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Bioética e Legislação

em Vigilância Sanitária
Material Teórico
Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Milena Vicário Perez

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Biossegurança e Doenças
Infectocontagiantes

• Importância da Biossegurança na Estética;


• Via de Transmissão;
• Riscos e Perigos no Ambiente de Trabalho;
• Doenças Infecciosas Transmitidas;
• Proteção Individual do Profissional;
• Higienização das Mãos;
• Cuidados Básicos no Ambiente de Trabalho.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Aprender a importância da biossegurança nos consultórios de estética, prevenindo doen-
ças infectocontagiosas instaladas no dia a dia do ambiente de trabalho;
• Prevenir a transmissão de um cliente a outro, protegendo-os contra esses agentes infec-
ciosos e evitando a disseminação dos mesmos;
• Aprender como higienizar corretamente as mãos, conforme determinam os regulamentos
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes

Importância da Biossegurança na Estética


Trata-se de assunto importante, porém, alguns profissionais ainda o desconhe-
cem, ficando expostos a riscos no próprio ambiente de trabalho, expondo também
o seu paciente a esse risco.

A biossegurança na estética precisa de consciência e atenção do profissional


para a prevenção de doenças no ambiente de trabalho, cobrando redobrados cui-
dados. Assim, é de suma importância a conscientização no que se refere aos ris-
cos potenciais inerentes ao exercício da profissão – tanto ao profissional, quanto­
ao cliente.

Para tanto, são estabelecidas normas pela Agência Nacional de Vigilância Sani-
tária (Anvisa) aos profissionais que atuam na estética, as quais consistidas em um
documento elaborado como referência para que Estados e municípios instituam
legislações locais aos estabelecimentos.

O documento da Anvisa é referência técnica ao funcionamento dos serviços de


estética e embelezamento sem responsabilidade médica, criado em Brasília, DF, em
dezembro de 2009. É aplicável a todo estabelecimento que inclua atividades de ca-
beleireiro, barbearia, depilação – exceto a laser –, manicure e pedicure, podologia,
estética facial, estética corporal, massagem relaxante, banho de ofurô, massagem
estética e outras atividades similares.

A biossegurança tem como objetivo prevenir doenças nesse ambiente de traba-


lho, pois a relação entre profissional e cliente pode estar sujeita a riscos, seja pela
proximidade, seja pelo próprio contato físico.

Assim, a norma da Vigilância Sanitária estabelece que os artigos descartáveis


não devem ser reutilizados, pois perdem as suas características originais, podendo
contaminar outro cliente. Ademais, todo profissional que atua na estética tem como
dever utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI) durante o procedimento
de manicure, pedicure, podologia, depilação, limpeza de pele, retirada de barba e/
ou aplicação de produtos químicos, pois permanecem expostos a patógenos que
causam doenças, tais como hepatite B e C, herpes, gripe, tuberculose, micose, Sín-
drome de Imunodeficiência Adquirida (Aids); além de produtos que exalam odores
tóxicos e que podem causar lesões.

A Lei n.º 12.592/2012 preconiza que os profissionais sigam as normas e regras


sanitárias, evitando, assim, maior risco de doenças infecciosas e dermatoses, pois
podem ser causadas pelo uso compartilhado de toucas de banho e grampos, sendo
obrigatória a esterilização de materiais e objetos utilizados nos atendimentos, assim
como o descarte dos itens dessa destinação – tal lei é obrigatória para todos os
profissionais da estética.

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Via de Transmissão
A transmissão de agentes infecciosos ocorre de forma direta e indireta, sendo
que a primeira corresponde ao contato físico entre transmissor e receptor por via
cutânea ou secreção; já a forma indireta se dá por meio de materiais contami-
nados, ou pela transferência de microrganismos de uma pessoa, ou de materiais
para outras, ou ainda de um paciente a outro – contaminação cruzada –, resul-
tando em infecção.

Figura 1
Fonte: Getty Images

Algumas infecções ocorrem pelo manuseio de materiais contaminados com san-


gue, secreções provenientes da extração de acne, meio de contato onde a pele não
está íntegra, mucosa, ou pelo contato das mãos do profissional com o cliente.

A vigilância sanitária aponta que instrumentos da estética, tais como pinças,


agulhas, extratores de comedões, eletrodos, pincéis, espátulas, toalhas, lençóis de
tecido e tapetes para enfeitar a sala, servem de colonização e disseminação de
doenças, necessitando de processos de limpeza, desinfecção e esterilização adequa-
das para não ficarem contaminados.

Riscos e Perigos no Ambiente de Trabalho


Risco é aquilo que há como prevenir; é o resultado ou a consequência do perigo,
de modo que não existiriam riscos se não houvessem perigos.

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UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes

Por sua vez, perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias com po-
tencial de causar ou contribuir para uma lesão ou morte.

Risco é uma função da natureza do perigo, acessibilidade ou acesso de contato,


características da população exposta, probabilidade de ocorrência e das consequências.

Perigo é um agente químico, biológico ou físico – incluindo a radiação eletro-


magnética –, ou um conjunto de condições que apresentam uma fonte de risco.

Risco é o resultado medido do efeito potencial do perigo.

Perigo é a situação que contém uma fonte de energia ou de fatores fisiológicos e


de conduta que, quando não controlada, conduz a ocorrências prejudiciais.

Figura 2
Fonte: Getty Images

Perigo Relacionado ao Trabalho


É definido como o conjunto de propriedades inerentes a um processo que em
determinada condição pode causar efeitos adversos à saúde ou ao meio ambiente,
dependendo do grau de exposição.

Ademais, perigo pode ser qualquer elemento potencialmente causador de danos,


tais como:
• Materiais: substâncias tóxicas – solventes, ácidos, álcalis, metais, gases, plásti-
cos, resinas, material particulado sólido, perfurocortantes etc.;
• Equipamentos: partes móveis sem dispositivo de proteção, condições de uso –
defeituoso, má conservação, impróprio ao serviço, uso incorreto, guarda em
local inseguro e/ou inadequado;
• Ambientes de trabalho: áreas de local de trabalho significativamente quentes,
frias, empoeiradas, sujas, ruidosas e/ou escuras, com a presença de gases,
vapores, fumos etc.;
• Sistema de trabalho: fatores relacionados aos sistemas de trabalho, conteúdo
e organização do trabalho, gerenciamento, cultura organizacional.

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Risco Relacionado ao Trabalho
Risco ocupacional é a possibilidade de consequências negativas ou danos à saúde e
integridade física e/ou moral do profissional, condições estas relacionadas ao trabalho.

O nível de risco é determinado pela combinação da severidade dos possíveis


danos e da probabilidade ou chance de sua ocorrência.

Figura 3
Fonte: UNIFAL/MG

Figura 4 – Tipos de risco


Fonte: Acervo do Conteudista

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Riscos físicos:

São definidos como formas de energia a que possa estar exposto o profissional,
cujos agentes mais comuns são a má iluminação do ambiente, sensação térmica
dessa área – frio, calor ou umidade –, radiação solar, as pressões e os ruídos.

Ruídos intensos acarretam reflexos em todo o organismo – e não somente no apa-


relho auditivo, mas também na capacidade de concentração e humor. A Organização­
Mundial da Saúde (OMS) indica que 55 decibéis correspondem ao início do estresse
auditivo. Exemplo: o profissional pode ficar exposto a um nível de 85 decibéis por,
no máximo, oito horas diárias.

O calor pode provocar desidratação, fadiga física, problemas cardiocirculatórios,


entre outros; já as baixas temperaturas podem ocasionar feridas, rachaduras e/ou
a predisposição para doenças respiratórias.

Em atividades relacionadas à estética temos como exemplo o uso da autoclave, a


qual gera calor, de modo que o ambiente precisa ser climatizado para não provocar
calor extremo às pessoas envolvidas.

Riscos de acidente:

São os fatores que colocam o profissional em situação vulnerável, podendo afe-


tar a sua integridade, o seu bem-estar físico e psíquico. Exemplos: máquinas e equi-
pamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão com fios elétricos,
armazenamentos inadequados etc.

Os pontos de transmissão de força, bem como a projeção de peças das máqui-


nas e dos equipamentos podem ser fontes de acidentes.

Riscos químicos:

Estão associados a substâncias químicas, oferecendo perigo à vida dos profissionais.

Nas atividades estéticas nos deparamos com a aplicação de cosméticos na pele


e nos cabelos.

A aquisição, o transporte, manuseio e descarte de substâncias químicas são regu-


lamentados por diversos órgãos nacionais, tais como a Anvisa, Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Produtos contendo amônia, peróxidos, hidróxidos, tioglicolatos, substâncias al-


calinas, álcool e acetona constituem as principais fontes de risco químico em esta-
belecimentos de beleza.

Riscos ergonômicos:

São os fatores que podem interferir nas características psicofisiológicas do pro-


fissional, causando desconforto ou afetando a sua saúde. Exemplos: má postura
nos atendimentos, repetitividade nos movimentos, ritmo excessivo de trabalho e
levantamento de peso.

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Riscos biológicos:

São causados por fungos, bactérias, vírus, parasitas, protozoários e insetos.

Na área da Saúde incluem qualquer elemento que esteja contaminado com se-
creções, sangue, anexo cutâneo e pele não íntegra.

As vias de transmissão por contaminação dos microrganismos são as seguintes:


• Aéreas: ocorrem pela inalação presente nas partículas de aerossóis – que são
dispersos para longe – e gotículas – requerendo o contato próximo entre os
indivíduos –, alcançando as mucosas da boca e do nariz;
• Cutâneas: ocorrem pelo contato das secreções ou do sangue, ambos contami-
nados, com a pele íntegra, sendo que as mãos representam importantes fontes
de transmissão de microrganismos. Outra forma dessa transmissão é a picada
com agulha contaminada. Segundo Marziale (2004), os acidentes ocasionados
por agulhas infectadas representam entre 80% e 90% das transmissões de
doenças infecciosas entre os trabalhadores da área da Saúde;
• Oculares: ocorrem pelo lançamento de gotículas ou aerossóis de material in-
fectante nos olhos – dado que a mucosa dos olhos é uma barreira menos efi-
ciente se comparada à pele.

Exposição ao Risco no Local de Trabalho


O tempo de contato com o perigo, ou seja, a duração em que o profissional fica
exposto ao agente físico aumenta as chances de risco para esse indivíduo. A con-
centração e capacidade agressiva também são determinantes para tal risco.

Assim, a exposição pode ser apresentada de duas formas:


1. Crônica: significa exposição a doses menores por um período maior, em lon-
ga duração. Quando aplicada a materiais que podem ser inalados ou absorvi-
dos através da pele, refere-se a períodos prolongados ou repetitivos de exposi-
ção de duração medida em dias, meses ou anos. Quando aplicada a materiais
que são ingeridos, refere-se a doses repetitivas com períodos de dias, meses ou
anos. O termo crônico não se refere ao grau mais severo dos sintomas, mas
à implicação de exposições ou doses que podem ser relativamente perigosas;
2. Aguda: é a exposição de curta duração. Quando aplicada para materiais
que podem ser inalados ou absorvidos através da pele, será a exposição de
duração medida em segundos, minutos ou horas.

Doenças Infecciosas Transmitidas


• Aids: é uma moléstia infectocontagiosa, provocada pelo retrovírus humano
HIV, subtipos 1 e 2, caracterizada pela imunodepressão e pela destruição dos
linfócitos T4. O vírus do HIV sobrevive por até quinze minutos em um instru-
mento que tenha sido contaminado;

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UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes

• Hepatite B: é causada pelo vírus HBV e transmitida através de instrumentos


perfurocortantes contaminados, sendo o sangue o principal veículo de sua
transmissão – embora a saliva, as lágrimas e o suor possam contribuir para
a sua disseminação; o risco de contágio é de até 40%. O HBV permanece
por até duas semanas em um instrumento infectado seco e a maioria dos
­infectantes não exerce função sobre o qual. Dada a sua resistência aos agentes
químicos, deve-se utilizar métodos adequados de esterilização para eliminá-los;
• Hepatite C: além do sangue, o vírus pode estar presente em qualquer secre-
ção orgânica. É altamente resistente, sobrevivendo por até três dias em instru-
mento seco contaminado, o qual deve ser devidamente esterilizado, pois nem
álcool ou água fervente é suficiente para eliminar o risco;
• Onicomicoses: são caracterizadas por fungos nas unhas pela levedura
albicans. As fontes de infecção são basicamente o solo, os animais, as pes-
soas, os cortadores de unha, as espátulas, os alicates e as toalhas úmidas.

Proteção Individual do Profissional


O EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual, com o objetivo de prote-
ger cada profissional contra riscos capazes de ameaçar a sua segurança e saúde.

O uso desse tipo de equipamento deverá se dar quando houver contato com
sangue, fluido corporal ou pele não íntegra, assim como no manuseio de materiais
de superfícies sujas com sangue e fluidos, ou ainda em casos de risco do ambiente
em que se desenvolve a atividade, o qual não ofereça completa proteção contra os
potenciais acidentes de trabalho ou doenças profissionais e do trabalho.

Já os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são utilizados no ambiente de


trabalho com o objetivo de proteger os profissionais dos riscos internos, tais como
acústicos de fontes de ruído, ventilação, proteção de partes móveis de máquinas e
equipamentos, entre outros.

Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC não atenuar os riscos com-
pletamente, ou se oferecer proteção parcialmente.

Conforme dispõe a Norma Regulamentadora (NR) 6, do Ministério do Trabalho,


a empresa é obrigada a fornecer aos colaboradores, gratuitamente, EPI adequado
ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, com a finalidade de
proteger a saúde e integridade física do profissional no ambiente de trabalho, sendo
exemplos dos quais:
• Óculos: para a proteção dos olhos contra impactos de partículas e respin-
gos de produtos químicos ou determinados objetos e produtos que ofereçam
riscos oculares;
• Máscaras: utilizadas quando houver risco de respingo em mucosa oral e/ou
nasal, protegendo as vias aéreas superiores de microrganismos contidos nas
partículas de produtos de tosses, espirros e da própria fala de outrem. Não se

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deve puxar a máscara ao pescoço, assim como não pode ser reutilizada se
estiver úmida – devendo ser descartada no lixo de infectante após o seu uso;
• Touca descartável: previne a contaminação do profissional e paciente por
microrganismos e piolhos. Trata-se de item obrigatório a ambos, sendo trocada
por uma nova a cada ocasião – devendo ser descartada no lixo de infectante
após o seu uso;
• Avental: utilizado para prevenir o contato de respingos de material orgânico
ou de líquidos, sangue, fluido corporal etc. É desaconselhado utilizar avental
em locais que não seja o seu ambiente de trabalho, devendo ser trocado se
apresentar sujidade;
• Sapatos fechados: são utilizados com o intuito de prevenir, aos pés, materiais
orgânicos e de trabalho, evitando acidentes e a transmissão de doenças.

Após o uso dos EPI, tais materiais devem ser realmente descartados – e não reutilizados no próximo paciente.

Figura 5
Fonte: Getty Images

O uso de jaleco deve ser contínuo durante o procedimento e somente para esse
fim, não se estendendo aos ambientes externos, tais como a rua e os restaurantes.

Figura 6
Fonte: Getty Images

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UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes

A OMS recomenda o uso de luvas a fim de se prevenir dos riscos de contamina-


ção das mãos com sangue e outros fluidos corporais, assim como da disseminação
de germes ao ambiente e da transmissão do profissional ao paciente e vice-versa –
ou entre pacientes, ou entre profissionais. Há outro fator relevante, a correta higie-
nização das mãos antes de colocar as luvas.

A OMS alerta que também pode haver riscos de contaminação mesmo com o
uso de luvas, pois estas, se defeituosas ou mal utilizadas, podem provocar igual
contaminação, tornando-se necessário lavar as mãos após a retirada das quais.

Figura 7
Fonte: prefeitura.sp.gov.br

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Higienização das Mãos
É a medida mais simples e eficaz para prevenir a propagação e manifestação de
infecção, sendo reconhecida como uma das principais técnicas para a prevenção
das infecções relacionadas à assistência à saúde.

O modo de higienizá-las engloba as formas simples, antisséptica e antisséptica


cirúrgica – pré-cirúrgica.

Em 2010, a Anvisa publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 42,


que dispõe sobre a obrigatoriedade da disponibilização de preparação alcoólica para
higienizar as mãos nos pontos de assistência em serviços de saúde, pois foi considerada
baixa a prática de higienização das mãos. Cabe, segundo esse documento, a higieni-
zação a partir de produtos apropriados em cinco momentos, vejamos:
1. Antes de tocar o paciente;
2. Antes de realizar o procedimento;
3. Após riscos de exposição a fluidos corporais;
4. Após tocar o paciente;
5. Após contato com superfícies próximas ao paciente.

A capacitação desses profissionais para os cinco momentos, mais lembretes e


cartazes no local de trabalho – com apontamentos de segurança –, intensificam
ainda mais essas estratégias para a prevenção de doenças.

Trata-se do ato de higienizar as mãos com água e sabão, removendo bactérias, suji-
dade, oleosidade da pele e suor. Com essa prática evitamos a transmissão de doenças.

Ademais, na Nota Técnica n.º 1/2018, a Anvisa fornece orientações gerais para
a higienização das mãos em serviços de Saúde com o objetivo de conscientizar os
profissionais quanto à promoção das boas práticas, esclarecendo sobre os requisitos
básicos e necessários para a seleção de produtos e da aprimorada técnica.

Os requisitos básicos para a higienização antisséptica correspondem a utilizar


solução adequada, averiguando se o produto possui o devido registro ou a notifica-
ção na Anvisa.

Para averiguação do produto higienizador antisséptico entre no site da Anvisa, dispo-


Explor

nível em: https://bit.ly/2VvHmVv e preencha o formulário de pesquisa com o nome do


referido produto.

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UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes

A concentração ideal da preparação alcoólica para a fricção antisséptica das


mãos a ser utilizada em serviços de Saúde deve cumprir o estabelecido na RDC
n.º 42/2010, contendo entre 60% e 80% na forma líquida e 70% na forma de gel e
espuma. O tempo recomendado para a higienização corresponde de vinte a trinta
segundos friccionando uma mão na outra.

Já no preparo pré-operatório das mãos, as unhas devem ser mantidas curtas,


evitando, assim, o uso de unhas postiças; ademais, todos os objetos utilizados nas
mãos e antebraços, tais como anéis, relógios e pulseiras, deverão ser removidos
antes de cada procedimento.

A duração e técnica da higienização pré-operatória da aplicação podem ser acessadas


Explor

em: https://bit.ly/2zVPlBT.

Figura 8
Fonte: anvisa.gov.br

Importante! Importante!

Deve-se fazer a assepsia das mãos do cliente antes do procedimento para evitar infecções.

A higienização das mãos do profissional é tão importante quanto o uso do EPI,


afinal, trata-se de atitude básica para a biossegurança na estética.

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Cuidados Básicos no Ambiente de Trabalho
Durante a prestação de serviço alguns cuidados básicos devem ser tomados,
vejamos:
• Usar EPI adequado para cada atividade;
• Lembrar-se de que a utilização do jaleco deve ser restrita ao ambiente de trabalho;
• Manter as unhas cortadas;
• Evitar anéis, pulseiras e relógios durante o período de atendimento;
• Manter os cabelos presos;
• Usar sapatos fechados;
• Não comer na sala de atendimento;
• Observar sempre as regras de higiene e segurança do trabalho;
• Implementar normas de biossegurança com o objetivo de prevenir riscos para
colaboradores, alunos, pacientes e ambiente de trabalho.

Figura 9 – “Qualidade significa fazer certo quando


ninguém está olhando” (Henry Ford, 1863-1947)
Fonte: Wikimedia Commons

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UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Biossegurança na estética segundo Ana Claudia Petkevicius e Débora Sozzo
https://youtu.be/bx60AAaI_6M

 Leitura
Lei n.º 12.592, de 18 de janeiro de 2012
Dispõe sobre o exercício das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro, esteticista,
manicure, pedicure, depilador e maquiador.
http://bit.ly/2vLfnmb
Nota Técnica n.º 1/2018 – GVIMS/GGTES/Anvisa: orientações gerais para higiene das mãos em serviços de Saúde
http://bit.ly/2vKkBih
Cadeia de transmissão dos agentes infecciosos
http://bit.ly/2vLfk9Z
Biossegurança e risco ocupacional entre os profissionais do segmento de beleza e estética: revisão integrativa
https://bit.ly/2TQUHXN

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Referências
BRASIL. Lei n.º 12.592 – dispõe sobre o exercício das atividades profissionais de
cabeleireiro, barbeiro, esteticista, pedicure, depilador e maquiador. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 2012a.

________. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 306, de 7 de dezembro


de 2004. Dispõe sobre o regulamento técnico para gerenciamento de resíduos de
serviços de Saúde. Brasília, DF, 2004.

________. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higie-


nização das mãos em serviços de Saúde. Brasília, DF, 2018. Disponível em:
<https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/cate-
gory/higienizacao-das-maos>. Acesso em: 31 dez. 2018.

________. Manual de orientação para instalação e funcionamento de institu-


tos de beleza sem responsabilidade médica. São Paulo, 2012b.

________. Referência técnica para o funcionamento dos serviços de estética e


embelezamento sem responsabilidade médica. Brasília, DF, 2009.

BARSANO, P. Biossegurança: ações fundamentais para a promoção da saúde.


São Paulo: Érica, 2014.

CARVALHO, A. Posturas profissionais e normas técnicas. Recife, PE: Sebrae, 2010.

MARZIALE, M. H. P. Riscos de contaminação ocasionados por acidentes de tra-


balho com material perfurocortantes entre trabalhadores de Enfermagem. Rev.
Latino-Am. Enfermagem., São Paulo, 2004.

MORENO, P. Biossegurança em estética. Mundo da Estética, 19 mar. 2015. Dis-


ponível em: <https://www.mundoestetica.com.br/dicas/a-biosseguranca-em-esteti-
ca>. Acesso em: set. 2018.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Salve vidas: higienize suas mãos.


Brasília, DF, 2014.

PIATTI, I. Biossegurança estética e imagem corporal. Curitiba, PR: Editora do


Autor, 2013.

RAMOS, J. Biossegurança em estabelecimento de estética e afins. São Paulo:


Atheneu, 2009.

SANTOS, N. C. M. Legislação profissional em saúde. São Paulo: Érica, 2014.

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