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5 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

Desde a Antiguidade, a busca da humanidade para entender e investigar a


origem e as causas das sensações, como a Dor, sempre esteve presente. Os relatos dos
pesquisadores demonstram a preocupação em compreender e encontrar recursos para
tratar e controlar a dor de forma eficaz (LEÃO; AQUARONE; ROTHER, 2013).

Em vista disso, com intuito de analisar os tratamentos mais adequados para a


identificação da Dor dos pacientes, assim utilizando-se de ferramentas eficazes, a fim de
prevenir e promover pesquisas sobre a temática. Em 1970 foi criada a IASP (Associação
de Internacional para o Estudo da Dor), que conceituou o termo Dor como experiência
subjetiva e individual. Segundo John Hopkins, em uma edição publicada em setembro
de 2020 pela revista Pain, a Dor é “Uma experiência sensorial e emocional
desagradável associada a, ou semelhante àquela associada a, dano real ou potencial ao
tecido”. Sendo a primeira atualização desde 1979.

Diante dos estudos analisados, por meio de pesquisas e a observação da atuação


dos enfermeiros, foi possível identificar que os profissionais da saúde possuem
dificuldade em reconhecer a dor dos pacientes, devido à falta de conhecimento
científico sobre a temática, formação continuada, ausência de políticas relacionadas à
Dor, inexistência de indicadores de qualidade, além de depender do estado no qual o
paciente se encontra, por exemplo, (MAGALHÃES et al., 2011).

Dessa forma, entender os procedimentos e tratamentos mais adequados para a


avaliação e mensuração da Dor é de suma importância para o atendimento eficaz ao
paciente. Sendo assim, é necessário identificar os conceitos dos termos e a diferenciação
entre os procedimentos para que as informações extraídas pelos instrumentos sejam
interpretadas corretamente (FALEIROS SOUZA; DA SILVA, 2004)

Sendo assim, é válido ressaltar que o papel do enfermeiro na avaliação e


mensuração da Dor é imprescindível e deve saber verificar os segmentos diferentes que
os termos possuem apesar de um procedimento complementar o outro (FALEIROS
SOUZA; DA SILVA, 2004). A mensuração da Dor consiste a atribuição de um número
ou valor por intermédio de instrumentos unidimensionais, sendo um processo rápido
que identifica apenas a intensidade da Dor. Já avaliação, sendo um processo mais
complexo, consiste na utilização de instrumentos multidimensionais que auxilia em
observar outros aspectos da Dor no paciente, o significado, os efeitos entre outros.

5.1 INSTRUMENTOS DE MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO DA DOR

São divididos em dois grupos Unidimensionais e Multidimensionais, que


utilizados simultaneamente garantem a eficácia no tratamento e identificação da Dor
dos pacientes.

5.2 INSTRUMENTOS UNIDIMENSIONAIS

Os Instrumentos Unidimensionais são compostos por escalas numéricas de fácil


aplicação, rapidez e baixo custo (FALEIROS SOUZA; DA SILVA, 2004).

Escala Analógica Visual – Consiste em uma linha de aproximadamente 10 mm,


sendo dividida em ausência de dor e a pior dor possível (FREITAS, et. al., 2009). O
paciente deve indicar na reta qual a melhor marcação que demonstra a intensidade da
Dor que está sentindo naquele momento.

Escala de Categoria Numérica – Essa escala permite o paciente indicar Dor que
está sentido, por meio de números (FREITAS, et. al., 2009). O paciente escolhe um
número de o a 10, no qual o zero representa ausência de Dor e o numeral 10 representa
Dor extrema.

Escala de Categoria Verbal – O paciente expressa a Dor, por meio da


verbalização, assim descrevendo a intensidade da Dor daquele momento. No entanto,
em pacientes em estado grave, na qual, inviabiliza a comunicação o procedimento é
ineficaz.

5.2 INSTRUMENTOS MULTIDIMENSIONAIS

Os Instrumentos Multidimensionais representam a Dor em várias dimensões,


sendo mais amplo, analisando a sensação da Dor além da intensidade. É muito utilizado
quando os instrumentos unidimensionais não oferecem as informações necessárias
(FALEIROS SOUZA; DA SILVA, 2004).

Questionário McGill de Dor – criado por Ronald Melzack em 1975, sendo


utilizado para avaliar a Dor em quatro segmentos sensorial, afetiva, avaliativa e mistas,
na qual o paciente precisa descrever a Dor em cada etapa (MARTINEZ, 2011).  O
paciente descreve sua dor escolhendo entre 78 termos divididos em 20 grupos de 4
categorias. Sendo o procedimento cansativo e demorado, porém permite a descrição
detalhada da intensidade da Dor no paciente.

Desse modo, a Avaliação e a Mensuração da Dor, sintetizam as informações


coletadas, juntamente, com os instrumentos unidimensionais e multidimensionais,
servindo para garantia em estabelecer um diagnóstico eficaz e planejar o tratamento
mais adequado no controle da Dor no paciente.

REFERÊNCIAS

FALEIROS SOUSA, Fátima Aparecida Emm; DA SILVA, José Aparecido. Avaliação e


mensuração da dor em contextos clínicos e de pesquisa. Revista da Sociedade
Brasileira para Estudo da Dor, São Paulo, v. 5, n. 4, p. 408-429, 2004.

FREITAS, Cláudio de Carvalho et al. Avaliação da dor com o uso das escalas
unidimensionais. Revista Dor, v. 10, n. 1, p. 56-62, 2009. Disponível em: <http://
http://media.wix.com/ugd/f36792_eda1d2afd4f4bcc82d7d9de0e19e6700.pdf>. Acesso
em: 03 dez. 2021.

LEÃO, Eliseth Ribeiro; AQUARONE, Rita Lacerda; ROTHER, Edna Teresinha.


Pesquisa em dor: análise bibliométrica de publicações científicas de uma Instituição de
Pesquisa no Brasil. Revista Dor, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 94-99, 2013. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rdor/v14n2/04.pdf>. Acesso em: 03 dez. 2021.

MAGALHÃES, Paola Alexandria Pinto et al. Percepção dos profissionais de


enfermagem frente à identificação, quantificação e tratamento da dor em pacientes de
uma unidade de terapia intensiva de trauma. Revista Dor, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 221-
225, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rdor/v12n3/v12n3a05.pdf>.
Acesso em: 03 dez. 2021.
MARTINEZ, José Eduardo; GRASSI, Daphine Centola; MARQUES Laura Gasbarro.
Análise da aplicabilidade de três instrumentos de avaliação de dor em distintas unidades
de atendimento: ambulatório, enfermaria e urgência. Revista Brasileira de
Reumatologia, v. 51, n. 4, p. 299-308, 2011. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbr/a/NLCV93zyjfqB6btxpNRfBzJ/?format=pdf&lang=pt>.
Acesso em: 03 dez. 2021.

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