A Subcriação de Mundos
Franz Brehme, Solange de Carvalho, Fernanda Correia, Ana Pais, Diego Klaut au, Crist ina Casa…
Magia & t écnica: a máquina de pensar em Edgar Allan Poe e Walt er Benjamin
José Ant ônio Orlando
IX SPLIN IX Seminário de Pesquisas da Pós-Graduação em Linguística
& IV Seminário de Produção em Linguística
IV SPL Universidade Federal de São Carlos
30 de setembro, 1 e 2 de outubro de 2015
Resumo:
O presente trabalho se propõe a compreender como nas relações dialógicas
dentro da obra estética constitui-se o sujeito valorado como vilão. Delimita-se
como objeto de compreensão Melkor, personagem presente na complexidade
narrativa da obra O Silmarillion de J. R. R. Tolkien, obra relato da criação de
Arda (mundo onde se passa as histórias de sua mitologia) e os acontecimentos
de sua Primeira Era, incluído o surgimento de seu vilão. Recorre-se a teorias
advindas da filosofia da linguagem, preconizadas pelo filosofo russo Mikhail
Bakhtin, com o intuito de estabelecer um caminho para a compreensão da
jornada que o vilão constitui nas suas relações de alteridade com discursos
verbais, e não-verbais,a sua corporeidade, constituída como feia, monstruosa,
grotesca.
Palavras-Chave: Vilão; Melkor; Silmarillion; J. R. R. Tolkien; Mikhail Bakhtin;
Abstract:
This paper proposes to understand how the dialogical relations constitutes the
subject valued as Villain. Defines as object understanding Melkor, this character
in the narrative complexity of the work The Silmarillion by J. R. R. Tolkien, the
history about Arda's (the world where goes the stories of its mythology) and the
events of his First Age, including the rise your Villain. Using to theories arising
from the philosophy of language, affirmed by russian philosopher Mikhail
Bakhtin, in order to establish a path to understanding the journey of the Villain
starting at otherness of verbal relations, his speech; and nonverbal, its
corporeality, denoted as ugly, monstrous, grotesque.
Keywords: Villain; Melkor; Silmarillion; J. R. R. Tolkien; Mikhail Bakhtin;
Dado o teor ideológico do signo, podemos pensar que tudo que é ideológico é
signo, então tudo que é signo é ideológico, tal fenômeno ocorre porque um produto
ideológico faz parte de uma realidade, e ao mesmo tempo reflete e refrata um outra,
pois esse produto possuí um significado e remete a algo situado fora de si mesmo.
Ainda na concepção do autor, esse signo, parte de uma realidade e está sujeito a
critérios valorativos ideológicos, ele pode distorcer, ser fiel, falso, verdadeiro,
correto, justo.
Desde o início de sua criação por Eru, Melkor, considerado o mais poderoso
e com maiores conhecimentos entre os Valar, possuía, diferente de seus irmãos, o
desejo de criar por contra própria, mas para isso era necessário ter a Chama
Imperecível, que este nunca encontrou. E era nessas empreitadas em busca da
chama que ele desenvolvia seus próprios pensamentos. Quando Eru propôs aos
Valar que cantassem a Música, a dissonância surgiu a partir dos pensamentos
independentes de Melkor, e é essa dissonância que é o primeiro questionamento
das ordens de Eru. E é por questionar o discurso de Eru que Melkor então é
considerado o inimigo. Por que o inimigo é o outro, diferente do eu, que pensa
diferente de mim e me questiona.
Para que então o vilão seja considerado como tal e seu corpo e forma seja
valorado, é necessário um ponto de vista exterior que não seja aquele do eu, mas
sim do outro. Existem dois centros de valores, um eu que cresceu e viveu de uma
forma, e o outro que cresceu e viveu de outra. Mesmo que um objeto idêntico seja
colocado na frente de ambos, ele terá aspectos avaliativos diversos na relação
comigo ou com o outros. Quando pessoas diferentes veem a figura de Melkor,
podem valorado como a encarnação do mal ou como um sujeito que questionou um
sistema ideológico dominante. Assim também a valoração corpórea, seu corpo pode
ser valorado como belo e forte ou como feio e monstruoso. O eu é implicado
dialogicamente na alteridade, assim como o “corpo grotesco” (Bakhtin, 1965) é
IX SPLIN IX Seminário de Pesquisas da Pós-Graduação em Linguística
& IV Seminário de Produção em Linguística
IV SPL Universidade Federal de São Carlos
30 de setembro, 1 e 2 de outubro de 2015
implicado no corpo do outro. Diálogo e corpo estão estreitamente ligados entre eles
(PETRILLI, 2013, p.54).
Referências
_______. O Senhor dos Anéis. Volume Único. São Paulo: Martins Fontes, 2001.