Você está na página 1de 27

POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DE BRASÍLIA

MEIOS DE COMUNICAÇÃO OPERACIONAL

Curso de Formação de Oficiais

2018
COORDENADOR:

MAJ QOPM JOSÉ MARTINS

INSTRUTORES:


 
I – HISTÓRICO DAS COMUNICAÇÕES À DISTÂNCIA

As maiores conquistas no campo das comunicações


de longa distância se deram através das ondas
eletromagnéticas com o advento da telegrafia sem fio e os
sistemas de rádio.
Tudo começou em 1873 com a publicação da Teoria
do Eletromagnetismo do professor da Universidade de
Cambridge James Clark Maxwell. Através das equações de
Maxwell podem ser estudados os fenômenos e as leis da
radiação eletromagnética e da propagação de ondas.
A comprovação prática da Teoria do
Eletromagnetismo só ocorreu 15 anos mais tarde em 1888
pelo professor Heinrich Hertz que montou o primeiro
equipamento de laboratório para transmitir e receber ondas
eletromagnéticas e concluiu que, exceto pelo comprimento de
onda, as ondas de rádio e a luz são de mesma natureza,
portanto, são ambas radiações eletromagnéticas.
As experiências de Hertz, apesar de sua importância
científica, não passaram de uma curiosidade de laboratório,
até que um jovem italiano Guglielmo Marconi, então com 20
anos em 1894 construiu o primeiro aparelho de telégrafo sem

 
fio baseado nas experiências de Hertz. Marconi aperfeiçoou o
equipamento de Hertz dotando-o de antenas de transmissão e
recepção, aumentando assim o alcance de apenas alguns
metros, para centenas de quilômetros. Em 1906 Marconi
assombrou a comunidade científica da época pelo anuncio da
primeira comunicação telegráfica transatlântica entre St.
John’s - USA e Poldhu - Inglaterra.

II - TELECOMUNICAÇÕES

Telecomunicação é o processo de se comunicar a


longa distância, que utiliza como meio de transmissão: linhas
telefônicas, linhas telegráficas, satélites ou ondas
eletromagnéticas.

2.1 - Comunicação
A palavra comunicar vem do latim ​comunicare e
significa “pôr em comum”, tornar comum. Em sentido prático,
comunicar é transmitir ideias e informações com o principal
objetivo de promover o entendimento entre os indivíduos.
Para que ela se realize, é necessária a utilização de códigos
comuns, previamente estabelecidos.

2.2 – O processo da comunicação


A comunicação pode ser definida como um processo
de inter-relação entre os homens, caracterizado pelo emprego
de signos ou símbolos organizados em mensagens. Este
processo, inicialmente, exige três elementos, a saber: emissor,
receptor e mensagem. Faltando qualquer um desses
elementos, a comunicação não acontece.
A mecânica do processo pode ser esquematizada da
seguinte maneira:
O emissor codifica e envia a mensagem.

 
O receptor a decodifica, isto e a interpreta.
Se não houver interferência (ruído), a comunicação se
estabelece.

2.3 - A mensagem e sua interpretação


A mensagem é o objeto e a finalidade da comunicação
humana. Toda mensagem possui um significado e carrega
propriedades de percepção comuns ao emissor e receptor.
Outro elemento importante é a interpretação. Na
verdade, ela é a chave de toda comunicação. Dela é que vai
depender a dedução e a compreensão da mensagem.

2.4 – Comunicações Via Rádio


Abaixo seguem alguns termos que devemos conhecer
para entender melhor o que vamos descrever.
Transceptor: Equipamento com capacidade de
transmitir e receber sinais.
Rede Rádio: é o conjunto de estações ou aparelhos
rádio trabalhando na mesma frequência ou canal.
Zona de silêncio: é a zona onde a onda
eletromagnética é demasiadamente fraca para ser recebida.
Posto Diretor de Rede (PDR): é o prefixo que controla
e disciplina a rede rádio. Também é chamado de despachante.
Na Polícia Militar é o operador da CIADE ou do CMÓVEL.
Rádio Operador (RO):

2.5 – Estação Rádio


Na estação transmissora de Rádio a informação é
acoplada à antena de transmissão, transformando-se em
ondas eletromagnéticas cuja frequência e amplitude
correspondem ao sinal elétrico modulado. Estas ondas se
propagam no ar, sofrendo reflexões e refrações dos corpos


 
que atinge (como edifícios e aeronaves), até chegar ao
receptor de Rádio.
Na antena do receptor de Rádio chegam todos os
tipos de ondas eletromagnéticas (desde o sinal de todas as
estações de Rádio ate sinais de televisão, comunicações
aeronáuticas, etc). Seu sistema de sintonia seleciona o sinal
elétrico com a frequência da portadora da estação de Rádio
desejada (bloqueando os outros sinais), ele é demodulado
(eliminação da portadora) e acoplado ao alto-falante, onde se
reproduz o som original.

2.5.1 - Composição do equipamento:


O equipamento-rádio compõe-se, basicamente, do
equipamento transceptor e seus acessórios abaixo descritos:
a) antena;
b) microfone;

 
c) alto-falante.
d) fonte de alimentação (equipamento fixo);

2.5.2 - O Transceptor:
O transceptor é o engenho eletrônico capaz de
transmitir e receber sinais de radiofrequência necessários às
comunicações, para a transmissão/recepção de mensagens por
voz.

2.5.3 - A Antena:
Através da antena são irradiados ou recebidos os
sinais de radio frequência (ondas eletromagnéticas).

2.5.4 - O Microfone:
O microfone capta os sons e os transforma em sinais
elétricos.

2.5.5 - A Fonte de Alimentação:


Parte onde é obtida a energia para o funcionamento
do transceptor fixo, móvel ou portátil. Conforme a
necessidade, pode ser transformada a voltagem 110/220V
para aquela requerida pelo equipamento, normalmente 12V.
Ela pode, também, manter a carga de uma bateria, cuja função
seja alimentar o equipamento no caso de falta da energia.

2.5.6 - O Alto Falante:


O alto-falante transforma os impulsos elétricos que
chegam em sinais sonoros.

2.6 - Tipos de Estação Rádio


As estações rádio ou transceptores são classificados
de acordo com a forma de utilização sendo:


 
FIXOS ​→ Classificam os equipamentos instalados em
edificações. São instalados sobre uma fonte de alimentação
que converte a tensão 220 volts para 12 volts.
MÓVEIS​→ São equipamentos instalados em veículos,
embarcações, aeronaves, etc., utilizam alimentação do sistema
elétrico do veículo que conduz o equipamento.
PORTÁTEIS​→ São equipamentos de porte, ou seja,
conduzido junto ao corpo, comumente chamados de HT
(HAND TALK) ou transceptor portátil, esses equipamentos
operam com baterias recarregáveis. Devido a baixa potência
de operação, tem rendimento reduzido para proporcionar
maior autonomia e redução de danos a saúde do operador o
que reflete consideravelmente na diminuição do seu alcance
(cobertura).

III - TIPOS DE COMUNICAÇÃO DA PMDF


 

3.1 - ​Comunicação Ponto a Ponto

A transmissão de um ponto direto para outro, sem o


auxilio de estação repetidora, denominamos “comunicação


 
ponto a ponto” neste modo utilizamos a freqüência de
recepção igual a de transmissão.
Por analogia observamos que os equipamentos irão
receber as ondas eletromagnéticas irradiadas diretamente do
equipamento transmissor, por conseguinte, a área de
cobertura será reduzida.
Isso ocorre de forma transparente para o operador do
equipamento, bastando que este escolha um canal,
pré-programado, no equipamento que indique a comunicação
ponto a ponto.

3.2 - Comunicação Via Repetidora:


 


 
Podemos definir a ​repetidora ​como um sistema
automático de retransmissão de sinais, que recebe e transmite
o sinal desejado ao mesmo tempo.​ Para isso ela precisa de um
receptor e um transmissor separado. Por motivos óbvios, as
frequências de recepção e transmissão devem ser diferentes.
Normalmente as repetidoras estão localizadas em topos de
montanhas ou em outros locais elevados e operam com uma
potência de saída maior do que de uma estação fixa, móvel ou
portátil. Essa combinação de elevação e alta potência irradiada
geralmente resultam em comunicações sobre distâncias
consideráveis

10 
 
 

IV – DIRETRIZES PARA EXPLORAÇÃO DAS


COMUNICAÇÕES VIA RÁDIO NA PMDF

4.1 - Procedimentos a serem adotadas nas


comunicações vias rádio:
01) As comunicações via rádio deverão ser
processadas de forma precisa, a fim de buscar o máximo de
aproveitamento de um sistema de comunicação, sem causar
congestionamentos e demoras desnecessárias para a
transmissão de qualquer mensagem.
02) O usuário da rede-rádio deverá basear-se em
documentos ou normas previstas para cada tipo de serviço,
evitando criar palavras supérfluas que prejudiquem os trâmites
necessários à mensagem.
03) O usuário deverá ter certeza do que vai transmitir
via rádio e, para isso, deve resumir as chamadas utilizando
códigos e normas específicas, de preferência previamente
estabelecidas.
04) A velocidade de transmissão de qualquer
mensagem, deverá ser de tal forma que permita ao recebedor
entendê-la em seu inteiro teor, mantendo a calma mesmo em
ocorrências de alto risco.

11 
 
05) Toda rede-rádio deverá possuir um Posto Diretor
da Rede (PDR), “CIADE”, ou “CMÓVEL” que organizará e
manterá a disciplina das comunicações na rede-rádio,
passando as informações necessárias ao conhecimento da
mesma.
06) Quando uma mensagem for necessariamente
longa ela deverá ser transmitida em trechos, devendo sempre
ser solicitado o entendimento.
07) Ao perceber que a rede-rádio está sendo utilizada
por outros prefixos, em hipótese alguma poderá ser acionada a
tecla do microfone, pois causará interferência nos demais.
(Dependendo da distância ou potência).
08) Utilizar o equipamento-rádio somente para o
serviço previsto, evitando o uso como se em telefonia fosse.
09) Sempre que receber uma mensagem, dar o ciente
da mesma a quem lhe transmitiu a fim de evitar transtornos
posteriores.
10) As mensagens deverão versar somente sobre
assuntos pertinentes ao conhecimento de toda a rede.
11) Para os efeitos destas normas, entenda-se como
rádio-operador em um posto-rádio, qualquer usuário da
Corporação, a serviço, que tenha a seu encargo,
equipamento-rádio ligado na rede, para receber ou transmitir
mensagens na rede-rádio da PMDF, sob controle do PDR. Ex.: o
comandante de uma guarnição de radiopatrulha, o
policial-militar de serviço em um posto destacado, etc.
12) Procurar inteirar-se totalmente sobre as
condições técnicas disponíveis no equipamento e suas
limitações.
13) Evitar qualquer tentativa de reparo, ainda que
considere fácil ou provisório.
14) Manter o equipamento limpo, nada colocando
sobre o mesmo.
12 
 
15) Comunicar imediatamente ao órgão de
manutenção, qualquer dano ou pane sofrida no equipamento.
16) Evitar mudança de canal, sem autorização do PDR,
salvo em casos previamente estabelecidos.
17) Sempre que assumir qualquer equipamento,
realizar teste de funcionamento do mesmo em toda a rede.
18) Evitar segurar o rádio portátil (HT) pela antena,
para que a mesma não se desconecte ou quebre,
inviabilizando sua comunicação.
19) Usar linguagem clara ao entendimento do
destinatário da mensagem.
20) Nunca se afastar do local onde se encontra o
equipamento que esteja operando, sem deixar um substituto.
21) Atender prontamente a qualquer chamada
dirigida para seu posto-rádio.
22) Estar atento à todas as mensagens veiculadas na
rede-rádio.
23) Nunca informar sobre qualquer atividade ou
serviço a elementos que julgue não ser necessário ter
conhecimento para tal.
24) Evitar conversas paralelas próximo ao
equipamento-rádio e nunca pronunciar palavras obscenas ou
impróprias à boa educação, ao transmitir uma mensagem.
25) Seguir corretamente às normas de conservação do
equipamento-rádio.
26) Utilizar somente os prefixos previstos para o
funcionamento da rede, evitando declinar nomes de pessoas
que estejam em serviço ou até mesmo o seu próprio nome,
exceto quando solicitado por exigência do serviço.
27) Conhecer todos os prefixos que compõe a
rede-rádio. O rádio-operador que participar de uma rede-rádio
deve se ater a todos os prefixos que a compõem, para
auxiliá-los em caso de necessidade ou para alertá-los de algum
13 
 
elemento estranho à mesma, que possa afetar a segurança das
comunicações.
28) Pensar no que vai falar, antes de acionar a tecla
do microfone, observando se a frequência está livre.
29) Apertar a tecla do microfone aproximando-o a uns
dez centímetros da boca.
30) Observar a luz de indicação de que o transmissor
está pronto para transmitir, aguardando um ou dois segundos
para iniciar a transmissão propriamente dita.
31) Fazer a chamada para a estação com a qual deseja
transmitir a mensagem.
32) Transmitir a mensagem somente depois de
atendida a chamada,
33) Evitar permanecer muito tempo com a tecla do
microfone acionada PARA EVITAR O consumo inadequado de
energia E POSSIBILITAR A COMUNICAÇÃO DE OUTROS
PREFIXOS.
34) Ligar o equipamento e mantê-lo com intensidade
de volume adequado ao entendimento da mensagem.
35) Acompanhar a tramitação das mensagens
dirigidas à rede, a fim de auxiliar tecnicamente um
companheiro que tenha perdido o contato com o PDR ou outro
posto.
36) Para transmissão de horários deve-se utilizar as
expressões completas como exemplo: 20:30 horas, deverá ser
transmitido “vinte horas e trinta minutos”.
37) Ao comandante de uma guarnição compete as
funções de rádio operador, exceto, quando este, por exigência
do serviço, determinar que outro o faça, ou por determinação
legal (vide POP, função do 02).

4.2 - Distribuição de prefixos na rede-rádio

14 
 
01) Os prefixos de comando terão na rede-rádio a
designação "Charlie", seguida do número identificador de sua
UPM.
02) O número identificador da função acima, será
conforme a unidade policial e impessoal, independente do
posto do oficial que a ocupa.
03) Na rede-rádio as designações de posto de rádio
fixo, sejam de unidades (administrativa e operacional) ou
postos destacados, terão o prefixo "AD" seguido do número
identificador.
04) Os oficiais de fiscalização receberão a designação
“FOX” seguido do número identificador, o qual designará a
unidade a que pertence ou para a qual está a serviço.
05) Os subcomandantes terão o prefixo SIERRA
seguida do número de sua UPM.
06) Não poderá ser utilizada a denominação CHARLIE,
AD, FOX e SIERRA, em operações policiais na rede-rádio, para
que os mesmos não sejam confundidos com as designações
existentes.
07) Os prefixos de subunidades (companhias),
pelotões e destacamentos subordinados à uma unidade,
quando não existirem, receberão suas designações de acordo
com a nomenclatura solicitada pelo comando da unidade ao
comandante do CMan.
08) As viaturas operacionais terão a designação
conforme alguns exemplos abaixo:
- RP seguida do número da vtr de rádio
patrulhamento;
- PT seguida do número da vtr de patrulhamento de
trânsito urbano;
- PRV seguida do número da vtr de patrulhamento de
trânsito rodoviário;

15 
 
- MT seguida do número da vtr de duas rodas
utilizadas em patrulhamento;
- AMBIENTAL seguida do número da vtr de
patrulhamento AMBIENTAL;
- LACUSTRE seguida do número da vtr tipo
embarcação utilizada em patrulhamento em águas;
- FÊNIX seguida do número da aeronave utilizada em
patrulhamento aéreo.
09) Os demais casos de viaturas especiais serão
resolvidos de acordo com a necessidade e, conforme
solicitação ao comandante do CMan.
10) O posto de policiamento rodoviário terá
designação “PDF” seguida do número da rodovia onde está
sediada. Ex.: Posto da Rodovia 095 (estrutural), terá o prefixo
“PDF 95”.
11) Os pelotões e os postos de unidade especializada
em policiamento Ambiental terão prefixos de acordo com o
serviço realizado. Ex.: Pelotão de Fiscalização do Lago terá o
prefixo “LAGO 1”. Os postos de fiscalização em suas áreas
terão os prefixos de acordo com o local de atuação. Ex.: Posto
do Jardim Zoológico o prefixo será “ZOO 1”.
12) A utilização da rede-rádio para um policiamento
específico, deverá utilizar as seguintes designações seguidas de
um número identificador, de acordo com uma hierarquia:
- BE (BRAVO ECO) para emprego do policiamento
escolar;
- CD (CHARLIE DELTA) para emprego do policiamento
nas embaixadas;
- CN (CHARLIE NOVEMBER) para emprego do
policiamento no Congresso Nacional;
- AMBIENTAL para emprego do policiamento florestal;
- MONTADO para emprego do policiamento montado;

16 
 
- ÁGUIA para fiscalização no policiamento VELADO,
podendo ser modificado de acordo com a necessidade do
serviço;
- RURAL para fiscalização no policiamento em áreas
RURAIS.
13) Os prefixos dos Batalhões Especiais como: BOPE,
PATAMO, CHOQUE, CANIL, COE, e etc., na rede-rádio
receberão seus prefixos de acordo com sua especialidade,
seguida de um número.
14) Quando não houver prefixo específico e numa
eventual necessidade de criação dos mesmos, o comandante
do CMan, através da Subseção de Manutenção de
Comunicação (SSMMC) fica responsável por receber sugestões
e propostas, bem como, controlá-los e divulgá-los à toda a
Corporação.
15) Deverá ser observado o disposto no Anexo III a
estas normas, cabendo ao comandante do CMan sua
atualização, de acordo com a exigência do serviço.

17 
 
V - FRASEOLOGIA DE MEIOS DE
COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

5.1 - Conceituação
A fraseologia é um procedimento estabelecido com o
objetivo de assegurar a uniformidade das comunicações
radiotelefônicas, reduzir ao mínimo o tempo de transmissão
das mensagens e proporcionar autorizações claras e concisas.

5.2 - Generalidades
5.2.1 A fraseologia apresentada não pretende ser
completa. Quando for estritamente necessário, tanto o radio
operador com o operador da estação utilizar frases adicionais,
devendo, no entanto, afastarem-se o mínimo possível da
fraseologia.
5.2.2 De acordo com as recomendações desse
manual, na definição das palavras e expressões da fraseologia,
foram adotados os seguintes princípios:
a) utilizam-se palavras e expressões que possam
garantir melhor compreensão nas transmissões
radiotelefônicas;
b) evitam-se palavras e expressões cujas pronúncias
possam causar interpretações diversas.

5.3 - Alfabeto Fonético


O alfabeto fonético alfanumérico internacional visa
esclarecer nomes de difícil pronúncia, endereços, placas de
veículos, etc. Não devemos utilizar o alfabeto fonético para
18 
 
soletrar nomes de fácil entendimento sob pena de estarmos
aumentando o tempo de transmissão.

LETRA PALAVRA PRONÚNCIA


A Alfa AL​ FA
B Bravo BRA​ VO
C Charlie CHAR​ LI
D Delta DEL​ TA
E Echo E​ CO
F Foxtrot FOX ​TROT
G Golf GOLF
H Hotel O​ TEL
I India IN​ DIA
J Juliett DJU​ LIET
K Kilo KI​ LO
L Lima LI​ MA
M Mike MAIK
N November NO ​VEM​ BER
O Oscar OS​ CAR
P Papa PA ​PA
Q Quebec QUE ​BEC
R Romeu RO​ ME O
S Sierra SI ​E​ RRA
T Tango TAN​ GO
U Uniform IU​ NI FORM
V Victor VIC​ TOR
W Whiskey UIS ​QUI
X X-ray EKS​ REY
Y Yankee IAN​ QUI
Z Zulu ZU​ LU
NOTA: Na pronúncia, estão em negrito as sílabas fortes.

19 
 
5.4 - Numeração
5.4.1 - Quando da transmissão de algarismos, deve-se
pronunciá-los sempre precedidos de palavras “NÚMERO”.

0 zero 5 cinco
1 uno 6 seis
2 dois 7 sete
3 três 8 oito
4 quatro 9 nove

5.4.2 - Para facilitar a transmissão e por exigência do


serviço, empregar-se-á o número ordinário como segue
adiante:

0 Negativo 5 Quinto
1 Primeiro 6 Sexto
2 Segundo 7 Sétimo
3 Terceiro 8 Oitavo
4 Quarto 9 Nono

20 
 
VI - RELAÇÃO DE CÓDIGOS E PALAVRAS
CONVENCIONAIS DA EXPLORAÇÃO DAS
COMUNICAÇÕES VIA RÁDIO NA PMDF

6.1 - Algumas abreviaturas que passaram a fazer parte


da fraseologia, devido a sua ampla utilização, poderão ser
pronunciadas como se escrevem, em vez de utilizar-se o
alfabeto fonético.
Ex.: CIADE.

6.2 - Algumas abreviaturas e códigos serão


transmitidos, pronunciando-se cada letra em forma não
fonética.
Ex.: VTR, RO, MT.

6.3 - Objetivando reduzir as frases ou palavras, e


ainda, codificar transmissões, deverá ser utilizado uma
combinação de letras, tendo como inicial a letra “Q”, conforme
abaixo.
QAP - Estou na escuta.
QRA - Qual o nome do operador ?
QRL - Prefixo ocupado no momento.
QRN - Perturbação estática.
QRM - Interferência de outro prefixo.
QRU - Tem algo para mim?
QRV - Prossiga.
QRX - Aguarde um momento na escuta.
QSJ - Valor em dinheiro.
21 
 
QSL - Informe se acusou o recebimento? Ou recebi
mensagem.
QSO - Contato direto com outro prefixo.
QSY - Fazer troca de canal ou freqüência.
QTH - Endereço ou localização.
QSA - Intensidade e clareza dos sinais.

Para volume Para clareza


1 – Apenas perceptível 1 – Ilegível
2 – Fraca 2 – Legível com interferência
3 – Razoável 3 – Legível com dificuldade
4 – Boa 4 – Legível
5 - Ótima 5 – Legibilidade perfeita

22 
 
6.4 - As palavras abaixo deverão ser utilizadas para
reduzir frases mais utilizadas, previamente estabelecidas na
rede-rádio, podendo ser acrescidas outras que facilitem a
operação.

AGUARDE Espere novo contato na escuta.


CÂMBIO Término de uma mensagem e
convite à resposta.
CIENTE Recebida à mensagem em inteiro
teor.
COMO RECEBE Intensidade e clareza dos sinais.
CONFIRME Confirmar a mensagem recebida.
CORREÇÃO Houve erro na transmissão e será
corrigido.
CORRETO Procedimento certo.
COTEJAR Repetição de mensagem de difícil
entendimento.
GRANBEL Contato via telefone
NEGATIVO Negação, não autorizado, algo
errado.
POSITIVO Afirmação mensagem entendida.
PROCEDA Seguir conforme procedimento
normal.
PROSSIGA Adiante com a mensagem.
PRIORIDADE Pedir a preferência para
transmissão.
SOLETRANDO Soletrar uma palavra utilizando
letras do alfabeto fonético.

23 
 
6.5 - A transmissão deverá ser simples e objetiva, não
podendo ser utilizada na linguagem rotineira da rede-rádio
expressões tais como "companheiro" (usar o prefixo), "em
colaboração", "agradecimento", "grato", ou ainda, palavras
repetidas como "ciente", "entendido", "positivo", "recebido",
"ok" e outras, que possam ser substituídas pelo código QSL.

6.6 - Exemplo de Diálogo com a CIADE.

6.6.1 - Guarnição entrando de serviço.


Viatura: CIADE, RP 2022.
CIADE: 2022, QRV
Viatura: RP 2022 entrando de serviço de 12 horas,
QRA do comandante SD fulano, guarnição a 03, cobrindo setor
A.
CIADE: QSL.

6.6.2 - Consultando placa de veículo.


VTR: CIADE RP 2022
CIADE: QRV
VTR: Condições de consulta de placa de veículo?
CIADE: QSL, avance a placa.
VTR: Juliete , Delta, Romeu, primeiro, segundo,
terceiro, quarto, Delta Fox ( JDR 1234/DF)
CIADE: Veículo roubo e furto nada consta.
VTR: QSL

6.6.3 - Pesquisa de POLINTER.


PO a pé: CIADE PO da feira.
CIADE: QRV
PO: Condições de consulta a polinter?
CIADE: QRV

24 
 
PO: Tício de tal portador do rg, data de nascimento,
filiação de tícia de tal.
CIADE: PO da feira é a CIADE.
PO: QRV
CIADE: Polinter nada consta.
PO: QSL.

6.6.4 - Roubo a transeunte.


CIADE: RP 2022 é a CIADE
RP: QRV
CIADE: Roubo a transeunte com dois elementos
armados, características: boné vermelho, camisa clara e o
segundo suspeito trajando camisa azul e bermuda verde.
Anote o QTH: Praça do Relógio. Informe?
RP: QSL e em deslocamento.
RP: CIADE é RP 2022
CIADE: QRV
RP: dois suspeitos detidos com as caraterísticas
repassadas, sendo que um deles portando arma de fogo e QSJ.
Deslocando à DP com suspeitos e vítimas.

25 
 
VII – ORGANOGRAMA

26 
 
REFERÊNCIAS
● Decreto n.º 2.197, de 8/4/97 - Regulamento de
Serviço Limitado - Agencia Nacional de Telecomunicações.
● Instruções Provisórias - As Comunicações na
Infantaria - EME - 1ª Edição - 1994.
● Manual de Campanha - Exploração em
Radiotelefonia - EME - 3ª Edição - 1995.
● Manual de Campanha - Emprego das
Comunicações - EME - 2ª Edição - 1997.
● Manual do Curso de Radioamadorismo -
Federação LABRE/Brasília-DF - Out/88.
● Apostila entregue em sala de aula;
● C21 – 30, Manual de abreviatura, símbolo,
convenções, cartografias- Ministério do Exército;
● C24 – 11, Manual de Sinais de serviço e
indicativos operacionais – Ministério do Exército;
● Manual de campanha C24-9, “Exploração em
radiotelefonia” Exército Brasileiro;
● Manuais dos Fabricantes de Equipamentos.

27 
 

Você também pode gostar