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Política do Brasil

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Política do Brasil

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A Política do Brasil funciona sob o modelo de república


federativa presidencialista, formada pela União, os estados, o Distrito Federal e
os municípios, o exercício do poder é atribuído a órgãos distintos e
independentes, submetidos a um sistema de controle para garantir o
cumprimento das leis e da Constituição. O Brasil é uma república porque
o chefe do Estado é eleito pelo povo, por mandato. É presidencialista porque
o presidente da República é chefe de Estado e também chefe de governo.
É federativa porque os entes federativos têm autonomia política.
A União está dividida em três poderes, independentes e harmônicos entre si.
São eles o legislativo, que elabora leis; o executivo, que atua na execução de
programas ou prestação de serviço público; e o judiciário, que soluciona
conflitos entre cidadãos, entidades e o Estado.
O Brasil tem um sistema pluripartidário, ou seja, admite a formação legal de
vários partidos políticos. Estes são associações voluntárias de pessoas que
compartilham os mesmos ideais, interesses, objetivos e doutrinas políticas, que
tem como objetivo influenciar e fazer parte do poder político.
Em 1980, o cientista político Sérgio Abranches cunhou a expressão
"presidencialismo de coalizão" para definir o mecanismo de funcionamento do
regime político-institucional brasileiro. O presidencialismo de coalizão designa a
realidade de um país presidencialista em que a fragmentação do poder
parlamentar entre vários partidos obriga o executivo a uma prática que costuma
ser mais associada ao parlamentarismo. Segundo Abranches, mesmo eleito
diretamente, o presidente da República, torna-se refém do Congresso.[1]

Índice

 1Histórico
 2Indicadores
 3Ideologia
 4Organização política
 5Sistema federativo
 6Sistema judiciário
 7Sistema eleitoral-partidário
 8Estado brasileiro
o 8.1Elementos
o 8.2Estrutura
 8.2.1Órgãos Independentes
 8.2.2Órgãos Autônomos
 8.2.3Órgãos Superiores
 8.2.4Órgãos Subalternos
 9Ver também
 10Referências
 11Ligações externas

Histórico
Em 1494, Portugal convenceu o Papa Alexandre VI a arbitrar entre as
duas potências católicas, Espanha e Portugal, no Tratado de Tordesilhas.[2] Sob
os termos do tratado, Portugal ficaria com toda a terra no espaço de
370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde.[2] Seis anos depois, Pedro Álvares
Cabral chegou ao Brasil, que foi colonizado de forma gradual nos quatro
séculos seguintes.[2] Rivais como os holandeses, que ocuparam brevemente o
Nordeste no século XVII, foram derrotados e escravos foram trazidos
da África após os indígenas se mostrarem resistentes ao trabalho manual.
[2]
 Houve surtos de riqueza causados pelo açúcar, ouro e algodão, mas Portugal
demorou a encontrar muitas vantagens econômicas em sua colônia sul-
americana.[2]
Enquanto uma sociedade semifeudal se consolidava na costa através
das capitanias hereditárias, uma sociedade mais dinâmica e sem lei crescia
em São Paulo, no Oeste, no Sul e acima dos afluentes do Rio Amazonas, onde
a miscigenação era comum.[2] No começo do século XIX, o Brasil juntou-se ao
mundo europeu após a invasão de Portugal pelas forças napoleônicas em
1807.[2] Escoltada pela marinha britânica, a corte portuguesa permanecera
no Rio de Janeiro de 1808 a 1821.[2] Sobreveio uma onda de modernidade, mas
a experiência também destacou as diferenças entre o Brasil e o resto da
América Latina.[2] As ideias do Iluminismo e as Revoluções
Americana e Francesa desencadearam violentas rebeliões contra a coroa
espanhola. No Brasil, o filho mais novo do rei proclamou a independência em
1822, dando início ao conservador Império do Brasil, que fez do Brasil o último
país do continente americano a abolir a escravidão.[2] Em 1889, um golpe
militar pôs fim ao período.[2]
No início do século XX, a política brasileira era dominada pelo "café com leite".
[2]
 Os estados de São Paulo, com sua vasta lavoura cafeeira e de Minas Gerais,
com sua produção leiteira, dominavam a política nacional.[2] O Nordeste era
controlado por coronéis, reacionários donos de terra que podiam ou não ter
sido outrora oficiais militares.[2] Ao Sul, uma terra sem lei, havia impaciência
com a morosidade e a corrupção do governo federal no Rio de Janeiro.[2] A
política era elitista, ardilosa e pessoal, e o hábito de conchavos e troca de
favores sobrevivia desde o período imperial.[2] O Brasil era majoritariamente
agrário, mas nas grandes cidades do Sudeste havia um começo
de capitalismo industrial.[2] Em 1904, Francisco Matarazzo abriu sua primeira
fábrica têxtil e trinta anos depois as receitas de seus negócios correspondiam a
87,5 % do PIB do estado.[2] O Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi fundado
em 1922 e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) seis
anos depois.[2]
A Revolução de 1930 elevou Getúlio Vargas ao poder.[2] Vargas fora presidente
da província do Rio Grande do Sul e concorrera na eleição daquele
ano pela Aliança Liberal.[2] Recebeu apoio dos presidentes das províncias
de Minas Gerais e da Paraíba, mas o voto não era secreto e as eleições eram
fixadas por meio da divisão de espólios entre máquinas políticas estaduais.[2] O
presidente Washington Luís declarou que seu candidato, Júlio Prestes, havia
ganho a disputa com o dobro de votos.[2] Com a crise de 1929, a produção de
café, principal produto de exportação do país, entrou em crise.[2] O capital
estrangeiro fugiu do Brasil e as reservas em ouro do governo haviam caído
para zero no final de 1930.[2] Além disso, a insatisfação de jovens oficiais do
Exército causou o fenômeno conhecido como tenentismo.[2] Estava pronto o
cenário para a revolução.[2] A insurreição obteve sucesso em menos de um
mês.[2]
Vargas foi a principal figura da política brasileira até seu suicídio em 1954.[2] Ele
derrotou uma rebelião em São Paulo em 1932, uma tentativa de golpe
comunista em 1935 e ficou aprisionado durante um quase bem-sucedido golpe
dos integralistas em 1938.[2] Instaurou uma ditadura personalista de
estilo fascista em 1937 e levou o Brasil à Segunda Guerra Mundial ao lado
dos Aliados em 1942.[2] Na Europa, a ideologia fascista fizera pouco pelos
trabalhadores além de destruir os sindicatos, mas no Brasil foi reinterpretada
pelo Estado Novo para dar aos operários sindicalizados uma participação na
sociedade.[2] A abordagem era paternalista e clientelista, com muito poder
investido ao Ministério do Trabalho e pouca liberdade aos operários se
organizarem.[2] As greves foram proscritas pela Constituição de 1937, mas com
um salário mínimo em algumas categorias, os pobres que saíam do campo
para a sociedade industrial tinham alguma assistência.[2]

Indicadores

Congresso Nacional do Brasil.

Palácio do Planalto, sede do poder executivo do Brasil.

De acordo com o Índice de Democracia de 2015, compilado pela revista


britânica The Economist, o Brasil possui uma nota geral de (nota 6,96), estando
na categoria de "democracia imperfeita".[3] O país possui nota acima da média
em relação ao resto do mundo, que tem nota média de (nota 5,55).[3] De acordo
com dados de 2010,[4] o desempenho do Brasil em participação política é
comparável ao de Malauí e Uganda, considerados "regimes híbridos",
enquanto o desempenho em cultura política é comparável ao de Cuba,
considerado um regime autoritário.[4] No entanto, a média geral do país é inferior
somente à do Uruguai (nota 8,17), do Chile (nota 7,84) e da Argentina (nota
7,02) na América do Sul.[4] Dentre os BRICS, a Índia (nota 7,74) e a África do
Sul (nota 7,56) possuem desempenho melhor.[4] De fato, em relação aos
BRICS, a revista já havia elogiado a democracia do país anteriormente,
afirmando que "em alguns aspectos, o Brasil é o mais estável dos BRICS.
Diferentemente da China (nota 3,14) e da Rússia (nota 3,31), é uma
democracia genuína; diferentemente da Índia, não possui nenhum conflito sério
com seus vizinhos".[5]
O Brasil é percebido como um país extremamente corrupto, ocupando o 79.°
lugar no Índice de Percepções de Corrupção de 2016, sendo o primeiro menor,
a Dinamarca. Perde para países africanos como Botsuana (35.°), Namíbia
(53.°) e Ruanda (50.°) e está relativamente distante do Chile (24.°), o mais bem
colocado na América do Sul.[6] Porém encontra-se em posição melhor que
alguns outros países sul-americanos
como Colômbia (90.°), Argentina (95.°), Bolívia (113.°) e Venezuela (166.°),
esta a pior da América Latina.[6] Em relação aos países do BRICS, o Brasil está
empatado com a China e a Índia, perde para a África do Sul, que está na 64.°
posição, porém vence da Rússia, que está em 131.°.[6]

Ideologia
Segundo pesquisa do instituto Datafolha sobre as inclinações ideológicas da
população brasileira, o brasileiro médio possui valores comportamentais
de direita, mas manifesta acentuadas tendências de esquerda no campo
econômico.[7] Os entrevistados responderam a perguntas sobre 16 temas; 41%
deles deram respostas identificadas às ideias de esquerda, enquanto 39%
deles deram respostas identificadas com os valores da direita.[7] Quase 70%
dos brasileiros defendem que o governo deve ser o principal responsável pelo
crescimento econômico do país; 58% entendem que as instituições
governamentais precisam atuar com força na economia para evitar abusos das
empresas; 57% dizem que o governo tem obrigação de salvar as empresas
nacionais que enfrentam risco de falência e 54% associam a CLT mais à
defesa dos trabalhadores do que à ideia de empecilho ao crescimento das
empresas.[7] Todas essas visões coincidem com a política econômica defendida
por partidos historicamente ligados à esquerda. Nas questões de
comportamento, no entanto, o brasileiro mostra-se mais à direita do que à
esquerda (numa proporção de 49% à direita e 29% à esquerda): quase 90%
acham que acreditar em Deus torna alguém melhor e 83% são a favor da
proibição das drogas,[7] ideias essas historicamente defendidas por partidários
da direita.
O percentual de pessoas identificadas com a esquerda aumentou
significativamente em dois meses — de 4%[8] para 10% na esquerda e de
26%[8] para 31% na centro-esquerda — devido à inclusão de temas econômicos
na sondagem. Entre os 10% que são identificados com a esquerda a média de
idade é de 35 anos.[9] A idade aumenta conforme a ideologia se distancia da
esquerda; os de centro-esquerda têm média de 38 anos, os de centro têm
média de 39, os de centro-direita têm média de 41 e os de direita têm média de
46.[9] No quesito escolaridade, o grupo da esquerda é o único onde mais de
20% das pessoas possui formação superior e o que possui o menor número de
pessoas com formação fundamental (30%).[9] Na direita, por sua vez, 52% tem
formação fundamental.[9] Por outro lado, este grupo reúne a maior parcela de
pessoas com renda familiar mensal acima de 6 780 reais na comparação com
os outros quatro grupos.[9] Ao mesmo tempo, reúne a maior parcela de pessoas
com renda de até 1 365 reais.[9] A esquerda é um pouco mais intensa
no Nordeste e um pouco menos intensa no Sul; com a direita ocorre o oposto.
[9]
 Segundo pesquisa anterior do mesmo instituto, a inclinação ideológica da
população tem pouca influência na hora do voto, visto que a ex-
presidente Dilma Rousseff do PT, de esquerda, lidera a intenção de voto entre
eleitores identificados com a direita e a centro-direita.[8]
Uma pesquisa publicada em 2019 coordenada pela Universidade Vanderbilt,
nos Estados Unidos, que contou com o apoio da Fundação Getulio Vargas
(FGV) e do Ibope, aponta que 39% dos brasileiros se declaram de
direita,enquanto 28% dos brasileiros se declaram de esquerda.[carece de fontes]

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