como procedimento de ensino. Entre elas, algumas a serem
realizadas previamente, como:

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a)Formular claramente os objetivos de ensino para a atividade a ser


realizada, considerando que o estudo dirigido pode ser utilizado como
procedimento de ensino para promover ampliação de informações,
aprofundamento, atualização, revisão, entre outros. Em função dos
objetivos, organizar-se-ão as demais tarefas.
b)Realizar a seleção adequada do material a ser lido, que deve ser
compatível com os objetivos do estudo dirigido, com as possibilidades
imediatas de compreensão dos alunos e com o tempo disponível para
a realização da leitura.
c) Identificar as fontes bibliográficas para o estudo ou preparar as cópias
do material a ser lido.
d)Organizar o roteiro de estudos a ser utilizado pelos alunos, definindo as
instruções com clareza e determinando as tarefas a serem executadas.

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Outras atribuições do professor serão cumpridas no decorrer da atividade,


como:

a)Orientar os alunos, esclarecendo-os sobre os objetivos de ensino do


estudo dirigido a ser desenvolvido.
b)Indicar as fontes bibliográficas para o estudo ou fornecer as cópias do
material a ser utilizado.
c) Apresentar o roteiro de estudos a ser obedecido.
d)Definir o tempo necessário para a realização da atividade. Vale lembrar
que esse procedimento de ensino deve ser utilizado em sala de aula,
sob a supervisão direta do professor, embora possa ser empregado
também na forma de exercícios domiciliares e em EaD.
e)Atender, na medida das solicitações, às questões propostas pelos
alunos, esclarecendo e orientando. Quando se tratar de questão

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decorrente, interromper a atividade e orientar de forma coletiva o


conjunto de alunos.
f) Concluída a atividade individual, promover uma situação de
socialização dos conhecimentos, sob a forma de trabalho em grupo,
em duplas ou debate no grupo-classe.

4.6.4. Papel do aluno

Esse procedimento de ensino tem sido identificado, de modo geral, como


uma situação de aprendizagem que não requer grande esforço intelectual
do aluno. Essa compreensão está diretamente relacionada ao tipo de
roteiro de estudos trabalhado. Quando o roteiro proporciona condições, o
aluno trabalha ativamente, organizando e aprofundando informações,
efetivamente se apropriando de novos conhecimentos. Para tanto, será
preciso:

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a)Dispor do material indicado e necessário à realização da atividade:


textos, dicionário, roteiro.
b)Compreender com clareza e segurança as recomendações do roteiro.
c) Trabalhar de forma dedicada, respeitando a proposta e o trabalho dos
colegas, sem movimentos ou ruídos desnecessários.
d)Executar as atividades propostas no tempo determinado, registrando
suas indagações, conclusões, esquemas, questionamentos, entre
outros.
e)Socializar suas anotações, em debate ou lista de discussão, quando
solicitado pelo professor.

4.7. Estudo do meio

4.7.1. Descrição

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O estudo do meio caracteriza-se pela possibilidade de investigação


interdisciplinar de fenômenos da realidade natural e social do aluno. Nesse
sentido, pelas próprias características do objeto de estudo, requer a
integração dos componentes curriculares, por meio de objetivos e
conteúdos de ensino, no trabalho a ser realizado, e o emprego de
procedimentos de ensino com pesquisa, como observação, entrevistas,
levantamento bibliográfico, entre outros.

Quando se considera que o meio natural e social que circunda e "contém"


o aluno (o professor, a escola...) não é objeto de estudo de uma única
disciplina ou área, nem está totalmente desvendado, explicado,
entendido..., o estudo do meio ganha um novo sentido. Ele não é
propriamente uma saída ou excursão da escola, menos ainda um
passeio... Também não é tarefa exclusiva desse ou daquele professor, mas
atividade coletiva a ser construída pela equipe escolar, apoiada no projeto
pedagógico da escola.

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Dessa forma, o estudo do meio precisa ser planejado com base em


objetivos de ensino bem definidos, garantindo o envolvimento da equipe
escolar, dos alunos e de seus pais e responsáveis. Deve ser executado de
maneira séria e comprometida, e seus resultados devem ser divulgados
amplamente. Todo o processo deve ser avaliado pelos participantes, não
só em termos dos resultados obtidos, mas também dos custos e esforços
empenhados. Em especial na Educação básica, os familiares dos alunos
devem ser informados com clareza dos objetivos de ensino do
procedimento, a fim de não o confundir com mais um "passeio ou
excursão".

4.7.2. Objetivos de ensino

O estudo do meio propicia ao aluno as condições para:

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a)Tomar contato direto com a realidade natural ou social, localizando,


descrevendo e analisando o fenômeno identificado como objeto de
estudo em seus múltiplos aspectos (geográfico, histórico, social,
político, econômico, cultural...).
b)Buscar, selecionar, classificar e organizar informações, construindo
novos conhecimentos relativos ao objeto de estudo, por meio de
contato direto (observação do fenômeno, coleta de amostras) e de
experiências práticas (observação de procedimentos, entrevista com
profissionais, visita a ambientes diferenciados).
c) Registrar, documentar e relatar as experiências e os contatos
realizados.
d)Aprofundar a investigação bibliográfica, recorrendo a novas fontes e
autores.
e)Identificar e utilizar formas diferenciadas de documentação, registro e
divulgação de conhecimentos (fotos, gravação em áudio e vídeo).

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f) Compreender a construção do conhecimento como processo pessoal,


apoiado em interesse e atitude individual, que se realiza em ambiente
de cooperação e solidariedade.
g)Identificar a necessidade do emprego de métodos de pesquisa
científica na construção de novos conhecimentos.

O estudo do meio é um procedimento de ensino que se apóia no trabalho


coletivo de professores e alunos. Proporciona experiências de
aprendizagem em que o aluno atinge objetivos conceituais (reorganiza
conhecimentos diante da realidade), procedimentais (prepara e executa
processos de investigação: visita, observação, entrevista) e atitudinais
(respeita o fenômeno observado, valoriza o seu trabalho e o de seus
colegas, coopera).

4.7.3. Atribuições do professor

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O professor responsável pela coordenação da proposta de estudo do meio


deve estimular o envolvimento e a participação de seus colegas, dos
alunos e familiares e da equipe escolar. Será necessário garantir a adesão
de todos, por meio da mais ampla compreensão dos objetivos de ensino,
para viabilizar o sucesso do procedimento.

As atribuições do(s) professor(es) podem ser divididas em quatro conjuntos


principais, quais sejam:

a)Planejamento do estudo do meio, que requer a definição do objeto de


estudo, dos aspectos a serem considerados e dos
b)procedimentos de investigação necessários. Nessa fase, professores e
alunos definirão os objetivos de ensino a serem atingidos, as formas de
trabalho a serem realizadas, os recursos e investimentos necessários e
as normas de conduta a serem observadas.

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c) Execução ou realização do estudo do meio, que corresponde à etapa


em que professores e alunos estão em campo, em pleno
desenvolvimento da atividade. Os professores devem estar atentos e
próximos dos alunos, observando sua atitude, esclarecendo dúvidas,
auxiliando o registro.
d)Organização e divulgação dos resultados. Nessa etapa, os alunos
trabalham em subgrupos, sob a supervisão direta dos professores,
selecionando, organizando e interpretando as informações recolhidas.
A essa altura, os professores podem indicar novas leituras e
aprofundamento bibliográfico, se julgarem pertinente e necessário à
elaboração do relatório. Também é atribuição dos professores
organizar a apresentação dos relatórios, que pode ser em forma de
exposição oral, painel, mural, jornal, entre outras.
e)Avaliação do processo. Sob a responsabilidade direta dos professores,
e com ampla participação dos alunos, a avaliação do processo busca
verificar se os objetivos de ensino enunciados para o trabalho foram

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atingidos. Além desses, importa identificar outras aprendizagens


realizadas e habilidades desenvolvidas. Ainda é o momento de
investigar os eventuais insucessos ou pontos falhos do processo,
visando formular hipóteses para sua ocorrência e alternativas para a
superação, em novas oportunidades.

4.7.4. Papel do aluno

A utilização desse procedimento de ensino pode proporcionar


oportunidades de aprendizagens amplas e enriquecedoras para o aluno.

Desse modo, ele deve:

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a)Participar ativamente do processo de planejamento do estudo do meio,


com idéias e sugestões.
b)Envolver-se na execução das atividades previstas, contribuindo para
seu sucesso.
c) Respeitar as normas estabelecidas, os colegas e os professores,
concentrando seus esforços no desenvolvimento da investigação.
d)Auxiliar a sistematização dos resultados obtidos, a busca de
fundamentação teórica necessária e a apresentação do relatório.
e)Participar do processo de avaliação do trabalho realizado, identificando
acertos e erros, buscando alternativas de superação e assumindo
responsabilidades.

4.8. Seminário

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4.8.1. Descrição

Entre as inúmeras formas de trabalho em grupo, o seminário é das mais


freqüentes entre as menções de alunos e de professores, em especial, no
ensino superior. No entanto, o procedimento de ensino a que se referem
não é propriamente aquele entendido por seminário, mas uma maneira de
dividir as responsabilidades de trabalho com os conteúdos de ensino entre
os alunos. Nesses casos, um aluno ou grupo de alunos recebe a
incumbência de apresentar para a classe, em data previamente
determinada, um tema a ser pesquisado ou uma síntese de um capítulo de
livro. Na prática, corresponde a uma substituição do trabalho do professor
pelo trabalho do aluno, da aula expositiva do professor pela apresentação
pouco fundamentada e vacilante do aluno. Com certeza, um método de
trabalho em sala de aula que gera más lembranças e pouco ou nenhum
conhecimento...

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Seminário, em sentido genérico, designa um evento destinado à


socialização de conhecimentos ou de variados aspectos de um mesmo
tema, de natureza semelhante a congressos, encontros nacionais e
internacionais, e outros.

Em sentido específico, seminário é um procedimento de ensino que se


constrói com base no ensino com pesquisa, realizado em subgrupos, e no
debate dos aspectos investigados, de maneira integrada ou complementar,
sob a coordenação do professor. Esse procedimento distingue-se daquelas
práticas usualmente conhecidas por essa denominação, em primeiro lugar
pelo processo de investigação do tema, que é o mesmo para todos os
grupos, e realiza-se por meio de pesquisa, em vez de os conhecidos
fichamentos e resenhas de capítulos. Em segundo lugar, pela forma de
apresentação dos trabalhos, em debate de pontos convergentes,
divergentes ou complementares.

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Com algumas adaptações, é um procedimento de ensino que pode ser


utilizado em EaD, desde que os grupos trabalhem seus temas específicos,
por meio de e-mail ou lista de discussão, por um tempo determinado e, na
seqüência, participem da discussão do tema proposto para o seminário,
utilizando a lista ou o fórum.

4.8.2. Objetivos de ensino

O seminário possibilita reunir as qualidades de dois outros procedimentos


de ensino estudados, o ensino com pesquisa e o debate, refinando-os em
seus aspectos favoráveis ao desenvolvimento do aluno. Portanto, o debate
realiza-se com maior e melhor fundamento e a pesquisa ganha mais
significado no processo de debate e socialização de conhecimentos.

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De modo amplo, é possível afirmar que o seminário propicia a professor e


alunos condições para:

a)Investigar em amplitude e profundidade uma questão, buscando


entendê-la sob diferentes e renovadas perspectivas.
b)Analisar de maneira crítica e reflexiva os resultados de sua
investigação (ou de seu grupo), em confronto com aqueles
apresentados pelos outros grupos da classe.
c) Trabalhar cooperativamente, buscando e socializando informações,
discutindo e confrontando hipóteses e opiniões.
d)Debater, com fundamento, aspectos diversificados de uma questão ou
problema.
e)Participar ativamente, respeitando as contribuições dos diferentes
grupos e participantes.

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O seminário é uma situação de aprendizagem que possibilita ao aluno


realizar transformações de ordem conceitual (coleta, seleciona, organiza,
relaciona e registra informações), procedimental (leitura, pesquisa
bibliográfica, registro e expressão oral) e atitudinal (cooperação,
autoconfiança).

4.8.3. Atribuições do professor

Embora a ação dos alunos seja preponderante nesse procedimento de


ensino, muitas são as atribuições reservadas ao professor. Elas podem ser
divididas em duas fases principais, que se referem à preparação e à
apresentação. Na fase de preparação, o professor precisa:

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a)Definir com clareza os objetivos de ensino a serem atingidos.


b)Identificar os conteúdos a serem trabalhados.
c) Selecionar o tema a ser investigado, bem como os subtemas, de
acordo com os objetivos e conteúdos de ensino definidos.
d)Selecionar a bibliografia, em diferentes graus de complexidade e
aprofundamento, a ser indicada aos alunos.
e)Esclarecer aos alunos a forma de realização do trabalho: a
investigação, a apresentação e a avaliação.
f) Orientar o trabalho, construindo com os alunos um roteiro de pesquisa
e auxiliando na localização e utilização dos recursos bibliográficos
necessários.
g)Elaborar o cronograma de realização da pesquisa e de apresentação e
discussão dos resultados.

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h)Acompanhar os trabalhos dos subgrupos, observando o desempenho e


a participação dos alunos e os produtos elaborados.

Concluída a fase de pesquisa, o professor tem de viabilizar a apresentação


dos trabalhos e a realização do debate. Nesse sentido, ele deve:

a)Organizar o ambiente de sala de aula, selecionando ou solicitando a


indicação dos debatedores.
b)Coordenar as apresentações, direcionando o processo, questionando,
esclarecendo e sintetizando, quando necessário.
c) Garantir o respeito e a solidariedade, a participação e a cooperação.
d)Formular questões amplas e relativas ao tema central, a serem
respondidas no debate.
e)Estimular a reflexão crítica e o aprofundamento dos estudos.

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f) Observar a participação individual e coletiva de seus alunos, quer


estejam no papel de debate dores ou de platéia.
g)Avaliar, com a colaboração dos alunos, o trabalho realizado,
verificando os objetivos de ensino e o grau de envolvimento dos
participantes, e identificando aspectos positivos e negativos, além de
alternativas de superação.

4.8.4. Papel do aluno

Da mesma forma que para o professor, as tarefas do aluno são


diversificadas. De início, os alunos devem:

a)Responsabilizar-se pelo sub-tema determinado.


b)Reunir a bibliografia necessária à investigação.

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c) Ler e estudar, aprofundando sua compreensão do sub-tema.


d)Organizar e sistematizar as idéias principais do assunto estudado.
e)Preparar-se para a realização do seminário, esclarecendo dúvidas e
divergências.
Na fase de apresentação dos trabalhos, os alunos têm de participar
ativamente do debate. Para tanto, devem:

a)Apresentar relatório por escrito do sub-tema estudado, com cópias


para cada participante.
b)Expor, de maneira clara e objetiva, as idéias essenciais estudadas.
c) Assistir atentamente à exposição dos colegas.
d)Buscar os esclarecimentos necessários à compreensão dos diferentes
enfoques da questão em estudo.

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e)Debater os diferentes aspectos do tema e as questões formuladas pelo


professor, argumentando e contra-argumentando, buscar respostas e
encaminhar conclusões.
f) Participar da avaliação do seminário, contribuindo na identificação de
dificuldades e propondo alternativas de solução.

4.9. Solução de problemas

4.9.1. Descrição

A solução de problemas é um procedimento de ensino baseado na


apresentação de uma situação-problema aos alunos, que deve ser
resolvida, individualmente ou em subgrupos, utilizando os conhecimentos
disponíveis ou novos conhecimentos, construídos por meio de pesquisas.

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De forma semelhante ao ensino com pesquisa, a solução de problemas


também é uma variação do método da descoberta, porque requer uma
atitude reflexiva do aluno e o acompanhamento direto e contínuo do
professor. Na mesma medida, assemelha-se ao ensino por projetos porque
propõe a busca de soluções práticas para um problema concreto, que,
agora, pode ser fictício.

Esse procedimento é bastante útil em EaD, em situações educativas que


envolvem grupos numerosos e com graus diversificados de compreensão
dos conteúdos de ensino, porque permite promover o aprofundamento de
estudos na medida da necessidade individual de cada aluno ou subgrupo.

Nesse caso, o processo de busca de solução para o problema pode ser


individual ou coletivo e as respostas podem ser apresentadas e
confrontadas em lista de discussão. Ao final do processo, o professor pode

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elaborar uma síntese das soluções apresentadas, indicando acertos e


reorientando eventuais equívocos.

4.9.2. Objetivos de ensino

Trabalhar utilizando solução de problemas pode propiciar aos alunos


condições de:

a)Participar ativamente na organização e reorganização de


conhecimentos antigos e na construção de novos.

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b)Desenvolver habilidades de raciocínio lógico e reflexão crítica.


c) Aplicar conhecimentos teóricos às situações práticas apresentadas na
forma de situações-problema.
d)Desenvolver a responsabilidade pelo processo de conhecimento,
estimulando a iniciativa e a busca de novas informações.
e)Identificar a necessidade de formular hipóteses e testá-las no decorrer
do processo de construção de soluções.
f) Planejar etapas e ações na busca da solução do problema
apresentado.
g)Responsabilizar-se pelo processo de construção de conhecimento
individual e coletivo.

A solução de problemas não é um procedimento de ensino rápido, nem


fácil de ser realizado. Requer, no mínimo, o tempo necessário à

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reorganização do conhecimento e à busca de novas informações e a


disposição do professor em orientar esse processo de descoberta. No
entanto, proporciona condições para realizar objetivos conceituais
(organização, relação e registro de informações diante de um problema
concreto), procedimentais (busca de novas informações, formulação e
testagem de hipóteses, elaboração de um plano de ação) e atitudinais
(responsabilidade, cooperação, autoconfiança).

4.9.3. Atribuições do professor

O professor deve considerar que o aluno vai se mostrar mais envolvido e


desafiado pelo procedimento quanto melhor compreender o que se espera
dele. Desse modo, deve preocupar-se em:

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a)Definir a forma de realização do procedimento: individual ou em


subgrupos.
b)Selecionar problemas que, da perspectiva do aluno, sejam
significativos, isto é, relacionados com sua experiência pessoal,
desafiadores e adequados ao seu desenvolvimento intelectual.
c) Apresentar os problemas de maneira clara, relacionando aos objetivos
de ensino a serem atingidos e aos conhecimentos construídos
previamente.
d)Estimular os alunos a definir fases para o enfrentamento do problema,
formulando hipóteses, coletando dados, testando hipóteses,
confrontando resultados, entre outros.
e)Fornecer indicação bibliográfica, quando julgar oportuno, estimulando o
aprofundamento teórico.

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f) Acompanhar os processos desenvolvidos pelos alunos, estimulando-os


a descobrir alternativas de solução e reorientando ou encorajando os
alunos ou grupos menos estimulados.
g)Orientar os alunos para realizar o registro de seu processo de busca de
solução para o problema.
h)Organizara apresentação, para a classe, das soluções encontradas,
proporcionando condições de análise e reflexão sobre cada uma delas.
i) Realizar a avaliação do processo e dos produtos finais, identificando
acertos e equívocos e formulando alternativas de superação.

4.9.4. Papel do aluno

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O aluno, por sua vez, precisa trabalhar ativamente na solução do


problema, reproduzindo uma atividade que, embora execute no cotidiano,
agora requer fundamentação teórica. Desse modo, deve:

a)Procurar entender com clareza a situação-problema, estabelecendo


relações com conhecimentos e experiências anteriores.
b)Buscar a fundamentação teórica necessária.
c) Formular um plano para enfrentamento do problema, definindo e
testando hipóteses.
d)Registrar os caminhos percorridos na busca da solução.
e)Preparar-se para a apresentação de suas alternativas de solução.
f) Participar atentamente da apresentação de seus colegas, confrontando
suas soluções com aquelas apresentadas, questionando e refletindo.

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g)Avaliar seu percurso individual na busca de solução e seu


compromisso e participação na discussão das soluções apresentadas.

4.10. Trabalho em grupos

4.10.1. Descrição

O procedimento de ensino conhecido por trabalho em grupos é muito


utilizado, desde a Educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental
até nos cursos de pós-graduação, tanto no ensino presencial como no
virtual. E isso porque, de certa maneira, essa modalidade de trabalho em
Educação recupera a forma habitual de trabalho na vida, no cotidiano, no
ambiente doméstico e na atuação profissional, e constitui excelente
oportunidade de troca e cooperação entre indivíduos com idades, objetivos
e interesses semelhantes.
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São inúmeras as modalidades de trabalho em grupo. Entre elas, algumas


já foram descritas neste texto. No entanto, independentemente da
modalidade utilizada, vale considerar os objetivos de ensino que orientam a
atividade educativa. Há formas de trabalho em grupo que podem ser
desenvolvidas em curtos intervalos de tempo, como os pequenos grupos
que realizam uma mesma tarefa (por exemplo: apresentação, formular
perguntas ou responder a uma mesma pergunta) ou pequenos grupos com
tarefas diferentes (por exemplo: responder a perguntas diferentes,
sintetizar parágrafos diferentes de um mesmo texto); grupos de cochicho,
que resolvem uma questão em pouco tempo, trocando idéias.

Essas atividades podem ser complementadas pela discussão geral ou pelo


debate, pela realização de painéis ou grupos de observação e grupos de
verbalização (GO-GV), no grupo-classe. Novamente trabalho em grupo,
porém com a participação de todos os alunos. Nessa fase, a coordenação

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do professor ou de um aluno indicado para a tarefa será necessária, no


sentido de garantir a oportunidade de contribuição para todos.

Outras formas de trabalho em grupo, como o ensino com pesquisa, ensino


por projetos, estudo do meio, requerem um tempo maior para sua
execução; no entanto, permitem alcançar maior número de objetivos de
ensino e desenvolver variadas habilidades.

Na EaD, o trabalho em grupo é um procedimento de ensino bastante


utilizado porque permite estabelecer interação efetiva no processo de
produção conjunta de novos conhecimentos entre os alunos, no subgrupo
e no grupo-classe, apesar da distância física, no tempo e no espaço. Os
grupos são formados e trabalham com troca de e-mail ou na lista de
discussão. Em alguns casos, pode haver uma ferramenta especifica do

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ambiente virtual, denominada Fórum, para a realização dos trabalhos em


grupos.

4.10.2. Objetivos de ensino

Trabalhar em grupos, no processo de construção de conhecimentos, pode


propiciar a alunos e professores a oportunidade de:

a)Procurar solução ou resolver questões em conjunto com outros alunos.


b)Discutir e debater, trocar idéias e opiniões, contribuindo para a
realização da tarefa, de maneira integrada.
c) Praticar a cooperação entre alunos, com facilidades e dificuldades
semelhantes ou equivalentes.

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d)Tornar mais direta e rápida a comunicação entre iguais,


proporcionando um ambiente de estudo e trabalho descontraído e
criativo.
e)Desenvolver a habilidade de trabalhar com os colegas, aprendendo e
ensinando e, ao mesmo tempo, participando.

f) Respeitar e observar o respeito a cada componente do grupo, em suas


contribuições.
g)Valorizar o trabalho em equipe no ambiente escolar e no espaço
profissional.

O trabalho em grupos, pela proximidade e participação ativa dos alunos,


independentemente da dinâmica e da combinação de procedimentos
adotada, proporciona situações de aprendizagem nas quais podem ser
atingidos objetivos conceituais (investigação, produção de novos
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conhecimentos), procedimentais (comunicação oral e escrita, discussão) e


atitudinais (respeito, cooperação, solidariedade).

4.10.3. Atribuições do professor

A primeira e mais importante atribuição do professor ao propor e realizar


trabalhos em grupo é orientar os alunos, com clareza, a respeito da
atividade que devem realizar. Desse modo, será necessário:

a)Definir os objetivos de ensino a serem atingidos.


b)Selecionar a modalidade de trabalho em. grupo a ser utilizada e
conhecê-la em detalhe.
c) Formar os grupos de alunos ou pedir que se formem aqueles já
habituais, lembrando que o "grupo ideal" deve ter em torno de cinco

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componentes. Se o professor considerar necessário formar novos


grupos para a atividade que pretende realizar, deve informar esse fato
aos alunos e assumir a orientação do processo. Ele pode numerar os
alunos, de acordo com o número de grupos que pretende ter em sala e
então reuni-los conforme o número atribuído (exemplo; todos os alunos
que receberam o número um formam o grupo um, e assim por diante).
d)Comunicar detalhadamente a tarefa a ser realizada pelo grupo;
objetivos a serem alcançados, forma de trabalho, produto esperado e
tempo de duração da atividade.
e)Orientar a distribuição de funções entre os componentes do grupo, de
modo que, no mínimo, um deles observe o prazo de realização, outro
faça anotações e um terceiro coordene as atividades.
f) Acompanhar a execução da atividade, aproximando-se dos grupos e
participando, se necessário, das discussões que realizam,
esclarecendo e reorientando. A proximidade do professor, reafirmando

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com sua presença os objetivos do trabalho, auxilia o aluno na prática


do respeito ao colega e à tarefa a ser realizada.
g)Observar o andamento dos trabalhos, verificando se as conclusões
estão sendo anotadas por, pelo menos, um dos componentes do
grupo.
h)Observar a participação, as atitudes e as habilidades de cada
integrante dos grupos. O professor pode realizar pequenas anotações
sobre essas contribuições, a fim de compor seus registros de avaliação
contínua.
i) Cuidar para que todos os grupos encerrem a atividade recebendo
relatórios ou anotações. Esse material deve ser submetido à
apreciação do professor antes da atividade de apresentação à classe
e, se necessário, deve ser modificado pelo grupo, sob a orientação do
professor.

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j) Programar atividade de apresentação, seguida ou não de debate, das


conclusões formuladas em cada grupo.

4.10.4. Papel do aluno

Considerando as atribuições do professor, parece que não resta muito ao


aluno. Isso não é verdade.

a)Informar-se amplamente sobre os objetivos a serem atingidos, a


natureza da atividade a ser realizada, os produtos esperados e o
tempo disponível.
b)Cooperar na formação do grupo e na definição de papéis e
responsabilidades.

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c) Formular idéias e opiniões com clareza e objetividade, sem


monopolizar a atenção ou dispersar o interesse dos colegas, com
assuntos paralelos.
d)Ouvir atentamente as opiniões e os comentários dos colegas,
integrando-os ao registro dos trabalhos do grupo.
e)Discordar e discutir sem desrespeitar os colegas, argumentando e
contra-argumentando com o objetivo de garantir a clareza das idéias
em debate.
f) Respeitar as opiniões divergentes e acatar a decisão que representar a
opinião da maioria dos componentes do grupo.
g)Cumprir suas responsabilidades, conforme determinado pelo grupo na
divisão de tarefas.
h)Criticar e aceitar ser criticado, no sentido de melhorar o desempenho
de cada aluno e do grupo.

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i) Participar ativa e dedicadamente na apresentação das conclusões do


grupo à classe, contribuindo sempre que necessário.
j) Assistir às apresentações dos outros grupos com atenção,
incorporando novos conhecimentos àqueles já elaborados.
k) Registrar, sempre que possível, as conclusões a que o trabalho
permitiu chegar, sejam individuais, do subgrupo ou do grupo-classe.

4.11. Aula expositiva

4.11.1. Descrição

A aula expositiva é um dos procedimentos de ensino mais conhecidos e


utilizados e, de certo modo, dispensa descrição. Em geral, baseia-se na
apresentação oral de um tema, pelo professor, e pode contar com maior ou

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menor participação dos alunos, dependendo da proposta e dos objetivos


de ensino. Além disso, a aula expositiva pode estar apoiada em recursos
de ensino, como esquemas, gráficos, sinopses, anotada no quadro-de-giz,
em cartazes, em transparências, entre outros.

Na EaD, a aula expositiva ocorre nas situações de vídeo e teleconferência,


com maior freqüência. Nos dois casos, a possibilidade de interação
professor-aluno é bem reduzida: na videoconferência, em virtude da
assincronia, ou seja, a aula pode ter sido gravada em momento diferente
daquele em que está sendo apresentada; e na teleconferência, em
decorrência do elevado número de espectadores, que pode provocar
eventuais dificuldades ou atrasos na comunicação, quando ocorrer por
telefone, fax ou correio eletrônico (e-mail).

4.11.2. Objetivos de ensino

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A aula expositiva pode ser utilizada nas situações em que o professor


pretende propiciar aos alunos condições de:

a)Compreender de forma ampla e geral um novo tema de estudo,


quando são apresentadas as idéias introdutórias ao assunto,
organizados esquemas e sumários. Na seqüência, outros
procedimentos de ensino deverão ser empregados, de modo que
promova o aprofundamento necessário ao estudo.
b)Sintetizar o assunto estudado por meio de outros procedimentos de
ensino, identificando os aspectos essenciais, de maneira resumida.
Nesse caso, a aula expositiva, como oportunidade de elaboração da
síntese final, pode contar com a participação ativa dos alunos, que já
terão produzido conhecimentos sobre o assunto.
c) Atualizar as informações disponíveis ou solicitar as explicações
necessárias sobre o assunto em estudo, quando o professor esclarece

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aspectos cuja compreensão pareça mais difícil ou divulga informações


de acesso mais restrito.

A aula expositiva oferece oportunidade para o aluno realizar aprendizagens


de caráter conceitual (aquisição e atualização de informações,
esclarecimento de dúvidas, elaboração de sínteses), procedimental (ouvir e
perguntar, anotar, elaborar esquemas) e atitudinal (respeito e atenção).
4.11.3. Atribuições do professor

O sucesso da aula expositiva depende quase exclusivamente do professor,


tanto para a sua preparação como para o desenvolvimento.

Em relação à preparação, o professor deve:

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a)Definir claramente os objetivos de ensino da aula, considerando as


características e as necessidades dos alunos.
b)Planejar com cuidado a seqüência das idéias a serem apresentadas,
as perguntas e os exemplos a serem utilizados.
c) Elaborar o esquema ou sumário a ser transcrito no quadro-de-giz ou
equivalente.
d)Preparar outros recursos básicos, como fotos, recortes, transparências,
lembrando-se de que devem conter apenas os elementos mínimos
necessários para ilustrar e complementar a exposição oral.
e)Reservar os equipamentos necessários ou verificar sua presença e a
forma de utilização no espaço onde será realizada a aula expositiva.

No que se refere à realização da aula expositiva, o professor deve:

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a)Comunicar com clareza o tema e os objetivos de ensino da aula,


relacionando-os a aulas anteriores.
b)Despertar a atenção dos alunos para o tema a ser tratado com uma
questão, o relato de um fato, o comentário de uma notícia, entre outros,
de modo que mobilize conhecimentos e experiências anteriores dos
alunos.
c) Respeitar o ritmo da classe em relação à participação, com
comentários ou questões, e em relação à possibilidade de anotar idéias
e esquemas apresentados.
d)Apoiar a apresentação em recursos visuais preparados previamente e
em comentários e questões formuladas pelos alunos, dirigindo-se a
eles pessoalmente.
e)Utilizar linguagem não-verbal - gestos, expressão facial -, variando o
tom de voz e movimentando-se pelo espaço da sala de aula.

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f) Avaliar continuamente a disposição dos alunos, levando em conta que


sua participação na aula expositiva não é tão passiva quanto se pode
pensar, mas requer atenção e disponibilidade para a atividade
intelectual.
g)Evitar de se irritar com interrupções ou distrações dos alunos,
considerando-as desrespeito ou desinteresse.
h)Controlar cuidadosamente o tempo de duração da aula, evitando
ultrapassar 15 ou 20 minutos de exposição contínua. Lembre-se de
que assistir a uma aula expositiva pode ser muito cansativo.
i) Ao final da apresentação, enfatizar idéias essenciais e estabelecer a
sua relação com as próximas atividades a serem desenvolvidas.

4.11.4. Papel do aluno

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No contexto da aula expositiva, o aluno deve se envolver ativamente no


processo de construção de seu conhecimento, com base em informações
que estão sendo apresentadas pelo professor,
segundo suas escolhas e prioridades, e que deverão ser apropriadas pelo
aluno, apoiado em suas experiências e conhecimentos anteriores.

Para garantir a adequada utilização desse procedimento de ensino,


espera-se que o aluno:

a)Dedique atenção à exposição e procure relacioná-la com outros


conhecimentos ou informações disponíveis.
b)Evite se distrair com atividades paralelas ou comentários alheios ao
conteúdo da aula.

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c) Busque esclarecimentos, interrompendo o professor, sempre que


necessário.
d)Contribua com exemplos ou informações pertinentes e relevantes.
e)Procure anotar as idéias essenciais, sem se preocupar
demasiadamente em copiar tudo o que o professor diz ou escreve.

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5 - PROCESSO DE AVALIAÇÃO

Avaliar, para muitos de nós, é uma das atividades pedagógicas mais


difíceis de realizar em nosso trabalho, um verdadeiro espinho atravessado
em nossa garganta.

Quando começamos a pensar sobre avaliação, ou nos defrontamos com a


situação concreta de avaliar nossos alunos, comumente perguntas como
estas nos assaltam: “Como é que vou dar a prova?”, “Quando vou aplicar
uma prova?”, “Que aspectos ou pontos vou avaliar?”, “Quantas notas vou
dar?”, “Que tipo de prova vou fazer?”, “Que importância tem esta
avaliação?”, O que é importante numa avaliação?”, “Para que vou
avaliar?”, “Que técnica de avaliação vou utilizar?”

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5.1. Pontos que permitem uma visão de conjunto do processo de avaliação

5.1.1. O processo de avaliação está relacionado com o processo de


aprendizagem. Quando professor e aluno estão empenhados em conseguir
uma aprendizagem, é fundamental e imprescindível que ambos possam
contar com um conjunto de dados e informações que lhes digam se a
aprendizagem está sendo conseguida ou não, se estão caminhando em
direção ao conjunto terminal pretendido, ultrapassando os pontos
intermediários de forma sucessiva e cumulativa, ou se desviando dele. E,
como conseqüência dessa constatação, professor e aluno tomam a
decisão de se manterem na reta e progredirem ou de redirecioná-la, para
que a aprendizagem seja completamente estabelecida.

5.1.2. O processo de avaliação deve ser pensado, planejado e realizado de


forma coerente e conseqüente com os objetivos propostos para a

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aprendizagem. Os objetivos a alcançar são os critérios definidores do


processo de avaliação: quer dizer, são os objetivos que dizem “o que
avaliar”, “de que forma avaliar”, “qual técnica ou instrumento utilizar para
avaliar”, “o que registrar e de que forma”, “como discutir o aproveitamento
da atividade” e “qual o encaminhamento” a ser combinado com o aluno,
tendo em vista o reiniciar do processo de aprendizagem. Este momento de
avaliação permite ao professor perceber se têm claros os seus objetivos de
aprendizagem ou não. Estará preocupado em avaliá-los ou o que faz é
expor um certo conteúdo durante algumas aulas e depois realizar provas
para poder dar uma nota?

5.1.3. O processo de avaliação, para acompanhar o processo de


aprendizagem, é contínuo. Sabemos que a aprendizagem, comumente, se
faz de forma contínua, cumulativa e evolutiva ou em ritmo ascendente em
direção ao objetivo proposto. E, justamente para que possa se concretizar,
ela tem necessidade de contar com um instrumento de retroalimentação

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(feedback), um processo de avaliação, que seja contínuo, realizado


durante o processo de aprendizagem. Esta colocação distancia-se
diametralmente daquela que entende a avaliação como uma atividade que
se realiza ao final do semestre ou do ano para se verificar se o aluno
aprendeu ou não ao término daquele espaço de tempo, quando o professor
realiza um julgamento do aluno, para dar seu veredicto: foi aprovado ou
reprovado.

5.1.4. A avaliação, como um processo contínuo, permite um contínuo


reiniciar do processo de aprendizagem, até atingir os objetivos finais. Para
que a avaliação se constitua num processo contínuo, é condição básica
que, em todas e cada uma das atividades previstas e realizadas, aluno e
professor se informem sobre sua aproximação ou não dos objetivos
propostos. Esta informação dirá se a atividade foi realizada
adequadamente, e então se pode passar para a atividade seguinte; ou se
foi realizada inadequadamente ou não foi realizada simplesmente e, então,

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algo precisa ser feito antes da atividade seguinte, ou até conjuntamente


com ela para que os objetivos possam ser atingidos. Um plano de
aprendizagem adequadamente elaborado, incluindo, portanto um processo
contínuo de avaliação, levará o aluno à consecução dos objetivos e, por
conseguinte, à aprovação final. Esta conseqüência contradiz aquela crença
de que “o professor é bom porque reprova grande número de alunos de
sua classe” ou de que “o ensino ministrado em tal disciplina é de tão alto
nível que grande parte da turma não consegue aprender e é reprovada”.

5.1.5. O processo de avaliação deverá estar voltado para o desempenho


do aluno. Isto é, para a atividade do aluno enquanto realiza ou não que foi
planejado, e se o realiza adequada ou inadequadamente. Esta afirmação
questiona o modo de ser de muitos professores que, a partir de sua
experiência, se dizem capazes de identificar logo ao início do curso,
decorridas as primeiras semanas, os que “não querem nada com nada”. E
a partir destas primeiras impressões rotulam seus alunos e os classificam

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definitivamente numa ou noutra categoria, permitindo que esta


classificação condicione daí para frente seu relacionamento com eles. E as
conseqüências desses julgamentos à priori são bem conhecidas: os alunos
“julgados bons” ou “sérios” têm praticamente garantida sua aprovação,
porque até mesmo seus erros ou suas faltas serão relevados, e os
“julgados malandros” ou “que não querem nada com nada” terão que lutar
e muito contra uma quase certa reprovação. Quando falamos que o
processo de avaliação deverá estar voltado para o desempenho do aluno,
queremos dizer que é importante acompanhamos seu desenvolvimento, a
partir do desempenho concreto em cada uma das atividades e procurarmos
o máximo de objetividade para colaborarmos com a revolução do próprio
aluno em direção aos objetivos.

5.1.6. O processo de avaliação deverá incidir também sobre o desempenho


do professor e a adequação do plano. Um processo de aprendizagem
resulta da inter-relação de, pelo menos, três elementos: um aprendiz - que

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procura adquirir o aprendizado de alguma coisa; um orientador ou


preceptor, cuja função é a de colaborar para que o aprendiz consiga seu
intento; e um plano de atividades, que apresente condições básicas e
suficientes que, sendo realizadas, permitam ao aprendiz atingir seu
objetivo. Assim sendo, o processo de avaliação que procura oferecer
elementos para avaliar se a aprendizagem está se realizando ou não, deve
conter em seu bojo uma análise não só do desempenho do aluno, mas
também do desempenho do professor e da adequação do plano aos
objetivos propostos. Com efeito, muitos casos de não aprendizagem se
explicaram e se explicam não por um desempenho inadequado do aluno,
mas por uma falta de preparação do professor, sua improvisação, falta de
planejamento, falta de flexibilidade na aplicação de um plano,
desconhecimento ou não aplicação de técnicas pedagógicas adequadas
aos objetivos propostos, por comportamentos preconceituosos do
professor. Outras vezes, a falha se encontra no próprio plano: este por
vezes inexiste, por vezes existe, mas não está adequado às condições
físicas daquela classe ou às condições culturais e intelectuais daquela

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turma, ou às condições de tempo e calendário, ou aos imprevistos que


sempre surgem. O que vale dizer: a avaliação da consecução ou não de
uma aprendizagem deve recair sobre estes três aspectos: o desempenho
do aluno, o desempenho do professor e a adequação do plano.

5.1.7. Em todo processo de avaliação requer-se uma capacidade de


observação e de registro por parte do professor e, se possível, por parte do
aluno também. Como já dissemos anteriormente, o processo de
aprendizagem é dinâmico e, em geral, ascendente em direção aos
objetivos propostos. Não se trata, porém, de um movimento ascendente
linear. Ele se compõe também de desvios e retrocessos. Todavia, sempre
exige, por parte do professor, uma cuidadosa observação (e sabemos que
esta é uma habilidade que precisa ser treinada), sobretudo do que se
relaciona com a aprendizagem, bem como uma troca de idéias entre
professor e aluno para encaminhamento posterior, que tanto poderá servir
para que o aluno se desenvolva mais e mais rapidamente, como para que

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ele ou o professor corrijam determinadas falhas em seus desempenhos, ou


o plano seja melhor adaptado.

5.1.8. Dependendo de seus participantes, podemos ter apenas uma hetero-


avaliação ou contar também com a auto-avaliação. Além do já exposto,
pensamos também que, para a consecução eficiente de uma
aprendizagem, é de fundamental importância que, além da hetero-
avaliação (avaliação realizada pelo professor), o aluno possa desenvolver
sua capacidade de auto-avaliação. Capacidade esta que requer todo um
trabalho do professor e aluno para que seja adquirida e desenvolvida: ou
seja, exige o desenvolvimento de habilidades como a de observar-se a si
mesmo, comparar e relacionar seu desempenho com os objetivos
propostos, honestidade pessoal para reconhecer tanto seus sucessos
como suas falhas evitando aquelas “celebérrimas desculpas” para seus
erros e mais ainda aquela voz corrente: “auto-avaliação é a oportunidade
que o aluno tem para se defender dos ataques que o professor vai fazer”.

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Trata-se de uma atividade que precisa ser aprendida, treinada e realizada.


Trata-se de uma atividade que para ser realizada com eficácia supõe a
existência de um clima de cooperação e confiança entre professor e aluno;
mas que, acontecendo, se constitui num dos instrumentos mais preciosos
para que o aprendiz tome consciência do processo de aprendizagem e
assuma sua participação no mesmo.

5.2. Técnicas que podem ser utilizadas num processo de avaliação do


desempenho do aluno

5.2.1. Prova discursiva, dissertação ou ensaio

a)Conceituação: O professor apresenta questões ou perguntas ou temas


para serem respondidos ou discorridos pelo aluno com grande
liberdade e espontaneidade. O estudante livremente formulará,
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organizará, abreviará ou ampliará as respostas ou dissertações. A


única restrição à resposta está no verbo constante das instruções:
compare, confronte, identifique, apresente argumentos a favor e/ou
contra, dê exemplos, relacione, sintetize, defina, critique, sugira...
b)Avalia: Cabedal de conhecimentos; lógica nos processos mentais;
justificação de opiniões; organização de idéias; capacidade de síntese;
capacidade de selecionar, relacionar, organizar idéias; clareza de
expressão; soluções criativas; atitudes, preferências.
c) Limitações: A partir de várias pesquisas realizadas, sabe-se que a
subjetividade influencia muito na avaliação de provas deste tipo;
número limitado de questões abrangendo uma amostra limitada de
matéria; pela sua aparente facilidade de preparação, favorecem a
improvisação por parte do professor; em geral só há feedback para o
aluno se sua resposta estava certa ou errada, perdendo-se a riqueza
de encaminhamentos sobre outros aspectos da aprendizagem que ela
poderia estar medindo.

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5.2.2. Prova oral, entrevista

a)Conceituação: A prova oral constitui-se de perguntas e respostas orais.


As perguntas em geral são previamente planejadas e rigidamente
seguidas, podendo, no entanto, sofrer variações de acordo com as
respostas do aluno. A partir dessas respostas, o professor pode
avaliar o conteúdo cognitivo em si, bem como inferir a respeito de
atitudes.
b)Avalia: Profundidade e extensão dos conhecimentos; todos os itens
indicados na prova discursiva; opiniões, julgamentos, apreciações,
tendências; habilidade de se expressar oralmente.
c) Limitações: Grande grau de subjetividade no atribuir uma nota; as
incompatibilidades e as simpatias entre examinador e examinando
exercem papel importantíssimo; as reações dos alunos são
contraditórias: há os que ficam totalmente bloqueados e os que se

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sentem perfeitamente à vontade, o que influencia o comportamento e


as respostas deles; seu valor está nitidamente relacionado com a
aptidão do que a conduz.

5.2.3. Prova objetiva

São formas de provas que, além de possibilitar maior cobertura da matéria,


satisfazem ao mesmo tempo o critério de objetividade, definido como a
qualidade de uma prova para permitir que examinadores independentes e
qualificados cheguem a resultados idênticos. Vejamos alguns tipos de
questões, os mais comumente formulados.

A prova objetiva poderá se formar com as chamadas questões de lacunas,


que servem para medir conhecimento e são formadas por frases
incompletas, cujo espaço em branco pode ser preenchido apenas por uma
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interpretação. Exemplo: O ano em que o primeiro transplante de rim bem


sucedido teve lugar foi...

Poderá ainda a prova objetiva constituir-se com questões falso-verdadeiro,


que servem para medir: identificação de relação de causa e efeito;
distinção de opiniões; conhecimentos de fatos específicos. Exemplo: Os
objetivos da aprendizagem podem ser agrupados em três categorias:
conhecimentos, habilidades e atitudes (V ou F).

Outra forma, talvez a mais comum, de se elaborar uma prova objetiva é


utilizar questões de múltipla escolha, que se estruturam de diversas
maneiras. Estas são as mais usadas:

a)Escolha simples: mede conhecimentos. É a forma mais comum da


questão de múltipla-escolha. Consiste, basicamente, em uma sentença
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incompleta ou em uma pergunta, seguida por certo número de


respostas possíveis (opções), entre as quais o aluno deve escolher a
correta. Exemplo: Dentre as causas que têm levado a agricultura
comercial brasileira a expandir-se, ressalta-se:

• o papel que ela continua tendo como o setor mais importante da


economia nacional;
• o projeto em curso de integração nacional, fundado
exclusivamente na expansão da economia agrícola;
• o crescimento dos mercados consumidores internos e externos de
alimentos e matérias-primas de origem agrícola;
• a elevação geral do salário real da população, que tem levado o
setor agrícola a se modernizar;
• a participação proporcionalmente crescente dos produtos agrícolas
tropicais na pauta geral da exportação brasileira.
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a)Escolha múltipla: mede conhecimentos. Este tipo é adequado


quando se pretende apresentar uma situação caracterizada por
mais de uma resposta correta; o aluno deve identificar as
respostas corretas de acordo com um código apresentado nas
instruções.

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