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Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M.

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INTRODUÇÃO
O QUE É ENFERMAGEM?

Desde que Florence Nightngale escreveu, em 1858, que a meta da


Enfermgem era “colocar o paciente na melhor condição para que a natureza
pudesse agir sobre ele”, as lideranças de enfermagem têm descrito este
mister como arte e como ciência.
A Associação Americana de Enfermeiras definiu Enfermagem como “o diagnóstico e
tratamento das respostas humanas à saúde e à doença” e fornece a seguinte lista ilustrativa de
fenômenos que são o foco do cuidado e da pesquisa em Enfermagem ( SMELTZER e BARE, 2002):

- processo de autocuidado;
- processos fisiológicos e fisiopatológicos em áreas como: sono, repouso, circulação, respiração,
reprodução, atividade, nutrição, eliminação, pele, sexualidade e comunicação;
- conforto, dor e deconforto;
- emoções relacionadas ás experiências de saúde e doença;
- significados atribuídos à saúde e a doença;
- tomada de decisão e capacidade de fazer escolhas;
- relacionamentos afiliativos, incluindo libertar -se da opressão e abuso;
- sistemas ambientais.

A Enfermagem é a arte de cuidar e também uma ciência cuja essência e especificidade é o


cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou em comunidade de modo integral e holístico,
desenvolvendo de forma autônoma ou em equipe, at ividades de promoção, proteção, prevenção e
recuperação da saúde.
A enfermagem, segundo Wanda Horta, é a ciência e a arte de assistir o ser humano em suas
necessidades básicas(Necessidades Fisiológivas, N. de Segurança, N. de Amor, N. de Estima, N. de
auto-realização - Maslow) e torná-lo independente destas necessidades quando for possível, através
do auto cuidado. A enfermagem como ciência pode ser exercida em vários locais tais como:
Hospitais, Empresas Particulares (Enf. do Trabalho), Escolas, Centros d e Saúde (Enf. de Saúde
Pública).
É uma ciência e uma arte. A ciência da enfermagem deseja proporcionar um corpo de
conhecimentos abstratos, resultantes de pesquisas científicas e análises lógicas, e deseja ser capaz
de transferir esses conhecimentos para a prática. O uso criativo e imaginativo do conhecimento para
a melhoria do homem encontra expressão na arte da enfermagem.

Enfermagem é a arte e a ciência do CUIDAR, necessárias a todos os povos e nações,


imprescindível em época de paz ou em época de guerr a e indispensável à preservação da saúde e
da vida dos seres humanos em todos os níveis, classes ou condições sociais (Geovani).
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É uma ciência empírica, cujo propósito é descrever e explicar o fenômeno central de seu
interesse (o homem, indivíduo ou grupo ) e de predizer a seu respeito. Descrição, explanação e
predição são os precursores da intervenção baseada em conhecimentos.
Cabe à enfermagem desenvolver atividades para a manutenção e promoção da saúde, bem
como para a prevenção de doenças, sendo de sua responsabilidade o diagnóstico e a intervenção de
enfermagem. Seu objetivo é assistir as pessoas para atingirem seu potencial máximo de saúde.
Os princípios para guiar a prática emergem do sistema conceitual, cujo fenômeno é o
processo vital. A prática d a enfermagem procura promover a interação sincrônica entre o homem e o
ambiente, fortalecer a coerência e a integridade do corpo humano, e dirigir e redigir a padronização
dos campos humanos e ambientais para a realização máxima do potencial de saúde. Saúd e e
doença estão submersos na totalidade sinergética do homem. Desvios ao longo do eixo vital resultam
da complementação sincrônica do Homem e do ambiente.
A prática é criativa e imaginativa. Está fundamentada em conhecimentos abstratos,
julgamento intelectual e compaixão humana.
Os objetivos da enfermagem tomam e adicionam dimensões na medida em que
conhecimentos teóricos proporcionam direções à prática. A enfermagem está se dirigindo a uma nova
era: a do preenchimento das necessidades humanas.

NOÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE E DOENÇA


A competência profissional na área da Enfermagem é fator importante
para elevar o nível de saúde da população, o qual depende do alcance do
profissional para evitar problemas de saúde ou para resolver os que se
apresentam. Faz-se necessário que o enfermeiro conheça sua área de atuação
frente a prevenção e os diferentes fatores que determinam as condições de
saúde do indivíduo. Tendo presente tais aspectos, são importantes estudos que
sinalizem problemas na formação profissional, co mo fator indispensável à permitir adaptações
constantes às reais necessidades da população, a quem se destina o trabalho.
SAÚDE[Do lat. salute, 'salvação', 'conse rvação da vida']. O conceito de saúde pode ser
descrito como o padrão dinâmico de funcionamen to, em que existe uma contínua interação das
forças internas e externas que resulta no uso ideal de recursos necessários e serve para minimizar as
vulnerabilidades. A ênfase deve ser colocada sobre a prevenção e a reabilitação, tendo o bem -estar
como meta para toda a vida.
Ao realizar as ações de enfermagem através de uma abordagem holística, o profissional de
enfermagem ajuda o cliente a adquirir um estado de saúde. No entanto, para desempenhar
efetivamente essas ações, o profissional de enfermagem deve identificar corretamente as faltas ou as
deficiências relativas à saúde que o cliente está apresentando. Essas faltas ou deficiências são as
necessidades de saúde do cliente.
Comumente, em nível de organismo tem -se por definição de saúde como sendo a do estado
oposto ao da doença e, em decorrência corresponderia a conceito que se subordina à ausência
desta.
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As situações ideais têm inspirado conceituações de saúde. Não obstante, incidem


invariavelmente em deficiências que tendem a se acentuar, à medida qu e se aprofundam no terreno
da imprecisão dos enunciados. A mais potente nesse sentido, e talvez a mais difundida, vem a ser a
que foi elaborada pela OMS e que figura no preâmbulo de sua Constituição. Diz ela que saúde vem a
ser "o estado de completo bem -estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença". É
evidente a falta de precisão, em especial no que concerne ao significado da expressão "completo
bem-estar". Certamente, este pode variar de acordo com o indivíduo, o tempo e o espaço. Em ou tras
palavras, o que é bom para um não é obrigatoriamente para outro, e nem a presença de bem -estar
significa a ausência de doença.
Por esta definição, é difícil medir o nível de saúde da população porque as pessoas não
permanecem constantemente em complet o bem-estar. Também, porque os níveis de bem -estar
dependem de inúmeras variáveis existentes no ambiente físico, mental e social do indivíduo.
A OMS diz ainda que “o gozo do grau máximo de saúde que se pode desejar é um dos
direitos fundamentais de todo s er humano, independente de raça, religião, ideologia política ou
condição sócio-econômica”.
Os conceitos de “saúde” e “doença” não estão, pois, em oposição simples; não se pode mais
identificar o conceito de “saúde” com o conceito de “normal”.
A noção de estado normal encontra-se claramente sujeita a características próprias do
organismo e que são essencialmente variáveis. Dentro dessa gama de variações é que está incluída
a normalidade, tanto física como fisiológica. Acrescente -se também à ocorrência de f lutuações do
estado normal de acordo com as circunstâncias, como é o caso do volume sangüíneo na prenhez e
fora dela, e dos processos de aclimatação.
Se aceitássemos que saúde é apenas ausência de doença, estaríamos aceitando também
que para ter saúde basta não ter doença. A partir daí, provavelmente acharíamos que para solucionar
os problemas de saúde precisaríamos apenas curar as doenças.
Deve-se pensar na saúde em uma escala graduada porque todos possuem algum grau de
saúde: em excelentes condições, ra zoavelmente bem, com alguma perturbação, e enfermos.
Portanto, a saúde é um processo dinâmico em que o homem luta contra as forças que
tendem a alterar o equilíbrio da sua saúde; é o ajustamento dinâmico satisfatório às forças que
tendem a perturbá-lo. O complexo processo de redução da saúde não é provocado por fatores
simples ou específicos, mas pelo resultado da ligação contínua entre causas e efeitos. Para
considerar o indivíduo com saúde, é necessário que ele atinja um nível excelente de ajustamento e
equilíbrio entre o homem, os agentes e o meio ambiente.
Do ponto de vista teórico, a saúde representa um conceito coletivo. Em resumo poder -se-ia
dizer que ela resulta do equilíbrio entre todos os fatores sociais, psíquicos e físicos considerados em
determinado momento, não dependendo apenas de funcionamento satisfatório dos órgãos, mas
também da personalidade do paciente e do contexto social em que vive.
A VIII Conferência Nacional de Saúde (1988) ampliou significativamente o conceito, incluindo
nele não só as condições de vida (alimentação, habitação, trabalho...) mas, também, direitos ligados
ao acesso universal e igualitário à ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde e
exigências ligadas a uma política nacional de saúde. Não se pode reduzir o conceito de saúde a uma
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fórmula simplista de utilização universal. Os fatores que a determinam são de ordem biológica,
psicológica e social, tais como: alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho,
transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. Esses
fatores podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida, que irão interferir na saúde individual
e coletiva.
Assim sendo, para se poder chegar à definição mais precisa de saúde, c onvirá esclarecer, da
melhor maneira possível, o que vem a ser o estado de doença. Daí a definição de doença como
sendo o conjunto de fenômenos desenvolvidos em organismos, associados a uma característica, ou
série de características comuns, que diferencia m esses organismos dos normais da mesma espécie,
e de maneira a situá-los em posição biologicamente desvantajosa em relação àqueles.
A doença é um processo anormal no qual o funcionamento de uma pessoa está diminuído ou
prejudicado em uma ou mais dimensõe s. É o resultado do desequilíbrio entre o homem e o meio
físico, mental e social.
A resposta à questão sobre o conceito de doença deverá obrigatoriamente levar em conta
esse fenômeno como processo resultante de respostas a estímulos ou agentes, originário s de várias
condições ambientais. Aquelas por sua vez, sujeitas à influência do patrimônio gênico. Quando a
resposta ultrapassar os limites da normalidade levará à situação de doença, com seus diversos
quadros patológicos e clínicos. Sob o ponto de vista e cológico, pois, o estado de doença nada mais
seria do que conseqüência de mecanismo de adaptação.
O organismo humano apresenta várias feições de natureza adaptativa que ainda não
lograram atingir nível completo. Assim sendo, é de se considerar como ponde rável, o papel
desempenhado pelo processo de adaptação, na gênese do estado de doença ou, em termos gerais,
de agravo à saúde. Em decorrência, pode -se estabelecer a definição de saúde, em termos
ecológicos, e que pode ser enunciada como a perfeita e contín ua adaptação do organismo ao seu
ambiente. A instalação da enfermidade, como etapa da doença ou agravo, corresponde ao advento
da sintomatologia corresponde ao quadro clínico e conseqüentemente, à sobrevinda da desabilidade
funcional.
Os estados de saúde e de doença decorrem da interação dos fatores:
HOMEM – portador de características inerentes ou adquiridas(hereditariedade, imunidade, nível de
nutrição). Hospedeiro, que pode ser ou não, susceptível a uma doença em particular.
AGENTES – Qualquer fator, interno ou externo, que por sua presença ou ausência pode levar à
doença ou à indisposição. animados( vírus, bactérias, fungos), inanimados( calor, frio, tóxicos,
acidentes, substâncias nocivas). Biológicos, químicos, físicos, mecânicos e psicossociais.
FATORES DE RISCO – Para que a doença tenha início, são necessários fatores especiais. A
patogenicidade dos agentes infecciosos irá determinar maior ou menor conseqüência para o
hospedeiro. Pode tornar mais provável que uma pessoa ou um grupo contraia uma doen ça. História
familiar do hospedeiro, idade, estilo de vida, etc.
MEIO AMBIENTE – Todas as causas que contribuem para o aparecimento de uma doença estão
relacionadas com o meio. (físico, biológico, sócio -cultural). O meio pode tornar a doença mais ou
menos provável para uma pessoa ou grupo.
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Esses fatores estão em constante interação com a saúde e a doença. Ninguém consegue
estar completamente livre d e todos os agentes de doenças. Mas os mecanismos de defesa do corpo
e da mente, quando se está saudável, permiti -nos resistir ou minimizar o risco de tais agentes,
dependendo dos fatores ambientais e do hospedeiro. Cada fator pode ser alterado pelos outros dois
fatores.

HOSPITAL
O termo Hospital origina-se do latim hospitiu, que quer dizer
“local onde se hospedam pessoas”, em referência a
estabelecimentos fundados pelo clero no séc. IV d.C., cuja finalidade
era prover cuidados a doentes e oferecer abrigo a viajantes
peregrinos.
No decurso da historia, o hospital surgiu com a qualificação
apenas de albergue, de hospedaria, onde os desprotegidos da sorte eram recolhidos, cuidados e
alimentados. Não se tratava de recebê -los porque estavam doentes e neces sitavam de tratamento.
Ao contrário, aqueles que requeressem tratamento mé dico, permaneceriam em suas casas onde
eram visitados por profissionais d a época e lá tratados, tanto clí nica como cirurgicamente. Durante
muitos anos os hospitais continuaram a desempenhar exclusivamente a função de albergue.
Com o aparecimento das moléstias contagiosas e outras doenças, começou -se a pensar em
isolamentos, e estes mais como defesa da sociedade. Houve então a necessidade de local mais
adequado para receber pessoas acom etidas de males físicos onde houvesse pessoal que pudesse
proporcionar melhor assistência e tratamento.
Nos dias de hoje, o hospital e definido segundo a O.M.S. como elemento de uma organização
de caráter medico social, cuja função consiste em assegurar assistência médica completa, curativa e
preventiva a população e cujos serviços externos se irradiam até a célula familiar considerada em seu
meio; e um centro de medicina e de pesquisa biossocial.
Hospital é um estabelecimento próprio para internação e t ratamento de doentes ou de feridos,
que deve agir com hospitalidade e benevolência (HOUAISS, 2004). Segundo o Ministério da saúde,
hospital é definido como “estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência sanitária em
regime de internação a uma de terminada clientela, ou de não -internação, no caso de ambulatórios e
outros serviços”.
“Empresa de prestação de serviços, dentro do mais profundo sentido humano, do amor e da
caridade”.
Segundo Mirshawaka (1994), o hospital deve ser encarado sob a forma de uma instituição
dotada de planta física, equipamento e organização adequado à recepção de pacientes em regimes
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de internação como ao seu tratamento a fim de devolvê -lo à comunidade em condições satisfatória de
saúde.
Hospital é parte integrante de um s istema de saúde que tem a finalidade de oferecer
assistência preventiva e curativa e reabilitar o indivíduo, sua família e a comunidade.

FUNÇÕES DO HOSPITAL
Para sua sobrevivência e bom funcionamento, desenvolve atividades semelhantes a outras
empresas:
Técnicas -gerando a produção do serviço. É o próprio “fazer” na instituição.
Comercial-porque as atividades são remuneradas, o serviço é cobrado do cliente.
Financeiro -envolvendo entrada e saída de capital.
Segurança-porque há necessidade de proteção do paciente, do pessoal que atua ou
freqüenta a instituição. A segurança deve ser entendida em sentido amplo, inclusive proteção
quanto às infecções hospitalares e acidentes, danos ao material e equipamentos.
Contabilidade -oferecendo transparência do movimen to financeiras, inclusive estatísticas de
atendimentos, cuidados prestados e procedimentos adotados.
Administrativas -uma vez que as atividades hospitalares necessitam serem planejadas,
organizadas, coordenadas, controladas e ter um comando.
Estas atividades contribuem para garantir a prestação de serviço e atender às funções do
Hospital:
Função preventiva: Nesta função o hospital desenvolve atividades de prevenção não só com o
objetivo de ajudar o cliente, como também seus familiares. Ocorre, principalmen te, por meio de
orientação e controle ambulatorial. Estabelecem programas que incluem:
Supervisão da gravidez normal e do parto;
Supervisão do crescimento normal e do desenvolvimento da criança e do adolescente;
Controle das doenças contagiosas;
Prevenção das doenças de longa duração;
Prevenção da invalidez física e mental;
Educação sanitária;
Saúde ocupacional;
CCIH -Instituída em 1991, de caráter obrigatório.
Função educativa: Pela educação sanitária e prática de asúde pública, centrada no paciente, na
família e na comunidade, formando e aperfeiçoando profissionais de saúde e colocando em prática os
conhecimentos teóricos e as inovações relacionadas à saúde.
Campo prático para estudantes dos cursos da área de saúde e ainda, psicologia, serviço
social, administração, ciências contábeis, ciências da computação, engenharia biomédica,
ciências jurídicas, terapia ocupacional, engenharia sanitária, em todos os seus níveis, técnico,
graduação e pós-graduação;
Educação continuada dirigida à equipe que trabalha na i nstituição;
Educação em saúde dirigida ao público em geral.
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Função restaurativa: Visa proporcionar condições para o paciente retornar ao seu meio e às suas
atividades. Nesta função o hospital desenvolve atividades de:
Diagnóstico - em serviço de ambulatório e internação;
Tratamento de doenças-curativo e paliativo, envolvendo atividades cirúrgicas, clínicas e
especiais;
Reabilitação física, mental e social;
Tratamento de urgência e emergência - acidentes e doenças.
Função pesquisadora: A função de pesquisa do hospital é bastante ampla, realizando pesquisas
relacionadas a:
Aspectos físicos, psicológicos e sociais da saúde e da doença;
Atividades hospitalares, processos de trabalho, produtos terapêuticos, procedimentos
técnicos e atividades administrativas;
Pesquisas acadêmicas em todas as áreas e níveis.
Função curativa: Quase sempre possui um serviço de emergência, bem como de diagnóstico e
tratamento de diversas moléstias.

CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPITAIS


A classificação de hospitais envolve aspectos administrat ivos, estrutura física, recursos
humanos e o desempenho da instituição. Existe uma série de critérios para classificar os hospitais. A
vantagem da classificação é permitir o estabelecimento de condições mínimas para ser autorizado o
funcionamento do hospital.

Especialidades: De acordo com as especialidades existentes o hospital pode ser classificado como:
Geral-Destinado a prestar assistência nas quatro especialidades médicas básicas: clínica
médica, clínica cirúrgica, clínica gineco - obstétrica, clínica pediátrica. Podem ser limitadas a
um grupo etário.
Especializados-Capacitados a atenderem pacientes predominantemente de uma
especialidade, como, por exemplo: psiquiatria, oncologia, maternidade, neurologia, etc.
Atualmente a tendência é colocar os pacient es com qualquer tipo de patologia nos hospitais
gerais.

Número de leitos: Quanto ao número de leitos, o hospital pode ser classificado em porte:
Pequeno-até 50 leitos;
Médio-51 a 150 leitos;
Grande - de 151 a 500 leitos;
Porte especial ou extra - para os que possuem acima de 500 leitos.

Resolutividade ou Nível de competência:


Hospital primário - profilaxia, prevenção e clínica básica, com baixo grau de resolução de
problemas de saúde.
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Hospital secundário-Geral ou especializado, com assistência nas especia lidades médicas


básicas. Geralmente, oferece alto grau de resolução de problemas de saúde de seus
pacientes no próprio hospital.
Hospital terciário - especializado ou com especialidades. Destina -se ao atendimento também
em outras áreas médicas além das esp ecialidades básicas.

Propriedade:
Hospital público ou oficial - Aquele que integra o patrimônio da União, estados, distrito federal
e municípios; autarquias, fundações instituídas pelo poder público, empresas públicas e
sociedade de economia mista (pessoa jurídica de direito privado).
Hospital privado ou particular - Integra o patrimônio de uma pessoa natural ou jurídica de
direito privado, não instituída pelo poder público. O hospital privado pode ter finalidades
lucrativas, beneficentes ou não, filantrópi cas ou mistas.

Beneficentes ou não - mantidos com contribuições e doações particulares, para


prestação de serviços a seus associados (revertidos na manutenção e
desenvolvimento de objetivos sociais); podem prestar serviços a terceiros (SUS,
convênios)
Filantrópico - presta serviços para população carente, por intermédio do SUS,
respeitando a legislação em vigor, não visando o lucro.
No Brasil, na área hospitalar, 80% dos estabelecimentos que prestam serviços ao Sistema
Único de Saúde (SUS) são privados e 75% da atenção ambulatorial é prestada pela rede de hospitais
públicos.

Tempo de permanência do paciente:


Hospital de longa permanência - é aquele em que o tempo médio de permanência do
paciente, em geral, ultrapassa 30 dias.
Hospital de agudos ou de curt a permanência-o tempo médio de permanência do paciente, em
geral, não ultrapassa 30 dias.

Grupo etário
Hospital infantil
Hospital de adultos
Hospital geriátrico

Edificação ou Estrutura física:


Horizontais -construídos no máximo de dois andares;
Verticais-hospitais construídos com mais de dois andares.
E ainda:
Monobloco – é o hospital cuja construção consiste em um só bloco.
Pavilhonar – é o hospital construído em diversos pavilhões, que podem ou não ser ligados.
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Integram a rede hospitalar, as seguintes unidades:

Hospital Unidade Sanitária - É o serviço que associa as funções de saúde pública e de internações;
Hospital Local - Destina-se a servir a uma população igual ou superior a 20 mil habitantes;
Hospital Regional - Destina-se a prestar assistência de padrão superior a do hospital local;
Hospital de base - Destina-se a constituir o centro de coordenação e integração da assistência
hospitalar de uma zona, devendo estar capacitado tanto para prestar assistência especializada, como
para formar e aperfeiçoar pessoal da área hospitalar;
Hospital de Ensino - É o hospital que apóia as atividades práticas dos cursos da área de saúde.

AMBIENTE HOSPITALAR

Para que o paciente receba todos os cuidados de que necessita durante sua internação
hospitalar deve haver não só o envolvimento de diversos serviços integrados, mas também equipes
de profissionais competentes - corpo clínico, equipe de enfermagem, serviço de nutrição e dietética,
etc.
O ambiente hospitalar é considerado um local de trabalho insalubre onde pacientes e
profissionais estão expostos a agressões de diversas naturezas: agentes físicos (radiações de raio X
e radioativos), químicos(medicamentos e soluções) e biológicos(microrganismos).
O hospital possui características próprias que o diferenciam d as outras instituições. Suas
áreas funcionais devem ser interdependentes e se inter -relacionarem, de forma a favorecer o
funcionamento eficiente de todos os seus componentes como um todo e não se constituir de um
somatório de partes desagregadas.
O hospital terá maior ou menor número de seções ou setores, dependendo da sua
capacidade ou do número de especialidades oferecidas. Num hospital geral de grande porte
normalmente encontramos os seguintes setores:
Área assistencial-centro cirúrgico, sala de recuper ação pós-anestésica, unidade de
internação médica, unidade de internação cirúrgica, unidade de internação pediátrica,
unidade neonatológica, emergência, ambulatório (das diversas especialidades) e outros.
Área de apoio assistencial - raios-X, banco de sangue, serviço social, nutrição e dietética,
farmácia e outros.
Área administrativa - serviços de compras, almoxarifados, compras médicas, serviços de
finanças, serviços de pessoal, serviços gerais (lavanderia, limpeza), manutenção e outros.

Unidade de Internação
O Ministério da Saúde (1977) define como unidade de internação “o conjunto de elementos
destinados à acomodação de pacientes internados e que englobam facilidades adequadas à
prestação de cuidados necessários a um bom atendimento.Dependendo da forma adotada para
agrupar os pacientes ou da complexidade da assistência requerida, por número, tipo e qualificação de
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especialistas, suas dependências físicas podem sofrer alterações. A disposição do espaço e das
instalações pode variar, de acordo com a final idade da unidade.
Num hospital as unidades são compostas por vários elementos, como: quartos, enfermarias
ou apartamentos, posto de enfermagem e prescrição médica, sala de serviço, sala para chefia de
enfermagem, sala de exames e curativos, sala de utilid ades, rouparia, copa, depósito de materiais e
equipamentos, sanitários para os clientes e para o pessoal de enfermagem de ambos os sexos, sala
para relatório e prescrição de enfermagem médica, quarto de isolamento com sanitário e chuveiro
anexo, antecâmara com lavatórios e vaso, quarto para um leito com sanitário e chuveiro anexo,
quarto para dois leitos com sanitário e chuveiro anexos, enfermaria para três e no máximo seis leitos
com sanitário e chuveiro anexos, refeitório e/ou sala de estar para clientes e outros.
Padrões recomendados pelo Ministério da Saúde para cada elemento da unidade de
internação:
Quarto - Pode ser privativo (apartamento ou suíte), semi -privativo (2 a 3 leitos) e enfermaria(4 ou
mais leitos). É a dependência destinada a internar um ou dois pacientes e seu acompanhante, nunca
mais de duas pessoas.
Enfermaria - é o compartimento ou cômodo destinado a receber três ou mais pacientes, porém nunca
mais de oito.
Leito - é, por convenção, a cama colocada a disposição do paciente.
Posto de Enfermagem - local destinado a enfermagem, para execução de atividades técnicas
específicas e administrativas da unidade, além de ser o lugar onde são manuseados e guardados os
prontuários dos clientes. Deve localizar -se na parte central da unidade de inter nação.
Sala de serviço - destina-se a guardar e preparar a medicação, bem como do material utilizado na
assistência do cliente.
Sala de curativos - utilizada para realização de exames, curativos e a outros procedimentos
executados nos clientes, principalme nte para os que deambulam, pela equipe de saúde.
Sala de utilidades - destinada à limpeza, desinfecção e guarda de utensílios sanitários usados no
atendimento de pacientes, como: papagaio, comadres, cuba rim, bacias e outros. Pode servir também
para guardar material de limpeza e roupa usada na unidade antes de recolhida para a lavanderia.
Rouparia - destina-se a guarda de roupas limpas da unidade. Dependendo do tamanho da unidade
de enfermagem, a rouparia pode ser desde um armário até uma sala com vários ar mários ou
prateleiras.
Copa - destina-se a distribuição das refeições, para os clientes internados e ao preparo eventual de
dietas especiais.
Sala de equipamentos - destinada a guarda de equipamento suplementar de uso na unidade de
enfermagem, como macas, biombos, suportes de soro, focos de luz, cadeiras de roda e outros.
Sanitário - é recomendado que cada quarto ou enfermaria tenha acesso direto a um sanitário que
poderá servir simultaneamente a dois cômodos anexos, desde que sejam observados alguns
critérios, quais sejam: deve ter, no mínimo, um vaso sanitário, uma pia, 1 chuveiro para cada 6 leitos.
A equipe de saúde deve ter sanitário próprio (um para cada sexo) na proporção de um vaso sanitário
e 1 pia para cada 10 funcionários. Recomenda ainda a previs ão de lavatórios adicionais para uso
freqüente.
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Refeitório e/ou sala de estar - local destinado a servir as refeições dos clientes que não necessitam
permanecer no leito, podendo ser utilizado, também como sala de estar.
Isolamento - setor da unidade de internação, dotado de barreira contra contaminação e destinado a
acomodar paciente suspeito ou portador de moléstia transmissível.
Unidade do cliente - Espaço físico hospitalar onde o paciente
permanecerá a maior parte do tempo durante seu período de
internação. Composta basicamente de cama, mesa de cabeceira,
cadeira, mesa de refeições e escadinha. ...................
A unidade, quando constituída de quartos individuais,
deverá ter até 25 leitos. Quando tiver quartos com dois leitos a
unidade poderá ter 32 leitos e quando for constituída de quartos e enfermarias, poderá ter até 40
leitos.
Enfermarias com mais de quatro leitos, somente devem ser previstas para hospitais de
grande porte.

Equipe de saúde

Para que o hospital atinja os objetivos de prev enção de doenças,


restauração da saúde e ensino e pesquisa é necessário o envolvimento de
diversos profissionais da saúde, os quais constituirão a equipe
multiprofissional.
Esta equipe é composta por um conjunto de profissionais de
diversas áreas que, por mei o de um trabalho integrado dos seus elementos e pela contribuição dos
seus conhecimentos, presta assistência de saúde à população. O grupo é constituído, entre outros,
por: médicos, equipe de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais , psicólogos,
terapeutas, serviço de higiene, etc. Todos são importantes na equipe e um depende do outro para
alcançar o objetivo, ou seja, o bem estar do paciente/cliente.

Equipe de Enfermagem
A equipe de Enfermagem é constituída por enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem,
cujas atividades estão legalmente padronizadas na lei do exercício profissional, n. 7.498, de 25 de
junho de 1986 e no Decreto federal n. 94.406, de 08 de junho de 1987.
As atividades de Enfermagem são categorizadas
conforme o nível de dificuldade e a complexidade de sua
execução, e vão desde as funções mais simples, que exigem
conhecimentos elementares, até as de maior complexidade e que
necessitam de conhecimentos mais abrangentes e profundos,
chegando às competências de ju lgamento e decisão.
Em todas as atividades, cada componente da equipe deve
desempenhar um papel compatível com seu nível de
competência, imbuído de um espírito cooperativo e sempre
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voltado para o objeto da função da enfermagem: o paciente.

O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM

É um agente de mudanças: através das atividades da


enfermagem ele visa encontrar relações entre o homem e o ambiente, no
processo vital. Visa incorporar novos conhecimentos e processo
instrucional para encontrar uma maneira de ação. O pr ofissional de
enfermagem de amanhã será diferente do de hoje, e o de hoje é diferente
do de anos passados.
Os novos horizontes da enfermagem exigem do profissional responsabilidade de elaboração
das bases científicas desta ciência em desenvolvimento. O pr ofissional de enfermagem deve estar
motivado para acompanhar os conhecimentos e para aplicá -los, bem como para realizar
investigações e pesquisas.

O TÉCNICO EM ENFERMAGEM

De acordo com o decreto nacional de número 94.406, artículo 10


da Lei do Exercício Profissional, o Técnico de enfermagem está apto a
exercer qualquer atividade que seja de nível técnico que sejam atribuídas à
equipe do setor de enfermagem de um hospital ou casa de saúde. Desta
forma, ele pode assistir ao enfermeiro em qualquer necessida de que ele
necessite, auxiliando-lhe na orientação da equipe de enfermagem, na supervisão de programas em
exercício no seu plantão, etc.
Como se pode observar, o técnico de enfermagem pode exercer funções de igual forma que
um enfermeiro as pode realizar, porém, existe uma hierarquia que não os permite assinar ou se
responsabilizar por qualquer prescrição pra nenhum paciente, apenas assisti -los da melhor maneira
possível.
Os profissionais Técnicos em Enfermagem com exercício regulamentado por lei, integram
uma equipe que desenvolve, sob a supervisão do Enfermeiro, ações de promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação referenciadas nas necessidades de saúde individuais e coletivas,
determinadas pelo processo gerador de saúde e doença.
Os profissionais d everão
apresentar (Princípios): _______________
Suas atividades profissionais são
desempenhadas em instituições de saúde
bem como em domicílios, sindicatos,
empresas, associações, escolas, lar de
idosos e outros.
Para atender às exigências
educacionais demandadas pelo mundo do
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 23

trabalho, os profissionais Técnicos em Enfermagem deverão receber uma formação ampla, sistêmica,
constituída por competências gerais e específicas que lhes permitam acompanhar as transformações
da Área.
Cabe ao técnico de Enfermagem:

1. participar das atividades de assistência básica realizando procedimentos regulamentados no


exercício de sua profissão e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais
espaços comunitários (escolas, associações etc);
2. realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a famílias em situação de risco,
conforme planejamento da equipe;
3. participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da
Unidade.

INSTRUMENTOS BÁSICOS NA ENFERMAGEM

Existem alguns instrumentos básicos que são indispensáveis ao profissional de enfermagem


para que possa dar a assistência de enfermagem em qualidade e quantidade que se espera. Esses
instrumentos básicos são as habilidades, conhecimentos e atitudes indispensáveis para a exec ução
de uma atividade.
Na enfermagem estes instrumentos podem ser enumerados. Sua seqüência não significa
hierarquia, pois todos têm o mesmo valor: observação, comunicação, aplicação do método científico,
aplicação de princípios científicos, destreza man ual, planejamento, avaliação, criatividade, trabalho
em equipe, utilização dos recursos da comunidade.

COMUNICAÇÃO E ENFERMAGEM
A comunicação é de suma relevância para o atendimento ser humanizado. Normalmente, os
pacientes ou seus acompanhantes observam os profissionais que prestam o cuidado, portanto a boa
comunicação é imprescindível.
A comunicação é uma habilidade humana que torna possível a manifestação e exteriorização
do que se passa na vida interior. Graças a essa habilidade de perceber e de comu nicar, o homem
enriquece o seu referencial de conhecimentos, transmite sentimentos e pensamentos, esclarece,
interage e conhece o que os demais pensam, necessitam e sentem.
Antes de o homem desenvolver a linguagem falada, já expressava suas necessidades
básicas, sentimentos e crenças, por meio da linguagem gestual e de expressões faciais. A
comunicação interpessoal ocorre no contexto da interação face a face. Entre os aspectos envolvidos
nesse processo, estão as tentativas de compreender o outro comunicado r e de se fazer
compreendido.
Por isso, não existe comunicação totalmente objetiva. Ela se faz entre pessoas, e calda
pessoa é um mundo à parte com seu subjetivismo, suas experiências, sua cultura, seus valores, seus
interesses e suas expectativas. Ouvim os e vemos conforme a nossa percepção.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 24

Assim, um indivíduo não pode não se comunicar. Parar ou mover -se, calar ou falar, dentro de
um contexto, possui valor de mensagem, ou seja, têm significado.
Podemos dizer, então, que comunicar é o processo de transm itir e receber mensagens.
A valorização e o aperfeiçoamento da habilidade de comunicar -se assumem proporções cada
vez mais relevantes, pois seu cultivo e utilização são indispensáveis para a execução de qualquer
ação, por mínima que seja e por mais elemen tar que possa parecer. A comunicação enquanto
processo, mobiliza todas as ações humanas, constituindo -se em fundamento à organização e ao
funcionamento de todos os grupos sociais.
Comunicar significa tornar comum a uma ou mais pessoas uma determinada inf ormação ou
um conjunto de dados com um significado que reduz a incerteza ou aumenta o conhecimento acerca
de alguma coisa. Por outro lado, o ato de comunicar não deve ser visto apenas como um processo de
transmissão e entendimento de informações, mas, tamb ém, como uma maneira de possibilitar o
entendimento entre as pessoas, essencial para exercer influência sobre os indivíduos e grupos a
apresentarem determinados comportamentos.
A comunicação apresenta um papel de destaque nos in strumentos básicos.
Por intermédio da comunicação é que são sustentados os relacionamentos interpessoais,
aplicáveis tanto em relação à interação social que se estabelece entre amigos, como em relação aos
vínculos profissionais que o profissional estabelece com o paciente/cliente, com o público, com outros
profissionais. Sendo a comunicação um meio de relacionar -se com pessoas compete ao profissional
desenvolver proficiência nesta técnica muitas vezes pouco explorada, mas tão importante, quanto os
outros procedimentos constitutivos de sua formação profissional.
Comunicar-se com o paciente/cliente, comunicar -se com os demais elementos que compõem
o universo do ambiente terapêutico são condições indispensáveis ao processo de resolução de
problemas específicos do paciente/cliente, agin do de acordo com o que ele precisa, correspondendo
às suas reais necessidades como pessoa. O processo de comunicação permite que as ações não
sejam executadas de forma indiscriminada, casual e arbitrária, mas sim de forma específica, com
vistas ao atendimento das necessidades individuais.
A comunicação se dá no processo do relacionamento entre pessoas permitindo -nos um maior
conhecimento no que diz respeito aos sentimentos, emoções e opiniões sobre o outro, fazendo com
que percebamos que a interação é a ba se desse processo.
Concordamos com Lucena e Goes (1999), quando dizem que a comunicação na área da
saúde é uma estratégia de uso cons tante no cotidiano do profissional de saúde .
Primeiro, a comunicação estabelece um relacionamento terapêutico, porque implica na
condução de informações e a troca de pensamentos e sentimentos. Segundo, a comunicação é
um meio pelo qual as pessoas influenciam o comportamento das outras, tornando assim
possível um bom resultado da intervenção de e nfermagem direcionada a promover a alteração
comportamental adaptativa. Terceiro, a comunicação é o próprio relacionamento.
Isso torna o tratamento mais eficiente, p orque dessa maneira o profissional de saúde saberá
como conduzir o paciente sem re ceios. Armelin (2000) relata que o profissional de saúde pode
facilitar o aumento da auto -estima do paciente, através da comunicação terapêutica.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 25

Quando a comunicação faz parte do dia a dia do trabalho do profissional de saúde , o paciente
passa a vê-lo como uma pessoa capaz de ajudá -lo em todos os momentos, além do que, isto irá
possibilitar uma recuperação mais rápida para o paciente.
Lucena e Góes (1999) e Tigulini e Melo (2002) definem a comunicação como sendo a
principal característica para o relacionamento humano, e para que ocorra desta maneira o
enfermeiro deve estar consciente do seu papel nesse processo que exige além de
procedimentos técnicos, escuta e atenção adequada.

Níveis de Comunicação

1. Comunicação verbal: ocorre através das palavras, escritas ou faladas, e é essencial entre
o enfermeiro e o cliente.
2. Comunicação não verbal: ocupa todos os cinco sentidos e engloba tudo que não envolve
a palavra escrita ou falada. As cinco categorias são:

Indícios vocais são ruídos e sons paralingüísticos ou extrafala.


Indícios de ação são todos os movimentos do corpo, incluindo a expressão facial e postura.
Indícios de objeto são o uso, intencional ou não, de objetos por uma pessoa, como roupas ou
outros pertences.
Espaço é a distancia física entre duas pessoas
Toque é o contato físico entre duas pessoas, sendo a comunicação não verbal mais pessoal.

Estudos feitos sobre a comunicação verbal estimam que 7% dos pensaments são
transmitidos por palavras; 38% por sinais paralinguísticos e 55% pelos sinais do corpo. Os sinais
paralinguísticos - por exemplo, a entonação da voz, velocidade com que as palavras são ditas,
suspiros, grunhidos, tosse provocada por tensão - revelam sentimentos, características da
personalidade, atitudes, formas de relacionamento interpessoal e autoconceito. Em relação aos sinais
do corpo, a cinestesia compreende os movimentos, desde gestos, movimentos dos membros e
cabeça até as expressões faciais.
A maneira com que o profissional se expressa, o olhar nos olhos do outro, faz muita diferença
para quem recebe a informação. A finalidade de utilizarmos a comunicação não -verbal é
complementar à verbal e permitir que o relacionamento entre as pessoas se torne afetuoso,
harmônico e positivo.

HUMANIZAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Humanizar a assistência significa agregar, à eficiência técnica e científica, valores éticos,


além de respeito e solidariedade ao ser humano.
Atualmente, as propostas de humanização dos serviços de saúde nos levam a refletir sobre o
tipo de atendimento prestado aos pacientes nas diversas áreas, com profissionais que apesar de
humanos, muitas vezes, prestam cuidados de forma desumana ou pouco humanizadas.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 26

De acordo com a OMS, a qualidade em saúde é definida como um conjunto de atribu tos que
inclui um alto nível de excelência profissional, o uso eficiente de recursos, oferece um mínimo de
riscos ao paciente e um alto grau de satisfação dos usuários.Para isso, é necessário a preservação
dos direitos do paciente e o direito de ser tratad o como ser humano.
A Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde entende por humanização “a
valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde e enfatiza a
autonomia e o protagonismo desses sujeitos, a co -responsabilidade entre eles, o estabelecimento de
vínculos solidários e a participação coletiva no processo de gestão.“
Critérios para a “Humanização Hospitalar”:
Não haver longas esperas para atendimento;
Comunicação eficiente;
Informações claras e rápidas;
Resolutividade;
Ambiente limpo e acolhedor;
Atenção integral, não vendo apenas a doença, mas o indivíduo todo;
Respeito entre profissionais;
Boas condições de trabalho;
Equipes integradas;
Valorização do profissional;
Educação continuada;
Garantir a participação do usuário e da família no processo de recuperação;
trabalhar a auto-estima.

Normalmente observa-se uma preocupação dos dirigentes destas áreas focada na obtenção de
equipes treinadas, com desenvolvimento técnico e científico avançados, atualizações const antes,
utilização de diretrizes assistenciais e protocolos. Não se tem contemplado a personalização do
indivíduo no seu aspecto mais humano, pois está voltado somente para a patologia do paciente.
Cabe a cada profissional ater -se a esse aspecto e não trata r somente a doença, e, sim, o paciente,
evitando um atendimento mecanizado, que pode ser eficiente, porém muito pouco humanizado.
A humanização dos profissionais tem que ser fator principal para tornar o atendimento uma
experiência agradável.
Podem ser citados alguns comportamentos incondizentes com o profissional da área da saúde
durante o atendimento ao paciente ou acompanhante/familiar, demonstrando grandes falhas na
humanização:
Apatia – ocorre quando o funcionário não demonstra que se importa com o
paciente/acompanhante, sem resolver seu problema. Os familiares solicitam informações
sobre o paciente,tendo como resposta apenas que não pode entrar. Este descaso pode
provocar desentendimentos e discussões inoportunas.
Má-vontade – os funcionários tentam li vrar-se do paciente, sem resolver seu problema.
Frieza - o atendimento é frio e distante, o indivíduo é tratado de forma desagradável. Não há
interação nem emoção na comunicação.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 27

Desdém – Se dirigir para o paciente em uma postura de cima para baixo, como s e eles nada
soubessem, como se fossem crianças, provocando a ira daqueles que procuram
atendimento.
Robotismo – o profissional deixa de agir como ser humano e repete a mesma coisa, da
mesma maneira, com os mesmos movimentos, como se estivesse em outro luga r. Há total
falta da personalização do atendimento.
Demasiado apego as normas – “Sinto muito, mas não podemos ser flexíveis”, “desculpe são
as regras da casa”. Não quebrar regras, ignorando que, muitas vezes, uma visita, uma
informação, pode ser o diferenc ial em um atendimento.
Jogo de responsabilidades – Frases como “não é do meu setor” ou “não é comigo, procure
fulano” são bastante comuns. A falta de compromisso com o trabalho é nítida, levando a uma
não-resolução. Os pacientes são mandados de um lugar pa ra o outro, sem nunca resolver o
problema.

Prestar assistência à saúde e à vida é função de qualquer instituição de saúde, e não à morte
e à doença. Assim, as pessoas não são patologias ou objetos de investigação científica, são sujeitos
e a razão do tratamento que está sendo oferecido. Cabe a cada um saber reconhecer e questionar o
tipo de atendimento que está sendo prestado no local de trabalho e transformar em melhorias
contínuas para que o processo de humanização se estabeleça.
Humanizar é cuidar do pa ciente como um todo, englobando o contexto familiar e social,
incorporando e respeitando os seus valores, esperanças, aspectos culturais e as preocupações de
cada um.
Humanizar é também garantir a qualidade da comunicação entre paciente, família e equipe.
Significa ter uma escuta ativa para com o outro, comprendê -lo na sua singularidade e nas suas
necessidades, para que ele se sinta reconhecido e considerado.

PREMISSAS BÁSICAS DA HUMANIZAÇÃO:

Cada indivíduo é único e tem necessidades e valores específicos .


O paciente e sua família são as próprias fontes de conhecimento das suas necessidades.
Manter a dignidade do paciente, como ser humano, a qualquer custo.
A privacidade do paciente e da família deve ser respeitada.
Respeitar as necessidades, os valores, o s princípios éticos, morais, e as crenças dos
pacientes e familiares.
A autonomia do paciente e família deve ser preservada.

Uma das características básicas do indivíduo, como ser social, é a necessidade de


companhia, reconhecimento e afeto. Iss o é evidente tanto na vida privada como no trabalho.
Há, hoje em dia, um crescente empenho dos profissionais e instituições d a área da saúde em
aperfeiçoar a qualidade dos serviços médicos prestados aos usuários.Gradativamente houve a
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incorporação, no campo da assistência à saúde, de noções vinculadas à cidadania, aos direitos do


consumidor e à responsabilidade ética dos profissionais.
A qualidade de um serviço assistencial está diretamente associada à qualidade da relação
interpessoal que ocorre entre os p acientes e os profissionais encarregados da assistência.
O profissional de saúde possui uma ferramenta singular que pode ter mais influência sobre o
cliente do que qualquer medicamento ou terapia: ele mesmo.
O relacionamento interpessoal enfermeiro -paciente se dá por base na comunicação de quem
cuida e de quem é cuidado, aproximando -os de forma que o enfermeiro possa compreender a
experiência do paciente tendo uma visão holística acerca do atendimento no processo saúde -doença.
Devido a sobrecarga e ao estresse que o profissional de saúde enfrenta dentro do seu
trabalho, pode não apresentar uma comunicação satisfatória com as pessoas submetidas aos
seus cuidados, passando assim a tratá -los como se fossem objetos e não sujeitos, esquece ndo-se da
humanização que obrigatoriamente deveriam possuir, pelo fato de estarem trabalhando com pessoas
possuidoras de sentimentos e opiniões próprias. Com a ênfase na humaniz ação em saúde,
ambos, profissional e paciente, se beneficiar iam, pois tanto o profissional torna o seu trabalho
mais prazeroso e gratificante, quanto o paciente obtém mais segurança em ter por cuidador
alguém que possa confiar em sua experiência de dor devida à doença.
Segundo Furegato (1999), tod o o contato que o profissional tem com o paciente
deveria ser terapêutico isso implica em ajudar o paciente no momento em que ele necessita cuidados
profissionais da equipe.
O profissional tem que ter consciência de tudo o que está aconte cendo, para que o
paciente a veja como uma pessoa que ele possa confiar, podendo se abrir e contar tudo o que esta
acontecendo com ele naquelas circunstâncias, sabendo que ela é uma pessoa como ele
(STEFANELLI, 1993).
O fato de estar fisicamente debilit ado, com o sistema imunológico provavelmente
comprometido, faz com que o paciente se sinta fragilizado e solitário. Todo paciente se sente
debilitado em certos aspectos, por isso o tipo de atenção que recebe no local onde está sendo
atendido pode contribuir para uma melhora no seu estado, fazendo -o perceber que a
comunicação pode contribuir no seu processo de restabelecimento.
Paula, Furegato e Scatena (2002) dizem que quando uma pessoa necessita de um
serviço de saúde, ela se vê num ambiente totalmente diferente do que é acostumada a
vivenciar, onde tem que seguir regras e conseqüentemente adotar novas atitudes. Sendo assim o
paciente terá sua rotina totalmente modificada e nessas s ituações a comunicação
estabelecida entre enfermeiro e paciente pode ser impessoal (automática) ou pessoal (trazendo
afetividade no relacionamento), porém, somente esta última favorece o estabelecimento de
uma comunicação terapêutica.
As cobranças das instituições por metas, regras e produtividade a ser atingida
culminam no processo de tecnificação vivenciada atualmente na área da saúde e dificulta o
estabelecimento de uma comunicação terapêutica pautada na empatia, na escuta terapê utica e no
respeito à experiência do paciente.
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Quando um indivíduo se encontra hospitalizado ele requer cuidados especiais, as


vezes, esse cuidado é renunciado, o profissional visa somente a doença e se esquece que junto com
a enfermidade há uma pessoa que requer atenção. Para que haja uma interação favoráve l e
adequada entre o profissional e paciente é necessário que ambos tenham flexibilidade,
disponibilidade, vontade de conhecer o outro e deixar -se conhecer também.
Lucena e Goes (1999), afirmam que tudo que acontece com o paciente deve ser levado em
conta, a comunicação é essencial, principalmente, nos casos em que o paciente está mais vulnerável,
para que possamos tê-lo como um aliado do seu tratamento. O profissional pode contribuir
desenvolvendo ações que promovam ou restaurem as habilidades da pessoa fazendo com que
desperte para o seu potencial para a sua própria contribuição na busca do seu bem - estar
(ARMELIM, 2000).
O calor humano faz bem para todos os indivíduos e t em grande importância no
relacionamento interpessoal entre profissional -paciente. Quando há este contato o profissional
apresenta capacidade para superar grande desafio de cuidar com competência e de forma
humanizada.
Conforme Paula, Furegat o e Scatena (2000), é fundamental a observância não só da
comunicação verbal, mas também das expressões não -verbais do paciente acerca do seu
sofrimento.
O relacionamento entre o profissional e o paciente, é de um potencial terapêutico significa tivo,
é uma experiência de aprendizado mútuo. Os objetivos de um relacionamento terapêutico são
direcionados no sentido do crescimento do cliente e incluem o seguinte.

Auto – realização, auto – aceitação, e auto – respeito.


Senso claro de identidade e int egração pessoal.
Capacidade de formar relacionamentos íntimos, interdependentes e interpessoais com
capacidade de dar e receber amor.
Há quatro fases seqüenciais do relacionamento entre o enfermeiro e o cliente:

1. Fase de Pré- interação: explorar seus pr óprios sentimentos, fantasias e medos, analisando seus
pontos fortes e suas limitações profissionais. Obter dados sobre o paciente, quando possível.
Planejar o primeiro encontro com o paciente.
2. Fase introdutória ou de orientação: determinar o motivo pel o qual o cliente procurou ajuda,
estabelecer confiança, aceitação e comunicação franca, explorar os pensamentos, os sentimentos e
as ações do cliente identificando os problemas, definir objetivos com o cliente, bem como,
estabelecer acordo mútuo para inclu ir nomes, funções, responsabilidades, expectativas, finalidade,
local de encontro, condições para o término e confidencialidade.
3. Fase de trabalho: investigar os estressores relevantes, promover o desenvolvimento da introvisão
do paciente e o uso de meca nismos de adequação construtivos, discutir e superar os
comportamentos de resistência.
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4. Fase de encerramento: estabelecer a realidade da separação, rever o progresso da terapia e o


alcance dos objetivos, explorar mutuamente os sentimentos de rejeição, pe rda, tristeza e raiva e
ajudá-lo nas interações com os outros o que desenvolveu no rela cionamento, profissional – cliente.

ASSISTÊNCIA E CUIDADO DE ENFERMAGEM

Para muitos profissionais assistência e cuidado de enfermagem, são


sinônimos. De maneira restritiva e em alguns casos os dois termos podem ser
usados com o mesmo significado, porém, de modo geral, consideramos
significados distintos. Assim, assistência de enfermagem é a aplicação, pela
(o) enfermeira (o), do processo de enfermagem para prestar o conjunto de
cuidados e medidas que visam atender as necessidades básicas do ser humano.
Cuidado de enfermagem é a ação planejada, deliberada ou automática do profissional de
enfermagem, resultante de sua percepção, observação e análise do comportamento, s ituação ou
condição do ser humano.
O cuidado de enfermagem pode implicar várias atividades, por exemplo, a higiene oral
(verificar o material que o paciente possui); avaliar sua capacidade de autocuidado; observar
condições da cavidade bucal; explicar o c uidado ao paciente; ensinar, se necessário, a técnica
adequada de escovação; encaminhar ao odontológo; lavar o material utilizado; anotar, etc.

O SER HUMANO DOENTE

O Ser humano é o objetivo de todo cuidado de


enfermagem.”Enfermagem é gente que cuida de gente” (Wanda A.
Horta).
O termo paciente deriva do latim e significa sofrer, e é utilizado
para descrever o ser humano que recebe cuidado. A conotação associada
à palavra é de alguém dependente de alguma coisa, por esta razão, utiliza -se também o termo
cliente, que também deriva do latim e significa inclinar.
É necessário lembrar que o paciente ou cliente é uma pessoa, com passado, presente e
futuro, membro de uma família e cidadão de uma comunidade. Tem personalidade própria, medos,
angústias e preocupações, e pelo fato de estar doente, encontra -se emocionalmente mais fragilizado.
Uma das mais importantes funções da Enfermagem na oferta de atenção à saúde é identificar as
necessidades imediatas do paciente e tomar medidas para aliviá -las.
O paciente é o elemento principal de qualquer instituição de saúde. Considera -se paciente
todo o individuo submetido a tratamento, controle especiais, exames e observações médicas.
O paciente procura o hospital quando atingido pela doença, cria nele angústia, inquiet ação,
que leva a exagerar o poder e conhecimento sobre os profissionais que o socorrem, muitas vezes
torna-se difícil o tratamento do doente, originando problemas de relacionamento (paciente / pessoal).
A doença trás para o paciente, graves conseqüências como:
Choque emocional,
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Ameaça do equilíbrio psicológico do paciente,


Rompimento das defesas pessoais,
Leva a pedir proteção e cuidados,
Obriga ao abandono das atividades normais,
Ao recolhimento ao leito,
Ao afastamento da comunidade.
O paciente ao ser admitido no hospital espera do medico e da enfermagem, uma explicação,
uma palavra de conforto em relação ao seu estado de saúde. Se isto não acontece, o seu quadro
psicológico pode ser agravado, levando -o a se tornar submisso e despersonalizado, ou entã o
agressivo.
Durante a permanência do paciente em tratamento, suas necessidades básicas deverão ser
atendidas de forma adequada.
“Assistir” em Enfermagem é fazer pelo ser humano tudo aquilo que ele não pode fazer por si
mesmo: ajudá-lo ou auxiliá-lo quando parcialmente impossibilitado de cuidar de si mesmo, orientá -lo,
ensiná-lo e encaminhá-lo a outros profissionais.
Todos os membros da equipe de saúde devem estimular a participação do cliente ou paciente
no seu tratamento, e zelar para que a assistênci a seja a mais individualizada possível.
Além do respeito aos direitos éticos e legais, devemos valorizar a pessoa que está sob nosso
cuidado, dando-lhe o máximo de nossa atenção, respeito e carinho.

DIREITOS DO PACIENTE

Adaptado da Cartilha dos direitos do paciente, publicada pela Secretaria de Saúde de São Paulo
(1996)
A pessoa hospitalizada tem o direito:
A atendimento humano, atencioso e respeitoso por parte de todos os profissionais de saúde.
Tem direito a um local digno e adequado para o seu atendim ento.
A ser identificado pelo nome e sobrenome. Não deve ser chamado pelo nome da doença ou
agravo a saúde, ou ainda, de forma genérica ou quaisquer outras formas impróprias,
desrespeitosas ou preconceituosas.
A receber dos profissionais, auxílio imediato e oportuno para a melhoria de seu conforto e
bem-estar.
A identificar o profissional por crachá, preenchido com nome completo, função e cargo.
A consultas marcadas, antecipadamente, de forma que o tempo de espera não ultrapasse a
30 minutos.
De exigir que todo o material utilizado seja rigorosamente esterilizado, ou descartável e
manipulado segundo normas de higiene e prevenção.
De receber explicações claras sobre o exame que vai ser submetido ou para qual finalidade
irá ser coletado material.
A informações claras, simples e compreensivas, adaptadas à sua condição cultural, sobre as
ações diagnósticas e terapêuticas, o que pode decorrer delas, a duração do tratamento, a
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 32

localização de sua patologia, se existe necessidade de anestesia, qual o instrumental a s er


utilizado e quais regiões do corpo serão afetadas pelos procedimentos.
A ser esclarecido se o tratamento ou diagnóstico é experimental ou faz parte de pesquisa, e
se os benefícios a serem obtidos são proporcionais aos riscos e se existe probabilidade de
alteração das condições de dor, sofrimento e desenvolvimento da sua patologia.
A consentir ou recusar ser submetido à experimentação ou pesquisas. No caso de
impossibilidade de expressar sua vontade, o consentimento deve ser dado por escrito por
seus familiares ou responsáveis.
A consentir ou recusar procedimentos, diagnósticos ou terapêuticas a serem nele realizados.
Deve consentir de forma livre, voluntária, esclarecida com adequada informação. Quando
ocorrerem alterações significantes no estado de saúde inicial ou da causa pela qual o
consentimento foi dado, este deverá ser renovado.
De revogar o consentimento anterior, a qualquer instante, por decisão livre, consciente e
esclarecida, sem que lhe sejam imputadas sanções morais ou legais.
De ter seu prontuário elaborado de forma legível e de consultá -lo a qualquer momento. Este
prontuário deve conter o conjunto de documentos padronizados do histórico do paciente,
princípio e evolução da doença, raciocínio clínico, exames, conduta terapêuticas e demais
relatórios e anotações clínicas.
A ter seu diagnóstico e tratamento por escrito, identificado com o nome do profissional de
saúde e seu registro no respectivo conselho profissional, de forma clara e legível.
De receber medicamentos e contar com equipamentos de boa qualidade.
De receber os medicamentos e contar com equipamento de boa qualidade.
De receber os medicamentos acompanhados de bula impressa de forma compreensível e
clara, e com data de fabricação e prazo de validade.
De receber as receitas com o nome g enérico do medicamento(Lei do genérico), e não em
código, datilografadas ou em letras de forma, ou com caligrafia perfeitamente legível, e com
assinatura e carimbo contendo o número do registro do respectivo conselho profissional.
De conhecer a procedência e verificar antes de receber sangue ou hemoderivados para a
transfusão, se o mesmo contém carimbo nas bolsas de sangue atestando as sorologias
efetuadas e sua validade.
No caso de estar inconsciente, de ter anotado em seu prontuário, medicação, sangue ou
hemoderivados, com dados sobre a origem, tipo e prazo de validade.
De saber com segurança e antecipadamente, através de testes e exames, que não é
diabético, portador de algum tipo de anemia, ou alérgico a determinados medicamentos
(anestésicos, penicilina, sulfas, soro antitetânico, etc.) antes de lhe serem administrados.
A sua segurança e integridade física nos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados.
De ter acesso às contas detalhadas referentes às despesas de seu tratamento, exames,
medicação, internação e outros procedimentos médicos.
De não sofrer discriminação nos serviços de saúde por ser portador de qualquer tipo de
patologia, principalmente no caso de ser portador do HIV/AIDS ou doenças infecto -
contagiosas.
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De ter seus segredos resguardados , através da manutenção do sigilo profissional, desde que
não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública. Os segredos do paciente correspondem a
tudo aquilo que, mesmo desconhecido pelo próprio cliente, possa, o profissional de saúde, ter
acesso e compreender através das informações obtidas no histórico do paciente, exame
físico, exames laboratoriais e radiológicos.
A manter sua privacidade para satisfazer suas necessidades fisiológicas, inclusive
alimentação adequada e higiênica, quer quando atendido n o leito, ou no ambiente onde está
internado ou aguardando atendimento.
A acompanhante, se desejar, tanto nas consultas, como nas internações. As visitas de
parentes e amigos devem ser disciplinadas, para não comprometer as atividades
assistenciais. Em caso de parto, a parturiente poderá solicitar a presença do pai.
De exigir que a maternidade, além dos próprios profissionais comumente necessários,
mantenha a presença de um neonatologista, por ocasião do parto.
De exigir que a maternidade realize o teste do pezinho para detectar a fenilcetonúria nos
recém-nascidos.
À indenização pecuniária no caso de qualquer complicação em suas condições de saúde
motivadas por imprudência, negligência ou imperícia dos profissionais de saúde.
À assistência adequada, mesmo em períodos festivos, feriados ou durante greves
profissionais.
De receber ou recusar assistência moral, psicológica, social e religiosa.
A uma morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou
responsável, por local ou acompanh amento e ainda se quer ou não o uso de tratamentos
dolorosos e extraordinários para prolongar a vida.
À dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser
avisados imediatamente após o óbito.
De não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação.
A órgão jurídico de direito específico da saúde, sem ônus e de fácil acesso.

RELACIONAMENTO ENFERMAGEM / PACIENTE

A Enfermagem conduz à compreensão de homem e vai ao


encontro das suas necessidades básicas, tanto na saúde como na doença.
Destina-se a auxiliar o indivíduo a alcançar e manter a saúde, necessitando
para isso, ter preparo científico aliado a habilidades e atitudes adequadas.
Sendo seu objetivo principal a prestação de assistência, a essência da Enfer magem é a
interação efetiva profissional -paciente. A interação corresponde a um relacionamento profissional
baseado na confiança e no respeito e necessita que o Enfermeiro possua habilidade de comunicação.
Para uma boa comunicação com o paciente, faz -se necessário desenvolver empatia, respeito e
confiança.
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Para um bom relacionamento entre enfermagem e paciente, é necessário que o pessoal de


Enfermagem seja consciente de suas obrigações, a fim de tornar o paciente emocionalmente seguro
e tranqüilo, devendo ainda conhecer as necessidades dele e estar habilitado a satisfazê -las.

NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS

Toda ciência deve determinar seu ente concreto, descrevê -lo, explicá-lo e predizer sobre ele.
Na ciência de enfermagem considera -se ente concreto a nece ssidade humana básica - que faz parte
de um ser: o ser humano.
Há inúmeros conceitos de necessidades humanas básicas, mas nenhum deles satisfaz
plenamente, no entanto, é possível estabelecer bases fundamentais para futuras indagações,
abordagens e reformulações.
São estados de tensões, conscientes ou inconscientes, r esultantes dos desequilíbrios
hemodinâmicos dos fenômenos vitais. Este conceito tornar -se-á mais claro ao estudarmos as
características das próprias necessidades. Em estados de equilíbrio din âmico, as necessidades não
se manifestam, porém estão latentes e surgem com maior ou menor intensidade, dependendo do
desequilíbrio instalado. São aquelas condições ou situações que o indivíduo, família e comunidade
apresentam decorrentes do desequilíbrio de suas necessidades básicas que exijam uma resolução,
podendo ser aparentes, conscientes, verbalizadas ou não.
Embora cada pessoa tenha suas próprias necessidades, podemos entender como
necessidades básicas tudo que é essencial, indispensável: uma exigên cia ou uma carência,
consideradas pertinentes a todas as pessoas como: comida, água, segurança e amor. A extensão em
que elas são supridas é o fator principal para determinação do nível de saúde.
Necessidades fisiológicas: São as de maior prioridade. Um in divíduo que tem várias
necessidades não supridas, geralmente busca, em primeiro lugar, suprir suas necessidades
fisiológicas. Os seres humanos têm oito necessidades fisiológicas: oxigênio, líquido, nutrição,
temperatura, excreção, abrigo, repouso e sexo.
Necessidade de Segurança e Proteção: Físicas e psicológicas.
Necessidade de Amor e de pertinência: As pessoas geralmente precisam sentir -se amadas
pelos membros da família e aceitas pelos seus próximos e pela comunidade.
Necessidades de Estima e de Auto -estima: As pessoas precisam de reconhecimento ou
apreciação por parte dos demais.
Necessidade de realização pessoal.
Segundo MASLOW, um indivíduo só passa a procurar satisfazer as do nível seguinte após
um mínimo de satisfação das anteriores. O mínimo referi do ainda não foi determinado, mas o próprio
autor reconhece que tal sistemática não é rígida, variando também em alguns indivíduos.
Um conceito fundamental de MASLOW é de que nunca há satisfação completa ou
permanente de uma necessidade, pois se houvesse, conforme a teoria estabelece, não haveria mais
motivação individual.

PROBLEMAS DE ENFERMAGEM
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 35

São situações ou condições decorrentes dos desequilíbrios das necessidades básicas do


indivíduo, família e comunidade, e que exigem do profissional de enfermage m sua assistência
profissional.
As necessidades são universais, portanto comuns a todos os seres humanos. O que varia de
um indivíduo para outro é a sua manifestação e a maneira de satisfazê -la ou atendê-la.
Inúmeros fatores interferem na manifestação e atendimento, entre eles podem -se citar:
individualidade, idade, sexo, cultura, escolaridade, fatores sócio -econômicos, o ciclo saúde -
enfermidade, o ambiente físico.
Prefere-se utilizar na enfermagem a denominação de JOÃO MOHANA: necessidades de nível
psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual. Os dois primeiros níveis são comuns a todos os seres
vivos nos diversos aspectos de sua complexidade orgânica, mas o terceiro nível, por enquanto e
dentro dos conhecimentos atuais, é característica única do homem .
Todas estas necessidades estão intimamente inter -relacionadas, uma vez que fazem parte de
um todo, o ser humano. É fundamental que se integre o conceito holístico do homem, ele é um todo
indivisível, não é soma de suas partes.
Nos estudos já realizados pode-se perceber a inter-relação mais estreita entre algumas
necessidades e o distanciamento de outras, mas em maior ou menor intensidade todas elas sofrem
alterações quando qualquer uma se manifesta, seja por desequilíbrio causado por falta ou excesso de
atendimento.

A ARTE DE ENTREVISTAR

Objetivo da Entrevista
Buscar todas as informações básicas pertinentes à pessoa do paciente, descobrir quais as
suas necessidades básicas afetadas e como ele se adapta ao contínum saúde -doença.

ASPECTOS POSITIVOS A SEREM ATENDIDOS:


Permitir ao paciente contar sua história com suas próprias palavras;
Prestar atenção aos movimentos corporais e expressões faciais;
Ouvir sem interrupções;
Respeitar o paciente;
Cuidar da própria aparência;
Prestar atenção ao tom da voz;
Assumir uma postura de interesse.

ASPECTOS NEGATIVOS A SEREM EVITADOS:


Demonstrar falta de tempo para ouvir o paciente;
Aparentar desinteresse pelo paciente;
Incapacidade de informar corretamente o paciente.

Condução da Entrevista
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 36

É imprescindível que o ambiente seja bem iluminado e ofereça privacidade. O técnico de


enfermagem deve sentar-se numa cadeira, em posição de interesse. Não é aconselhável distanciar -
se do paciente menos 90 cm ou mais de 1,5 m. deve -se permitir que o paciente escolha a melhor
posição no leito. Adie a entrevista se o paciente estiver fazendo uma refeição ou usando a comadre.

Início da entrevista
Cumprimentar o paciente pelo nome, olhar nos seus olhos, apertar sua mão com firmeza e
sorrir. Ex: Sr. Paulo, eu me chamo Carla, sou est udante de enfermagem e estou aqui para
saber como o senhor está se sentindo e também para examiná -lo. Podemos conversar
agora?
Expressões como vovô, querida, tia, devem ser evitadas. Evite cruzar os braços pois isto
pode interferir no progresso da entrevi sta.
O segredo da entrevista está na arte do questionamento. As perguntas devem ser,
preferencialmente abertas. Ex: Qual o problema que o trouxe ao hospital? Como era a sua
saúde antes dessa doença? O Senhor Pode descrever como e onde é esta dor?
Podem ser questões diretas, sem que influenciem a resposta, e atentando para as seguintes
dimensões:
LOCALIZAÇÃO CORPORAL – Onde dói? Onde o Senhor Sente dormente?
CARÁTER – Com que a dor se parece? O que o Senhor Quer dizer com uma agonia? Dor
perfurante?
QUANTIDADE – O que o Senhor Quer dizer com muito?Em que essa dor interfere no seu
trabalho?
CRONOLOGIA – Quando o Senhor Observou o problema pela primeira vez? Quanto tempo
durou? O que aconteceu depois? O Senhor Observa que a dor aumenta com alguma coisa?
PERÍODO – Ocorre em repouso? O que faz a dor aparecer?
FATORES AGRAVANTES – O que parece produzir a dor?Há algo que piore a dor?
FATORES PALIATIVOS – O que o Senhor Faz para melhorar a dor? Ficar em repouso diminui a
dor?
FATORES ASSOCIADOS – O Senhor Tem mais algum sintoma além da dor? Antes do início da
dor, o Senhor Percebe algum sintoma estranho?

Deve-se evitar perguntas que induzam a resposta, do tipo SIM ou NÂO. Ex: Quando sente
dor no tórax, também sente doer o braço?
Evitar perguntas que impliquem em acu sação. Ex: Porque não tomou o medicamento?
Porque não me chamou logo?
Usar perguntas múltiplas é contra -indicado, pois confunde o paciente. Ex: Quantos irmãos vc
têm e algum deles já teve asma, bronquite ou pneumonia?
Evitar perguntas em termos técnicos. Ex: O Senhor tem Hipertensão arterial? Alguém na sua
família tem Síndrome de Down? Como está a sua diurese? Suas eliminações intestinais,
como estão?
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 37

A narrativa – Encoraje o paciente com frases do tipo: Gostaria de ouvir a sua história.
À medida que o paciente se expressa, introduza perguntas relacionadas à história clínica,
doença atual, doenças prévias, história social e educacional e revisão de sistemas. Selecione
aspectos importantes para melhor explorar com mais detalhes, orientando a conversa neste sentido.
O Fechamento – Antes da conclusão da entrevista, o técnico de enfermagem deve fechar as
perguntas mais importantes que foram discutidas. Neste momento já se deve ter uma noção clara
sobre os motivos que levaram o paciente a buscar ajuda, a históri a da sua doença atual, sua história
pregressa, sua condição sócio -econômica.Fale para o paciente o quanto à história dele foi útil e avise
que fará algumas anotações. Este também é o momento para esclarecer qualquer parte da história
sobre a qual ainda paire dúvida.
Encoraje o paciente a fazer perguntas acerca de outros problemas com perguntas do tipo: O
Senhor Gostaria de fazer alguma pergunta? Geralmente este não tem mais nada a perguntar, mas
dá-lhe a impressão de que “o dito final” lhe pertence. Agrad eça-lhe pela atenção e colaboração e
avise-lhe que dará início ao exame físico.

ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM

São anotações ou registros realizados pelos integrantes da equipe


de Enfermagem, sobre todas as ocorrências e todos os cuidados
prestados ao paciente e devem abranger as condições bio -psico-socio-
espitituais, todos os fatos ocorridos e a assistência prestada, permitindo
dar condições para a continuidade dos cuidados. Cada anotação deve vir
acompanhada da assinatura e do número do registro no COREn(Con selho Regional de Enfermagem)
do profissional que a realizou.
O registro representa a comunicação escrita dos fatos essenciais, de forma a manter uma
história contínua dos acontecimentos ocorridos durante um período de tempo. O relatório é a
comunicação da informação a outra pessoa e pode ser escrito ou verbal.
As anotações ou registros de Enfermagem devem ser escritos no prontuário do paciente de
maneira completa, clara e precisa, abordando os aspectos “biopsicosocio -espirituais”. Um fator que
ajuda o profissional de Enfermagem a fazer anotações corretas e completas é o fato criar
oportunidade para o paciente falar, e saber ouvi -lo.
A pessoal da equipe de Enfermagem é, na maioria das vezes, o primeiro a observar sinais e
sintomas que podem ajudar no diagn óstico, ou colaborar com o tratamento ou com o planejamento de
ações curativas ou preventivas em favor do paciente. Assim, o importante não é só “notar”, mas
também anotar as observações.

As anotações de Enfermagem são importantes por vários motivos:

Oferecem dados para as pesquisas na área de saúde;


Revelam como o paciente está evoluindo em seu tratamento;
Fornecem informações para outros profissionais de saúde que também tratam do paciente;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 38

Contribuem para identificação e resolução de problemas do paci ente;


Oferecem subsídios para a avaliação da qualidade da assistência que é prestada ao
paciente;
Oferecem dados para o setor de contabilidade e de estatística;
Em circunstâncias ético-legais, as anotações oferecem respaldo a quem executa o
procedimento.
Desse modo, a ausência de anotações, ou mesmo a existência de anotações incompletas
podem prejudicar tanto o paciente, quanto a equipe de Enfermagem, os trabalhos dos pesquisadores
e à própria pessoa que prestou o cuidado.
As anotações devem ser feitas lo go após a observação de alguma intercorrência ou
prestação de cuidados e deve constar data e hora em que foi observado a ocorrência ou prestado o
cuidado.
No preenchimento dos impressos, os dados devem ser precisos, sintéticos e escritos com
letra que possa ser reconhecida por todos.

Aspectos Legais da Anotação de Enfermagem:

De acordo com a decisão do COREN – SP 2000.

Art. 1 – O registro deve ser claro, objetivo, preciso, com letra legível e sem rasuras.
Art. 2- Após o registro deve constar a identific ação do autor constatando: Nome, Coren e
Carimbo.
Art. 3- O registro deve constar em impresso devidamente identificado com os dados do
cliente ou paciente , e completando com a data e hora.
Art. 4- O registro deve conter subsídios para permitir a continuid ade do planejamento dos
cuidados de enfermagem nas diferentes fases e para o planejamento assistencial da equipe
multiprofissional.
Art. 5- O registro deve permitir e favorecer elementos administrativos e clínicos para a
auditoria de enfermagem.
Art. 6- O registro deve fazer parte do prontuário do paciente e servir de fonte de dados para
processo administrativo, legal, de ensino e pesquisa.

De acordo com o COFEN 240/2000 Código de Ética Capítulo V das Proibições

Art. 64- É proibido assinar as ações de enf ermagem que não executou, bem como
permitir que outro profissional assine as que executou.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 39

RELATÓRIOS E REGISTROS

Como registrar

Existem seis diretrizes úteis que devem ser seguidas para se certificar de que as informações
relacionadas aos cuidados de um paciente sejam comunicadas corretas e integralmente:
Precisão – os fatos devem ser anotados com precisão e veracidade. A omissão de dados ou
registro é tão inexata quanto um registro incorreto.
Concisão – forneça as informações corretas e essenciais em um relatório. Toda anotação
deve ser objetiva e completa.
Eficácia – Informações completas sobre os pacientes.
Atualização – a demora no registro de informações pode resultar em omissões graves e
atrasos no fornecimento de cuidado ao paciente.
Organização – comunique todas as informações em um formato ou ordem lógica.
Confidencialidade – o profissional deve manter confidencialidade de qualquer informação
relacionada à doença e ao tratamento de um paciente.
Quando registrar: A anotação deve ser feita log o após a ocorrência ou prestação de cuidados. O
profissional não deverá confiar na memória, para correr o risco da informação ser esquecida.
Quem registra: Cada pessoa deve anotar o que fez e o que observou.
O que registrar: Todas as ocorrências relaciona das ao paciente e aos cuidados a ele prestados.
Métodos de Registro:

Registro Narrativo: escrita de informações sobre o paciente e seus cuidados em ordem


cronológica, não tem formato estabelecido, seu conteúdo assemelha -se a um diário, mais
utilizado quando voltado à fonte. Depende das habilidades de quem faz as anotações, podem
ser omitidas informações pertinentes ou podem ser incluídas informações insignificantes.

Registro por Exceção: é um método de registro que elimina achados normais e cuidados de
rotina, inclui apenas levantamento de dados anormais e cuidados de enfermagem que se
desviam dos padrões escritos, proporciona acesso rápido à achados anormais.

DIRETRIZES/CUIDADOS IMPORTANTES NA ELABORAÇÃO DE REGISTROS

Se um erro for cometido durante o re gistro, o profissional de enfermagem não deve apagá -lo
ou rasurá-lo, poderá caracterizar alteração de registro. Não utilizar corretivos; Deve-se riscar o
registro com uma única linha, escrever a palavra erro, digo ou sem efeito, entre parênteses e
erro
assinar ou colocar suas iniciais. A seguir fazer o registro correto. Ex: Administrei 50
G.L.
75mg de Demerol IM no glúteo médio direito para dor abdominal.
Registros ou alterações de dados registrados criam suspeitas de que alguém tentou
deliberadamente encobrir informações.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 40

Não deixe espaços em branco em uma anotação . Qualquer pessoa poderá adicionar
informações incorretas nesse espaço. Não pular linhas entre uma anotação e outra e não
deixar espaço entre a anotação e a sassinatutra. Sobrando espaço , preencher a lacuna com
traço contínuo.
Ex: Paciente apresentou pico hipertensivo às 14 horas (PA -220x120 mmHg), sendo medicado
CPM.__________________ Lígia -COREN 1728
Registrar apenas os fatos. O profissional só deverá registrar o fato que observou/prese nciou.
As anotações feitas em um prontuário devem ser legíveis e escritas à tinta. Um registro
ilegível pode facilmente ser mal -interpretado, conduzindo ao erro. Durante o período
diurno(07:00 às 19:00hs) as anotações devem ser feitas em tinta azul, e no p eríodo
noturno(19:00 às 07:00hs) em tinta vermelha.
Sempre registre por vc mesmo e nunca por uma outra pessoa. O profissional tem
responsabilidade pela informação registrada no prontuário.
Deve constar data e hora em que foi observada a ocorrência ou prest ado o cuidado.
Utilizar o termo SIC (segundo informação colhida) para informações coletadas dos
acompanhantes e afins.
Cada anotação deve vir acompanhada da assinatura e do número do registro no
COREn(Conselho Regional de Enfermagem) do profissional que a realizou.
Utilizar os termos científicos e por extenso. Usar apenas as abreviaturas padronizadas e
conveniadas (IM, EV, VO, SC, MMSS, MMII, MMSSII, RX, USG, SOS, ECG, ECO, HC, TOT,
SNG, SNE, UTI, UCO, etc,...)
Verificar se o cabeçalho do impresso está pree nchido de forma, nome completo, data,
registro hospitalar, unidade e leito;
Não utilizar o termo “paciente” ou “cliente” ou “criança” no início de cada frase, já que a folha
de anotação é individual e de posse do mesmo;
Registrar fatos: não interpretações;
Jamais deixar implícita alguma crítica sobre cuidados providos por outras pessoas.

ANOTAÇÕES DE EVOLUÇÃO
Relato diário (ou aprazado) das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano, enquanto
estiver sob assistência profissional. Pela evolução é possí vel avaliar a resposta do ser humano à
assistência de enfermagem implementada.
É uma das etapas que compõe a Sistematização da Assistência de Enfermagem, e que é
privativamente atribuída ao enfermeiro. Ele realizará seu registro após a avaliação do estado geral do
paciente durante as 24 horas anteriores para subsidiar o plano de cuidados para as 24 horas
subseqüentes. Realizada 01 vez por dia.
Durante a assistência, são feitas anotações no prontuário, descrevendo a evolução do
paciente. Anotações narrativas fornecem uma visão completa sobre a evolução do paciente. Todos
os membros da equipe de saúde contribuem para esses registros.

O QUE OBSERVAR
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 41

Sintomas - É uma manifestação perceptível no organismo que indica alteração na saúde física ou
mental.
Sintoma Subjetivo - É aquele descrito pelo paciente, não podendo ser visto ou sentido por
outros. Ex. cefaléia.
Sintoma Objetivo - É aquele notado ou sentido pelo observador, é sinônimo de sinal. Ex.
vômito, Edema, etc.

Síndrome - É um complexo de conjunto de sinais e sintomas.


A observação serve não só para descobrir anormalidades, mas também para identificar a
potencialidade do individuo. A observação global associada a outras observações gerais, leva a
descoberta de aspectos favoráveis, podendo indicar aus ência de problemas, recuperação, ou mesmo
os recursos físicos e mentais, dos quais o individuo dispõe para auxiliar na sua própria recuperação.

Procedimento
Lavar as mãos;
Colher os dados de identificação do paciente;
Separar e organizar o material, colo cando-o na bandeja e levar junto ao paciente;
Explicar o paciente o que será realizado e pedir sua colaboração;
Preparar o ambiente, providenciando iluminação e ventilação adequadas, privacidade (se
necessário, colocar biombo, manter a porta fechada e pedi r que os acompanhantes dos demais
pacientes se retirem). Desocupar a mesa -de-cabeceira;
Avaliar nível de consciência (consciente, inconsciente, torporoso), nível de resposta(responde
aos estímulos verbais, dolorosos), comatoso;
orientação(orientado, desori entado, articulação das palavras, tempo e espaço, pessoas
circundantes); amnésia, confusão mental, doente mental;
estado emocional - calmo, cooperativo, agressivo, agitado, deprimido, ansioso, angustiado,
retraído;
Equilíbrio do pensamento (senso crítico, confusão, expressão de idéias, delírios, localização
no tempo e espaço, etc.);
Equilíbrio do estado perceptivo (alucinações, delírios);
Equilíbrio de estado afetivo (emoções, sentimentos, capacidade para resolver situações,
etc.);
Equilíbrio no ajustamento social (dependência, isolamento, reação ao ambiente e pessoal);
Capacidade de aprendizagem – inteligência.
Comunicação: tipo de comunicação (verbal ou por sinais);
Dados referentes às necessidades humanas básicas;
Sono e repouso: quantidade de sono e rep ouso. EX.: “refere ter dormido satisfatoriamente
durante toda a noite”; padrão de sono e repouso: Preservado, prejudicado, insônia,
sonambulismo, uso de soníferos, sonolência;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 42

Locomoção e motilidade: as condições de locomoção e motilidade. EX.: “deambula c om ou


sem auxílio, acamado, movimenta -se no leito, realiza mudança de decúbito, sentado na
poltrona, etc.”, uso de acessórios (muletas, próteses, andajar, cadeira de rodas, bengala);
paralisia, parestesia, paraplegia, hemiplegia, tetraplegia, monoplegia, p aresia, parada da
atividade motora, postura (cifose, escoliose, lordos
Cuidado corporal: (higiene e conforto) tipo de banho, estética do leito, higiene oral, couro
cabeludo, unhas, narinas, pavilhão auditivo, higiene íntima, horário, freqüência, aceitação ou
não dos cuidados, motivo da recusa. Higiene satisfatória, precária, falta de aseio corporal;
Verificar peso e estatura;
Verificar sinais vitais.
Nutrição: aceitação ou não do alimento, razões de sua rejeição, tipo e quantidade de alimento
consumido, formas de administração, jejuns e intercorrências; Dieta (aceita, prejudicada,
plenitude pós-prandial, inapetência, anorex ia, bulimia, SNG para gavagem).
Estado nutricional – nutrido, obeso, magro, emagrecido, caquético, desnutrido.
Hidratação: tipo de hidratação (venosa e/ou VO), quantidade, restrição ou não de acordo com
a patologia, recusa e motivo;
Excreção e Eliminação - Fezes Observaremos nas fezes: Cor, odor, qualidade, consistência.
Se há detritos de alimentos, presença de muco, pus, cálculos, etc. Flato s (Gases existentes nos
intestinos), Meteorismo ou Flatulência(Retenção de gases) constipação (tentativa inútil de
evacuação), tenesmo (evacuação difícil ou infrequente) incontinência fecal (Incapacidade de
controlar o esfíncter que regula o reto), diarréi a (aumento do número de evacuação, com
alteração da consistência das fezes), Melena(Fezes escuras, cor de borra de café) Fezes
acolicas(Fezes esbranquiçadas), Enterorragia (Saída de sangue vivo pelo reto). uso de laxantes,
enemas.
1. Freqüência - A freqüência normal das evacuações e muito variável, sendo que as maiorias
das pessoas evacuam uma vez por dia.
2. Consistência: Endurecida, normal, pastosa, semipastosa, semilíquida, líquida;
3. Cor: Marrom característico;
4. Odor: Característico.
Urina - Cor, odor, quantidade. Observa-se também se há Anúria (Supressão de secreção
urinaria, volume urinário menor que 100 ml em 24 horas); Oliguria (Diminuição de volume
urinário, menos de 500 ml em 24 horas); Poliúria (Aumento do volume urinário); Disúria
(dificuldade ou dor a micção); Retenção Urinaria (Incapacidade de eliminar urina); Polaciúria
(Micção freqüente e em pequenas quantidades); Nictúria (Micção freqüente a noite);
Incontinência urinaria- enurese (Impossibilidade de controlar a micção); Hematúria (Presença
de sangue na urina); Proteinúria (Presença de proteínas na urina); Albuminuria (Presença de
albumina na urina); Colúria (Presença de pigmentos biliares na urina, de coloração escura);
Piúria (Presença de pus na urina); Glicosúria (Presença de glicose na urina).
A urina possui certas características como: Cor: Amarelo claro, amarelo âmbar, castanho;
1. Odor: Característico;
2. Transparência líquida;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 43

3. Densidade: 1010 a 1030;


4. Sedimentos: com ou sem sedimentos.
Avaliar ainda: SVD, diurese no leito, nas fraldas.

Estado físico: queixas, observações em geral, exames, testes, encaminhamento, tratamentos


dados, resultados dos cuidados prestados, medicamentos, contenções e demais
observações colhidas pelo exame físico; Atividades; Recomendações.
Queixas: dor (cólica, espasmos, aguda, latejante, contrações), tontura, mal -estar geral,
náusea, vômitos, calafrio;
Dor - Deve observar atentamente o tipo de dor referida pelo paciente: Intensa, latejante,
agudas, espasmódicas, súbitas, perfurante, continua, irregular, curta ou longa du ração. Não esquecer
o lado ou órgão em que o paciente sente a dor e se e intensificada pelo movimento, pela respiração,
pela tosse, pela ingesta de alimentos, etc.
Vômitos - Cor, odor quantidade. Observa -se se há presença de restos alimentares.
hematêmese (cor "borra de café")
Dispositivos venosos (venóclise, scalp heparinizado);
Acidentes e intercorrências: cair da cama, por exemplo;
Recebimento de visitas, saídas e retornos (da unidade ou do hospital), transferências (de
leito, de unidade, de hospital), alta, óbito (anotar sempre precedido do horário).
Deixar o paciente confortável.
Providenciar a limpeza e a ordem do material.
Tirar as luvas e lavar as mãos.
Anotar o cuidado, e suas observações no prontuário do paciente.

A observação de enfermagem não se resume somente nos itens citados acima, mas estes são os
principais sinais e sintomas verificados pela equipe de enfermagem na rotina hospitalar.

MODELO DE EVOLUÇÃO DE UM PACIENTE


DATA, HORA - DIH( Dia de internação hospitalar). EG(EGR,EGC,EGG,EGM,EG B), Nível de
consciência, Nível de orientação, estado emocional, movimentação, sono e repouso. Condições da
pele(integridade, coloração, hidratação, temperatura , higiene).Exame físico céfalo -caudal –
CABEÇA(morfologia, couro cabeludo, olhos, ouvidos, nari z, boca), pescoço(presença de alterações
morfológicas), TÓRAX( morfologia, aparelho cardiovascular[pulso radial, PA] e respiratório[expansão
toráxica, freqüência dos movimentos respiratórios], mamas),MMSS(alterações morfológicas,
presença de acesso venoso mantido[venóclise, heparina, pele, amputação], ABDOME(morfologia,
presença de dor ou massa palpável, estado nutricional , eliminações intestinais[presença,
características], dieta, sistema geniturinário(diurese[presença e características], presença de
cateterismo vesical, prurido, secreções), MMII(morfologia, pele, amputação). QUEIXAS DO
PACIENTE, valores numéricos dos SINAIS VITAIS, CONDUTA. Profissional/aluno e conselho/
escola.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 44

PRONTUÁRIO DO PACIENTE

Embora geralmente denominado "prontuário médico", po demos


também considerar o termo prontuário do paciente, por ser o mesmo, o
conjunto de documentos e informações referentes a um paciente e sua
doença.
Com todo acerto LACASSAGNE definiu o prontuário como
sendo: "uma segurança para os médicos cultos e cons cientes, uma ameaça constante para os
audazes sem escrúpulos, os ignorantes incorrigíveis e ao mesmo tempo uma barreira intransponível
contra as reclamações e os caprichos dos clientes descontentes".
O prontuário hoje, em muitos casos, se reduz a apontame ntos sobre a história da doença,
alguns dados sociais do paciente, ou pouco mais que isso. O prontuário completo, com identificação
pessoal, anamnese, diagnóstico, prescrição médica, evolução, gráficos, TPR e PA e relatório e
enfermagem continuam sendo rar idade.
As informações do paciente, geradas durante seu internamento, constituirão o documento
chamado de prontuário médico que, segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução nº
1.331/89), consiste em um conjunto de documentos padronizados e ordenados, provenientes de
várias fontes, destinado ao registro dos cuidados profissionais prestados ao paciente.
“É um conjunto de documentos que contém informações do cliente
sobre seu processo saúde -doença e que possibilita análise estatística”
(EACHERN).
“Um documento constituído de formulários padronizados destinados
ao registro da assistência prestada ao cliente” (Ministério da Saúde)
Deve-se agregar: história da doença, antecedentes pessoais e familiares, exame físico,
diagnóstico, evolução clínica, descri ção da cirurgia, ficha de anestesia, prescrição médica e de
enfermagem, exames complementares de diagnóstico, formulários e gráficos.
O prontuário completo é aquele que inclui: Dados sociais, dados médicos e dados de
enfermagem.
Nº de identificação do pro ntuário;
Dados de identificação pessoal do paciente; situação familiar e social e termo de
responsabilidade.
Data do ingresso;
Antecedentes pessoais e familiares, história de doença atual e exame físico (anamnese);
Diagnóstico provisório e final;
Tratamento médico e/ou cirúrgico;
Exames complementares de diagnóstico; evolução da doença;
Relatórios (médicos, de enfermagem e de toda a equipe de saúde);
Gráfico de temperatura, pulso e respiração (TPR) e pressão arterial;
Resultado final;
Resumo.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 45

UTILIDADE DO PRONTUÁRIO

Sua finalidade é reunir informações de todos os profissionais do hospital que atendem o


paciente, proporcionando comunicação entre todos os serviços; proporcionar continuidade ao
atendimento; fornecer informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento do paciente; e
oferecer dados para estudos, pesquisa e arquivo.
Considera-se o prontuário como o “pulso do hospital”. O hospital sem prontuário é como
“relógio sem ponteiros”.

É de grande valor para:

O paciente;
a. As anotações existentes p odem
dispensar ou simplificar interrogatórios e
exames complementares, reduzindo o
custo do atendimento e o tempo de
permanência no hospital.
b. Representa, para o paciente, o grande instrumento de defesa, em caso de possíveis
prejuízos e de reivindicação de direitos perante o médico, o hospital e os poderes públicos.
c. De acordo com a Lei 10.241 de 17 de março de 1999, que dispões sobre os Direitos do
Usuário dos Serviços de Saúde e das Ações de Saúde, em seu Art. 2 coloca que: É direito do
paciente acessar, a qualquer momento, o seu prontuário, nos termos do Art. 3 da Lei
Complementar 791 de 09 de março de 1955.

O hospital;
a. a existência de bons prontuários,permite maior rotatividade de pacientes, baixando a média
de permanência:
b. Reduz o uso indevido dos equ ipamentos e serviços, evitando a repetição desnecessária de
exames;
c. O prontuário é o documento de maior valor para sua defesa contra possíveis acusações;
d. Permite a qualquer tempo um conhecimento exato do tratamento feito e do resultado
alcançado;
e. Demonstra o padrão de atendimento prestado no hospital.

O ensino e a pesquisa;
a. possibilita o conhecimento de inúmeros casos com todas as variáveis antecedentes,
concomitantes e conseqüentes da enfermidade;
b. Facilita o estudo de diagnóstico e avaliação da terapêutica;
c. E campo para pesquisa e fonte para os mais diversos dados estatísticos de incidências e
prevalências, de morbidade e mortalidade;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 46

d. Tornar possível verificar e comparar as diferentes condutas terapêuticas e estabelecer uma


análise comparativa da eficiência.

A equipe de saúde;

A equipe de saúde é o conjunto de todos os profissionais que mantêm contato com o paciente,
visando sua recuperação. Se todos perseguem o mesmo objetivo, nada mais lógico do que agirem
entrosados. O ideal,seria que a equipe atu asse em grupo na hora de discussão dos casos. Não
sendo possível, resta, como instrumento bastante eficiente de intercomunicação, o prontuário, por
meio do qual os profissionais se intercomunicam, fornecendo informações dentro da própria
especialidade . Assim, o prontuário é o grande fator de integração da equipe de saúde do hospital. Na
medida em que um hospital progride, melhora também o serviço de prontuário.

A defesa e a proteção de todos.

O PRONTUÁRIO DO PACIENTE E O SIGILO PROFISSIONAL

Na relação médico-paciente chega-se ao conhecimento de fatos que atingem a esfera do


sigilo. Toda a informação prestada pelo paciente ao médico é tacitamente suposta sigilosa. O
relacionamento médico-paciente envolve aspectos médicos, éticos e jurídicos. Desta forma o
prontuário do paciente estabelece um relacionamento entre medicina e direito. Os Códigos Civil e
Penal, bem como os Códigos de Ética das diferentes profissões, tratam amplamente do assunto.
O primeiro a ilustrar a arte médica, Hipócrates, já sentindo a importância e o valor humano do
segredo profissional, o transformou em juramento, honrado e perpetuado através dos séculos por
quantos se dedicam a "divina obra de aliviar as dores".
"Juro...que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívi o da sociedade, o que
tiver visto ou ouvido, que não seja necessário revelar, conservarei com segredo. Se eu cumprir esse
juramento com fidelidade, goze eu a minha vida e a minha arte, toda a reputação entre os homens
para sempre; se dele me afastar ou inf ringir, suceda-me o contrário".

ROTINAS DE ENFERMAGEM

A assistência ao paciente hospitalizado, desde a admissão até


sua alta, transferência ou óbito, faz parte das funções da equipe de
Enfermagem, que deve ter preparo especial para desempenhar bem o
seu trabalho.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 47

INTERNAMENTO OU ADMISSÃO HOSPITALAR

A internação é a admissão do paciente para ocupar um leito


hospitalar por 24 horas ou mais. O internamento é feito sob três
circunstâncias: Emergência, Urgência e eletivas.
O paciente ao ser admitido, deve ser bem recebido no hospital e
a interação entre o paciente e a equipe de enfermagem revestida de
cordialidade e atenção. Sua primeira impressão irá inspirar -lhe confiança
no tratamento e na equipe de saúde, o que contribuirá para que sua
recuperação seja mais rápida.
A maneira de receber um paciente depende das rotinas de cada instituição.Os funcionários
do hospital devem estar atentos para:
Recepcionar o paciente, acompanhá -lo a enfermaria.
Orientar o paciente em relação às rotinas do hospital quan to: ao local e horário do banho, às
refeições, à visita médica e de familiares, ao repouso, à recreação; aos serviços religiosos, ao
fumo, ao uso de campainha e às instalações sanitárias;
Arrolar roupas e valores;
Apresentar o paciente à equipe de enfermag em e ao companheiro de quarto ou de
enfermaria;
Encaminhá-lo ao banho e fornecer-lhe material necessário;
Preparar o material e identificá -lo;
Pesar o paciente, medi-lo e anotar os resultados no relatório;
Colocar o paciente no leito e verificar a temperat ura;
Registrar no relatório a hora de entrada do paciente, seus sintomas e suas queixas;
Comunicar à nutrição sobre a dieta e iniciar o tratamento prescrito;
Reunir o material e levá-lo a unidade

RELATÓRIO NA MUDANÇA DE TURNO (PASSAGEM DE PLANTÃO)

Ao final de cada turno, o profissional de Enfermagem faz um relatório sobre os pacientes a


ele designados, para seu substituto no turno seguinte. O objetivo principal deste relatório é fornecer
continuidade ao tratamento. Um relatório completo é importante para estabelecer a responsabilidade
do profissional frente ao paciente.
Os relatórios na mudança de turno são fornecidos pessoalmente, de modo verbal, o que
permite que os profissionais obtenham imediatamente os dados sobre o paciente. Esse relatório pode
ser passado em uma sala de reuniões ou durante as “rondas” dos enfermeiros. Nessas ocasiões os
profissionais visitam todos os pacientes para rever suas condições enquanto o relatório é feito.
O relatório deve ser rápido e eficaz. Num hospital, o relatório é geralmente feito na mesma
ordem do nº do quarto ou enfermaria do paciente, pois uma seqüência organizada permite a cada
profissional prever o curso e a direção do relatório. O profissional fornece todas as informações sobre
o motivo da internação e a evol ução do paciente durante o seu turno (plantão).
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 48

O relatório na mudança de turno inclui as seguintes informações de cada paciente:


Nome do paciente, idade e sexo;
Nome do médico;
Diagnóstico médico;
Diagnóstico ou problemas de enfermagem;
Descrição geral das condições fisiológicas e psicológicas do paciente;
Testes, procedimentos ou cirurgia programada;
Novas terapias determinadas, tais como medicamentos ou líquidos endovenosos;
Restrição de atividades e de alimentação;
Medicamentos de importância e seus e feitos;
Reação do paciente a medidas e tratamentos da assistência de enfermagem;
Plano de orientação;
Previsão de alta hospitalar;
Informações significativas relacionadas aos membros da família.
É especialmente importante relatar quaisquer alterações rece ntes ou situações prioritárias
relacionadas às condições do paciente. A informação do relatório é a base para se determinar as
condições do paciente, seu nível de evolução e suas necessidades de cuidados.
Deve-se sempre ter em mente que um plantão é a con tinuidade do outro.
O código de ética do profissional da enfermagem, na Resolução COFEN 160, cap. IV – dos
deveres, em seu art. 25 – reza que é dever do profissional de enfermagem garantir a continuidade da
assistência de enfermagem e em seu cap. V – das proibições, no art. 43 reza que é proibido
abandonar o cliente, em meio a tratamento, sem garantia de continuidade da assistência. Portanto,
um profissional só poderá deixar seu posto quando o seu colega o assumir, devendo este chegar pelo
menos com 15 minutos de antecedência.

ALTA HOSPITALAR

Significa a saída do paciente do hospital, que deve ser por escrito, na papeleta do paciente e
assinada pelo médico.

Tipos de alta:

Alta hospitalar ou melhorada – dada pelo médico quando o paciente está em condiç ões de
deixar o hospital;
Alta a pedido – o paciente deseja ir embora sem a permissão médica e assina o termo de
responsabilidade, isentando o médico e o hospital de qualquer responsabilidade que possa
ocasionar complicações pela sua saída;
Alta condicional – concedida ao paciente em ocasiões especiais, com a condição do mesmo
retornar na data estabelecida(ex.: natal);
Alta por indisciplina – quando o comportamento do paciente é incompatível com todos os
princípios de disciplina e ordens médicas e de enferm agem.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 49

A Enfermagem deve:
Avisar ao paciente com antecedência;
Verificar a assinatura do médico na folha de alta;
Avisar a família, a tesouraria e ao serviço de nutrição;
Reunir os objetos pertencentes ao paciente e providenciar sua roupa;
Orientar a paciente e/ou familiares sobre: prescrição médica, exames de laboratório e retorno
ao hospital;
Providenciar os medicamentos necessários;
Anotar no relatório e na folha de evolução as condições do paciente e as anotações feitas no
momento da alta;
Acompanhar o paciente à rouparia;
Devolver a documentação a secretaria.

TRANSFERÊNCIA

Consiste na mudança do paciente de clínica, quarto, unidade do hospital, para continuar o


tratamento sob a responsabilidade dele mesmo, da família, médico particular ou outra unidad e ou
instituição. A transferência ocorre nas seguintes situações: solicitação médica ou da enfermagem,
quando há necessidade de tratamento específico, a pedido do próprio paciente, a pedido da família
ou da administração, por necessidade de vaga ou por fal ta de tratamento especializado no hospital. A
transferência de paciente segue os mesmos passos da alta.
A unidade para onde o paciente será transferido deve ser avisada com antecedência para ser
preparada a fim de receber o paciente. O prontuário deve es tar completo e ser entregue à enfermeira
da outra unidade e o paciente deve ser transportado de acordo com suas condições.

ÓBITO

O paciente em estágio final deve receber todos os cuidados necessários de modo a lhe
proporcionar segurança e conforto até o s momentos finais de vida.
Após constatação médica do óbito, o corpo deve ser preparado, conforme técnicas
específicas, observando-se o seguinte:
Anotar no prontuário a hora da morte;
Identificar o corpo;
Prepara os pertences do paciente e entregar aos fa miliares;
Encaminhar o corpo para o necrotério;
Providenciar declaração de óbito e orientar a família quanto ao atestado de óbito, segundo
rotina do hospital;
Verificar a assinatura do médico na folha de alta;
Avisar a família, a tesouraria e ao serviço de nutrição;
Devolver a documentação à secretaria.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 50

CONCEITOS BÁSICOS NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Existem muitas maneiras de executar os diversos cuidados de Enfermagem, porém


adotando-se um roteiro, os elementos da equipe executam as técnicas ou procedim entos da mesma
forma. Assim o trabalho será desenvolvido com mais agilidade, colaboração e método. Essas
medidas devem estar disponíveis em local de fácil acesso e conhecido de todos os profissionais que
atuam naquele ambiente, para que eles possam compree ndê-las e executá-las da mesma maneira.

Objetivos das técnicas

A adoção de um roteiro para execução de cuidados de Enfermagem objetiva melhorar a


qualidade da assistência, visando:

Segurança
Conforto
Economia

Quanto à segurança, objetiva prevenir:

Acidentes (quedas, lesões, queimaduras);


Infecção hospitalar;
Erros e esquecimentos;

Quanto ao conforto, tem finalidade de evitar:

Posições incômodas;
Ruídos desnecessários;
Úlceras de pressão;
Excesso de calor ou frio;
Outros fatores que incomodam o pac iente (má iluminação, maus odores).

Quanto à economia, procura reduzir os custos, poupando:

Economia de Energia: a adoção de uma sequencia lógica dos passos, oferece a vantagem
de evitar movimentos supérfluos e dispender excessiva energia do profissiona l e do paciente.
A habilidade psicomotora (destreza manual) também contribui para que isso ocorra. Outra
vantagem é que isto diminui o desconforto físico e mental, do profissional e do paciente,
durante o procedimento.
Economia de Tempo: a adoção de uma sequência lógica dos passos, além de economizar
movimentos e energia, otimiza o precioso e escasso tempo. A habilidade psicomotora neste
caso, também influi. Simplificando as ações, executando com método e organização;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 51

Economia de Material: a definição do tipo e quantidade de material necessário, associada à


habilidade psicomotora na execução do procedimento em sequência lógica de passos, evitam
o gasto de material.O preparo do material padronizado deve sempre anteceder o início da
execução do procedimento pr opriamente dito, visto que, a perda ou falta de material implicará
em perda de tempo e energia.

Conclusão:

Padronização de um procedimento visa:

Influenciam no sucesso do procedimento:

domínio da habilidade psicomotora


planejamento;
domínio do conhecimento

MÉTODO DE TRABALHO

Para racionalizar a prestação de cuidados, sugere -se:


Conversar com o paciente, explicando o que vai ser feito, por mais simples que seja o
procedimento.
Preparar o ambiente, providenciando iluminação e ventilação ad equadas, privacidade (se
necessário, colocar biombo). Desocupar a mesa -de-cabeceira.
Separar e organizar o material, colocando -o na bandeja.
Lavar as mãos e calçar as luvas.
Executar o cuidado:
1. mantendo postura correta
2. agindo com rapidez e segurança;
3. observando o paciente e interagindo com ele.
Deixar o paciente confortável.
Providenciar a limpeza e a ordem do material.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 52

Tirar as luvas e lavar as mãos.


Anotar o cuidado, e suas observações no prontuário do paciente.
É importante lembrar que a sequência de pas sos de execução de tais procedimentos é
flexível conforme a exigência da situação do paciente. Cada procedimento como um todo, também
poderá ser inovado em função da evolução tecnológica.
É evidente que a simplificação, adaptação e inovação deverão evitar os riscos e desconfortos
para o paciente, utilizando-se os fundamentos científicos.

INFECÇÕES RELACIONAD AS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE(IRAS ) / INFECÇÃO HOSPITALAR

As infecções relacionadas à assistência à saúde(IRAS), mais comumente denominadas


infecções hospitalares constituem hoje um grave problema de saúde pública no país. Será o sintoma
mais evidente da inadequação do sistema de saúde ?, sinônimo de erro médico ?, colocando a
responsabilidade de sua ocorrência sobre o profissional de saúde ou na institui ção prestadora de
assistência? Evidentemente, o profissional de saúde ou o hospital não contamina voluntariamente
seus pacientes, mas a inobservância de princípios básicos do controle das infecções hospitalares
pode ter conseqüências drást icas. Assim, é importante ter profissionais conscientes,
trabalhando em equipe, respeitando cada um dentro de suas funções, atualizando -se com
freqüência e com capacidade de auto avaliarem -se.
Infecções relacionadas à assistência à saúd e(IRAS), são definidas como qualquer infecção
adquirida no hospital ou em qualquer outra instituição de assistência à saúde, que não estavam
presentes ou em incubação quando da admissão do paciente. Esse termo inclui as infecções
adquiridas após a internação do paciente e que se manifesta m durante a internação ou mesmo após
a alta, quando puder ser relacionada com a internação, ou procedimentos hospitalares. Também
abrange as infecções relacionadas a procedimentos realizados ambulatoriamente, durante cuidad os
domiciliares e as infecções ocupacionais adquridas pelos profissionais de saúde.
Essas infecções podem ser provocadas por deficiências na assistência ao doente, condições
próprias do paciente ou falhas no processo de limpeza, desinfecção e esterilização de artigos odonto-
médico-hospitalares, preparo de medicações parenterais, execução de procedimentos invasivos, uso
irracional de antimicrobianos e até na ausência de um gesto simples que é a higienização correta das
mãos do profissional de saúde.
Usa-se como critérios gerais:

1. Quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária for isolado um germe
diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser
considerado como hospitalar.

2. Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica


e/ou dado laboratorial de infecção no momento da admissão, considera -se infecção hospitalar toda
manifestação clínica de infecção que se apresentar 72 horas após a admissão.
Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes de se
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 53

completar 72 horas da internação, quando associadas a procedimentos invasivos diagnósticos


e/ou terapêuticos, realizados previamente.

3. As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma


transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 horas.

A infecção é a mais freqüente e grave complicação que acomete pacientes hospitalizados.


Eleva os custos e se constitui em i mportante causa de morte durante a hospitalização.
A Lei Federal 9.431 de 06/01/97 instituiu a obrigatoriedade da existência da Comissão
de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um Programa de Contro le de Infecções
Hospitalares (PCIH), definido como um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e
sistematicamente, tendo como objetivo a redução máxima possível da incidência e gravidade
das infecções nosocomiais. Em 13/05/98 , o Ministério da Saúde editou a Portaria 2.616/98, com
diretrizes e normas para a execução destas ações, adequando -as à nova legislação.
Atualmente, a grande maioria das infecções relacionadas à assistência à saúde(IRAS), é
causada por um desequilíbrio da relação existente entre a microbiota humana normal e os
mecanismos de defesa do hospedeiro. Isto pode ocorrer devido à própria patologia de base do
paciente, procedimentos invasivos e alterações da população microbiana, geralmente induzida pelo
uso de antibióticos. Por serem doenças transmissíveis, as infecções infecções relacionadas à
assistência à saúde(IRAS) apresentam uma cadeia epidemiológica que pode ser definida a partir de
seus seis elos: agente infectante; reservatórios ou fontes; vias de eliminação; transmissão;
penetração; e hospedeiro sus ceptível.
Virtualmente qualquer infecção pode ser contraída no ambiente hospitalar, mas os germes
que predominam nas infecções nosocomiais raramente causam infecções em outras situações.
Eles apresentam baixa virulência, mas em decorrência d o seu inóculo e da queda de resistência do
hospedeiro, o processo infecioso d esenvolve-se. Geralmente estes agente fazem parte da microbiota
humana normal. As bactérias predominam na notificação das infecções hospitalares, principalmente
as aeróbicas.
A prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde(IRAS) deve ser feita por todos
os profissionais, e à Comissão de Controle de Infecção hospitalar (CCIH) compete divulgar e
controlar as medidas para minimizar o problema.
Muitas medidas para con trole das infecções relacionadas à assistência à saúde(IRAS), estão
relacionadas com cuidados simples, como a limpeza das mãos. A enfermagem tem papel primordial
no combate desse problema que atinge grande número de pacientes hospitalizados.

CUIDADOS PESSOAIS

A forma como nos apresentamos (física e emocionalmente) é importante no


aspecto higiênico, relacionamento pessoal e profilaxia de doenças.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 54

Instruções gerais
Cuidar para que as unhas estejam sempre aparadas e limpas. Se necessário, limpá -las com
escova. Quando compridas, podem furar as luvas ou dificultar os movimentos, bem como
acomodar resíduos.
Evitar uso de anéis e pulseiras, possíveis fontes de microrganismos e causas de
traumatismos no paciente.
Os cabelos, quando compridos, mantê -los presos.
Manter o uniforme sempre limpo, evitando seu uso fora do ambiente hospitalar. Não se deve
utilizar o jaleco em áreas não contaminadas. Ex:cantinas, refeitório, biblioteca, via pública.
Utilizar, preferencialmente, calças compridas.
Usar calçados limpos, f echados e laváveis (preferencialmente de couro).
O uso de maquiagem facilita a aderência de agentes infecciosos. A maquiagem pode ser
usada, mas sem excesso.
Fazer o trabalho sempre com a máxima atenção, para evitar acidentes.
Evitar levar as mãos ao rosto e cabelos, durante a execução do trabalho, principalmente nos
olhos.
Lavar as mãos com técnica asséptica correta, antes e após cada procedimento de
enfermagem. Lembrar sempre de utilizar papel toalha para fechar a torneira.
Seguir as precauções gerais e e speciais, quando recomendadas.
Usar luvas, caso a atividade envolva contato potencial com sangue, líquidos corporais, pele
ou mucosas lesadas do paciente. Tirar sempre as luvas quando atarefa estiver concluída.
O profissional que trabalha no ambiente hospi talar, pela exposição freqüente ao agente
infeccioso, necessita manter o calendário vacinal atualizado, principalmente contra a
tuberculose, hepatite B e tétano.
Retirar luvas sempre que for manusear artigos não -contaminados como: abrir portas, atender
telefones, acionar interruptores, bem como superfícies de ambiente, e antes de atender outro
paciente, evitando a transferência de microrganismos para outros pacientes e ambientes.
Agulhas, escalpes, lâminas de bisturi e outros instrumentos cortantes ou ponti agudos
merecem cuidados especiais para prevenir acidentes. Descartar materiais perfurocortantes
em recipientes de paredes rígidas e em quantidade que permita seu fechamento adequado,
para evitar acidentes /infecção com as pessoas que irão manuseá -los.
As agulhas, após serem utilizadas, não devem ser removidas da seringa, entortadas,
quebradas ou reencapadas. Os materiais perfurocortantes reutilizáveis devem ser
transportados em recipientes resistentes à perfuração até a área de reprocessamento de
materiais.

Recomendações específicas devem ser seguidas durante a realização de procedimentos que


envolvam a manipulação de material pérfuro -cortante:

 Máxima atenção durante a realização dos procedimentos;


Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 55

 Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realizaç ão de procedimentos que envolvam
materiais pérfuro-cortantes;
 As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com
as mãos;
 Não utilizar agulhas para fixar papéis;
 Todo material pérfuro-cortante (agulhas, scalp, lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros),
mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com
tampa;
 Os recipientes específicos para descarte de material não devem ser preenchidos acima do
limite de 2/3 de sua capacidade total, e devem ser colocados sempre próximos do local onde
é realizado o procedimento.

PRECAUÇÕES GERAIS

Em geral, profissionais de saúde prestam


assistência aos pacientes sem conhecer a história
clínica pregressa ou atual, ou os resultados dos exames
laboratoriais. É perigoso confiar nas impressões
subjetivas de quando é necessário ou não seguir as
precauções. Isso significa que, todos os profissionais de
saúde, precisam seguir as precauções padronizadas
com todos os pacientes com os quais tiverem contato.
Precauções Universais, atualmente denominadas Precauções Básicas, são medidas de
prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes, na manipulação
de sangue, secreções e excreções, e contato com mucosas e pele não-íntegra.
Essas medidas incluem a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.), com a
finalidade de reduzir a exposição do profissional a sangue ou fluidos corpóreos, e os cuidados
específicos recomendados para manipulação e descarte de materiais pérfuro-cortantes,
contaminados por material orgânico.
Têm por objetivo evitar a transmissão de infecções (conhecidas ou não) do pacien te para o
profissional de saúde e r eduzir o risco de transm issão de microrganismos a partir das fontes
conhecidas e desconhecidas.
As precauções padronizadas aplicam -se ao contato com sangue; todos os líquidos corporais
(com exceção do suor), contenham ou não sangue visível; pele e mucosas lesadas. As precauções
são as seguintes:
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 56

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Locais onde a sujeira se acumula:

As mãos são as principais vias de transmissão de infecção hospitalar e


sua adequada lavagem é fundamental para o seu controle.
Atualmente, programas que enfocam a segurança no cuidado do
paciente nos serviços de saúde tratam como prioridade o tema higienização das
mãos, a exemplo da “Aliança Mundial para Segurança do Paciente”,
iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), firmada com vários
países, desde 2004. Embora a higienização das mãos seja a medida mais importante e reconhe cida
há muitos anos na prevenção e controle das infecções nos serviços de saúde, colocá -la em prática
consiste em uma tarefa complexa e difícil.
A legislação brasileira, por meio da Portaria n. 2.616, de 12 de maio de 199 8, e da RDC n. 50,
de 21 de fevereiro 2002, estabelece, respectivamente, as ações mínimas a serem desenvolvidas com
vistas à redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde e as normas e
projetos físicos de estabelecimentos assistenc iais de saúde.
Esses instrumentos normativos reforçam o papel da higienização das mãos como ação mais
importante na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde. Entretanto, apesar das
diversas evidências científicas e das disposições legais, no ta-se que grande parte dos profissionais
de saúde ainda não segue a recomendação de Semmelweis em suas práticas diárias.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), por mei o da Aliança Mundial para a Se gurança do
Paciente, também tem dedicado esforços na elabora ção de diretrizes e estratégias de implantação de
medidas visando à adesão à prática de higienização das mãos.
A equipe de saúde, ao iniciar suas atividades em áreas críticas, deve retirar todos os seus
adornos (anéis, pulseiras, relógios: são locais onde os germes se escondem) e lavar as mãos até o
cotovelo, com sabão degermante por 3 -5 minutos.
Em unidade de alto risco, há necessidade de se remover a flora (composta por
microrganismos que vivem e se multiplicam nas camadas da pele, glândulas sebáceas, f olículos
pilosos, feridas e trajetos fistulosos), por isso o uso de anti -sépticos. Nas demais unidades basta o
uso de água e sabão. A lavagem das mãos deve ser cuidadosa e visa remover a flora normal e
transitória.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 57

O QUE É HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS?

É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das
infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi
substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. O termo
engloba a higienização simples, a higienização anti -séptica, a fricção anti-séptica e a anti-sepsia
cirúrgica das mãos, que serão abordadas mais adiante.

POR QUE FAZER?

As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a


assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos
microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto
(pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados.
A pele das mãos alberga, principalmente, duas populações de microrganismos: os
pertencentes à microbiota residente e à microbiota transitória. A microbiota residente é constituída por
microrganismos de baixa virulência, como es tafilococos, corinebactérias e micrococos, pouco
associados às infecções veiculadas pelas mãos. É mais difícil de ser removida pela higienização das
mãos com água e sabão, uma vez que coloniza as camadas mais internas da pele.
A microbiota transitória colo niza a camada mais superficial da pele, o que permite sua
remoção mecânica pela higienização das mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais
facilidade quando se utiliza uma solução anti -séptica. É representada, tipicamente, pelas bactérias
Gram-negativas, como enterobactérias (Ex: Escherichia coli), bactérias não fermentadoras (Ex:
Pseudomonas aeruginosa), além de fungos e vírus.
Os patógenos hospitalares mais relevantes são: Staphylococcus aureus, Staphylococ - cus
epidermidis, Enterococcus spp., Pseud omonas aeruginosa, Klebsiella spp., Enterobacter spp. e
leveduras do gênero Candida. As infecções relacionadas à assistência à saúde geralmente são
causadas por diversos microrganismos resistentes aos antimicrobianos, tais como S. aureus e S.
epidermidis, resistentes a oxacilina/meticilina; Enterococcus spp., resistentes a vancomicina;
Enterobacteriaceae, resistentes a cefalosporinas de 3ª geração e Pseudomonas aeruginosa,
resistentes a carbapenêmicos.
As taxas de infecções e resistência microbiana aos ant imicrobianos são maiores em
Unidades de Terapia Intensiva (UTI), devido a vários fatores: maior volume de trabalho, presença de
pacientes graves, tempo de internação prolongado, maior quantidade de procedimentos invasivos e
maior uso de antimicrobianos.

PARA QUE HIGIENIZAR AS MÃOS?

A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades:


Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da microbiota da pele,
interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 58

Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.

QUEM DEVE HIGIENIZAR AS MÃOS?

Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que
mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulaçã o de medicamentos,
alimentos e material estéril ou contaminado.

COMO FAZER? QUANDO FAZER?

As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas
utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti -séptico.
A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo:

USO DE ÁGUA E SABÃO

Indicação:

Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos
corporais.
Ao iniciar o turno de trabalho.
Após ir ao banheiro.
Antes e depois das refeições
Antes de preparo de alimentos.
Antes de preparo e manipulação de medicamentos.
Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica.

USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA

Indicação:
Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando es tas não estiverem visivelmente sujas,
em todas as situações descritas a seguir:
Antes de contato com o paciente
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do
profissional de saúde.
Exemplos: exames físicos (d eterminação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal);
contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e
conforto.
Após contato com o paciente
Objetivo: proteção do profissional e das superf ícies e objetos imediatamente próxi mos ao paciente,
evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 59

Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos


Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de mic rorganismos oriundos das mãos do
profissional de saúde.
Exemplos: contato com membranas mucosas (ad ministração de medicamentos pe las vias oftálmica e
nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos
invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal).
Antes de calçar luvas para inserção de dis positivos invasivos que não re queiram preparo
cirúrgico
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do
profissional de saúde.
Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos.
Após risco de exposição a fluidos corporais
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente,
evitando a transmissão de microrganis mos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos de uma determinada área
para outras áreas de seu corpo.
Exemplo: troca de fraldas e subseqüente manipulação de cateter intravascular.
Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com freqüência na rotina profissional.
Devem-se planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na seqüên cia: sítio menos
contaminado para o mais contaminado.
Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi mos ao paciente,
evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste
da velocidade de infusão de solução endovenosa.
Antes e após remoção de luvas
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi mos ao paciente,
evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e a judam a reduzir a
transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que
o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos.
Outros procedimentos
Exemplos: manipulação de invólucros de material estéril .

USO DE ANTI-SÉPTICOS

Estes produtos associam detergentes com anti -sépticos e se destinam à higienização anti -
séptica das mãos e degermação da pele.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 60

Indicação:

Higienização anti-séptica das mãos


• Nos casos de precaução de contato recom endados para pacientes portadores de microrganismos
multirresistentes.
• Nos casos de surtos.
Degermação da pele
• No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe
cirúrgica).
• Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter intravascular
central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias
e outros.
As técnicas de higienização das mãos podem variar,dependendo do objetivo ao qual se
destinam. Podem ser divididas em:
Higienização simples das mãos.
Higienização anti-séptica das mãos.
Fricção de anti-séptico nas mãos.
Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré -operatório das mãos.
Para que a lavagem das mãos seja eficaz, faz -se necessário utilizar uma técni ca apropriada
para a remoção mecânica da sujidade, suor, células descamativas e microrganismos transitórios em
todas as partes das mãos: palma, dorso, espaços interdigitais, unhas e punhos.
A eficácia da higienização das mãos depende da dura ção e da técnica empregada.

HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS

Objetivos:

Eliminar o grande número de microrganismos das mãos, removendo sujidade.


Prevenir infecções.
evitar a propagação de doenças
Obter conforto.
eliminar substâncias tóxicas e medicamentosas
proteger-se contra as agressões do meio

Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

Material

Sabão. Usar, preferencialmente, sabão líquido, pois o sabão em barra facilmente torna -se
meio de contaminação.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 61

Papel-toalha
Nos serviços de saúde, recomenda -se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor
risco de contaminação do produto. Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n. 481, de
23 de setembro de 1999.
Recomenda-se que o sabão seja agradável ao uso, possua fragrância leve e não resseque a
pele. A adição de emolientes à sua formulação pode evitar resseca mentos e dermatites.

Quando lavar as mãos:

Ao iniciar e terminar o turno de trabalho.


Após qualquer trabalho de limpeza.
Antes e após o uso de banheiro.
Após assoar o nariz.
Com presença de sujeira visível nas mãos.
Sempre que manusear medicamentos ou alimentos.
Antes do preparo de material para técnicas de enfermagem.
Entre contatos com pacientes, evitando a transferência de microrganismos para outros
pacientes e ambientes;
Entre procedimentos com o mesmo paciente para prevenir contaminação cruzada por
diferentes partes do corpo;
Após contato com sangue, secreções corporais, excreções e artigos contaminados, tendo
usado ou não luvas;
Após a retirada de luvas.
Entre os cuidados simples ao invéz da la vagem das mãos pode-se usar apenas o álcool
glicerinado friccionando por 30 segundos até secar.

Método:

Abrir a torneira e molhar as mãos, sem encostar na pia;


ensaboar as mãos, friccionando -as por,
aproximadamente, 30 segundos;
1. friccionar palma contra palma; (PALMA)
2. palma de uma mão contra dorso da outra, com os
dedos entremeados; (DORSO)
3. palma contra palma, friccionando a região interdigital
com os dedos entremeados; ( ESPAÇOS
INTERDIGITAIS)
4. dedos semifechados em gancho de uma mão contra
a outra mão; (ARTICULAÇÕES)
5. movimento circular do dedo polegar de ambas as
mãos; (POLEGAR)
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 62

6. movimento circular para frente e para traz com os dedos fechados de uma mão sobre a
palma da outra mão. (UNHAS E EXTREMIDADES DOS DEDOS)
Cinco fricções de cada tipo são suficientes para remover mecanicamente os microrganismos.
lavar os punhos de uma mão com o auxílio da outra; (PUNHOS)
enxaguar as mãos retirando totalmente o resíduo de sabão, com os dedos voltados para
cima para que a água escorra das mãos para os punhos, evitando-se que o sabão e a
água, já sujos, retornem às áreas já limpas.
fechar a torneira usando o papel toalha. Se não houver
papel-toalha, após a retirada do sabão das mãos, jogar
água na torneira, com as mãos em conchas, e fechá -la.

Utizar papel toalha e secar iniciando pelas mãos e seguindo pelos


punhos. Não é recomendado utilizar secadores a ar quente em ambiente
hospitalar, pois, além de ruidosos, elevam sujeira do chão.

HIGIENIZAÇÃO ANTI-SÉPTIC A DAS MÃOS

Finalidade

Promover a remoção de sujidades e de micr organismos, reduzindo a carga microbiana das


mãos, com auxílio de um anti -séptico.

Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

Método

A técnica de higienização anti -séptica é igual àquela utilizada para higienizaçã o simples
das mãos, substituindo-se o sabão por um anti-séptico. Exemplo: anti-séptico degermante.

FRICÇÃO ANTI-SÉPTIC A DAS MÃOS (COM PREPARAÇõES AlCOólIC AS)

Finalidade

Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel
alcoólico a 70% ou de solução alcoólica a 70% com 1 -3% de glicerina pode substituir a higienização
com água e sabão quando as mãos não estiverem visivel mente sujas.

Duração do Procedimento: 20 a 30 segundos.


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ANTI-SEPSIA CIRÚRGIC A OU PREPARO PRÉ -OPERATóRIO DAS MÃOS

Finalidade

Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de


proporcionar efeito residual na pele do profissional.
As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias e
descartáveis, impregnadas ou não com anti -séptico e de uso exclusivo em leito un gueal e
subungueal.
Para este procedimento, recomenda -se:
Anti-sepsia cirúrgica das mãos e antebraços com anti -séptico degermante.

Duração do Procedimento: de 3 a 5 minutos para a primeira cirurgia e de 2 a 3 minutos para as


cirurgias subseqüentes (sempre seguir o tempo de duração reco mendado pelo fabricante).
A higienização das mãos é uma metodologia crucial no controlo da infecção hospitalar,
incluindo as do próprio doente. As va ntagens são imensas, para os doentes, para o pessoal de
saúde, para a Instituição e para a sociedade. Por isso, cabe a cada profissional observar
rigorosamente esta medida, tomando consciência da responsabilidade que lhe compete nesta
pedagogia contra a infecção hospitalar. Tornar os ambientes hospitalares mais seguros é um
imperativo de todos os profissionais de saúde, assegurando que os cuidados de saúde que
prestamos aos doentes estão em boas mãos.

AGENTES ANTI-SÉPTICOS

São substâncias aplicadas à pele p ara reduzir o número de agentes da microbio - ta transitória
e residente.

Entre os principais anti-sépticos utilizados para a higienização das mãos, desta cam-se:
Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan.

Sempre que houver paciente (ac amado ou não), examinado, manipulado, tocado, medicado
ou tratado, é obrigatória a provisão de recursos para a higienização das mãos (por meio de lavatórios
ou pias) para uso da equipe de assistência. Nos locais de manuseio de insu mos, amostras,
medicamentos, alimentos, também é obrigatór ia a instalação de lavatórios/ pias.

Os lavatórios ou pias devem possuir torneiras ou co mandos que dispensem o contato das
mãos quando do fechamento da água. Deve ainda existir provisão de sabão líquido, além de
recursos para secagem das mãos. No lavabo cirú rgico, o acionamento e o fecha mento devem
ocorrer com cotovelo, pé, joelho ou cé lula fotoelétrica.

Para os ambientes que executem procedimentos invasivos, cuidados a pacientes críticos ou


que a equipe de assistência t enha contato direto com feridas, deve existir, além do sabão já citado,
provisão de anti-séptico junto às torneiras de higienização das mãos.
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) incluem itens usados pa ra proteger-se de


substâncias perigosas, seja por absorção, por inalação ou por contato físico. Os EPI incluem:
Protetores ou máscaras faciais e óculos protetores – Usar
máscaras e protetores oculares a fim de proteger as mucosas
dos olhos, nariz e boca, durante procedimentos que possam
apresentar respingos de sangue, ou outros fluidos corporais,
secreções e excreções.
Roupas protetoras, tais como aventais frontais, sobretudos,
jalecos de laboratório, avental emborrachado e calçado – Usar
avental (limpo e não esterilizado) a fim de proteger a pele e
seu vestuário, durante procedimentos que possam apresentar
respingos de sangue, ou outros fluidos corporais, secreções e
excreções; escolher um avental adequado à rotina e
quantidade de fluido: no caso de contat o com grandes
quantidades de sangue ou fluidos corporais, o avental deve ter mangas longas e ser
impermeável; remover o avental após o uso, e lavar as mãos, evitando a transferência de
microrganismos para outros pacientes ou ambientes.
Dispositivos respiratórios, como máscaras cirúrgicas, respiradores de partículas N95,
respiradores dotados de filtros de partículas de alfa eficiência (HEPA) e respiradores com
sistema mecânico de adução do ar (PAPR) – são usados para proteger o trabalhador da
inalação de agentes transmitidos pelo ar, que podem ser nocivos
Campos e barreiras protetores, tais como capas para cabos e puxadores e campos de
proteção contra esguichos.
Luvas apropriadas à tarefa – Usar luvas de procedimento (limpas e não esterilizadas), no
contato com sangue, secreções corporais, excreções e artigos contaminados, bem como ao
tocar nas mucosas e pele não íntegra.

USO DE LUVAS ESTERILIZADAS E DE PROCEDIMENTO


Uma das barreiras utilizadas para o controle da disseminação de microrganismos no
ambiente hospitalar são as luvas, esterilizadas ou não, indicadas para proteger de contaminação
tanto o paciente como o profissional.
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Luvas esterelizadas: Denominadas luvas cirúrgicas, são indicadas


para realização de procedimentos invasivos e que necessitam de
técnica asséptica ou manipulação de material estéril – cirurgias,
suturas, curativos, cateterismo vesical, etc.

Luvas de procedimento: São limpas, não-estéreis. Utilizadas para proteger o profissional durante a
manipulação de material e superfícies contaminad as, ou durante a execução de procedimentros com
risco de exposição a sangue, flúidos corpóreos e secreções. Nenhum cuidado para calçá -las, porém
devem ser removidas como a luva estéril para evitar que o profissional se contamine.

Método:
Antes de qualquer coisa é necessário escolher
a numeração adequada ao tamanho das mãos, para
que a luva ajuste-se adequadamente. Abrir o pacote,
voltando os punhos das luvas em sua direção. Tocar
somente a área externa do pacote, mantendo estéreis
as luvas e a parte interna do pacote.
1. segurar a luva esquerda com a mão direita
pela dobra do punho, pois é a parte que irá se
aderir a pele ao calçá-la. Tocar com a mão
não-enluvada apenas na dobra do punho,
desta forma sua parte externa se mantém
estéril. Em todas as manobras deve-se evitar
tocar as partes fora do punho.
2. calçá-la na mão esquerda:
3. com a mão esquerda enluvada, introduzir os 4
dedos, sem o polegar, sobre a dobra do punho da luva direita e calçá -la, ajustando-a pela
parte externa.
4. introduzir os dedos da mão dire ita na dobra do punho da mão esquerda e puxá -la até cobrir o
punho.
5. após ambas as luvas calçadas, ajustá -las nas mãos.
Após o uso as luvas tornam -se contaminadas.

6. descalçar as luvas sem deixar que a parte


externa entre em contato com a pele.
Puxar uma das luvas em direção aos
dedos, segurando-a na altura do punho
com mão enluvada.
7. Em seguida retirar a outra, segurando -a
pela parte interna do punho e puxando -a
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em direção aos dedos – elas ficarão em avesso.


8. lavar as mãos após a retirada das luvas.

RECOMENDAÇÕES:
A mão nua só deve tocar a parte interna da luva, enquanto a mão enluvada só pode tocar a
parte externa.
Se, ao calçar as luvas, os dedos entrarem trocados, só corrigir após calçar as duas luvas.
Com as mãos enluvadas, afastar -se de mobiliários e superfícies e erguer as mãos acima do
nível da cintura, afim de que não ocorra contaminação da parte externa das luvas.

CONTROLE DO MEIO AMBIENTE

Manter as superfícies limpas e desinfetadas, bem como camas,


móveis e outros materiais tocados com freqüência ;
Material ou resíduo infectante deve ser acondicionado em
recipiente apropriado, e ter coleta seletiva. .....................................
O paciente que contamina o meio ambiente, deve ser mantido em
quarto individual (doenças infecto -contagiosas/isolamento).

Isolamento e precauções

O isolamento e precaução é uma forma aplicada a todos os pacientes com transmissão de


microorganismos por aerossóis, por contato e via respiratória.
O profissional deverá manter as Precauções Padrão, a todos os pacientes c om doenças
transmissíveis, que consiste em: lavagem das mãos; o uso de luvas, máscara e óculos; cuidados no
manuseio de materiais pérfuro -cortantes e equipamentos; e quarto privativo para os pacientes com
doenças infecciosas, onde o ambiente também é cons iderado.

Tipos de isolamento e precaução

PRECAUÇÃO RESPIRATÓRIA

São indicadas para pacientes portadores de microrganismos transmitidos por gotículas de


tamanho superior a 5 microns, que podem ser geradas durante tosse, espirro, conversação ou
realização de diversos procedimentos. (Exemplo: coqueluche, difteria, streptococos pneumoiae,
neisseria meningitides e caxumba). Estas precauções consistem em:

1. Quarto privativo ou coorte de pacientes com o mesmo agente etiológico. A distância mínima
entre dois pacientes deve ser de 1 metro. A porta pode permanecer aberta;
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2. Máscara deve ser utilizada se houver aproximação ao paciente, numa distância inferior a um
metro. Por questões operacionais, as máscaras podem ser recomendadas para todas as
vezes que o profissional entrar no quarto. Devem -se incluir os visitantes e acompanhantes;
3. O transporte dos pacientes deve ser limitado ao mínimo indispensável e, quando for
necessário, o paciente deve usar máscara.

PRECAUÇÕES COM AEROSSÓIS

São indicadas para pacientes com s uspeita ou infecção comprovada por microrganismos
transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho < 5 microns) que ficam suspensos no ar e que
podem ser dispersos a longas distâncias. (Exemplo: varicela, sarampo, tuberculose). Consistem em:

1. Quarto privativo (ou coorte, que deve ser evitada) que possua pressão de ar negativa em
relação às áreas vizinhas; um mínimo de 06 trocas de ar por hora; e, cuidados com o ar que é
retirado do quarto (filtragem com filtros HEPA) antes da recirculação em outras áreas do
hospital. As portas devem ser mantidas fechadas;
2. Proteção respiratória com máscara que possua capacidade adequada de filtração e boa
vedação lateral, máscara nº 95. Indivíduos suscetíveis a sarampo e varicela não devem
entrar no quarto de pacientes com suspeita ou portadores destas infecções;
3. O transporte dos pacientes deve ser limitado, mas se for necessário eles devem usar
máscara (a máscara cirúrgica é suficiente).

PRECAUÇÕES DE CONTATO

Estão são indicadas para pacientes com infecção ou colonizaçã o por microrganismos com
importância epidemiológica e que são transmitidos por contato direto (pele -a-pele) ou indireto (contato
com itens ambientais ou itens de uso do paciente). (Exemplo: infecções gastrintestinais, respiratória,
pele e ferida colonizada, entéricas e grandes abscessos). Consistem em:

1. Quarto privativo ou coorte, quando os pacientes estiverem acometidos pela mesma doença
transmissível. Os recém-nascidos podem ser mantidos em incubadora. Crianças e outros
pacientes, que não deambulam, não requerem quarto privativo, desde que as camas tenham
um afastamento maior do que 1metro entre elas;
2. Uso de luvas quando entrar no quarto do paciente. Após o contato com material que
contenha grande concentração de microrganismos (por exemplo: sangue, fezes e secreções),
as luvas devem ser trocadas e as mãos lavadas. Após a lavagem das mãos, deve -se evitar o
contato com superfícies ambientais potencialmente contaminadas;
3. Uso de avental limpo, não estéril, quando entrar no quarto, se for previsto contato com o
paciente que possa estar significativamente contaminando o ambiente (diarréia,
incontinência, incapacidade de higienização, colostomia, ileostomia, ferida com secreção
abundante ou não contida por curativo). O avental deve ser retirado antes da saída do quarto,
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 68

e deve-se evitar o contato das roupas com superfícies ambientais potencialmente


contaminadas;
4. O transporte de pacientes para fora do quarto deve ser reduzido ao mínimo. As precauções
devem ser mantidas durante o transporte;
5. Os itens que o paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser submetidas à
limpeza diária;
6. Equipamentos de cuidado com os pacientes e materiais como estetoscópio,
esfigmomanômetro ou cômoda ao lado do paciente, sempre que possível, devem ser usados
somente por um único paciente. Se não for possível, a desinfecção deste material é
recomendada entre o uso em um e outro paciente.

CUMPRIR E FAZER CUMPRIR AS NORMAS DA CCIH É OBRIGAÇÃO DE TODOS OS


QUE TRABALHAM NO HOSPITAL.

HIGIENE DO AMBIENTE

ORDEM E LIMPEZA
Uma das funções da Enfermagem consiste na manutenção de um ambiente isento de
patógenos para o paciente.Para tanto, temos a higiene da equipe, através dos cuidados pessoais e
das precauções gerais,; higiene do paciente; e a higiene do ambiente.
Limpeza é a eliminação de todo material estranho (resíduos, material orgânico, poeira), com
água, detergente e ação mecânica. A limpeza antecede os procedimentos de desinfecção e
esterilização. A limpeza é de grande importância no controle das infecções hospitalares.
Organizar e manter organizado, colocando os materiais em seus respectivos lugares é
essencial para eficiência do trabalho.
Embora a limpeza não seja atribuição da enfermagem, pela sua importância na qualidade da
assistência, sua manutenção deve ser controlada e exigida por todos os profissionais, portanto, a
enfermagem deve participar ativamente da ordem e limpeza, quer atuando diretamente ou orientando
o pessoal responsável por este trabalho.

Finalidades:
Oferecer ambiente limpo, em ordem e agradável.
Evitar infecção hospitalar.
Concorrer para a economia do material.
Prevenir doenças e acidentes.
Manter os materiais em ordem.

Regras para manter a ordem dos materiais:


Remover material desnecessário da mesa -de-cabeceira.
Manter roupas e pertences do paciente em local apropriado.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 69

Manter cama, cadeira e mesa -de-cabeceira, em posição de modo a facilitar a movimentação


na unidade do paciente.

Regras para a limpeza:


Evitar excesso de sabão e escolher substâncias
químicas que não tenham efeito corrosivo ou cheiro
forte.
Lavar o material de limpeza, empregando sabão ou
hipoclorito de sódio a 1%.
Guardar material de limpeza em lugar adequado.
Executar o trabalho cuidadosamente, com economia
de trabalho e esforço.
A limpeza por fricção é a melhor maneira de remover sujei ras e microrganismos.
Proteger as mãos com luvas impermeáveis.
Qualquer que seja o método utilizado para limpeza é indispensável que todo resíduo de
matéria orgânica e/ou sujidades sejam removidos.
Os hipocloritos são desinfetantes amplamente utilizados, n o entanto, podem ser inativados na
presença de sangue ou de outra matéria orgânica, necessitando, portanto de limpeza
anterior.
Enxaguar ambudantemente.
Secar com pano limpo.
Dentro do hospital, a limpeza deve ser sempre úmida, a fim de se evitar a suspens ão das
partículas contaminadas pelo uso de vassouras ou panos secos. Para limpeza de paredes e
pisos, usar pano umedecido com água e sabão.
Os móveis têm o pó retirado com um pano úmido, evitando a distribuição de microorganismos
através de correntes de ar empoeiradas.
As soluções utilizadas para lavagem dos pisos são freqüentemente descartadas em vasos
sanitários ou locais em que a água passa a ser logo embora;
Elementos limpos jamais são colocados no chão.
Ao molhar pisos é importante colocar placa de av iso para evitar quedas.

ACONDICIONAMENTO DE LIXO

Existem várias práticas de assepsia médicas utilizadas nos hospitais que confinam e contém
reservatórios de microorganismos, especialmente aqueles presentes em equipamentos e suprimentos
sujos. Elas incluem o uso de salas especiais e vários recipientes para colocação do material que será
descartado.
Salas para o lixo: Há, em geral, pelo menos 2 salas para a colocação do lixo em cada
unidade de enfermagem; uma delas é considerada limpa e a outra, suja. É f undamental que
os profissionais de Enfermagem evitem colocar materiais sujos nas sala utilitária limpa.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 70

Na sala suja costuma conter recipientes cobertos para o lixo, pelo menos um cesto de roupa
grande coberto e um depósito alimentador que possa ser enxa guado. Nessa sala, também pode ser
alojado o equipamento para teste de fezes e urina. Pode haver uma pia para abrigar itens sujos,
usada para limpar equipamentos bastante contaminados, além de oferecer uma oportunidade para
lavagem das mãos.
Recipientes para o lixo: Deve-se pesquisar uma variedade de medidas utilizadas para conter
temporariamente itens sujos até que eles possam ser permanentemente descartados. Por
exemplo: a maioria dos pacientes possui um cesto para papéis junto à cabeceira da cama
que abriga itens que possam ser queimados. Essas cestas de lixo costumam ter um forro
plástico.
Recipientes de sucção e de drenagem são mantidos cobertos, sendo esvaziados pelo menos
uma vez a cada turno. Além disso, atualmente, a maior parte dos quartos para pa cientes
possui um recipiente preso a parede, resistente a perfurações, no qual são colocadas agulhas
ou outros objetos cortantes que foram utilizados.

Cuidado com os Resíduos

O destino dos resíduos merece atenção especial, não só por se constituir fonte de infecção,
mas também pela possibilidade de reciclagem.
► Baseado na ABNT (NT 128058). Os resíduos devem ser divididos em:
 Resíduos Infectantes: acondicionar em saco branco leitoso, identificado com símbolo de
lixo infectante (gazes, drenos, sodas, pêlos, esparadrapo ou qualquer material
contaminado com matéria orgânica);
 Resíduos Comuns: acondicionar em saco plástico comum, preferencialmente de cor
cinza (restos alimentares, cabelos, frascos plásticos de soro);
 Resíduo que não é resíduo hospitalar: acondicionar em saco plástico comum,
preferencialmente de cor v erde (copos descartáveis, fita de máquina, lâmpadas, flores);
 Resíduo Tóxico: só poderá ser desprezado seguindo normas específicas (pilhas e
material radioativo).

TERMINOLOGIA

 Assepsia: termo que denomina as práticas que reduzem ou eliminamos agentes infe cciosos,
seus reservatórios, e ou veículos transmissores de infecção.
 Anti-sepsia: é a destruição de microorganismos existentes nas camadas superficiais ou
profundas da pele, mediante a aplicação de um agente germicida de baixa causticidade,
hipoalergênico, passível de ser aplicado em tecido vivo.
 Desinfecção: é o processo de destruição de microorganismos patogênicos em forma
vegetativa, existentes em superfícies inertes, mediante a aplicação de agentes químicos e
físicos.
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 Esterilização: é o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactéria,


fungos, vírus e esporos) mediante aplicação de agentes físicos e químicos.
 Degermação: é a remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele.
 Contaminação: presença de micróbios vivos. Deposit ar matérias que contenham organismos
patogênicos.

APRESENTAÇÃO DOS MATERIAIS:

☻ Esterilizado: Material que passou por um processo químico ou físico de esterilização para
destruição total de todos os microorganismos presentes em sua superfície.

☻ Limpo: Material que sofreu apenas uma simples remoção mecânica da sujidade e dos
microorganismos presentes em sua superfície.

☻ Contaminado: Material que apresenta depositado em sua superfície, microorganismos


patogênicos, inviabilizando seu uso, necessitando de uma limpeza, para posterior esterilização.

LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA UNIDADE D O PACIENTE

A unidade do paciente é o espaço físico hospitalar onde


o paciente permanece a maior parte do tempo durante seu
período de internação, portanto, seja ambiente individualizado
(quarto) ou espaço coletivo (enfermaria), esta unidade deve
proporcionar-lhe completa segurança e bem -estar.
A técnica de lavagem e desinfecção do mobiliário e do material que compõe a unidade do
paciente, que inclui cama, colchão, mesa -de-cabeceira, travesseiro, mesa de alimentação, cadeira,
escadinha e suporte de soro, visa:
1. Remover mecanicamente o acúmulo de sujeira e/ou matéria orgânica;
2. Proporcionar conforto, segurança e bem -estar ao paciente;
3. Evitar a propagação de infecções pela diminuição dos microrganismos e sujidades existentes
no ambiente hospitalar;
4. Manter a unidade com aparência ordenada.

Existem dois tipos de limpeza da unidade do paciente. A limpeza freqüente, diária ou


concorrente e a limpeza geral ou terminal.

LIMPEZA CONCORRENTE

É a limpeza realizada diariamente juntamente com o preparo da unidade do pa ciente, para


remover poeira e sujidades acumuladas ao longo do dia em superfícies horizontais do mobiliário,
seguindo-se técnica específica e a limpeza das mobílias que a compõe.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 72

Material: Bacia com água e solução, 02 panos de limpeza, luvas de borracha o u luvas de
procedimento.

Procedimento:

1. Explicar o procedimento ao paciente;


2. Lavar as mãos;
3. Fazer a assepsia da bandeja;
4. Preparar o material;
5. Arejar o ambiente, abrir portas e janelas;
6. Calçar luvas;
7. Com um pano úmido limpar mesa de refeição;
8. Retirar os objetos da mesa-de-cabeceira, colocando-os na mesa de refeição e proceder à
limpeza;
9. Limpar o travesseiro e por sob a mesa de cabeceira;
10. Limpar a cabeceira e os pés da cama (grades);
11. Limpar parte do estrado que fica exposto;
12. Limpar parte superior e lateral do colchão;
13. Limpar a cadeira e escada;
14. Deixar a unidade em ordem;
15. Providenciar limpeza e ordem dos materiais;
16. Retirar as luvas e lavar as mãos.

Obs: Os movimentos devem ser executados num só sentido, da esquerda para direita,
evitando-se passar o pano numa superfície limpa; O uso da mecânica corporal do mais limpo para o
mais contaminado; Trocar a água com a solução sempre que estiver suja; Ensaboar e retirar com
pano úmido;Deixar exposto a luz solar e ao ar; Utilizar a solução para desinfecção da unidade de um
único paciente, ou seja, trocar a solução e lavar panos e bacia antes da desinfecção de outro leito.

Importante! - Sempre observar se não há presença de migalhas, farelos ou humildade no


leito do paciente, pois a presença deles provoca desconfo rto e úlceras por pressão. Esteja sempre
atento sobre tudo que diz respeito ao bem estar do paciente.

LIMPEZA TERMINAL

É a limpeza realizada por ocasião de alta, óbito, Transferência do paciente, antes do preparo
da cama de operado ou quinzenalmente em s ituações de permanência prolongada do paciente na
unidade.

Material: Bandeja contendo: jarra com solução desinfetante + água, 4 compressas ou panos
de limpeza, par de luvas de procedimento, Bacia, balde, jornal. Hamper
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Método:

1. Lavar as mãos;
2. Fazer a assepsia da bandeja;
3. Reunir o material na bandeja;
4. Abrir portas e janelas, colocar o hamper em direção à porta, afastar mesa -de-cabeceira,
Afastar a cama da parede deixando um espaço suficiente para a realização da limpeza;
5. Levar o material para enfermaria e c olocar sobre a mesa-de-cabeceira, o jornal no chão
próximo aos pés da cama e sobre ele o balde;
6. Retirar a fronha do travesseiro e colocá -la sobre o colchão, e o travesseiro sobre os pés da
cama;
7. Soltar os lençóis da cama a partir da lateral distal para o c entro da cama e colocá-los no
hamper, com exceção do impermeável; Encaminhar as roupas sujas para expurgo ou
lavanderia, conforme rotina do hospital;
8. Colocar a cadeira aos pés da cama
9. Calçar luvas
10. Coloca solução na 1ª compressa sobre a bacia (quando esta e ncher, desprezar conteúdo no
balde);
11. Inicia-se a limpeza na cabeceira do colchão, começando pela face lateral distal no sentido
centro-cabeceira e depois a lateral da cabeceira, em seguida proceda à limpeza da parte
superior do colchão no sentido cabeceira -centro, do lado distal para o próximo a você, após
limpa a face lateral próxima no sentido cabeceira -centro;
12. Limpa a face superior do travesseiro com este sobre a cama, depois apóia face limpa em seu
braço não dominante e limpa a outra face, colocando -o na cabeceira da cama, onde já está
limpo; Abra o impermeável sobre o colchão e limpe a parte exposta, depois o dobre e limpe a
outra face, colocando-o em seguida sobre o travesseiro;
13. Faz a limpeza da parte dos pés do colchão, limpando a lateral distal no se ntido centro-pé,
depois a lateral dos pés do lado distal para o próximo, em seguida limpa a face superior do
colchão no sentido pés-centro iniciando da parte distal para a próxima, por último limpa a face
lateral próxima a você no sentido centro -pé da cama.
14. Coloca o travesseiro nos pés da cama, vira o colchão na região da cabeceira e faz a limpeza
da face inferior do colchão no sentido cabeceira -centro, depois retira a sujeira acumulada na
região central do colchão, do lado distal para o próximo a você;
15. Com a 2ª compressa limpa o estrado da cama da região lateral da cabeceira no sentido
centro-espelho da cama e depois da lateral próxima. Limpa o espelho da cama iniciando da
parte distal para a próxima, limpa a sujeira acumulada na cabeceira do estrado (later al) e em
seguida limpa os pés da cama, sempre no sentido da parte distal para a próxima.
16. Abre o colchão e coloca o travesseiro na cabeceira da cama, e vira o colchão na parte dos
pés. Faz a limpeza seguindo a mesma técnica utilizada na região da cabeceira.
17. Com a 3ª compressa inicia -se a limpeza do estrado da cama seguindo a mesma técnica
utilizada no estrado da cabeceira.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 74

18. Levo a cadeira para a região do centro da cama e sobre ela coloco a bandeja. Com a 4ª
compressa inicia a limpeza da mesa -de-cabeceira, começando da região interna para a
externa, obedecendo o sentido da parte distal para a próxima.Limpa os pés.
19. Limpa a metade da bandeja na cadeira, coloca a metade limpa sobre a mesa -de-cabeceira e
limpa a outra metade;
20. Limpa a cadeira iniciando pela face de traz do espaldar, parte da frente, assento obedecendo
o sentido da parte distal para a próxima. Limpa os pés.
21. Limpar o suporte de soro e a escadinha;
22. Retirar as luvas, abrir o colchão, deixar a cadeira e a mesa -de-cabeceira no local adequado,
levar o material para o posto de enfermagem e lavar as mãos;
23. Colocar rótulo de identificação com data e hora da desinfecção; Deixar o leito exposto ao ar e
à luz solar;
24. Aguardar 2 horas para preparar o leito.

Obs:

Caso haja excesso de sujidade, utilizar água e sabão anteriormente; éter para
remover esparadrapos.
Não utilizar sabão e desinfetante simultaneamente;
Evitar molhar ou sujar o colchão;
Utilizar postura correta durante a execução da técnica;
Evitar desperdício de movimento;
Trocar a solução desinfetante da ba cia sempre que necessário;
Comunicar ao setor competente quando houver móveis e equipamentos danificados;
Os movimentos devem ser executados num só sentido, da esquerda para direita,
evitando-se passar o pano numa superfície limpa;
Seguir do local mais limpo para o mais contaminado;
Substituir a água sempre que necessário;

PREPARO DA CAMA DO PACIENTE

A arrumação correta da cama hospitalar é fator preponderante na recuperação do paciente. A


técnica consiste em dar conforto e segurança ao doente e manter o nível de qualidade em
organização da unidade do paciente, tornando o trabalho menos exaustivo para a equipe de
enfermagem. Tem o objetivo de fornecer o repouso confortável e sono adequado ao paciente por
meio de um leito devidamente preparado e biologicam ente seguro.
Existem quatro tipos de arrumação de cama, de acordo com as características do paciente
que vai ocupá-la: cama fechada, cama aberta, cama com paciente e cama de operado.

Fechada: É aquela que está desocupada, aguardando a chegada do paciente. Permanece


fechada até que o novo paciente a ocupe. Deve ser submetida a prévia limpeza terminal.
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Aberta: Ocupada por paciente que pode locomover -se.


Aberta com doente acamado: Ocupado pelo paciente impossibilitado de locomover -se.
Cama de operado: É preparada para receber o paciente que está em cirurgia

PREPARO DE CAMA FECHADA

Material:

1 lençol de cima ou protetor do paciente


1 lençol móvel
1 lençol de baixo ou protetor do colchão
colcha
cobertor
1 impermeável
fronha

Método:
1. Lavar as mãos e fazer a ass epsia da bandeja;
2. Colocar os lençóis na bandeja, obedecendo a ordem:
lençol de baixo ou protetor do colchão
impermeável
lençol móvel
lençol de cima ou protetor do paciente
cobertor
colcha
fronha
3. Levar o material para enfermaria e preparar o ambiente: abri r portas e janelas, colocar a
cadeira aos pés da cama, afastar mesa -de-cabeceira;
4. Colocar o travesseiro na cadeira e iniciar as dobras dos lençóis: todos os lençóis e
impermeável do lado avesso, exceto o protetor do paciente que é do lado direito. A dobra é
feita de modo que as pontas laterais do lençol fiquem para fora e a dobra é no sentido do
comprimento.
5. Colocar sobre o espaldar da cadeira as roupas de cama com as extremidades voltadas para
o chão, na ordem em que serão usadas:
fronha
colcha
cobertor
lençol de cima ou protetor do paciente
lençol móvel
impermeável
lençol de baixo ou protetor do colchão
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 76

6. Começar por um dos lados da cama. Pegar o lençol de baixo e colocá -lo no centro do
colchão (fazendo corresponder à dobra do lençol ao centro do colchão). Abra o protetor de
colchão puxando a primeira parte da cabeceira para os pés, e fazer um leque com a
segunda parte, no mesmo sentido. Ajeitar e fazer a dobra dos cantos (diagonal),
prendendo-o no colchão, iniciando pela superior e depois a inferior, poster iormente soca-se
o protetor do centro para a cabeceira e do centro para os pés, por baixo do colchão.
DIAGONAL DO COLCHÃO

PS: Para manter o lençol esticado usa -se também fazer um nó com as pontas do lençol sobre o
colchão, e a maioria dos serviços utiliza lençol com elástico.
7. colocar o impermeável no terço médio da cama, abre a primeira parte da cabeceira para os
pés, e fazer um leque com a segunda parte, no mesmo sentido. Sobre ele coloca o lençol
móvel abrindo sua primeira parte da cabeceira para os pés, e fazer um leque com a
segunda parte, no mesmo sentido. Prendendo os dois do centro para a cabeceira e do
centro para os pés, por baixo do colchão.
8. Coloca o protetor do pacient e até a altura do colchão, abre a primeira parte da cabeceira
para os pés, e fazer um leque com a segunda parte, no mesmo sentido. Sobre ele coloca o
cobertor abrindo a primeira parte e fazendo um leque com a segunda e também a colcha,
ambos até a altura dos ombros. Ajeitar e fazer a dobra dos cantos (diagonal) dos três
juntos, apenas nas diagonais dos pés; As laterais devem ficar soltas.
9. Colocar a fronha no travesseiro e deslocar -se para o lado em que a cama não está feita e
colocar o travesseiro sobre o lado da cama já arrumada;
10. Fazer o outro lado, obedecendo as técnicas já realizadas;
11. Voltar para o lado inicial, arrumar o protetor do paciente (fazer a vira), colocar o travesseiro
em pé (a abertura da fronha deve ficar no sentido oposto à entrada da enfer maria);
12. Colocar a cadeira na lateral da cama do lado oposto a entrada do paciente, posicionar a
mesa-de-cabeceira, pegar a bandeja e levar para o posto de enfermagem;
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13. organizar o material e lavar as mãos.

PREPARO DE CAMA AB ERTA

Procedimento igual ao da cama


fechada até o ponto 10.

11. Voltar para o lado inicial, arrumar o


protetor do paciente (fazer a vira),
colocar o travesseiro deitado(a abertura
da fronha deve ficar no sentido oposto
à entrada da enfermaria); O protetor do
paciente o cobertos e a col cha, no lado
de entrada do paciente, ficam com as
pontas dodradas em um lado para o
centro da cama;
12. Colocar a cadeira na lateral da cama do lado oposto a entrada do paciente, posicionar a
mesa-de-cabeceira, pegar a bandeja e levar para o posto de enfermage m;
13. organizar o material e lavar as mãos.

PREPARO DE CAMA COM PACIENTE


Deve ser feita evitando-se cansar o paciente, o qual deverá ser afastado sempre para o lado
contrário aquele em que se está trabalhando. O paciente ficará em decúbito lateral ou dorsal ,
conforme sua preferência e condições.

Finalidades:
Proporcionar conforto ao paciente pela troca de roupa;
Estimular a circulação pela mudança de posição;
Observar o aspecto geral do paciente;
Prevenir escaras;
Manter a unidade com aspecto agradável;

Método
1. Conversar com o paciente sobre o cuidado;
2. Preparar o ambiente, se necessário, colocar biombo;
3. Lavar as mão, Fazer a assepsia da bandeja;
4. Organizar o material e trazer para enfermaria;
5. Calçar as luvas;
6. Colocar sobre o espaldar da cadeira as roupas de c ama com as extremidades voltadas para
o chão, na ordem em que serão usadas:
fronha
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colcha
cobertor
lençol de cima ou protetor do paciente
lençol móvel
impermeável
lençol de baixo ou protetor do colchão
7. Soltar as extremidades dos lençóis e as laterais que e stão presas ao colchão;
8. Retire o excesso de lençol do paciente, deixando -o apenas com o necessário;
9. Vire o paciente para o lado oposto à cadeira com as roupas de cama;
10. Enrrolar o lençol móvel, o impermeável e o lençol de baixo separadamente até o meio da
cama, sob o corpo do paciente;
11. Estender as roupas limpas na metade exposta da cama seguindo a mesma seqüência
realizada na cama fechada; O lençol protetor do paciente, o cobertor e a colcha não são
colocados, somente depois que o outro lado da cama for feit o;
12. Vire o paciente para o lado limpo;
13. Retirar o lençol de cima do paciente enquanto o cobre com o limpo; Colocar o cobertor e a
colcha sobre o protetor do paciente;
14. Retirar as roupas sujas e colocá -las no Hamper;
15. Completar a arrumação da cama do outro lado ;
16. Fazer a prega nos pés do paciente para que ele possa movimentá -los, e finalizar compondo o
canto com os três lençóis: protetor do paciente, cobertor e colcha;
17. Faz a dobra do protetor do paciente na altura dos ombros;
18. Trocar a fronha;
19. Colocar a cadeira na lateral da cama do lado oposto a entrada do paciente, posicionar a
mesa-de-cabeceira, pegar a bandeja e levar para o posto de enfermagem;
20. Organizar o material e lavar as mãos.

PREPARO DE CAMA DE OPERADO

Finalidades:

Proporcionar conforto ao paciente pela troca de roupa;


Facilitar a colocação do paciente no leito;
Prevenir infecção;

Material: O mesmo utilizado para cama fechada, acrescido de + 1 impermeável (forro de cabeceira).

Método:
1. Lavar as mãos e fazer a assepsia da bandeja;
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2. Colocar os lençóis na bandeja, obedecendo a ordem:


lençol de baixo ou protetor do colchão
impermeáveis
lençóis móveis
lençol de cima ou protetor do paciente
cobertor
colcha
fronha
3. Levar o material para enfermaria e preparar o ambiente: fechar portas e janelas, colocar a
cadeira aos pés da cama, afastar mesa -de-cabeceira, colocar biombos;
4. Colocar o travesseiro na cadeira e iniciar as dobras dos lençóis: todos os lençóis e
impermeáveis do lado avesso, exceto o protetor do paciente que é do lado direito. A dobra é
feita de modo que as pontas laterais do lençol fiquem para fora e a dobra é no sentido do
comprimento.
5. Colocar sobre o espaldar da cadeira as roupas de cama com as extremidades voltadas para
o chão, na ordem em que serão usadas:
fronha
colcha
cobertor
lençol de cima ou protetor do paciente
lençóis móveis
impermeáveis
lençol de baixo ou protetor do colchão
2. Começar por um dos lados da cama. Pegar o lençol de baixo e colocá -lo no centro do
colchão (fazendo corresponder à dobra do lençol ao centro do colchão). Abra o protet or de
colchão puxando a primeira parte da cabeceira para os pés, e fazer um leque com a segunda
parte, no mesmo sentido. Ajeitar e fazer a dobra dos cantos (diagonal), prendendo -o no
colchão, iniciando pela superior e depois a inferior, posteriormente soca -se o protetor do
centro para a cabeceira e do centro para os pés, por baixo do colchão.
PS: Para manter o lençol esticado usa -se também fazer um nó com as pontas do lençol sobre o
colchão, e a maioria dos serviços utiliza lençol com elástico.
3. Colocar 1 dos impermeáveis no terço médio da cama, abre a primeira parte da cabeceira
para os pés, e fazer um leque com a segunda parte, no mesmo sentido. Colocar o outro
impermeável na região da cabeceira, abre a primeira parte da cabeceira para os pés, e fazer
um leque com a segunda parte, no mesmo sentido. Sobre eles colocar os lençóis móveis
abrindo sua primeira parte da cabeceira para os pés, e fazer um leque com a segunda parte,
no mesmo sentido. Prendendo os quatro do centro para a cabeceira e do centro para os pés,
por baixo do colchão.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 80

4. Colocar o protetor do paciente até a altura do colchão, abre a primeira parte da cabeceira
para os pés, e fazer um leque com a segunda parte, no mesmo sentido. Sobre ele coloca o
cobertor abrindo a primeira parte e fazendo um l eque com a segunda e também a colcha,
ambos até a altura dos ombros. Não é feita a diagonal dos lençóis. Os lençóis são dobrados
nos pés da cama para cima deixando -os
rentes ao colchão;
5. Colocar a fronha no travesseiro e
deslocar-se para o lado em que a cam a
não está feita e colocar o travesseiro
sobre o lado da cama já arrumada;
6. Fazer o outro lado, obedecendo as
técnicas já realizadas, até os lençóis
móveis;
7. Faz-se um envelope com o protetor,
cobertor e colcha do lado de entrada do paciente e enrola os três para a outra lateral;
8. Colocar o travesseiro verticalmente preso as grades da cabeceira da cama, ou sobre a
cadeira;
9. Colocar o suporte de soro do lado oposto à entrada do paciente. Dependendo da cirurgia,
providenciar frascos de drenagem, oxigênio, aspirad or, grades de proteção;
10. Colocar a cadeira na lateral da cama do lado oposto à entrada do paciente, posicionar a
mesa-de-cabeceira, pegar a bandeja e levar para o posto de enfermagem;
11. Organizar o material e lavar as mãos.
Arrumar a cama é uma responsabilid ade importante do profissional de enfermagem. É
essencial para ele manter a cama tão limpa e confortável quanto possível. Isto requer inspeções
freqüentes para garantir que a roupa de cama esteja sempre limpa, seca e sem rugas.
O profissional nunca deve s acudir o lençol, para evitar correntes de ar, o que pode espalhar
microrganismos. A privacidade, o conforto e a segurança do paciente são importantes quando da
arrumação da cama.

Obs.:
Sempre que a roupa de cama apresentar sujidade ou estiver molh ada com fluidos corpóreos,
deve ser trocada para garantir o conforto e evitar a formação de dermatite e escarificação da
pele do paciente;
No preparo do leito deve-se retirar o pó com pano úmido e colocar os objetos do paciente em
ordem.
O profissional deve organizar o trabalho de forma a evitar problemas posturais e desperdício
de energia, portanto deve providenciar todo o material necessário antes de iniciar sua tarefa;
Dobrar a roupa de forma funcional, na ordem de instalação;
Soltar, primeiramente, todo o lençol da cama e, em seguida, preparar todo o lado da cama e
depois o outro;
Evitar o manuseio excessivo da roupa, como esticar o lençol “alisando -o” com as mãos;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 81

Evitar o contato dos lençóis com o seu próprio uniforme profissional ou com o chão;
Ao deslocar o paciente de posição, deve -se atentar para não tracionar as sondas, cateteres e
tubos, que podem desconectar -se com movimentos bruscos ou mesmo lesar o local onde
estão instalados;

HIGIENE DO PACIENTE

Uma das funções mais importantes que a pele de sempenha é funcionar como barreira de
proteção, impedindo a penetração no interior do organismo de substâncias nocivas, contra os
agentes traumatizantes e contra a invasão de micróbios patogênicos. Para que a pele e as mucosas
exerçam suas atividades, são muito úteis os cuidados de higiene, indicados em todos os casos.
O asseio elimina o sujo que se compõe de células epiteliais descamadas e mortas.
Eliminando o sujo, melhor se estimulam a sensibilidade geral e os sentidos, que têm na pele suas
terminações nervosas, removem-se obstáculos à excreção do suor, ativa -se a circulação periférica,
favorece-se a perda de calor do corpo, facilita -se a absorção.
A higiene é fundamental para manutenção da saúde, compreendendo o banho e o cuidado
com a pele e seus anex os (unhas, cabelos) através de depilações, escovação, entre outros. Os
hábitos pessoais de higiene são influenciados pela cultura do indivíduo, sendo a hospitalização uma
boa oportunidade para promover educação em saúde.
Com a finalidade de manter os clie ntes limpos e livres de maus odores, o pessoal da
enfermagem deve realizar e/ou estimular a adoção de práticas higiênicas necessárias à manutenção
da saúde, tendo o devido cuidado para não provocar constrangimentos e incentivando para que o
paciente participe o mais ativamente possível de sua higiene.

HIGIENE ORAL
Um dos fatores essenciais à manutenção da saúde, é prevenir o aparecimento de infecção na
boca, pois esta faz parte do sistema digestório e também do respiratório.
A higiene oral consiste na lim peza dos dentes, gengivas, bochechas, língua, mucosa oral e
lábios. Deve ser realizada pela manhã, à noite antes de deitar e após as refeições. Em pacientes
graves, febris e com SNG instalada, a higiene oral deve ser realizada a cada 2 horas.

Condições patológicas que predispõem a irritação e a lesão da mucosa oral : estado de coma,
hipertermia.

Finalidades
Promover conforto e bem -estar ao paciente, permitindo que ele se sinta socialmente
aceitável;
Higienizar a cavidade oral;
Melhorar a aparência e a a uto-estima;
Evitar halitose;
Prevenir cárie dentária;
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Prevenir infecções;
Estimular a circulação sanguínea da gengiva;
Conservar a boca livre de resíduos alimentares;
Melhorar o apetite e o paladar;
Auxiliar no tratamento de infecções da cavidade oral.

Higiene Oral em pacientes com dependência parcial

Em pacientes conscientes, ele próprio deve escovar os dentes.

Material

Escova de dentes;
Copo com água;
Creme dental;
Toalha de rosto;
Luvas de procedimento;
Cuba-rim;
Tubo plástico (canudo)
Lubrificante para os lábios quando necessário

Método

1. Lavar as mãos;
2. Fazer assepsia da bandeja e preparar o material;
3. Explicar ao paciente o vai que ser feito;
4. Reunir o material na mesa de cabeceira;
5. Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada (Fowler), se possível;
6. Dispor o material junto ao paciente;
7. Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, protegendo a roupa do
paciente e a cama, com forro plástico, se necessário;
8. calçar as luvas;
9. Umedecer a escova com água e soluçã o dentífica ou creme dental e entregá -la ao paciente;
10. Orientar e auxiliar o cliente sobre a maneira correta de fazer a escovação (da gengiva para
os dentes, língua e palato);
11. Oferecer água para o paciente bochechar várias vezes e colocar a cuba -rim sob o queixo do
paciente para escoar o líquido da boca;
12. Retirar a cuba-rim e enxugar os lábios com toalha;
13. Lavar, secar e guardar a escova;
14. Deixar o paciente confortável;
15. Providenciar limpeza e ordem do material;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 83

16. retirar as luvas e lavar as mãos;


17. Anotar o cuidado prestado.

Higiene Oral em pacientes impossibilitados de cuidar de si (dependência total)

1. Lavar as mãos;
2. Fazer assepsia da bandeja e preparar o material;
3. Explicar ao paciente o vai que ser feito;
4. Reunir o material na mesa de cabeceira;
5. Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada (Fowler), se possível;
6. Dispor o material junto ao paciente;
7. Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, protegendo a roupa do
paciente e a cama, com forro plástico, se necessário;
8. Umedecer a escova com água e solução dentífica ou creme dental e entregá -la ao paciente;
9. Calçar luvas;
10. Virar a cabeça do paciente para o lado;
11. Escovar os dentes do paciente com movimentos circulares;
12. Oferecer água para o paciente bochechar várias vezes, usando tubo plástico, se necessário;
13. Adaptar a cuba-rim sob o queixo do paciente;
14. Limpar a língua, para evitar que fique saburra;
15. Oferecer água para o paciente bochechar;
16. Enxugar os lábios com a toalha;
17. Lavar, secar e guardar a escova;
18. Deixar o paciente confortável;
19. Providenciar limpeza e ordem do material;
20. Lavar as mãos;
21. Anotar o cuidado prestado.
Obs:
Em pacientes neurológicos com lesão cervical, usar a espátula com gaze, para retirar o
excesso de líquido da solução anti -séptica, sem mobilizar a cabeça;
Proceder sempre a higiene oral antes do banho;
Se o paciente não tiver escova de dentes, usar cotonetes, espátula envolta em gaze ou pinça
protegida com algodão ou gaze;
Quando o paciente apresentar gengivas edemaciadas ou sangrando, usar bolas de algodão
para a limpeza dos dentes;
Ensinar o paciente a deixar escorrer a água pelo canto da boca e não cuspi -la;
Usar sempre soluções frescas e fracas para a limpeza da boca: água e sal de cozinha ou
limão, água bicarbonatada a 2%; leite de magnésia, sepacol, malvona, etc;
Como lubrificante recomenda -se usar pomada específica, manteiga de cacau, vaselina ou
batom.
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 84

Preferencialmente realizar a higiene oral do paciente, antes do banho e após as refeições,


com solução de Bicarbonato de Sódio, e quando se fizer necessário;

Higiene Oral em pacientes graves ou inconscientes

Material

Solução anti-séptica - solução bicarbonatada (para cada 1 colher de chá, 500 ml de água);
Luvas de procedimento;
Cuba-rim;
Espátulas envoltas em gazes;(pinça ou cotonete)
Lubrificante (vaselina líquida) para os lábios, quando necessário;
Toalha;

Método

1. Lavar as mãos;
2. Fazer assepsia da bandeja e preparar o material;
3. Explicar ao paciente o vai que ser feito;
4. Reunir o material na mesa de cabeceira;
5. Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada (Fowler), se possível;
6. Dispor o material junto ao paciente;
7. Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, protegendo a roupa do
paciente e a cama, com forro plástico, se necessário; Calçar luvas;
8. Virar a cabeça do paciente para o lado;
9. Adaptar a cuba-rim sob o queixo do paciente;
10. Abrir a boca do paciente com auxílio de uma espátula e umedecer outra espátula na
solução;
11. Proceder à limpeza de toda a boca do paciente usando a espátula envolta em gaze,
embebida em solução anti-séptica diluído em água, com movimentos firmes e delicados,
desprezando as gazes sujas sempre que necessário. Proceder limpeza dos dentes,
gengivas, bochechas e palato;
12. Limpar a língua, para evitar que fique saburra;
13. Lavar os lábios e lubrificá -los com vaselina líquida, se estiverem ressecados, para evitar
rachaduras;
14. Retirar a cuba e a toalha;
15. Deixar o paciente confortável;
16. Providenciar limpeza e ordem do material;
17. Retirar luvas e lavar as mãos;
18. Recompor a unidade;
19. Anotar no prontuário o que foi feit o e anormalidades detectadas.
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Higiene oral em paciente com tubo endotraqueal

Material
Solução anti-séptica - solução bicarbonatada;
Espátulas envoltas em gazes;
Lubrificante (vaselina líquida);
Copo para colocar solução anti -séptica;
Seringa de 20 ml;
Aspirador montado;
Cânula de Guedel (estéril), se necessário;
Toalha;
Luvas.

Método

1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o que ser feito;
3. Calçar luvas;
4. Reunir o material na mesa de cabeceira;
5. Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada ou em decúbito lateral
se estiver inconsciente. Caso o paciente esteja com sonda nasogástrica, Abrí -la, para evitar
náuseas e refluxo do conteúdo gástrico para a boca;
6. Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, com forro plástico, se
necessário;
7. Verificar se o cuff do tubo endotraqueal está insuflado, para evitar que a solução anti -séptica
ou salivação penetre na traquéia, durante a higienização;
8. Instilar água com auxilio da seringa, pelo orifício da cânula de Guedel, e fazer aspiração ao
mesmo tempo;
9. Retirar a cânula de guedel e lavá -la em água corrente na pia do quarto e recolocá -la, ou
proceder à sua troca por outra estéril, caso, seja necessário ou que, conforme rotina, já tenha
dado 24 horas após a sua colocação;
10. Proceder à limpeza de toda a boca do paciente, usando a espátula envolta em gaze
embebidas em solução anti -séptica. Limpar o palato superior e toda a arcada dentária;
11. Limpar também a língua;
12. Enxugar os lábios com a toalha e lubrificá -los com vaselina;
13. Retirar luvas;
14. Lavar as mãos;
15. Recompor a unidade;
16. Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas.
Obs:
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A troca do cadarço da cânula endotraqueal, deve ser feita pelo Técnico / Auxiliar a cada 12
horas, ou quando se fizer necessário, acompanhada do reposicion amento da cânula
endotraqueal, que deve ser feita pelo Enfermeiro da unidade;
A higiene oral do paciente entubado deve ser feita 01 vez a cada plantão.

Higiene das próteses dentárias

Material
Copo com solução anti-séptica bucal,
Escova de dente,
Pasta dental ou sabão líquido,
Cuba-rim,
01 par de luvas,
Toalhas de papel ou gazes;
Toalhas de Banho,
Biombos,

Método
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o que vai fazer;
3. Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa de cabeceira do paciente;
4. Proteger o leito com biombo;
5. Colocar toalha sobre o tórax do paciente;
6. Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando for permitido;
7. Calçar as luvas;
8. Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso da toalha de papel ou gaze. Se o
paciente não puder remover as prótese s, sozinho, a enfermagem deve fazê -lo em seu lugar,
lenta e cuidadosamente, para não machucar as gengivas;
9. Colocar as próteses na cuba -rim, forrada com toalha de papel ou gazes.
10. Colocar a pasta dental ou sabão líquido sobre a escova;
11. Proceder a limpeza das gengivas, língua e lábios;
12. Segurar as próteses na palma da mão e escová -la com movimentos firmes da base dos
dentes para as pontas;
13. Escovar a área de acrílico em toda sua extensão;
14. Lavá-la sob jato de água fria;
15. Colocar a prótese limpa em recipiente com s olução bicarbonatada a 2% ou água e guardá -la
em lugar seguro, caso não for recolocada no paciente.
16. Caso o paciente for colocar a prótese, após a sua limpeza, desprezar o papel toalha da cuba -
rim e colocar outro limpo, colocando a prótese sobre ele;
17. Lavar a escova com água corrente e colocá -los na cuba-rim;
18. Lavar as mãos enluvadas;
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19. Oferecer copo com solução anti -séptica bucal, para que o paciente enxágüe a boca;
20. Entregar a prótese ao paciente ou coloque -a por ele, no caso de impossibilidade do mesmo;
21. Colocar o paciente em posição confortável;
22. Desprezar as luvas;
23. Limpar e guardar todo o material;
24. Lavar as mãos;
25. Anotar no prontuário.

Obs:
Quando o paciente retirar a prótese ou recolocá -la, a Enfermagem deve observar se há
alguma anormalidade na cavidade bucal . Se houver, relatá-la no prontuário.
Se o paciente estiver inconsciente ou tiver que ser submetido a uma cirurgia, a prótese
dentária não deverá ser colocada;
A enfermagem tem responsabilidade pela guarda da prótese dentária dos pacientes;
Quando o paciente não puder cuidar de sua prótese, a enfermagem deverá fazê -lo;

BANHO

O banho proporciona bem -estar, estimula a circulação, remove odores, abre os poros, dá
oportunidade para observação do estado da pele e verificação de anormalidades.
O banho representa o principal recurso de manutenção da integridade da pele. A pele íntegra
constitui-se em barreira de proteção contra infecção e lesão dos tecidos. O momento do banho é
importante para observar e avaliar a integridade da pele, dos cabelos, unhas e da hi giene oral. A
análise cuidadosa da pele e a avaliação de aspectos como cor, temperatura, hidratação, inchaço e
vermelhidão podem ser os primeiros sinais indicativos do aparecimento de úlceras por pressão.
Durante o banho deve-se avaliar ainda as funções motoras, estado nutricional, circulatório e
respiratório do paciente.

Tipos de banho:
1. Banho de chuveiro: com ou sem ajuda;
2. De ablução: banho na banheira ou bacia, em que o paciente se lava jogando pequenas
porções de água sobre o corpo;
3. De imersão: banho na banheira em que o paciente fica totalmente imerso, com exceção da
cabeça;
4. De leito: usado para pacientes acamados;

BANHO DE ASPERSÃO (chuveiro)


Quando o cliente tem condições de tomar banho de chuveiro, a enfermagem deve apoiá -lo no
que for necessário, respeitando sua privacidade. Orientações, supervisão e acompanhamento são
necessários, bem como a observação de possíveis reações (tonturas, dispnéia, calafrios).
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 88

O banho de chuveiro é o ideal, mas, caso haja dificuldades ou impossibilidade de o pacient e


sair da cama, pode ser intercalado, ou mesmo substituído pelo banho no leito.

Material
Roupa pessoal (pijama, camisola, shorts - fornecidos pelo Hospital),
Toalha de banho,
Sabonete (individual),
Pente;
Luva de banho (opcional),

Método
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o que vai ser feito;
3. Reunir o material e levar ao banheiro. Dispor toalha, sabonete e roupa de modo
acessível para o paciente;
4. Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas fechadas), se necessário,
apoiá-lo ou leva-lo em cadeira de rodas;
5. Abrir o chuveiro e regular a temperatura da água e orientar o paciente sobre o
manuseio da torneira;
6. Sentar o paciente em cadeira ou banquinho, se não tiver condições de permanecer
em pé. Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer soz inho;
7. Iniciar o banho. Se a situação permitir, deixar o paciente sozinho; Auxiliar o paciente
no que for necessário, estimulando sua participação;
8. Enxugar ou ajudar o paciente a fazê -lo, observando as condições da pele e a reação
do banho;
9. Vestir e pentear o paciente caso não consiga fazê -lo sozinho;
10. Conduzir o paciente a sua unidade, colocando -o em posição confortável na cadeira;
11. Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem;
12. Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpeza para proceder à limpeza do
banheiro;
13. Lavar as mãos;
14. Anotar no prontuário.

Cuidados de Enfermagem

Sentar na cadeira embaixo do chuveiro é muito mais seguro para os pacientes idosos ou para
os pacientes que ainda estão muito fracos, facilitando para que lavem as pernas e pés, com
menor probabilidade de escorregarem,
Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao paciente, mas pedir -lhe para não
trancar a porta e chamar se precisar de assistência. Manter -se perto do local.
Instruir o paciente para que tome banho corretamente, mostran do os benefícios para a saúde;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 89

Ao lidar com o paciente, de maneira direta, é imprescindível o uso de luvas para


procedimentos;
Fechar janelas e zelar para que o ambiente permaneça aquecido;
Deve-se testar a temperatura da água, antes do banho do paciente. Geralmente se usa água
morna. Se houver redução da sensibilidade de algumas áreas do corpo, ele não perceberá as
temperaturas muito altas.
Deixe que o paciente escolha a melhor hora para o banho.
Se ele puder tomar banho sozinho, organize todo o material n ecessário e coloque próximo
dele.
Não o deixe completamente só, pois ele pode precisar de sua ajuda.
Trocar a água do banho sempre que necessário;
Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as bolsas coletoras antes do banho ou
trocá-la, depois trocar as luvas e iniciar o banho;
Quando o banho for dado por apenas uma pessoa, levando -se em consideração que o
paciente ajuda, seguir a mesma técnica, porém, sem esquecer de lavar as mãos enluvadas,
antes de manipular a roupa limpa;

BANHO NO LEITO

È realizado em clientes acamados, geralmente no período da manhã sendo repetido quando


houver necessidades. Permite uma melhor interação enfermagem -cliente, e fornece subsídios para o
diagnóstico precoce de úlceras por pressão e outras anormalidades da pele.

Paciente com Dependência Total

Material
Carro de banho ou mesa de cabeceira;
Luva de banho;
Toalha de banho (lençol protetor);
Material para higiene oral;
Material para higiene intima;
Álcool glicerinado ou óleo hidratante;
Pente;
Sabonete individualizado;
Comadre e/ou papagaio do próprio paciente;
Roupa para o paciente (pijama ou camisola);
Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho, 01 toalha de rosto, 01
fronha, 01 forro S/N);
Luvas de procedimento;
Luvas de banho;
Hamper;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 90

01 bacia;
01 balde;
Fita adesiva;
Biombos;

Método
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o que vai ser feito;
3. Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito;
4. Fechar as portas e janelas;
5. Proteger a unidade do paciente com biombos;
6. Oferecer comadre ou papagaio ao pacie nte e procurar saber se tem clister prescrito. Se
houver, faze-lo em primeiro lugar;
7. Calçar as luvas;
8. Desprender a roupa de cama, iniciando do lado oposto onde permanecer;
9. Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se necessário;
10. Trocar a água do banho, obrigatoriamente, após a lavagem da cabeça;
11. Lavar os olhos, limpando o canto interno para o externo, usando gaze;
12. Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoço;
13. Remover a camisola ou camisa do pijama, descer o lençol em leque até a região pubian a,
mantendo o tórax protegido com a toalha, descansando os braços sobre a mesma;
14. Lavar os braços do lado oposto ao que se esta trabalhando, depois o mais próximo, com
movimentos longos e firmes, do punho a axila; Pedir ao paciente que coloque os braços par a
trás sobre o travesseiro, lavar e enxugar as axilas.
15. Colocar a bacia com água e lavar as mãos do paciente, enxugando -as logo após;
16. Trocar a água;
17. Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimentos circulares, ativando a circulação,
observando as condições da pele e mamas;
18. Massagear com álcool glicerinado os braços e o tórax do paciente.
19. Retirar a toalha e cobrir o tórax com lençol limpo;
20. Colocar a toalha sobre os MMII e retirar o lençol sujo. Lavar as pernas e coxas, do tornozelo
ate a raiz da coxa, do lado oposto ao que se esta trabalhando, depois o mais próximo;
21. Colocar bacia sob os pés e lavá -los, principalmente nos interdigitais, observando as
condições dos mesmos e enxugar bem;
22. Enxugar MMII.
23. Trocar a água da bacia e a luva de banho, obrigatoriamente;
24. Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toalha sob as costas e nádegas, mantendo
esta posição com o auxilio de outra pessoa;
25. Lavar e enxugar as costas, massageando -as, incluindo nádegas e cóccix do paciente; As
costas devem ser secas e massageadas com óleo ou cremes hidratantes para ativar a
circulação.
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26. Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando a roupa úmida para o meio do leito,
enxugando o colchão;
27. Proceder a arrumação do leito, com o paciente em decúbito lateral;
28. Virar o paciente sobre o lado pronto do leito;
29. Retirar a roupa suja e desprezá -la no hamper;
30. Colocar o paciente em decúbito dorsal;
31. Encaixar a comadre no paciente;
32. Fazer higiene íntima(lavagem externa) do paciente, de acordo com a técnica;
33. Retirar a comadre, deixando -a ao lado do leito e a toalha no hamper;
34. Trocar de luvas ou lavar as mãos enluvadas, para não contaminar a roupa limpa;
35. Terminar a arrumação do leito;
36. Fazer os cantos da cama: cabeceira e pés;
37. Vestir o paciente;
38. Pentear os cabelos do paciente, forrando o travesseiro c om a toalha de rosto;
39. Trocar a fronha;
40. Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decúbito mais adequado;
41. Limpar balde, bacia, comadre com água e sabão;
42. Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no lugar;
43. Retirar as luvas e lavar as mãos;
44. Anotar no prontuário o que foi feito e as anormalidades detectadas,se houver.

Obs.: A ordem de execução do banho pode variar, pois não existem justificativas científicas para uma
seqüência única. O importante é seguir um método que atenda os objetivos proposto s.

Método simplificado

1. Lavar as mãos e preparar o material;


2. Explicar ao paciente o que vai ser feito;
3. Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao leito;
4. Fechar as portas e janelas;
5. Proteger a unidade do paciente com biombos;
6. Calçar as luvas;
7. Desprender a roupa de cama,e desprezar no hamper;
8. Despir o paciente deixando -o coberto apenas com o lençol ou toalha grande;
9. Umedecer um pano ou toalha pequena em água morna com sabonete, e passar
rapidamente em todo o corpo do paciente, incluindo órgãos genitais.
10. Colocar o paciente em decúbito lateral e lavar as costas incluindo as nádegas;
11. Enxaguar o pano e repetir o processo em todo o corpo;
12. Enxugar todo o paciente com uma toalha grande;
13. Proceder a troca de roupa de cama;
14. Vestir o paciente;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 92

15. Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no lugar;


16. Retirar as luvas e lavar as mãos;
17. Anotar no prontuário o que foi feito e as anormalidades detectadas,se houver.

Utilizando-se este método, o leito fica bem molhado, portanto o banho deve ser dado
rapidamente.

Obs.:

A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de Enfermagem;


Se as condições do paciente não permitem um banho completo todos os dias, fazer
banho parcial que consiste em lavar rosto, braços e axilas, região dorsal e órgãos
genitais;
Para pele seca, usar vasel ina, óleo ou produto específico;
As unhas devem ser cortadas e limpas;
A bacia de banho deve ser desinfetada para evitar infecção hospitalar. O ideal é forra -la
com saco plástico, desprezando -o após o uso;
Sempre remover o sabão ou sabonete para depois enx ugar;
Trabalhar rápido, segura e suavemente, lavando a pele com pressão firme;
Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito;
A higiene deve sempre ser iniciada pela seqüência cabeça – pés.
Cuidar durante o banho, para não expor, desnecessariamente, o pa ciente. A privacidade
contribui muito para o conforto mental do paciente;
Secar bem toda a superfície do corpo do paciente, principalmente as dobras;
Aproveite para, depois do banho, massagear a pele com creme hidratante.
Observe se há locais onde a pele p arece avermelhada, principalmente ombros, nádegas
e calcanhar.
Caso haja regiões avermelhadas, é necessário providenciar um colchão tipo "caixa de
ovo". Coxins bem macios ou protetores de espuma também podem ser úteis.
Caso o paciente seja muito pesado ou sinta muita dor na mudança de posição deve -se
contar, sempre que possível, com a ajuda de outra pessoa. Isto evita acidentes, previne o
cansaço excessivo do cuidador e proporciona maior segurança para o paciente.
O uso de máscara para banho é opcional co mo rotina. Levar em consideração os
pacientes altamente infectados.

LAVAGEM EXTERNA (Higiene Íntima)

Finalidades:
Limpeza e conforto do paciente;
Prevenir o aparecimento de infecção;
Combater a infecção quando já instalada;
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Indicações:
Diariamente, pela manhã, na ocasião do banho;
Após micção ou defecação;
Com maior freqüência em caso de corrimento abundante.

LAVAGEM EXTERNA FEMININA


É a higienização da vulva e do períneo.

Material
01 balde;
01 jarra;
Pacote de gazes;
Comadre;
Toalha de banho;
Sabão líquido o PVPI degermante;
Luvas para procedimento;
Biombo;
Saco plástico;
Impermeável;

Método
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento a paciente;
3. Reunir o material e colocá-los sobre a mesa de cabeceira;
4. Trazer o hamper próximo ao leito;
5. Proteger a unidade com biombos;
6. Colocar a comadre em cima da cadeira, trazendo -a para os pés da cama;
7. Calcar as luvas;
8. Colocar a paciente em posição ginecológica, procurando expô -la o mínimo possível;
9. Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando -os sobre a região glútea;
10. Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, com ajuda da mesma;
11. Colocar gaze ou pano na região inguinal e irrigar monte pubiano e vulva com água,
despejando-a suavemente com o auxilio da jarra;
12. Despejar pequena porção de sabão líquido ou PVPI dege rmante sobre o monte
pubiano;
13. Ensaboar a região pubiana vulvar e períneo, com luva de banho, de cima para baixo
sem atingir o anus, desprezando a gaze, apos cada movimento vulva - anus;
14. Afastar os grandes lábios e lavá -la internamente, no sentido antero -posterior, primeiro
de um lado, desprezando a gaze e depois do outro lado;
15. Lavar por último a região anal;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 94

16. Despejar a água da jarra, sobre as regiões ensaboadas;


17. Retirar a comadre, colocando -a na cadeira;
18. Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que esta sob a região
glútea da paciente;
19. Colocar a paciente em posição de conforto;
20. Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper;
21. Lavar a comadre no banheiro, juntamente com balde e a jarra e guardá -los;
22. Retirar a luva;
23. Lavar as mãos;
24. Anotar no prontuário.

Obs:
Se houver presença de secreção uretral e/ou vaginal, utilizar gazes para retirar o excesso,
antes de iniciar a limpeza com água e sabão líquido ou PVPI degermante.
A higiene nas regiões geniturinário e anal deve acontecer diariamente e ap ós cada
eliminação evitando assim umidade e assaduras.
Por ser a região vulvar muito sensível, fazer a lavagem externa com delicadeza;
Observar a temperatura da água;
Acolchoar bem a comadre ou aquece -la, principalmente tratando -se de paciente magro,
idoso, com úlceras de pressão, em tempo frio.
Se a paciente puder fazer a lavagem externa sozinha, será feita no final do banho;
Em pacientes com aparelho gessado abrangendo a região inguinal, deve -se fazer a lavagem
externa sem irrigação, para não molhar o ge sso;

LAVAGEM EXTERNA MASCULINA

Material
01 balde,
01 jarra,
Pacote de gazes,
Comadre,
Toalha de banho,
Sabão líquido o PVPI degermante,
Luvas para procedimento,
Hamper,
Biombo,
Forro e saco plástico.

Método
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento a pacie nte;
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3. Reunir o material e colocá-los sobre a mesa de cabeceira;


4. Trazer o hamper próximo ao leito;
5. Proteger a unidade com biombos;
6. Colocar a comadre em cima da cadeira, trazendo -a para os pés da cama;
7. Calcar as luvas;
8. Colocar o forro com plástico sob a regiã o glútea do paciente;
9. Posicionar o paciente e despi -lo, expondo somente a área genital;
10. Colocar a comadre sob a região glútea em cima do forro com a ajuda do paciente;
11. Levantar o pênis com uma gaze e irrigar com a jarra com água, a região genital;
12. Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. degermante, sobre os genitais;
13. Ensaboar os genitais com a gaze, afastando bem o prepúcio, desprezando a gaze, a cada
etapa;
14. Tracionar o prepúcio para trás, lavando -o em seguida, com movimentos únicos e circulare s;
15. Iniciar a higiene íntima pelo meato urinário, prepúcio, glande, corpo do pênis, depois região
escrotal e por ultimo a região anal;
16. Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubiana, pregas inguinais, pênis e bolsa
escrotal;
17. Tracionar o escroto, enxagu ando a face inferior no sentido escroto perineal;
18. Retirar todo o sabão líquido ou PVPI degermante;
19. Retirar a comadre;
20. Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que esta sob a região glútea
do paciente;
21. Posicionar o prepúcio;
22. Colocar o paciente em posição de conforto;
23. Desprezar as roupas no hamper (toalha, forro);
24. Lavar a comadre no banheiro, juntamente com balde e jarra e guardá -los;
25. Retirar a luva;
26. Lavar as mãos;
27. Anotar no prontuário.

Obs:
Se houver presença de secreção purulenta na reg ião uretral, limpá-la com gaze, antes de
proceder à limpeza com água e sabão.

LAVAGEM DOS CABELOS

A higiene do cabelo e do couro cabeludo tem a finalidade de: Estimular a circulação, impedir
o aparecimento de caspa e piolho, conforto e bem -estar, aparência agradável. Quando a higiene não
é feita convenientemente, a caspa e o sebo adicionado à poeira acumulada, impedem a eliminação
natural do suor. Cabelos sujos geram, além de mau cheiro, coceiras devido às foliculites e a parasitas
do couro cabeludo.
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Finalidades:
Promover limpeza dos cabelos e couro cabeludo;
Proporcionar conforto ao paciente;
Estimular a circulação do couro cabeludo;
Evitar o aparecimento de caspa, pedículos e infecções;

Material
Shampoo;
Balde;
Jarra;
Toalha de banho;
Luvas para procedimento;
Forro;
Saco plástico grande;
Pente ou escova;
Algodão em bola (02 unidades).
Jornal;
Cobertor;
Secador de cabelo, se possível;

Método
1. Explicar ao paciente o que ser feito;
2. Reunir o material no carro de banho e levá -lo próximo a cama do paciente;
3. Fechar portas e janelas;
4. Forrar o chão com jornais e colocar o balde próximo a cabeceira do leito, em cima do jornal;
5. Lavar as mãos e calçar as luvas;
6. Abaixar a cabeceira do leito do paciente;
7. Retirar o travesseiro;
8. Preparar um rolo com o cobertor (simulando uma bacia) e forra -lo com saco plástico, com
abertura no fundo, em forma d e funil, deixando o lado para escoamento da água dentro do
balde;
9. Forrar a cabeceira da cama com impermeável e colocar toalha de banho sob o forro,
protegendo os ombros da paciente, afrouxando a camisola, no caso de mulher, ou retirando a
camisa no caso de homem, cobrindo-o com o lençol;
10. Colocar sobre o impermeável,o rolo de cobertor;
11. Colocar o paciente em posição diagonal, com a cabeça sobre o rolo de cobertor e o
travesseiro sobre as espáduas;
12. Proteger os ouvidos do paciente com algodão;
13. Pentear os cabelos, inspecionando o couro cabeludo, cabelos e observando condições de
anormalidade;
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14. Umedecer os cabelos com um pouco de água, aplicando o shampoo evitando que o líquido
escorra nos olhos;
15. Massagear o couro cabeludo com as pontas dos dedos e lavar os cabelos ;
16. Enxaguar os cabelos do paciente ate sair toda espuma, com o auxilio de uma jarra;
17. Elevar a cabeça do paciente e espremer os cabelos com cuidado, fazendo escorrer água;
18. Retirar o rolo que esta sob a cabeça do paciente, juntamente com o impermeável;
19. Secar os cabelos e envolver a cabeça do paciente na toalha (se houver secador, usa -lo);
20. Pentear os cabelos do paciente, deixando a cama forrada com a toalha;
21. Recolocar o travesseiro e voltar o paciente a posição inicial;
22. Retirar a toalha, recompor o material no carro de banho, deixando paciente em posição
confortável;
23. Lavar as mãos;
24. Anotar o cuidado, descrevendo as observações no prontuário do paciente.

Obs.:
Pentear os cabelos iniciando pelas pontas onde estão mais embaraçados. Dividir o cabelo em
pequenas mechas, penteando-as separadamente e prendendo com firmeza enquanto
penteia.
Se o cabelo estiver muito embaraçado, molhar com álcool e pentear;
Cabelos compridos devem ser trançados.
Escovar os cabelos para estimular a circulação e remover partículas aderente s ao couro
cabeludo;
Lavar os cabelos ao menos uma vez por semana;

TRATAMENTO DE PEDICULOSE E REMOÇÃO DE LÊNDEAS

Material

Solução indicada para pediculose,


Luvas para procedimento,
Atadura de crepe,
Esparadrapo,
Forro e saco plástico,
Pente fino
Biombo,
Vaselina Líquida.

Método
1. Lavar as mãos;
2. Trazer a bandeja com o material e colocá -los na mesa de cabeceira ou carro de banho;
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3. Explicar o procedimento ao paciente;


4. Colocar biombo;
5. Colocar o forro protegido com plástico sobre o travesseiro;
6. Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, para evitar que a solução queime o rosto;
7. Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução com gaze, fazendo fricção no couro
cabeludo e no final embeber os cabelos;
8. Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao redor da cabeça, formando um gorro e fixando
com esparadrapo no final;
9. Conservar o travesseiro com forro;
10. Retirar as luvas;
11. Lavar as mãos;
12. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem;
13. Levar a bandeja com o material para o local de origem;
14. Fazer anotações no prontuário do paciente.

Obs:
Deixar a solução no cabelo por 03 a 06 horas pela manhã e lavá -la à tarde, passando vinagre
após, penteando;
Repetir o procedimento durante 03 dias ou mais, se necessário.

CUMPRIR E FAZER CUMPRIR AS NORMAS DA CCIH É OBRIGAÇÃ O DE TODOS OS QUE


TRABALHAM NO HOSPITAL.

SINAIS VITAIS

Os sinais vitais ou sinais cardinais são os sinais das funções orgânicas básicas, sinais
clínicos de vida, que refletem o equilíbrio ou o desequilíbrio resultante das interações entre os
sistemas do organismo a uma determinada doença. As alterações da função corporal geralmente se
refletem na temperatura corporal, no pulso, no nível respiratório e na pressão sanguínea, podendo
indicar enfermidade. Por essa razão são chamados sinais vitais.
Estes sinais permitem diagnosticar doenças como: hipertensão arterial, choque, sepse, febre,
hiperatividade simpática, entre tantas, bem como monitorizar evolutivamente doenças em curso.
Os Sinais Vitais(SSVV) referem -se à: Temperatura(T), ao pulso ou batimentos cardíacos(P ou
bpm), a respiração(R ou rpm) e à Pressão ou Tensão arterial(PA ou TA). Pela importância de cada
um dos sinais vitais, sua verificação e anotação devem ser exatas.

QUANDO MEDIR OS SINAIS VITAIS:

Quando um paciente é admitido em um hospital ou outro serviço de saúde;


Em um hospital, dentro de uma rotina de atendimento, de acordo com as prescrições
médicas;
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 99

Durante a consulta de um paciente em um ambulatório ou consultório;


Antes e depois de qualquer procedimento cirúrgico;
Antes e depois de qualquer procedimento invasivo;
Antes e depois da administração de medicamentos que afetam as funções cardiovascular,
respiratória e de controle da temperatura;
Sempre que as condições físicas gerais do paciente piorem repentinamente;
Antes de intervenções de enfermagem que possam alterar qualquer um dos sinais vitais;
Sempre que o paciente manifestar quaisquer sintomas inespecíficos de desconforto físico.

TEMPERATURA

É o grau de calor que o corpo apresenta. Temperatura corporal é o equilíbrio entre a


produção e a perda de calor do organismo, mediado pelo centro termo -regulador. Para que a
temperatura permaneça constante, o calor produzido pelo corpo deve ser igual à perda de calor para
o ambiente.
Existem vários fatores que influenciam no controle da temperatura corporal, sendo
influenciada por meios físicos e químicos e o controle feito através de estimulação do sistema
nervoso.
As crianças têm temperatur as mais altas que os adultos, porque seu metabolismo é mais
rápido. Tem-se observado que a temperatura do corpo é mais baixa nas primeiras horas da manhã, e
mais alta no final da tarde ou no início da noite.
A temperatura corporal normal pode variar, no adulto, de 36 a 37,2ºC. O controle da
temperatura pode ser realizado mediante a utilização do termômetr o, na região axilar, inguinal, bucal
ou retal. A axilar é a mais comumente verificada. Em alguns serviços, atualmente, utiliza -se a região
timpânica.
Axilar – pode ser verificada sob o braço usando um termômetro de mercúrio ou digital. É a
mais utilizada embora seja a menos precisa. As temperaturas aferidas desta forma tendem a
ser 0,3 a 0,6ºC mais baixas do que aquelas mensuradas pela via oral ou retal. Não verificar
em pacientes com queimaduras do tórax, fraturas de ombro superior, furúnculos na região
côncava da axila. O termômetro deve permanecer cerca de 3 a 5 minutos. É recomendável
não deixar o paciente sozinho com o termômetro.
Oral – pode ser medida usando-se o termômetro clássico ou de vidro e mercúrio ou digitais.
O termômetro de uso oral deve ser individual e possuir bulbo alongado e achatado, o qual
deve estar posicionado sob a língua e mantido firme com os lábios fechados. Esse método é
contra-indicado em crianças, idosos, doentes graves, inconscientes, com distúrbios mentais,
portadores de lesões orofaríngeas, problemas nas vias respiratórias,intervenções cirúrgicas
na boca, após extrações dentárias e, transitoriamente, após o ato de fumar e ingestão de
alimentos quentes ou frios. A temperatura bucal é até 0,4º C maior que a axilar. O
termômetro deve permanecer cerca de 3 minutos.
Retal – A temperatura é medida pela introdução retal e tendem a ser 0,6º C mais altas do
que quando comparada com a oral. O termômetro retal é de uso individual e possui bulbo
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 100

arredondado e proeminente. Deve ser lubrifi cado e colocado no paciente em decúbito lateral,
inserido cerca de 3,5 cm, em indivíduo adulto. A verificação da temperatura retal, é contra -
indicada em pacientes submetidos a intervenções cirúrgicas do reto e períneo, e/ou que
apresentem processos inflama tórios locais. O termômetro deve permanecer cerca de 2
minutos.
Timpânica – A medição pode ser feita por meio do conduto auditivo, utilizando -se um
termômetro com sensor infravermelho. Fornece a temperatura nos tecidos profundos do
corpo (central), sendo, portanto, a mais fidedigna.
Inguinal – Mais utilizada em recém-nascidos. Neste caso, o termômetro é colocado na região
inguinal. Manter a coxa flexionada sobre o abdômen. O termômetro deve permanecer cerca
de 3 a 5 minutos.

VALORES NORMAIS DA TEMPERATURA CORPORAL E SUAS VARIAÇÕES:

Temperatura axilar: 36 a 37,9º C.


Temperatura oral: 36,3 a 37,4º C.
Temperatura retal: 37 a 38º C.

TERMINOLOGIA BÁSICA:

Normotermia – temperatura corporal normal.


Afebril – ausência de elevação da temperatura.36 – 37,4ºC.
Febrícula - 37.5º e 37.7ºC;
Febril – 37,8 a 38º C.
Febre ou hipertermia – a partir de 38º C – 39ºC.
Pirexia – 39,1 a 40ºC.
Hiperpirexia – a partir de 40º C.
Hipotermia – temperatura abaixo do normal.
Colapso – 34 a 34,9º C.
Colapso álgido – abaixo de 34ºC.
Crise – Temperatura cai rapidamente.
Lise – Temperatura cai gradativamente.

FATORES QUE PODEM ALTERAR A TEMPERATURA CORPORAL

A temperatura normal de qualquer pessoa varia dependendo do sexo, idade, de suas


atividades físicas recentes, consumo de alimento s e de líquidos quentes ou frios, do horário do dia
em que é mensurada, no período do ciclo menstrual,
Diminuição:
Sono e repouso, emoções, desnutrição, banho quente, tumor no cérebro, hemorragia.
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Aumento:

Exercícios, emoções como estresse e ansiedade, u so de agasalhos (provocam menor


dissipação do calor), uso de certas drogas deprimentes do SN, banho frio, choque, doenças
cardíacas, doenças nervosas, infecção, difteria.

PULSO

É a onda de contração e expansão de uma artéria, correspondendo aos batiment os


cardíacos. Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial cada vez que o
ventrículo esquerdo se contrai. Em loc ais onde as artérias de grosso calibre se encontram próximas à
superfície cutânea, pode ser sentido à palpação.
Cada vez que o Ventrículo esquerdo se encontra repleto de sangue arterial e se contrai para
injetar sangue para aorta, todo o sistema arterial se dilata para receber o sangue. Essa dilatação
provoca o aparecimento da onda de pulso.
O pulso varia com a idade, diminuindo gradualmente do crescimento a vida adulta e
aumentando um pouco com a idade mais avançada.
O pulso é evidenciado, quando comprimimos moderadamente a artéria sobre uma estrutura
óssea. As artérias mais comumente utilizadas para verificar o pulso são a A-temporal, B-facial, C-
carótida comum (próximo à laringe), D-subclávica, E- braquial (parte interna do braço), F- femural, G-
radial (no punho), H - poplítea (atrás do joelho), I - dorsal do pé (pedis dorsalis). O pulso apical é
aferido com o uso do estetoscópio sobre o ápice cardíaco no hemitórax esquerdo, no quinto espaço
intercostal na linha médioclavicular.

A B C D E

F G H I

Na palpação do pulso, verifica -se freqüência, ritmo e tensão.


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Há fatores que podem provocar alterações pass ageiras na freqüência cardíaca.


Fatores que aumentam a freqüência cardíaca: exercícios, febre, calor, dor aguda,
ansiedade, drogas como a atropina, hemorragia, posição sentada ou em pé.
Fatores que diminuem a freqüência cardíaca: posição deitada, dor inte nsa não aliviada,
algumas drogas como digitálicos.
Ressalte-se, ainda, que ao longo do ciclo vital seus valores vão se modificando, sendo
maiores em crianças e menores nos adultos.

FREQUÊNCIA NORMAL DO PULSO NAS DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS:


Recém-nascido: 70 – 170 bpm (média – 120bpm).
Até 2 anos: 80 – 130 bpm.
4 - 6 anos: 80 – 120 bpm (média – 100 bpm).
6 -12 anos: 70 – 110 bpm (média – 90 bpm).
14 – 18 anos: mulheres: média de 75 bpm / homens: média -70 bpm.
Fase adulta: Mulheres: 65 – 80 bpm
Homens: 60 – 70 bpm
Considera-se dentro dos padrões de normalidade a freqüência entre 60 e 100 bpm no adulto.

TERMOS UTILIZADOS:

Normocardia ou pulso regular - freqüência cardíaca regular, o período entre os batimentos se


mantém constante, com volume perceptível à pressão moderada dos dedos.
Freqüência: Número de batimentos cardíacos por minuto.
Bradicardia – freqüência cardíaca abaixo do normal.
Taquicardia - freqüência cardíaca acima do normal .Acima de 100 bpm.
Ritmo:
Rítmico: intervalos entre os batimentos são normais
Arrítmico: intervalos entre os batimentos são desiguais
Dicrótico: dá a impressão de dois batimentos
Intermitente: tem um período de ritmo normal que é interrompido de ritmo irregular.
Intensidade / Volume:
Pulso cheio: pulso forte
Filiforme: pulso fino ou pulso fraco
Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico
Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico.

RESPIRAÇÃO

É a troca de gases entre o organismo e o meio exterior. Consiste na absorção de oxigênio e


na eliminação de gás carbônico, através do ato de inspirar e expirar. O termo respiração refere -se
Fundamentos de Enfermagem / Gerusa Lígia D. M. Cruz 103

mais ao processo que ocorre a nível celular. Seria mais adequado usar o termo ventilação para o
processo de entrada e saída de ar dos pulmões.
É importante observar características que indicam normalidad e da respiração, como
intervalos regulares entre a inspiração e a expiração, movimento torácico simétrico, ausência de
esforço e ruído.
A freqüência respiratória normalmente é verificada através da inspeção visual, observando -
se as expansões e contraçõ es do tórax, também, pode ser palpadas pelo tato, colocando -se as mãos
sobre o tórax do paciente.
A avaliação da respiração inclui: freqüência respiratória (movimentos respiratórios por minuto
– Irpm), caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular e irregular).
A freqüência respiratória normal no adulto oscila entre 16 – 20 incursões respiratórias por
minuto (irpm). Em geral a proporção entre a frequência respiratória e ritmo de pulso é,
aproximadamente, de 1:4. Ex.: R=20irpm, P=80bpm.

FATORES QUE ALTERAM A RESPIRAÇÃO:


Alguns fatores podem afetar a respiração, tais como: doença ou indisposição, estresse, idade,
sexo, posição corpórea, drogas, exercícios físicos.
Aumentam: exercícios, emoções, doenças nervosas, doenças cardíacas.
Diminuem: banho frio, sono e repouso, banho quente, drogas deprimentes, como diabético,
urêmico.
A respiração pode ser verificada através da observação do tórax ou do abdome. Como a
respiração está parcialmente sujeita ao controle voluntário, deve ser contada sem que o pacie nte
perceba: observar a respiração procedendo como se estivesse verificando o pulso.

TIPOS DE MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS:


Abdominal, diafragmático ou costo -abdominal: efetuado principalmente pelos músculos
abdominais. Mais comum nos homens. A expansibilidad e é mais no ápice abdominal.
Torácico, costal ou costo -peitoral: efetuado pelos músculos costais do tórax, comum em
mulheres. A expansibilidade é mais no ápice pulmonar.

TERMINOLOGIA BÁSICA:
Eupnéia: respiração normal
Dispnéia: dificuldade para respirar, “falta de ar”
Taquipnéia: aumento da freqüência respiratória, respiração rápida , acima de 30 irpm..
Bradipnéia: diminuição dos número de movimentos respiratórios, respiração lenta.
Apnéia: Ausência de movimentos respiratórios.
Ortopnéia: Dispnéia em decúbi to, aliviada pela mudança de posição ao sentar ou ao elevar o
tronco, ou seja, o paciente respira melhor em posição vertical.
Hiperpnéia: respirações profundas, rápidas e anormais.
Hiperventilação: respiração excessiva com ou sem presença de dispnéia, comu m em quadros
de ansiedade.
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Hipoventilação: Redução da ventilação pulmonar, o volume de ar que penetra nos pulmões é


insuficiente para as necessidades metabólicas do organismo, com retenção de gás carbônico.
Respiração de Cheyne Stokes: aumento gradual da p rofundidade das respirações
(hiperventilação), seguido do decréscimo, com períodos de apnéia.
Respiração de Kussmaul – semelhante a hiperventilação, sendo característica de pacientes
com cetoacidose diabética.
Respiração estertorosa: respiração ruidosa – respiração com ruídos, geralmente devido ao
acúmulo de secreção brônquica.

PRESSÃO ARTERIAL

A pressão ou tensão arterial reflete a pressão que o sangue exerce contra a parede dos
vasos, quando é lançado na corrente sanguínea.
Ao medir a PA, consideramos a pressão máxima, chamada de sistólica, que resulta da
contração do ventrículo esquerdo para ejetar o sangue (débito cardíaco) através da artéria aorta, e a
pressão mínima, chamada de diastólica, é a pressão presente nas artérias na fase de relaxamento e
enchimento do ventrículo esquerdo.
Os valores da pressão arterial não são fixos, podem variar de acordo com o horário e em
diferentes circunstâncias. Também pode -se encontrar valores diferentes de PA, quando for verificada
nos dois braços. A idade e o sex o são fatores que interferem nos valores da PA, mulheres tem PA
menor que homens da mesma idade.

FATORES QUE ALTERAM A P.A


Aumentam: digestão, gestação, drogas estimulantes, banho quente, banho frio,
hipertireoidismo, convulsões, ecl^mpsia, nefrite.
Diminuem: menstruação, drogas deprimentes, sono e repouso, hipotireoidismo, hemorragia,
anemia

VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS

Idade - Em crianças é nitidamente mais baixos do que em adultos


Sexo - Na mulher é pouco mais baixa do que no homem, porém na prática adotam-se os mesmos
valores
Raça - as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez se deva à condições culturais e de
alimentação.
Sono - durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de 10% tanto na sistólica como na diastólica
Emoções - há uma elevação principalmente da sistólica
Exercício físico - provoca intensa elevação da PA, devido ao aumento do débito cardíaco, existindo
curvas normais da elevação da PA durante o esforço físico. (testes ergométricos).
Alimentação - após as refeições, há discreta el evação, porém sem significado prático.
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Mudança de posição - a resposta normal quando uma pessoa fica em pé ou sai da posição de
decúbito, inclui uma queda da PA sistólica de até 15 mmHg e uma leve queda ou aumento da
diastólica de 5 a 10 mmHg. Pode ocorre r hipotensão postural (ortostática), que se acompanha de
tontura ou síncope; as três causas mais comuns da hipotensão ortostática: depleção do volume intra -
vascular, mecanismos vaso -constrictores inadequados e efeito autônomo insuficiente sobre a
constrição vascular.
Em um indivíduo adulto, são considerados normais os parâmetros com p ressão sistólica
variando de 90 -140 mmHg e pressão diastólica de 60 -90 mmHg. O limite normal de diferença entre a
pressão sistólica e diastólica é de 30 a 50mmHg.

Classificação diagnóstica da hipertensão arterial (adultos com mais de 18 anos de idade).

PAD PAS
Classificação
(mmHg) (mmHg)
< 85 < 130 Normal
85-89 130-139 Normal limítrofe
90-99 140-159 Hipertensão leve (estágio 1)
100-109 160-179 Hipertensão grave (estágio 2)
> 110 > 180 Hipertensão moderada (estágio 3)
< 90 > 140 Hipertensão sistólica isolada

É importante que se conheçam os valores habituais da PA de um determinado paciente para


que, ocorrendo um aumento ou diminuição de 20 a 30 mmHg sobre este valor habi tual, o profissional
fique em estado de alerta, pois configura -se como hipertensão arterial, porém, este dado deve ser
avaliado evolutivamente.

TERMINOLOGIA UTILIZADA:

Normotensa – Quando a pressão arterial se encontra normal.


Hipertensão arterial – indica pressão arterial acima do normal. Sistólica >140mmHg e
diastólica >90mmHg.
Hipotensão arterial – pressão arterial abaixo do normal. Sistólica <100mmHg e diastólica
<60mmHg.
Convergente: quando a sistólica e a diastólica se aproximam, ou seja, diferença entre a
pressão sistólica e diastólica é <30mmHg. Ex: 120x100 mmHg.
Divergente: quando a sistólica e a diastólica se afastam, ou seja, diferença entre a pressão
sistólica e diastólica é > 50 mmHg. Ex: 120x50 mmHg.

MÉTODOS PARA AFERIÇÃO DOS SINAIS VITAIS

FINALIDADES:
Auxiliar o diagnóstico e tratamento de doenças;
Acompanhar a evolução da doença.
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PROCEDIMENTO:
Escrever previamente no papel o nome e o número do leito de cada paciente para organizar
as anotações.
Lavar as mãos
Organizar o material:

Material para verificação de sinais vitais:


Relógio com ponteiro de segundos

Bandeja contendo:
Esfigmomanômetro, Estetoscópio, Termômetro, Saco plástico para resíduos , Recipiente com
algodão seco, Recipiente com álcool a 70%, Papel ou bloco de anotações .
Trazer o material para a mesa de cabeceira do paciente.
Preparar o paciente psicologicamente e explicar ao paciente o que vai ser feito.
Lavar novamente as mãos.

TEMPERATURA

O ponto de localização do mercúrio indica a temperatura

Pedúnculo

|-----------------|-------------------------------------------- ----------|
Bulbo Corpo
FINALIDADE:
Identificar sinais de febre
Controle de curva térmica

MÉTODO:
Axilar:
Desinfetar o termômetro com o algodão embebido em álcool a 70% , segurand o-o sempre
pela sua base (pedúnculo) e evitando tocá -lo no bulbo, sempre no sentido pedúnculo -bulbo, e
certificar-se que a coluna de mercúrio está abaixo de 35º C.
Enxugar a axila do paciente com um guardanapo de papel ou com a roupa do paciente(a
umidade abaixa a temperatura da pele, não dando a temperatura real do corpo)
Colocar o termômetro com o reservatório de mercúrio bem no côncavo da axila, de maneira
que o bulbo fique em contato direto com a pele.
Pedir ao paciente para comprimir o braço de encontr o ao corpo, colocando a mão no ombro
oposto.
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Deixar o termômetro durante 3 -5 minutos,nos quais serão tomados o pulso e a temperatura.


Ler e anotar a temperatura no prontuário do paciente e registrar anormalidades.
Desinfetar o termômetro com algodão embebi do em álcool a 70% e sacudi -lo
cuidadosamente para baixo e usar movimentos circulares (força centrífuga) até que a coluna
de mercúrio desça abaixo de 35ºC.
Guardar o termômetro em local apropriado
Obs: é recomendável não deixar o paciente sozinho com o ter mômetro.

Inguinal:
O método é o mesmo, variando apenas o local. O termômetro é colocado na região inguinal.
Neste caso manter a coxa flexionada sobre o abdome.

Bucal:
Desinfetar o termômetro com o algodão embebido em álcool a 70% , segurando -o sempre
pela sua base (pedúnculo) e evitando tocá -lo no bulbo, sempre no sentido pedúnculo -bulbo, e
certificar-se que a coluna de mercúrio está abaixo de 35º C.
Colocar o bulbo do termômetro sob a língua do paciente (região sublingual lateralmente),
recomendando ao paciente que feche os lábios firmemente, sem utilizar os dentes, para que
o conserve na posição, mantendo a boca fechada por 3 minutos. Orientar o paciente a
respirar pelo nariz.
Retirar o termômetro, ler a temperatura e anotá -la, escrevendo letra “B” ou a palavra “bucal”
para indicar o local onde foi verificada.
Desinfetar o termômetro com algodão embebido em álcool a 70% no sentido do pedúnculo
ao bulbo.
Fazer o mercúrio descer a 35º C ou abaixo.
Lavar o termômetro com água e sabão antes de guardá -lo.
Obs: Certificar-se se o paciente comeu, bebeu, fumou ou mascou chiclete nos últimos 15 minutos,
caso positivo, deve-se aguardar de 25 a 20 minutos par verificar a temperatura.

Retal:
Acessórios extras: vaselina ou óleo, luva de procedimento.
Desinfetar o termômetro com o algodão embebido em álcool a 70% , segurando -o sempre
pela sua base (pedúnculo) e evitando tocá -lo no bulbo, sempre no sentido pedúnculo -bulbo, e
certificar-se que a coluna de mercúrio está abaixo de 35º C.
Calçar as luvas de procedimento
Colocar o paciente em decúbito lateral (posição de Sims)
Lubrificar o termômetro com vaselina ou óleo.
Abrir a prega interglútea e introduzir o termômetro cuidadosamente 2 a 3,5 cm pelo ânus
Retirar o termômetro depois de pelo menos 2 minutos, e ler a temperat ura. Solicitar ao
paciente para permanecer quieto durante este tempo.
Desinfetar o termômetro com algodão embebido em álcool a 70%
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Fazer o mercúrio descer e lavar o termômetro com água e sabão


Retirar as luvas e lavar as mãos
Anotar a temperatura escreven do a letra “R” ou a palavra “retal” para indicar o local onde foi
verificada.
Obs: em se tratando de criança, segurar -lhe as pernas para evitar que se debata enquanto está
sendo verificada a temperatura.
Usar biombos para que a privacidade do paciente sej a mantida.

PULSO

FINALIDADE:
Avaliar freqüência e ritmo cardíaco.
Avaliar perfusão arterial.

MÉTODO:

Manter o paciente confortável (sentado ou deitado). O braço


apoiado na cama, mesa ou colo, com o pulso estendido e a
palma da mão voltada para baixo.
Colocar os dedos indicador, médio e anular sobre a artéria,
fazendo leve pressão contra uma extremidade óssea, o
suficiente para sentir a pulsação, e o polegar atrás do pulso do paciente.
Pulso radial: a artéria radial encontra-se entre a apófise estilóide do rádio e o
tendão dos flexores, sendo que para palpá -los emprega-se os dedos indicador e
médio, com o polegar fixado no dorso do punho do paciente, sendo que o
examinador usa a mão direita para examinar o pulso esquerdo e vice versa.

Pulso carotídeo: as pulsações da carótida são visíveis e palpáveis


medialmente aos músculos esternocleidomastoideos. Para sua palpação,
devemos colocar o polegar esquerdo (ou o indicador e dedo médio) sobre a
carótida direita e vice-versa, no terço inferior do pescoço, ad jacente à margem
medial do músculo esternocleiomastoideo bem relaxado, aproximadamente ao
nível da cartilagem cricóide.

Procurar sentir bem o pulso antes de iniciar a contagem


Contar os batimentos durante 15 ou 30 segundos, ou 1 minuto, observando também ritmo e
volume.
Repetir a contagem, em caso de dúvida
Anotar no papel, registrar no prontuário e comunicar anormalidades.
Deixar o paciente confortável
Obs:
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Não usar o polegar para verificar o pulso, pois a própria pulsação do examinador pode ser
confundida com a pulsação do paciente.
Não verificar o pulso com as mãos frias. Aquecer as mãos, se necessário.
Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir os batimentos do
pulso.
Não verificar o pulso após exercícios.
Não se deve controlar o pulso no braço onde se fez cateterismo cardíaco ou em presença de
fístula para hemodiálise.
Se possível, verificar o pulso no tempo de 1 minuto, pois podem ocorrer alterações neste
período que não seriam analisados se a verificação fosse feita em 15 ou 30 segundos, por
exemplo. Mas, se é preciso fazer uma verificação rápida, pode -se verificar em 15 ou 30
segundos, multiplicando, respectivamente, em 4 ou 2 vezes.

Pulso Apical:
Expor o osso esterno e o hemitórax esquerdo do paciente.
Localizar quinto espaço intercostal na linha médioclavicular.
Colocar o diafragma do estetoscópio sobre o ápice cardíaco, 5 a 7,5 cm do externo, logo
abaixo do mamilo esquerdo, e auscultar até ouvir as bulhas cardíacas normais B1 e B2.
Contar a freqüência durante 1 min uto.

RESPIRAÇÃO

FINALIDADE:

Verificar freqüência, ritmo e amplitude respiratória.


Auxiliar no diagnóstico e tratamento de doenças.

MÉTODO:

Deitar o paciente e expor o tórax e abdome para avaliação das excursões respiratórias.
Observar os movimentos de abaixamento e elevação do tórax ou abdome, sem que o
paciente perceba. Os dois movimentos(inspiração e expiração) somam um movimento
respiratório.
Colocar a mão no pulso do paciente a fim de disfarçar a observação
Contar os movimentos respiratórios durant e 1 minuto, observando também ritmo,
profundidade e sons respiratórios.
Anotar no prontuário e registrar anormalidades.
Obs:
Não permitir que o paciente fale durante a verificação
Não contar a respiração logo após esforços do paciente. O paciente tem que estar em
repouso por pelo menos 5 a 10 minutos.
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PRESSÃO ARTERIAL

MATERIAL: Estetoscópio e Esfigmomanômetro

ESFIGMOMANÔMETRO - É o instrumento utilizado


para a medida da pressão arterial. Foi idealizado por
três cientistas: VonBasch (1880), Riva -Ricci (1896) e
Korotkoff (1905). O tamanho do aparelho depende da
circunferência do braço a ser examinado, sendo que a
bolsa inflável do manguito deve ter uma largura que
corresponda à 40% da circunferência do braço, sendo que
seu comprimento deve ser de 80 %; manguitos muito curtos
ou estreitos podem fornecer leituras falsamente elevadas.
O esfigmomanômetro pode ser de coluna de mercúrio para
a medida da pressão, ou aneróide. Existem aparelhos
semi-automáticos que se utilizam do método auscultatório
e oscilométrico, com grau de confiabilidade variável,
devido sofrerem com freqüência alterações na calibração.

ESTETOSCÓPIO

Existem vários modelos, porém os principais componentes são:

Olivas auriculares: são pequenas peças cônicas que proporcionam uma


perfeita adaptação ao meato auditivo, de modo a criar um sistema
fechado entre o ouvido e o aparelho.

Armação metálica (biauriculares): põe em comunicação as peças


auriculares com o sistema flexível de borracha; é provida de mola que
permite um perfeito ajuste do aparelho.

Tubos de borracha: possuem diâmetro de 0,3 a 0,5 cm. e comprimento de 25 a 30 cm.

Receptores: existem dois tipos fundamentais: o de campânula de 2,5


cm. que é mais sensível aos sons de menor freqüência e o diafragma
que dispõe de uma membrana s emi-rígida com diâmetro de 3 a 3,5
cm., utilizado para ausculta em geral.

FINALIDADE:
Oferecer dados para auxiliar no esclarecimento de diagnóstico
Reconhecer alterações do sistema circulatório
Acompanhar a evolução do paciente
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Selecionar indivíduos com hipertensão ou hipotensão.

LOCAIS PARA AFERIÇÃO DA P.A.:


MMSS – artéria braquial
MMII – artéria poplítea

MÉTODO
Explicar ao paciente sobre o procedimento a ser executado
Limpar o diafragma e as olivas do estetoscópio. Se o estetoscópio for de uso indi vidual,
dispensar a desinfecção das olivas.
Manter o paciente sentado ou deitado em decúbito
dorsal, com o braço comodamente apoiado, ao
nível do coração, com a palma da mão voltada para
cima. O paciente deve estar calmo e relaxado.
Deixar o braço descoberto, evitando compressão
Proteger a pele do paciente com toalha de papel
para evitar contaminação.
Colocar o manguito 4 cm(2 dedos) acima da prega
do cotovelo,(região cubital) prendendo -o sem
apertar demasiado, nem deixar muito frouxo.
Centrar o inflador do manguito sobre a artéria.
Não deixar as borrachas se cruzarem devido aos
ruídos que produzem
Colocar o marcador de modo que fique bem visível
Localizar com os dedos a artéria braquial, na dobra do cotovelo, ou a
radial, no punho.
Colocar o estetoscópio na orelha (com as olivas auriculares voltadas
para a frente), e o diafragma do estetoscópio sobre a artéria braquial
ou na artéria umeral
Fechar a válvula de ar da pêra e insuflar rapidamente o manguito até o
desaparecimento do pulso radial (pressão sistó lica) ou até que o
ponteiro atinja 200 mmHg ou mais. Deve ser inflado 20 -30 mmHg
acima do ponto de desaparecimento do pulso radial.
Abrir a válvula da pêra vagarosamente
Sentir no pulso radial os primeiros batimentos ou registrar o primeiro som de
Korotkoff(pressão sistólica). Gravar mentalmente esse ponto.
Continuar liberando o ar do manguito e observar o ponto em que o som foi ouvido por último
ou sofreu uma mudança nítida(pressão diastólica). Desaparecimento dos sons de Korotkoff.
Gravar mentalmente esse ponto.
Retirar todo o ar do manguito, removê -lo e deixar o paciente confortável
Anotar os valores
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Limpar as olivas auriculares com algodão embebido em álcool


Colocar o material em ordem

Obs:
Sendo necessário verificar a P.A. muito seguidamente, o mangu ito pode ficar no braço, sem
compressão.
Em caso de dúvida, ou sendo necessário repetir a verificação, esvaziar completamente o
manguito antes de fazer a nova medida
Deve-se palpar o pulso radial antes de inflar o manguito para detectar a sistólica pelo
desaparecimento do pulso, a fim de evitar leitura errônea motivada pela presença do hiato
auscutatório.
Anotar os valores da pressão sistólica e diastólica. Às vezes é importante anotar a posição do
paciente(sentado ou deitado) e o braço em que foi realizada a medida.
Ter o cuidado de observar se o aparelho está calibrado.
Os equipamentos com mostrador digital não devem ser utilizados, pois é de precisão
duvidosa, o que poderia ocasionar, com maior freqüência, erros na mensuração da P.A.
Não se recomenda verificar a P.A. no braço que foi realizado cateterismo cardíaco, fistula
arterio-venosa ou instalado venóclise, para evitar estase sanguíneo e risco de obstrução da
fístula ou cateteres.
Se o paciente apresenta algum tipo de multilação ou ferimento nos MMSS, impossibilitando a
verificação da P.A, proceder a verificação na coxa. Neste caso, o pulso a ser localizado para
ausculta é o poplíteo.

TÉCNICA DE VERIFICACAO DE PRESSÃO ARTERIAL NOS MEMBROS INFERIORES

Método
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material;
3. Promover a limpeza das olivas e diafragma do estetoscópio com álcool a 70%;
4. Explicar ao paciente o que ser feito;
5. Colocar o paciente em posição confortável com os MMII estendidos;
6. Expor o membro inferior do paciente;
7. Colocar o manguito (esfigmomanômetro) 5 cm acim a da prega do joelho, prendendo -o de
modo a não comprimir nem soltar -se;
8. Localizar com os dedos a artéria poplítea na dobra do joelho;
9. Colocar o estetoscópio no ouvido e segurar o diafragma do estetoscópio sobre a artéria,
evitando uma pressão muito forte ;
10. Fechar a válvula da pêra de borracha e insuflar ate o desaparecimento de todos os sons
(cerca de 200 mmHg);
11. Abrir a válvula vagarosamente;
12. Observar o manômetro. O ponto em que ouvir o primeiro batimento e a P.A. sistólica máxima;
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13. Soltar o ar do manguito gradativamente ate ouvir claramente o ultimo batimento lendo o
manômetro (P.A. diastólica mínima);
14. Retirar todo o ar do manguito. Repetir a operação se for necessário;
15. Remover o manguito e deixar o paciente confortável;
16. Promover a limpeza das olivas e do diafragma do estetoscópio com álcool a 70%;
17. Anotar na ficha de controle;
18. Lavar as mãos;

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

É o ato ou processo de medir peso e estatura. A estatura e o peso do paciente são


registrados por ocasião da elaboração do histórico de enfer magem e da realização do exame físico.

FINALIDADES:
Acompanhar o crescimento pondero -estatural
Detectar variações patológicas do equilíbrio entre peso e altura
Avaliar massa corporal, para avaliar ganho/ perda ponderal, e retenção de líquidos; para
auxiliar no cálculo da dosagem do medicamento.

MATERIAL UTILIZADO:
Balança.
Fita métrica, caso a balança utilizada não tenha escala métrica.
Papel toalha.

VERIFICAÇÃO DE PESO
O peso precisa ser verificado e anotado, com a finalidade de controlar qualquer a lteração
ocorrida durante a permanência no hospital, pois, certas doenças ou tratamentos podem provocar
oscilações rápidas e freqüentes de peso, por retenção ou perda de líquidos do organismo. A
informação exata sobre peso também é essencial como um guia n a prescrição de certos
medicamentos.

Método:
Após medidas gerais, estabelecidas no método de trabalho,
anteriormente esplanados:
1. Colocar a balança num piso plano, seco e não escorregadio.
2. Forrar a balança com papel toalha. Para pesar os bebês, usar
fraldas.
3. Regular ou tarar a balança:
o colocar os mostradores em zero;
o lev-antar o pino da trava;
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o girar o parafuso da calibragem para a esquerda ou para a direita, nivelando o fiel da


balança;
o abaixar o pino da trava.
4. Solicitar ao paciente que use roupas leves. Pedir ao paciente para retirar o calçado e o
excesso de roupas.
5. Auxiliar o paciente a subir na balança, colocando -o no centro da mesma, com os pés unidos e
os braços soltos ao lado do corpo.
6. Destravar a balança.
7. Mover o indicador de quilos até a marca do p eso aproximado do paciente.
8. Mover o indicador de gramas até equilibrar o fiel da balança, travar a balança.
9. Ler e anotar o peso indicado na escala.

OBS.:
O peso deve ser verificado, preferencialmente, pela manhã, em jejum, com a bexiga vazia.
Para uma medição exata, é necessário pesar a roupa do paciente à parte e descontar o valor
equivalente do valor encontrado do peso total.

PESO IDEAL E PESO MÁXIMO NORMAL

Peso ideal: nº em centímetros que excede o metro de altura do paciente. Ex: altura = 1,60 m
Homem – 60 Kg Mulher – peso ideal – 5% =57Kg
Peso máximo normal : Homem: peso ideal + 10% = 60 Kg + 6Kg = 66Kg
Mulher: peso ideal + 10% = 57Kg + 5,7Kg = 62,7Kg
Ou seja, para um homem de 1,60 m de altura o peso normal está entre 60 e 66 Kg e para a
mulher na mesma altura, o peso normal vai de 57 a 62,7Kg.

Variações do Peso: Magro(abaixo do peso ideal), obeso (acima do peso ideal), caquético(muito
abaixo do peso ideal).

VERIFICAÇÃO DA ESTATURA

1. Posicionar o paciente de